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1. Visão. - 2. do iodo, e suas preparações medicinaes, e qual e sua acção no tratamento das molestias em que elle he reclamado. - 3. União da placenta com o utero

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(1)

THESE

K/V APRESENTADA

* FACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO

PARA SERSUSTENTADA

POR

99-43

»

$431321399 39®34» NATURALDACIDADEDES. SEDASTLAODORIO DEJANEIRO,

F1LI10 LEGITIMO DE

ILuífjFraucísco

í

Hnvtíns, A FIMDEOBTER O GRAO DEDOUTOR

.

1,0VISãO. 2.®DoIODO,E SUAS PREPARAÇÕESMEDICINAES,E QUALASUA ACç.XO POTRATAMENTODAS MOLÉSTIAS,EM QUE ELLE HE RECLAMADO

.

O

.

0UNIÃODAPLACENTACOM0 UTERO.

Une Dièse excellente,loinmarche,e$<suit, N’estpas»lecestravauxquun caprice produit : Il faul du temps, dessoins, etcep»;nildemnrage Jamais d'un écolier nefut lapprentissage.

BOILEAUART

.

PORT.CH

.

J.®>,

RIO DE JANEIROQÏ ©

TYP

.

DE SANTOS&SILVA JUNIOR. RUADA CAIUOUAN

.

32

.

(2)

'

^

Oj*&&9'

^

<j/í<jj4ai

^ -

3J6a)jz

^

e

^

c%bKCz<c

^

cú,cc4c&<c

^

c/:ic^clk

Hlflfli

SGIENCIAS ACCESSORIAS .

DA VISIO .

Orulusadviiam nihil facil ; advilamItralam minimagis.

« UOLHHAAVL

.

»

Antes deenlrarniosnaanalyse dos phénomènes,queconcorrem parao pleno completodesta funcçâo,hederigorlogicoque façamos algumas consideraçõesgeraessobreaspartcs constituintes deseu res

-

pectivo apparelho

.

Desde amaisremotaantiguidadeo apparelho davisão tem sido oobjecto do estudo de muitos observadores;masádespeito desuas judiciosas,creiteradaspesquizas,a despeito mesmo dossoccorrosque nosfornecema anatomia comparada,c as indagaçõesmicroscópicas, ainda hoje existe huma extraordináriadivergência de opiniõesda parte dos physiologistas,quandosetrata de explicar alguns pontos desua historia

.

Verdadeirasscntinellas, comodizCicero,incumbidas de velarso

-

brea segurançapubliea,os olhos estãocollocados naparte mais ele

-

vada da face, donde podemexerceraolongesuasfuneçõesexplora

-

doras

.

Symetricos,e isolados hum do outroporhumassáslongo in

-

tervals

,

achSo

-

se alojados cm duas cavidadesósseascorrespondentes chamadas

- —

orbitas

-

,ondesuflicicntcmcntcpresos, por nãopoderem d’ellassahir,sãocomtudosu(Ticientemente livres,paravariar de di

- rcc

ção

.

Protegidos anteriormente por dons

v

éosmusculo

-

mcmbra

-

nosos

destinados,emvirtude desuamobilidade,a submcttcl

-

o,oua

furtal

-

o aocontacto da luz,communiclo

-

scposteriormentecomo cc

-

rehro,por meio donervooptico, repousando sobrehum coxim de te

-

cido celularintermediárioaelles, e a cavidadeorbitaria

.

Apresen

-

tandoafô

rma

dehum sphcroidc

,

cujomaior diâmetroolha de diante

(3)

t

2]

paratraz,ligeiramentedeprimidos emcima,cm baixo

,

e

lateralmcnte

, otVereccmemsua parte media,canteriorhumaconvexidadeproemi

-

nente,qnecmtodosos pontosdesua pcriphcria

.

A direcção dos seus

eixos nãolie amesma queseguem os das orbitas,porquantooeixo do olhodireito acha

-

seemcompleto paralelismo comodoesquerdo

,

em quantoqueoseixos desuas respectivas orbitassãoinclinados para den- tro,razãoporqueonervooptico,acompanhando

-

os nomesmosentido vem implantar

-

sehum poucoimparteinterna doolho

.

Seis museulos, proprios(rectos,coblíquos)lhes imprimem todos os seus movimen- tos

.

Humapparelho desecreção,ou apparelhodasvias lacrymaes, destinadoa lubrifical

-

o

, concorrem

parao pleno exercido desuas funccões

.

Oaggrcgadode todas estas partes independentes do globo ocular constitue o que Malier denominava

tutamina oculi

Hepoiso olho

no seumais completo gráode organisaçãohum apparelho complicadís

-

simo

.

Vasos venosos,arteriaes

,

lymphaticos

,

nervosdemovimento, desensibilidadegeral,c especial,meios transparentescmfiui entrão em sua composição

.

Mas

,

sepercorrermosa escala zoologica,encontra

-

remosnósamesmadisposição,o mesmonumerode partes,quena es

-

pccie humana concorrem para a formaçãodo globo ocular? Nãocer

-

tamente

.

A natureza sabia emtodas assuasconcepções, porpor

-

eionouaosdifferentesanimacs,segundoaposiçãocpieoccupão na mesmaescala,somenteosorgãos

,

que lheerãoindispensá

veis

para suasfuneções

.

Oestudo da antomia comparada

,

quetemfeitooobjecto das lu

-

cubraçõcs dos Cuviers,Huffons

,

Carus,Tidman,Delle Chiagc,Au

-

dain

,

Milne Edvards

,

eoutrosmuitos vem cmapoiodestanossa as

-

serção

.

Assimveremosqueoapparelho lubrilicador modifica

-

senos vertebrados,a glandida lacrymal faltaabsolutamente aospeixes,aos reptis

,

e,cm vezde palpcbras

,

encontra

-

sehum prolongamento de pelle que inteiramentese confundecomacornea:osolhosdosinvertebrados achão

-

sc collocadosem cimade pedieulos

,

queexistemna

extremidade

cephalica,eproximos á bocca

, como

sevò

nos

gastéropodes

.

Osolhos

dosinseclos immoveis

,

pelaausência de museulos,offerecemnume

-

rosaslacelas talhadas na superficie dacornea,do que resultamul

-

tiplicidade ocular,porquanto aluzentrandocmtodasas suas inci

-

dências,cada

taceta

representa

,

ccorrespondeahumapyramide

,

e a

humfilete de

nervo

optico

.

