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RESIDÊNCIA JURÍDICA. DIREITOS HUMANOS - Tatiana

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RESIDÊNCIA JURÍDICA

R E S IDÊNCIA JU R ÍDICA

D IR E ITOS H U MA NOS - Tati ana B ati sta

@tati santosbatista/ prof.tati anabatista@gmail.com

(2)

Aula Direitos Humanos

1.

Origem, conceito, fontes, características;

3. Tratados de Direitos Humanos, controle de convencionalidade

4. Sistemas de Responsabilidades Internacionais

5. Direitos Humanos e grupos das minorias

2. Dignidade da Pessoa Humana – conexão DH e Constitucional;

5. Tribunal Penal Internacional

6. Condenações do Brasil na Corte Interamericana

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Aula Direitos Humanos

Origem, conceito, fontes, características:

 1689 - Bill os Rights – controle da vontade real pelo Parlamento,eleições livres para o Parlamento, liberdade de expressão, vedação de penas cruéis, separação dos poderes;

 (1789) – Declaração do Homem e do Cidadão – fim do absolutismo; separação dos poderes e direitos fundamentais.

 Segunda Guerra Mundial = atrocidades contra seres humanos

a) Repensar a proteção aos direitos do homem = autonomia dos direitos humanos b) Criação da ONU – Carta de São Francisco de 1945

c) Ser Humano no centro de proteção dos Direitos

 1948 – Declaração Universal dos Direitos Humanos

Os direitos humanos são frutos da soberania popular, sendo certo que a maioria não possui poderes ilimitados sobre as minorias (Habermas).

Os seres humanos são sujeito de direitos universais, mas não existe cidadania global.

Os direitos humanos em espécie são derivações da dignidade da pessoa humana (Kant)

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Aula Direitos Humanos

Origem, conceito, fontes, características:

 Fontes de Direitos Humanos

- Fundamentos: políticos, sociais, culturais, econômicos - Art. 38 da CIJ:

a) Fontes primárias: convenções internacionais, costume internacional (jus cogens) e princípios gerais de direito.

B) Fontes secundárias: as decisões judiciárias e a doutrina

 Costume Internacional:

prova de uma prática geral aceita como sendo o direito

opinião jurídica dos Estados de que os atos praticados correspondem a uma obrigação jurídica Violação impõe Responsabilidade Internacional

 Tratados (em outro momento da aula)

(5)

Aula Direitos Humanos

Origem, conceito, fontes, características:

 Historicidade

 Universalidade

 Relativismo

 Transnacionalidade

 Imprescritibilidade

 Inalienabilidade

 Irrenunciabilidade

 Unidade, Interdependência

 Complementariedade

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Aula Direitos Humanos

Dignidade da Pessoa Humana

- Depois da Segunda Guerra, a dignidade foi incorporada em documentos internacionais, como a Carta das Nações Unidas (1945), Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Convenção Americana de Direitos Humanos (1978), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as formas de Discriminação contra Mulheres (1979), a Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos (1981), Carta Europeia de Direitos Fundamentais (2000), a Carta Árabe de Direitos Humanos (2004) e no esboço da Constituição Europeia (2004).

- No contexto pós-positivista, da ruína da dicotomia estanque entre direito público e privado e de princípios constitucionais norteadores do ordenamento, a dignidade humana ganhou cada vez mais espaço. Na Alemanha, Canadá, África do Sul e, em alguma medida, nos Estados Unidos, essa tendência foi ficando cada vez mais clara.

- A dignidade é um conceito multifacetado, presente em várias esferas do saber: jurídico, filosófico, religioso e político. Na Alemanha a dignidade é concebida como valor absoluto, que prevalece em qualquer circunstância. Como um valor fundamental, a dignidade funciona tanto como justificação moral quanto como fundamento jurídico-normativo dos direitos fundamentais.

- Outro papel destacado pelo autor é o interpretativo. A dignidade é parte do núcleo essencial dos direitos fundamentais, que ajuda a definir o sentido de direitos constitucionais e definir o seu sentido em casos concretos.

(7)

Aula Direitos Humanos

Dignidade da Pessoa Humana

- A dignidade não seria um direito fundamental autônomo pois ela é tida como alicerce último de todos os direitos verdadeiramente fundamentais e como fonte de parte do seu conteúdo essencial, sendo, portanto, contraditório considera-la como um direito em si, já que ela é parte de diferentes direitos.

- O sistema ético de Kant é baseado na razão e no dever, devendo o indivíduo dominar suas paixões e interesses próprios; muito critica-se sobre os limites de uma aplicação racional do ser inserido em uma ótica própria de valores sociais.

- Kant divide a filosofia em três partes: lógica, que é a filosofia normal aplicada a todo pensamento; física, que lida com leis da natureza e descreve o mundo como ele é; e ética, que tem como objeto a vontade humana e prescreve o que ela deve ser.

- O sistema ético kantiano encontra-se intrinsecamente conectado aos conceitos de autonomia e dignidade. Autonomia é vista como a qualidade de uma vontade que é livre, de se autodeterminar; já dignidade tem por fundamento a autonomia. Quando uma coisa está acima de todo preço e não pode ser substituída, ela tem dignidade. Assim, sendo as pessoas insubstituíveis, não possuindo valor de mercado, elas teriam dignidade. Cada ser racional é um fim em si mesmo, não sendo meio de uso para discricionariedade externa.

(8)

Aula Direitos Humanos

Dignidade da Pessoa Humana

- valor intrínseco: que se refere ao status especial do ser humano no mundo. O valor intrínseco é o elemento ontológico, ligado a natureza do ser, como o direito à vida, igualdade perante a lei e integridade física e psíquica.

- Autonomia: expressa o direito de cada pessoa, como um ser moral e como um indivíduo livre e igual, de tomar decisões e perseguir o seu próprio ideal de vida boa. A autonomia é elemento ético da dignidade humana, fundamento do livre arbítrio, caracterizado pela razão, independência, capacidade de tomar decisões, liberdade republicana e escolha.

- valor comunitário: convencionalmente definido como a interferência social e estatal legítima na determinação dos limites da autonomia pessoal. Esta dimensão deve estar sob constante escrutínio, tendo em vista possibilidade de paternalismo e moralismo. O valor comunitário, também chamado de dignidade como restrição ou dignidade como heteronomia, representa o elemento social.

Enfatiza o papel do Estado e da comunidade no estabelecimento de metas coletivas e de restrições sobre direitos e liberdades individuais em nome de certa concepção de vida boa.

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty-making pow er

Tratados d e D ireitos H umanos

Cada Estado é soberano para decidir sobre seu ordenamento interno e livre para deci dir se comprometer com os tratados que ori gi nam obri gações de D IP.

