• Nenhum resultado encontrado

Alfabetização: reflexões sobre os métodos 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Alfabetização: reflexões sobre os métodos 1"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

Alfabetização: reflexões sobre os métodos

1

PORTELLA, Letícia Roppe

2

SILVA, Marcela de Vargas

3

SUMAN, Amanda Moreira

4

Resumo

O presente trabalho vem trazendo a concepção de alfabetização, e de uma alfabetização letrada, suscita a importância de se conhecer a estória da escrita, e seu papel escolar e social. Aborda ainda o processo de alfabetização, seus métodos. A alfabetização que deve ser trabalhada desde a educação infantil, através de suas experiências sociais significativas, dessa forma contribui para um melhor desenvolvimento da criança em sua totalidade. Abordando como peça fundamental o professor como mediador, com estratégias facilitadoras, com ação comprometida reconhecendo os conhecimentos prévios de suas crianças, contribuindo assim para a construção da autonomia no processo ensino- aprendizagem.

Palavras Chaves: Alfabetização. Métodos. Experiências. Professor mediador.

1Artigo cientifico apresentado para avaliação do rendimento escolar da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Pedagogia, do Centro Universitário São Camilo-ES.

2Acadêmica do curso de Pedagogia, do Centro Universitário São Camilo-ES.

3 Acadêmica do curso de Pedagogia, do Centro Universitário São Camilo-ES.

4Acadêmica do curso de Pedagogia, do Centro Universitário São Camilo-ES.

(2)

Abstract

This work has brought the concept of literacy and literacy literate, raises the importance of knowing the story writing, and school and social role. Also addresses the literacy process, its methods. Literacy must be crafted from early childhood education through meaningful social experiences, thereby contributing to a better development of the child in its entirety. Addressing the teacher as a key mediator with facilitating strategies, with committed action recognizing prior knowledge of their children, thus contributing to the construction of autonomy in the teaching-learning process.

Introdução

A Educação se da num processo amplo e complexo, que acontece a partir do acesso a diferentes sujeitos, culturas, realidade social e formas de aprender. O processo de alfabetização se faz presente da mesma maneira diante de tanta diversidade, se tornando um processo político que promove a autonomia e a cidadania.

Para que essa alfabetização se consolide ela tem de acontecer de forma que o professor tenha oportunidade de conhecer sua criança, o que ela traz de conhecimento, para que assim, possa lhe proporcionar uma alfabetização concreta, significativa, prazerosa, onde o professor tenha uma ligação de respeito com sua criança, garantido-a como sujeito de direito.

Diante da complexidade que se dá em torno da alfabetização, desse

processo que é contínuo, realizamos uma pesquisa literária, com o objetivo de

obter resposta sobre como se dá o processo de alfabetização, o processo de

aquisição da escrita tendo como víeis a utilização dos métodos, importante

premissa que contribuirá no processo de alfabetização.

(3)

Resultados e Discussões

CONTEXTO HISTÓRICO DA ESCRITA

A sociedade na qual vivemos é orientada pela escrita, anúncios, rótulos, jornais, propagandas, outdoors, é tudo isso faz parte do convívio de uma criança desde muito cedo, está presente no seu cotidiano. A escrita com diferentes características chama atenção das crianças, que já desperta para a curiosidade, O que é escrita? Para que serve a escrita? De onde vem à escrita? Indagações que são feitas pelas crianças e no período escolar passa despercebida.

A escrita surgiu a partir da necessidade do homem de se comunicar criar registros, transmitir desejos, necessidades, enfim, de preservar sua história. Os vestígios mais antigos da escrita são originários da antiga Mesopotâmia e datam de mais 5500 anos. No primeiro momento a escrita foi marcada pela fase pictórica onde os povos antigos faziam seus registros em forma de desenho na parede das cavernas, mais adiante passou a ser formada por ideogramas que representavam uma palavra, assim sendo, eram necessários diversos signos pictóricos para fazer registros cotidianos, administrativos, econômicos e políticos da época.

Na segunda fase a escrita passa a adquirir valores fonéticos e menos signos são necessários para exprimir as idéias de um idioma. A necessidade de simplificação dos signos escritos foi tornando o sistema mais funcional.