(4)

f

[ 3]

Osinvertebrados,excepto os cephalopodos,nàoaprcsentàoosso diaphragma membranoso,que denominamos

iris

os meiostrans

-

parentes nosdccapodosse reduzem ahumacornea,ehuma certaquan

- ,

idadede liquido equivalenteaohumoraquoso, vitreo,ccrystalino dosanimacs superiores

.

Oscolcopleros,e as borbuletas tem cada hum doits ollioscom

-

postos

.

Osinscctos ortliopteros,nervopteros,dipteros hemipteros, lícnienopteros,tem,emgeral,dous ollios compostos, masentreestes donsorgãosacha

-

seconstantemente1resoutrosolhos simpliccs

. .

Nas aranhas,cnosscorpiôesellessãosimpliccs,(piatronasprimeiras,eO, 8 nossegundos

.

Os peixes tem hum crystalinospherico, emquanto quenos passarosesta parleconstituinte doolho herepresentada pc humalentilhaachatada,que torna

-

se hum poucomaisconvexanoho

-

mem,c sobretudonosoutrosmamíferos,cujas diflerençaspodembau serapprcciadasexaminando

-

seo quadro publicadoporPetit,eCuvier, que estabelèràoacomparação do eixo do crystalino emseu diâmetro por exemplo :

ou

ir

No homem

. .

No boi No cavallo

..

Na lontra

...

Nogolfinho

.

,

Na balea

....

Nomocho

...

Nopapagaio No abutre

.. .

Natartaruga,

1:2 5:8 2:8 4:5 9:10 18:15 3:

4

7:10 8:11 8:9

Resultaportantode tudoquantotemos dito lançandohumrápido c

°

lpe de vistasobrea disposição

,

quea natureza imprimio nos olhos dosdifferentes animaes,que sendo o olhocmtodooreino animaides

-

dnado paraestaimportantíssima funeçãoeapresentandotantasmodi

-

ficações,pódeo

mesmo

sercomparadoahum apparclho muito simples,

'

l

, ,

cexactamenterepresentassea pupilla

nervosa

do orgãodotocar; quandoaluneção caminha para hum grão de perfeição maior,quando

0organismovai

-

sctornando maisconqdicado

,

novaspartes accessorias

80

rc«nem a

este elementofundamental

.

(5)

!

4 ]

Consistem aspartescsscnciaesdo globoocular:cmhum envol

-

torioespesso,e transparenteanteriormente

,

( cornea) eopaco

nos

quatro quintos posteriores(sclerotica);emmeiostransparentes

con -

vexas

,

ou concavos,variaveis cm suafô

rma

, densidade e

natureza

chi

-

mica, appropriados arcfractarosmeios luminosos parafazcl

-

oscon

-

vergircmfocosdeterminados;emíiin naexpansãoterminal do

nervo

optico,cujo íimliereceber

,

etransmittirasimpressões

.

Nem todas aspartescontidas naconcha ocular parlilhãoa mesma prioridadeno sentirdos phisiologistas

.

Onervo optico,a retina,achoroïde,eo pigmentumsãoa basefundamentalde todo o orgàovisual,porquanto são asúnicas partes,que mais constantementeseencontrão emtodo o seranimado,podendo

-

setalvez considerar asoutrascomo meiosde aperfeiçoamento, ede nutriccão

.

Segundoa suaimportância

,

devemosemprimeiro lugar conside

-

rar osmaistransparentes

,

airis os processosciliares

,

ecircociliares, o pigmentum iridiano;emsegundo lugarasartérias, eveias ciliares,

osnervosdomesmo nome,c oslymphaticos

.

Assim pôde ser compa

-

radooglobo ocularahum instrumento de dioptrica

,

ouhuma luneta

.

Sabemosque toda aluneta secompõemdehum cilyndro formado de humcertonumerode peçasembutidas humasnasoutras:vidroscon

-

vexos,ouconcavos,destinadosa rcfractar aluz,achão

-

se collocados concentricamente desde asuaabertura anterior até a posterior:hum septo denominado

diaphrangma

,

tendoem seu centrohumorifí

-

cio,acha

-

sesituadoperto de hum vidroconvexo no seuinterior,tendo por fim diminuirasuperficie da lentilha

,

ecorrigiraaberração de spherocidade enfim ointerior

do

tubo

,

co diaphragmasão coloridos deprelo atim deabsorver a luz inútil

,

cprevenirqualquer confusão

.

No olho encontramosa sclerotica

,

achoroide, c aretina consti

-

tuindoasparedes da luneta:acontecequeesta ultima membrana lie ainda impressionada pelos raiosluminosos; mas ohumoraquoso, o ehrystalino, e o corpovitreo,refraetão a luz parafocosdeterminados, em virtude da diversidadequeapresentãoemsuadensidade,forma, cnatureza chimiea, A irisoflerccendo emseucentroaaberturapu

-

pillar,acha

-

seadiantedocrystallino, aqualpor sua contracção,oudi

-

latação,medea quantidade de luz, quedeve penetrar

na

camara pos

-

terior

,

corrigindo alémdissoa aberraçãode spherocidade,dequejá falíamos

.

Acavidade do olhopôdeser dividida cmduasporçõesdes

-

iguaespelocrystallino: destas duas

a

posteriorconté

m

ohumor vitreo

,

(6)

[5

]

correspondendoâsclerotica;aoutra,na qual se acha o humor aquoso e quecorresponde ácornealieaindadivididapela irisemduaspartes

secundarias,quesecommunicãopor meio dapupilla:estes espaços fhaniào

-

secantarasdoolho; humaanterior,que se acha situada entre acornea,eairis, caposterior,queseestende desdeessa membrana atéocrystalline,

Aretina,achoroïde,easclerotica scachãosituadasemtorno da cavidadeoccupada pelohumorvitreo ( de dentroparafóra)ospro

-

cessos ciliaresentreairis,eocrystallino,correspondendo o circulo domesmo nomeá grande circurafcrcncia dairisnoponto, emqueo primeiro meio transparente sercuneácornea opaca: enfim adulo

-

se disseminadosentreachoroïde,eamembrana albunginea osvasos c nervosciliares

.

Em resumo: considerando o apparelho davisãonaespecichu

-

mana encontraremosemprimeiro lugarossupercilios,ou duasemi

-

nências arcadas cobertasdepcllos,quelimitàoa palpcbra superior

.

Aspalpcbras,véosprolectores, emoveis,que apresentão cm seusbor

-

dosos eilios maisnumerosos,e longos na superior que na inferior, oflercecndo ambas a sua parte posterior forrada pela conjunctiva

.

