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História da Filosofia Moderna

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Academic year: 2021

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História da Filosofia

Moderna

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1. Apresentação 4

A Filosofia Moderna 5

1.2 História 6

1.3 Características 6

1.4 Dogmatismo 8

1.5 Ceticismo 11

2. Escolas da Filosofia Moderna 14

2.1 Racionalismo 15

2.2 Empirismo 16

3. Galileu Galilei 19

4. Descartes 22

4.1 O Método Cartesiano 22

4.2 Filosofia e Ciência 24

4.3 O Discurso do Método – 1637 24

5. Thomas Hobbes 26

6. Revolução Científica 29

Material Complementar 31

Anexos 32

7. Atividade de Fixação 34

8. Referências Bibliográficas 37

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1. Apresentação

Fonte: www.todamateria.com.br 1

rezados (as) aluno (as),

Na presente apostila iremos es- tudar sobre a filosofia moderna. Es- tudaremos a história, características e conceituaremos o dogmatismo e o ceticismo.

No capítulo seguinte aborda- remos sobre as escolas da filosofia moderna e os períodos de raciona-

1 Retirado em www.todamateria.com.br

lismo e empirismo, citando os filóso- fos responsáveis pelos pensamentos modernos e sua relevância na socie- dade. Ao final estudaremos sobre a filosofia moderna pelos filósofos Ga- lileu Galilei e Descartes, veremos também sobre o método cartesiano, o discurso do método e a revolução cientifica frente a filosofia moderna.

P

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA Caso apresente alguma dú- vida, não deixe de encaminhar as suas perguntas ao setor pedagógico por meio do protocolo ou atendi- mento aos alunos. Bons estudos!

A Filosofia Moderna

A filosofia moderna pode ser conceituada como uma extensa cor- rente de pensamento com começo no século XV e perdurou até o século XVIII.

O início da filosofia moderna se deu no começo do século XI e seu fim ocorreu no século XVIII com a chegada da filosofia contemporânea.

René Descartes foi um dos filósofos que marcaram o começo da filosofia moderna e sua principal marca foi o incentivo ao humanismo, que se deu pelo começo do renascentismo e pelo maior valor trazido a razão por causa do ceticismo que se desenvol- veu na época.

De acordo com Moura, pode- mos ver que:

Como é um fato que o passado da filosofia é relevante para a reflexão do presente – dirá GUEROULT –, o estudo da his- tória da filosofia tem interesse para a filosofia, e essa história, bem compreendida, é sempre uma história SAPIENTIAE, que nos mostra o passado como contemporâneo ao presente – sem com isso deformá-lo. A his-

tória da filosofia pode ser tanto ciência rigorosa quanto disci- plina filosófica, e o estrutura- lismo – assegura GOLDSCH- MIDT – pretende ser um mé- todo ao mesmo tempo científico e filosófico. (MOURA, 1988)

Os filósofos do passado se per- guntavam: “o que é a verdade? O que é o conhecimento?” sendo assim, os modernos começaram a questionar da seguinte forma: “como se dá o co- nhecimento verdadeiro?” e “como ter acesso ao pleno conhecimento?”.

É recorrente vermos que os historia- dores acerca da filosofia busquem separar a filosofia renascentista e o iluminismo da filosofia moderna, mas a filosofia foi concebida de um e gerou o outro, para compreendê-la é necessário conhecermos os pensa- mentos que levaram à modernidade.

(PORFÍRIO, 2020)

Teremos ainda que perguntar até onde vai nosso direito de co- locar as filosofias passadas num dia que é nosso, se podemos nos gabar, como dizia Kant, de compreendê-las melhor que elas próprias o conseguiram, e enfim, até que ponto a filosofia é dona do sentido. Entre nós e o passado, entre nós e o Oriente, entre a filosofia e a religião pre- cisaremos, cada vez, aprender novamente a encadear o hiato e reencontrar a unidade indireta.

O leitor verá, então, ressurgir a

interrogação que formulamos

no início, pois ela não é prefácio

à filosofia, mas a própria filoso-

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6

fia. (MERLEAU-PONTY, 1980)

Frente a citação acima apre- sentada, vemos que é necessário en- tendermos aonde vai nosso direito de enxergar a filosofia passada como algo do presente, afim de compre- endê-la melhor.

1.2 História

A filosofia moderna está loca- lizada no fim da idade média e com o fim do sistema feudal da época.

Tudo culminou para a vontade de atingir o saber a partir de outros meios, de forma mais racional e em- pírica.

O fim da idade média e queda de todo o sistema feudal são épocas que marcam o começo da filosofia moderna, a busca pelo saber e pela razão com o fim da época medieval e a cons- tante diminuição do domínio pela igreja acabaram por levar os cientistas e pesquisadores a encontrarem outras forma de atingir a sabedoria de forma a pensar racionalmente e desvin- cular das influências trazidas religiosamente, as marcas da idade média. (PORFÍRIO, 2020)

Com o aumento do pensa- mento movido pela razão, o mundo começou a enfrentar algumas trans- formações, como:

 A reforma religiosa;

 O começo do renascentismo;

 Primeiros estados modernos;

 Regimes absolutistas;

 Começo da burguesia;

 Começo da imprensa.

