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Mestre Pitágoras Tudo sobre os grandes nomes Vizente Besteirol Mestre Pitágoras

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Academic year: 2018

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Mestre Pitágoras

Pelo: Instituto Arcanjo Miguel

Sabemos que Pitágoras foi um Iniciado nos Mistérios Maiores, e que se dedicou aos campos da ciência e da educação.

Pitágoras nasceu na ilha de Samos, mais ou menos uns seiscentos anos antes de Cristo e morreu em Metaponte, no ano de 490 a.C. Foi seu pai Menesarco de Samos, que lhe proporcionou a mais sólida instrução, chamando para serem seus professores, os melhores daquela época. Aprendeu filosofia, matemáticas, poesia, música e ginástica.

Na antigüidade, a instrução integral era recebida nos Templos, e aquele que aspirasse a verdadeira sabedoria deveria iniciar-se nos antigos Mistérios - que eram verdades sublimes - onde, sob aspecto científico ou filosófico, davam em síntese a chave da doutrina secreta e preparavam o iniciado aos mais altos destinos.

Pitágoras, desejoso de se aprofundar nesses conhecimentos e de adquirir uma vasta cultura, começou a freqüentar esses templos iniciáticos,

recebendo ensinamentos ocultos.

Depois deter permanecido algum tempo em Creta, visitou as principais cidades da Grécia.

Fez a sua iniciação órfica e absorveu-as nas harmonias musicais das Esferas, cujo ritmo misterioso e divino fizeram-no conceber a bela doutrina filosófica que hoje conhecemos como pitagóflca.

Esteve no Egito, onde aprofundou a ciência esotérica das matemáticas sagradas, que foram a luz de sua doutrina.

O segredo da evolução do mundo foi-lhe revelado.

Assistiu a revolta que convulsionou o Egito naquela época, e viu com angústia a destruição material do país, vassalado pela soldadesca de Cambises.

Depois de cativo, levaram-no para a Babilônia.

Fez-se íntimo dos sacerdotes caldeus e dos magos persas, que o iniciaram nas antigas religiões da Índia e da Pérsia.

A astronomia e a terapêutica oculta foram-lhe reveladas.

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Fundou o Instituto de Crôtona, cuja influência foi extraordinária no ânimo dos seus discípulos.Pregou como apóstolo os mais belos ideais de aperfeiçoamento moral. Dizem os seus biógrafos que permaneceu nos templos, fazendo a sua gloriosa iniciação, por vinte anos!

Pitágoras era de elevada estatura, mas, admiravelmente bem proporcionado. Sua beleza e nobreza de maneiras eram

incomparáveis. Possuía uma voz penetrante, olhar dominador e meigo ao mesmo tempo.

De sua pessoa irradiava unia extraordinária influência magnética bondosa, que impunha veneração.

Nas suas preleções evitava palavras inúteis. Era de uma eloqüência arrebatadora. Quando falava transformava o ânimo exaltado das turbas. Dizem que o seu primeiro discurso em Crótona converteu a mais de dois mil cidadãos Reformou as instituições políticas e os magistrados confiaram-lhe a obra da educação da juventude.

Pitágoras exerceu também extraordinária influência na formação dos dois gênios gregos: Sócrates e Platão.

Em nossos dias, seus ensinamentos estão influindo no ânimo de uma nova plêiade que surge, ansiosa de espiritualidade, desejosa de uma vida sã, anelante de conhecimentos profundos, como os que eram dados outrora nos templos iniciáticos.

Os magníficos Versos de Ouro de Pitágoras, divulgados em diversas línguas são um admirável evangelho de perfeição moral.

As obras de Fabre d'Olivet, Dacier, Paul Carton, Chaignet e Dano Vellozo são procuradíssimas, porque tratam da vida desse grande filósofo, que tão benéfica influência vem exercendo nas almas desejosas de perfeição.

Pouca gente compreende com profundidade a evolução espiritual. Essa compreensão é muito importante - veja nosso texto de Evolução Espiritual. Lá você encontra um texto muito bom e técnicas para evoluir espiritualmente. Clique aqui

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Mestre Pitágoras

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Sabemos que Pitágoras foi um Iniciado nos Mistérios Maiores, e que se dedicou aos campos da ciência e da educação.

Pitágoras nasceu na ilha de Samos, mais ou menos uns seiscentos anos antes de Cristo e morreu em Metaponte, no ano de 490 a.C. Foi seu pai Menesarco de Samos, que lhe proporcionou a mais sólida instrução, chamando para serem seus professores, os melhores daquela época. Aprendeu filosofia, matemáticas, poesia, música e ginástica.

Na antigüidade, a instrução integral era recebida nos Templos, e aquele que aspirasse a verdadeira sabedoria deveria iniciar-se nos antigos Mistérios - que eram verdades sublimes - onde, sob aspecto científico ou filosófico, davam em síntese a chave da doutrina secreta e preparavam o iniciado aos mais altos destinos.

Pitágoras, desejoso de se aprofundar nesses conhecimentos e de adquirir uma vasta cultura, começou a freqüentar esses templos iniciáticos,

recebendo ensinamentos ocultos.

Depois deter permanecido algum tempo em Creta, visitou as principais cidades da Grécia.

Fez a sua iniciação órfica e absorveu-as nas harmonias musicais das Esferas, cujo ritmo misterioso e divino fizeram-no conceber a bela doutrina filosófica que hoje conhecemos como pitagóflca.

Esteve no Egito, onde aprofundou a ciência esotérica das matemáticas sagradas, que foram a luz de sua doutrina.

O segredo da evolução do mundo foi-lhe revelado.

Assistiu a revolta que convulsionou o Egito naquela época, e viu com angústia a destruição material do país, vassalado pela soldadesca de Cambises.

Depois de cativo, levaram-no para a Babilônia.

Fez-se íntimo dos sacerdotes caldeus e dos magos persas, que o iniciaram nas antigas religiões da Índia e da Pérsia.

A astronomia e a terapêutica oculta foram-lhe reveladas.

Mais tarde voltou a Samos, indo residir em Crótona, uma colônia grega na Itália.

Fundou o Instituto de Crôtona, cuja influência foi extraordinária no ânimo dos seus discípulos.Pregou como apóstolo os mais belos ideais de

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Pitágoras era de elevada estatura, mas, admiravelmente bem proporcionado. Sua beleza e nobreza de maneiras eram

incomparáveis. Possuía uma voz penetrante, olhar dominador e meigo ao mesmo tempo.

De sua pessoa irradiava unia extraordinária influência magnética bondosa, que impunha veneração.

Nas suas preleções evitava palavras inúteis. Era de uma eloqüência arrebatadora. Quando falava transformava o ânimo exaltado das turbas. Dizem que o seu primeiro discurso em Crótona converteu a mais de dois mil cidadãos Reformou as instituições políticas e os magistrados confiaram-lhe a obra da educação da juventude.

Pitágoras exerceu também extraordinária influência na formação dos dois gênios gregos: Sócrates e Platão.

Em nossos dias, seus ensinamentos estão influindo no ânimo de uma nova plêiade que surge, ansiosa de espiritualidade, desejosa de uma vida sã, anelante de conhecimentos profundos, como os que eram dados outrora nos templos iniciáticos.

Os magníficos Versos de Ouro de Pitágoras, divulgados em diversas línguas são um admirável evangelho de perfeição moral.

As obras de Fabre d'Olivet, Dacier, Paul Carton, Chaignet e Dano Vellozo são procuradíssimas, porque tratam da vida desse grande filósofo, que tão benéfica influência vem exercendo nas almas desejosas de perfeição.

Pouca gente compreende com profundidade a evolução espiritual. Essa compreensão é muito importante - veja nosso texto de Evolução Espiritual. Lá você encontra um texto muito bom e técnicas para evoluir espiritualmente. Clique aqui

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Zarathustra o Reformador

Por: José Laércio do Egito - F.R.C.

A força negativa constantemente esteve influenciando a história,

especialmente no sentido de apagar e de deformar a verdadeira natureza daqueles que têm vindo à terra, dos assim chamados Grandes Iniciados e Avatares. Isto foi o que aconteceu com referência a Grande Iniciados e Mestres, tais como deformaram a verdadeira imagem de Salomão, de Jesus, de Apolônio de Tiana e de vários outros. Podemos dizer que o mesmo

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imagem foi em grande parte apagada e deformada, assim como os seus ensinamentos.

