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MIGUEL ARAUJO. um Labirinto vem sendo desenvolvido

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FORTALEZA - CEARÁ,QUINTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2021

EDIÇÃO: RENATO ABÊ, CLÓVIS HOLANDA E MARCOS SAMPAIO www.opovo.com.br/vidaearte vidaearte@opovo.com.br | 3255 61 37

Na mitologia grega, a he-roína Ariadne, filha de Pasí-fae e do rei Minos, da ilha de Creta, ajudou o ateniense Te-seu a derrotar o Minotauro. O monstro carnívoro meio touro, meio homem vivia em um la-birinto inescapável. Para auxi-liar o herói a matá-lo e a sair desse labirinto, ela deu a ele o famoso “fio de Ariadne” para guiar os caminhos. A “dona do fio da intuição” esperava viver ao lado de Teseu, mas, mesmo com sua vitória, isso não ocor-reu. Tempos depois, conheceu o deus Dioniso e se casou.

A história de Ariadne segue abrindo espaço para diferen-tes interpretações. Uma delas será transmitida neste do-mingo, 19, no canal do Theatro José de Alencar no YouTube: o espetáculo “Ariadne - Car-tografias de Um Labirinto”, da Companhia Crisálida de Tea-tro. Com uma conexão com os tempos atuais, o trabalho propõe ressignificações ao mito de Ariadne ao abordar temas como o amor, a morte, o abandono, a violência contra a mulher e a complexidade de relacionamentos.

Dirigida pela atriz e dra-maturga Juliana Veras, a pro-dução é ambientada em um território onírico que destaca a relevância dos pensamen-tos. O espetáculo traz Ariadne, Pasífae, Fedra, Minos, Teseu e Minotauro, com atuações de Elaine Cristina, Ohana Sancho, Paulo de Souza e Rafaely San-tos, além da própria Juliana.

Na cena, a “senhora do La-birinto” busca se encontrar com Dioniso, mas, diante de conflitos internos, se vê presa em labirintos físicos e psico-lógicos. Dentro dela surge um desejo por liberdade e apa-rentemente o amor consegue apontar os caminhos neces-sários. A peça também propõe reflexões sobre questões so-ciais “urgentes”.

“Ariadne - Cartografias de

um Labirinto” vem sendo de-senvolvido desde 2018 e ga-nhou força para ser veiculado durante a pandemia. O inte-resse em falar sobre esse mito está atrelado a uma pesquisa anterior sobre “os amores” de Dioniso, deus do vinho, das festas e também do teatro. Ao percorrer a sua trajetória, a companhia alcançou a história de sua esposa, Ariadne.

No espetáculo são apresen-tados personagens próximos a ela para conversar sobre o la-birinto. Um deles é Fedra, sua irmã, que acabou tirando a própria vida de forma trágica devido a um amor não corres-pondido. A peça, entretanto, propõe uma leitura diferente, com as duas irmãs “trocando forças entre si”.

Reunir “acontecimentos trá-gicos” e apresentá-los sob a ótica da “delicadeza”: essa é uma das características do espetáculo. A

história não é modificada, mas são postas em cena diferentes “formas de olhar” sobre temas como relacionamentos fami-liares, patriarcado, violências urbanas e domésticas: “É como se, por meio desse espetáculo, trouxéssemos uma lupa para esses acontecimentos que são muito brutais, mas ao mesmo tempo são de delicadezas pro-fundas. Nosso desejo, enquanto companhia, é trazer uma lupa sobre acontecimentos que pre-cisem de atenção e atitude ao nosso redor”, aponta Juliana.

A obra discute o território familiar para conversar sobre esses labirintos simbólicos que marcam as relações. Um dos “labirintos da pandemia”, na vi-são de Juliana, ocorreu com a impossibilidade de sair de casa para algumas pessoas devido ao distanciamento social. Usan-do poesia e música, o trabalho mostra as repercussões dessa

| TEATRO |

Com reflexões sobre amor, morte e violências, espetáculo

“Ariadne - Cartografias de um Labirinto” propõe releituras do mito de

Ariadne para os tempos atuais. Obra estreia no próximo domingo

TIM OLIVEIRA/DIVULG

A

ÇÃO

Ariadne - Cartografias

de um Labirinto

Quando: neste domingo, 19,

às 19 horas

Onde: Theatro José de

Alen-car no YouTube

Mais info: @ciacrisalida no

Instagram

reclusão no ambiente familiar: em alguns casos, um lugar “de empoderamento”; em outros, as violências domésticas.

Para a atriz, o espetáculo pode levantar reflexões aos es-pectadores e apontar caminhos para diferentes formas de se lidar com as dores e os “labi-rintos” trazidos pela pandemia. Além de esperar a “conexão” da peça com o público, a atriz de-seja que a produção “comunique ao coração coisas que as pes-soas estejam precisando sentir e pensar a respeito”.

MIGUEL ARAUJO

miguel.araujo@opovo.com.br

ESPECIAL PARA O POVO

O espetáculo é uma releitura do mito grego em conexão com o presente

(2)

guia vida&arte

FORTALEZA - CE, QuinTA-FEiRA, 16 DE sETEmbRO DE 2021

2

Programação

&

| AgendA |

Música, festival de cinema russo, exposições e mais: a programação

para este fim de semana está repleta de atrações culturais. Confira as dicas!