As grandes descobertas na fí- sica (entre outras ciências) foram caracterizadas pelo antropocen- trismo. O antropocentrismo nos traz o conceito do homem como o ideali- zador e o centro de toda a produção da ciência e a busca por todas as res- postas racionais que podem ser pro- vadas de forma científica, represen- tando a nova forma de se buscar e atingir o conhecimento e atingir mé- todos de pesquisa ainda mais desen- volvidos na época. (CRUZ, 2019) 1.3 Características

Figura 01. David Hume (1711 – 1776)

Fonte: revistazunai.com.br

A filosofia moderna é ampla-

mente marcada pelo ceticismo em

contraponto as crenças da época (re-

ligiosas e costumeiras) e pelo maior

valor empregado a razão frente a

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA emoção, levando a estabelecer limi- tações para o conhecimento do ho- mem, pois pela visão dos filósofos não conseguimos ter certeza de tudo apenas pela fé, é necessário estuda- mos os assuntos por meio da ciência e métodos comprovados para conse- guirmos um conhecimento con- creto, irrefutável e científico, apenas assim podemos enxergar o mundo e dar mais relevância para a existência entre a política e o saber. No tempo da filosofia moderna, podemos citar os presentes filósofos e pensadores:

(CRUZ, 2019)

 Galileu Galilei;

 Isaac Newton;

 René Descartes;

 David Hume;

 Francis Bacon;

 John Locke;

 Thomas Hobbes;

 Baruch de Spinoza.

Frente a filosofia moderna, é possível observarmos como duas grandes correntes episte- mológicas da modernidade o racionalismo e o empirismo, além de destacar, como figura principal da teoria política mo- derna, o contratualíssimo, que influenciou fortemente o pen- samento iluminista e teorias políticas posteriores, como o socialismo e o liberalismo. Ou- tra característica que não pode ficar de lado para o entendi- mento da Filosofia desenvol- vida na Modernidade é o cienti- ficismo, fruto das novas ideias trazidas, principalmente, por

Galileu e por Newton, que ates- tam o valor do método cientí- fico e da necessidade de uma análise rigorosa da natureza para entendê-la e dominá-la.

(CRUZ, 2019)

Figura 02 – O homem vitruviano, Leonardo da Vinci, 1492

Fonte: academiadefilosofia.org

O “Homem Vitruviano” é da- tado de 1490 e é uma das obras mais famosas de Leonardo Da Vince. A fi- gura nos mostra as proporções ide- ais de acordo com ideais divinos, fa- zendo uso do número PHI difundido pelos gregos.

Para a filosofia o homem Vi-

truviano mostra que as proporções

divinas fazem uso de muitos signifi-

cados como a numerologia sagrada e

a divindade. Vemos então que a fi-

gura do ser humano está presente

nas formas geométricas, mostrando

que estamos de acordo com as leis

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8

universais e preceitos físicos.

(CRUZ, 2019)

A filosofia pode ser vista por nuances diferentes ao ser analisada entre o século XV e XX, tudo depen- derá do momento a ser estudado e de qual escola filosófica estaremos observando.

Algumas das principais carac- terísticas da filosofia moderna são o antropocentrismo e o humanismo, que vem nos dizer que o homem é o grande responsável e o centraliza- dor/norteador das pesquisas empí- ricas e o único adequado por funda- mentar cada escolha tomada. A se- guir abordaremos sobre duas gran- des características, sendo elas o dog- matismo e o ceticismo.

1.4 Dogmatismo Dogma

Ponto fundamental ou mais importante de uma doutrina religi- osa que se apresenta como algo in- discutível ou inquestionável.

Fonte: www.dicio.com.br

A filosofia moderna apresenta o dogmatismo como uma forma de crer sem contestar, acreditando de forma absoluta e verdadeira em algo. A origem de dogmatismo re- mete a Grécia Antiga, época em que os filósofos diziam que suas crenças eram irrefutáveis. Atualmente nos- sos dogmas dos tempos modernos tem influência dos tempos passados, pois muitos deles como a teoria de Darwin foram necessários para con- tar a história dos seres humanos.

Acreditar em um dogma e seguir o dogmatismo é estar se contrapondo ao ceticismo, os dogmas podem ser visto em diversas áreas além da filo- sofia moderna, como por exemplo nas ciências jurídicas e no sendo co- mum. (CHÉROLET, 2019)

Os dogmas podem ser vistos pela religião pelas crenças que inter- ferem fortemente na vida dos fiéis e de toda a comunidade religiosa da- quela sociedade. Em nosso país, te- mos registro de muitas religiões, como: católica, evangélica, budista, entre outras como apresentaremos na tabela a seguir.

Católica: 50%

Evangélica: 31%

Não tem religião: 10%

Espírita: 3%

Umbanda, candomblé 2%

Outra: 2%

Ateu: 1%

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA

Judaica: 0,30%

Cada religião tem seus princí- pios, virtudes e verdades a serem se- guidas, cada fiel decide no que acre- ditar e quais dogmas serão verdades incontestáveis em sua vida. Como exemplo podemos citar o espiri- tismo, nesta religião o fiel crê que a vida não irá terminar após a morte física, sendo assim essa é uma ver- dade que será pregada aos seus se- guidores e por meio da aceitação de uma verdade que não será questio- nada teremos um dogma. Na bíblia cristã foram deixados vários dogmas por Jesus, estes são irrevogáveis e inquestionáveis por qualquer auto- ridade religiosa, e nem mesmo o Papa pode interpretá-las de formas diferentes do que estão prescritas.