H á duas ordens j urídi cas:

a) Interna o u nacional

b) Internacional: existe regra no art. 27 da Convenção de Vi ena (1969) que as normas de direito internaci onal devem ser sempre obedeci das i ndepende de qualquer procedimento interno - R egra não segui da pel o B rasi l .

C omo compatibilizar essas ordens?

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty-making pow er

 Teorias monistas e dualistas

Monista: o ordenamento jurídico é uno e constituído de normas internacionais e internas, coexistem e são interdependentes.

Os monistas podem ser:

Internacionalistas: o que prevalecerá são as normas do Tratado (art.27 da Convenção de Viena);

Nacionalista: norma interna prevalece sobre os Tratados (estes seriam compromissos discricionários dos Estados)

Mitigada: prevalece a norma que conferir mais proteção aos direitos humanos.

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty-making pow er

 Teorias monistas e dualistas

Dualista: Há duas ordens jurídicas que não se relacionam. A validade de uma norma de direito internacional depende de um processo de internalização.

Os dualistas podem ser:

Radical: exige a edição de lei para a incorporação do tratado

Moderados (Brasil): exige um procedimento interno com a participação do Legislativo e do Executivo.

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Ordenamento Jurídico Escalonado

Bloco de Constitucionalidade: Constituição, Emendas, ADCT, Princípios Implícitos e TIDH na forma do art. 5º, §3º,

CRFB

Normas Supralegais: TIDH que ingressaram no ordenamento sem o rito

do art. 5º, 3º, CRFB

Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Decretos Autônomos, Decreto

Legislativo, demais Tratados (não DH)

Resoluções e outros atos

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Teoria do Trapézio

Bloco de Constitucionalidade: Constituição, Emendas, ADCT, Princípios Implícitos e TODOS OS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS (Porque todos são materialmente constitucionais)

Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, Decretos Autônomos, Decreto Legislativo, Tratados Diversos

Resoluções e outros atos

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty-making pow er

Art. 5º (...):

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008 , DEC 6.949, de 2009 , DLG 261, de 2015 , DEC 9.522, de 2018 )

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty -making pow er

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional

(...)

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty -making pow er

"O exame da vigente CF permite constatar que a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjeti vamente complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do Congresso Nacional, que resol ve, definiti vamente, mediante decreto legislati vo, sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do presidente da República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, art. 84, VIII), também dispõe – enquanto chefe de Estado que é – da competência para promulgá-los mediante decreto.[ADI 1.480 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 4-9-1997, P, DJ de 18- 5-2001.]"

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty -making pow er

art. 5º, §3º da Constituição Federal - "Supremacia da Constituição

da República sobre todos os tratados internacionais. O exercício

do treaty-making power, pelo Estado brasileiro, está sujeito à

observância das limitações jurídicas emergentes do texto

constitucional . Os tratados celebrados pelo Brasil estão

subordinados à autoridade normativa da Constituição da

República. Nenhum valor jurídico terá o tratado internacional, que,

incorporado ao sistema de direito positivo interno, transgredir,

formal ou materialmente, o texto da Carta Política - MI 772 AgR,

rel. min. Celso de Mello, j. 24-10-2007, P, DJE de 20-3-2009.]"

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty -making pow er

"A o r de m c on s ti tuc i onal b r a s i l ei ra , i n au gu r ad a e m 19 88 , t ro u x e des d e s eus es c ri to s o ri gi nai s a p re oc u paç ão c o m a p r o te ç ão d as p es s o as po r t a do r as d e n ec es s i da des e s pe c i ai s , c o ns t r ui nd o pol í ti c as e di r e t ri z es d e i n s e rç ão nas di v e rs as á r e as s oc i ai s e ec onô mi c as d a c o muni da de ( t r ab al h o p ri v ado , s e r v i ç o públ i c o , p r ev i dên c i a e as s i s t ênc i a s o c i al ) . Es ta bel e c e u, as s i m , n os a r ts . 22 7 , § 2º , e 24 4 , a nec es s i da de de s e c o n fe ri r a m pl o ac es s o e pl en a c apa c i da de de l oc o moç ão às pes s oas c o m d e fi c i ên c i a , no que c o nc e r ne t an t o a os l o g ra do u ros pú bl i c os qua n to a os v eí c ul os d e t ra ns p o r te c ol e ti v o , de t e r mi na ndo a o l egi s l ado r o rdi ná ri o a e di ç ão d e di pl o mas qu e es ta bel eç a m as fo r m as d e c o ns t ru ç ã o e m odi fi c aç ão d es s es e s pa ç os e des s es mei os de t r ans po r t e . Na m es m a l i nh a a fi r m a ti v a , p ou c os an os , i nc o r po r ou - s e ao o rd en a men t o c ons ti tu c i on al a Co nv e nç ã o In t e r nac i o n al s o b re o s Di r ei t os da s Pes s o as c o m De fi c i ênc i a , p ri mei r o t ra t ad o i n t e r nac i o n al a p r ov a do p el o ri t o l egi s l ati v o p r ev i s to n o a r t . 5º , § 3º , da C F, o qual f oi i n te r n al i z ado p o r m ei o d o D ec r e t o p r es i d enc i al 6 .9 49 / 20 09 . O a r t . 9 º da conv enç ão v e io jus t a men t e re f o rç a r o a r cab ouç o de p r o teç ão d o di r eit o de a cessi bilidade d as pes s oas c o m d e fi c i ênc i a . [ ADI 90 3 , rel . mi n . Di a s Toffol i , j . 22 - 5 - 20 13 , P, DJ E d e 7 - 2 - 20 1 4

= RMS 32.732 AgR, rel . mi n. Cel s o de Mel l o, j . 3-6-2 014 , 2ª T, DJ E de 1º -8- 20 14 "

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Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty -making pow er

Tratados de Direitos Humanos:

Teoria do Trapézio:

O Professor Caio Paiva explica que o tema se relaciona com a definição do status normativo dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos na ordem jurídica interna. Ainda se adota no Brasil, majoritariamente, a ideia da pirâmide de Kelsen com a Constituição no ápice do ordenamento jurídico, defendendo-se, portanto, um sistema endógeno e autorreferencial, sem a influência direta de "impurezas" do Direito Internacional.

A professora Flávia Piovesan diverge deste entendimento majoritário e defende a ideia de um "trapézio", contrapondo -se à ideia de "pirâmide", alargando, assim, o ápice do ordenamento jurídico interno para colocar no mesmo nível a Constituição e os Tratados Internacionais de Direitos Humanos.

