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A REVOLUÇÃO DOS BICHOS

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Academic year: 2021

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A REVOLUÇÃO

DOS BICHOS

George

Orwell

Material adaptado e traduzido de:

http://www.gradesaver.com/animal-farm

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Eric Arthur Blair (George Orwell) nasceu em 1903, em Bengala (Índia), filho de um funcionário britânico e uma francesa. Mudou-se para a Inglaterra em 1911 e foi para um internato. Sua vivência ali, como um aluno bolsista em meio à elite inglesa, levou depois à satirização da estratificação de classes (abordada em A revolução dos bichos); no ensaio “Such, Such Were the Joys” (trad: “Tantas, tantas as alegrias”), ele demonstra simpatia por sua personalidade infantil – personalidade essa que se manifestaria no narrador ingênuo de A revolução dos bichos. Vale dizer que Orwell teve aulas com Aldous Huxley, autor de Admirável Mundo Novo. Em 1922, recusou uma bolsa para a universidade e voltou à Índia para trabalhar na polícia imperial. O tempo que Orwell passou trabalhando com a Polícia Imperial Indiana em Burma lhe apresentou às vergonhosas atividades britânicas no leste (Oriente) e lhe encorajou a explorar, em sua obra, as vidas dos pobres.

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Depois de retornar à Europa, em 1928, continuou concentrado no tópico da desigualdade de classes e começou a desenvolver certo desgosto em relação à “máquina” capitalista, o que mais tarde se tornou uma simpatia ao Socialismo, potencializada por seu engajamento no Partido Operário de Unificação Marxista (Espanha). Essas experiências levaram à fixação com o totalitarismo. Durante a II Guerra Mundial, trabalhou como correspondente de guerra para a BBC, período em que testemunhou a divulgação de histórias que glorificavam os triunfos britânicos, enquanto o Império estava em sério declínio. Esse tipo de contradição entre a realidade e a informação disseminada ao público foi introduzido em A Revolução dos Bichos (por meio da figura do porquinho Garganta), de 1945, até hoje sua obra mais popular; em 1949, publicou 1984. Morreu em 1950, na Inglaterra, em consequência de uma tuberculose.

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CONTEXTO DE PRODUÇÃO

A revolução russa

Antes da revolução de 1917, a Rússia tinha sido uma autocracia imperial, que se tornou uma potência depois da derrota de Napoleão. No século XIX, o desejo por mudanças político-sociais começou a crescer, com revoltas e formação de organizações políticas. Após a divisão política entre bolcheviques (Lenin) e mencheviques, o país se envolve na I Guerra Mundial desmoralizado e enfrentando escassez. A revolução encerra o domínio dos Romanov no país. Após a abdicação do czar, um governo inefetivo tomou conta do país, período durante o qual Lenin voltou do exílio e ganhou força, vendo na insatisfação uma oportunidade para ganhar controle. Ele guiou os soviets no estabelecimento de boas relações com as tropas russas. Ao lado de Lenin estavam Leon Trotsky e Joseph Stalin.

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Em outubro de 1917, Lenin e seus colaboradores deram um golpe no governo provisório (Revolução Bolchevique ou Revolução Vermelha). Foi estabelecido um regime baseado no comunismo, o que incluía distribuição igualitária da riqueza, ateísmo e igualdade de gêneros. Ainda assim, a subida de Lenin ao poder não alcançou satisfação popular imediatamente. Os líderes políticos formaram o Exército Vermelho, liderados por Trotsky, e lançaram uma campanha interna de terror, cujo objetivo era matar o “inimigo interno” do anti-Comunismo; milhares de pessoas foram cruelmente mortas. Esse conflito levou a Rússia à uma Guerra Civil, que durou até 1921; um ano depois, é criada a União Soviética; mais dois anos e morre Lenin, deixando Trotsky e Stalin lutando pelo poder.

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Stalin, com sua oratória, acabou vencendo e expatriou Trotsky (posteriormente, este acabou assassinado no exílio). Pelo próximos 25 anos, Stalin foi o líder da URSS (até 1953, quando morreu); lançou mão de vários planos quinquenais e campanhas agressivas para incentivar a produtividade, enquanto o governo tomava conta de toda a economia. Para evitar a rebelião popular, Stalin aterrorizava os cidadãos com grandes expurgos e execução de qualquer um com pensamentos contrários ao governo. Além disso, lançou as pessoas umas contra as outras: todas eram incentivadas a espionar seus colegas de trabalho, vizinhos e até mesmo familiares.