Zarathustra, também chamado Zoroastro[1], tornou-se conhecido na

antigüidade como o fundador do Mazdeismo, o que não é verdade. Quando ele veio ao mundo já existia o Mazdeísmo como um sistema dualístico. Na verdade Ele deve ser considerado o reformador daquela religião.

Também é atribuído a Zarathustra o lugar de fundador da Magia, daquilo que no passa-do era conhecido como a "Religião dos Magos", que depois foi aceita como a religião do povo Persa-iraniano. Isto é correto, ele foi o fundador da Magia que teve continuidade com Apolônio de Tiana, possivelmente o próprio Zarathustra numa outra encarnação dando continuidade à sua missão.

Na realidade Zarathustra estabeleceu uma escola de pensamento,

metodizando princípios que já existiam. Todo o conteúdo da Magia preexiste ao Mazdeismo, pois ela já era praticada nos primórdios da civilização egípcia e mesmo na Atlântida e alhures. O que Zarathustra fez foi metodizar os conhecimentos esparsos, juntar os fragmentos de uma ciência que em sua época estava fragmentada e dispersa.

O "terceiro interesse" - força negativa - procurou deformar o verdadeiro sentido da magia, conforme estabelecido por Zarathustra, dando-lhe um sentido de ciência maléfica. Na realidade a religião dos magos, como era chamado a doutrina de Zarathustra, tinha um sentido complemente diferente. Na a verdadeira magia não é isto e sim exatamente o

conhecimento da "Ciência Divina", o conhecimento e a operacionalidade das leis do universo.

A historia relata o grande conhecimento que a civilização Babilônica tinha a respeito da astrologia e de muitos outros ramos do conhecimento humano. Neste atual Ciclo de Civilizações nenhum povo se aprofundou tanto no conhecimento astrológico quanto os Babilônios e isso se deve aos

ensinamentos deixados por Zarathustra. A astrologia babilônica não dizia respeito apenas ao lado premonitório, advinhatório; ela ia muito além orientando sobre os mecanismos da natureza. Assim sendo, através dos astros os Magos tinham conhecimento daquilo que hoje é chamado de

meteorologia, previsão do tempo. Na realidade a meteorologia atual, mesmo contando com o auxílio de satélites e outros meios como o radar e outros meios tecnológicos, ainda não atingiu o nível de previsão que os Magos Astrólogos da Pérsia tinham, mesmo que baseados em outros meios de determinação.

Zarathustra Eram os astrólogos que previam todas as efemérides, todas as oscilações do clima, ritmos das enchentes dos rios e tudo aquilo que era dado ao povo para o seu próprio bem estar.

Hoje atribui-se à magia apenas o lado negativo, as previsões como

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nem más; o que as torna uma coisa ou outra é o sentido e o uso que dela se fizer.

A magia ensinada por Zarathustra na verdade já era conhecida da humanidade e já florescera antes no Egito para onde fora trazida do Continente da Atlântida. Naquele continente ela floresceu de forma impressionante chegando a um ponto de dividir a humanidade que lá

habitava em dois grupos distintos, conforme o tipo de magia praticado[2]. A destruição daquele continente tem muito haver com a ciência física clássica, mas aquela ciência trazia em seu bojo muitos elementos de magia. A magia lida com conhecimentos não convencionais, com leis e princípios

desconhecidos ou pouco vulgares, mas na realidade ela nada tem haver com o sobrenatural.

Foi da Pérsia[3] que vieram os Reis Magos visitar o Messias quando do Seu Nascimento que era do conhecimento deles através da ciência dos astros.

No Mazdeismo, o princípio do mal era inteiramente separado do principio divino do bem. Afirmava-se que tudo tinha uma causa, e, como o bem não poderia causar o mal[4], deduzira então que o mal tinha de ser um princípio em separado. As primeiras objeções à esse dualismo surgiu da idéia de que se assim fosse não existiria o infinito, Deus não poderia ser infinito desde que em cada parte, por ser independente, não estava contido a outra,

portanto algo existia fora de cada uma das partes. Neste caso nem uma parte e nem a outra poderia ser infinita desde que infinito não admite algo que não esteja contido nele, conforme os postulados matemáticos. Não pode haver um infinito incompleto, do contrário poderia haver um dialogo em que uma das partes poderia dizer para a outra: Não és infinito pois não me conténs...! Isto mostra que o dualismo é algo incompatível com o sentido de infinito atribuído ao Ser Supremo.

Aí é que as pessoas enganam-se a respeito da doutrina de Zarathustra. Na realidade ele não pregava o dualismo e sim um sistema monístico. Mesmo afirmando a existência de dois "princípios" opostos e em luta ele afirmava que o Ser Espiritual Primordial estava acima dos dois espíritos oponentes, que o conflito entre Arimã e Ozmud existia numa época, num tempo que pertence ao nosso mundo, sendo de duração bastante reduzida quando se considera a escala da História Universal.

Zarathustra é um Avatar, um dos Grandes Iniciados entre os que tiveram e ainda têm a missão de trazer a verdade para a terra, de acrescentar

conhecimentos novos e de estruturar aqueles que se deterioram pela ação da imperfeição humana e pela ação da mão nefasta do "terceiro interesse", ou seja, da força inferior.

Zarathustra conhecia bem os ensinos da Tradição, ele por certo fazia parte dela e sendo assim conhecia em essência a verdade. A sua doutrina falava da existência de um Ser Espiritual Primordial que estava acima dos dois

espíritos oponentes. Isto corresponde exatamente ao que ensina a Cabala e outras doutrinas. Houve um "Fiat Lux" surgindo o universo a partir do Nada ( Imanifestável). Este primeiro ponto corresponde ao Ser Espiritual

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bem de maneira constante. Mas o mesmo não acontecia com Arimã, que deixou de compartilhar da Sabedoria, tornando-se assim o espirito do mal que encabou sendo banido pelo Espirito do Bem, e passando a viver no Inverno de onde invade o mundo como o próprio principio do mal.

O Mazdeismo dizia que os dois princípios já teriam existido no Cosmo desde o princípio, sendo um positivo e o outro negativo e capaz de produzir as trevas, a sujeita morte. Admitia, porém que os dois princípios opostos existiam ativamente desde o começo, que sempre estiveram presentes mas que chegaria o momento em que Arimã seria vencido por Ozmud. Isato pode ser aceito desde que se tenha em mente que a criação teve começo, portanto algo existe desde o começo, mas por outro lado o Transcendente Inefável, é eterno e eternidade, obviamente, não tem começo. Diz o Mazdeismo que Ozmud e Arimã existiram desde o começo, portanto limitado a edade do universo, mas não ao da existência infinita.

Zarathustra Segundo essa concepção o universo sempre teria existido como não infinito ( por conter dois princípios independentes ) para se tornar infinito ( por passar a existir um só principio ). Zarathustra não pensava assim, ele dizia que no Ser Espiritual Primordial estava contido um potencial que em dado momento se manifestou como dois espíritos gêmeos criados

Vemos a concordância com os ensinamentos da Cabala em que surgiu o primeiro ponto da Tríade Superior de onde emanou (Teoria das Emanações ) um segundo ponto que, por sua vez, se polarizou, formando uma Trindade, citada pelo nome de "Tríade Superior". No Zoroastrismo a Tríade é constituída pelo "Ser Espiritual Primordial" + "Senhor da Sabedoria" ( Ozmud ) + "

Espirito do Mal " (Arimã ).

A Doutrina do Fogo Sagrado, criada a partir dos ensinamentos de Apolônio, mas que na realidade apenas restaurou o que estabeleceu Zarathustra, cita a Trindade: Luz + Fogo + Água. A Cabala menciona Kether + Hokhmah + Binah. Na Religião egípcia antiga temos: Osiris - Isis + Seth; no Hinduismo temos Bramâ + Vishnu + Shiva; no Gnosticismo dos primeiros séculos do

Cristianismo, O Pai +Khristos + Sophia. No Catolicismo: Pai + Filho + Espírito Santo.