(20)

Conflitos das normas internas com as externas. Efeitos dos tratados e convenções na ordem interna. Treaty -making pow er

Tratados de Direitos Humanos

Naturezas Jurídicas no Brasil:

Anteriores à EC 45/2004; tratados não revotados e aqueles que não seguirem o quórum da EC 45/04: Normas Supralegais

Posteriores à EC 45/2004: Emenda Constitucional

(21)

. P o r q u e p r e c i s a m o s d e u m p r o c e s s o p a r a i n t e r n a l i za r o t r a t a d o ?

. F a s e s d e I n t e r n a l i za ç ã o d o s Tr a t a d o s d e D i r e i t o s H u m a n o s a n t e s d a E C 4 5 / 2 0 0 4 – arts. 84, VIII c/c 49, I da C R F B / 8 8 .

N e g o c i a ç õ e s

A s s i n a t u r a

R e f e r e n d o P a r l a m e n t a r

C a r t a d e R a t i f i c a ç ã o

D e p ó s i t o

D e c r e t o E x e c u t i v o

P u b l i c a ç ã o

. N a t u r e z a J u r í d i c a d o s Tr a t a d o s d e D i r e i t o s H u m a n o s : N o r m a S u p r a l e g a l o u E m e n d a C o n s t i t u c i on a l

(22)

A Alteração da Jurisprudência com o julgamento do Recurso Extraordinário 466.343/SP (julgamento em 03 de dezembro de 2008)

EMENTA: PRISÃO CIVIL. Depósito. Depositário infiel. Alienação fiduciária.

Decretação da medida coercitiva. Inadmissibilidade absoluta. Insubsistência da previsão constitucional e das normas subalternas. Interpretação do art. 5º, inc.

LXVII e §§ 1º, 2º e 3º, da CF, à luz do art. 7º, § 7, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Recurso improvido.

Julgamento conjunto do RE nº 349.703 e dos HCs nº 87.585 e nº 92.566. E

ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do

depósito.

(23)

Destaques do voto do Min. Gilmar Mendes:

“Em termos práticos, trata-se de uma declaração eloqüente de que os tratados já ratificados pelo Brasil, anteriormente à mudança constitucional, e não submetidos ao processo legislativo especial de aprovação no Congresso Nacional, não podem ser comparados às normas constitucionais.

Não se pode negar, por outro lado, que a reforma também acabou por ressaltar o caráter especial dos tratados de direitos humanos em relação aos demais tratados de reciprocidade entre os Estados pactuantes, conferindo-lhes lugar privilegiado no ordenamento jurídico.”

- Eficácia parlisante do tratato supralegal : tem o condão de paralisar a

eficácia jurídica de toda e qualquer disciplina normativa infraconstitucional

com ela conflitante.

(24)

Tratados de Direitos Humanos depois da EC 45/2004:

Introdução do parágrafo terceiro ao artigo 5º da CRFB:

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três

quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas

constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de

2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018)

1. A convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência; 2. O Protocolo dos Direitos das Pessoas com Deficiência; 3. O Tratado de Marraqueche

(25)

Fases de Internalização do Tratado de Direitos Humanos Após a EC 45/04 arts. 5, § 3º c/c 84, VIII c/c 49, I da CRFB/88

- Negociações - Assinatura

- Referendo Parlamentar****

- Carta de Ratificação - Depósito

- Decreto Executivo - Publicação

Sempre será uma Emenda Constitucional? Norma Supralegal pode ser revotada?

Ordenamento jurídico: pirâmide ou trapézio?

(26)

Controle de Convencionalidade

1. Os tratados de direitos humanos vigentes no Brasil, aprovados sem maioria qualificada, possuem natureza supralegal.

2. Esses tratados servem como paradigma para o controle difuso de convencionalidade a ser levantado pelo interessado em matéria de preliminar e analisado pelo juiz antes da apreciação do mérito do pedido principal.

3. Os tratados de direitos humanos aprovados pela maioria qualificada do artigo 5°, §3°, da CF, têm nível constitucional e servirão de paradigma de controle de constitucionalidade concentrado (STF) e difuso (todos os juízes, STF inclusive).

4. Com relação ao controle concentrado admitir-se-ão todos os instrumentos

disponíveis para tal: Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Declaratória de

Constitucionalidade e Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.

(27)

a) Controle DIFUSO de Convencionalidade: todos os juízes podem exercer.

- Tem como base TODOS os tratados e opera sempre que o Direito Internacional for mais benéfico ao cidadão, ou seja, no controle difuso de convencionalidade, independe o status de tratado de Direitos Humanos.

Espécies de Controle de Convencionalidade

(28)

b) Controle CONCENTRADO de Convencionalidade: requer-se que o tratado tenha equivalência de emenda constitucional, caso contrário, não será apreciado pelo Supremo. No Brasil, são três:

1. A convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência;

2. O Protocolo dos Direitos das Pessoas com Deficiência;

3. O Tratado de Marrakesh.

Pode-se utilizar todas as ações do controle abstrato para invalidar leis

federais ou estaduais que violem os tratados internacionais de Direitos

Humanos constitucionalizados.

(29)

Impossibilidade de denúncia

A segunda consequência em atribuir aos tratados de direitos humanos equivalência

às emendas constitucionais significa que tais tratados não poderão ser denunciados nem mesmo com Projeto de Denúncia elaborado pelo Congresso Nacional, podendo o Presidente da República ser responsabilizado caso o denuncie (o que não ocorria à égide em que o § 2.º do art. 5.º encerrava sozinho o rol dos direitos e garantias fundamentais do texto constitucional brasileiro).

 Assim sendo, mesmo que um tratado de direitos humanos preveja expressamente a sua denúncia, esta não poderá ser realizada pelo Presidente da República unilateralmente (como é a prática brasileira atual em matéria de denúncia de tratados internacionais), nem sequer por meio de Projeto de Denúncia elaborado pelo Congresso Nacional, uma vez que tais tratados equivalem às emendas constitucionais, que são (em matéria de direitos humanos) cláusulas pétreas do texto constitucional.

