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A prática de ensino e as contradições entre produção e reprodução do saber

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Academic year: 2018

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A PRÁTICA DE ENSINO E AS CONTRADiÇõES

ENTRE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DO SABER

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M aria Neyara Oliveira Araújo M aria de Lourdes Peixoto Brandão

O Projeto de Integração da Universidade Federal do Ceará com o ensino de 1.0 e 2.° Graus - 1989, prevê um a ação coletiva de profissionais da educação interessados em delinear alternativas pedagógicas para o ensino de 1.0 e 2.° graus a partir da ação-inter-venção dos estágios curriculares dos Cursos de Licenciatura. Este Projeto é desenvolvido por um a equipe m ultidisciplinar denom ina-da Grupo de Trabalho Perm anente - G. T . P ., constituído de pro-fessores da UFC/Cursos de Licenciatura, professores das Escolas M unicipais participantes do Projeto de Integração.

O referido grupo deseja criar dentro do am biente de trabalho, processos de integração da prática docente realizada pelos professo-res e estagiários, no contexto escolar, onde a reflexão e sensibiliza-ção passam a fazer parte do cotidiano da vida e do trabalho do pro-fissional da educação.

Descobrir form as de realizar um trabalho educativo integrado é um a tarefa com plexa, enquanto os interesses e ações individuais não se definirem com o um a ação coletiva.

O envolvim ento e o com prom etim ento institucional e pessoal diante da proposta, o desejo de busca de soluções dar-se-á pela cre-dibilidade e liberdade de pensam ento e expressão, bem com o pelo ato de cam inhar consciente e lúcido diante dos princípios teórico-m etodológicos que norteiam a proposta e de suas im plicações nas

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relações acadêm icas que contornam as práticas educativas e incor-poram o ensino, a pesquisa e a extensão no contexto escolar.

Portanto, prom over um a educação que instrum entaliza o do-cente ao nível de 3,° grau, capaz de proporcionar ao nível de 1.0

e 2.° graus condições básicas de ensinam entos, é um dever das Ins-tituições Públicas, é um com prom isso do profissional da educação que está a serviço da classe trabalhadora,

O estágio nas licenciaturas se coloca com o um tem po-processo em que o aluno tom a contato e assum e a realidade educacional, ca-racterizada pelos problem as em ergentes da prática s6cio-educacional e no trato das questões ligadas ao contexto sócio-político escolar. A sala de aula, e de form a m ais abrangente, o contexto escolar e a com unidade, constituem o espaço-vivo que nas condições precárias em que se dá o ensino, até estim ula sua "im aginação pedagógica" no sentido de superar as dificuldades que vão surgindo, preparando o estagiário para exercer-se profissionalm ente.

O estágio com o aperfeiçoam ento do futuro profissional, deve ser proporcionado a partir da realidade substantiva que o constitui, ou seja, a partir do entendim ento de que, na Prática de Ensino, são duas ordens de saber que se confrontam num a relação recíproca de busca e de transform ação, assim elim inando a objetivação a que têm se reduzido os sujeitos das escolas-cam pos de Estágios.

Nesta experiência, pretendeu-se refletir - na tentativa de su-perar - o caráter laboratorial dos estágios curriculares nos Cursos de Licenciatura, bem com o rever a história da fragm entação da for-m ação expressa nas relações dicotôm icas entre: Teoria-Prática e Bacharelado / Licenciatura que delineiam um a prática funcionalista do currículo no que diz respeito ao ensino prom ovido no 3° grau e junto às escolas conveniadas.

E

fundam ental que superem os esse im passe, não s6 do ponto de vista ético, m as tam bém , com o saldo de nossa eficácia na trans-form ação da realidade escolar.