No Upanichadas ( Bramanismo) está escrito: "O constante criador dos mundo é tríplice. É Brahma, o Pai. É Maiá, a Mãe. É Visnú, o Filho. Essência,

Substância, Vida. Em cada um encerram-se os outros dois. Todos os três são um no Inefável ".

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Mestre Buda

Por: Carlos Antonio Fragoso Guimarães

O termo "Buda" é um título, não um nome próprio. Significa "aquele que sabe", ou "aquele que despertou", e se aplica a alguém que atingiu um superior nível de entendimento e a plenitude da condição humana. Foi aplicado, e ainda o é, a várias pessoas excepcionais que

atingiram um tal grau de elevação moral e espiritual que se tranformaram em mestres de sabedoria no oriente, onde, em muitos países, se seguem os preceitos budistas. Porém o mais fulgurante dos budas, e também o real fundador do budismo, foi um ser de personalidade excepcional, chamado Sidarta Gautama.

Siddharta Gautama, o Buddha, nasceu no século VI a. C. (em torno de 556 a. C.), em Kapilavastu, norte da Índia, no atual Nepal. Ele era de linhagem nobre, filho do rei Suddhodana e da rainha Maya. Logo depois de nascido, Sidarta foi levado a um templo para se para ser apresentado aos sacerdotes, quando um velho sábio, chamado Ansita, que havia se retirado à uma vida de meditação longe da cidade, aparece, toma o menino nas mãos e profetiza: "este menino será grande entre os grandes. Será um poderoso rei ou um um mestre espiritual que ajudará a humanidade a se libertar de seus

sofriementos". Suddhodana, muito impressionado com a profecia, decide que seu filho deve seguir a primeira opção e, para evitar qualquer coisa que lhe pudesse influenciar contrariamente, passa a criar o filho longe de tudo o que lhe pudesse despertar qualquer interesse filosófico e espiritual mais

aprofundado e, principalmente, mantendo-o longe das misérias e sofrimentos da vida que se abatem sobre o comum dos mortais. Para isso, seu pai faz com que viva cercado do mais sofisticado luxo.

Aos dezesseis anos, Sidarta casa-se com sua prima, a bela Yasodhara, que lhe deu seu único filho, Rahula, e passa a vida na corte, desenvolvendo-se

intelectual e fisicamente, alheio ao convívio e dos problemas da população de seu país. Mas o jovem príncipe era perspicaz, e sempre ouvia os

comentários que se faziam sobre a dura vida fora dos portões do palácio. Chegou a um ponto em que ele passou a desconfiar do porquê de seu estilo de vida, e sua curiosidade ansiava por descobrir o motivo das referências ao mundo de fora que pareciam ser, às vezes, carregadas de tristeza.

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o jovem príncipe, ao atrevessar a cidade, se detém diante ante a realidade da velhice, da doença e da morte. Sidarta entra em choque e profunda crise existencial. De repente, toda a sua vida parecia ser uma pintura tênue e

mentirosa sobre um abismo terrível de dor, sofrimento e perda a que nem mesmo ele estava imune. Sua própria dor o fez voltar-se para o problema do sofrimento humano, cuja solução tornou-se o centro de sua busca espiritual. Ele viu que sua forma de vida atual nunca poderia lhe dar uma resposta ao problema do sofriemento humano, pois era algo artificalmente arranjado. Assim, decidiou, aos vinte e nove anos, deixar sua família e seu palácio para buscar a solução para o que lhe afligia: o sofrimento humano.

Sidarta, certa vez, em um dos seus passeios onde acabara de conhecer os sofrimentos inevitáveis do homem, encontrara-se com um monge mendicante. Ele havia obervardo que o monge, mesmo vivendo miseravelmente, possuia um olhar sereno, como de quem estava tranquilo diante dos revezes da vida. Assim, quando decidiu ir em busca de sua iluminação, Gautama resolveu se juntar a um grupo de brâmanes dedicados a uma severa vida ascética. Logo, porém, estes exercícios mortificadores do corpo demonstraram ser algo inútil. A corda de um instrumento musical não pode ser

retesada demais, pois assim ela rompe, e nem pode ser frouxa demais, pois assim ela não toca. Não era mortificando o corpo, retesando ao extremo os limites do organismo, que o homem chega à compreensão da vida. Nem é entregando-se aos prazeres excessivamente que chegará a tal. Foi ai que Sidarta chegou ao seu conceito de O Caminho do Meio : buscar uma forma de vida disciplinada o suficiente para não chegar à completa indulgência dos sentidos, pois assim a pessoa passa a ser dominada excessivamente por preocupações menores , e nem à autotortura, que turva a consciência e afasta a pessoa do convívio dos seus semelhantes.

A vida de provações não valia mais que a vida de prazeres que havia levado anteriormente. Ele resolve, então, renunciar ao ascetismo e volta a se alimentar de forma equilibrada. Seus companheiros, então, o abandonam escandalizados.

Sozinho novamente, Sidarta procura seguir seu próprio caminho, confiando apenas na própria intuição e procurando se conhecer a si mesmo. Ele

procurava sentir as coisas, evitando tecer qualquer conceitualização

intelectual excessiva sobre o mundo que o cercava. Ele passa a atrair, então, pessoas que se lhe acercam devido a pureza de sua alma e tranquilidade de espírito, que rompiam drasticamente com a vaidosa e estúpida divisão da sociedade em castas rígidas que separavam incondicioanalmente as pessoas a partir do nascimento, como hoje as classes sociais e dividem

estupidamente a partir da desigual divisão de renda e, ainda mais, de berço.

Diz a lenda - e lendas, assim como mitos e parábolas, resumem poética e figuradamente verdades espirituais e existenciais - que Sidarta resolve meditar sob a proteção de uma figueira, a Árvore Bodhi. Lá o demônio, que representa simbolicamente o mundo terreno das aparências sempre

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sua escolha, que o faziam centrar-se no aqui e agora sem se apegar a desejos que lhe causaria ansiedade. Ele tinha tudo de que precisava, como as aves do céu tinham da natureza seu sutento, e toda a beleza do mundo para sua companhia. Mas Mara, o demônio, não se deu por vencido, e, ciente do perigo que aquele sujeito representava para ele, tenta convencer Sidarta a entrar logo no Nirvana - estado de consciência além dos opostos do mundo físico - imediatamente para evitar que seus insights sobre a vida sejam passados adiante. Aí é possível que Buda tenha realmente pensado duas vezes, pois ele sabia o quanto era difícil as pessoas abandonarem seus preconceitos e apegos a um mundo resumido, por elas mesmas, a

experiências sensoriais. Tratava-se de uma escolha difícil para Sidarta: o usufruto de um domínio pessoal de um conhecimento transcendente,

impossível de expor facilmente em palavras, e uma dedicação ao bem-estar geral, entre a salvação pessoal e uma árdua tentativa de partilhar o

conhecimento de uma consciência mais elevada com todos os homens e mulheres. Por fim, Sidarta compreendeu que todas as pessoas eram seus irmãos e irmães, e que estavam enredaddos demais em ilusórias certezas para que conseguissem, sozinhos, uma orientação para onde deviam ir. Assim, Sidarta, o Buda, resolve passar adiante seus conhecimentos.

Quando todo o seu poder argumentativo e lógico de persuassão falham, Mara, o mundo das aparências, resolve mandar a Sidarta suas três sedutoras filhas: Desejo, Prazer e Cobiça, que apresentam-se como mulheres cheias de ardor e ávidas de dar e receber prazer, e se mostram como mulheres em diferentes idades (passado, presente e futuro). Mas Sidarta sente que atingiu um estágio em que estas coisas se apresentam como ilusórias e passageiras demais, não sendo comparáveis ao estado de consciência mais calma e de sublime beleza que havia alcançado. Buda vence todas as tentativas de Mara, e este se recolhe, à espreita de um momento mais oportuno para tentar derrotar o Buda, perseguindo-o durante toda a sua vida como uma sombra, um símbolo do extremo do mundo dos prazeres.

Sidarta transformou-se no Buda em virtude de uma profunda transformação interna, psicológica e espiritual, que alterou toda a sua perspectiva de vida. "Seu modo de encarar a questão da doença, velhice e morte mudo porque ele mudou" (Fadiman & Frager, 1986).

