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A RODA DE CONVERSA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Academic year: 2022

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A RODA DE CONVERSA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

BATISTA, Aline da Silva Fidelix1 CURCIO, Débora Miranda2 FREITAS, Nayara Ferreira de3 RAVANI, Leticia Aparecida Prucoli4 PINHEIRO, Claudia Aparecida Vieira 5

INTRODUÇÃO

A Educação Infantil é concebida, hoje, como a primeira etapa da Educação Básica, tendo assim, grande importância no desenvolvimento da criança e de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, essa etapa deve

“garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens” (BRASIL, 2010, p.16).

Para isso, a criança deve ser entendida como um ser ativo, capaz de pensar e agir em sociedade. Não devem ser vistas como um ser inacabado, pois, a todo o momento, produzem conhecimentos e constroem sua própria concepção diante da realidade.

Como seres históricos, socioculturais, as crianças são possuidoras de uma particularidade em relação às outras categorias geracionais, [...] suas especificidades permitem entendê-las não como um “adulto em miniatura” [...], mas como um ser que é capaz de formular sentidos sobre o mundo que a rodeia e de interagir com ele [...]

(TUSSI; TOMAZZETTI, 2010, p.5)

Para possibilitar que a criança cumpra seu papel de sujeito ativo e consciente na sociedade, que saiba construir e expor sua opinião, é necessário que essa tenha a possibilidade de se expressar e que aprenda a falar e ouvir. Dentro dessa perspectiva, as instituições de Educação Infantil devem estar atentas a propiciar

1 Graduanda do Curso de Pedagogia do Centro Universitário são Camilo-ES, alinesfbatista@hotmail.com;

2 Graduando do Curso de Pedagogia do Centro Universitário são Camilo-ES, d.mirandacurcio@hotmail.com;

3 Graduando do Curso de Pedagogia do Centro Universitário são Camilo-ES, nferreirafreitas@hotmail.com;

4 Graduando do Curso de Pedagogia do Centro Universitário são Camilo-ES, leticiaprucoli@hotmail.com;

5 Mestre em Políticas Sociais pela Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF, na área de Educação Política e Cidadania. Docente do curso de Pedagogia do Centro Universitário São Camilo – ES, Docente da Educação Infantil, professora formadora e Gerente de Gestão Escolar na Secretaria Municipal de Cachoeiro de Itapemirim-ES. claudiavieira1999@hotmail.com.

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momentos que possibilitem a interação entres as próprias crianças e entre as crianças e o professor, a fim de garantir que as opiniões e experiências delas sejam ouvidas e compartilhadas.

Desse modo, objetiva-se nesse trabalho apresentar uma estratégia essencial para promover a interação em sala de aula, principalmente na Educação Infantil: a roda de conversa. Para isso, serão elencadas algumas contribuições do uso da roda de conversa pelos professores, bem como a importância dessa para o desenvolvimento das crianças, a fim proporcionar reflexões capazes de despertar, nos profissionais da área, o interesse pela inserção da prática no cotidiano escolar.

METODOLOGIA

Para realização do trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, com a seleção de documentos com embasamento científico, tendo como autores e pesquisadores, Flores (2010), Vargas; Pereira; Motta (2016), Tussi;

Tomazzetti (2010). Para fundamentação empírica da pesquisa, utilizou-se também a observação de uma prática aplicada com turmas da Educação Infantil, em trabalho realizado durante o projeto São Camilo Volta à Comunidade.

A RODA DE CONVERSA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA SALA DE AULA

As crianças possuem histórias próprias, portanto, trazem para o ambiente escolar suas visões de mundo, experiências, culturas e conhecimentos. Por estarem inseridas dentro de um contexto social, as crianças possuem uma bagagem individual, que as caracterizam como sujeitos de direitos que são. Desse modo, o professor, ao realizar o seu planejamento, deve pensar na criança como esse ser completo, buscando a melhor maneira de trazer seus conhecimentos prévios para a sala de aula.

A roda de conversa é uma prática que tem como característica, além de possibilitar o diálogo entre os alunos,

[...] reunir indivíduos com histórias de vida diferentes e maneiras próprias de pensar e sentir, de modo que os diálogos, nascidos desse encontro, não obedecem a uma mesma lógica. São, às vezes,

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atravessados pelos diferentes significados que um tema desperta em cada participante. (WARSCHAUER, 1993, p.46 apud FLORES, 2010, p.11)

Dessa forma, a roda de conversa pode ser uma estratégia utilizada pelos professores como elemento de rotina, a fim de que haja uma aprendizagem pela partilha de experiências. Além disso, na Educação Infantil, segundo Vargas; Pereira;

Motta,

[...] as rodas de conversa oportunizam também o aprender a conversar, o falar, o saber ouvir, a reflexividade e, sobretudo, impulsiona a criticidade, a argumentação e o diálogo. Os participantes da roda aprendem a exercer a escuta ao outro, a ouvir de forma respeitosa as hipóteses, conhecimentos e vivências que o outro fala ao grupo. (VARGAS; PEREIRA; MOTTA, 2016, p.130) Assim, “de todas as atividades da sala de aula, a hora da roda pode ser a mais importante, em termos de atmosfera sócio moral. ” (DEVRIES; ZAN, 1998, p.115 apud FLORES, 2010, p.9), pois, é o momento que possibilitará a exposição de pontos de vista diferentes, de diferentes vivências e pensamentos, de modo que a criança é levada a aprender, a ouvir e a respeitar as diversas ideias, crenças e tudo aquilo que contradiz à sua maneira de pensar.