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Com os negócios internos sob intenso e violento controle, Stalin focou-se em negócios internacionais. Por exemplo, deu suporte militar à Espanha na Guerra Civil. Mesmo com a desconfiança de Stalin em relação a Hitler, a URSS assinou um tratado de não-agressão com a Alemanha (Pacto Molotov-Ribbentrop) e continuou o comércio com essa nação; tal pacto foi quebrado pelos alemães em 1941.

Mesmo com batalhas sangrentas e muitas perdas, os soviéticos expulsaram os nazistas e tomaram Berlim em 1945. Poucos meses depois, A revolução

dos bichos chegava às prateleiras, contando por meio de uma fábula muito

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LEITURA COMPLEMENTAR

“Marx” (capítulo de O Mundo de Sofia)

Sofia diz à mãe que se encontrou novamente com Alberto, o que

a desagrada, ainda mais quando a garota afirma que uma

carta recém-recebida é do irmão do filósofo. Logo, este liga

para a garota e marca uma reunião com ela. No caminho para o

encontro, Sofia visualiza Scrooge e uma vendedora de

fósforos…

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— O senhor deveria ajudar esta garota a levar uma vida melhor

— disse ela.

O homem afastou os papéis e respondeu:

— Isso custa dinheiro, e eu já lhe disse que não posso desperdiçar

uma coroa sequer.

— Mas é muito injusto que o senhor seja tão rico e esta garota

seja tão pobre — insistiu Sofia.

— Que nada! Só existe justiça entre iguais.

— Se ninguém me ajudar, eu vou morrer de fome — disse a garota.

— Seu nome não consta na minha contabilidade. Por que não

procura um orfanato?

— Se não me ajudar, vou pôr fogo nesta floresta — disse a pobre

garota. O homem rico agitou os braços.

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Em todas as fases da história houve conflitos entre duas

classes sociais dominantes, dizia Marx. Na sociedade

escravocrata da Antiguidade havia o conflito entre os cidadãos

livres e os escravos; na sociedade feudal medieval, entre os

senhores feudais e os vassalos, e mais tarde entre nobres e

plebeus. Mas na época em que Marx viveu, naquela que

denominou de sociedade burguesa ou capitalista, o conflito

existe primeiramente entre capitalistas e trabalhadores ou

proletários. São os conflitos entre aqueles que detêm ou não os

meios de produção. E, porque a “classe superior” não quer abrir

mão da sua hegemonia, uma mudança só poderá ocorrer

através de uma revolução.

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Marx se dedicou sobretudo a estudar a passagem de uma sociedade capitalista para uma comunista. Ele produziu uma análise detalhada do modo de produção capitalista. [...] Antes de se tornar comunista, o jovem Marx queria saber o que acontecia com as pessoas quando elas trabalhavam [...]: ao trabalhar, o homem interfere na natureza e deixa nela a sua marca. Mas nesse processo a natureza também interfere no ser humano e deixa marcas na sua consciência. [...] Tanto para Hegel quanto para Marx o trabalho representa algo positivo, é algo que está intimamente relacionado à condição humana. [...] Mas é exatamente aqui que Marx lança sua crítica aguda ao modo de produção capitalista. No capitalismo o trabalhador trabalha para outra pessoa. Portanto, o trabalho torna-se algo externo à sua pessoa, ou algo que não lhe pertence. O trabalhador se aliena em relação ao seu próprio trabalho, e assim aliena a si mesmo. Ele perde sua condição humana. [...] Na sociedade capitalista o trabalho é organizado de maneira a que cada trabalhador realize na verdade um trabalho escravo para outra classe social. Com isso o trabalhador transfere sua força de trabalho (e com ela toda a sua condição humana) para a burguesia.