(30)

T r a t a - s e d e a ç ã o o r d i n á r i a p r o p o s t a c o m o b j e t i v o d e r e c o n h e c i m e n t o d o s e f e i t o s p r e v i d e n c i á r i o s e t r a b a l h i s t a s , a c r e s c i d o s d e d a n o s m a t e r i a i s e m o r a i s , e m f a c e d o E s t a d o , p e l a p r á t i c a d e a t o s i l e g í t i m o s d e c o r r e n t e s d e p e r s e g u i ç õ e s p o l í t i c a s p e r p e t r a d a s p o r o c a s i ã o d o g o l p e m i l i t a r d e 1 9 6 4 , q u e c u l m i n a r a m n a p r i s ã o d o a u t o r , b e m c o m o e m s u a t o r t u r a , c u j a s c o n s e q ü ê n c i a s a l e g a i r r e p a r á v e i s . H á p r o v a i n e q u í v o c a d a p e r s e g u i ç ã o p o l í t i c a à v í t i m a e d e i m p o s i ç ã o , p o r v i a o b l í q u a , d e s o b r e v i v ê n c i a c l a n d e s t i n a , a t e n t a n d o c o n t r a a d i g n i d a d e d a p e s s o a h u m a n a , a c r e s c i d a d o f a t o d e t e r s i d o a t i n g i d a s u a c a p a c i d a d e l a b o r a l q u a n d o n a p r i s ã o f o r a t o r t u r a d o , i m p e d i n d o a t u a l m e n t e s e u a u t o - s u s t e n t o . A i n d e n i z a ç ã o p r e t e n d i d a t e m a m p a r o c o n s t i t u c i o n a l n o a r t . 8 º , § 3 º , d o A D C T . D e v e r a s , a t o r t u r a e m o r t e s ã o o s m a i s e x p r e s s i v o s a t e n t a d o s à d i g n i d a d e d a p e s s o a h u m a n a , v a l o r e r i g i d o c o m o u m d o s f u n d a m e n t o s d a R e p ú b l i c a F e d e r a t i v a d o B r a s i l . À l u z d a s c l á u s u l a s p é t r e a s c o n s t i t u c i o n a i s, é j u r i d i c a m e n t e s u s t e n t á v e l a s s e n t a r q u e a p r o t e ç ã o d a d i g n i d a d e d a p e s s o a h u m a n a p e r d u r a e n q u a n t o s u b s i s t e a R e p ú b l i c a F e d e r a t i v a , p o s t o s e u f u n d a m e n t o . C o n s e c t a r i a m e n t e , n ã o h á f a l a r e m p r e s c r i ç ã o d a a ç ã o q u e v i s a i m p l e m e n t a r u m d o s p i l a r e s d a R e p ú b l i c a , m á x i m e p o r q u e a C o n s t i t u i ç ã o n ã o e s t i p u l o u l a p s o p r e s c r i c i o n a l a o d i r e i t o d e a g i r , c o r r e s p o n d e n t e a o d i r e i t o i n a l i e n á v e l à d i g n i d a d e . O u t r o s s i m , a L e i n . 9 . 1 4 0 / 1 9 9 5 , q u e c r i o u a s a ç õ e s c o r r e s p o n d e n t e s à s v i o l a ç õ e s à d i g n i d a d e h u m a n a p e r p e t r a d a s e m p e r í o d o d e s u p r e s s ã o d a s l i b e r d a d e s p ú b l i c a s , p r e v i u a a ç ã o c o n d e n a t ó r i a n o a r t . 1 4 , s e m l h e e s t i p u l a r p r a z o p r e s c r i c i o n a l , p o r i s s o q u e a l e x s p e c i a l i s c o n v i v e c o m a l e x g e n e r a l i s , s e n d o i n c a b í v e l q u a l q u e r a p l i c a ç ã o a n a l ó g i c a d o C ó d i g o C i v i l n o a f ã d e s u p e r a r a r e p a r a ç ã o d e a t e n t a d o s a o s d i r e i t o s f u n d a m e n t a i s d a p e s s o a h u m a n a , c o m o s ó i s e r a d i g n i d a d e r e t r a t a d a n o r e s p e i t o à i n t e g r i d a d e f í s i c a d o s e r h u m a n o. A d j u n t e m - s e à l e i i n t e r n a a s i n ú m e r a s c o n v e n ç õ e s i n t e r n a c i o n a i s f i r m a d a s p e l o B r a s i l , a c o m e ç a r p e l a D e c l a r a ç ã o U n i v e r s a l d a O N U , e d e m a i s c o n v e n ç õ e s e s p e c í f i c a s s o b r e a t o r t u r a , t a i s c o m o a c o n v e n ç ã o c o n t r a a t o r t u r a a d o t a d a p e l a A s s e m b l é i a G e r a l d a O N U , a C o n v e n ç ã o I n t e r a m e r i c a n a c o n t r a a T o r t u r a , c o n c l u í d a e m C a r t a g e n a , e a C o n v e n ç ã o A m e r i c a n a s o b r e D i r e i t o s H u m a n o s ( P a c t o d e S ã o J o s é d a C o s t a R i c a ) . A d ig n i da d e h u m an a vi o l e n t ad a , i n c as u , d ec o rr e u d o fa t o de t e r s i d o o a u t o r t o r t ur a do , r e ve l an d o f l ag ra n t e a t e n t ad o ao m a i s e l e m en t a r do s d ir e i t o s hu m a n os , o s q ua i s , s e gu nd o o s t ra t a d is t as , s ão i na t o s , un i ve rsa i s , ab s o lu t os , i n a l ie n á ve i s e i m p res c r i t í ve is . I n eq u í vo c o q u e f o i p r od uz i d a i m p or t a n t e p r o va i n d ic i ár i a re pr es en t a da pe l os co m p r o va n t e s d e t ra t a m e n t o e p e la s d ec la ra ç õe s m éd i ca s qu e i ns t r ue m o s a u t os. D i a n t e d i s s o , a T u r m a , a o p r o s s e g u i r o j u l g a m e n t o e p o r m a i o r i a , d e u p r o v i m e n t o a o r e c u r s o p a r a p a r a a f a s t a r , i n c a s u , a a p l i c a ç ã o d a n o r m a i n s e r t a n o a r t . 1 º d o D e c r e t o n . 2 0 . 9 1 0 / 1 9 3 2 , d e t e r m i n a n d o o r e t o r n o d o s a u t o s à i n s t â n c i a d e o r i g e m p a r a q u e d ê p r o s s e g u i m e n t o a o f e i t o . P r e c e d e n t e s c i t a d o s d o S T F : H C 7 0 . 3 8 9 - S P , D J 1 0 / 8 / 2 0 0 1 ; d o S T J : R E s p 4 4 9 . 0 0 0 - P E , D J 3 0 / 6 / 2 0 0 3 . R E s p 8 4 5 . 2 2 8 - R J , R e l . M i n . L u i z F u x , j u l g a d o e m 2 3 / 1 0 / 2 0 0 7 ( v e r I n f o r m a t i v o n . 3 1 6 ) .

(31)

Direitos Humanos

Responsabilidade Internacional dos Estados:

 Responsabilidade internacional dos Estados no que tange especificamente às violações de direitos de particulares, ou seja, das pessoas físicas que assentam o território de um dado Estado e estão sujeitas à sua jurisdição (independentemente de sua nacionalidade).