Sendo assim, podemos concluir que os dogmas em uma religião são leva- dos muito a sério e com muita fir- meza. Na época da idade média a in- quisição tinha o objetivo de punis os hereges 2 , aqueles que questionavam verdades religiosas. A filosofia é uma palavra que tem sua origem na Grécia, e seu significa é “O amor pela sabedoria”, sendo assim, se funda- menta no conhecimento da verdade e existência do ser humano. Platão defendia de forma dogmática que a

2 Que ou quem professa uma heresia; que ou quem professa doutrina contrária ao que foi es- tabelecido pela Igreja como dogma.

alma tinha a característica de ser imortal e até hoje há essa crença. No meio cientifico ainda há dogmas com fulcro na razão que ainda são usados nos tempos modernos, como por exemplo as ideias de Immanuel Kant. As ideias trazidas por Kant vem dizer que a própria ciência/ra- zão ficará em contradição consigo mesma ao encontramos provas que refutem teorias anteriores, sendo as- sim vemos que a ciência é algo que está em constante mudança e uma verdade absoluta hoje por ser con- traposta com novas evidencias no futuro. (CHÉROLET, 2019)

Há três formas de estudamos o dogmatismo, são elas as apresenta- das a seguir:

Dogmatismo racional

É o dogmatismo praticado pela filosofia que acredita na possi- bilidade de se alcançar verda- des absolutas. As coisas podem ser aceitas sem questionamen- tos se estiverem baseadas em princípios.

Dogmatismo irracional

Associado às diferentes deno- minações religiosas, é o con- junto de dogmas ou verdades da fé que não podem ser questi- onados. A verdade absoluta pode ser alcançada por meio da fé ou da revelação.

Dogmatismo Ingênuo

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É o dogmatismo do “senso co- mum”. São todas as posições que assumimos em nosso dia-a- dia a partir de uma primeira impressão ou de outros dogmas aceitos sem nenhum questiona- mento.

Apesar dos inúmeros sentidos possíveis, existe um problema que aparece em todas as defini- ções de dogmatismo: nossa re- lação com o conhecimento. Afi- nal, acreditamos em verdades absolutas ou questionamos tudo ao nosso alcance? Essa verdade vem do meu raciocínio individual e autônomo ou é aceito de alguma autoridade?

(FILHO, F. 2020)

De acordo com o senso co- mum, dogma é o modo de pensar onde determinado grupo de pessoas se baseia em um conhecimento sem base científica, algo que foi apren- dido com a vida por meio de experi- ências de observações. O conheci- mento dogmático se contrapõe a ci- ência, são saberes que são passados de geração para geração, apenas como base no senso comum do povo, é algo que faz parte da cultura e tem como objetivo nortear a moral de uma sociedade mesmo que não use de comprovação científica para isso.

Mesmo que um dogma seja desmis- tificado, continua sendo passado para outras pessoas como forma de estar dando continuidade naqueles saberes culturais por meio da crença. Dogmas não estão presentes apenas nas religiões, como outros

exemplos podemos citar o de um agricultor que mesmo sem o uso de tecnologias sabe quando a terra está fértil e apta para o plantio ou as crenças de uma cozinheira que ape- sar de não ter cursos extensos em áreas da culinária sabe como prepa- rar a comida da melhor maneira apenas pelo conhecimentos que fo- ram passados a ela de forma cultu- ral. Outro exemplo são as benzedei- ras que compartilham de seus co- nhecimentos sobre ervas e chás me- dicinais para ajudar os outros. Atu- almente podemos citar também o chamado de dogmatismo jurispru- dencial, que está voltado para as ci- ências jurídicas e com a elaboração e aplicação das leis e seu devido cum- primento. Dogmas jurídicos são ver- dades que não serão contestadas e serão usadas para a decisão de de- terminados julgamentos onde pode- rão ser aplicadas, um magistrado ao julgar um assassinato deverá pesar os dogmas de sua profissão, agindo com imparcialidade a todo instante.

(CHÉROLET, 2019)

A dogmática jurídica tem como

dogma prefixado a norma jurí-

dica. Tal dogma constitui-se de

determinadas interpretações da

realidade que não devem ser

questionadas e, caso o sejam,

devem ater-se aos parâmetros

fixados pelas próprias normas

jurídicas (como, por exemplo,

no caso de arguição de inconsti-

tucionalidade material de lei

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA

ordinária ou incompetência do órgão legislativo), sem prejuízo para a coerência interna do sis- tema normativo como um todo.

A forma inquestionável dos pontos de partida, contudo, não significa que os dogmas jurídi- cos sejam interpretações estáti- cas da conduta social, uma vez que eles precisam ser constan- temente revistos a fim de acom- panhar a mutabilidade inerente àquela conduta. A dogmática jurídica consiste exatamente no manejo das regras que garan- tem que esses processos de re- visão e atualização permanece- rão dentro dos limites fixados pelas próprias normas jurídi- cas, estabelecendo modos in- terpretativos e integradores para adaptação da norma ao fato. (ADEODATO 3 , 2002)

1.5 Ceticismo

O ceticismo pode ser conceitu- ado como a teoria de que não pode- mos acreditar verdadeiramente em nada. Sendo assim, o homem deve estar em um estado de constante questionamento com tudo que lhe é apresentado, seja fenômenos natu- rais, metafísicos, conceitos pregados religiosamente, entre outros. Com o decorrer dos anos o ceticismo foi di- vidido em duas correntes de pensa- mento, sendo elas: O ceticismo filo- sófico e o científico. O primeiro (filo- sófico) veio buscar a ampliação de

3 ADEODATO, João Maurício. Ética e retó- rica: para uma teoria da dogmática jurídica. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 31.

