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Análise da cadeia produtiva do biodiesel tendo como insumo a mamona (Ricinus communis L.): um estudo de caso na Região dos Inhamuns Ce

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ANÁLISE DA CADEIA PRODUTIVA DO BIODIESEL TENDO COMO

INSUMO A MAMONA (Ricinus communis L.): Um estudo de caso na

Região dos Inhamuns - Ce.

Antonio Dimas Simão de Oliveira1

Maria Irles de Oliveira Mayorga2

Ruben Dario Mayorga3

Francisco Casimiro Filho4

RESUMO

A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma cultura explorada industrialmente em função do

óleo contido em suas sementes. Os grandes consumidores no mercado nacional são as

indústrias químicas e de lubrificantes. O Biodiesel extraído da mamona vem oportunamente

contribuir para suprir a demanda crescente por óleo petroquímico, não renovável, com preços

de mercado com base oligopolística e com características químicas que determinam uma

maior poluição do meio ambiente através das emissões de dióxido de carbono (CO2). Dadas

as perspectivas que a cultura da mamona vem apresentando como aporte para a inclusão

social, devido ao programa Biodiesel dos Governos Federal e Estadual, torna-se importante

um estudo voltado para a análise da cadeia produtiva, da mamona, nos aspectos ambientais,

sociais e econômicos do seu cultivo. Assim, o presente projeto propõe a elaboração de um

diagnóstico, baseado na cadeia produtiva da mamona, que será desenvolvido visando

promover ações que contribuam com a viabilidade ambiental, social e econômica da produção

do biodiesel no Estado do Ceará, em especial a região dos Inhamuns. A metodologia utilizada

será a desenvolvida para o Programa de Cadeias Produtivas Agroindustriais do sistema

SEBRAE. O trabalho tomará por referência conceitual o enfoque sistêmico de produto

(commodity systems approach – CSA), que enfatiza o caráter sistêmico das cadeias

produtivas agroindustriais. O presente trabalho combina o uso de informações secundárias,

________________________________

1 – Formando em agronomia – Universidade Federal do Ceará (UFC) – e-mail: dimasbat@yahoo.com.br

2 – Ph.D Em Manejo de Bacias Hidrográficas – UFC – e-mail: irles@ufc.br 3 – Ph.D Em Estudos de Terras Áridas – UFC – e-mail: dario@ufc.br

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com a realização de entrevistas, por processo de amostragem intencional. Os resultados

encontrados mostram que o preço médio para a mamona, praticado na Região dos Inhamuns,

é um pouco acima do preço mínimo estabelecido para o programa de biodiesel, pelo Governo.

A produtividade da mamona e em conseqüência a renda média dos produtores, não condizem

com as estabelecidas para o programa. A área de plantio com mamona aumentou no último

ano, mais de 80%. Cem por cento dos produtores que cultivam a mamoneira, na Região dos

Inhamuns, afirmam que a cultura assegura um incremento na renda dos mesmos. O biodiesel

reduz em torno de 78% das emissões de CO2 (dióxido de carbono) e 20% das emissões de

enxofre, sendo dessa forma, ambientalmente mais viável. A região tem potencial para a venda

de créditos de carbono, sendo dessa forma um incremento na renda dos produtores. Os dados

de inclusão social são insuficientes para se inferir uma conclusão, fazendo-se necessário o

acompanhamento desses produtores por mais um ou dois anos.

Palavras-chave: Cadeia produtiva; Mamona; Biodiesel.

1 INTRODUÇÃO

A mamoneira (Ricinus communis L.), também conhecida como carrapateira ou rícino, é

uma planta de origem afro-asiática e uma cultura industrialmente explorada em função do

óleo contido em suas sementes. O óleo é o mais importante constituinte da semente de

mamona, sendo o ácido ricinoléico o seu maior componente. O grupo hidroxila confere ao

óleo da mamona a propriedade do álcool. Além disso, é um óleo bastante estável em variadas

condições de pressão e temperatura.

Os maiores produtores de baga e óleo de mamona, a Índia e a China são quem ditam os

preços do produto no mercado. Esses países são os três maiores produtores mundiais de óleo

de mamona participando, em 2001, com 92% da produção mundial (FAO, 2002), como é

mostrado na Tabela 1.

Tabela 1: Produção e área cultivada dos principais países produtores de mamona em baga.

Principais Médias anuais

países e 1998 1999 2000 2001

total mundial Área Prod. Área Prod. Área Prod. Área Prod. Índia 682,5 840,3 786,8 777,2 875 1050 710 850 China 209 230 490 260 429 513 260 300 Brasil 63,9 16,8 103,8 33,4 195 100,7 143,7 86,7 Mundo 1106,1 1178,1 1139,4 1159,3 1636,4 1748,0 1251,0 1321,1 Fonte: FAO (2004).

