Informativo mensal nº 42 Junho/2017
AMÉRICA/EUROPA OCIDENTAL
TERRORISMO CONTINUA A AMEAÇAR A SEGURANÇA NA EUROPA A Europa continua sendo grande alvo de atentados terroristas. Desta vez, durante o mês de junho, o destaque foi o Reino Unido. Em Londres, depois de atropelar diversos pedestres em uma ponte, uma van se dirigiu a um mercado, no qual homens atacaram várias pessoas com armas brancas. O ataque foi reivindicado pelo Estado islâmico (EI).
Na mesma cidade, outro veículo foi usado em um ataque a religiosos que saiam de uma mesquita mulçumana, sendo o ato sido considerado por testemunhas locais como islamofobia. Na França, um novo atentado na famosa Avenida Champs-Elysée chamou a atenção, quando um carro bateu com uma viatura da polícia nacional o que fez com que começasse um incêndio. O motorista do carro veio a óbito e após a contenção do incêndio, investigadores encontraram um rifle, revólveres e garrafas de gás no veículo que foi utilizado pelo suspeito.
CONCLUSÃO DA ENTREGA DE ARMAS PELAS FARC NA COLÔMBIA As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) completaram sua parte do acordo de paz estabelecido com o governo colombiano e entregaram suas armas aos órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU), somando sete mil armas entregues.
Como precaução, a guerrilha manteve um “estoque de segurança”, porém este também será logo em entregue, ao começo do mês de agosto de 2017.
ÁSIA/LESTE EUROPEU
CONFLITOS E ATAQUES TERRORISTAS DEIXAM MAIS MORTOS NAS FILIPINAS
Os conflitos nas Filipinas continuaram durante o mês de junho, deixando mais de 60 mortos nos confrontos. Os ocorridos envolveram, considerando as diferentes ocasiões, grupos jihadistas aliados ao Estado Islâmico (EI), o Exército do país e um suspeito ateou fogo no próprio corpo e cometeu suicídio, em um ataque ocorrido em Manila, capital filipina. O exército filipino pediu que a rede social Facebook removesse cerca de 60 contas de militantes islâmicos com nomes falsos, identificadas pelos militares por disseminar informações falsas e coordenar enfrentamentos com as forças de segurança do país. Acredita-se que as contas sejam usadas por integrantes do grupo Maute, aliado ao EI. Os Estados Unidos forneceram armas para o exército filipino a fim de auxiliar na luta com militantes do sul do país, tendo aumentado seu apoio ao país recentemente.
NA ÍNDIA, CINCO MORTES SÃO CONFIRMADAS EM OPERAÇÃO MILITAR
Um grupo de rebeldes, com objetivos emancipatórios, entrou em conflito com tropas indianas no estado de Nagaland, no nordeste do país. Foram confirmadas as mortes de três rebeldes, um militar e um civil que estava no meio da troca de tiros, tendo deixado pelo menos outras três pessoas feridas. Os rebeldes pertencem ao grupo conhecido como Conselho Nacionalista Socialista de Nagaland-Khaplang e tem por objetivo emancipar regiões da Índia e Myanmar, assim estabelecendo um Estado próprio.
ORIENTE MÉDIO
SITUAÇÃO NO CATAR PIORA E PROBLEMA COM PAÍSES DO GOLFO CRESCEM
A região do Golfo foi atingida por sua maior crise diplomática dos últimos 30 anos, após Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein terem cortado laços com o Catar, acusando-o de desestabilizar a região com seu apoio a grupos islâmico.
Apesar de o Catar ter negado o apoio ou o financiamento de grupos terroristas, os
diplomatas ocidentais acusaram-no de permitir o financiamento de alguns extremistas sunitas. Além disso, Arábia Saudita e seus aliados do Golfo sancionaram uma dúzia de organizações e 59 pessoas acusadas de vínculos com a militância islamista, aumentando a crise diplomática na região. Tropas turcas chegaram ao Catar para participar de exercícios de treinamento conjunto e a Turquia, um dos aliados mais fortes do Catar, ofereceu apoio diplomático. Quatro Estados árabes (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barein e Egito) estariam elaborando uma lista de “queixas” com 13 demandas que incluem corte com a Irmandade Muçulmana, fechamento da rede al-Jazeera e redução dos laços com o Irã, sob justificativa de que o Catar não pode financiar extremismo terrorista e continuar em boas relações com Estados vizinhos.
