RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO DIREITOS
SALDO AVISO FÉRIAS ADIC. FGTS MULTA SAL.
SAL. PRÉVIO VENCIDAS FÉRIAS MÊS ANT. FGTS FAMÍLIA
NÃO SIM SIM SIM
-5 -1 (4) (6) (4) (6)
NÃO SIM SIM
-5 (4) (6) (4) (6)
SIM SIM SIM SIM
-4 -4 -4 -2
SIM SIM SIM SIM
-4 -4 -4 -2
SIM SIM
(4) (6) (4) (6)
SIM SIM
(4) (6) (4) (6)
SIM SIM
-4 -4
SIM SIM SIM SIM
-4 -4 -4 -2
SIM SIM SIM
-1 (4) (6) (4) (6)
SIM SIM SIM SIM
-4 -4 -4 -2
SIM SIM SIM SIM
-4 -4 -4 -2
SIM SIM SIM SIM SIM SIM
-7 -7 -7 -4 -4 -3
SIM SIM SIM SIM SIM SIM
-7 -7 -7 -4 -4 -3
SIM SIM
-4 -4
SIM SIM
-4 -4
SIM SIM
-4 -4
SIM SIM
-4 -4
SIM NÃO NÃO NÃO SIM
NÃO NÃO NÃO SIM
Rescisão Por Falecimento (Mais
de 1 Ano) SIM NÃO SIM SIM SIM
NÃO NÃO SIM
Rescisão Por Falecimento
(Menos de 1 Ano) SIM NÃO SIM NÃO SIM SIM
NÃO SIM
Rescisão Aposentadoria
Especial (Mais de 1 Ano) SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO
SIM Rescisão Aposentadoria
Especial(Menos de 1 Ano) SIM NÃO SIM NÃO SIM SIM NÃO NÃO
Rescisão Por Culpa
Recíproca(Mais de 1 Ano) SIM SIM SIM NÃO NÃO
SIM Rescisão Por Culpa Recíproca
(Menos de 1 Ano) SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM
NÃO SIM
Rescisão Por Dispensa Indireta
(Mais de 1 Ano) SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
NÃO NÃO SIM
Rescisão Por Dispensa Indireta
(Menos de 1 Ano) SIM SIM SIM NÃO SIM SIM
SIM SIM SIM
Rescisão Antecipada do Contrato de Experiência Por Iniciativa do Empregado
SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO
NÃO NÃO NÃO SIM
Rescisão Antecipada do Contrato de Experiência Por Iniciativa do Empregador
SIM NÃO SIM NÃO SIM
NÃO NÃO SIM
Rescisão de Contrato de Experiência (Extinção Automática)
SIM NÃO SIM NÃO SIM SIM
NÃO SIM
Rescisão Por Dispensa Com
Justa Causa (Mais de 1 Ano) SIM NÃO NÃO SIM *NÃO (8) SIM NÃO
SIM Rescisão Por Dispensa Com
Justa Causa (Menos de 1 Ano) SIM NÃO NÃO NÃO *NÃO (8) SIM NÃO NÃO
NÃO SIM
Rescisão Por Dispensa Sem
Justa Causa (Mais de 1 Ano) SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
NÃO NÃO SIM
Rescisão Por Dispensa Sem
Justa Causa (Menos de 1 Ano) SIM SIM SIM NÃO SIM SIM
NÃO NÃO SIM
Rescisão Por Pedido de
Demissão (Mais de 1 Ano) SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
Rescisão Por Pedido de
Demissão (Menos de 1 Ano) SIM SIM NÃO SIM NÃO
CAUSA DO AFASTAMENTO 13º SAL. FÉRIAS
PROPORC.
FGTS RESCISÃO
INDENIZ.
ADIC.
INDENIZ.
ART. 479 CLT
Tipos de Rescisão contratual - Considerações à Reforma Trabalhista
1. Introdução
Os contratos de trabalho extinguem-se em virtude de um fato que lhes põe fim. Desta forma, o contrato poderá deixar de existir ou por um modo normal, ou por um modo anormal. O modo normal de extinção do contrato é a sua execução. Tal acontece quando ele atinge o seu termo ou alcança seus fins. A extinção normal do contrato por sua vez não se confunde com a sua dissolução. Denominam-se causas de dissolução dos contratos todos os fatores que, em determinado momento podem fazê-los cessar por uma via que não seja normal. Logo, iremos analisar cada tipo de rescisão de contrato de trabalho e os direitos do empregado em cada modalidade.