Cultura

pa

ra o fim

de semana

exposições no dragão

LuiZ ALvEs/DivuLgAçãO

“um atlas para Hélio rôla”

Estão disponíveis para visitação no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMac) as exposições “Um Atlas para Hélio Rôla”, “Um Desvio Nem Sempre é Um Atalho” e “Vaqueiros”. As duas primeiras se encontram no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, e a última está no Museu da Cultura Cearense. A mostra em homenagem a Hélio Rôla (foto) reúne um apanhado

sobre os mais de 50 anos de carreira do artista, entre desenhos, ilustrações, esculturas e xilogravuras.

Quando: das 9h30min às 12h30min

(acesso até às 12 horas) e das 14h30min às 17h30min (acesso até às 17 horas)

onde: Museu de Arte Contemporânea do

Ceará e Museu da Cultura Cearense

Quanto: Gratuito

Miguel ArAujo

miguel.araujo@opovo.com.br

EspECiAL pARA O pOvO

por trás

da cena

artes cênicas

Começa neste sábado, 18, o evento on-line “por trás da cena – uma roda de conversas”. A série de seis encontros beneficentes com profissionais das artes cênicas ocorre em prol de técnicos que fazem parte do Fórum Técnica RJ. O evento também busca promover troca de informações entre profissionais e estudantes para traçar um panorama atual. um dos temas das rodas é “Canto, preparação vocal e saúde no teatro musical”

Quando: a partir das 10 horas

deste sábado, 18; evento até 3 de outubro

mais info: incena.art.br/rodas

Festival de

cinema russo

spcine play

Começa hoje, dia 16, a segunda edição do Festival de Cinema Russo no brasil. Ao todo, serão exibidos oito filmes russos de diferentes gêneros , entre eles animação, documentário e comédia. O documentário Luta (foto), de maksin Arbugaev, é uma das obras do catálogo. A produção fala sobre a seleção russa paralímpica de futebol para cegos durante sua preparação para o Campeonato Europeu.

Quando: até 10 de outubro onde: spcineplay.com.br ou supomungamplus.com.br/rff

ponte aérea:

portugal -

Brasil

FREDERiCO mAR Tins/DivuLg A çãO papo de música

A websérie “ponte Aérea: portugal - brasil” reunirá neste fim de semana mais artistas brasileiros e portugueses. nesta quinta-feira, 16, será a vez da fadista Ana moura, e do compositor brasileiro Ronaldo bastos participarem da live. Amanhã, dia 17, os convidados serão Héber marques, da banda Hmb, e Zé Ricardo, cantor e curador do Rock in Rio.

Quando: hoje, 16, e amanhã,

17, às 19h

onde: papo de música no

YouTube

velHa guarda

da portela

samBa

neste sábado, 18, a velha guarda da portela se reunirá em uma live para celebrar os 120 anos do sambista paulo da portela. A apresentação terá a presença dos artistas que compõem a banda musical brasileira de samba idealizada pelo cantor e compositor paulinho da viola. O grupo foi criado para reunir os membros mais antigos da escola de samba portela.

Quando: neste sábado, 18,

às 15 horas

onde: Fitamarela no YouTube

Zeca Baleiro

na #viradasp

cultura em casa

 Os cantores Zeca Baleiro e Lia sophia participarão da programação da #viradasp Online 2021 neste sábado, 18. Com apresentações de Ellen Oléria e Luiz Ramalho, os shows foram gravados no Teatro sérgio Cardoso e produzidos para o evento. A #viradasp começa às 12h20min, mas o show de Lia sophia será às 16 horas e o de Zeca baleiro às 20h20min. As transmissões são gratuitas.

Quando: neste sábado, 18, às

16 horas e às 20h20min onde: culturaemcasa.com.br

diogo nogueira

e orQuestra

ouro preto Em concerto gravado no Rio de Janeiro, o sambista Diogo nogueira se juntou à Orquestra Ouro preto para o segundo programa “Orquestra Ouro preto sulAmérica sessions”. no repertório estarão sucessos da carreira do cantor como “Clareou” e “pé na Areia”, além de clássicos.

Quando: sábado, 18, às

20h30min

onde: Orquestra Ouro preto

no YouTube

72º salão

de aBril

último dia

Está aberto para visitação até hoje, dia 16, o 72º salão de Abril. A exposição homenageia nesta edição o pintor, gravador e professor sobralense Raimundo Cela. Ao todo, estão em exibição 35 projetos com pinturas, videoartes, fotografias, desenhos e mais.

Quando: até hoje, dia 16;

visitação das 10 às 17 horas

onde: Centro Cultural Casa do

barão de Camocim (R. gen. sampaio, 1632 - Centro)

o silêncio da cHuva

gloBo Filmes

Os atores Lázaro Ramos, bruno gissoni e Claudia Abreu participarão de uma live nesta quinta-feira, 16, para falar sobre curiosidades das filmagens do filme “O silêncio da Chuva”, dirigido por Daniel

Filho. O suspense é baseado no romance policial homônimo de Luiz Alfredo garcia-Roza e narra as trajetórias do detetive Espinosa (Lázaro Ramos) e da policial Daia (Thalita Carauta) ao se depararem com o mistério

que recai sobre a morte de um executivo no Rio de Janeiro.