SÍRIA: MAIS ARMAMENTOS SÃO DISTRIBUÍDOS PARA AS YPG E AÇÕES PARA A TOMADA DE RAQQA CONTINUAM
As Forças Democráticas da Síria (FDS), uma aliança de milícias curdas e árabes apoiadas pela coalizão liderada pelos Estados Unidos, tem cercado a cidade de Raqqa, no Iraque, com o intuito de expulsar o Estado Islâmico. Segundo os Estados Unidos, houve distribuição de armas para as Unidades de Proteção Popular (YPG) com o intuito de ajudar a tomar Raqqa, desagradando à Turquia, dada a preocupação acerca do crescimento da influência curda no norte da Síria. As SDF começaram a atacar a cidade de Raqqa no início de junho. Estima-se que aproximadamente 300 mil civis têm vivido sob o domínio do Estado Islâmico em Raqqa (controlada por volta de quatro mil jihadistas), incluindo 80 mil deslocados de outras partes do território sírio. Ainda no mês de junho, a Rússia alegou ter matado um dos líderes do Estado Islâmico também em Raqqa, além de mais dois comandantes do mesmo grupo jihadista durante bombardeios perto da cidade de Deir al-Zor.
FORÇAS ISRAELENSES DEFENDEM TERRITÓRIO NACIONAL E REALIZAM ATAQUES A TROPAS SÍRIAS
As Forças de Defesa de Israel atacaram as posições das tropas governamentais sírias pela segunda vez após os projéteis vindos do território sírio terem voltado a cair na parte israelense das Colinas de Golã. A força aérea israelense atingiu duas infraestruturas
militares do Hamas na Faixa de Gaza, em resposta a um lançamento de projétil vindo do território palestino.
ÁFRICA
NÚMERO DE VÍTIMAS FATAIS CONTINUA A CRESCER NO MALI Dois acampamentos do exército no Mali foram alvos de ataques, deixando seis mortos e mais de 10 feridos, em localizações distintas. Paralelamente, e aeroporto de Timbuktu, onde se localiza uma base das forças francesas, foi alvo de ataques com morteiros, causando prejuízo para a Missão das Nações Unidas no Mali (MINUSMA). Outro ataque em um acampamento a leste de Bamako deixou mais quatro mortos e foi reivindicado pelo grupo jihadista Jamaat Nosrat al-Islam wal-Mouslimin, atuante na região, ligado à Al-Qaeda. O norte do Mali vem sofrendo uma nova onda de ataques terroristas que assusta a população e as autoridades nacionais e internacionais.
LRA INTENSIFICA ATIVIDADES NA RDC E PREOCUPA AUTORIDADES O escritório humanitário da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório no qual afirmou que o Exército de Resistência do Senhor (LRA) estava intensificando os ataques na República Democrática do Congo (RDC), ao mesmo tempo em que a força apoiada pelos Estados Unidos está se retirando do local. Os Estados Unidos haviam informado anteriormente que removeriam as tropas cuja principal função era focar especialmente em ações contra o LRA, por conta do sucesso das operações de combate ao grupo. O Ministro da Justiça congolês informou que o país não aceitaria uma investigação independente sobre a violência na região de Kasai, proposta pelo chefe de direitos humanos da ONU.