Seis

museulos paraseusmovimentos, quatrorectos

,

edonsoblíquos, asvias lacrymaesconstituídaspela grandula lacrymal,conductosexeretores, elacrymaes,c saecodomesmonome

.

O globo do olhoformadodcmem

-

branas,ehumores,oumeios transparentes,apresentaem primeirolu

-

gara sclerotica membranamaisexterior,a qual lheservedeenvoltorio, edeterniina

-

lheasna fórma

.

Acorneatransparente,querepresentao segmentodehuma esphera mais pequenaapplicada ahumamaior : a choroïde, ousegundamembrananaordem dasuperposição perfurada de hum orifício paraapassagem da polpa donervooptico;ocirculo, ou annel ciliar,osprocessos domesmo nome

.

Airis,assim chamada porcausadascores variadas,queapresenta,perfurada em seu centro P

°

rhuma abertura chamada pupilla,e offereccndocmsua face pos

-

terior huma camada espessa de pigmentam;a retina essoncialmcutc

nervosa

concêntricaá choroïde,easclerotica

.

Osmeiosoocorpo

'

ilrcoassimchamadopelaanalogia,que temcomovidrofundidofor

-

radopelamembrana hyaioidc; ocrystiilino,corpolenticularcontido dentro<lesuacapsula;ohumoraquoso,ouburn liquido perfeitamente bnipido,etransparente,que encheasduascamarasdoolho.equehe

(7)

[ < M

segregado,segundo muitos,por humamembranadomesmo nome;

vasos

artcriacs, c venosos,nervo especial,ounervooptico,cnervos ciliares

.

Depassagem,cmui succintamentcfizemosbreves considerações sobre asmodificações,quesenotàoneste apparelho nos animaesdas differentesclassesdaescalazoologica:certamente este nossorápidoes

-

]>oçoestamuito á quem dosquesitos,quereclama semelhanteassumpto tãoimportanteda anatomia comparada:masnossofim,aolançarmos mãodapcnna,foisomentedarmoshuma noçãogeralsobreaspartes, que entrãoem suacomposição,evitando os minuciosos detalhesana

-

tómicos, coccupando

-

nos sócomaquellas partes,quesãoindispensá

-

veis ao exercíciodafuneção,que estamos encarregado de desenvolver

.

Examinemosagora,com osdadosprecedentes,comosecomportào osraiosluminosos,aoatravessarestes differentes meios

.

Dadohum corpo luminoso, ousimplesmente esclarecido,detodosospontos de suasuperficiecmanão raiosluminosos, osquaes,antesde penetra

-

rem noolho,representão o aspectode humcone,cujoapice se acha apoiado nocorpo visivel,csua base nacornea; pelo que se chama coneobjectivo,porque estádo lado doobjecto

.

Penetrandoporémno Interior doolho,e chegandoá retina, elles tração,oupintão,por assim dizer,a imagemdocorpo,d ondepartirão. Entãode divergentes, que erão,ellestornão

-

scconvergentes,em virtude do poder réfrin

-

gente,que temaspartesdo olho,queelles tem de atravessar,proprie

-

dade estainherente asua densidade, figura, cnaturezachimica

.

Assim poiso cone,quehapouco vimos,cujo apice era representado pelocorpo visivel,ouconeobjectivo; apresentanestecasoseuapice

11aretina, peloque sechama

cone ecular

.

Tendo acornea,o

humoraquoso,ocrystallino,ocorpovitreomaiordensidade queoar,

t*huma superficieconvexa,lieclaroquealuz,tendo de penetrarestes meiosmais,oumenos densos, mais,oumenosrefrigentes,deve ap

-

proximar

-

scdaperpendicular levantada nopontodccontaclo, ctornar

-

sepor conseguinteconvergente

.

Ileporissoqueosraiosemanados de humpontovisivel qualquer, atranvessandoo olho,convergem, c dirigem

-

scsobrearetina,ou foco de concentracção

.

Mas estes diversosraios, aochegar sobreestamembrana,

conser -

vào entresiamesmadistanciaproporcional, que a queexisteentreos differentespontos,dondepartirão ;de sortequerepresentãosobrea retinaa imagem do objecto ásavessas

.

Istoprovêm de que forma

-

se

huma pyramideácusta de humainfinidade decones,cuja baseestá

(8)

[7

1

objecto viável,ocujos eixosseenlrecruzâo nocentrodocrystal

-

line divergemdepois,cfazem humasegundapyramide,cuja hasese apoia sobre aretinaenella desenha com espantosa precisãoa ima

-

gem do objeeto invertida

.

A experienciaseguintecomprovaa vera

-

cidadedoqueacabamos deavançar. Praticando

-

senaporta de hum quartohumaabertura circular,e applicando

-

se sobreella a parteante

-

riorde hum ollhodeboi,cujasclorotica estejasuílicientementc a del

-

ito

sacada,c semi

-

trasparente;ver

-

sc

-

hãoos objeetos exteriores repre

-

sentados nofundo do olho dehumamaneirainversa, e comdimensões tanto menores,quanto mais remotos estiverem osmesmos

.

Para quea imagemdos objeetosse represente comtodaa sua nitidez, he misterqueos apices dosconesoculares toquemimmedia

-

tamente a retina. Ora,para quesecumpraestacondição,lieneees

-

sarioque ofóco.verdadeiro vidro lenticular,recue,ámedida que o ob

-

jecto seapproxima

.

e reciprocamcntc

.

Masestamobilidade tem sido combalida pormuitos anatómicos,que pretendemexplicar ophéno

-

mène da maneiraseguinte: queaacçãosimultânea dos musculosdo olho,comprimindoeste orgão contra o fundo da orbita, augmentaa sallicncia dacornea,podendo porconsguintenão sótornarmaiscon

-

sideráveisasdes\iações dos raios luminosos, comotambém diminuir aprofundesado globo ocular

.

MasThomazYoung, eoutrosmuitos nosaflinnâo,fundados noresultado de suasexperiências,que acornea nàooíTerccealteração alguma appreciavel.Outrosporém julgarãoen

-

contraroliode\riadue,dizendoque ocrystallinosepodia deslocar,e que approximando

-

se,ou removendo

-

sedo fundo do olho, permiltia

-

Ihe,semmudarde dimensões,overemdistancias variaveis

.

