THESE
K/V APRESENTADA* FACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO
PARA SERSUSTENTADA
POR
99-43
»
$431321399 39®34» NATURALDACIDADEDES. SEDASTLAODORIO DEJANEIRO,F1LI10 LEGITIMO DE
ILuífjFraucísco
í
Hnvtíns, A FIMDEOBTER O GRAO DEDOUTOR.
1,0VISãO. 2.®DoIODO,E SUAS PREPARAÇÕESMEDICINAES,E QUALASUA ACç.XO POTRATAMENTODAS MOLÉSTIAS,EM QUE ELLE HE RECLAMADO
.
O
.
0UNIÃODAPLACENTACOM0 UTERO.Une Dièse excellente,oùloinmarche,e$<•suit, N’estpas»lecestravauxqu’un caprice produit : Il faul du temps, dessoins, etcep»;nildemnrage Jamais d'un écolier nefut l’apprentissage.
BOILEAUART
.
PORT.CH.
J.®>,RIO DE JANEIROQÏ ©
TYP
.
DE SANTOS&SILVA JUNIOR. RUADA CAIUOUAN.
32.
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SGIENCIAS ACCESSORIAS .
DA VISIO .
Orulusadviiam nihil facil ; advilamItralam minimagis.
« UOLHHAAVL
.
»Antes deenlrarniosnaanalyse dos phénomènes,queconcorrem parao pleno completodesta funcçâo,hederigorlogicoque façamos algumas consideraçõesgeraessobreaspartcs constituintes deseu res
-
pectivo apparelho
.
Desde amaisremotaantiguidadeo apparelho davisão tem sido oobjecto do estudo de muitos observadores;masádespeito desuas judiciosas,creiteradaspesquizas,a despeito mesmo dossoccorrosque nosfornecema anatomia comparada,c as indagaçõesmicroscópicas, ainda hoje existe huma extraordináriadivergência de opiniõesda parte dos physiologistas,quandosetrata de explicar alguns pontos desua historia
.
Verdadeirasscntinellas, comodizCicero,incumbidas de velarso
-
brea segurançapubliea,os olhos estãocollocados naparte mais ele
-
vada da face, donde podemexerceraolongesuasfuneçõesexplora
-
doras
.
Symetricos,e isolados hum do outroporhumassáslongo in-
tervals
,
achSo-
se alojados cm duas cavidadesósseascorrespondentes chamadas- —
orbitas— -
,ondesuflicicntcmcntcpresos, por nãopoderem d’ellassahir,sãocomtudosu(Ticientemente livres,paravariar de di- rcc
ção.
Protegidos anteriormente por donsv
éosmusculo-
mcmbra-
nosos
destinados,emvirtude desuamobilidade,a submcttcl-
o,ouafurtal
-
o aocontacto da luz,communiclo-
scposteriormentecomo cc-
rehro,por meio donervooptico, repousando sobrehum coxim de te-
cido celularintermediárioaelles, e a cavidadeorbitaria.
Apresen-
tandoafôrma
dehum sphcroidc,
cujomaior diâmetroolha de diantet
2]paratraz,ligeiramentedeprimidos emcima,cm baixo
,
elateralmcnte
, otVereccmemsua parte media,canteriorhumaconvexidadeproemi-
nente,qnecmtodosos pontosdesua pcriphcria
.
A direcção dos seuseixos nãolie amesma queseguem os das orbitas,porquantooeixo do olhodireito acha
-
seemcompleto paralelismo comodoesquerdo,
em quantoqueoseixos desuas respectivas orbitassãoinclinados para den- tro,razãoporqueonervooptico,acompanhando-
os nomesmosentido vem implantar-
sehum poucoimparteinterna doolho.
Seis museulos, proprios(rectos,coblíquos)lhes imprimem todos os seus movimen- tos.
Humapparelho desecreção,ou apparelhodasvias lacrymaes, destinadoa lubrifical-
o, concorrem
parao pleno exercido desuas funccões.
Oaggrcgadode todas estas partes independentes do globo ocular constitue o que Malier denominava
—
tutamina oculi—
Hepoiso olhono seumais completo gráode organisaçãohum apparelho complicadís
-
simo
.
Vasos venosos,arteriaes,
lymphaticos,
nervosdemovimento, desensibilidadegeral,c especial,meios transparentescmfiui entrão em sua composição.
Mas,
sepercorrermosa escala zoologica,encontra-
remosnósamesmadisposição,o mesmonumerode partes,quena es
-
pccie humana concorrem para a formaçãodo globo ocular? Nãocer
-
tamente
.
