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«SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ»

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Academic year: 2022

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« SENHOR, AUMENTA A NOSSA FÉ…… »

Na Palavra de Deus que no próximo domingo nos é proposta, cruzam-se vários temas (a fé, a salvação, a radicalidade do “caminho do Reino”, etc.); mas sobressai a reflexão sobre a atitude correcta que o homem deve assumir face a Deus.

As leituras convidam-nos a reconhecer, com humildade, a nossa pequenez e finitude, a comprometer-nos com o “Reino”

sem cálculos nem exigências, a acolher com gratidão os dons de Deus e a entregar-nos confiantes nas suas mãos.

Na 1ª leitura, o profeta Habacuc interpela Deus, convoca-o para intervir no mundo e para pôr fim à violência, à injustiça, ao pecado… Deus, em resposta, confirma a sua intenção de actuar no mundo, no sentido de destruir a morte e a opressão; mas dá a entender que só o fará quando for o momento oportuno, de acordo com o seu projecto; ao homem, resta confiar e esperar pacientemente o “tempo de Deus”.

A 2ª leitura convida os discípulos a renovar cada dia o seu compromisso com Jesus Cristo e com o “Reino”. De forma especial, o autor exorta os animadores cristãos a que conduzam com fortaleza, com equilíbrio e com amor as comunidades que lhes foram confiadas e a que defendam sempre a verdade do Evangelho.

O Evangelho convida os discípulos a aderir, com coragem e radicalidade, a esse projecto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao homem… A essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no mundo. Os discípulos, comprometidos com a construção do “Reino” devem, no entanto, ter consciência de que não agem por si próprios; eles são, apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes cumprir o seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram o que deviam fazer”.

LITURGIA DA PALAVRA

LEITURA I

Leitura da Profecia de Habacuc «Hab 1, 2-3; 2, 2-4»

"O justo viverá pela sua fé"

«Até quando, Senhor, chamarei por Vós e não Me ouvis?

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Até quando clamarei contra a violência e não me enviais a salvação?

Porque me deixais ver a iniquidade e contemplar a injustiça?

Diante de mim está a opressão e a violência, levantam-se contendas e reina a discórdia?»

O Senhor respondeu-me:

«Põe por escrito esta visão

e grava-as em tábuas com toda a clareza, de modo que a possam ler facilmente.

Embora esta visão só se realize na devida altura, ela há-de cumprir-se com certeza e não falhará.

Se parece demorar, deves esperá-la, porque ela há-de vir e não tardará.

Vede como sucumbe aquele que não tem alma recta;

mas o justo viverá pela sua fidelidade».

Palavra do Senhor LEITURA II

Leitura da Segunda Epístola do Apóstolo São Paulo a Timóteo «2 Tim 1, 6-8.13-14»

“Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor"

Caríssimo:

Exorto-te a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos.

Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação.

Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro.

Mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus.

Toma como norma as sãs palavras que me ouviste, segundo a fé e a caridade que temos em Jesus Cristo.

Guarda a boa doutrina que nos foi confiada, com o auxílio do Espírito Santo, que habita em nós.

Palavra do Senhor.

EVANGELHO

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas «Lc 17, 5-10»

"Se tivésseis fé!"

Naquele tempo,

os Apóstolos disseram ao Senhor:

«Aumenta a nossa fé».

O Senhor respondeu:

«Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira:

‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia.

Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado,

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lhe dirá quando ele volta do campo:

‘Vem depressa sentar-te à mesa’?

Não lhe dirá antes:

‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, até que eu tenha comido e bebido.

Depois comerás e beberás tu.

Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou?

Assim também vós,

quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei:

‘Somos inúteis servos:

fizemos o que devíamos fazer’».

Palavra da Salvação

REFLEXÃO HOMILÉTICA

Aqui nos reunimos para alimentar e fortalecer a nossa fé.

A Liturgia convida-nos a reflectir sobre O PODER DA FÉ. O que é mesmo a fé? Como se exprime?

– Quantas vezes passamos por momentos de desânimo, impaciência, descrença.

– Questionamos tudo e todos, até mesmo a nossa própria fé.

– Chegamos ao ponto de nos perguntarmos: vale a pena ter fé?

– No início do Mês das Missões, poderíamos até perguntar: Vale a pena pregar o Evangelho? Vale a pena acreditar na Missão? Vale a pena "gastar" uma vida para anunciar o Evangelho?

Ouçamos o que a Palavra de Deus nos diz no próximo domingo:

Na 1ª Leitura, o Profeta HABACUC conta a sua experiência de fé. Diante da extrema violência e corrupção, que presencia no meio do povo, ele queixa-se impaciente: "Até quando, Senhor?" E o Senhor exorta-o a não desanimar. Ele intervirá no momento oportuno: "O justo viverá pela sua fé". (Hab 1,2-3.2,2-4)

Quantas vezes também nós não conseguimos entender porque Deus permite que aconteçam tantas coisas absurdas...

Nessas horas, como Habacuc, reclamamos: Porquê? Até quando?