ideias teóricas e começou a refutar as verdades pregadas na época, bus- cando outros métodos para atingir o conhecimento e a verdade. O ceti- cismo filosófico teve como objetivo fazer uma reanálise da concepção da verdade. O ceticismo cientifico não é idêntico ao filosófico, pois a corrente que fala acerca do científico é re- cente, nela as pessoas se baseiam puramente nas práticas científicas para validar suas ideias, de forma a conseguir maior validade e certifica- ção empírica. (JÚNIO, 2020) Sobre o ceticismo, Hume nos ensina que:

A grande destruidora do ceti- cismo de princípios excessivos, é a ação, e os afazeres e ocupa- ções da vida cotidiana. Tais princípios podem florescer e triunfar nas escolas, onde, de fato, é difícil refutá-los, se não mesmo impossível. Mas tão logo deixam a sombra e são co- locados, pela presença dos ob- jetos reais que estimulam nos- sas paixões e sentimentos, em confronto com os princípios mais poderosos de nossa natu- reza, desvanecem como fumaça e deixam o cético mais empe- dernido na mesma condição que os demais mortais.

(HUME, 1999)

A busca pelas evidências

científicas acontece com muita fre-

quência na área da saúde/médica,

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visto que as técnicas não podem de forma alguma colocar a vida de al- guém em risco. No campo do ceti- cismo, há os desenganadores, estes buscam combater os charlatões.

Praticantes do charlatanismo vem trazer mentiras e fatos não científi- cos para a sociedade, de forma a en- ganar as pessoas e lucrar com isso.

De toda forma, o ceticismo pode se tornar um vício e quem o pratica pode se tornar fanático por encon- trar comprovações para tudo cienti- ficamente ou tecnologicamente.

(JÚNIOR, 2020)

Figura 04. PASCAL.

Fonte: estadodaarte.estadao.com.br

Pascal foi um exímio pesquisa- dor, teólogo e filósofo francês. Sobre o ceticismo, acrescenta:

Ninguém tem certeza – fora da

fé - se está acordado ou dor- mindo, visto que durante o sono acredita-se estar acordado com tanta firmeza como quando o fazemos. Como mui- tas vezes se sonha que se está sonhando, sobrepondo um so- nho a outro, não pode acontecer que está metade da vida seja ela própria apenas um sonho, so- bre o qual os outros são enxer- tados, e de que acordamos no momento da morte, durante o qual temos tão pouco os princí- pios da verdade e do bem quanto durante o sono natural?

(PASCAL, 2005)

Ao analisarmos a teoria cética,

vemos que a verdade não existe. En-

tretanto, essa linha de raciocínio nos

coloca em contradição com a filoso-

fia, visto que a inexistência de uma

verdade PODE ser considerada uma

afirmação concreta. Ou seja, ao afir-

mar algo tem-se uma verdade (in-

contestável ou não). Sendo assim os

filósofos céticos buscaram encontrar

algumas hipóteses para a verdade,

mas não é favorável pensar sobre

algo ser legítimo ou não, devendo

permanecer em um estado de dú-

vida. (ALVES, 2019)

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2. Escolas da Filosofia Moderna

Fonte: www.eusemfronteiras.com.br 4

urante o período da filosofia moderna houve a criação de escolas em relação a teoria do co- nhecimento, sendo elas o raciona- lismo e o empirismo.

O iluminismo agiu junto ao co- nhecimento e a moral política, sendo uma marca da modernidade. Outra grande característica da moderni- dade é o ceticismo frente aos assun-

4 Retirados em www.eusemfronteiras.com.br

tos religiosos, políticos, entre ou- tros. Plínio foi um grande pesquisa- dor sobre o ceticismo e pode con- cluir que essa corrente de pensa- mento buscava se contrapor ao dog- matismo e aos conceitos trazidos pe- las verdades absolutas. Com a ideia de romper com o absolutismo feudal e com o domínio eclesial da hegemo- nia do pensamento, a era do Ilumi-

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA nismo veio com variadas correntes de pensamento que trouxeram inú- meras novas interpretações do mundo e do direito – o que ajudou a moldar a forma inicial do estado ca- pitalista como conhecemos atual- mente.

Thomas Hobbes foi o filósofo moderno defensor da permanência das matrizes do absolutismo na Eu- ropa, porém, seu pensamento serviu de base para o desenvolvimento do liberalismo e da nova ideia do jusna- turalismo.

Sua maior e principal corrente filosófica é o chamado empirismo, que se trata do estudo de todas as coisas com base no seu espaço e no seu movimento. Thomas Hobbes vai na contramão à ideia aristotélica do ser humano ser uma criatura sociá- vel e que a sociedade é construída da cooperação entre os homens. Sendo assim, o homem só aceitou viver em sociedade porque o seu estado natu- ral era beligerante, e por temer o seu fim dentro deste estado de conflito permanente, foi realizado uma con- venção social para que eles vivam em uma sociedade organizada sob o comando de um líder. As leis natu- rais no pensamento de Hobbes tem um caráter imutável e eterno, sendo a sua existência anterior ao contrato de convívio social.

Para Hobbes, a maior e mais alta expressão da justiça está no

cumprimento das determina- ções do soberano, na medida em que os homens alienaram seus interesses pessoais àquele que lhes dá em troca a segu- rança e a paz. Mas, ao mesmo tempo, essa submissão ao po- der estatal não nega o fato de que haja uma lei da natureza, que se expressa pela razão, e que, justamente pelas insufici- ências dos homens em concre- tizá-la em estado de natureza, é suplantada pela lei civil do so- berano. Se Hobbes peculiar- mente é um absolutista e con- tratualista, é também uma es- pécie de jusnaturalistas que tem por justo o direito estatal (MASCARO, 2018).