O princípio fundamental da responsabilidade internacional traduz-se numa ideia de justiça segundo a qual os Estados estão vinculados ao cumprimento daquilo que assumiram no cenário internacional, devendo observar seus compromissos de boa-fé e sem qualquer prejuízo aos outros sujeitos do direito das gentes e às pessoas sujeitas à sua jurisdição.

A responsabilidade internacional do Estado visa sempre reparar um prejuízo causado, podendo tal reparação ser de índole pecuniária ou de outra natureza, como, v.g., uma obrigação de fazer ou não fazer

 Não se trata de responsabilidade penal, esta é vista com o Tribunal Penal Internacional

Responsabilidade Objetiva

(32)

Direitos Humanos

Responsabilidade Internacional dos Estados:

Responsabilidade Objetiva

Valério Mazzuoli afirma que é “a teoria objetivista é a que tem sido utilizada nos casos de violações a direitos humanos lato sensu (aqui também inclusos os danos causados ao meio ambiente). Portanto, é dever dos Estados controlar os seus órgãos e agentes internos a fim de evitar violações às obrigações contraídas especialmente em sede convencional, sob pena de responsabilidade internacional, o que contribui para dar mais efetividade (effet utile) aos tratados de proteção dos direitos humanos e aos seus propósitos. Não somente, porém, a violação a tratados internacionais é capaz de gerar para o Estado a sua responsabilidade, senão também as violações às obrigações erga omnes e às normas de jus cogens, normalmente não positivadas em documentos escritos.”

(33)

Direitos Humanos

 Responsabilidade Internacional dos Estados:

Consequência interna de violação às normas de Direitos Humanos: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

(34)

Direitos Humanos

SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DE DIREITOS HUMANOS 1. Existência de um sistema global criado pela ONU

2. Existência de três sistemas regionais:

Europeu – Conselho da Europa, fundado em 1949

Africano – União Africana, fundando em 1981 (Carta Africana)

Americano – Organização do Estados Americanos, fundada em 1948.

(35)

- Carta de 26 de junho de 1945 (São Francisco);

- Processo de asserção dos direitos humanos: princípio a manutenção da paz e da segurança internacionais, direitos humanos e liberdades fundamentais, sem distinção de raça, sexo, cor ou religião;

- princípio da não ingerência (ou não intervenção) de um Estado sobre o outro;

-

O documento de criação não traz a definição de direitos humanos = consequência será a elaboração da Declaração Universal de 1948, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (Pacto Civil) e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Pacto Social), ambos de1966.

ORGANIZAÇÃO NAS NAÇÕES UNIDAS

(36)

Principais Órgãos da ONU: com sede em Nova York, a ONU compreende 5 órgãos principais:

- Conselho de Segurança;

- Assembleia Geral;

- Secretariado;

- Conselho Econômico e Social;

-

Corte Internacional de Justiça.

Órgãos autônomos e com ampla intercomunicação, coordenando as atividades da organização.

ORGANIZAÇÃO NAS NAÇÕES UNIDAS

(37)

Corte Internacional de Justiça

A CIJ é o principal órgão judicial da ONU, cujo Estatuto é parte anexa à Carta das nações Unidas de 1945.18 Sua atuação, porém, atinge somente Estados, não indivíduos (apenas o Tribunal Penal Internacional julga pessoas físicas) ou organizações internacionais intergovernamentais.

Além de não poderem ser réus, os indivíduos e as organizações intergovernamentais também não podem ser autores de qualquer ação contra um Estado perante a CIJ (as organizações internacionais, contudo, têm direito de solicitar pareceres consultivos à Corte).

O tribunal tem sede em Haia

.

ORGANIZAÇÃO NAS NAÇÕES UNIDAS

(38)

SISTEMA EUROPEU

 Convenção Europeia de Direitos Humanos de 1950. Sua finalidade é estabelecer padrões mínimos de proteção dos direitos humanos naquele Continente, institucionalizando um compromisso dos Estados- partes de não adotarem disposições de Direito interno contrárias às normas da Convenção, bem assim de estarem aptos a sofrer demandas na Corte Europeia de Direitos Humanos.

Corte Europeia de Direitos Humanos - maior inovação: foi ter conferido aos indivíduos, organizações não governamentais e grupos de indivíduos o acesso direto à Corte Europeia de Direitos Humanos, com poder inclusive de iniciar um processo diretamente perante ela. Assim, no sistema europeu, já se consagra o chamado jus standi, com a possibilidade de ingresso direto à Corte, para além do mero locus standi, que somente permite que um cidadão deflagre uma ação no sistema regional quando representado por órgão terceiro (como faz a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, no sistema interamericano).

 A Corte Europeia possui duas competências: uma consultiva e outra contenciosa (esta apenas declara se o Estado violou ou não a Convenção Europeia.)

(39)

SISTEMA AFRICANO

 O sistema regional africano de direitos humanos nasce somente em 1981, com a adoção da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos – Carta de Banjul

 Órgãos de Proteção: Comissão e Corte: originalmente a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. A Corte Africana dos Direitos Humanos e dos Povos foi somente estabelecida pelo Protocolo à Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos de 1998, que entrou em vigor no ano de 2004.

 Expressa previsão de acesso direto dos indivíduos perante a Corte Africana, o que consolida o jus standi individual no sistema regional africano (ainda que condicionado ao aceite do Estado, nos termos do art.

34, § 6.º), à dessemelhança do que existe no sistema interamericano, no qual o jus standi perante a Corte Interamericana ainda é vedado expressamente aos indivíduos.

 A Corte Africana detém competência consultiva e contenciosa.

(40)

Direitos Humanos

SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS Origem com a Carta de Bogotá de 1948

Instrumento: Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1969), internalizada no Brasil pelo Decreto 678/92

2.1 Órgãos autônomos e independentes da Convenção:

a) Comissão Interamericana de Direitos Humanos b) Corte Interamericana de Direitos Humanos.

(41)

Direitos Humanos

Comissão Interamericana de Direitos Humanos

É composta por sete peritos votados pela Assembleia Geral da OEA. Eles são escolhidos por suas qualidades individuais e não como representantes de seus governos.

Recebimento de denúncias de violações contra direitos humanos dada por indivíduos ou organizações não governamentais.

Requisitos para o procedimento na Corte: art. 46 da Convenção

(42)

ARTIGO 34: A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á de sete membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade moral e de reconhecimento saber em matéria de direitos humanos.

ARTIGO 35: A Comissão representa todos os Membros da Organização dos Estados Americanos.