Quando: hoje, dia 16,

às 18 horas

onde: @globofilmes no

(3)

GUIA VIDA&ARTE

FORTALEZA - CE, QUINTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2021

􀢭

DRAMATURGIA

&

Usando codinomes e rea-lizando diferentes assaltos no mesmo dia, João Acácio Pereira da Silva foi um criminoso conhe-cido da década de 1960. A mídia o chamava de “bandido da luz vermelha”, por usar uma lanter-na de aro avermelhado. A histó-ria do ladrão ganhou livro, filme e agora inspira o monólogo “Um Artista da Luz Vermelha”, um trabalho de Murillo Ramos, Yuri Marrocos e do coletivo Manada Teatro, que relacionam a trama do criminoso com a “maldição” do ser artista.

Aos quatro anos, João Acácio se tornou órfão. Ele e o irmão mais velho, Joaquim Tavares Pereira, passaram a ser cuida-dos pelo tio, que os submeteram a trabalho forçado em troca de comida, além de terem sido torturados física e psicologica-mente pelo parente, que negou as acusações. Na pré-adoles-cência, foi estuprado por me-ninos mais velhos. Em meio a um início de vida marcado pela violência, João Acácio teve seus piores instintos despertados.

Passou a se envolver em furtos e de Santa Catarina se mudou para São Paulo, onde participou de roubos e des-manches de carros. Conseguiu enganar a polícia ao se passar por diferentes assaltantes, mas o que ficou mais conhecido foi o “bandido da luz vermelha”. O criminoso usava roupas cha-mativas e tinha seu próprio “estilo” de agir: entrava nas casas de madrugada, cortava a energia e carregava uma lan-terna com uma lente vermelha. Depois de seis anos, a polícia conseguiu prender o bandido, após ter deixado impressões di-gitais em uma mansão. Ao ser preso, ele confessou apenas qua-tro crimes e foi condenado por quatro assassinatos, sete tenta-tivas de homicídio e 77 assaltos, com uma pena de 351 anos, 9 meses e três dias de prisão.

Mas por que um criminoso vi-rou tema de produtos artísticos? A ideia era celebrar os 25 anos de carreira no teatro do ator e di-retor Murillo Ramos, que teve a infância marcada pelas notícias sobre o “bandido da luz verme-lha”. Desse modo, Murillo e Yuri se unem para relacionar a trama

| ARTES CÊNICAS |

Projeto nascido em parceria com ator Murillo Ramos, livro “Um Artista da

Luz Vermelha”, de Yuri Marrocos, é lançado pela Substânsia. Obra foca em criminoso dos anos 1960

A MALDIÇÃO

DE SER

ARTISTA

Theatro José de Alencar de portas abertas

“Um conto em cada canto”, com Ricardo Guilherme

GUILHERME SILVA/DIVULGAÇÃO

| CULTURA |

Programação oferece atividades presenciais e virtuais pelas redes sociais do TJA

O Theatro José de Alen-car (TJA) realiza amanhã mais uma edição do projeto gratui-to “Theatro de Portas Abertas”, que celebra a cada mês o seu aniversário de fundação (17 de junho de 1910).

Neste mês, as atividades ocorrem tanto de forma pre-sencial, quanto pelas redes so-ciais do TJA - Instagram e canal do YouTube - iniciando, já a par-tir das 8h, com a transmissão da “Visita Espetacular On-Line”, projeto idealizado e desenvol-vido pelo ator cearense Robério Diógenes, do Instituto Teatro Público. O Instituto também fi-cará à frente de um webinário sobre “Educação e Patrimônio: práticas educativas mediadas

pelos bens culturais”, às 10h, pelo canal do YouTube do TJA e do próprio Instituto.

A partir das 9h (e prosse-guindo às 10h, 11h, 14h e 15h), têm início as Visitas Guiadas que, de forma presencial e seguindo todos os protocolos recomendados em relação à Covid-19, terão a entrada franca. Às 19h, a novidade do mês será a estreia da “Visita Guiada Noturna”; em todos os horários, o agendamento prévio ocorre pelo telefone (85) 3101-2583.

No Pátio Nobre, a partir das 14h, entra em cena a feirinha do ateliê “Maria vem com as outras”. A cantora Lia Veras será atração, às 18h, dentro da

aguardada “Hora do Ângelus”. Pelo Instagram do TJA, às 18h30, será apresentado, dire-tamente de Quixadá, o show “Made in Sertão”, com DJ Babu e o sanfoneiro Lucas Almeida, sendo esta uma ação do Sistema Estadual de Teatros (SET-CE). No repertório, um passeio pelo cancioneiro popular.