2.1 Racionalismo

O racionalismo foi uma cor- rente de pensamento muito impor- tante para a filosofia moderna, seu início foi durante o renascentismo, todavia Platão já idealiza o princípio da causalidade. Seu principal obje- tivo é dissertar e teorizar sobre o modo de conhecer do homem, sendo assim outros elementos que não te- nham fundamento empírico não po- dem ser vistos como verdadeiros e não são aceitos. Para os adeptos das ideias racionalistas as ideias tem ori- gem na racionalidade, trazendo uma concepção inata, ou seja, o ser hu- mano é aquele que concebe as ideias a partir de seu intelecto. (PORFÍ- RIO, 2020)

Alguns filósofos racionalistas

que podemos citar no estudo são:

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16

 Descartes;

 Spinoza;

 Leibniz.

Rousseau buscou em toda a sua obra um equilíbrio, acenando a nem se posicionar ao extremo da re- ligião nem exercer o racionalismo constante. Sobre os aspectos do ho- mem na natureza e na sociedade de Rousseau, nos ensina que:

Para Rousseau, o homem natu- ral é um homem bom que a so- ciedade corrompeu, sendo ne- cessário libertá-lo do contrato de sujeição e de privilégios, para se estabelecer um contrato social legítimo, conforme a ra- zão (REALE, 2002).

O racionalismo diz que o co- nhecimento humano é concebido pelo intelecto do homem, sendo as- sim, as experiências práticas aca- bam por não ter um conhecimento cognitivo, sendo passíveis até mesmo de nos levar a erro por uma impressão errônea. (PORFÍRIO, 2020)

De acordo com Porfírio, vemos que as ideias racionalistas surgiram em um contexto renascentista, sendo assim o autor afirma que:

É no contexto do Renascimento que as ideias racionalistas co- meçam a ganhar força na Eu- ropa. Defendendo um retorno aos ideais da Grécia Antiga e uma valorização do conheci-

mento humano, os renascentis- tas operaram uma significativa revolução cultural em sua época. Invenções do período, como a imprensa, impulsiona- ram também a vontade de co- nhecer. A ciência começa a tor- nar-se mais específica e revela novas descobertas na passagem do Renascimento para a Mo- dernidade, o que coloca no cen- tro das discussões filosóficas a seguinte pergunta: como é pos- sível o conhecimento? Esse questionamento, que surge no início da Modernidade por conta do desenvolvimento inte- lectual renascentista, faz surgir a epistemologia ou teoria do co- nhecimento, tendo como prin- cipais divisões, no decorrer desse período, o racionalismo e o empirismo. (PORFÍRIO, 2020)

2.2 Empirismo

O empirismo bem como o raci- onalismo tem como objetivo a inves- tigação dos problemas filosóficos so- bre o conhecimento, para isso são feitas algumas perguntas base como:

 Qual seria a origem do conhe- cimento humano?

 Como esse conhecimento é ad- quirido?

 Quais seriam seus limites?

O filósofo John Locke diz que

que o homem é como uma folha

branca quando nasce, e as experiên-

cias da vida e a convivência com a

sociedade é o que molda o caráter, é

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17

HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA a experiência com o mundo exterior que vem preencher essa folha em branco.

Locke é um dos defensores do direito natural, que assumem, em sua perspectiva, uma faceta muito distinta daquela da visão clássica, aristotélica. Para Aris- tóteles, o direito natural é ad- vindo da própria condição so- cial humana. Mas Locke, sepa- rando um estado de natureza individual de um estado civil social, identifica o direito natu- ral não com a sociedade, mas sim com o estado de natureza individual, pois a lei natural, como diretriz para a conduta humana, aí já se apresenta (MASCARO, 2018).

A palavra “empirismo” pode ser utilizada para determinar as pro- postas que foram surgindo durante o período da filosofia moderna que teve como objetivo defender a ideia de que o conhecimento deve ser construído com base na experiência.

A origem da palavra está no termo EMPEIRIA 5 e tem o sentido de ex- periência para a língua portuguesa em analogia. Na Grécia Antiga havia a medicina empírica, que buscava entender o funcionamento da saúde pela observação de casos e aconteci- mentos semelhantes com outros pa- cientes. Os médicos não teorizavam

5 Conjunto de dados ou acontecimentos co- nhecidos através da experiência, por intermédio das faculdades sensitivas

6 David Hume (1711-1776) foi um filósofo, historiador, ensaísta e diplomata escocês. Tornou-

sobre as doenças do povo, buscando por vivenciar experiências médicas para aperfeiçoar o conhecimento, adotando medidas e técnicas especí- ficas para isso. (OLIVEIRA, 2004) Os principais pensadores do empi- rismo são John Locke e David Hume 6 .

Há, inicialmente na Filosofia, duas vertentes sobre a questão do conhecimento: o raciona- lismo e o empirismo. O Racio- nalismo e o Empirismo expres- sam em comum a preocupação fundamental face aos proble- mas do conhecimento, ponto de referência básico da Filosofia Moderna (MEIRO, 2011)

se conhecido por seu radical sistema filosófico ba- seado no empirismo, ceticismo e naturalismo.

Fonte: E-Biografia.

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA

3. Galileu Galilei

Fonte: revistagalileu.globo.com 7

alileu nasceu em 15 de feve- reiro de 1564, foi um exímio fi- lósofo, matemático e astrônomo e teve grande relevância para a filoso- fia moderna. Galileu foi fundamen- tal para toda a revolução científica nos séculos seguintes.