Dadas as potencialidades brasileira o Governo Federal laçou o Programa Nacional de

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Assim, o presente trabalho propõe a análise da cadeia produtiva da mamona, com

vistas à produção de biodiesel, e a elaboração de um diagnóstico, que será desenvolvido

visando promover ações que contribuam com a viabilidade ambiental, social e econômica da

produção do biodiesel, no estado do Ceará em especial, a região dos Inhamuns.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Em conformidade com a metodologia desenvolvida para o Programa Cadeias Produtivas

Agroindustriais do sistema SEBRAE, o trabalho tomou por referência conceitual o enfoque

sistêmico de produto (commodity systems approach - CSA). A abordagem do CSA enfatiza

o caráter sistêmico das cadeias produtivas agroindustriais, o qual reconhece as características

de interdependência, propagação, realimentação e sinergia, presentes na sua estrutura e no

funcionamento. O presente trabalho elegeu uma abordagem metodológica pragmática, que

combina o uso intensivo de informações de fontes secundárias com a realização de

entrevistas, por processo de amostragem intencional.

O estudo enfocou, de acordo com o Zoneamento Agroecológico, os municípios da

macro-região do Sertão dos Inhamuns (Figura 1).

Figura 1: Macro-regiões do Ceará.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A caracterização da cadeia produtiva tomou por base alguns dos fatores como:

identificação da cultura utilizada para consórcio, mobilização do solo, origem das sementes e

etc. Tais fatores contribuem para a constituição da cadeia produtiva da mamona, nos

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Caracterização da cadeia produtiva da mamona na Região 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 100,00 40 ,8 F e ijã o 21 ,8 19 Um m ê s Du as s em a nas E m pr es a 2 ,5 x 1, 0 1 ,0 x 0, 5 Á c/ mam (ha) Cult. de consór. Á. + mam (ha) 1° ano plan. Época de aradag. Época de gradag. Orig. das sement. Esp. da mam* Esp. do feij* Variáveis

Figura 2: Aspectos de composição da cadeia produtiva na Região dos Inhamuns.

O aumento da área com mamona, entre os produtores, mostra o impacto de um

programa que possibilita o fechamento de uma cadeia produtiva.

O grande porcentual de produtores que plantaram pela primeira vez é função do enfoque

Biodiesel, que está a provocar a retomada de crescimento dessa cultura.

Os parâmetros de mobilização do solo seguem as recomendações técnicas literárias,

assim como os espaçamentos utilizados na Região.

Os preços praticados, na Região dos Inhamuns, para as culturas de mamona e feijão,

assim como a produtividade e renda na Região, estão referendados nas figura 3 e 4

respectivamente.

Preços m édios de m am ona e feijão

0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80

Figura 3: Preços praticados para mamona e Figura 4: Produtividades alcançadas e renda feijão na região dos Inhamuns. anual.

Os níveis tanto de preço como produtividade e renda estão abaixo dos alvejados para o

sucesso dos produtores, tal fato deve-se principalmente a baixa tecnologia adotada na

produção, pelos produtores, antes do programa biodiesel.

Produtividades da mamona e feijão e renda alcançada nos Inhamuns 0 100 200 300 400 500 600 700

TAUÁ ARNEIROZ PARAMBÚ REGIÃO

Municípíos V al o res al ca n çad o s ( R $ o u k g /h a )

Produt. média da mamona (kg/ha) Produt. média do feijão (kg/ha) Renda bruta (R$/ha/ano) 0, 1, 90 00

TAUÁ ARNEIROZ PARAMBÚ REGIÃO

Municípios P reço al can çad o ( R $/ kg )

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4 CONCLUSÕES

A região, estudada, com o advento do Protocolo de Kyoto pode se tornar, uma potencial,

vendedora de créditos de carbono, com a exploração do seu potencial produtivo em relação à

cultura da mamona. Potencialmente o programa BIODIESEL, que visa o plantio da mamona

como um aditivo ao diesel petroquímico, demonstra potencial viabilidade tanto no âmbito

social, como ambiental e econômico desde que haja, por parte dos produtores, uma

conscientização para a organização do setor evitando, assim, um novo declínio na importância

da cultura e por parte dos governantes, garantir que o Projeto Nacional de Biodiesel cumpra

com seus preceitos.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FAO Statistical Databases. 2003. Disponível em: http://apps.fao.org . Acesso em agosto de

2004.

FOSTER, J. D. Biodiesel e inclusão social: processos de produção e auto-suficiência

energética para pequenas comunidades. In: O BIODIESEL E A INCLUSÃO SOCIAL.

Brasília: Câmara dos Deputados, 2003. Videoconferência.

GRANDO, G. Políticas públicas do Programa Nacional do Biodiesel. In: O BIODIESEL E

A INCLUSÃO SOCIAL. Brasília: Câmara dos Deputados, 2003. Videoconferência.

HOLANDA, ARIOSTO. O BIODIESEL E A INCLUSÃO SOCIAL/ ARIOSTO

HOLANDA. – Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004. 200p.:

Imagem

Tabela 1: Produção e área cultivada dos principais países produtores de mamona em baga
Figura 1: Macro-regiões do Ceará.
Figura 2: Aspectos de composição da cadeia produtiva na Região dos Inhamuns.

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