Masesta

hypothèse, dizem outros,comquanloá primeiravistajKireçaattingiro esclarecimento dophenomeno,caduca,desdeque vemos(piea dispo

-

sição do crystallinocmnada contribue para favoreccl

-

a,porquanto

estecorposcacha íixamente mantido dentro desuacapsula por innu

-

meraveisfilamentosfasciculados,semquesctenha aindadescoberto

íilgumoutro orgãosusccplivel deo mover

.

Jacobson diz que o humor aquoso se insinuava no canal de Petit pelos orifíciosdesuacircumfe

-

rencla,equesedeslisando entre o crystallino,eo humor vitreo im

-

primiahuma modificaçãona distancia respcctiva destescorposrefrin

-

Kentes,e dosmesmoscoma retina

.

Tem

-

setambémprocuradoacausanamobilidade da pupilla,que contrahe

,

ámedidaque osobjeetosseapproximão,afim deser só

-

(9)

[S ]

monteimpressionada pelosraios maisvisinhosdo ei\o,eque se

dilata

paraosobjectasremotos, parapermittiraentrada aosraios maisalias

-

lados,que ncccssitãodo liuraamaior forçado refraeçûo

.

11ofacto constante,que o olho semodifioàoparapoder aceommodar

-

se ús diversas distancias, emquo so achüosituados osobjoctos;não lia niii

-

çiiciiimesmo,que não tenhaexperimentadooesforço quefazesteor

-

i

-

ão,quandoperseveramosem contemplar dous corposalternativa

-

mente hum muitoproximo, eoutro muito remoto

.

No meio portanto de tantas theorias,quese tem imaginadopara explicar este importante phenomeno,theoriasessasmais, ou

menos

attacaveis,maisou menosdefeituosas, a que nos parecemaiscon

-

forme com arazão,e que maisscapproxima da verdade,lendoofacto cm seu favor,hcccrlamentea que sefundanojogo dairis

.

Quando contemplamossuccessivamcute todos os pontos de humaregoa,a nossapupillasecontrahc,a medidaquelixamosoponto maisproximo, odilata

-

sc,aoencararmoso maisremoto

.

Accrsece maist|iieesta explicaçãodestroeasaberrações desplierieidade,e refrangibilidade

.

Mas suademonstraçãonãolieainda rigorosa

.

Magendiediz quefa

-

zendosuasexperiênciasem olhosdediversosanimaes,vira aimagem seformarnofundodoolhocmqualquer distancia: e queentretanto estandooolhomorto nãotinha,nemcontracção nemdilataçãodapu

-

pilla

.

A’ vista deste facto Biot perguntasea aberração do focopara distanciasdiversasnãoliecompensadanoolho pelamesmacausa,que nollecompensaaaberraçãodcsphcricidade:asaber a composição intima doscorpos réfringentes

.

Pouillctresolveo problemadizendo

que ocrystalline temem suascamadastantomais curvatura, quanto ellassãomaiscontraes,eque different dedensidade eaccrcsccndoa isto a particularidade que tem a pupilla desemover

.

Ora seas camadas docrystallinotem tanto maiscurv atura, quanto maiscentraesellassão,temporconseguinteseufóco cada vez maisproximo

.

A pupilla,segundosecontrahc,ou sedilata,só deixaacccssivel aos raiosluminosos huma maior, ou menor porção do crystailino

.

I)ahiprovem queapupilla,contrahiiulo

-

sc para osobjectosproximos,

sóoílercceaosraios mui dispersos aquellaporçãodo crystallino,(pie lemmaior poder derefraeção,ehunt fócomais limitado;edilatando

-

se para os objectosremotos

,

cilasó deixa acccssivel a raios

meuos

se

-

(10)

t o

]

parados

aquclla partedomesmo menosrcfringciUc,quelernhumfóeo mais remoto

.

Pelo exposto vimos que o olhoseaccommoda ás distancias,em queseachão os objcctos situados;examinemos agoraseos limitesda visãodislincta são osmesmospara todos os indivíduos

.

Não pode

-

mosdeterminar sua medida de huma maneiraabsoluta

,

eaesteres

-

peito o termo medio,aquea experiencia tem chegado a determinar paraomaiornumeroliede8 polegadas poucomais, oumenos, para amenordistancia,emquesepódeverhumobjecto

.

Quandoelle se

achamais approximadodoolhoadivergência dosconesobjectiveslie muito grande

,

e aimagemformada sobrearetinatorna

-

se obscura,a

menosquesecontrahiaapupilla,ouse recorraa humvidro lenti

-

cular

.

Agrandezados objcctosnão mudaabsolu tarnente nesta<lis

-

disposição: todossemdislineçãodevemsercollocados na mesmadis

-

tancia:mascomo aextensão da imagem traçada no fundo do olho augmenta,á medida que os objcctosestãomenosremotos,acontece que,encarandoosque tem muipequenasdimensões,achamos

-

nos

nesta singular alternativa, oudevcl

-

os indistinctamenlc considerau

-

do

-

osde muitoperlo,ou determosa seurespeitohuma ideamu'.to imperfeita; porquecollocando

-

os aoalcance ordinário da vista,sua representaçãooccupa hum espaçoimperceptivel sobrea retina

.

Concebe

-

sealémdissoqueasensibilidadedoorgào, acardo corpo,ca maneira, dequeelle heesclarecido, devem darorigem á dilierençasmuito notáveis, porquea energiade humasensação de

-

pendedaextensão,edavivacidadedas impressões recebidas,vul

-

timadestascondiçõesestásempre emrelaçãocomasensibilídav*do stimulante,queasollicita

.

A potênciaréfringente dos humoresdoolholie humdosprinci

-

paes deinenlos,donde resultaa arção,queelleexercesobre luz

.

Tcin

-

scprocurado determinara relaçãodossenosdosângulos

.

in

-

cidência, erefraeção,quandoos raiosluminosos passáodoarpara hum,ou outro destes meios

.

Pretenderãoalgunsphysiologistesde

-

duziresta relaçãoda propria densidadede cada humdesteshun res, sem recorrerá experiências dircctas : masestemethodo peeea

.

enão allingcsenãoaalgumasapproximações, emvirtude daheterogeneidade destassubstancias

.

Consiguiràoporem\\allastoni

.

Breweeter) ung,

Hochoii

, Chaussai

.

outros,pormeio deexperiencias dircctas,chegar

aresultadosidênticos

.