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Durante um período teríamos uma nova “sociedade de classes”, na qual o proletariado detentor do poder subjugaria a classe burguesa. Seria o que Marx chamou de ditadura do proletariado. Mas, depois de um período de transição, a ditadura do proletariado se dissolveria numa sociedade sem classes, ou comunismo. Nessa sociedade os meios de produção seriam propriedade de todos, da coletividade. E tal sociedade permitiria a cada um “trabalhar segundo sua capacidade” e “ganhar segundo sua necessidade”. O trabalho pertenceria ao povo e a alienação capitalista chegaria ao fim. [...] Hoje em dia os economistas dizem que Marx estava errado em vários aspectos, sobretudo na sua análise das crises do capitalismo. Marx também não dedicou atenção à exploração da natureza, que hoje acompanhamos com mais e mais preocupação. [...] Depois de Marx o movimento socialista se dividiu em duas correntes principais. De um lado os sociais-democratas e do outro os leninistas. A social-democracia, que pretende uma aproximação gradual e pacífica do socialismo, foi o caminho adotado pela Europa, no que chamamos de “a lenta revolução”. O leninismo, que manteve a crença de Marx em que apenas a revolução poderia combater a antiga sociedade de classes, teve grande expressão na Europa Oriental, na Ásia e na África.

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A REVOLUÇÃO DOS BICHOS:

UMA FÁBULA OU UMA SÁTIRA?

 A fábula é uma narrativa ficcional curta cuja mensagem pode ser sintetizada em uma moral no final do texto, ou seja, um ensinamento encerra um a lição. Suas personagens, geralmente animais, representam características e sentimentos humanos e é comum o diálogo entre elas.

 A sátira (originalmente escrita em versos) é um gênero literário que ridiculariza um determinado tema (indivíduos, organizações, estados), com o objetivo de provocar ou evitar uma mudança. Cria-se uma alegoria (uma série de metáforas) para fazer crítica a um tema de interesse social; geralmente tem caráter atemporal.

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ESTRUTURA NARRATIVA

Enredo (sinopse)

Num belo dia, os animais da fazenda do sr. Jones se dão conta da vida indigna a que são submetidos: eles se matam de trabalhar para os homens, lhes dão todas as suas energias em troca de uma ração miserável, para ao final serem abatidos sem piedade. Liderados por um grupo de porcos, os bichos então expulsam o fazendeiro de sua propriedade e pretendem fazer dela um Estado em que todos serão iguais. Logo começam as disputas internas, as perseguições e a exploração do bicho pelo bicho, que farão da granja um arremedo grotesco da sociedade humana.

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ESTRUTURA NARRATIVA

Os Sete Mandamentos

1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.

2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.

(esses dois mandamentos resumem-se no refrão “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”)

3. Nenhum animal usará roupas.

4. Nenhum animal dormirá em cama.5. Nenhum animal beberá álcool.

6. Nenhum animal matará outro animal.7. Todos os animais são iguais

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ESTRUTURA NARRATIVA

A deturpação dos Sete Mandamentos

Quatro pernas bom, duas pernas melhor.

Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.Nenhum animal beberá álcool em excesso.

Nenhum animal matará outro animal sem motivo.

Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros.

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ESTRUTURA NARRATIVA

Foco narrativo

 3ª pessoa - narrador onisciente, mas que não opina sobre a situação (mostra-se neutro/ingênuo) Tempo  cronológico  data indeterminada Espaço  Inglaterra  Granja do Solar

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ESTRUTURA NARRATIVA

Personagens

 Benjamim (o burro)

 Branca, Lulu e Cata-vento (os cães)

 Sansão e Quitéria (os cavalos)

 A Gata

 Os filhotes (futura “polícia” de Napoleão)

 Frederick (o dono de Pinchfield, fazenda vizinha)

 Jones (o dono da Granja do Solar)

 Mínimo (porquinho poeta)

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ESTRUTURA NARRATIVA

Personagens

 Moisés (o corvo)

 Maricota (a cabra branca)

 Napoleão (um dos líderes porcos)

 Velho Major (o velho porco)

 Pilkington (o dono de Foxwood, a grande fazenda vizinha)

 As ovelhas

 Bola-de-Neve (um dos líderes porcos; exilado como traidor)

 Garganta (o “porquinho de propaganda”)

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Temas (serão desenvolvidos nos seminários)  A União Soviética sob o Stalinismo

 Propaganda e duplicidade (incoerências)

 O totalitarismo

 Educação e Inteligência como ferramentas de opressão

 Violência e controle como formas de opressão

 Exploração e necessidade dos Direitos Humanos

 Apatia e aceitação

Referências

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