Tendo atingido sua iluminação, Buda passa a ensinar o Dharma, isto é, o caminho que conduz à maturação cognitiva que conduz à libertação de boa parte do sofrimento terrestre. Eis que o número de discípulos aumenta cada vez mais, entre eles, seu filho e sua esposa. Os quarenta anos que se

seguiram são marcadas pelas intermináveis peregrinações, sua e de seus discípulos, através das diversas regiões da Índia.

Quando completa oitenta anos, Buda sente seu fim terreno se aproximando. Deixa instruções precisas sobre a atitude de seus discípulos a partir de então:

"Por que deveria deixar instruções concernetes à comunidade? Nada mais resta senão praticar, meditar e propagar a Verdade por piedade do mundo, e para maior bem dos homens e dos deuses. Os mendicantes não devem contar com qualquer apóio exterior, devem tomar o Eu - self - por seguro refúgio, a Lei Eterna como refúgio... e é por isso que vos deixo, parto, tendo

encontrado refúgio no Eu".

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Mestre Sócrates

Por: Carlos Antonio Fragoso Guimarães

Sócrates nasceu em Atenas em 470/469 a. C. e morreu na mesma cidade em 399 a.C., condenado devido a uma acusação de "impiedade": ele foi acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia, mas, na realidade, estas acusações encobriam ressentimentos

profundos contra Sócrates por parte dos poderosos da época. Ele era filho de um escultor, chamado Sofronisco, e de uma parteira chamada Fenarete. Desde a juventude, Sócrates tinha o hábito de debater e dialogar com as pessoas de sua cidade. Ao contrário de seus

predecessores, Sócrates não fundou uma escola, preferindo também realizar seu trabalho em locais públicos (principalmente nas praças públicas e ginásios), agindo de forma descontraída e

descompromissada (pelo menos na aparência), dialogando com todas as pessoas, o que fascinava jovens, mulheres e políticos de sua

época.

Segundo Reale & Antiseri (1990), depois de algum tempo seguindo os ensinos dos naturalistas, Sócrates passou a sentir uma crescente insatisfação com o legado desses filósofos, e passou a se concentrar na questão do que é o homem - ou seja, do grau de conhecimento que o homem pode ter sobre o próprio homem.

Enquanto os filósofos pré-Socráticos, chamados de naturalistas, procuravam responder à questões do tipo: "O que é a natureza ou o fundamento último das coisas?" Sócrates, por sua vez, procurava responder à questão: "O que é a natureza ou a realidade última do homem?"

A resposta a que Sócrates chegou é a de que o homem é a sua alma - psyché, por quanto é a sua alma que o distingue de qualquer outra coisa, dando-lhe, em virtude de sua história, uma personalidade única. E por psyché Sócrates entende nossa sede racional, inteligente e eticamente operante, ou ainda, a consciência e a personalidade intelectual e moral. Esta colocação de Sócrates acabou por exercer uma influência profunda em toda a tradição européia posterior, até hoje.

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a ser desempenhada por ele, Sócrates, e por todos os filósofos autênticos. Sócrates acreditava vivamente ter recebido essa tarefa por Deus, como podemos ler na Apologia de Sócrates, de Platão: "(...) é a ordem de Deus. E estou persuadido de que não há para vós maior bem na cidade que esta minha obediência a Deus. Na verdade, não é outra coisa o que faço nestas minhas andanças a não ser persuadir a vós, jovens e velhos, de que não deveis cuidar só do corpo, nem exclusivamente das riquezas, e nem de qualquer outra coisa antes e mais fortemente que da alma, de modo que ela se aperfeiçoe sempre, pois não é do acúmulo de riquezas que nasce a virtude, mas do

aperfeiçoamento da alma é que nascem as riquezas e tudo o que mais importa ao homem e ao Estado."

Segundo Reale & Antiseri (1990), um dos raciocínios fundamentais feitos por Sócrates para provar essa tese é o seguinte: uma coisa é o instrumento que se usa e a outra é o sujeito que usa o instrumento. Ora, o homem usa o seu corpo como instrumento, o que significa que a essência humana utiliza o instrumento, que é o corpo, não sendo, pois, o próprio corpo. Assim, à pergunta "o que é o homem?", não seria lógico reponder que é o seu corpo, mas sim que é "aquilo que se serve do corpo", que é a psyché, a alma. Esta mesma alma seria imortal e fadada a reencarnar tantas vezes fosse necessárias até a alma se aperfeiçoar de tal forma que não precisasse mais voltar a este planeta.

O "daimonion" socrático

Entre as acusações contra Sócrates estava a de que ele estava introduzindo novos daimonions, novas entidades divinas. Em sua Apologia,

Sócrates diz: "A razão (...) são aquelas acusações que muitas vezes e em diversas circunstâncias ouvistes dizer, ou seja, que em mim se verifica algo de divino ou demoníaco (...) uma voz que se faz ouvir dentro de mim desde que eu era menino e que, quando se faz ouvir, sempre me detém de fazer aquilo que é perigoso e que estou a ponto de fazer, mas que nunca me exortou a fazer nada". Ou seja, o

daimonion socrático era "uma voz" que lhe vetava determinadas coisas, o que o salvou várias vezes de perigos e experiências

negativas (Reale & Antiseri, 1990, p. 95). Ela não lhe revelava nada, apenas vetava algumas coisas que lhe eram perigosas.

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Jostein Gaarder fala que as pessoas ainda hoje se perguntam por que Sócrates teve de morrer. Então ele faz um paralelo entre Jesus e Sócrates: ambos eram pessoas carismáticas e eram consideradas pessoas enigmáticas ainda em vida. Nenhum dos dois deixou

qualquer escrito, e precisamos confiar na imagem e impressões que eles deixaram em seus discípulos e conteporâneos. Ambos eram mestres da retórica e tinham tanta autoconfiança no que falavam que podiam tanto arrebatar quanto irritar seus ouvintes. E ambos

acreditavam falar em nome de uma coisa que era maior do que eles mesmos. Ambos desafiavam agudamente os que detinham o poder na sociedade, apontando sem piedade as hipocrisias e falsos

fundamentos em que se assentavam para cometer toda sorte de abusos e injustiças. Foi isto que, no fim, lhes custou a vida. Afinal, os que questionam são sempre perigosos para os poderosos e pseudo-sábios de todas as épocas.

A maneira como Sócrates fazia as pessoas conhecerem-se a si

mesmas também estava ligada à sua descoberta de que o homem, em sua essência, é a sua psyché. Em seu método, chamado de maiêutica, ele tendia a despojar a pessoa da sua falsa ilusão do saber,

fragilizando a sua vaidade e permitindo, assim, que a pessoa

estivesse mais livre de falsas crenças e mais susceptível à extrair a verdade lógica que também estava dentro de si. Sendo filho de uma parteira, Sócrates costumava comparar a sua atividade com a de trazer ao mundo a verdade que há dentro de cada um. Ele nada

ensinava, apenas ajudava as pessoas a tirarem de si mesmas opiniões próprias e limpas de falsos valores, pois o verdadeiro conhecimento tem de vir de dentro, de acordo com a consciência, e que não se pode obter expremendo-se os outros. Até mesmo na atividade de aprender uma disciplina qualquer, o professor nada mais pode fazer que

orientar e esclarecer dúvidas, como um lapidador tira o excesso de entulho do diamante, não fazendo o próprio diamante. O processo de aprender é um processo interno, e tanto mais eficaz quanto maior for o interesse de aprender. Só o conhecimento que vem de dentro é capaz de revelar o verdadeiro discernimento. Em certo sentido, dizemos que quando uma pessoa "toma juízo", ela simplesmente traz à consciência algo muito claro que já estava "dentro" de si. Assim, as finalidades do diálogo socrático são a catarse e a educação para o autoconhecimento. Dialogar com Sócrates era se submeter a uma "lavagem da alma" e a uma prestação de contas da própria vida. Como disse Platão: "quem quer que esteja próximo a Sócrates e, em contato com ele, põe-se a raciocinar, qualquer que seja o assunto tratado, é arrastado pelas espirais do diálogo e inevitavelmente é forçado a seguir adiante, até que, surpreendentemente, ver-se a prestar contas de si mesmo e do modo como vive, pensa e viveu".