ARTIGO 36:

1. Os membros da Comissão, serão eleitos a título pessoal, pela Assembleia-Geral da organização, de uma lista de candidatos propostos pelos governos dos Estados-Membros.

2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado-Membro da organização dos Estados Americanos. Quando for proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado diferente do proponente.

(43)

ARTIGO 37

1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos uma vez, porém o mandato de três dos membros designados na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo depois da referida eleição, serão determinados por sorteio, na Assembleia-Geral, os nomes desse três membros.

2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de um mesmo Estado.

ARTIGO 38: As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à expiração normal do mandado, serão preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão.

ARTIGO 39: A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia-Geral e expedirá seu próprio regulamento.

ARTIGO 40: Os serviços de secretaria da Comissão devem ser desempenhados pela unidade funcional especializada que faz parte da Secretaria-Geral da Organização e deve dispor dos recursos necessários para cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela Comissão.

(44)

ARTIGO 41: A Comissão tem a função principal de promover a observância e a defesa dos direitos humanos e, no exercício do seu mandato, tem as seguintes funções e atribuições:

a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América;

b) formular recomendações aos governos dos Estados-Membros, quando o considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como disposições apropriadas para promover o devido respeito a esses direitos;

c) preparar os estudos ou relatórios que considerar convenientes o desempenho de suas funções;

d) solicitar aos governos dos Estados-Membros que lhe proporcionem informações sobre as medidas que adotarem em matéria de direitos humanos;

e) atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados-Membros sobre questões relacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que eles lhe solicitarem;

f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e

g) apresentar um relatório anual a Assembleia-Geral da Organização dos Estados Americanos.

(45)

ARTIGO 46: 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:

a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos;

b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;

c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de solução internacional; e

d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a petição.

2. as disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1º deste artigo não se aplicarão quando:

a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenha sido violados;

b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e

c) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.

(46)

MEDIDAS CAUTELARES NO ÂMBITO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS:

REGULAMENTO DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

 Artigo 25. Medidas cautelares:

1. Com fundamento nos artigos 106 da Carta da Organização dos Estados Americanos, 41.b da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, 18.b do Estatuto da Comissão e XIII da Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas, a Comissão poderá, por iniciativa própria ou a pedido de parte, solicitar que um Estado adote medidas cautelares. Essas medidas, tenham elas ou não conexão com uma petição ou caso, deverão estar relacionadas a situações de gravidade e urgência que apresentem risco de dano irreparável às pessoas ou ao objeto de uma petição ou caso pendente nos órgãos do Sistema Interamericano.

(47)

MEDIDAS CAUTELARES NO ÂMBITO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS:

Corte Interamericana de Direitos Humanos

 órgão judicial internacional autônomo do sistema da OEA, criado pela Convenção Americana dos Direitos do Homem, que tem competência de caráter contencioso e consultivo.

 tribunal composto por sete juízes nacionais dos Estados-membros da OEA, com mandatos de 6 anos, permitida uma reeleição.

 competência para conhecer de qualquer caso, desde que os Estados-Partes no caso tenham reconhecido a sua competência. Somente a Comissão Interamericana e os Estados Partes da Convenção Americana sobre Direitos Humanos podem submeter um caso à decisão desse Tribunal

(48)

ARTIGO 52

1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos Estados Membros da Organização, eleitos a títulos pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser como candidatos.

2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.

(49)

ARTIGO 61:

1. Somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito de submeter caso à decisão da Corte.

2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é necessário que sejam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a 50.

ARTIGO 62:

1. Toda Estado-Parte, pode, no momento do depósito do seu instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece como obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial, a competência da Corte em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação desta Convenção.

2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob condição de reciprocidade, por prazo determinado ou para casos específicos. Deverá ser apresentada ao Secretário-Geral da Organização, que encaminhará cópias da mesma aos outros Estados-Membros da Organização e ao Secretário da Corte.

3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso relativo à interpretação e aplicação das disposições desta Convenção que lhe seja submetido, desde que os Estados-Partes no caso tenham reconhecido ou reconheçam a referida competência, seja por declaração especial, como prevêem os incisos anteriores, seja por convenção especial.

(50)

Sentença Internacional proferida pela Corte

A sentença internacional é aquela proferida por um organismo internacional com funções jurisdicionais, disciplinada pelo direito internacional público, cuja principal fonte normativa é o direito convencional, i.e., os tratados. São sentenças internacionais as prolatadas por tribunais internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos, por árbitros que julguem controvérsias entre Estados, ou ainda por painéis de organizações de livre comércio, como os da Organização Mundial do Comércio.

(51)

Sentença Internacional proferida pela Corte

A natureza da sentença judi cial i nternaci onal di fere da natureza da sentença estrangeira . E m especial as sentenças da Corte Interamericana, cuja natureza é d e decisão de organismo internacional, não encontrando nenhuma identidade com sentença oriunda de E stado estrangeiro. Diante disso, não cabe a homologação d e sentença internacional no ordenamento jurídico brasileiro, sob pena d e violar -se a Constituição . N ão se aplica, portanto, às sentenças da C orte Interamericana a homol ogação de sentença estrangeira ; posição pacificada tanto na doutrina, como na jurisprudência do próprio STF. A gregam -se a isto os objetivos da Convenção Americana, que obrigam a busca de soluções cél eres e simpli ficadas em prol da vítima de di rei tos humanos, não cabendo, portando, maiores del ongas.

(52)

Sentença Internacional proferida pela Corte

Assim, em caso de execução de sentença da Corte Interamericana, por não ter sido cumprida sponte propria pelo Estado, deve-se garantir à vítima o ressarcimento, com o mínimo de ônus, pela via judicial. No Brasil, compete ao juiz de 1ª instância, do foro da vítima, executar, a sentença internacional, com a celeridade requerida pela Convenção Americana .

(53)

Efeitos das Decisões

Transconstitucionalismo : É o entrelaçamento de ordem jurídicas di versas (estatal, internacional, transnacional e supranacional) em torno dos mesmos problemas de natureza constitucional, ou seja, o transconstitucionalismo ocorre quando ordens jurídicas diferenciadas passam a enfrentar concomitantemente as mesmas questões de natureza constitucional, como por exemplo separação de poderes e direitos humanos .

Portanto, nada mais é que a ideia de globalização aplicada na perspectiva do direito.

(54)

Efeitos das Decisões

Qual ordem deve preponderar? A transnacional, a internacional, a supranacional?

Marcelo Neves afirma que não se pode defender a prevalência absoluta, a priori, de uma ordem constitucional sempre sobre as outras. Para o autor, o que se deve trabalhar são os diálogos entre as várias ordens, isto é, pontes de transição entre elas. Quanto mais conversação entre as ordens e quanto mais elas entrarem em conexão, mais decisões legítimas e justas poderão ser tomadas.