Foi nesse momento que os primeiros alfabetos apareceram na Antigüidade, diferentes civilizações começaram a trabalhar com sistemas mais simplificados e, ao mesmo tempo, capazes de identificar distintos conceitos, seres e objetos.

Na civilização fenícia o desenvolvimento da escrita e do alfabeto teve grande

avanço graças à demanda dos comerciantes fenícios. O alfabeto fenício

arcaico foi o mais perfeito e difundido do mundo antigo e é anterior ao séc. XV

a.C, este alfabeto era constituído de 22 signos que permitiam escrever

qualquer palavra e sua expansão foi rápida devido à sua simplicidade.

(4)

Em seguida, as civilizações greco-romanas deram importante contribuição para a formação dos alfabetos contemporâneos. Foi entre os povos gregos que se introduziu o uso de vogais. Séculos mais tarde, os romanos sendo fortemente influenciados pelos etruscos deram formas claras ao sistema alfabético utilizado por diversas nações do mundo ocidental contemporâneo. Graças à formação de um vasto império e do contato com os bárbaros, as línguas latinas predominam em diferentes culturas do mundo atual.

Hoje a escrita é de fácil acesso, mas, não foi tão simples assim, o acesso da escrita era sinônimo de poder, só os nobres tinham acesso. Só a partir da década de 30 a alfabetização passou ser um conhecimento definido pela escola pública, isso trouxe um grande avanço a educação. O nosso país sofreu muito, com atraso educacional, perdemos muito tempo para que a educação pudesse atingir a todos.

CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO

‘’[...] é o processo de inserção no mundo da linguagem da escrita.”

( CONTIJO,2002,p. 7), essa ideia nos remete que alfabetização acontece muito antes do individuo entrar na escola, pois o individuo já tem contato com a leitura e a escrita usados no meio social na qual ela vive, uns de forma mais intensa do que os outros.

A palavra alfabetização significa levar á aquisição do alfabeto, das habilidades de ler e escrever. O significado etimológico é muito vago diante da complexidade da alfabetização na prática, não é simplesmente a criança apenas conhecer as letras do alfabeto, é importante, mas só conhecer não a faz alfabetizado. Muitas crianças decoram as letras do alfabeto, mas não conhecem o seu significado e suas finalidades.

Na visão e em termos pedagógicos, é importante termos e conhecermos um conceito de alfabetização, para que possa auxiliar a nossa prática, diante de tantas teorias sobre da alfabetização, precisamos ter um conceito que nos oriente;

[...] como uma prática sociocultural em que se desenvolve a

formação da consciência critica, as capacidades de produção de

(5)

textos orais e escritos, a leitura, os conhecimentos sobre o sistema de escrita da língua portuguesa, incluindo a compreensão das relações entre sons e letras e tetras e sons. (GONTIJO, 2008)

A alfabetização deve ir além do seu processo mecânico de decodificar e codificar tem que proporcionar ao individuo a capacidade de interpretar, compreender, criticar, resignificar, produzir conhecimento. A alfabetização é tão ampla que proporciona a socialização dos sujeitos, e todos os outros acessos que a sociedade oferece. O processo de alfabetização é continuo, e estabelece uma forte interação social entre as pessoas.

(...) a Alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser requisito básico para a educação continuada durante a vida.

(UNESCO, 1999, p. 23)

Diante da complexidade no processo de alfabetização e suas conseqüências nos âmbitos sociais, surge a necessidade de utilizar um termo diferente, inovador: Letramento.

Etimologicamente, o termo Letramento vem da Língua Inglesa: literacy, que provem do termo littera, do Latim, significando letra, com o sufixo cy, que permite aliar a idéia de qualidade, condição de ser. Ou seja, Literacy ou Letramento é a condição de quem assume conhecer e aprender o mundo letrado.

Para Soares, “Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita”. (2001, p.18).

Nossa sociedade é extremamente letrada pois está cercada de materiais escritos, e que nos é transmitido no nosso dia-a-dia, e onde todos deveriam ter acesso.

De acordo com Ribeiro, “Letramento - procura compreender a leitura e a escrita

como práticas sociais complexas, desvendando sua diversidade, suas

dimensões políticas e implicações ideológicas”. (2003, p.12).