A proposta de integração da Universidade com o Ensino de

1.°

e 2,° Graus vem se desenvolvendo, no m om ento, a partir das disci-plinas de Prática de Ensino dos Cursos de Pedagogia, Geografia, História, Ciências Sociais e Biblioteconom ia, através das seguintes atividades: Estágio de Ensino Integrado; Ações Culturais e Artís-ticas e Grupos de Leitura, Estas ações deverão ser am pliadas com a participação dos dem ais Cursos de Licenciatura da UFC, tendo em vista os objetivos do Projeto em redim ensionar os currículos de form ação de professores, a nível de 1.°, 2.° e 3.° Graus.

A escolha desta linha de ação deve-se a algum as razões bási-cas:

214 Educação em D ebate, Fort. 17_18 jan./dez. 1989

di t a im portância de um trabalho integrado entre a _ acre 1 ar n·

escola e a universidade;lh ' d qualidade do profissional _ querer e defender a m e ona a

de educação; _ educativa m ais engajada a crer que a partir. d~~eu:a f~;:~ecerão, facilitando o proces-escola e a c?m u!l1 de m odo a contribuir com ações trans-so de orgam zaçao, inhand stões de inte-form adoras, analisando e e~cam 111han o tqU\ásico lazer, resse com um : saúde, educaçao, saneam en o ,

nutrição, habitação, etc

. a participação da Universi , dessa dim ensão exige

Um projeto

dade no que se refere:

. - de form as _ ' discussão das questões da escola e propos1çao

ai'

'I

alternativas para so uciona- as; d 1o Grau séries iniciais, ao treinam ento dos professores e Q ' G "

d E ola Norm al - 2, rau,

professores a se _ d m alista no que se refere ao , ,- da form açao a nor

- a revisao ., . líticos e filosóficos;

currículo - pr111c1p1~~po to artístico e educacional da à ~ti1iz~ção do apa:nfe, a;:t~utura de apoio ao Projeto. Um versldade com o 1 ra

PRESSUPOSTOS BÁSICOS

d no reconhecim ento da luta que o Essa proposta se fun am enta ela dem ocratização da Univer-M ovim ento Doce~te, ~em e~~ren~dOg:rantia de acesso a ela a ,todas

sidade, o que ~I?m ftcai ~~: ãoa de políticas de pesquisa, ens1110.e as cam adas SOCiaiS, a e a _ Çd lidade postos a serviço dos

111-1 d adrões e qua 1 , b ' extensão de e eva os P, A t fundam entais devem su

si-" Ta1~ param e ros . -teresses das m m onas, - tido de consolidar a visao

1

-

o docente no sen 1

-diar toda e qua quer aça dos eÍem entos essenciais na eonstrucao de educação enqu~nto de d âtica e justa, que aponte em

dire-global de um a soc?eda e. em ocra

ção a um a real c~dadam a. ue a Universidade, apesar d~ pro-M as forçoso e ~~conheCder q. pesquisa e extensão Visando . di 'ab1hdade o enS1110, . " t te clam ar a. 111 1SS0C1 d di d espaço necessáno a Im por an

, it âo tem e ica o , aqueles propos1 os, n ão atuar nos graus anteno-questão da form ação de docentes que va

res.

_ D bate Fort. 1'7_18jan.ldez. 1989 Educaçao em e ,

(3)

216 Educação em D ebate, Fort. 17_18 jan./dez. 1989

A form a com o se separam e isolam o Bacharelado e as Licen-ciaturas, assim com o, no conjunto das Licenciaturas, são separados os cham ados "conteúdos pedagógicos" e "conteúdos específicos", concretiza nas próprias grades curriculares dos cursos de Licencia-tura e Bacharelado, a separação entre teoria e prática. Ou ainda, a separação entre quem "produz saber" (pesquisa/bacharelado) e quem "reproduz" (ensino/licenciatura).

As disciplinas de Prática de Ensino são exatam ente o

loeus

onde essa contradição aflora explicitam ente.

Assim , não estaria aí a Universidade, na form a com o é estrutu-rada, negando aquilo que enuncia em sua proposta?

Referências

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