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um tombo tremendo quando o quadro se invertesse. E esta era a principal técnica do método de Sócrates: usar a ironia. Foi assim que le expos muito das fraquezas do pensamento ateniense. Um encontro com Sócrates podia signifcar o risco de expor-se ao ridículo. Mas as pessoas que passaram por isto e conseguiram superar o choque do orgulho ferido, indo até o fim no processo cartático, acabavam por extrair de si mesmo a resposta em tudo lógica e compatível com os problemas expostos, dando-lhe a solução. O resultado é que o indivíduo sentia uma verdadeira sensação de iluminação, de

descoberta, de der dado à luz algo de valioso que havia dentro de si, mas de que não tinha a mínima consciência. Foi assim que Sócrates conquistou fervorosos discípulos. Mas se a pessoa entregava-se ao orgulho ferido, tornava-se um inimigo feroz. E esta foi a razão que lhe custou a vida.

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Mestre Platão

Por: Carlos Antonio Fragoso Guimarães

Platão, cujo verdadeiro nome era Aristócles, nasceu em Atenas, em 428/427 a.C., e lá morreu em 347 a.C. Platão é um nome que, segundo alguns, derivou de seu vigor físico e da largueza de seus ombros (platos significa largueza). Ele era filho de uma abastada família, aparentada com famosos políticos importantes, por isso não espanta que a primeira paixão de Platão tenha sido a política.

Inicialmente, Platão parece ter sido discípulo de Crátilo, seguidor de

Heráclito, um dos grandes filósofos pré-Socráticos. Posteriormente, Platão entra em contato com Sócrates, tornando-se seu discípulo, com

aproximadamente vinte anos de idade e com o objetivo de se preparar melhor para a vida política. Mas os acontecimentos acabariam por orientar sua vida para a filosofia como a finalidade de sua vida.

Platão tinha cerca de vinte e nove anos quando Sócrates foi condenado à beber o cálice de cicuta (veneno fortíssimo). Ele havia acompanhado de perto o processo de seu mestre, e o relata na Apologia de Sócrates. O fato de Atenas, a mais iluminada das cidades-estados gregas, ter condenado à morte "o mais sábio e o mais justo dos homens" - como falara mediunicamente o oráculo de Apolo, em Delfos - lhe deixou marcas profundas que

determinariam as linhas mestras de toda a sua atividade de filósofo.

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inteira. Além de cartas e da Apologia de Sócrates, Platão escreveu cerca de trinta Diálogos que têm sempre invariavelmente Sócrates como protagonista. Nestas obras excepcionais, Platão tenta reproduzir a magia do diálogo

socrático, imitando o jogo de perguntas e respostas, com todos os meandros da dúvida, com as fugazes e imprevistas revelações que impulsionam para a verdade, sem, contudo, revela-la de modo direto. O motivo pelo qual sua obra nos chegou praticamente intácta reside no fato de Platão ter fundado uma escola que se tornou famosa, e que era dedicada ao herói Academos. Daí o nome Academia.

Platão foi o responsável pela formulação de uma nova ciência, ou, para ser mais exato, de uma nova maneira de pensar e perceber o mundo. Este ponto fundamental consiste na descoberta de uma realidade causal supra-sensível, não material, antes apenas esboçada e não muito bem delineada por aluguns filósofos, embora tenha sido um pouco mais burilada por Sócrates. Antes de Sócrates, era comum tentar-se explicar os fenômenos naturais a partir de causas físicas e mecânicas. Platão observa que Anaxágoras, um dos pré-socráticos, tinha atinado para a necessidade de introduzir uma Inteligência universal para conseguir explicar o porquê das coisas, mas não soube levar muito adiante esta sua intuição, continuando a atribuir peso preponderante às causas físicas. Entretanto, se perguntava Platão, será que as causas de caráter físico e mecânico representam as "verdadeiras causas" ou, ao contrário, representam simples "concausas", ou seja, causas a serviço de causas mais elevadas? Não seria o visível fruto de algo mais sutil?

Para encontrar a resposta às suas dúvidas, Platão empreendeu aquilo que chamou simbolicamente de "a segunda navegação". A primeira navegação seria o percurso da filosofia naturalista. A segunda navegação seria a

orientação metafísica de uma filosofia espiritualista, do inteligível. O sentido do que seja essa segunda navegação fica claro nos exemplos dados pelo próprio Platão.

Se se deseja explicar por que uma coisa é bela, um materialista diria que os elementos físicos como o volume, a cor e o recorte são bem proporcionais e causam sensções prazerosas e agradáveis aos sentidos. Já Platão diria que tudo isso seria apenas qualidades que evocariam uma lembrança de algo ainda mais belo, vista pela alma no plano espirtiual, mas que não está

acessível ao plano físico. O objeto seria apenas uma cópia imperfeita, por ser material, de uma "Idéia" ou forma pura do belo em si.

Vejamos um outro exemplo:

Sócrates está preso, aguardando a sua condenação. Por que está preso? A explicação mecanicista diria que é porque Sócrates possui um corpo

corpulento, composto de ossos e nervos, etc, que lhes possibilitam e lhe permitiram locomover-se e se deslocar por toda a vida, até que, por ter cometido algum erro, tenha-se dirigido à prisão, onde lhe sejam postas as amarras. Ora, qualuer pessoa sabe a simplificação desse tipo de argumento, mas é justamente assim que falam o materialistas-mecanicistas até os dias de hoje. Mas este tipo de explicação não oferece o verdadeiro "porquê", a razão pela qual Sócrates está preso, explicando apenas o meio pelo qual pode uma pessoa ser posta num cárcere devido ao seu corpo. Explica o ato, descrevendo-o, e não suas causas. A verdadeira causa pela qual Sócrates foi preso não é de ordem mecânica e material, mas de ordem superior, da

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condenado devido a um julgamento de valor moral usado a pretexto de justiça para encobrir ressentimentos e manobras políticas das pessoas que o odiavam. Ele, Sócrates, decidiu acatar o veredicto dos juízes e submerter-se à lei de Atenas, por acreditar que isso era o correto e o conveniente, pois ele era cidadão de Atenas, mesmo ciente da injustiça de sua condenação. E, em conseqüência disto, dessa escolha de ordem moral e espritual, ele, em seguida, moveu os músculos e as pernas e se dirigiu ao cárcere, onde se deixou ficar prisioneiro.

A segunda navegação, portanto, leva ao conhecimento de dois níveis ou planos do ser: um, fenomênico e visível (a nível do hardware, como diríamos em linguagem de computação); outro, invisível e metafenomênico, (a nível do software), inteligível e compreensível pela razão e pela intuição.

Podemos afirmar, como falam Reale & Antiseri, que a segunda navegação platônica constitui uma conquista e assinala, ao mesmo tempo, a fundação e a etapa mais importante da história da metafísica. Todo o pensamento ocidental seria condicionado defintiviamente por essa "distinção" entre o físico (o hardware) e o causal (o software, a ordem implicada que causa a ordem explicada), tanto na medida da sua aceitação quanto de sua não aceitação através da história. Se ela não é aceita, a pessoa que não a aceita terá de justificar a sua não

aceitação, gerando uma polêmica que continuará dialeticamente a ser condicionada ao fato de que existe - ao menos filosoficamente - algo que se chama metafísica.

Só após a "segunda navegação" platônica é que se pode falar de material e espiritual. E é à luz dessas categorias que os físicos

anteriores a Sócrates, e muitos físicos modernos, podem ser tachados e materialistas, mas agora a natureza não pode mais ser vista como a totalidade das coisas que existem, mas como a totalidade das coisas que aparecem. Como diria o Físico David Bohm, a ordem explícita é apenas conseqüência de uma ordem implícita, superior e invisível. O "verdadeiro" ser é constituído pela "realidade inteligente" e

"inteligível" que lhe é transcendente.