(6)

A escola é um espaço de aprendizagem, que todos têm direito, e deve se despertar a igualdade, que supera a diferença tendo uma educação transformadora formando cidadãos. A escola precisa trabalhar de forma criativa e fascinadora para que as crianças usem sempre o hábito de leitores e escritores como função social na capacidade de letrados, reconstruindo a leitura e a escrita a partir do mundo no qual ela está inserida, trabalhando com sua realidade, para que o individuo seja alfabetizado e letrado.

AS FASES DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA

"(...) a minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa". (Emília Ferreiro)

Sabendo que uma das primeiras coisas que a criança aprende ao ingressar na escola é ler e escrever e que essa necessidade se faz presente durante toda a vida da criança, visto que, é uma exigência da sociedade, buscamos nessa pesquisa bibliográfica entender as etapas de desenvolvimento da linguagem para então compreendermos como se realiza a construção da linguagem escrita pela criança.

Segundo Ferreiro e Teberosky, na tentativa de compreender o funcionamento da escrita, as crianças elaboram verdadeiras teorias explicativas que se desenvolvem da seguinte forma:

Primeiramente a criança passa pela fase pré-silábica ou pré-comunicativa, essa fase acontece quando a criança começa a distinguir a escrita do desenho e começa querer escrever. Quando começa a escrita se parece com rabiscos, bolinhas, ziguezague e num segundo momento aparecem as letras e os números, mas não diferencia uns dos outros e não associa a escrita com a fala.

Nessa fase já diferenciam escrever de desenhar, existe a intenção de escrever,

muitas vezes inserem o tamanho da letra de acordo com o tamanho do objeto

que querem representar.

(7)

Numa segunda fase chamada de silábica ou semifonética, a criança já sabe que a escrita está relacionada com fala e cada letra representará um som para ela e lentamente aparecerá o valor sonoro correto das letras.

A terceira fase chama-se alfabética ou fonética, quando a criança representa a fala com diferenças sonoras, compondo vogais e consoantes.

Quando a criança chega aos 8 anos na fase chamada de transicional, geralmente na 2ª série do ensino fundamental, ela começa a adquirir padrões ortográficos, morfológicos e visuais.

Finalmente aos 10 anos, durante a fase ortográfica correta, o aluno já domina regras básicas de ortografia, sinais de acentuação, grupos consonantais, e começa a acumular o vocabulário aprendido.

Com base nos estudos da autora Eglê Pontes (1991), tem que ser feito um exercício exploratório na escrita infantil, com as garatujas, grafismo, não é simplesmente um faz de conta, existe ”saber” por traz e isso se trona relevante ao processo de alfabetização.

“Estas escritas infantis têm sido consideradas displicentemente como garatujas, “puro jogo” (...) Aprender a lê-las – isto é interpretá- las é um longo aprendizado que requer uma atitude teórica definida.

Se pensarmos que a criança aprende só quando é submetida a um ensino sistemático, e que sua ignorância está garantida até que receba tal tipo de ensino, nada poderemos enxergar”. Ferreiro (1985:9)

A palavra alfabetização significa levar aquisição do alfabeto e, portanto, das habilidades de ler e escrever. Pode- se pensar que para ser alfabetizado basta conhecer o alfabeto, está muito longe disso. Conhecer o alfabeto é importante, mas a criança começa a se familiarizar com a escrita a partir do processo relacionado a oralidade, desenho, garatuja.

No inicio do processo de alfabetização uma das primeiras formas de escrita de criança é o desenho. Segundo Kramer e Leite (2003, p. 140), o desenho tem

“papel fundamental na compreensão e na análise crítica da sociedade por parte

da criança.” É uma manifestação gráfica de algum tipo de memória de sua

(8)

cultura vivida, nessa fase começa-se a trabalhar a coordenação motora, a capacidade de atenção e concentração, conhecimentos sobre cores, formas entre outras.

As crianças começam a desenhar e depois passam a nomeá-los, o processo de nomeação é feito normalmente com a mediação de um adulto. Segundo Vygotsky a fala tem assim um papel fundamental na descoberta que a criança faz de que seus rabiscos podem significar algo.

Com um tempo o desenho passa a ser simbólico, pois a criança passa a falar para depois desenhar.