A natureza sabia emtodas assuasconcepções, porpor-
eionouaosdifferentesanimacs,segundoaposiçãocpieoccupão na mesmaescala,somenteosorgãos
,
que lheerãoindispensáveis
para suasfuneções.
Oestudo da antomia comparada
,
quetemfeitooobjecto das lu-
cubraçõcs dos Cuviers,Huffons
,
Carus,Tidman,Delle Chiagc,Au-
dain
,
Milne Edvards,
eoutrosmuitos vem cmapoiodestanossa as-
serção
.
Assimveremosqueoapparelho lubrilicador modifica-
senos vertebrados,a glandida lacrymal faltaabsolutamente aospeixes,aos reptis,
e,cm vezde palpcbras,
encontra-
sehum prolongamento de pelle que inteiramentese confundecomacornea:osolhosdosinvertebrados achão-
sc collocadosem cimade pedieulos,
queexistemnaextremidade
cephalica,eproximos á bocca, como
sevònos
gastéropodes.
Osolhosdosinseclos immoveis
,
pelaausência de museulos,offerecemnume-
rosaslacelas talhadas na superficie dacornea,do que resultamul
-
tiplicidade ocular,porquanto aluzentrandocmtodasas suas inci
-
dências,cada
taceta
representa,
ccorrespondeahumapyramide,
e ahumfilete de
nervo
optico.
f
[ 3]
Osinvertebrados,excepto os cephalopodos,nàoaprcsentàoosso diaphragma membranoso,que denominamos
—
iris—
os meiostrans-
parentes nosdccapodosse reduzem ahumacornea,ehuma certaquan
- ,
idadede liquido equivalenteaohumoraquoso, vitreo,ccrystalino dosanimacs superiores.
Oscolcopleros,e as borbuletas tem cada hum doits ollioscom
-
postos
.
Osinscctos ortliopteros,nervopteros,dipteros hemipteros, lícnienopteros,tem,emgeral,dous ollios compostos, masentreestes donsorgãosacha-
seconstantemente1resoutrosolhos simpliccs. .
Nas aranhas,cnosscorpiôesellessãosimpliccs,(piatronasprimeiras,eO, 8 nossegundos.
Os peixes tem hum crystalinospherico, emquanto quenos passarosesta parleconstituinte doolho herepresentada pc humalentilhaachatada,que torna-
se hum poucomaisconvexanoho-
mem,c sobretudonosoutrosmamíferos,cujas diflerençaspodembau serapprcciadasexaminando
-
seo quadro publicadoporPetit,eCuvier, que estabelèràoacomparação do eixo do crystalino emseu diâmetro por exemplo :ou
ir
No homem
. .
No boi No cavallo
..
Na lontra
...
Nogolfinho
.
,Na balea
....
Nomocho
...
Nopapagaio No abutre
.. .
Natartaruga,
1:2 5:8 2:8 4:5 9:10 18:15 3:
4
7:10 8:11 8:9Resultaportantode tudoquantotemos dito lançandohumrápido c
°
lpe de vistasobrea disposição,
quea natureza imprimio nos olhos dosdifferentes animaes,que sendo o olhocmtodooreino animaides-
dnado paraestaimportantíssima funeçãoeapresentandotantasmodi
-
ficações,pódeo
mesmo
sercomparadoahum apparclho muito simples,'
l, ,
cexactamenterepresentassea pupillanervosa
do orgãodotocar; quandoaluneção caminha para hum grão de perfeição maior,quando0organismovai
-
sctornando maisconqdicado,
novaspartes accessorias80
rc«nem a
este elementofundamental.
!
4 ]Consistem aspartescsscnciaesdo globoocular:cmhum envol
-
torioespesso,e transparenteanteriormente
,
( cornea) eopaconos
quatro quintos posteriores(sclerotica);emmeiostransparentes
con -
vexas
,
ou concavos,variaveis cm suafôrma
, densidade enatureza
chi-
mica, appropriados arcfractarosmeios luminosos parafazcl
-
oscon-
vergircmfocosdeterminados;emíiin naexpansãoterminal do
nervo
optico,cujo íimliereceber
,
etransmittirasimpressões.
Nem todas aspartescontidas naconcha ocular parlilhãoa mesma prioridadeno sentirdos phisiologistas.