Já pelo canal do YouTube do Theatro José de Alencar, às 19h30, o ator e diretor Ri-cardo Guilherme será prota-gonista de “Um Conto em Cada Canto”. Numa série dividida em vários episódios, Ricardo Guilherme irá contar histó-rias sobre o espaço, em uma espécie de visita-guia em que as câmeras serão os visitantes

DIVULGAÇÃO

Lançamento do

livro “Um Artista

da Luz Vermelha”,

de Yuri Marrocos

Quando: amanhã, às 18H30

Onde: Theatro José de Alencar (rua Liberato Barroso, 525 - Centro)

Quanto: R$ 40 (livro)

Theatro de Portas

Abertas - Setembro 2021

Quando: dia 17 (sexta-feira), a partir das 8h

Onde: Theatro José de Alen-car (rua Liberato Barroso, 525 - Centro) e nas redes sociais do equipamento (Instagram: @tja.theatrojosedealencar) virtuais via internet.

Por fim, também com trans-missão pelo YouTube do Theatro José de Alencar, a programação especial de setembro do “Thea-tro de Portas Abertas” irá apre-sentar a “Retrospectiva TJA Vir-tual 2020/2021”, que irá destacar alguns momentos marcantes do canal no ano que passou. de João Acácio com questões

referentes à vida de um artista, envolvendo as vaidades do cri-minoso e também abordando sucesso e fracasso.

A ideia inicial era realizar um espetáculo, mas a pande-mia limitou os objetivos. No ano passado, o monólogo foi exibido em vídeo no YouTube, dentro do segundo episódio do programa Zona de Criação, promovido pelo equipamento cultural Porto Dra-gão. Mas agora o projeto ganha um livro, que será lançado no dia 17 de setembro.

A obra discute a paixão sen-sacionalista da mídia policial e relaciona a criação do “bandido da luz vermelha” a um perso-nagem de ficção. “Tem o João Acácio e o bandido da luz verme-lha. O bandido da luz vermelha é meio que um personagem criado pela mídia policial. A partir des-sa criação, e olhando para a vida de João Acácio, do bandido da luz vermelha, nós começamos a notar que eram excludentes entre si, eles não poderiam ser as mesmas coisas”, afirma Yuri, autor da dramaturgia.

“Quando escolhemos falar sobre o João Acácio, nós esta-mos trazendo também temas que são difíceis de serem tra-tados no teatro”, afirma. “Eu quero lidar com coisas que são difíceis no teatro, eu quero li-dar com a dramaturgia que é vulgar, que é intragável”, expli-ca Yuri. “É perigoso falar de um assassino, mas se for perigoso eu também quero, é importante

que seja perigoso. Não é fácil, mas ao mesmo tempo não é so-bre facilidade”, reflete. O autor explica que o intuito do trabalho não é romantizar a vida de um assassino, mas trazer questio-namentos para que o público tire suas próprias conclusões.

Para Yuri, os meios de comu-nicação transformaram João Acácio em um “artista pop”, através das notícias que gera-ram expectativas sobre a prisão do assaltante e sua condenação. Para ele, o mesmo tipo de co-bertura jornalística ainda exis-te nos dias de hoje e cita como exemplo o caso recente do serial killer Lázaro.

“O leitor vai caminhando pela vida de João Acácio, o Bandido da Luz Vermelha, e termina de frente para a própria vida. Não

há, nesse texto, um personagem que concentre em si a carga da ficção, mas aqui, a realidade cir-cula o centro de massa da ficção sem nunca, entretanto, atingi -lo”, afirma Yuri.

“Ao passo que os crimes de João Acácio nos causam asco, a forma como a mídia sensaciona-lista o transformou em um ar-tista pop nos meios de comuni-cação de massa fez com que nós fizéssemos um paralelo da vida de João Acácio com a ‘maldição’ do ser artista. O sucesso não opõe o anonimato, a morte não se inspira na vida”, declara. Para o autor, o livro é um “indigesto manifesto sobre como a socieda-de trata seus artistas, seus ban-didos, seus pacientes psiquiátri-cos e todos aqueles que habitam a penumbra da sociedade’’.

ANA FLÁVIA MARQUES

ana.flavia@opovo.com.br

ESPECIAL PARA O POVO

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GUIA VIDA&ARTE

FORTALEZA - CE, QUINTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2021

􀏄

O que é e como jogar

1. O jogo é constituído de 81 quadrados numa grade de 9 x 9 quadrados, subdivivida em nove grades menores de 3 x 3 quadrados. 2. Cada fileira (vertical e horizontal) deverá conter números de 1 a 9. 3. Cada grade menor, de 3 x 3 quadrados, deverá conter números de 1 a 9.

4. Nas fileiras horizontais e verticais da grade maior, cada número deverá aparecer uma só vez.

SUDOKU

PALAVRAS CRUZADAS

Brincar

23 DE SETEMBRO A 22 DE OUTUBRO 23 DE OUTUBRO A 21 DE NOVEMBRO 22 DE NOVEMBRO A 21 DE DEZEMBRO 21 DE JUNHO A 22 DE JULHO 23 DE JULHO A 22 DE AGOSTO 23 DE AGOSTO A 22 DE SETEMBRO

22 DE DEZEMBRO A 20 DE JANEIRO 21 DE JANEIRO A 19 DE FEVEREIRO 20 DE FEVEREIRO A 20 DE MARÇO 21 DE MARÇO A 20 DE ABRIL 21 DE ABRIL A 20 DE MAIO 21 DE MAIO A 20 DE JUNHO

Os mundos de Liz.