A maior parte de sua vida e obra foram em Pisa, Florença. O fi- lósofo foi pioneiro em desenvolver

7 Retirado em revistagalileu.globo.com

estudos que mostravam o movi- mento do pêndulo, estudando sua aceleração de forma uniforme. Foi responsável também pelas melhoras no telescópio refrator e isso o ajudou na descoberta das manchas solares e aspectos rochosos da lua. Suas des- cobertas astronômicas vão além, como as fases de vênus e os satélites de Júpiter. Tudo isso culminou para

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um grande desenvolvimento da ci- ência não apenas astronômica como também filosófica. Galileu defendia o empirismo, fazendo um corte com o método aristotélico que era mais usado na época. Galileu pode ser considerado hoje como o pai da ci- ência moderna. (MARCONATTO, 2018)

Galileu renovou a ciência abrindo mão do senso comum e da tradição, buscando fazer algo de forma livre e abdicando de tudo que o prendia a cultura, como a teologia por exemplo. Para Galileu a teologia e os preceitos religiosos não devem ser usados para nortear o conheci- mento científico. Sendo assim, a ci- ência deve ser analisada quantas ve- zes for preciso para que seja com- provada através de experimentos, para que assim as teorias sejam afir- madas ou refutadas. De acordo com o filósofo moderno, não devemos usar de livros sagrados para despre- zar o conhecimento que a natureza nos mostra todos os dias, pois essa é algo que precisamos estudar, a natu- reza deve ser analisada diariamente afim de compreendermos melhor sua essência e sua organização natu- ral. (MARCONATTO, 2018)

Sobre a importância de Galileu para a filosofia moderna, o autor Sandro Lima nos diz que:

Galileu, após publicar as suas ideias, teve de enfrentar uma

grande resistência por parte da Igreja, pois essa questionava as ideias de Aristóteles que, por conseguinte, questionava toda a filosofia cristã e seus dogmas.

Galileu, então, passou por todo um processo que visava julgar suas ideias como heréticas (contrárias aos dogmas da Igreja). Ao longo de muitos anos de sua vida foi condenado ao silêncio pela inquisição e teve que renegar as suas ideias perante o papa. Isto durou até a ascensão da burguesia euro- peia, quando a igreja perdeu parte do seu poder econômico.

Foi quando as ideias de Galileu ressurgiram com o movimento protestante, atestando assim o nascimento da ciência mo- derna. (LIMA, 2015)

Vemos então que Galileu Gali-

lei foi um grande norteador para as

ideias do mundo moderno, e um dos

motivos que o levou a isso é o fato de

ter conseguido a união de dois cam-

pos do saber que viviam separados,

unindo a experimentação ao raciocí-

nio lógico.

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22

4. Descartes

Fonte: www.todoestudo.com.br 8

escartes foi um grande filósofo francês nascido em março de 1596, é considerando um dos pais da filosofia moderna. Por ser notório na história da filosofia, até hoje suas obras são usadas para nortear o pen- samento de filósofos modernos.

Descartes deu início ao pensamento racionalista, usando um pensa- mento crítico amplamente baseado na razão. De acordo com o filósofo, duvidar de alguma coisa é o ponto principal e primordial para que pos- samos começar a buscar a verdade, ou seja, o conhecimento deve ser

8 Retirado em www.todoestudo.com.br

buscado através do questionamento por algo.

4.1 O Método Cartesiano O método cartesiano elabo- rado por Descartes tem como obje- tivo o desenvolvimento de uma solu- ção mais eficaz para que problemas encontrados no processo de conhe- cimento sejam solucionados.

Ou seja, busca resolver proble- mas encontrados na matemática, fi- losofia, entre outros campos de es- tudo.

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA

O plano é fixado em quatro passos para serem seguidos, são

eles: A evidência, a análise, a síntese e o controle.

Evidência Jamais acolher alguma coisa como verdadeira que não co- nhecer evidentemente como tal

Análise

Dividir cada uma das dificuldades que examinar em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem

para melhor resolvê-las.

Síntese

Conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos ob- jetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos

mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.

Controle Fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, a fim de ter a certeza de nada omitir.

Fonte: Esquema idealizado com as ideias de Domingues, 2002.

Com a metodologia do plano cartesiano, o filósofo tenta mostrar a evidência do “próprio ser” ao dizer

“penso, logo existo”. Sendo assim, vemos que a forma de buscar o co- nhecimento está pautada no ceti- cismo metodológico, levando o pes- quisador a alcançar o verdadeiro co- nhecimento sem aceitar insatisfação com os resultado obtidos. (DOMIN- GUES, 2002) Usando as palavras do próprio filósofo, vemos que:

Encontrar em geral os princí- pios, ou primeiras causas, de tudo quanto existe, ou pode

existir, no mundo, sem nada considerar, para tal efeito, se- não Deus só, que o criou, nem tirá-las de outra parte, exceto de certas sementes de verdades que existem naturalmente em nossas almas. (DESCARTES, 1979)

Figura 07 – O método esquematizado

Fonte: www.resumov.com.br

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De acordo com o esquema apresentado acima e as ideias expos- tas anteriormente, vemos que de acordo com Descartes, devemos se- guir a Teoria, partir para a análise, fazer toda a observação necessária até podermos concluir nossa pes- quisa por meio da confirmação.