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Mestre Orfeu

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Ao que tudo indica, Orfeu foi um poeta trácio de grande habilidade musical e um místico de grande carisma, mas cujos traços históricos estão para nós completamente perdidos, a não ser pelas lendas e mitos que nos chegaram a seu respeito, transformando-o num semideus. Já no século VI a. C. o poeta Ibico falava de "Orfeu de nome famoso", testemunhando a grande

notoriedade que Orfeu usufruia em toda a cultura helênica, e que só se explica pela existência de um fundador carismático e pela difusão do seu movimento religioso. Eurípedes, Platão, Heródoto, Aristófanes e Aristóteles nos deixaram escritos sobre o orfismo, e sabemos o quanto Platão deve aos mistérios órficos em sua filosofia, especialmente no que concerne à doutrina da reencarnação. É bem provável que o homem Orfeu tenha tido uma forte influência mística na cultura grega no início do século VI a.C.

A religião pública na Grécia e os Mistérios Órficos

A religião exerceu uma profunda influência na gênese da filosofia grega, e, por conseqüência, na filosofia ocidental. Mas quando se fala da religião helênica, se faz necessário distinguir entre a religião pública, que teve seu modelo na representação dos deuses e do culto que foi legado por Homero, e adotada pela maioria da população pela sua simplicidade explicativa dos fenômenos naturais e humanos, antropomorfizando-os, e a chamada religião dos mistérios. Apesar de serem religiões com pontos em comum, há

importantes diferenças entre estas duas formas de religiosidade (como, por exemplo, a concepção de homem, do sentido da vida e o destino último da alma humana). Ambas as formas de religiosidade são fundamentais para a gênese da filosofia grega, mas a segunda forma se destaca muito mais nesta gênese que a primeira.

Nem todos os gregos consideravam críveis ou aceitáveis os pressupostos da religião pública, recheada de deuses bastante humanos. Por isso, em círculos restritos, desenvolveram-se os chamados "mistérios", com elementos da religiosidade oriental, tendo suas crenças mais logicamente enlaçadas e seus próprios rituais reconhecidamente simbólicos e com forte conteúdo

arquetípico-psicológico. O orfismo é particularmente importante porque introduz na civilização grega uma nova interpretação da existência humana (Reale & Antiseri, 1990). Enquanto a concepção tradicional, desde Homero, considerava o homem com uma alma desconhecida, que se perdia na região do Hades após a morte, quase como um fim total da existência humana, o orfismo proclama a imortalidade da alma, sendo esta o que dá a

persnonalidade do homem, herdeira de uma história e de um trajeto

evolutivo, sempre se aperfeiçoando nesta e em inúmeras outras vidas, até que consiga se assemelhar ao máximo a Deus.

Os principais elementos da doutrina órfica são:

a) No homem há um princípio divino, uma alma que caiu em um corpo para corrigir uma imperfeição. b)Essa alma não só preexiste ao corpo como também sobrevive a ele, estando destinada a reencarnar em corpos

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Conhecemos algumas máximas órficas, que nos chegaram através de fragmentos encontrados em tabuinhas e em tumbas pertencentes a seguidores da doutrina. Algumas dessas máximas resumem muito bem o núcleo central de sua doutrina: Alegra-te, tu que sofreste a paixão: antes, desconhecias o que era o sofrimento. De homem, nasceste Deus!". "Feliz e bem-aventurado, serás Deus ao invés de um mero mortal! De homem, nascerás Deus, pois és filho do Divino!" De um modo geral, a mensagem órfica é a de que todos somos deuses, por herança divina, e deveremos voltar a estar junto de Deus.

Sem o orfismo não se explicaria a filosofia e a doutrina de Pitágoras, nem a de Empédocles e, sobretudo, não se explicaria Sócrates e boa parte do pensamento de Platão, bem como de toda a tradição que deriva de ambos.

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Mestre Plotino

Por: Carlos Antonio Fragoso Guimarães

Durante o período helenístico pós-Alexandre e, posteriormente, no período Imperial Romano, desenvolveram-se várias escolas de filosofia. Entre elas se destacam a dos cínicos, a dos estóicos e a dos epicuristas. Embora sejam escolas com características bem próprias, todas elas tinham por ponto de partida os ensinamentos de Sócrates e/ou dos pré-socráticos Demócrito e Heráclito. Mas, sem dúvida alguma, a mais importante, bela e orignal das escolas do final da Antiguidade foi inspirada pelo gênio de Platão. Por isso ela é chamada de neoplatonismo, se bem que ela seja, de fato, um

aperfeiçoamento extraordinário do pensamento filosófico grego, com matizes bem mais originais e estruturadas do que tinha o pensamento platônico. De fato, a escola neoplatônica nos parece extremamente atual, hoje em dia, devido às grandes similiridade entre a visão e concepção de mundo que emergem de seus pressupostos filosóficos básicos e a atual visão de mundo que surge da Física moderna, da Teoria Geral dos Sistemas e da Psicologia Transpessoal. A figura mais importante do movimento neoplatônico foi Plotino.

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Pelos escritos de um discípulo famoso de Plotino, Porfírio, sabemos que Amônio foi um jovem brilhante, educado no seio de uma família cristã. Mas depois que passou a se dedicar à filosofia, Amônio, por inclinação e vontade próprias, se voltou novamente ao paganismo (talvez por achar mais liberdade por buscar um caminho próprio de entendimento). Segundo Porfírio, ele tinha um alto conhecimento da filosofia de sua época, e, tal como mais tarde faria Plotino, aprofundou-se de tal modo na vivência da filosofia ao ponto de "ter uma experiência direta seja da filosofia praticada pelos persas, seja daquela preponderante entre os hindus" (Porfírio, Vida de Plotino). Outras referências a Amônio são encontradas em obras de Teodoreto, que era um bispo cristão, Hiérocles de Alexandria e em Nemésio, bispo de Emesa.

Amônio preferiu não se dar a público, rejeitando pertencer ao círculo de celebridades consagradas de seu tempo, talvez por sentir uma certa instabilidade emocional no ar entre as escolas cristãs e pagãs, e, por isso viveu de forma modesta e esquiva, afastando-se do burburinho do mundo e cultivando a filosofia não apenas como um exercício de inteligência, mas também de vida e de aperfeiçoamento espiritual, buscando uma percepção direta, de cunho místico (no sentido transpessoal do termo), da realidade, ou da essência, da existência, juntamente com alguns discípulos mais

indentificados com a sua mensagem. Tal como Sócrates e Jesus, Amônio nada deixou escrito, mas sua doutrina foi levada adiante e aperfeiçoada pelo gênio de Plotino, tal como, antes, a mensagem de Sócrates foi perpetuada pelo testemunhos de Platão e Xenofonte. Amônio é apresentado como um filósofo que, elevando-se acima das disputas e das plêmicas das outras escolas filosóficas, soube conciliar Platão e Aristóteles e a transmitir a seus

discípulos, sobretudo a Plotino, uma filosofia livre do espírituo de polêmica, muitas vezes resultante da mera vaidade pela disputa intelectual. Conta-se que Plotino, chegando a Alexandria, teria ouvido a todas as celebridadas da época, cristãs e pagãs, mas continuava insatisfeito. Levado por um amigo a Amônio, depois de te-lo ouvido falar apenas uma vez, teria dito: "Este é o homem que eu buscava!", e tornou-se seu discípulo por onze anos. Não é à-toa que nos vêm à mente que a relação entre Amônio e Plotino tenha alguma semelhança com a que existiu entre a de Sócrates e Platão. Outros discípulos famosos de Amônio foram Orígenes, o Pagão, Longino, Erênio e Orígines, o Cristão.

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Plotino possuia um carisma especial, e gozou de enorme prestígio em sua época. E seu fascínio era tal que chegou a exercer uma profunda influência sobre a própria teologia cristã, como sabemos pelos testemunhos de Eusébio, do bispo Teodoreto, etc. Suas lições eram assistidas até mesmo pelo

imperador Galiano e sua esposa Solonina, e foi tal o impacto que Plotino exerceu sobre eles que o imperador chegou a examinar um projeto de fundar uma cidade de filósofos que deveria se chamar Platonópolis. O projeto não foi adiante devido às tramas dos cortesãos.

Plotino morreu aos sessenta e cinco anos, em 270 d. C. Suas últimas palavras ao médico Eustóquio foram: "Procurai sempre conjugar o divino que há em vós com o divino que há no universo".