Onervo optico,a retina,achoroïde,eo pigmentumsãoa basefundamentalde todo o orgàovisual,porquanto são asúnicas partes,que mais constantementeseencontrão emtodo o seranimado,podendo-
setalvez considerar asoutrascomo meiosde aperfeiçoamento, ede nutriccão.
Segundoa suaimportância
,
devemosemprimeiro lugar conside-
rar osmaistransparentes
,
airis os processosciliares,
ecircociliares, o pigmentum iridiano;emsegundo lugarasartérias, eveias ciliares,osnervosdomesmo nome,c oslymphaticos
.
Assim pôde ser compa-
radooglobo ocularahum instrumento de dioptrica
,
ouhuma luneta.
Sabemosque toda aluneta secompõemdehum cilyndro formado de humcertonumerode peçasembutidas humasnasoutras:vidroscon
-
vexos,ouconcavos,destinadosa rcfractar aluz,achão
-
se collocados concentricamente desde asuaabertura anterior até a posterior:hum septo denominado—
diaphrangma— ,
tendoem seu centrohumorifí-
cio,acha
-
sesituadoperto de hum vidroconvexo no seuinterior,tendo por fim diminuirasuperficie da lentilha,
ecorrigiraaberração de spherocidade enfim ointeriordo
tubo,
co diaphragmasão coloridos deprelo atim deabsorver a luz inútil,
cprevenirqualquer confusão.
No olho encontramosa sclerotica
,
achoroide, c aretina consti-
tuindoasparedes da luneta:acontecequeesta ultima membrana lie ainda impressionada pelos raiosluminosos; mas ohumoraquoso, o ehrystalino, e o corpovitreo,refraetão a luz parafocosdeterminados, em virtude da diversidadequeapresentãoemsuadensidade,forma, cnatureza chimiea, A irisoflerccendo emseucentroaaberturapu
-
pillar,acha
-
seadiantedocrystallino, aqualpor sua contracção,oudi-
latação,medea quantidade de luz, quedeve penetrar
na
camara pos-
terior
,
corrigindo alémdissoa aberraçãode spherocidade,dequejá falíamos.
Acavidade do olhopôdeser dividida cmduasporçõesdes-
iguaespelocrystallino: destas duas
a
posteriorcontém
ohumor vitreo,
[5
]
correspondendoâsclerotica;aoutra,na qual se acha o humor aquoso e quecorresponde ácornealieaindadivididapela irisemduaspartes
secundarias,quesecommunicãopor meio dapupilla:estes espaços fhaniào
-
secantarasdoolho; humaanterior,que se acha situada entre acornea,eairis, caposterior,queseestende desdeessa membrana atéocrystalline,Aretina,achoroïde,easclerotica scachãosituadasemtorno da cavidadeoccupada pelohumorvitreo ( de dentroparafóra)ospro
-
cessos ciliaresentreairis,eocrystallino,correspondendo o circulo domesmo nomeá grande circurafcrcncia dairisnoponto, emqueo primeiro meio transparente sercuneácornea opaca: enfim adulo-
se disseminadosentreachoroïde,eamembrana albunginea osvasos c nervosciliares.
Em resumo: considerando o apparelho davisãonaespecichu
-
mana encontraremosemprimeiro lugarossupercilios,ou duasemi
-
nências arcadas cobertasdepcllos,quelimitàoa palpcbra superior
.
Aspalpcbras,véosprolectores, emoveis,que apresentão cm seusbor
-
dosos eilios maisnumerosos,e longos na superior que na inferior, oflercecndo ambas a sua parte posterior forrada pela conjunctiva
.
Seismuseulos paraseusmovimentos, quatrorectos
,
edonsoblíquos, asvias lacrymaesconstituídaspela grandula lacrymal,conductosexeretores, elacrymaes,c saecodomesmonome.
O globo do olhoformadodcmem-
branas,ehumores,oumeios transparentes,apresentaem primeirolu
-
gara sclerotica membranamaisexterior,a qual lheservedeenvoltorio, edeterniina
-
lheasna fórma.
Acorneatransparente,querepresentao segmentodehuma esphera mais pequenaapplicada ahumamaior : a choroïde, ousegundamembrananaordem dasuperposição perfurada de hum orifício paraapassagem da polpa donervooptico;ocirculo, ou annel ciliar,osprocessos domesmo nome.
Airis,assim chamada porcausadascores variadas,queapresenta,perfurada em seu centro P°
rhuma abertura chamada pupilla,e offereccndocmsua face pos-
terior huma camada espessa de pigmentam;a retina essoncialmcutc
nervosa
concêntricaá choroïde,easclerotica.