Assim acharãoessesexperimentadores,que 2

(11)

[

10

]

arelaçãodasenos de incidência,c de rcfraceüoda luz,quandoatra

-

vessaasdifferentespartesconstituintes do olho, eraaseguinte: para acornea1,333;para acapsula do crystallino 1,339; para o humor aquoso1 ,338;parao humor vitreo1,339;para ocrystallinoem suas camadas exteriores1,338; para a sua parte media 1

,

390; enliin para a sua porcàomais compactal,ft20;donde resulta paraseuvalor medio1,3H|/

.

Porcertoquepara huma demonstração rigorosada visão, summaimportânciatemestes dados;maspara consiguil-a mister sefazem indagaçõesanalomico

-

physicas transcendentes

.

Existem

no

olhovidrosconvexos

,

esabc

-

sctambém queo fócodoscorpos con

-

vexosvariana

raz

ãodirecta desuamaior,ou menorconvexidade;do queresulta diffusãonaimagem ;he istooque se chama aberração de spericidade

.

Porqueacontecerá que não seja diffusa aimagemtra

-

çada sobrearetina? Ile esta questãohumproblema,que tem me

-

recido dos physiologistashumaespecialattenção:assimImns querem que isto seja devidoaojogo da iris,que patenteando somente ocentro do crystallino,reduz este corpoahuma lentilha chata

,

eintercepta todososraios oblíquos,que convergindo sobreoeixo,formariàona retina huma diffusão semelhante aqueenvolvea imagem produzida por hum vidro

,

quetivesse huma abertura de grandes dimensões

.

Outros attribuent á particularidade que tem o crystallino de ser mais plano anteriorqueposteriormcnlc, oquefazque osraios obliquos encontremeste corpoem menoresincidências paradiante,doque paraatraz

.

I)iz

-

sctambé

m

queisto liedevido ámenordensidade de suacircumfcrcacia, cdascamadas exteriores, quedo

seu

centro

.

Opinàotambémalgunsquea retinaemvirtude de sua concavi

-

dade colloca

-

senoco proprio de cadaconeluminoso

.

Emfimpre

-

tende

- se

tambémachar a resoluçãodaquestãono poderréfringente doluimor vitreo, quehetantomaiorquantomaisseapproxima da retina, oque allonga a distancia focal dos raioscmsuasahidado crystallino,approximatepoucoapoucodo eixooptico

,

reunindo

-

se

todoscmhuma mesma dirccçào

.

Todasestas explicaçõesmais oumenosscaproximãodaverdade, masnão nospodemos decidir absolu tamentepornenhuma deliascom preferencia ás outras,cm consequência denãoencontrarmoscm ne

-

nhumaaqucllc rigor,aquclla precisão quedemanda hum pontoo delicado da phisiologia

.

Todasas

vezes

quealuz experimenta rcfracçDes

, separa - se

nos

(12)

[

1 1 1

diversosraios queacompõem,c entãoapparccc

,

nãocomascoresdo objecto d’onde partio

,

mas com asdo espectro solar(aberração de refrangibilidade)Euler dizia queoolhobeachromatico,queadiver

-

sidadede seushumores temporfim destruir a aberraçãoderefragibi

-

lidadc;(pieoshumoresaquoso,c vitreo estão dispostosemrelaçãoá

cornea

,c ao

cristalino

de maneira tal, que reparãoa dispersão

,

que operão estes corpos réfringentes,sem destruirtotalmentcsuarefraeção

.

Mas a dilTerençndedensidadedas camadas do erystalino não favorece por maneira algumaestaasserção

,

diz Dulong;massimoachromatisme liedevidoá heterogeneidade destes corposréfringentes

.

Muitosoutros tem explicado cadahumporsuamaneiradiversa,desortequetantas theorias dessidentes a esterespeitonenhuma ainda attiugiooesclare

-

cimentodo phenomeno

.

Outrosporém tem negado o archromatisino di/

.

endo queoolhotemtãopouca prfundeza

,

que torna

-

se inseneive!

;imenoraberraçãoderefrangibilidade,que tenha lugar noseuinterior

.

No estadoactual da sciencia está provada incontestavelmente a achro

-

inasia do olho

.

Nãosepóde porem dizer precisamente qual sejaa sua causa, masasuapossibilidade acha

-

sedemonstrada pela construc

-

çáooptica;porquantoosmeios réfringentes differem hunsdosoutros na rasáodirecta de sua forçaréfringente, de suaconvexidade, e cons

-

tituirão chimica

.

Temosoerystalinocomduas convexidades dcsiguacs; acornea,ohumoraquoso

.

Estereunido ácorneaformahuma lenti

-

lhaconvexa côncava,cuja forç

a

réfringente diffèreda do erystalino

.

Talvez,diz Muller, opoderdispersivodosdous meios réfringentesnão seja proporcional á sua potência rcfractiva,c dependa disso a achro

-

inasia

.

Aachromasiado olhonãohecompleta,porque, desde quea imagemseachafórada distancia focal,manifesla

-

scaachromasia

.

Se encararmoshumcampobranco sobre hum fundo negro

,

ouvice

-

vcrsa, elixando

-

sehum objecto proximo,ou remoto, veremosocampo de huma maneira indistinclacom circulosde diffusào desenhadoemduas imagens duplas

,

que seapartão huma da outra

,

tanto mais,quanto mais sedesviáo da lixarãodocampo oseixos dos olhos

.

A’ principionada sedistingue, mas como exercido reconhecemos a orla doridanimia

-

menteestreita,que circunda os campos

.

Muller diz que fazendo repetidas experiências sobre omesmoas

-

sumptochegou aos resultadosseguintes: 1

.

°queexaminando

-

se hum campo brancosobre hum fundo negro

,

demaneiraqueo estadodere

-

fraceão

corresponda a

hum ponto

mais

remoto que o campo: este

mesmo

(13)

[ 1 2 1

campo quesevôconfusamente sobre o fundo negro appareeccercadode luima ligeira,c estreila areola coloridadebranconoponto roxo.azul, amarello, ealaranjado,2

.

°que fazendo amesmaexperieneiainversa

-

menteisio,lie de tal sortequeoestadoderefraccàocorresponda áhum objecto mais proximoque o quecontemplamos,asorlas coloridas da imagemconfusasão lambemvermelhas,amarellas,&c

.

, masemsen

-

tido inverso,isto lie oroxo,coazul do ladodonegro,oamarello,eo vermelho do ladodo branco

.

Pelo que diz respeito ásvistas, quenaturalmente, ou por accidente fieàoáquem,ou passãoalòm dos limites,que acabamos de assignai

-

,

veremosquenoprimeirocaso, paraquea visãoseja distinctalu*o individio obrigadoaencararosobjectos muito deperlo:cnosegundo necessita de apartal

-

osdos olhos consideravelmente

.