2. Dispensa sem Justa Causa
A dispensa sem justa causa ocorre quando a empresa tem a iniciativa de realizar a rescisão do contrato de trabalho com o empregado.
Na rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do empregador, (dispensa sem justa causa), o empregado fará jus ao saldo de salário dos dias de efetivo trabalho, no mês da rescisão, observada a forma de remuneração contratualmente estabelecida.
3. Contrato de Experiência
O contrato de experiência é o acordo individual de trabalho que objetiva dar condições de mútuo conhecimento. O empregador, durante o período, observa o desempenho funcional do empregado na execução das respectivas atribuições, disciplina, subordinação, etc. O empregado, por outro lado, verifica sua adaptação, integração, relacionamento com superiores hierárquicos e condições de trabalho. (CLT, artigo 445
§ único).
Atingindo o termo avençado, o contrato de experiência se extingue, termina automaticamente, pelo decurso do respectivo prazo.
Na hipótese, sem que qualquer das partes se manifeste em sentido contrário, no dia imediato ao termo previsto, o contrato passa a vigorar por prazo indeterminado.
Portanto, se o empregador não desejar dar continuidade à contratação deve:
- comunicar o fato ao empregado até o último dia útil de trabalho dentro da experiência, evitando o comparecimento ao serviço no dia seguinte ao término do prazo;
- impedir a compensação de horas de trabalho relativa a dias(s) que recaia(m) após o término da experiência.
4. Dispensa com Justa Causa
A justa causa é todo ato faltoso do empregado que faz desaparecer a confiança e a boa-fé existentes entre as partes, tornando indesejável o prosseguimento da relação empregatícia.
Os atos faltosos do empregado que justificam a rescisão do contrato pelo empregador tanto podem referir-se às obrigações contratuais como também à conduta pessoal do empregado que possa refletir na relação contratual.
Nota-se que, a rescisão por justa causa ocorre por motivo que torne indesejável o prosseguimento do contrato de trabalho. Para Evaristo de Moraes Filho, justa causa “é todo ato doloso ou culposamente grave, que faça desaparecer a confiança e boa-fé existentes entre as partes, tornando, assim, impossível o prosseguimento da relação”.
5. Demissão a Pedido do Empregado
A rescisão é o momento do rompimento contratual entre as partes empregado e empregador. Ocorrendo o término da relação de trabalho por iniciativa do empregado, em virtude deste não ter mais vontade em dar continuidade à relação de emprego, dá- se o nome de pedido de demissão. Observa-se que, o empregado poderá realizar o pedido de demissão sempre que tiver interesse independente de estar trabalhando efetivamente, ou em gozo de férias, ou até mesmo durante o período de recebimento de benefícios da previdência social.
(artigo 5º da Constituição Federal)
6. Falecimento do Empregado
A morte do empregado extingue automaticamente o contrato de trabalho, pois o contrato é um acordo de vontades. Assim, deixando de existir uma das partes contratuais (empregado falecido), o contrato é extinto. Ressalta-se que, esta extinção equivale a um pedido de demissão. Logo, os direitos são os mesmos da rescisão por pedido de demissão.
7. Falecimento do Empregador
Como mencionado nos tópicos anteriores, existem diversas formas de extinção do contrato individual de trabalho. Além das rescisões do contrato por iniciativa do empregador ou do empregado, haverá a extinção do contrato de trabalho pelo falecimento do empregado, o falecimento do empregador pessoa física ou extinção da empresa.
Quando cessar a atividade da empresa por morte do empregador, o empregado fará jus a todos os direitos previstos na legislação. Como não foi o empregado quem deu causa à cessação do contrato de trabalho, não poderá ser prejudicado pela extinção da empresa, assim, terá assegurado os direitos previstos na legislação trabalhista.
A Legislação Trabalhista vigente não considera a morte do empregador como motivo para gerar a extinção do vínculo empregatício. A relação empregatícia ocorre entre empregado e empregador, sendo assim, se houver continuidade em suas atividades, não há disposto na legislação a obrigatoriedade de realizar a rescisão do contrato de trabalho.
8. Aposentadoria do Empregado
Atualmente é possível ao empregado requerer a respectiva aposentadoria e continuar trabalhando na mesma empresa, sem afrontar nenhum dispositivo da legislação em vigor. Em decorrência disso, a rescisão contratual dependerá da vontade das partes, sendo formalizada por meio de um (pedido de demissão) do empregado ou da comunicação, por parte do empregador, (dispensa sem justa causa).