DANIEL BRANDÃO

www.estudiodanielbrandao.com

As aventuras do grandiloquente DJ.

@albanoseletor

Metatirinhas.

PÂMELA DE CASTRO

@caixa_de_pamdora

HORÓSCOPO PERSONARE

www.personare.com.br | a.martins@personare.com.br

PEIXES

AQUÁRIO

CAPRICÓRNIO

SAGITÁRIO

ESCORPIÃO

LIBRA

VIRGEM

LEÃO

CÂNCER

GÊMEOS

TOURO

ÁRIES

Procure ser responsável nos gastos, como alerta a tensão venusiana. O lazer ligado ao intelecto marca presença com Lua e Saturno conjuntos na área de prazeres, o que ajuda com o conhecimento e ainda lhe deixa mais fortalecida, devido ao trígono com Marte em seu signo.

Tente não deixar que falte afeto e compreensão, considerando Vênus tensionada. Momento produtivo na gestão da vida doméstica, ajudando-lhe a superar problemas que antes eram complicados, visto que Lua e Saturno se encontram na área familiar e formam trígono com Marte na de crise.

É fundamental durante esta fase se despir de vaidades e idealizações, devido à tensão com Vênus. Lua e Saturno se encontram no setor comunicativo e formam trígono com Marte no de amizades, podendo sinalizar um momento de acordos importantes acerca das parcerias.

A fase astrológica sugere fortalecimento interior, embora Vênus tensionada possa exigir discrição. Os processos introspectivos podem se intensifi car com Lua e Saturno conjuntos no setor íntimo, o que lhe ajuda a revisar sua vida e a traçar estratégicas de longo prazo.

Vênus tensionada pode alertar para que não falte afeto. Parcerias colaborativas podem acontecer com o encontro Lua-Saturno no setor de relacionamentos e em trígono com Marte, favorecendo o entendimento sobre temas importantes e o fortalecimento das ações em grupo.

O trato interpessoal tende a fi car fragilizado agora. Procure ser cordial! O senso crítico pode levar à efi ciência na gestão da rotina, com processos e recursos materiais sendo organizados de forma pontual, pois Lua e Saturno se encontram no setor das rotinas e formam trígono com Marte.

A otimização de processos e recursos pode ser favorecida, embora Vênus tensionada pode apontar falta de sensibilidade no trato humano. Adentrando a área material, a Lua se une a Saturno. Isso tende a lhe deixar mais seletiva na gestão das fi nanças e das demandas práticas.

O trígono com Marte pode despertar coragem e empenho, enquanto a tensão venusiana pede empatia no trato interpessoal. Seu signo recebe o trânsito da Lua, que encontra Saturno, apurando os processos racionais em meio a experiências que tendem a levar ao amadurecimento.

Como alerta a tensão

venusiana, procure não deixar que lhe falte sensibilidade no trato humano. Sua postura diante dos desafi os se reveste de capacidade estratégica, ajudando-lhe a cumprir metas com efi ciência, pois Lua e Saturno se encontram na área de crise e formam trígono com Marte. Busque demonstrar

solidariedade. A Lua encontra Saturno e pode lhe deixar seletiva no trato interpessoal. O trígono com Marte tende a fortifi ca o círculo de confi ança, mas tente não deixar que o senso crítico apurado machuque quem esteja fragilizado, como alerta Vênus tensionada.

Procure não deixar que os desafetos atrapalhem, como alerta a tensão venusiana. A Lua encontra Saturno no setor do trabalho, lhe fazendo apurar o exercício intelectual. O planejamento é forte aliado por ajudar a direcionar esforços para as ações e a elevar a produtividade.

Tente não deixar que a vaidade lhe afete a ponto de prejudicar o trato interpessoal. O autoconhecimento pode se nutrir de senso crítico e lhe deixar mais segura para lutar pelo que quer, considerando a Lua conjunta a Saturno no setor espiritual e a harmonia de ambos com Marte.

O SANTO

São Cornélio

O ANJO

Chavakiah

Eleito por unanimidade para o cargo de Pontífice após um grande período vago na Cátedra de São Pedro, Cornélio teria adotado um discurso e postura muito indulgente, boa e compreensiva, para com os desertores da fé católica, os chamados “lapsi”. Nessa época São Cornélio teve que lidar com Novaciano, que se após se ordenar bispo se proclamou o antipapa, criando o primeiro cisma

da Igreja. Para socorrer a postura de Cornélio, um bispo de Cartago, chamado Cipriano, entrou em cena. Este bispo ajudou Cornélio a defender a verdadeira autoridade papal. Durante este período a Igreja se viu dividida entre os seguidores de São Cornélio favoráveis a admissão dos cristãos pecadores de volta à Igreja, já os seguidores de Novaciano defendia a total exclusão dos pecadores.

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VIDA&ARTE

FORTALEZA - CE, QUINTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2021

􀎑

CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

CLÓVIS

HOLANDA

CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

HOLANDA

Pause O POVO

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MET_VIDA (IR) REAL

Kim tem razão, melhor nem ver...