A myopia,e a prcsbycia parecem tersua causanafaltadepoder deaecommodaçào, ounagrande fraqueza desteacto de inervaçãomuscular; porqueo olho nãovôde huma maneiradistincta, senão em huma certadistancia mais appropriadaaos seusmeiosréfringentes

.

Paracorroborarmos estanossa asserção basta rcflectirmos quesepóde methodicamcntc ser myope,despresando

-

se poucoa pouco as occasiõesde verde longe

.

Isto seobservanos meninos,quesehabilitãoa1er,ca escreverap

-

proximandomuitoa cabeçado papel

.

Corrigem

-

seestasaberrações da visãocomvidrosconcavos,econvexos

.

Emprcgão

-

scna primeira os vidrosconcavos;por quantoosraios dos objectos approximados se reúnemsobre a retina,e produzem huma imagem Incida :mas osdos objectos remotos,cujo focoseacha coilocado a menor distancia,que os dos outros sereúnemadiantedamembrana,sobre a qual ellespru

-

jectào circulosdediflusão. 11um\idroconcavofazdesapparcceresses defeitos dispersandoosraios luminosos,d’onderesulta que elles se reúnemmais tarde sobre a retina

.

Na prcsbycia porém aconteceo contrariotina,mas, porque osos raios dos objectos remotosreunem

-

se sobre are

-

dosobjectos proximos,cuja reunião seeffectua maistarde, vão convergiralrazdesta membrana. Por issoemprega

-

seo vidro convexo,porqueapproxima o ponto deconvergência dos raiosema

-

nados dos objectos proximos

,

eosfaz caliir sobre a retina

.

Differentesestados patbologicos se podem dar,emconsequência dosquaes,o enfranquccimento davistalie humaconsequêncianeces

-

sária

.

Assimacontecealgumas

vezes

cobrir

- se

a cornea de

manchas

(14)

[ 13J

brancas

,

vulgarmentechamados

bolides

.

Estasmanchasackão

-

sc

collocadas

adiante da pupilla, ede sua grandeza, fórma, e po

-

sição rcsullào phenomenosvariados

,

queembaração o exercício da visão

.

Póde também acontecerqueapupilla sefeche complctamenteem consequência dealgunsaccidentes;aoperação da pupilla artificial lie ounico remedio adoptadoparaprevenir tal inconveniente

.

Ocrys

-

tallinopódetornar

-

scopaco em toda asuaextensão, ouem algumas partessomente:temos a cataracta; o abaixamento ou a ablaçãodo

mesmo

remedeia esta aíTecçáo; no primeirocasointroduz

-

seeste

corponohumorvilreo,e dcsapparece pouco tempo depois; no se

-

gundo extrahe

-

seporhumaabertura praticada laleralmente noglobo doolho

.

Não será por certofóra de proposito fazermos aqui algumascon

-

siderações sobre os Albinos

.

Esta singular variedade da espccie humana oífercce huma particularidade emseusolhos

,

peloque se tornaincommoda,c mesmo impossível algumasvezesavisãodurante odia

.

Sendoamembrana iris destes indivíduoscôrde rosa pallida, a pupilla dehumavermelhidãopronunciada

,

cachoroide desprovida de pigmentum;aconteceque osraios luminosos,tendo já encontradoa retina

,

sãopor ella rcflectidos,e levados a outros pontos destamem

-

brana, emvirtude daausência desse pigmentum,que servepara ab

-

sorverosraiosluminosos,que podem ser rellectidos;dahi provêm essacegueira

,

ou deslumbramento porexcessode luz

.

Neste caso

estãotambé

m

todos os animaes,queprocurãosuaalimentaçãodurante ocrepúsculo,que he a hora mais propriapara oexercício da visão nestes indivíduos

.

Osolhos pretos supportáomelhor o brilho dosol, eosque são menos coloridossãomais aptos para verdurante ocre

-

púsculo

.

Anatureza portanto sabiaemtodasassuasdeterminações,

concedcoosprimeiros aos habitantes do meio dia,onde aintensidade da luzhc muitomais prouunciadadoque no norte

,

á cujos habitantes concedeo os segundos

.

Se fallando áccrcada myopia

,

eda presbycia vimes que a arte baseadasobre as leis da opticatem conseguido remediaressasaber

-

raçõesda vista; nãopárãoahi osseus recursos,eextendendoosou dominio,ellasuppreainsutliciencia davistaparaalcançaros objectes nmiremotamentesituados

,

caqucllesque cmconsequência de su

(15)

[

14

]

demasiada pequenhez são,porassim dizer

,

refraeloriosúacçaodo globo ocular

.

Queremos fallar dos telescópios,emycroscopios :os primeirospara nosadvertir da existênciadeobjectes mui remotos, os segundos paravermos osobjectes excessivamentepequenos

.

Pareceaprimeira vistaquea natureza, construindo os olhos symctricos,deverião estes ter perfeitaidentidade constantcmcntc : mas nem sempreacontece assim, por quanto tem a experiência frequentesvezesmostradoque em muitas pessoas hum olho diffèrecs

-

scncia!mente dooutro,nào só quanto ásuasensibilidade, comotam

-

bém quanto aos limites davisão dislincta: assim pode

-

sesermyope dehumlado,epresbyta do outro

.

Demaisliedeluisorte viciosa a configuração dehum dosolhos ásvezes ,queinútil setorna o uso dos vidros

.

E ondeprocuraremosnósaimagem dessedefeito? Nasir

-

regularidades de curvatura dos humores réfringentes certamente

.

Acontece porémquenomaior numerodestes casostaesdiflerenças naosãotãosallientcs,desorte que entre a forçarespcctiva de ambos osolhos existe huma graduaçãotãopouco sensivel,(piepassaria desa

-

percebida,seacaso circumslaneias particulares nãodemandassemde nossapartebumaattençãoespecial

.

A esta desigualdade de forçaaltri

-

buiaBuffou o strabisme

.

Sc somentecomophysico tivéssemosdetratar desemelhante func

-

oão,pouco maisnosrestariaadesenvolvernestamateria:masa optica, comquantonos ministre huma considerável somma de recursos na analyse deste objecto,comtudoos seusmeiossãoimpotentes, desde quenoslembramosque as imagens traçadasnofundo do olho desper

-

lão emnósideias, c o nossoespiritelieassaltado immedialamcnte do desejo desaber«pierelaçãosubsisteentreas impressõesproduzidas, casconsequências, que deliasdimanão

.

