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Rev. Bras. Reumatol. vol.46 número1

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Academic year: 2018

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Rev Bras Reumatol, v. 46, n. 1, p. 75-76, jan/fev, 2006

C

OMUNICAÇÃO

B

REVE

B

RIEF

C

OMMUNICATION

Watsu no Tratamento da Fibromialgia: Estudo Piloto

Watsu in the Treatment of Fibromyalgia: Pilot Study

Rafaela Okano Gimenes(1), Elaine CristinaSantos(2), Tiago José Piedade Vasconcelos Silva(3)

Setor de Hidroterapia da Clínica Escola do Centro Universitário São Camilo. Recebido em 01/05/05. Aprovado, após revisão, em 31/01/06. 1. Docente do curso de fisioterapia do Centro Universitário São Camilo e Universidade Santa Cecília (UNISANTA).

2. Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário São Camilo. 3. Fisioterapeuta graduado pelo Centro Universitário São Camilo.

Endereço para correspondência: Rafaela Okano Gimenes, Rua Alvorada do Norte, 168, Vila Mangalot, São Paulo, CEP 05131-030, SP, Brasil, telefone (11) 3901-1915 / (11) 9339-1739, e-mail:Ianeterapia@yahoo.com.br

A síndrome da fibromialgia (FM) é considerada uma síndrome de amplificação da dor, com forte predominância no sexo feminino, porém pouco se tem conseguido em termos de esclarecimento da origem dos sintomas até o momento(1,2,3).

De acordo com a literatura disponível, a fisioterapia aquática vem sendo recomendada como tratamento de pacientes com FM, em função dos benefícios que a imersão

em água aquecida proporciona(4,5).

O método Watsu foi escolhido para o desenvolvimento deste estudo em função de seus benefícios, gerados pela

alternância de massagem, alongamento e flutuação(6).

Como critérios de seleção, os pacientes foram encaminhados aleatoriamente por médicos reumatologistas e ortopedistas à Clínica Escola do Centro Universitário São Camilo.

Fizeram parte do estudo dez pacientes do sexo femini-no com FM, que não participaram de qualquer tratamento pregresso. Não havia restrição de idade, variando de 40 a 82 anos (± 53,37).

O programa de tratamento teve a duração de quatro meses e foi composto pelos seguintes movimentos: dança da respiração, balanço da respiração, sanfona, sanfona mais tração cervical, sanfona rotativa, rotação da perna de dentro, rotação da perna de fora, algas I e II, balanço braço-perna e deslizando a coluna, sela aberta e massagem escapular. Todos os movimentos (exceto a sela) foram realizados bilateralmente.

Tanto as triagens quanto a aplicação do protocolo foram realizadas por terapeutas cegos ao estudo, devidamente trei-nados para aplicar tanto a técnica quanto os questionários. Foram realizadas duas avaliações, uma inicial e uma final, em relação à dor e ao estado depressivo, utilizando, respectivamente, a escala visual-analógica (EVA)(7) e a escala

de depressão geriátrica - versão reduzida (GDS-15)(8).

Das pacientes analisadas, 98,75% queixavam-se de dor com intensidade variando do nível 2,5 ao 10 (Gráfico 1),

de acordo com a EVA (± 5,82).

Após o período de tratamento com Watsu, foi eviden-ciada uma significativa redução da intensidade da dor. Na segunda avaliação, a dor referida foi entre o nível 0 e 5 (Gráfico1), (±2,2), (p=0,009).

Antes do tratamento com Watsu, foi observado através da aplicação da escala GDS-15, que 100% das pacientes apresentavam quadro depressivo com pontuação variando de 5 a 10 pontos (Tabela 1), (± 7,8).

Após quatro meses, foi constatada a diminuição do quadro depressivo, obtendo a pontuação mínima de 1 e a máxima de 8, (± 4,2), (p=0,0055).

Buscando bases científicas que respaldassem esse estudo, realizamos uma revisão da literatura, a fim de verificarmos se já haveria dados apontando o Watsu como um método de tratamento para a FM.

Foram encontradas 108 referências pertinentes ao assunto, observando que a maioria destas era referente ao tratamento de doenças reumáticas, e foram encontrados seis artigos relacionando Watsu com a FM e nove artigos sobre o tratamento em solo e hidroterapêutica convencional.

Sugerimos que novos estudos controlados e com um número maior de participantes sejam realizados utilizando esta terapêutica, a fim de verificarmos sua real efetividade.

GRÁFICO 1

PONTUAÇÃOINDIVIDUALDADOR (EVA)

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76 Rev Bras Reumatol, v. 46, n. 1, p. 75-76, jan/fev, 2006

Avaliação Inicial1 (Média ± DP) Avaliação Final1 (Média ± DP) p

7,8 ± 2,53 4,2 ± 2,48 0,0055

TABELA 1

REPRESENTAÇÃODASMÉDIASEDESVIOPADRÃOINICIALEFINALDOESTADODEPRESSIVO (n = 10), SP, 2005

GDS-15 (Versão Reduzida) = Escala de Depressão Geriátrica

1 t-Test Pared Sample

REFERÊNCIAS

1. Skare TL: Reumatologia: princípios e prática, 1ª ed, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999.

2. Ruoti RG, Morris DM, Cole AJ: Reabilitação aquática, 1ª ed, São Paulo, Manole, 2000.

3. Dias KSG, Ribeiro DM, Souza FM, Silva AT, Júnior PDP: Melhora da qualidade de vida em pacientes fibromiálgicos tratados com hidroterapia,Fisioter Brasil 4: 320-25, 2003. 4. Templeton MS, Booth DL, O’Kelly WD: Effects of Aquatic

Therapy on Joint Flexibility and Functional Ability in Subjects with Rheumatic Disease. J Orthop SportsPhysTher 23: 376-81,

1996.

5. Mannerkorpi K, Iversen MD: Physical exercise in fibromyalgia and related syndromes. Best Pract Res Clin Rheumatol17: 629-47, 2003.

6. Georgeakopoulos A: Watsu, 1996. Disponível em: http:// aquaticwritings.tri. Último acesso em 05/11/04.

7. Saúde em movimento: Dor - Mensuração, 2004. Disponível em: http://www.saudeemmovimento.com.br/conteúdos. Último acesso em 02/08/04.

8. Almeida OP, Almeida SA: Confiabilidade da versão brasileira da escala de depressão em geriatria (GDS) versão reduzida. Arq Neuropsiquiatr 57: 421-426, 1999.

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