(55)

Efeitos das Decisões

Exemplo 2: ADPF 153, do tema justiça de transição, o qual en vol ve a passagem do regime ditatorial para o regime democrático . O STF enfrentou esse tema em 2010, julgando-o improcedente, e, ao mesmo tempo em que o STF estava decidindo sobre esse tema, a Corte Interamericana de Direitos Humanos foi chamada ao caso Gomes Lund, e disse que a lei de anistia do Brasil não pode ser empecilho para investigação e punição dos agentes da repressão na época do regime militar no Brasil.

(56)

Justiça de Transição

Concepção de justiça associada a períodos de mudanças políticas, caracterizados por soluções legais destinadas a construir respostas aos crimes cometidos por regimes autoritários do passado. Isto é, a justiça de transição compreende um conjunto de medidas históricas, reparatórias, administrativas e de responsabilização criminal. TEITEL, Ruti. Genealogia de la Justicia Transacional . Harvard Human Rights Journal.

Vol.16, 2003, p. 59-94.

(57)

Direitos Humanos

Precedentes Históricos

 Para complementar o direito de acesso às instâncias internacionais de direitos humanos (ONU ou sistemas regionais)foi pensada uma contrapartida obrigacional no âmbito criminal, para além das obrigações já existentes na esfera cível (que ficam sempre a cargo de um Estado, jamais de um particular).

A teoria da responsabilidade penal internacional dos indivíduos foi efetivamente impulsionada com a criação e entrada em vigor do Estatuto de Roma de 1998, que implementou o Tribunal Penal Internacional (sede em Holanda – Haia).

Historicamente, o TPI nasceu da necessidade de efetivar a proteção internacional dos direitos humanos quando ocorrer crimes bárbaros e ultrajantes à dignidade de toda a humanidade, tais como o genocídio, os crimes contra a paz, rimes de guerra e o crime de agressão.

 Desde o final da Primeira Guerra Mundial os Estados buscam uma forma de criar o jus puniendi penal.

(58)

Direitos Humanos

Após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se o período chamado de resgate da cidadania mundial – ou reconstrução dos direitos humanos – baseado no princípio do direito a ter direitos – Hannah Arendt.

Daí, foi criado o Tribunal de Nuremberg (Acordo de Londres1946), pelos Estados da França, EUA, Grã-Bretanha, e União Soviética.

Reação imediata da sociedade internacional às violências e barbáries perpetradas durante o Holocausto, com o objetivo de processar e julgar grandes criminosos de guerra do Eixo europeu acusados de colaboração direta com o regime nazista.

A partir de Nuremberg cria-se uma nova lógica baseada na ideia de proteção dos direitos da sociedade internacional como um todo, considerando indivíduos que agem em nome do Estado como sujeitos ativos de condutas criminosas no plano internacional.

(59)

Direitos Humanos

Outros Tribunais antes do TPI:

Tribunal Militar Internacional de Tóquio: para julgar os crimes de guerra e crimes contra a humanidade perpetrados pelas antigas autoridades políticas e militares do Japão imperial;

ONU – Tribunal Internacional Temporário – Iugoslávia (1993) – julgamento de Slobodan Milosevic por crimes de guerra cometidos contra albaneses em Kosovo, contra croatas e outras minorias não sérvias na Croácia, contra bósnios-mulçumanos, bósnios-croatas e minorias não sérvias na Bósnia.

ONU – Tribunal Internacional Temporário – Ruanda (1994) – genocídio praticado pelos hutus com massacre, mutilações e amputações de parte de corpos de homens, mulheres e crianças – prisão perpétua contra o antigo ministro.

Crítica 1: os Tribunais foram criados por resoluções do Conselho de Segurança da ONU (com o respaldo da Carta das Nações Unidas), e não por tratados internacionais multilaterais:

imparcialidade e suspeição dos Estados.

(60)

Direitos Humanos

Crítica 2: os Tribunais violavam uma regra basilar do direito penal porque a lei que criava a conduta criminosa não era anterior ao cometimento do crime.

Crítica 3: Jamais o Conselho de Segurança poderá criar tribunais com competência para julgar e punir eventuais crimes cometidos por nacionais dos seus Estados-membros com assento permanente.

Criação do Tribunal Penal Internacional:

Aprovação: 17/07/1998 – Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional

Jurisdição criminal permanente

Personalidade Jurídica Própria

Aprovado por 120 Estados – 7 votos contrários (China, EUA, Iêmen, Iraque, Israel, Líbia e Catar)

EUA e Israel assinaram em dezembro/2000, mas não se tornaram parte do Estatuto.

Vigor internacional em 1º de julho de 2002

(61)

Direitos Humanos

Brasil: ADCT:

Art. 7º. O Brasil propugnará pela formação de um tribunal internacional dos direitos humanos.

Decreto 4388/2002

Características do TPI:

1. Supraconstitucional

Tratado especial de natureza centrífuga, cujas normas derrogam (superam) todos os tipos de norma de Direito Interno. Quando um Estado assume compromissos mútuos em convenções internacionais de caráter centrífugo, ele autorrestringe sua soberania em prol da proteção da humanidade como um todo. Esse interesse global é sempre supraconstitucional – valores que não se submetem a ato ou decisão estatal.

Tratado centrífugo é o que rege as relações jurídicas dos Estados ou dos indivíduos com a jurisdição global, universal.

(62)

Direitos Humanos

Tratados centrífugos são normas de direitos humanos que regulam situações ou relações que fogem dos limites da jurisdição doméstica ou regional da qual um Estado é parte, conduzindo o Estado ou o sujeito a um órgão jurisdicional global – universal.

**Tratado centrípeto: são aqueles que cuidam das relações do indivíduo ou do Estado no plano doméstico (interno) ou regional, como a Convenção Europeia e a Convenção Americana de Direitos Humanos.

2. Tribunal Independente

Seu funcionamento não depende de qualquer tipo de ingerência externa, podendo, inclusive, demandar nacionais de Estados não partes no Estatuto.

O TPI passa a ser aplicado diretamente (e também contra os mandamentos previstos) nas ordens jurídicas internas dos Estados, inclusive daqueles que não aceitaram o Estatuto de Roma como norma vigente e válida.

(63)

Direitos Humanos

2. Tribunal Independente

Em suma, o funcionamento do Tribunal realiza-se com independência de qualquer ingerência externa ou do Direito interno de qualquer Estado.