Tal questãotem occupado a maior parte dos physiologistes

.

Sendo a retina,comoquerem muitos oresultado daexpansãoda polpa donervooptico,oucomo queremou

-

tros,huma membrana,naqualscdistribueestenervo,parece que por analogia devemos concluirquecila lie aséde immediate da viste,visto quecmtodososorgãos sãoincontestavelmente os nervosostransmis

-

soresdas impressões

.

A maneira de obrar desta membrana lieainda t ão pouco conhecida,quesuapropriedade gcralmentcapprcciadade ver cores,e luz,quando lie impressionada, lieophenomenofunda

-

mental,sobre que repousão todas as indagaçõesconcernentes á\isão

.

Esta partedestafuneção,que os physiologistestemconcordadoem

(16)

[ 13

I

chamar vital,oupsychologicamuitapouco tem de positivo

.

Sabemos quoaocontacto dosraiosluminosos sobrearetina,estamembrana experimentahumaimpressão quehcimpossívelcaractcrisar, porque nãoeahc debaixo dos sentidos, maslorna

-

scabase de humasensação visual

.

Estaacçào de impressão temsuasédcnaretina,qualquerque cilaseja,e queuàopóde ser comparada a nenhumplienomcnophy

- ,

sico

.

Quemignora(pieem nmitos animaes a retina compõe porsi s'»oolho,equo paralysada esta membrana,ou cessada a cominunicação comonervooptico,a cegueiraliehumaconsequênciancccssaria?Ma

-

gendiedizque suasultimas experiênciasoinduzem acrerqueo quinto parenccphalico também funcciona na visão

.

Dizmais que a retina não gosasenão dehumasensibilidade especial relativa áluz :queeste quinto par cnocplialico nãosópreside ásensibilidadegeraldo olho,cnãopóde ser cortado, sem (pieesteorgào se altere,ou se destrua,mas ainda funda humacondiçãoncccssariaparaa visão,conscrvando

-

scde al

-

gumasortesubordinado ao nervo optieo:que estes animaes,aquem elle tinhacortadooquintoparcrãoinsensíveisá luz

.

Este physiolo

-

gista cila o factode humhomem,que tinha continuadoaverde hum olho, postoquehumhisto situado no trajecto dosnervosopticos, ti

-

vessedestruído estesnervos,c separado absolulamcnte a parte exte

-

rior,eposterior doseucrusanicnto

.

Asimagenstraçadasnofundo do olhosãoarepresentação dos objcclos que observamos; basta para podermosfazer directamcnte huma idéadafôrma dos corposque possamos destinguiros pontos da retina,que estãoemrepouso,ou que sãoaíTcctados ou aballados

pela luz

.

A funeçãoimmcdiata da vistalie darasensação dascores, e quantoásmaisfuneçõesmediatas,ou auxiliaresconhecemosa gran

-

deza,a distancia,a figura, onumero doscorpos,&c

.

Pretenderão algunsMethaphisicos que nãoeradaesscnciaprimitivadavistaodar estasnoções,eque estepoder quecilatemera á custadosrecursosdo locar

.

Gall porem refutou complelamenlcestaopinião

.

Hoje está

universalmenteadmiltido quea vistanos faz julgar da distancia, figura e grandezados objcclos

.

Ecertamentenenhum sentidohaque possa,quer com o habito,qucrcomosoccorrodehumoutro,adquirir novaspropriedadescomo querem alguns

.

Nossaalmaheo espelhofiel querepresenta todas assensações, que nossão transmittidaspelossentidos, c nossosolhossão irresis

-

(17)

[ 16 ]

tivelmente

for

ç

ados

a ver

segundo

a

disposição dos

raios

, que o im

-

pressionão

.

Os

recursos

dolocar,ou dc outro qualquer sentido não

nos

podemfurtar ás illusõesopticas

.

Dizer

- se

que avista adquire novas propriedades, como pretenderã

o

muitos

,

hecertamente desco

-

nhecerque

a

primeiraparte desta funeçã

o

he todaphysica

,

e participa

t

ía fixidade , e const

ância dosphenomeuosdesta ordem

.

(18)

úlUDiUdA

Ò

IttLUIliAd .

pO IODO, ESUASPREPARAÇÕES MEDICINAES, E QUALA SU A ACÇÃO NO TRATAMENTO DAS MOLÉSTIAS, EM QUE ELLE HE RECLAMADO

.

PROPOSIÇÕES

. \

Duosunlprœ oipucnicdicinoccanti

-

nas, ratio,«*t observaiio: observalio taincmestílluin,ad quod dirigidc

-

beulmedicorum ratiocuiia

.

«BAGLIVI

.

»

I

.

O iodo lie humcorpo simples solido, nãometallico, que deve a sua denominação

.

(lod75,violaccus) a bella còr violeta dosseus va

-

pores

.

II

.

A propriedadecliimicamais notável deste corpolieque ellefôrma com oamido hum composto azul:o amido lie poishumexcellentere

-

achvodo iodo

.

III

.

Combinando

-

sc com outros corpos simplices,fórma diversos compostos: destesosmais empregadosemmedicina sãoosioduretos debario,decálcio,deferro,demercúrio,e de potássio ;merecendo estestrèsúltimosas honras dapreferencia atémesmoaoiodo puro

.

{

IV

.

Todas estas substanciassãotoxicas,ou terapêuticas,conforme, asdoses,emque sãoadministradas

,

eográode tollerancia dosindi

-

viduos

.

V

.

O iodo,eseuscompostos temsobreoorganismo duasacçõesdis

-

linctas: a aeçãodecontacto,ou physico

-

chimica, c acçãodynamica:

aquellairritante

,

emaisoumenospassageira ; esta hypersthenisante

,

emais

,

oumenos duradoura

.

(19)

VI .

Alèmda

ac

ção dynamicageral,os iodadostem humaacoao espe

-

cial sobreos vasos brancos

,

c asglândulas: cm outrostermos: sao Ijyperstlienisantes lymphatico

-

glandularcs

.

/

VII

.

Oscadavercs dosindivíduos envenenados porestassubstancias podemnão apresentaro menorvestigio dcphlogose,a(piesepossa attribuiramorte

.

VIII

.

Aslesõesencontradas

na

mucosa doeslomago,c dos intestinos não depõemcontrao que avançamos, porissoque sãodevidasáacção pliysico

-

chimica

,

cujos traços se revcllãosobretudonostecidos depois da morte

.