A fé é o único caminho para compreender o Mistério da História e superar todas as dificuldades e contradições. Devemos confiar em Deus, mesmo quando ele "parece" ausente da história. Um dia veremos a Sua intervenção salvadora e libertadora.

O Salmo convida-nos: "Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações" (Sl 94).

Na 2ª Leitura: SÃO PAULO convida Timóteo, cansado e preocupado pelas adversidades (Paulo preso, Apóstolos morrendo): "Reaviva o DOM DE DEUS, que recebeste". (2Tm 1,6-8.13-14)

O texto convida-nos a reavivar também a chama da nossa fé, anunciando-a de todas as formas, em todos os lugares e culturas. É isso que acontece connosco?

No Evangelho, encontramos JESUS e os Apóstolos, ainda a caminho de Jerusalém. Diante da caminhada difícil proposta por Cristo aos seus seguidores, os Apóstolos começam a vacilar, sentem-se tentados a voltar atrás, como já tinham feito muitos discípulos. Então, preocupados, pedem ao Senhor: "Senhor, aumentai a nossa fé". E Jesus responde: "SE TIVÉSSEIS FÉ como um GRÃO DE MOSTARDA, poderíeis dizer a esta amoreira, arranca-te daqui e vai plantar-te no mar, e ela obedecer-vos-ia". (Lc 17,5-10).

A FÉ é o Remédio para as crises da Comunidade. Se a fé for autêntica, mesmo que pequena, poderá superar os maiores obstáculos.

O QUE É A FÉ?

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Um DOM GRATUITO DE DEUS... (que não conquistamos por méritos...) Mas que exige de nossa parte UMA RESPOSTA VIVA E ACTUANTE: "A fé sem obras é morta". (Tg 2,17)

Fé e acção devem andar sempre juntas. A fé, mesmo que pequena, cresce e torna-se forte pela oração, pela participação activa na vida da comunidade, pela prática da caridade, da justiça, pela vivência fraterna e solidária.

Não é apenas uma ADESÃO INTELECTUAL a umas verdades aprendidas na catequese, a uns ritos de religiosidade popular. Não é um recurso para conseguir determinadas coisas... É, antes de mais, uma ADESÃO DE VIDA ao Projecto de Deus. Um encontro pessoal com Deus, em Jesus Cristo.

É aceitar realizar o plano de Deus em nós, fazer a vontade de Deus... É olhar o mundo, os acontecimentos, as pessoas com o olhar de Deus... É uma ENTREGA TOTAL E GRATUITA... sem esperar direitos e privilégios. O nosso serviço e a nossa fidelidade ao Senhor são de filhos e não de assalariados.

DUAS TENTAÇÕES: (neste mundo inseguro, perturbado, hostil...)

1. O Desânimo: Sentimo-nos pequenos, incapazes, inúteis... Muitas vezes pensamos até em largar tudo...

2. Considerar-nos “Necessários” ou “Merecedores”... Muitas vezes, imaginamos Deus como um Contabilista, que contabiliza cuidadosamente num livro os nossos créditos e débitos, para pagar religiosamente, de acordo com os nossos merecimentos. Para apagar essa imagem de Deus e eliminar a "Religião dos merecimentos" (comum aos judeus e a nós), Jesus contou uma PARÁBOLA: O Servo que volta do campo: "Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer".

Por isso, no mundo descrente em que vivemos, não fiquemos desanimados ou preocupados, mas sim com a firme ESPERANÇA de que "O JUSTO VENCERÁ PELA SUA FÉ". E se ela é ainda pequena, menor do que o grão de mostarda, façamos nosso o pedido dos Apóstolos: “Senhor, aumentai a nossa fé...” Vamos dizer isso, cantando: “Creio, Senhor, mas aumenta a minha fé...”

Segunda-feira, XXVI-IX-MMXV {Avelino Seixas}

Santo do Dia: São Cosme e São Damião, irmãos médicos, mártires +303

NOTA HISTÓRICA

São Cosme e São Damião sofreram martírio em Ciro na Síria, provavelmente durante a perseguição de Diocleciano, nos inícios do século IV. A data de 27 de Setembro corresponde provavelmente à dedicação da Basílica que p Papa Félix IV mandou construir em honra deles no Foro Romano; e é ainda meta mais de turistas que de devotos, pelo esplêndido mosaico que lhe decora a ábside. Sabemos que os dois irmãos curavam "todas as enfermidades, não só das pessoas, mas também dos animais", fazendo tudo gratuitamente. Em grego são chamados de "anargiros", isto é,

sem dinheiro.

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Os dois irmãos foram colocados no paredão para que quatro soldados os atravessassem com setas, mas "os dardos voltavam para trás e feriam a muitos, porém os santos nada sofriam ". Foram obrigados a recorrer à espada para a decapitação, honra reservada só aos cidadãos romanos e somente assim os dois mártires, juntamente com outros

três irmãos, puderam prestar seu testemunho a Cristo.

Os seus restos mortais, segundo consta, encontram-se em Ciro na Síria, repousando numa Basílica a eles consagrada. Da Síria o seu culto alcançou Roma e dali se espalhou por toda a Igreja do Ocidente.

SÃO COSME E SÃO DAMIÃO, ROGAI POR NÓS!

Referências

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