4.2 Filosofia e Ciência

De acordo com Descartes, não há necessidade de separar o conhe- cimento científico da filosofia pois tudo pode ser visto como partes de um todo. Para o filósofo, o conheci- mento é como as raízes de uma ár- vore, é solidificado por si próprio e os galhos dessa árvore são as formas do conhecimento e as áreas onde po- demos estudar. A filosofia por essa visão é algo que serve de suporte para as outras ciências, não é algo abstrato e confuso, e sim determi- nado e responsável por solidificar as outras áreas do ensino. Descartes teve relevância no estudo da luz, inércia e somas infinitesimais, so- brepujados por Newton. Sua maior atuação além da filosofia foi na geo- metria, estabelecendo seu método cartesiano com bases geométricas, desenvolvendo assim a geometria analítica. Assim, conseguiu aplicar os métodos matemáticos afim de so- lucionar os problemas por etapas, de forma metódica e eficaz. René Des- cartes foi um grande estudioso no

campo da teologia, de forma a tentar provar a existência de Deus através da razão. No campo da medicina es- tudou sobre o sistema circulatório e nervoso, adentrando especifica- mente nos reflexos humanos. (DO- MINGUES, 2002) Algumas das re- flexões mais conhecidas do referido filósofo são: “Não existem métodos fáceis para resolver problemas difí- ceis” e “Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a ra- zão: todos estão convencidos de que a tem de sobra.” (DESCARTES, 1641)

4.3 O Discurso do Método – 1637

A publicação do livro “O dis-

curso do método” de descartes foi

um grande marco para o nascimento

da filosofia moderna, pois com essa

obra nasceu um novo modo de ana-

lisar os problemas e as maneiras téc-

nicas de solucioná-los. A partir de

então a filosofia começa a ser vista

como uma ciência onde grandes

obras são publicadas para a socie-

dade em geral. A obra foi escrita sob

o domínio da igreja católica, Descar-

tes pode ser considerado um pio-

neiro ao escrever sobre métodos de

se buscar a sabedoria que não fos-

sem os tradicionais católicos, onde o

conhecimento era guiado pela fé em

Deus e sob os dogmas religiosos.

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5. Thomas Hobbes

Fonte: www.infoescola.com 9

homas Hobbes foi um impor- tante filósofo moderno e con- tribuiu muito com seu estudo deta- lhado sobre o contrato social, tra- zendo uma teoria minuciosa e espe- cífica bastante necessária para aper- feiçoarmos o conhecimento sobre a sociedade e os conceitos de cidada- nia.

9 Retirado em www.infoescola.com

Hobbes era inglês, nascido no séc.

XVII e também é conhecido como um dos fundadores da ciência polí- tica e da filosofia moderna. Apesar de ter argumentos que pendessem para a monarquia absoluta, Hobbes foi altamente responsável por trazer ideias relevantes para o liberalismo europeu.

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA Em “O leviatã” Hobbes disserta so- bre a fundação do estado e a forma- ção de uma moral objetiva. (MA- CIEL, 2013)

Sobre o estado de natureza muito discutido por Thomas Hobbes, podemos ver que:

A maior parte daqueles que es- creveram alguma coisa a propó- sito das repúblicas ou supõe, ou nos pede ou requer que acredi- temos que o homem é uma cri- atura que nasce apta para a so- ciedade. Os gregos chamam-no ZOON POLITIKON; e sobre este alicerce eles erigem a dou- trina da sociedade civil como se, para se preservar a paz e o governo da humanidade, nada mais fosse necessário do que os homens concordarem em fir- mar certas convenções e condi- ções em comum, que eles pró- prios chamariam, então, leis.

Axioma este que, embora aco- lhido pela maior parte, é con- tudo sem dúvida falso – um erro que procede de considerar- mos a natureza humana muito superficialmente (HOBBES, 2002)

Analisando a citação de Hob- bes elencada acima, vemos que o fi- lósofo também foi de grande impor- tância para integrar a tradição con- tratualista nomeada de estado de natureza.

De acordo com o filósofo mo-

derno, a vida do homem é natural e

deve ser protegida sobre todos os

outros direitos, pois essa é a funda-

mentação da existência do contrato

e do estado.

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6. Revolução Científica

Fonte: www.estudopratico.com.br 10

revolução científica teve co- meço no século XV e nos trouxe um conhecimento voltado para o uso de práticas empíricas do saber de forma a verificarmos os fa- tos necessários.

Durante a idade média a forma de se alcançar o conhecimento ainda estava presa a religiosidade da

10 Retirado em www.estudopratico.com.br

época, de forma a seguir as concep- ções de vida ali propostas. Com o surgimento de novas ideias no sé- culo XV a reformulação das ideias se tornou possível, trazendo novas for- mas de se pensar, comprovar e tes- tar.