Entretanto, para que a roda de conversa funcione como momento de aprendizagem e de valorização das diferenças, é fundamental a atuação do professor, visto que é necessário que este seja quem vai coordenar o momento para que todos tenham a mesma possibilidade de se expor e sejam igualmente respeitados. Segundo Flores,

O professor exerce o papel de moderador, de coordenador da roda, com o objetivo de ensinar a estrutura e as regras de funcionamento da roda de conversa, garantindo, também, que todos tenham voz e vez de expressar seus pontos de vista, suas vivências, suas histórias, suas perguntas; que sejam ouvidos; que esperem em silêncio sua vez de falar, prestando atenção no que os demais interlocutores estão dizendo e, além disso, contribuir, também ele, professor, para o prazer e o interesse pela conversa, pelos diversos assuntos e pontos de vista de que ela é feita. (FLORES, 2010, p.10) Além das contribuições quanto ao respeito ao próximo e o exercício do diálogo e da criticidade, a roda de conversa também traz grandes vantagens à atuação do professor em sala de aula, uma vez que, “[...] oportuniza as professoras, entre outros aspectos, conhecer a turma, cada criança em particular e apurar sua escuta e olhar

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observador as manifestações das crianças.” (VARGAS; PEREIRA; MOTTA, 2016, p.

136).

Com a finalidade de verificar a usabilidade da teoria aqui apresentada no cotidiano escolar, a estratégia roda de conversa foi aplicada em três turmas de Educação Infantil, em escolas distintas, durante o projeto São Camilo Volta à Comunidade. Para a sua realização, utilizou-se como ponto de partida a leitura de histórias. Em seguida, as crianças foram levadas a dialogar sobre diversos temas e valores presentes na história, como sonhos, medos, respeito, responsabilidade, curiosidades, situações da vida cotidiana, entre outros.

Em ambas as turmas se notou que a roda de conversa realmente se mostrou um momento de grande aprendizagem, uma vez que aumentou o interesse e a atenção da criança pelo que estava sendo discutido. Além disso, as crianças observadas demonstraram que, com uma boa mediação, aprende-se, na roda de conversa, a respeitar a vez do outro e a sua opinião diante dos assuntos, valorizando e estimulando a imaginação e a criatividade de cada educando.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A criança é um ser histórico que, mesmo com pouca idade, traz consigo uma bagagem cultural que a caracteriza. Dessa forma, a Educação Infantil deve ser um espaço em que a criança possa conviver com as diferenças culturais e sociais, onde possa falar e ser ouvida.

A roda de conversa é uma estratégia que possibilita um momento de diálogo, onde a aprendizagem se faz pela escuta das vivências e pensamentos do outro.

Dessa forma, a roda de conversa se torna um importante aliado para cumprir os princípios éticos da Educação Infantil, de modo que, através das interações e com a mediação do professor, as crianças são levadas a compreender os valores de respeito e valorização das singularidades.

Além disso, essa estratégia, tendo como foco principal a fala da criança, proporciona o desenvolvimento cognitivo e social dessa, que se fará cada vez mais atuante e disposta a compartilhar aquilo que pensa e sente.

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Portanto, a roda de conversa é fundamental no cotidiano da Educação Infantil, uma vez que possibilita que todos participem ativamente e aprendam a se expressar, para que haja, assim, a formação de alunos que atuem criticamente na sociedade e que tenham enraizados os valores de respeito ao próximo.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica.

– Brasília : MEC, SEB, 2010. 36 p.

FLORES, Sabrina Bezerra. Roda de Conversa e Resolução de Conflitos na Educação Infantil. 2010. 30f. Dissertação (Graduação em Pedagogia) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

Disponível em:

<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/27401/000764732.pdf?..> . Acesso em: 17. jun. 2016.

TUSSI, Dorcas; TOMAZZETTI, Cleonice Maria. As crianças, as infâncias, e a Educação Infantil: concepções atuais. In: SEMANA DA PEDAGOGIA UNIFRA,

2010, Santa Maria, RS. Disponível em: <

http://www.unifra.br/eventos/pedagogia2010/Trabalhos/277.pdf>. Acesso em 16. jun.

2016.

VARGAS, Vanessa Alves; PEREIRA, Vilmar Alves; MOTTA, Maria Renata Alonso.

Reflexões sobre as Rodas de Conversa na Educação Infantil. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 18, n.33, p.122-143, jan./jun. 2016. Disponível em:

<https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/1980- 4512.2016n33p122/31493>. Acesso em: 18. jun. 2016.

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