Há registros que marcam

a cabeça da gente e viram memes internos, só você escuta, vê, sente e está tudo certo.... São os “fantasminhas” que vivem aqui do lado, na cabeceira. Pois bem...

Desde que vi o blockbuster

“Titanic”, depois daquelas filas enormes do cinema de outros tempos, vez por outra escuto a voz de Rose Dawson numa das primeiras cenas... Quando ela, já idosa e em busca do grande diamante em forma de coração, começa a narrar a história do “navio dos sonhos”.

Sempre essa cena me vem

à mente quando adentro ambientes com peças antigas e de antiquário, quando vejo lances atuais que remetem ao passado ou quando lembro de uma grande alegria social precedendo uma tragédia, como o último Carnaval do Brasil sem covid....

Dentro do submarino de

Spielberg, a atriz Gloria Stuart começa a história do naufrágio com a icônica frase: “Foi há 84 anos, mas ainda sinto o cheiro da tinta fresca, da porcelana nunca usada...”. Daí, vai descrevendo o luxo da embarcação, dividida por setores da pirâmide social.

Ao longo da produção,

percebe-se que o tilintar das taças de cristal, os ótimos vinhos e o reflexo da louça fina são a marca dos pavimentos da turma do topo, enquanto a base se aperta em suas cabines.

Acho que Rose Dawson se fez

presente, conceitualmente, naquele jantar que o empresário Naji Nahas anfitrionou em São Paulo. Do convescote circulou o vídeo do humorista André Marinho, imitando o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Michel Temer, viralizou...

Todos os elementos estavam

ali. Os cristais, a louça, o

chiquê, as risadas e um certo desdém diante do “navio Brasil”. Ah, claro! Todos temos o direito de rir, de beber, de relaxar, de usufruir do que conquistamos... Mas preferia não ter visto aquela dramaturgia - real...

Para estas cenas, a partir de

agora, evocarei mentalmente outra performance: a

chegada misteriosa de Kim Kardashian (foto) ao Baile de Gala do Met, NY. A influenciadora, que já mostrou tudo, optou por não mostrar - e nem ver - mais nada. Tudo escureceu.

Protesto por mulheres afegãs?

Cansaço imagético? Apelo midiático? Ela não diz, mas o mundo interpretou em centenas de memes que dizem respeito àqueles momentos nos quais o que está diante de nossos olhos parece completamente fora do esperado ou da realidade.

Não podendo sair por aí com

essa máscara anti-mundo de vez em quando, me conformarei jogando algum perfume sobre as minhas da Lupo. E sigo aqui no café, bolo, trabalho e na (quase) paz de uma quinta-feira, dessa vez sem caranguejo...

Só um último lembrete: o

Titanic quando afundou levou todo mundo que estava dentro...

Mano Alencar e Totonho

Laprovitera, que dividem exposição coletiva aberta ontem no Ideal Clube, também compartilharam o set de filmagem. Os artistas visuais fazem participação especial no filme “O Filho Único do Meu Pai”, uma comédia urbana cearense que será lançada no dia 23 de setembro nos cinemas. 

Chama-se “Ciro Games” o

programete pré-campanha de Ciro Gomes no sonho de virar presidente. Divide a bancada colorida com Gisele Bezerra. Está tão, tão leve e feliz, que fica difícil processar...

ENQUANTO

ISSO...

THEO W ARGO / GET TY IMAGES NOR TH AMERICA / GET TY IMAGES VIA AFP

Kim Kardashian: traje e performance na chegada ao Baile do Met renderam memes e algumas reflexões...

Amigos organizando

o fim de semana em Guaramiranga para assistir a show de Ricardo Bacelar dentro do 22º Festival Jazz & Blues de Guaramiranga. Pianista, advogado e cônsul apresenta seu mais recente trabalho, “O viver é de improviso”, no sábado ao cair da tarde. Na foto, com Manoela, cadeira cativa da plateia. 

De olho num cálculo que

prevê dez milhões de lares no Nordeste com potencial para aquisição de máquinas de lavar, marca Consul lançou campanha exclusiva para CE, PE, BA e MA. 

CEO da Planet Smart City no

Brasil, dinâmica Susanna Marchionni acompanha de perto a atuação dos jovens aprendizes do Programa Primeiro Passo, do Governo do Estado, em seu negócio. Quer despertar empreendedorismo e visão de futuro. 

Ciclos: hoje é dia de

parabenizar Otacílio Valente, Carmem Cinira, Cássio Sales, Rocha Neto. Saúde! 

NOVO HOTEL 

Ana Cristina Cysne Melo e Tarso Melo em registro durante sua imersão com as filhas pelo Pantanal Mato-grossense. De volta à Cidade, planejam a construção e abertura de mais um hotel da rede Carmel, agora em Icaraizinho de Amontada. 

RECONHECIMENTO 

Indiano multiempresário Sumeet Dhillon e o marido, o cearense Natan Araújo, percorreram alguns dos melhores hotéis do Brasil em busca de novidade para o premiado Zorah Beach, no Trairi. A grande surpresa foi o Ponta dos Ganchos (SC), que Sumeet definiu para a coluna como “o melhor hotel do Brasil”.  