“O desenho é uma linguagem gráfica que surge tendo por base a linguagem verbal”. (Vygotsky 1984:127)

A garatuja é o primeiro rabisco da criança, aparentemente sem nexo esses rabiscos confusos e desordenados aos poucos são identificados como uma imagem real do que a crianças procurou retratar, eles representam o que a criança interpreta a sua volta. Durante as fases de evolução do grafismo, tem- se que incentivar a oralidade, estimulando a criança a falar sobre o que desenhou, pois quanto mais estimulação da linguagem oral melhor será o desempenho em seus desenhos.

Nessa fase é importante que o adulto valorize o trabalho da criança, Lowenfeld e Brittain (1977, p.117), alertam: “a forma como essas primeiras garatujas forem recebidas pode ter enorme importância em seu contínuo crescimento. É lamentável que a própria palavra ‘garatuja’ tenha conotações negativas para os adultos”.

Segundo Lowenfeld e Brittain, as garatujas são classificadas em: Garatujas desordenadas, garatujas controladas e garatujas com atribuição de nomes.

Ressaltamos que o que queremos destacar neste trabalho são as fases que iniciam o desenvolvimento da criança, que vão desde as garatujas até a fase pré-esquemática.

A garatuja desordenada ocorre no período de 1 a 2 anos de idade, a criança

não tem consciência de que o risco é conseqüência de seu movimento com o

(9)

lápis, não presta atenção no que está fazendo, podendo segurar o lápis com as duas mãos e continuar seu desenho fora do papel.

“É evidente que garatujar é parte natural do desenvolvimento completo das crianças, a qual reflete sua evolução fisiológica e psicológica” (LOWENFELD e BRITTAIN, 1977, p. 120).

Garatuja ordenada ocorre a partir dos 2 anos de idade, quando a criança começa a perceber, se concentrar no seu desenho e a identificar-se nele, começam também a dominar o espaço sem sair dele.

Em seguida a garatuja nomeada ocorre a partir dos 3 anos de idade, onde a criança representa intencionalmente um objeto concreto, a criança consome muito mais tempo desenhando e as garatujas tornam-se muito mais diferenciadas.

Por ultimo é a fase pré-esquemática que ocorre de 4 a 6 anos de idade, nessa fase aparece a relação entre o desenho, o pensamento e a realidade, a representação humana evolui em complexidade e organização. Aparecem lentamente os braços, mãos e pés, mesmo assim a criança ainda não é capaz de organizar um todo coerente.

O estudo de todas essas fases nos possibilita entender de forma mais detalhada como se constrói o processo de escrita da criança. Além de tudo não podemos de forma alguma deixar de considerar que o papel do adulto, seja ele familiar ou professor se faz indispensável nessa construção, visto que, a criança necessita de estimulo e valorização do seu trabalho para que se desenvolva melhor.

O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NA PRÉ- ESCOLA

O processo de alfabetização de forma institucionalizada tem inicio desde a pré-

escola. Tendo em vista que escrita está inserida no mundo da criança e que

nem todas têm o mesmo acesso com a mesma facilidade, se faz necessário

ressaltar que a pré-escola permite que a criança conheça a escrita e suas

funções.

(10)

De acordo com os estudos de Sanches (2000), esse aprendizado na pré-escola vem se tornando fragmentado, pois os chamados “atividades diversificadas” os cantinhos, estão sendo trabalhados de forma mecânica, sem sentido para as crianças, elas são passadas de cantinho a cantinho simplesmente por passar, cumprir tarefas, não se tem o porquê dessa atividade, o que ela proporciona ao aluno, aprendizagem ou passa tempo.

Sanches ressalta também que só o fato da professora perguntar aos alunos como foi o final de semana, e registrar as respostas no quadro, já é um principio de alfabetização, onde a criança percebe que a escrita se faz da esquerda pra direta e entre outros aspectos.

São processos simples que dão inicio ao processo de alfabetização, quando trabalha o próprio nome, os nomes dos colegas a criança vai percebendo que há diferenças na escrita.

O conhecimento necessita de significado, pois onde não tem significado não tem aprendizagem, por isso nesse nível de ensino, necessita-se de um trabalho onde seja levado em consideração o significado das atividades para as crianças como porta de acesso a diferentes linguagens, para que não haja um choque na mudança da pré-escola para o ensino fundamental.