Tal afirmação tem fundamento legal nos artigos 52, inciso I, alínea "b", e 58 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, e nos artigos. 49, inciso I, alínea "b", e 54 da Lei nº 8.213/1991, que estabelecem que o segurado empregado não necessita desligar-se da empresa para fazer jus à aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição.
Assim, caso a empresa não tenha interesse em dar continuidade ao contrato de trabalho do empregado que teve a concessão do benefício da aposentadoria, poderá demitir o empregado, (demissão sem justa causa), onde será assegurado, entre outros direitos, o pagamento da multa rescisória correspondente do FGTS.
No caso da empresa demitir o empregado por este se aposentar, os direitos assegurados ao empregado serão como de uma (demissão sem justa causa). Caso o empregado realize o pedido a empresa os direitos serão como de um (pedido de demissão).
9. Aposentadoria por Invalidez
O empregado que for aposentado por invalidez terá o seu contrato de trabalho suspenso por todo o período em que estiver em benefício previdenciário (artigo 475 da CLT). Caso ocorra cessação do benefício em virtude de recuperação da capacidade
para o trabalho, devidamente constatada por perícia médica do INSS, o empregado terá direito ao retorno na função que ocupava antes do afastamento, podendo, a partir da data de retorno ser dispensado sem justa causa, com o devido pagamento das consequentes verbas rescisórias, uma vez que não há na legislação trabalhista e previdenciária previsão de estabilidade.
Orienta-se que a empresa consulte eventual cláusula de convenção ou acordo coletivo de categoria profissional para certificar-se de que não há previsão de estabilidade para essa situação ou qualquer outro procedimento especial.
O contrato de trabalho do empregado aposentado por invalidez, também poderá ser rescindido se a iniciativa partir do empregado, ou seja, no pedido de demissão.
Os direitos assegurados ao empregado que pedir demissão quando aposentado por invalidez são também os mesmos de um pedido de demissão. Nesta esfera, somente o empregado poderá pedir demissão, a empresa durante o período que o empregado estiver aposentado por invalidez não poderá demiti-lo em virtude do contrato de trabalho permanecer suspenso.
10. Rescisão Indireta
A rescisão indireta do contrato de trabalho caracteriza-se pela prática, por parte do empregador, de atos que impliquem violação das normas ou obrigações legais/contratuais. Essas faltas são consideradas graves e estão elencados no artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). É direito de o empregado ingressar com medida judicial cabível para que haja o reconhecimento da falta e o pagamento da correspondente indenização.
A rescisão indireta, devidamente reconhecida em juízo, gera ao empregado o direito às verbas rescisórias nos mesmos moldes da rescisão sem justa causa, por iniciativa do empregador.
11. Extinção do Contrato de Trabalho por Acordo
A partir da publicação da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 foi alterada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943 a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Nesta seara, a partir da vigência da Lei nº 13.467 de 13 de julho de 2017 uma nova modalidade de rescisão contratual foi incluída entre aquelas já existentes. Com segue:
“Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
a) o aviso prévio, se indenizado; e
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
§ 1o A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80%
(oitenta por cento) do valor dos depósitos.
§ 2o A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.”
11.1 Direitos
Na rescisão por acordo são devidas as seguintes verbas trabalhistas:
a) por metade do valor do aviso prévio, se indenizado, e por metade do valor da indenização sobre o saldo do FGTS na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, em importância igual a 40% do montante do FGTS durante a vigência do contrato de trabalho;
b) na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
A extinção do contrato ora descrita permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei nº 8.036/1990 , limitada até 80% do valor dos depósitos.
Observa-se que nesta modalidade de extinção do contrato por acordo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.
(CLT, art. 484-A)
11.2 Vigência
De acordo com o artigo 6º da Lei nº 13.467, de 13.07.2017 - DOU de 14.07.2017 a entrada em vigor das reformas trabalhistas entram em vigor decorridos cento e vinte dias da sua publicação oficial. Assim, em novembro de 2017 a modalidade de rescisão através de acordo entrará em vigor.
12. Extinção do Contrato de Trabalho e Quitação das Verbas Rescisórias
Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá realizar à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos abaixo.
O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:
a) em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes; ou b) em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto.
A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes, bem como, o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até 10 dias contados a partir do término do contrato.
A anotação da extinção do contrato na CTPS é documento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada no FGTS, nas hipóteses legais, desde que, a comunicação acima descrita tenha sido realizada.
As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação.
Plano de demissão voluntária ou incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.
(CLT, artigos. 477, caput e §§ 4º, 6º e 10, 477-A e 477-B)