Osmeiossãoocorpo'
ilrcoassimchamadopelaanalogia,que temcomovidrofundidofor-
radopelamembrana hyaioidc; ocrystiilino,corpolenticularcontido dentro<lesuacapsula;ohumoraquoso,ouburn liquido perfeitamente bnipido,etransparente,que encheasduascamarasdoolho.equehe
[ < M
segregado,segundo muitos,por humamembranadomesmo nome;
vasos
artcriacs, c venosos,nervo especial,ounervooptico,cnervos ciliares
.
Depassagem,cmui succintamentcfizemosbreves considerações sobre asmodificações,quesenotàoneste apparelho nos animaesdas differentesclassesdaescalazoologica:certamente este nossorápidoes
-
]>oçoestamuito á quem dosquesitos,quereclama semelhanteassumpto tãoimportanteda anatomia comparada:masnossofim,aolançarmos mãodapcnna,foisomentedarmoshuma noçãogeralsobreaspartes, que entrãoem suacomposição,evitando os minuciosos detalhesana
-
tómicos, coccupando
-
nos sócomaquellas partes,quesãoindispensá-
veis ao exercíciodafuneção,que estamos encarregado de desenvolver
.
Examinemosagora,com osdadosprecedentes,comosecomportào osraiosluminosos,aoatravessarestes differentes meios
.
Dadohum corpo luminoso, ousimplesmente esclarecido,detodosospontos de suasuperficiecmanão raiosluminosos, osquaes,antesde penetra-
rem noolho,representão o aspectode humcone,cujoapice se acha apoiado nocorpo visivel,csua base nacornea; pelo que se chama coneobjectivo,porque estádo lado doobjecto
.
Penetrandoporémno Interior doolho,e chegandoá retina, elles tração,oupintão,por assim dizer,a imagemdocorpo,d ondepartirão. Entãode divergentes, que erão,ellestornão-
scconvergentes,em virtude do poder réfrin-
gente,que temaspartesdo olho,queelles tem de atravessar,proprie
-
dade estainherente asua densidade, figura, cnaturezachimica
.
Assim poiso cone,quehapouco vimos,cujo apice era representado pelocorpo visivel,ouconeobjectivo; apresentanestecasoseuapice
11aretina, peloque sechama
—
cone ecular— .
Tendo acornea,ohumoraquoso,ocrystallino,ocorpovitreomaiordensidade queoar,
t*huma superficieconvexa,lieclaroquealuz,tendo de penetrarestes meiosmais,oumenos densos, mais,oumenosrefrigentes,deve ap
-
proximar
-
scdaperpendicular levantada nopontodccontaclo, ctornar-
sepor conseguinteconvergente
.
Ileporissoqueosraiosemanados de humpontovisivel qualquer, atranvessandoo olho,convergem, c dirigem-
scsobrearetina,ou foco de concentracção.
Mas estes diversosraios, aochegar sobreestamembrana,
conser -
vào entresiamesmadistanciaproporcional, que a queexisteentreos differentespontos,d’ondepartirão ;de sortequerepresentãosobrea retinaa imagem do objecto ásavessas
.
Istoprovêm de que forma-
sehuma pyramideácusta de humainfinidade decones,cuja baseestá
[7
1
objecto viável,ocujos eixosseenlrecruzâo nocentrodocrystal
-
line divergemdepois,cfazem humasegundapyramide,cuja hasese apoia sobre aretinaenella desenha com espantosa precisãoa ima
-
gem do objeeto invertida
.
A experienciaseguintecomprovaa vera-
cidadedoqueacabamos deavançar. Praticando-
senaporta de hum quartohumaabertura circular,e applicando-
se sobreella a parteante-
riorde hum ollhodeboi,cujasclorotica estejasuílicientementc a del
-
ito
sacada,c semi
-
trasparente;ver-
sc-
hãoos objeetos exteriores repre-
sentados nofundo do olho dehumamaneirainversa, e comdimensões tanto menores,quanto mais remotos estiverem osmesmos
.
Para quea imagemdos objeetosse represente comtodaa sua nitidez, he misterqueos apices dosconesoculares toquemimmedia
-
tamente a retina. Ora,para quesecumpraestacondição,lieneees
-
sarioque ofóco.verdadeiro vidro lenticular,recue,ámedida que o ob
-
jecto seapproxima
.
e reciprocamcntc.