“(...) ensinar escrita nos anos pré-escolares impõem necessariamente que a escrita seja relevante á vida (...) que as letras se tornem elementos da vida das crianças, da mesma maneira como, por exemplo, a fala. Da mesma forma que as crianças aprendem a falar, elas podem muito bem aprender a ler e a escrever” (Vygotsk 1989).

MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO

Pensar em alfabetizar é pensar em método de alfabetização, como posso alfabetizar crianças que vivem em contextos tão diferentes? Como vou alfabetizar uma turma se cada criança aprende de uma forma? Como selecionar, organizar e transmitir os conteúdos? .

“Alfabetizar uma turma de 28,30 ou mais alunos é muito diferente de

alfabetizar uma única pessoa, em particular. Os ritmos de

(11)

aprendizagem variam, as experiências anteriores dos alunos com a leitura e a escrita também.” (CARVALHO, 2005, p.16)

Essas indagações surgem durante nossa formação, pois procuramos um método que atenda de forma eficiente a todos os alunos, porém muitas vezes nos deparamos com crianças que tem grande dificuldade para se apropriar da linguagem escrita e é a partir dessa dificuldade que passamos a conhecer vários métodos e não o método certo ou errado.

Segundo Carvalho (2007), os métodos são classificados como: sintéticos que partem da parte para o todo, e analíticos também chamados de globais que partem do todo para a parte.

Os métodos sintéticos estabelecem relação entre o oral e o escrito, através do aprendizado de letra por letra, silaba por silaba e palavra por palavra. Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico.

No alfabético, aprendem-se inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois formar as palavras que constroem o texto.

No fônico, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. E no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.

Nesse método, a aprendizagem é feita de forma mecânica, através da decifração das palavras, adquirindo posteriormente a leitura com compreensão.

O método sintético é muito criticado, pois é baseado em uma aprendizagem de forma mecânica, repetitiva e fora do contexto da criança.

O método analítico, defende a leitura como um ato global e audiovisual, sendo

assim é trabalhado as unidades completas de linguagem para depois dividi-las

em partes menores. Esse método pode ser dividido em palavração,

setenciação ou global. Na palavração primeiro existe o contato com os

vocábulos em uma sequência que engloba todos os sons da língua e, depois

da aquisição de um certo número de palavras, inicia-se a formação das frases.

(12)

Na setenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora.

Segundo Smith apund (1999), todos os métodos por mais sem sentido que pareçam, dão certo com algumas crianças, mas nenhum é eficaz com todas.

Para o autor, as condições básicas para aprender a escrever são: “1) a disponibilidade de material interessante que faça sentido para o aluno; 2) a orientação de um leitor mais experiente e compreensivo como guia”

O processo da construção da escrita deve partir das necessidades da criança, ou seja, a escola deve proporcionar a criança um ambiente alfabetizador onde a aprendizagem aconteça de forma significativa, ou seja onde a criança possa ter contato com a escrita e entender a importância desta para a sua vida.

O PROFESSOR COMO MEDIADOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei

9394/96 Art.62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-

á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em

universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação

mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro

primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na

modalidade Normal. (Regulamento). Na atualidade as Secretarias de Educação

relatam somente a evasão de estudantes, esquecem que este fato acontece

em grande proporção com os docentes, pois estão insatisfeitos, na maioria das

vezes, com os seus respectivos salários ou na estruturação escolar, não

havendo material pedagógico para se trabalhar com as crianças e com isso

buscam novas fontes de renda e novas propostas de trabalho, que atendam

suas perspectivas. O docente estuda pesquisa, valoriza o seu trabalho, mas

muitas vezes não é valorizado.

(13)

O âmbito educativo deve ser um espaço coletivo de construção de saberes, uma verdadeira troca de experiência vivenciada por toda equipe escolar, docentes e discentes. Proporcionando a todos, momentos de conhecimentos, formação científica, crítica e social.

A dinâmica do trabalho do professor é sustentada principalmente pelas relações que estão estabelecidas com as crianças e entre elas. Para que se construa um ambiente de confiança, cooperação e autonomia, as formas de agir dos professores precisam estar pautadas por firmeza, segurança e uma relação afetiva forte com as crianças.