Segundo Reale & Antiseri, a escola de Plotino não se assemelhava a nenhuma das escolas filosóficas anteriores: Platão havia fundado a Academia para a formação de homens que pudessem renovar o Estado; Aristóteles havia fundado o Liceu para organizar e sistematizar a busca do saber; Epicuro havia fundado seu movimento visando dar aos homens a paz e a

tranquilidade da alma. Já a escola de Plotino visava ensinar aos homens um modo de entrarem em contato direto com uma realidade mais abrangente, e reunir-se com o divino, de uma forma que hoje chamaríamos de uma

experiência direta de cunho transpessoal. Ele dizia que o mero conhecimento intelectual pouco será diante da certeza, da experiência direta das realidades supra-sensíveis. Estas possuiam uma riqueza e uma força transformadora da percepção humana que dificilmente poderiam ser posta em palavras. Aliás, isto é também o que dizem todos os grandes e verdadeiros místicos, santos e pensadores da humanidade, como Mestre Eckhart, São Juan de La Cruz, etc. O fato é que, tal como ocorre em algumas formas de psicoterapia,

notadamente a psicologia junguiana e as abordagens existenciais, há fatores significativos em nosso desenvolvimento psíquico que se colocam como indefiníveis, mas altamente significativas a nível intuitivo, já que termos abstratos não são suficentes para descreve-los. Enquanto para a mioria das pessoas, em nossos dias, a única abordagem compreensível da realidade baseia-se na definição de tudo através de conceituações literais, lineares, racionais e impessoais, algumas outras redescobrem que o universo intuitivo pode ser tão ou mais abrangente quanto este causal universo racional. Entre estas pessoas podemos citar Albert Einstein e Carl Gustav Jung. Aliás, Jung julgava ser a intuição e o sentimento faculdades indispensáveis para uma vivência adequada da psique, pois é apenas através de todos os seus elementos (pensamento, sentimento, sensação e intuição) que podemos tentar entendê-la. As dificuldades que a pessoa moderna encontra ao tentar compreender a verdadeira abordagem "mística" (não o fácil e simplório misticismo que vemos sendo vendido a torto e a direito em cada esquina e nas bancas de revistas, mas o real misticismo que vem de dentro da alma) baseia-se no fato de que, como reação à tendência altamente introvertida, supersticiosa e ao obscurantismo da Igreja medieval, o desenvolvimento científico ocidental recente enfatizou excessivamente o pensamento objetivo abstrato, linear e racional. Este desenvolvimento preocupou-se

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motivação básica do comportamento moral do ser humano, por exemplo, que se baseia em alicerces emocionais. Estas áreas até podem ser racionlaizadas, mas a razão em si dificilemente as atinge, pois se assim fosse os cientistas já teriam solucionados problemas como a violência, o suicídio, a apatia, a depressão (que hoje já virou epidemia) e outros males da alma. Os apelos racionais são pouco eficientes quando comparados aos emocionais. Nossa cultura é voltada para a lógica, mas, ao lidar com problemas mais profundos, esta mesma lógica é incapaz de nos oferecer respostas adequadas à

compreensão da vida e de seus mistérios. Por que, então, negarmos como fantasias ou irrealidades os fenômenos místicos? Talvez o estado de vigília - considerado o estado pradão normal - seja apenas um de vários níveis de consciência possível ao psiquismo humano. Para maiores detalhes, veja a Psicologia Transpessoal.

A Mensagem de Plotino

Plotino, segundo Jostein Gaarder, via o mundo fenomênico e humano como algo que está entre dois polos: Numa extremidade está o divino, de onde tudo vem e para onde tudo vai, ao qual ele chamava de Uno. Plotino abraçava uma concepção holística do universo (é pena que a palvra holismo esteja, hoje em dia, misturada com uma falácia de lixo pseudo-místico, que lhe tiram o signficado real). Às vezes Plotino chamava o Uno de Deus. Na outra

extremidade estaria aquilo que Plotino chamava de reino das sombras, onde apenas uma fração ínfima da luz divina chegava. Mas Plotino usava estas metáforas apenas como uma figuração didática. Ele dizia, por exemplo, que estas trevas não tinham uma existência concreta. Elas eram apenas a ausência momentânea da Luz Divina, como mais tarde Mestre Eckhart diria que a matéria era a condensação de algo espiritual. Assim, sendo este extremo apenas ausência de luz, as trevas não são. Elas apenas estão na escuridão. A única existência real é a existência da odem implícita que causa o mundo fenomênico mutável. Assim, só Deus é o real. Mas, assim como uma fonte de luz pouco a pouco se perde na escuridão, também podemos

imaginar um lugar onde os raios divinos chegam muito fracos, o que Plotino identificava com a matéria. Mas até mesmo a matéria possui um pouco da luz divina. Sabemos hoje em dia, pela Física, que a matéria nada mais é que uma condensação de algo mais sutil: a nergia.

Eis um belo resumo das analogias poéticas da obra de Plotino (e, por ligação, de Amônio Sacas) dada por Jostein Gaarder: "Imagine uma enorme fogueira creptando no meio da noite. Do meio do fogo saltam centelhas em todas as direções. Numa amplo círculo ao redor do fogo a noite é iluminada, e a alguns quilômetros de distância ainda é possível ver o leve brilho desta fogueira. À medida que nos afastamos, a fogueira vai se transformando num minúsculo ponto de luz, como uma lanterna fraca na noite. E se nos afastarmos mais ainda, chegaremos a um ponto em que a luz do fogo não mais consegue nos alcançar. Em algum lugar os raios lumiosos se perdem na noite e se estiver muito escuro não vamos enxergar nada. Nesse momento, contornos e sombras deixam de existir". "Agora imagine a realidade como sendo esta enorme fogueira. O que arde é Deus - e as trevas que estão lá fora são a matéria fria, onde a luz está fraca, da qual são feitos homens e animais. Junto a Deus estão as idéias eternas, as causas de todas as criaturas.

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"Digo que tudo o que vemos tem um pouco do mistério divino. Podemos ver o brilho desta alguma coisa num girassol ou numa papoula. Percebemos um pouco mais deste insondável mistério numa borboleta que pousou num galho, ou num peixinho dourado que nada no aquário. Mas o ponto mais próximo em que nos encontramos de Deus é dentro de nossa própria alma. Só lá é que podemos nos re-unir com o grande mistério da vida. De fato, em alguns raros momentos" - como falam Jung e Maslow - "podemos sentir que somos, nós mesmos, este mistério divino". O psicólogo americano Abraham Maslow fez exaustivos estudos provando a existência destas experiências culminantes, frequentemente impossíveis de serem expressas em palavras sem que se percam grande parte de sua força extraordinariamente bela e luminosa, e o onde a sensação de íntimo encontro com algo transcendete é o leitmotiv dominante.

As imagens que Plotino usa, e que Jostein Gaarder acabou de resumir, nos remetem ao mito da caverna de Platão. Mas enquanto Platão é dualista, distinguido de forma estanque a oposição entre o espírito e a matéria, Plotino nos aponta para a realidade de que o isto está também ligado ao aquilo (como também falava Buda), que o universo é uma imensa rede de relações onde tudo tem sua razão de ser no conjunto, no holos. Tudo está ligado a tudo, e tudo é Um, pois tudo concorre para o andamento da obra de Deus. Até mesmo as sombras têm uma tênue parte desta "Unidade"

((holismo)).

Em alguns momentos de sua vida, Plotino experimentou a vívida sensação de unir, fundir sua alma com Deus. Em nosso século, Abraham Maslow fez uma enorme pesquisa para provar que as pessoas mais saudáveis e carismáticas experimentaram, pelo menos uma vez na vida, uma espécie de experiência de pico (as Peak Experiences de Maslow) onde parece que as divisões convencionais do intelecto humano parecem perder todo o sentido, e a pessoa sente-se plena de uma paz e de um contato mais íntimo com algo transcendetal. Chamamos a este tipo de experiência de experiência mística. Plotino, porém, como sabemos, não foi único a viver essa experiência. Como nos fala Jostein Gaarder, pessoas de todas as culturas, em todos os tempos, têm relatado experiências semelhantes. Hoje o estudo dessas experiências é feito pela Psicologia Transpessoal. E um ponto básico destes relatos é o de que, embora ocorram variantes na descrição desses fenômenos - devido ao pano de fundo cultural e às crenças do sujeito -, esses relatos têm muitos e supreendentes pontos em comum.