A revolução científica vem tra- zer prática, observação, solidez para

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o saber. Essa era marca a ruptura com as ideias da idade média e com a igreja católica, que por sua vez vi- sava ditar o conhecimento com base na religião. (JÚNIOR, 2020)

Sobre as ferramentas adquiri- das pela ciência com a revolução ci- entífica, o autor Júnior vem nos di- zer que:

A ciência ganhou muitas novas ferramentas. Passou a ser mais aceita e vista como importante para um novo tipo de sociedade que nascia. As comprovações empíricas ganharam espaço e reduziram as influências das in- fluências místicas da Idade Mé- dia. O conhecimento ganhou impulso para ser difundido com a invenção de Joahannes Gu- tenberg, a imprensa. A capaci- dade de reproduzir livros com exatidão e espalhá-los por vá- rios lugares foi fundamental para a Revolução Científica na medida em que restringia as possibilidades de releituras e interpretações equivocadas dos escritos. O modo místico da Igreja Católica de determinar o conhecimento perdeu ainda mais espaço com a Reforma Protestante. Os reformistas eram favoráveis à leitura da Bí- blia em todas as línguas e tam- bém acreditavam que as desco- bertas da ciência eram válidas para apreciar a existência de Deus. (JÚNIOR, 2020)

A revolução científica trouxe muitos efeitos positivos para a soci- edade e mudou nossa história, com ela foi provada que a terra girava em

torno do sol e não o contrário. A fí- sica veio para explicar muitos fenô- menos naturais antes sem explica- ção, trazendo verdades e fatos que puderam ser comprovados por meio da repetição e da prática.

Os maiores nomes a contribuir com a revolução cientifica foram:

 Isaac Newton;

 Galileu Galilei;

 René Descartes;

 Francis Bacon;

 Nicolau Copérnico;

 Louis Pasteur;

Francesco Redi. (JÚNIOR, 2020)

Como pode a terra não ser o centro do universo? Os astros espaciais não estão nos circu- lando? O sol não está em movi- mento? Estes e alguns outros questionamentos embalaram o mundo científico de forma mais evidente por mais de duzentos anos, período entre 1500 a 1700. Este tempo ficou conhe- cido como Revolução Cientí- fica. Espera-se que este traba- lho proporcione uma reflexão sobre a importância deste epi- sódio da história da humani- dade e do pensamento filosó- fico e antropológico, pois a Re- volução Científica também é co- nhecida como a revolução que abriu as portas aos novos pen- samentos, “ensinou os homens a pensar diferentemente”

(BRONOWSKI E MAZLISCH,

1960)

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA Frente a citação acima, de Bro- nowski, vemos que o homem estava adaptado a ideia de que as respostas para suas dúvidas já estavam pron- tas com base em sua fé, acreditando que ao terra era o centro de tudo e tudo girava ao nosso redor com a concepção de que somos o centro do universo.

A revolução científica veio com a função de abrir os olhos, as portas e a mente do homem para que pu- déssemos pensar além do que estava sendo pregado, pensar além de dog- mas com aspectos irrefutáveis. Os maiores responsáveis pela impor- tância da revolução científica foram Copérnico, Kepler e Galileu.

Copérnico surge como um filó- sofo e cientista moderno ao contes- tar o modelo antigo que dizia que o homem estava no centro de tudo e sugere uma nova concepção, di- zendo que o sol estava no centro e tudo e este era apenas uma estrela no meio de tantas outras espalhadas pelo universo.

Com isso, o filósofo abre cami- nhos para novos pensamentos filo- sóficos. Muitas teorias sobre o mo- delo de como funciona o universo fo- ram lançadas com o começo da revo- lução científica. (MARCONDES, 2002)

Galileu foi o responsável pela forma empírica de alcançar o saber e

possibilitou a prática de muitas ex- periências no mundo científico. Em uma de suas cartas, diz:

Eu creria que a autoridade das Sagradas Letras tivesse tido em mira somente persuadir os ho- mens daqueles artigos e prepo- sições, que, sendo necessários para a salvação e superando todo discurso humano, não po- diam por outra ciência nem por outro meio se tornar críveis, a não ser pela boca do inteiro Es- pírito Santo. (REALE, ANTI- SERI, p.221, 2006)

Material Complementar

Elencaremos abaixo alguns links gratuitos para estudo comple- mentar acerca do tema Filosofia Mo- derna acerca de temas que não fo- ram apresentados no material.

Artigo: Conceitos de filosofia na escola e no mundo e a formação do filósofo segundo I. Kant

Autor: MARCOS CÉSAR.

Livro: O Ensino da Filosofia no limiar da contemporaneidade

Autor: RODRIGO PELLOSO GELAMO.

Livro: Filosofia, história e so- ciologia das ciências I: abordagens contemporâneas

Autor: VERA PORTOCAR-

RERO.

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Livro: A pragmática na filoso- fia contemporânea

Autor: DANIELO MARCON- DES.

Anexos

Fonte: Tabela conceitual for- mada com as ideias extraídas de:

Descartes e Bacon, Razão e Dúvidas, Ídolos e experiências.

Fonte: SCIELO. Principais li-

nhas epistemológicas contempo-

râneas

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7. Atividade de Fixação

As atividades a seguir são para fixação do conhecimento adquirido com o estudo da presente apostila, não há necessidade do envio das respostas para correção. São questões discursivas elaboradas com base no estudo apresentado sobre a filosofia moderna, seus princípios, fundamentos e principais filósofos.

As respostas podem ser encontradas no material exposto acima e no material complementar.

1) Conceitue com suas palavras o que é filosofia moderna.

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2) Quais são os principais filósofos da filosofia moderna?

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3) Diferencie dogmatismo e ceticismo.

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4) Defina empirismo.

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5) Quem foi Thomas Hobbes e qual sua relevância para a filosofia moderna?

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6) O que é o método cartesiano?

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7) Qual a relação da filosofia com a ciência?

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8) Quando e como ocorreu a revolução científica?

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9) Quais são as correntes de pensamentos sobre o ceticismo?

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10) Quais preceitos Thomas Hobbes trouxe para a filosofia moderna e como podem ser aplicados em nosso estudo?

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HISTÓRIA DA FILOSOFIA MODERNA

8. Referências Bibliográficas

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Referências

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