(KRAMER, 2006, p.85)

O professor é o mediador da interação entre o a criança e o conhecimento socialmente construído. Cabe ao docente a função de criar condições mais favoráveis à aprendizagem da criança. Todo conhecimento é uma construção que o sujeito faz a partir das interações com o mundo físico e social de seu contexto. Conforme Rubem Alves “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continua, mas a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra".

O educador exerce um papel fundamental na educação, pois seu incentivo e sua motivação abrangem um alicerce incomparável no desenvolvimento e na construção da aprendizagem, formando sujeitos de direitos que valorizem a sociedade, os relacionamentos com o outro, a imaginação, a sensibilidade, os pensamentos e suas cognições aflorem e se concretizem em ricas produções, como descreve COLA, 2011, p. 138, anexos RCNEI:

Nas leituras grupais, as crianças elaboram não somente os

conteúdos comentados, mas estabelecem uma experiência de

contato e diálogo com as outras crianças, desenvolvendo o

respeito, a tolerância à diversidade de interpretações ou

atribuições as imagens, a admiração e dando uma contribuição

às produções realizadas, por intermédio de uma prática de

solidariedade e inclusão.

(14)

Os docentes devem ser pesquisadores e colocar em prática as suas pesquisas, pois assim farão parte do movimento permanente de construção, desconstrução e reconstrução. Assim estes vivenciarão momentos de reflexão e criticidade, podendo perceber os erros e acertos em sala de aula, com isso criarão novas metodologias e um olhar sensível para o desenvolvimento dos sujeitos e de sua significação. Segundo Freire (1993), se o educador tem uma opção democrática, com autocrítica e procura diminuir a distância entre o discurso e a prática, ele “vive uma difícil, mas possível e prazerosa experiência de falar AOS educandos e COM eles”.

Diante das distintas realidades sociais, cada conteúdo é contextualizado, difundido e questionado perante as diferentes condições sociais e culturais, tendo o professor como mediador entre os saberes prévios dos alunos e os conhecimentos escolares universais sistematizados. (LIBÂNEO, 1985)

Para as crianças essa mediação deve acontecer de forma prazerosa, onde realmente elas possam construir suas situações de aprendizagem, valorizando o cognitivo, o social, o cultural e as relações com o mundo.

O professor dinamizador, não precisa de grandes recursos para alfabetizar, são métodos simples, um passeio pela escola já começa a inserir a criança ao mundo da escrita através dos cartazes, os avisos o nome da escola na fachada entre outros, com esse passeio o professor vai indagando as crianças o que é número, letra, se eles já conhecem alguma palavra. Pode pedir que as crianças levem rótulos, embalagens de casa, esse tipo de atividade já valoriza os conhecimentos que as crianças trazem consigo antes de entrarem na escola, e com isso eles vão percebendo a entendendo o que é número e o que é letra, percebem também que existem vários tipos de letras, e com essas atividades com materiais presentes no cotidiano das crianças desperta-se ainda mais o interesse em aprender, pois entendem a importância da escrita.

Segundo Carvalho (2002), trabalhar com o nome dos alunos é muito importante

porque toda criança atribui estima especial ao próprio nome e se interessa por

aprendê-lo e aqueles que já sabem “desenhar” a assinatura descobrem coisas

novas observando a escrita dos nomes dos colegas.

(15)

A partir dessa atividade com o nome a criança vai percebendo, que o tamanho dos nomes, não tem haver com o tamanho das pessoas, existe nomes com mais letras do que outros nomes que começam com a mesma letra, mas são nomes diferentes entre outros aspectos.

Trabalhar com a diversidade de textos, carta, poesia, jornais, bilhetes entre outros para as crianças saberem que existem textos formais e não formais, que cada tipo de texto é usado em diferentes situações, que alguns textos possuem figuras e outros não, mostrar esses textos que eles vêem fora da escola, e que vão usar e como deve usar. Se o processo de alfabetizar acontecer de forma que mostre que a leitura e a escrita tem função agora, presente no dia-a-dia deles e não no futuro o interesse em aprender será bem maior.

“Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico, separado da compreensão, é um desastre que acontece todos os dias. Estudar palavras soltas, sílabas isoladas, ler textos idiotas e repetir sem fim exercícios de cópia, resulta em desinteresse e rejeição em relação à escrita.” (Carvalho,2002)

A contação de histórias, a dramatização, o brincar, são atos que são indispensáveis para a alfabetização. “O gesto é o signo visual inicial que contém a futura escrita da criança, assim como uma semente contém um carvalho.” (Vygotsky, 1998, p. 141).

A mediação é uma troca de experiências e deve acontecer de forma singela e significativa, trazendo situações de aprendizagem que sejam prazerosas para as crianças, como por exemplo, um jogo da memória de animais, meios de comunicação, transportes, alimentos, tudo da realidade da criança, assim organiza simbolicamente e faz uma relação com o seu cotidiano, assim atribui os símbolos as palavras.

Nessa fase de alfabetização o professor não pode ser rígido de mais, e ficar no codificar e decodificar, o processo de alfabetização tem que acontecer de forma prazerosa, tanto para o professor quanto para o aluno.

Considerações finais

(16)

Perante tudo o que foi abordado pode-se dizer que o processo de alfabetização é amplo e complexo, e vai muito além de escrever e ler, a alfabetização tem que ser vista e trabalhada de forma continua, e o professor no seu papel mediador deve considerar e fazer uso das experiências e conhecimentos prévios de sua criança.

Essa pesquisa nos acrescentou muito em questão de conhecimento, mas, acima de tudo, nos mostrou que o professor tem de ser um eterno pesquisador, buscando no conhecimento científico soluções para questões do seu cotidiano.

Pois apenas através do conhecimento é que nós, professores – pesquisadores podemos transformar o nosso fazer, fazendo a diferença com nossas crianças e torná-las sujeitos questionadores.

O professor dever saber que não existe método certo ou errado, o que existe são métodos que devem ser selecionados, trabalhados com confiança para que atenda a necessidade de cada sujeito, atingindo assim o maior propósito que é uma educação de qualidade.

Referencias Bibliográficas

CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. 4 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

PEREZ, Carmem Lúcia Vidal; GARCIA ,Regina Leite. Revisitando a pré- escola. 4ed. Revista - São Paulo: Cortez, 2000.

FERREIRO, Emilia;TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel Ferraz Pereira (orgs). Infância e produção Cultural. 3 ed. Campinas, SP: Papirus, 2003.

LOWENFELD, Viktor; BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: mestre Jou, 1977.

FONTANA, Roseli. Psicologia e Trabalho Pedagógico. São Paulo: Atual,

1997.

(17)

GONTIJO, Cláudia Maria Mendes, Cleonora Maria Schwatz. Alfabetização:

teoria e Prática. Curitiba, PR: Sol, 2009.

FRANCHI, Egê Pontes. Pedagogia da Alfabetização: da oralidade á escrita.

3.ed.São Paulo:Cortez.1991.

Referências

Documentos relacionados

No início da alfabetização, a leitura se faz importante para que a criança conheça a leitura do seu mundo. Essa leitura de mundo é mais importante que a escrita, pois

Os atiradores norte-americanos que entram em escolas, no cinema, o caso do atirador de Realengo e o acidente (possível suicídio) no Colégio São Bento, no Rio de Janeiro,

Na região de temperatura de medida este parâmetro é aproximadamente constante e independente da temperatura (figura 6). A partir dos parâmetros intragranulares pode- se estimar,

A contribuição de Kelsen vai na direção de libertar o pensamento jurídico de uma prisão conservadora sustentada pela religião católica, como acontece em Carl Schmitt,

☺ Após o segundo toque deverás permanecer junto à sala de aula, em silêncio, até que o funcionário confirme que o professor não se encontra na escola

Sistema-teste: qualquer animal, planta, microorganismo, bem como, outro sistema celular, subcelular, químico ou físico, ou combinação destes, incluindo os sistemas ecológicos

Métodos padronizados para a determinação de CK usando a "reação reversa" e ativação por NAC foram recomendados pela Sociedade Alemã de Química Clínica (DGKC) e

a) 01 (uma) cópia digitalizada do Trabalho de Conclusão de Curso. Caso opte por enviar apenas o resumo do trabalho, o SINDINFO/ES poderá, a seu critério,