IX

.

Mais huma prova irrecusável daacção dynamica hyposthenisante dosiodados noshc fornecidapela natureza dos meios

,

comquesecom

-

bateoenvenenamentoproduzidoporestas substancias;comoaalcool, oopio

,

amorphina

,

e ammonia

,

quesãohypcrsthcnicos

.

/

X

.

IIcespecialmen teno tratamentodas hypersthenias dos systemas lymphalico, e glandular que sefàz notável a acção thcrapcutica destesagentes

.

XI

.

Osiodadostem sido empregadoscomproveitono tratamentodc diversasmoléstias de fundo Iiypcrsthenico, ouplilogistico:talemprego lieiacionai

,

attenta a acçãodynamica geraldestes medicamentos

.

XII

.

Como

corollarioda precedente proposição dcprehende

- se

que

os

(20)

-

~ J

iodados devem

aproveitar muito

no

tratamentoda

syphilis,

boeio,

scro -

phulas

,

&c

. ,

Reiteradasexperiências o confirmào

.

Mil

.

Admittida a acçào queennunciá

mos

, cahc porterraaopiniã

o

da pretendida acçào especificado iodo

,

eseus compostos

.

MV

.

Obocio

,

easscro])hulas devemser combatidaspelo iodo, ou suas preparações

,

deenvolta comoutros meios anti

-

phlogisticos

,

desdeque signacs dessas moléstias comecemdemanifestar

- se .

XV

.

Estas substancias empregão

-

se internamente emdissolu ção

,

ou empilulas

,

c externamente

cm

pommadas

.

XVI .

A tinturadeiodo merece poucaconfianç

a

;porque o alcool

lendo

huma acçàoopposta á do iodo

,

a enfraquece

,

ouneutralisa

. /

XVII

.

Ile inverosímil odcsapparecimcntocompletodas

mamas ,

e dos testículos

,

como pretendia llufcland

.

mwm í

9JUW»

qmm

(21)

MiUjflUA à liinUtUilliAd

*

DAUNIÃO DAPLACENTACOM O LTAUO

.

I

.

-

seonomede

placenta

humamassamolle,vascular,es

-

ponjosa,deformaordinariamente circular,intermediária durantea gestaçãoao feto,c ámãe;adherindo por huma faceá cavidade do utero, c comnninicandopela outra com ofetopor meio de hum cordão vascular chamado umbilical

.

II

.

Suainsersão,sendona maioria doscasos

na

parte superior,c posterior do utero,pôde no entanto fazer

-

se emqualquer outro ponto da superficie uterina

.

III

.

Aplacenta lieformada pelasdivisõesda veia, cartériasumbili

-

cacs,cujasultimasextremidades sedobrão sobresimesmas,formando azas

,

que dãonascimento asradiculas da veia umbilical

.

IV

.

Alguns auctorcs admittem naorganisaçãodaplacentaglandulas

,

nervosprovenientes do tri

-

splancfanico;finalmcntc vasos lymphatieos

.

Apresença destes elementosnosparece duvidosa

,

attendendoas ex

-

periências feitas sobre tal objecto

.

V

.

Aadherenciadaplacentacom outero tem lugarpormeio damem

-

brana inter

-

utcro

-

placentaria,e dosvasosutcro

-

placentarios;

-

cstu he

a

opiniãodeMoreau

,

Jacquemier

, Caseaux ,

ecutros

.

(22)

VI

A rommunicaçãodouterocoma placentahe mediata,estabele

-

cidapelosvasosutero

-

placentarios

.

V l í.

A existênciadestesvasos nàosoflrchoje duvida,pelas experiên

-

ciasa que sctemprocedido : sãoartérias, eveias,quese reconhecem hem pelacòrdifferente dasinjccções

.

VIII

.

Asartérias utcro

-

placentarias são muitonumerosas,eseachão emmaiorquantidadeno centro,doquena circumfercncia daplacenta

.

A suacontinuação com asdoutero he manifesta

.

IX

.

Asveiasdo mesmo nome sào huma continuaçãodasveias do utero, sãomaisnumerosas na circumfercnciadoque nocentro da placenta

.

Eis

-

nosfinalmente terminando estanossa tarefa;por certoqueo resultado dasnossaslucubraçõcs, que oraapresentamos á judiciosa Faculdade deMedicina ,nàocondiz com o desenvolvimento quelaes questões rcclamào

.

Envidamoslodososnossos esforços,para([tiepu

-

déssemosattingirofimproposto;mas nossaincapacidadenãonosper

-

mittio

.

Aotraçarmos portanto estas ultimas linhasde nossathese nãopodemospor certo olvidarestepreceitoSidesinlcircs,(«men lau

-

dandnvoluntas

.

Incorreríamos em huma indesculpável falta, sodeixássemosde agradecero cuidado ezelocom queo lllm

.

Sr

.

Dr

.

Valladãoprestou

-

se

-

nos r.acc 1'cçàodenossa these, dividaestapara cuja indemnisa

-

çào con;.

..

c

.

amospor certoinsufíicientes os thesourosdagratidão de hum devota o discípulo

.

(23)

mrruii ßAiis ArauKisini .

h

Ad extremos morbos extrema

rem

édia exquisite optima (

Scot

,' Api»

.

0

.

*

IL

In omnimorbomentevalere

,

et benesehabere adca,quœ ode

-

runtur,bonum est;contrarium verô

,

malum

.

(Sect

.

2

.

" Aph

.

33

.

)

Ill

.

Multum et dcrcpcntc aut

cvacuarc

,aut rcplerc,autcalefacere

,

aut aliterquocumqucmodo corpusmovere,periculosum est

.

Nam etiamomnemultum naturœ est inimicum

.

Quodveropaulatim lit

,

lutumest

.

(Sect

.

2

.

*Apü

.

51

.

) IV

.

Mulieri

,

menstruisdcficicntibus

,

é naribüssanguinem fluere

,

bonum

.

(Sect

.

5/Aph

.

33

.

)

y

.

Mulieri in utero gerenti,sialvum multum fluverit

,

periculosumne aborteat

.

(Sect

.

5

.

*Aph

.

S

ü .

)

VI .

Si pregnanti purgatiouesmenstruœ

cursum

tciicant

,

bene

valere

tum

est impossibilc

.

(

Sect .

5,*Aph,00

.

)

(24)

Eslathose está conforme os estatutos daEscola deMedicina

.

Rio

13 de Dezembrode1850,

Dr . Manoel

de

Yaluddo Pimentel

»

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