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Pelo: Instituto Arcanjo Miguel

O onicósmico e santíssimo Al Hallaj nasceu no Irã em 857, tendo sido neto de um devoto do grande Mestre Zoroastro. Al Hallaj foi iniciado nos grandes mistérios do Sufismo.

Contam as tradições árabes que quando ele cumpriu 40 anos de idade, entrou em franco desacordo com os juristas e tradicionalistas ortodoxos e saiu à rua para pregar diretamente às multidões os sublimes princípios da vida espiritual. Está escrito que Al Hallaj, o grande Mestre sufi, ensinou com a sua palavra e com o seu exemplo, viajando incansavelmente pelo Irã, pela Índia, pelo Turquestão etc. Chegou até às próprias fronteiras da velha China.

O grande Mestre Al Hallaj foi sem dúvida alguma um tremendo

revolucionário. Os políticos com ciúmes e invejosos acusaram-no de perigoso agitador. Os doutores da lei acusaram-no de confundir o humano com o divino. Os próprios integrantes do sufismo não viram incoveniente em acusá-lo de romper a disciplina do Arcano, divulgando os mistérios esotéricos entre as pessoas. Como é apenas normal nestes casos, não faltaram juizes

dispostos a condená-lo por muitos supostos delitos, tais como o de farsante, impostor, mago negro, feiticeiro, bruxo, profanador de misté-rios, amotinador do povo, pregador ignorante, inimigo do governo etc.

Al Hallaj, o grande místico sufi, ficou preso numa infame prisão durante nove anos, depois foi vilmente mutilado e executado a 27 de março de 922, no ano 309 da Héjira.

Contam as sagradas tradições do Islã que, quando veio a terrível noite em que deveria ser tirado do calabouço para ser justiçado na aurora, pôs-se de pé e disse a oração ritual, prosternando-se duas vezes.

Os que testemunharam dizem que, concluída a oração, repetiu sem cessar: Engano, engano... até o final da negra noite. Depois, após um longo e

profundo silêncio, exclamou: Verdade, verdade... Voltou a erguer--se, cingiu sua cabeça com o véu, envolveu-se em seu bendito manto, estendeu suas sagradas mãos cristifi-cadas, virou seu divino rosto na direção da Caaba, entrou em êxtase e falou com seu Deus Interno.

Já de dia, quando saiu da prisão, as multidões viram-no em pleno êxtase, jubiloso e dançando feliz sob o peso de suas cadeias... Os verdugos o conduziram sem misericórdia alguma na praça pública, onde, depois de o terem flagelado com 500 açoites, cortaram-lhe as mãos e os pés.

Dizem as velhas tradições do mundo árabe que Al Hallaj foi crucificado depois da flagelação e da mutilação, e que muitas pessoas ouviram-no falar em êxtase com o Pai que está em segredo de lá do seu próprio Gólgota: "Ó Deus meu, vou entrar na morada de meus desejos e ali contemplarei as suas maravilhas! Ó Deus meu, mani-festas o teu amor ainda àquele que te prejudica, como então não o darias àquele que é prejudicado em ti?"

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mística? Al Hallaj respondeu: "O seu menor grau aqui o vês". E seu grau supremo? "Tu não podes ter acesso a ele e não obstante amanhã verás o que acontecerá. Eu o testemunho no mistério divino em que existe e para ti permanece oculto."

À hora vespertina, quando chegou o momento da oração, veio a ordem do cruel e sanguínário califa autorizando a degolar a santa vítima, mas os verdugos disseram: É muito tarde, deixemo-lo para de manhã.

A ordem do califa foi cumprida bem cedo, Al Hallaj ainda com vida foi baixado da cruz e levado para que lhe cortassem o pescoço. Certa testemunha o ouviu dizer em voz alta: "O que quer o extático, o místico, senão consigo mesmo". Depois, cheio de êxtase, recitou o seguinte versículo sagrado: "Os que não crêem na última hora são arrastados a ela com pressa, mas os que crêem esperam-na com um temor reverente, pois sabem que ela é a Verdade". Com estas solenes palavras concluiu-se a vida do onicósmico e santíssimo Al Hallaj. A sua venerável e bendita cabeça caiu san-grando sob o fio da espada, como um holocausto san-grento na ara do supremo sacrifício pela

humanidade.

O venenoso ódio dos verdugos foi tão grande que sequer foi autorizado se amortalhar o cadáver ou dar-lhe "sepultura cristã".

Contam as velhas tradições do Islã que as sagradas cinzas do velho súfi Al Hallaj foram dispersadas pelo vento do alto da Almanara. Dizem as antigas lendas árabes que ao invés de um branco lençol, o cadáver do santo foi enrolado numa imunda esteira umedecida com petróleo. Quando o santo corpo ardeu, consumido pelo fogo do holocausto, a natureza inteira estremeceu cheia de infinito terror.

O grande hierofante súfi Al Hallaj à base de cinzel e martelo transformou a pedra bruta, deu-lhe forma cúbica perfeita. O grande imolado Al Hallaj, antes de morrer, já estava completamente morto em si mesmo e dentro de si

mesmo. A resplan-decente alma de diamante do imã Al Hallaj, caminhando pela senda celestial, dirige-se para o Absoluto. O grande Iniciado súfi Al Hallaj nasceu, morreu e sacrificou-se totalmente pela humanidade.

Vale a pena concluir este último capítulo com esta inefável oração que o Cristo maometano, o imã Al Hallaj, nos deixou com infinito amor, e que se intitula:

Ó Todo Meu Todo

Eis-me aqui, eis-me aqui, ó meu segredo, ó minha confidência!

Eis-me aqui, eis-me aqui, ó meu fim, ó meu sentido! Chamo-te.., não! És Tu quem me chamas para Ti!

Como Te haveria falado, a Ti, se Tu não me houvesses falado a mim? Ó essência da essência da minha existência, ó termo do meu desígnio! Tu que me fazes falar, ó Tu, minhas enunciações, Tu meus pestanejares! Ó Todo de meu Todo, ó meu ouvido, ó minha visão,

Ó minha totalidade, minha composição e minhas partes!

Ó Todo de meu Todo, Todo de toda coisa, enigma equívoco; obscureço o todo do Teu todo ao querer Te expressar!

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Continua sendo sua prenda minha desdita....

O supremo objeto que eu solicito e espero, ó meu hóspede, Ó alento de meu espírito, ó minha vida neste mundo e no outro! Seja meu coração Teu resgate! Ó meu ouvido, ó minha visão. Por que tanta demora, em meu retiro, tão distante?

Ah! Ainda que para meus olhos Te escondes no invisível, meu coração já Te contempla, desde meu afastamento, sim! desde o meu exílio.

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Nada, Chohan do 6

o

Raio

Por: Glacy André

Chohan do 6o Raio, seu dia da semana é quinta-feira, suas cores são dourado e púrpura. Seu retiro etéreo fica situado na Arábia Saudita e seus dons do Espírito Santo são variedade de línguas e interpretação de línguas (inclusive angelical). Suas pedras são topázio, rubi, e diamante com pérola, também pode ser usada alexandrita.

Desde 1959 é Chohan do Sexto Raio, cujo cargo foi ocupado anteriormente por Jesus Cristo. Nada presta serviços também no Conselho do Carma, da Grande Fraternidade Branca, como representante do 3o Raio (do Amor). Seu chacra é o do plexo solar com 10 pétalas.

A Mestra Nada é a grande advogada dos direitos divinos de todos os povos, da liberdade com responsabilidade e do livre-arbítrio. Seu retiro da cura, fica situado por cima de New Bedford, Massachusetts (EUA). A Mestra Nada é também unificadora de famílias e também de chamas gêmeas e qualificadora do amor como ministrante e serviçal.

Seus Arcanjos são Uriel e Aurora, elohins Paz e Aloha, os quais têm o seu retiro etéreo nas ilhas do Havaí; seus arcanjos têm retiro etéreo nas montanhas Tatra, no sul da Cracóvia (Polônia).

Referências

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