Sobre o Zorah, celebra o feito de integrar a nova temporada do seriado “Hotéis Incríveis” e o sucesso de seus novos bangalôs

premium com piscinas privativas.  

ATÉ AMANHÃ

Cinema coreano em festa

Filme “Paju” (2009) da diretora Park Chan-ok

DIVULGAÇÃO

| AUDIOVISUAL |

Festival começa hoje na plataforma de streaming do cinema Belas Artes

Intitulado “Volta ao Mundo: Coreia do Sul”, a nova edição do festival Petra Belas Ar-tes À La Carte (plataforma de streaming do cinema Belas Artes ), inicia hoje programa-ção com múltiplos olhares ao cinema sul coreano.

A mostra conta com 12 lon-ga-metragens renomados, mostrando diferentes décadas do país e seu desenvolvimento cultural ao longo dos anos. Os títulos escolhidos são produções realizadas de 1961, mostrando a época do pós-guerra das Co-reias, até 2016, apontando uma realidade cultural mais moder-na. Os longas de destaque que estarão disponíveis na plata-forma serão: “Bala Sem Rumo” (1961), de Yoo Hyun-mok; “O

Caminho para Sampo” (1975), de Lee Man-hee; “Amora” (Classifi-cação indicativa: + 18) (1985), de Lee Doo-young; “Atrizes” (2009), de Lee Jae-young; “Paju” (2009), de Park Chan-ok; “A Empregada” (2010), da Im Sang-soo; e “Cano-la” (2016), de Yoon Hong-seung.

Um dos destaques da mos-tra fica por conta dos filmes es-trelados por grandes atrizes da atualidade como Youn Yuh-Jung (Longas: “Atrizes”; “A Emprega-da” e “Canola”), primeira atriz sul coreana a ganhar um Oscar.

Para participar do festival, os interessados deverão ir até o perfil no Instagram do Centro Cultural Coreano (@kccbrazil) e pegar o código do voucher ex-clusivo nas postagens oficiais do festival, que posteriormente

deverá ser colocado no aplica-tivo À La Carte, para os usuá-rios terem acesso exclusivo e gratuito aos filmes durante a mostra cultural.

“Paju”, da diretora Park Chan -ok, acompanha a perigosa ob-sessão de uma garota, tão per-to do seu objeper-to de desejo, mas proibida de amar: o marido da própria irmã. O filme tem loca-ções em Paju, uma pacata cidade que dá nome ao longa, situada ao norte de Seul e perto da fronteira com a Coreia do Norte. A figu-ra masculina deste triângulo de paixões é representada por Lee Sun-kyun, ator que ficou mun-dialmente famoso ao interpretar o patriarca da família rica no fil-me “Parasita”. Antes de realizar “Ciúme é Meu Nome do Meio”

“Volta ao Mundo:

Coreia do Sul”

Onde assistir: https://www. belasartesalacarte.com.br/ (Baixe o aplicativo Bela Artes À La Carte na Google Play ou App Store)

Quando: hoje a 30/9

Evento gratuito (Com cupom do CCCB exclusivamente)

Disponível para Android, An-droid TV, Iphone, Apple TV e Roku.

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GUIA VIDA&ARTE

FORTALEZA - CE, QUINTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2021

􀠾

Cinema

&

séries

Para James Wan, são mais de 20 anos de carreira dedicados, majoritariamente, a elaborar e reelaborar o gênero do ter-ror. Do primeiro longa dirigido pelo cineasta, o menos conhe-cido “Stygian”, em 2000, ele ra-pidamente se tornou um nome central no estabelecimento de universos que logo se desenvol-veriam como rentáveis fran-quias em Hollywood: de “Jogos Mortais” (2004) a “Sobrenatu-ral” (2010), chegando em 2013 a “Invocação do Mal”. À bem-su-cedida sequência de obras com direção assinada por James, somaram-se os comandos de blockbusters como “Velozes & Furiosos 7” (2017) e “Aquaman” (2018), que acabaram por refor-çar o nome do cineasta junto à indústria, ainda que por outros caminhos. As grandezas de or-çamento e bilheteria atingidas por Wan, porém, dão lugar à in-ventividade descompromissada do - em comparação - pequeno “Maligno”, uma divertida monta-nha-russa de diferentes aborda-gens do terror.

Hoje, o nome de Wan pode ser encarado como mais ligado a uma ideia de terror sobrena-tural, muito por conta dos im-pactos populares das franquias mais recentes fundadas a partir da direção dele. “Maligno”, po-rém, reúne referências diversas tanto entre si quanto em relação à produção pregressa. Não é de se surpreender quando se vê, no Instagram, que o diretor vem compartilhando conteúdos do filme com comentários honestos como “não vá esperando ‘Invo-cação do Mal’, esta é uma besta diferente” ou “não sei bem como descrever este aqui”.

Há, ainda, outras “pistas” divididas por Wan que ajudam, ao menos, a entender a base de criação do longa: “Eu queria aproveitar essa oportunidade (entre os filmes maiores) para fazer algo um pouco diferente”, escreveu ele em julho, citando referências como os italianos Mario Bava e Dario Argento, do gênero “giallo”, bem como Brian DePalma, David Cronen-berg, os filmes de horror em

| MALIGNO |

Descompromissada e divertida, nova empreitada do cineasta James Wan após

sequência de blockbusters aposta na liberdade de linguagem ao jogar com subgêneros do terror

POR QUE NÃO?