3. Órgão Subsidiário

Caráter subsidiário perante as jurisdições penais internas. A jurisdição internacional só intervirá (subsidiariamente, ultima ratio) quando o direito interno (na esfera criminal) não o fizer segundo os critérios definidos pelo próprio Estatuto de Roma (art. 17).

O TPI não pode interferir indevidamente nos sistemas judiciais nacionais, que continuam com a responsabilidade primária de investigar e processar os crimes cometidos pelos seus nacionais, salvo nos casos em que os Estados se mostrem incapazes ou não demonstrem efetiva vontade de punir os seus criminosos, ocasiões em que o Tribunal deverá atuar.

(64)

4. Justiça Automática

Contrariamente aos tribunais internacionais em geral, o TPI não depende, para o seu pleno funcionamento, de qualquer aceite do Estado da sua competência jurisdicional, operando automaticamente desde a data de sua entrada em vigor (1.º de julho de 2002).

Em outros termos, não obstante ter o Estatuto de Roma exigido ratificações dos Estados para ter entrado em vigor, dotou a Corte Penal Internacional de poderes tais que a possibilita exigir o cumprimento de uma ordem de prisão a pessoa que se encontra em território de Estado não parte do Estatuto.

Estrutura e funcionamento do TPI:

Os crimes referidos no preâmbulo do Estatuto são imprescritíveis

Crimes divididos em 4 tipos de matérias: crime de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de

guerra e crime de agressão

(65)

Direitos Humanos

Estrutura e funcionamento do TPI:

Competência temporal: a Corte somente pode operar relativamente aos crimes cometidos após a sua instituição, ou seja, depois de 1.º de julho de 2002, data em que o seu Estatuto entrou em vigor internacional (art. 11, § 1.º).

Caso um Estado se torne parte do tratado depois da sua entrada em vigor, o Tribunal somente poderá exercer sua competência para o processo e julgamento dos crimes cometidos depois da entrada em vigor do Estatuto nesse Estado, a menos que este tenha feito uma declaração específica em sentido contrário.

O Tribunal só exerce sua jurisdição para pessoas físicas maiores de 18 anos.

TPI: composto por 18 juízes – devem ter os mesmos requisitos exigidos pela Corte mais alta do seu país de origem. Mandato de 9 anos, sem reeleição.

Vedada a adesão com reservas ao tratado.

(66)

A rti go 17

Questões Relativas à Admissibilidade

1 . Te n do e m c ons i d e r a ç ão o déc i mo pa r ág r a fo d o p re â mb ul o e o a r ti g o 1o, o Tri b un al d ec i di r á s o b r e a não admi s s i bi l i dade de um c as o s e:

a ) O c aso fo r o bje to de in qu é ri to ou de p r oc edi me n to c ri min a l po r p a r t e de u m Es ta do q ue t en ha j uri s di ç ão s ob r e o mes m o , s al v o s e e s te não ti v e r v on t ade de l ev a r a c ab o o i nq u é ri t o ou o p r o c edi me n to ou, não tenha c apac i dade para o faz er ;

b ) O c a s o ti v e r s i d o obj e to d e i n q ué ri to p o r u m E s ta do c o m j u ri s di ç ã o s ob r e el e e t al E s ta do t e nh a dec i di d o n ão da r s eg ui men to a o p r oc edi me n to c ri mi n al c on t r a a p es s o a e m c a us a , a me nos qu e es t a dec i s ã o r es ul t e d o fa t o d e e s s e E s t ad o n ã o te r v o n ta de de p roc ed e r c ri mi nal m en te ou da s ua i nc apa c i da de real para o faz er;

c ) A pes soa em ca usa j á tive r sido j ulgad a p ela c ond u ta a q ue s e re f e r e a de nún cia , e nã o pud e r s e r j ul gada pel o Tri bunal em v i rtude do di s pos to no parág ra fo 3o do arti go 20;

d) O c as o não for s ufi c i entem en t e grav e para j us ti fi c ar a ul teri or i nterv en ç ão do Tri bunal .

2 . A fi m d e d e te r mi na r s e h á o u não von t ad e de a gi r n u m d et e r min ad o ca so , o Trib un al, te nd o e m c ons i d e r aç ã o as g a ra n ti as de u m p r oc es s o e qüi ta ti v o r ec o nh ec i da s pel o di rei to i n te r n ac i on al , v e ri fi c a rá a exi s tênc i a de uma ou mai s das s egui ntes c i rc uns tânc i as :

(67)

a) O processo ter sido instaurado ou estar pendente ou a decisão ter sido proferida no Estado com o propósito de subtrair a pessoa em causa à sua responsabilidade criminal por crimes da competência do Tribunal, nos termos do disposto no artigo 5o;

b) Ter havido demora injustificada no processamento, a qual, dadas as circunstâncias, se mostra incompatível com a intenção de fazer responder a pessoa em causa perante a justiça;

c) O processo não ter sido ou não estar sendo conduzido de maneira independente ou imparcial, e ter estado ou estar sendo conduzido de uma maneira que, dadas as circunstâncias, seja incompatível com a intenção de levar a pessoa em causa perante a justiça;

3. A fim de determinar se há incapacidade de agir num determinado caso, o Tribunal verificará se o Estado, por colapso total ou substancial da respectiva administração da justiça ou por indisponibilidade desta, não estará em condições de fazer comparecer o acusado, de reunir os meios de prova e depoimentos necessários ou não estará, por outros motivos, em condições de concluir o processo.

(68)

Crimes no T PI:

Crime de Genocídio – art. 6º

Para os efeitos do Estatuto, entende-se por “genocídio” qualquer um dos atos a seguir enumerados, praticados com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal, a saber:

a) homicídio de membros do grupo;

b) ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;

c) sujeição intencional do grupo a condições de vida com intuito de provocar a sua destruição física, total ou parcial;

d) imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo; e e) transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.

(69)

Crimes no T PI:

Crime contra a Humanidade– art. 7º, §1º

1. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crime contra a humanidade", qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento desse ataque: a) Homicídio; b) Extermínio; c) Escravidão ; d) Deportação ou transferência forçada de uma população; e) Prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, em violação das normas fundamentais de direito internacional; f) Tortura; g) Agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no campo sexual de gravidade comparável ; h) Perseguição de um grupo ou coletividade que possa ser identificado, por motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de gênero, tal como definido no parágrafo 3o, ou em função de outros critérios universalment e reconhecidos como inaceitáveis no direito internacional, relacionados com qualquer ato referido neste parágrafo ou com qualquer crime da competência do Tribunal; i) Desaparecimento forçado de pessoas; j) Crime de apartheid; k) Outros atos desumanos de caráter semelhante, que causem intencionalmente grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a saúde física ou mental.

Referências

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