NA RCA, MISSÕES HUMANITÁRIAS ENFRENTAM PROBLEMAS PARA LEVAR SUPRIMENTOS A POPULAÇÃO NECESSITADA
Um comboio contendo suprimentos da Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) foi
atacado a tiros por supostos indivíduos anti-Balaka no distrito de Basse-Kotto onde as milícias também destruíram uma ponte. As autoridades da República Centro-Africana (RCA) não conseguem fazer com que as partes envolvidas no conflito cheguem a um acordo sobre o movimento livre e seguro de pessoas entre as comunidades, assim como estimular coesão social e coabitação pacífica na área.
NIGÉRIA E SOMÁLIA: NÚMERO DE ATAQUES TERRORISTAS E DE REFUGIADOS É ALARMANTE NOS DOIS PAÍSES
Durante o mês de junho, ataques terroristas deixaram mais mortos e feridos em território nigeriano. Enquanto cinco mulheres-bombas se explodiram no nordeste do estado de Borno, militantes do grupo rebelde Boko Haram também são suspeitos de terem emboscado um comboio policial, na mesma região. Refugiados nigerianos que deixaram o país devido à presença de grupos islâmicos fundamentalistas e foram em direção a Camarões estão retornando a Nigéria, que no momento não está equipada para dar suporte a eles. Segundo o Alto Comissariado nas Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), somente no mês de maio, mais de 12 mil refugiados retornaram para a cidade fronteiriça de Banki. Essa quantidade de pessoas retornando para a Nigéria pode gerar uma nova crise humanitária no país. Já a Somália continua sofrendo com a violência no país, já que os embates entre soldados ocorridos durante o mês deixaram pelo menos 15 mortos, sendo, em sua maioria, civis. A Organização das Nações Unidas (ONU) colocou a Somália como um dos quatro países mais necessitados de ajuda para evitar a fome endêmica, em um apelo por US$4,4 bilhões, compondo o que a ONU coloca como uma das maiores tragédias humanitárias dos últimos 70 anos.
CAMARÕES: ATAQUES DEIXAM MORTOS NO NORTE DO PAÍS Devido às atividades do grupo rebelde Boko Haram, mais civis foram mortos em ataques no norte do país, incluindo um suposto ocorrido envolvendo uma mulher, que teria se explodido atrás de uma escola pública, e outras duas mulheres que se explodiram em um campo de refugiados. Recentemente, o norte camaronês tem visto um exponencial crescimento das atividades do grupo Boko Haram que usa mulheres e crianças para promover atentados terroristas com frequência. A Organização das Nações
Unidas (ONU) informou que ao menos 117 ataques realizados pelo Boko Haram foram com crianças, dos quais 80% eram meninas.
ONU
ONU SE PREOCUPA COM O CRESCIMENTO NO NÚMERO DE ATAQUES TERRORISTAS E CRIA UM NOVO ESCRITÓRIO PARA O ASSUNTO Assuntos relacionados ao terrorismo preocupam a Organização já que, por exemplo, Israel enviou uma carta em protesto para o Conselho de Segurança afirmando ter encontrado um túnel pertencente ao grupo terrorista Hamas sob duas escolas da Agência de Socorro e Obras das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) em Gaza. Na carta, o governo israelense pediu que o grupo seja condenado e que medidas sejam tomadas para evitar que as instalações sejam exploradas de alguma forma pelo grupo. O Hamas negou qualquer envolvimento com o túnel e declarou ainda que outros grupos também negaram sua autoria. Paralelamente, em reunião do Conselho de Segurança, o vice-embaixador do Egito na ONU, Ihab Moustafa, acusou o Catar de ter pago até 1 bilhão de dólares para um grupo terrorista ligado ao Estado Islâmico, o que caracterizaria apoio ao terrorismo.
A Assembleia Geral da ONU aprovou a criação um escritório que será responsável por auxiliar os Estados-membros a implementar medidas relacionada a estratégia global da ONU de combate ao terrorismo, unindo o Escritório da Força-Tarefa de Implementação do Contraterrorismo (CTITF) e o Centro de Contraterrorismo da ONU (UNCCT).
Através desta medida, a Organização pretende tratar com mais firmeza o avanço do terrorismo por parte de grupos rebeldes no Oriente Médio e na África.