Jornalista e crítico de cinema do O POVO e membro da Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine)

séries

Jornalista e crítico de cinema do

Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine)

Por

JOÃO GABRIEL TRÉZ

DIVULGAÇÃO

‘Maligno’ é o retorno ao terror de James Wan após duas incursões na direção dos blockbusters ‘Velozes e Furiosos 7’ e ‘Aquaman’ VHS dos anos 1980 e, ainda, o

começo “indie” e “corajoso” da própria trajetória.

Materiais oficiais de divulga-ção do filme, como a sinopse, dão ênfase a um dos motes da trama: as paralisias acompanhadas de visões de assassinatos chocan-tes que acometem Madison, que se surpreende ao descobrir que elas não são sonhos, mas fatos. Isso, no entanto, só se estabelece na obra depois de dois “prólogos” inicialmente independentes.

No primeiro, que abre de fato o filme antes mesmo dos cré-ditos, é 1993 e a equipe médica de um hospital com ar sinistro precisa dar conta de um pacien-te violento, Gabriel, que nunca é mostrado. Em um ataque, mar-cado por comportamentos in-comuns dos equipamentos elé-tricos e eletrônicos do local, ele mata vários profissionais até ser controlado pela doutora Floren-ce Weaver - não sem antes pro-meter vingança.

O “segundo prólogo” se passa nos tempos atuais, onde a prota-gonista é apresentada: uma en-fermeira grávida que deseja in-tensamente o laço biológico após sofrer vários abortos espontâ-neos anteriormente. Numa dis-cussão, o marido dela, um tipo abusivo, a responsabiliza pelas perdas dos bebês e um episódio de violência doméstica ocorre.

Estes dois cenários aparen-temente desconectados esta-belecem alguns dos principais pontos de partida da trama e a ação seguinte aos dois traz o pri-meiro cruzamento entre eles: à noite, enquanto dorme na sala, o marido de Madison é acordado por barulhos estranhos na cozi-nha e, depois, atacado por uma presença furtiva. Ainda de ma-drugada, a protagonista acorda, vê o marido morto e é também perseguida. Um corte rápido e o plano seguinte é de uma série de carros de polícia e ambulâncias indo em direção à casa.

Em menos de 15 minutos, “Maligno” cruza, em rápidas sucessões, um cenário de fic-ção científica, aparições sobre-naturais e uma investigação policial. No decorrer do filme,

não somente essas três abor-dagens se mesclam e se conta-minam entre si, mas também outras surgem, estabelecendo uma amálgama estilizada e ex-citante, singular por ser tantas de uma só vez.

Atentando-se minimamente a planos e informações aparen-temente aleatórias, é possível juntar peças que já indicam ca-minhos pelos quais o filme irá atravessar. No entanto, ao mes-mo tempo que “Maligno” não ne-cessariamente surpreende nas viradas, os choques à medida que a trama se encaminha são inevitáveis - não somente pe-los elementos mais gráficos nos quais o filme aposta, mas pela engenhosidade das decisões.

A junção de tantas referên-cias, ideias e abordagens pode soar desconjuntada - e é possí-vel, de fato, questionar inúme-ros “fuinúme-ros” de lógica estabeleci-dos no universo criado -, mas a experiência se impõe à “ordem”. A “origem” do que ocorre ou o “mito fundante” do que ve-mos são tão importantes, aqui, quanto o momento em que, após uma situação de violência ocorria numa estação policial, uma profissional do local disca

um número no celular e dispa-ra: “Por que eu estou ligando para a polícia?”.

O que importa, pode-se dizer, é a viagem, não o destino final. Para quem sobrevive de buscar explicações e teorias, vertente extremamente dominante na ló-gica da cultura pop nas últimas décadas, pode ser frustrante, mas “Maligno” prefere ser livre, instigante, provocador.

O próprio filme ri-se da

busca incessante de “porquês” que marca nossos tempos. Em uma cena, uma personagem visita o prédio abandonado do hospital da abertura em busca de fichas antigas. De carro, ela estaciona justamente à beira de um precipício nos fundos do prédio e, andando pela beirada, consegue entrar.

Na instituição abandonada, repleta de poeira, escuridão e destroços, encontra a placa de informações na qual vê que o departamento de registros fica no nível subsolo, no porão. “É claro”, solta, após um suspiro. A todo “por quê?” que pode al-guém perguntar, “Maligno” de-volve: “Por que não?”.

Maligno

Sessões no Iguatemi às 22h05 (leg) e 19h35 (dub); Shopping Parangaba às 20h (dub); RioMar Fortaleza às 15h30 e 20h20 (dub); Via Sul às 21h30 (dub); Grand Shopping Messejana às 21h30 (dub); North Shopping Jóquei às 19h30 e 22h10 (dub); RioMar Kennedy às 14h, 16h30, 19h30 e 22h (dub); North Shopping Ma-racanaú às 21h (dub); e Center-plex Cascavel às 18h30 (dub).

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