Masestamobilidade tem sido combalida pormuitos anatómicos,que pretendemexplicar ophéno-
mène da maneiraseguinte: queaacçãosimultânea dos musculosdo olho,comprimindoeste orgão contra o fundo da orbita, augmentaa sallicncia dacornea,podendo porconsguintenão sótornarmaiscon
-
sideráveisasdes\iações dos raios luminosos, comotambém diminuir aprofundesado globo ocular
.
MasThomazYoung, eoutrosmuitos nosaflinnâo,fundados noresultado de suasexperiências,que acornea nàooíTerccealteração alguma appreciavel.Outrosporém julgarãoen-
contraroliode\riadue,dizendoque ocrystallinosepodia deslocar,e que approximando
-
se,ou removendo-
sedo fundo do olho, permiltia-
Ihe,semmudarde dimensões,overemdistancias variaveis
.
Masestahypothèse, dizem outros,comquanloá primeiravistajKireçaattingiro esclarecimento dophenomeno,caduca,desdeque vemos(piea dispo
-
sição do crystallinocmnada contribue para favoreccl
-
a,porquantoestecorposcacha íixamente mantido dentro desuacapsula por innu
-
meraveisfilamentosfasciculados,semquesctenha aindadescoberto
íilgumoutro orgãosusccplivel deo mover
.
Jacobson diz que o humor aquoso se insinuava no canal de Petit pelos orifíciosdesuacircumfe-
rencla,equesedeslisando entre o crystallino,eo humor vitreo im
-
primiahuma modificaçãona distancia respcctiva destescorposrefrin
-
Kentes,e dosmesmoscoma retina
.
Tem
-
setambémprocuradoacausanamobilidade da pupilla,que contrahe,
ámedidaque osobjeetosseapproximão,afim deser só-
[S ]
monteimpressionada pelosraios maisvisinhosdo ei\o,eque se
dilata
paraosobjectasremotos, parapermittiraentrada aosraios maisalias
-
lados,que ncccssitãodo liuraamaior forçado refraeçûo
.
11ofacto constante,que o olho semodifioàoparapoder aceommodar-
se ús diversas distancias, emquo so achüosituados osobjoctos;não lia niii-
çiiciiimesmo,que não tenhaexperimentadooesforço quefazesteor
-
i
-
ão,quandoperseveramosem contemplar dous corposalternativa-
mente hum muitoproximo, eoutro muito remoto
.
No meio portanto de tantas theorias,quese tem imaginadopara explicar este importante phenomeno,theoriasessasmais, ou
menos
attacaveis,maisou menosdefeituosas, a que nos parecemaiscon-
forme com arazão,e que maisscapproxima da verdade,lendoofacto cm seu favor,hcccrlamentea que sefundanojogo dairis
.
Quando contemplamossuccessivamcute todos os pontos de humaregoa,a nossapupillasecontrahc,a medidaquelixamosoponto maisproximo, odilata-
sc,aoencararmoso maisremoto.
Accrsece maist|iieesta explicaçãodestroeasaberrações desplierieidade,e refrangibilidade.
Mas suademonstraçãonãolieainda rigorosa
.
Magendiediz quefa-
zendosuasexperiênciasem olhosdediversosanimaes,vira aimagem seformarnofundodoolhocmqualquer distancia: e queentretanto estandooolhomorto nãotinha,nemcontracção nemdilataçãodapu
-
pilla
.
A’ vista deste facto Biot perguntasea aberração do focopara distanciasdiversasnãoliecompensadanoolho pelamesmacausa,que nollecompensaaaberraçãodcsphcricidade:asaber a composição intima doscorpos réfringentes.
Pouillctresolveo problemadizendoque ocrystalline temem suascamadastantomais curvatura, quanto ellassãomaiscontraes,eque different dedensidade eaccrcsccndoa isto a particularidade que tem a pupilla desemover
.
Ora seas camadas docrystallinotem tanto maiscurv atura, quanto maiscentraesellassão,temporconseguinteseufóco cada vez maisproximo
.
A pupilla,segundosecontrahc,ou sedilata,só deixaacccssivel aos raiosluminosos huma maior, ou menor porção do crystailino
.
I)ahiprovem queapupilla,contrahiiulo
-
sc para osobjectosproximos,sóoílercceaosraios mui dispersos aquellaporçãodo crystallino,(pie lemmaior poder derefraeção,ehunt fócomais limitado;edilatando
-
se para os objectosremotos
,
cilasó deixa acccssivel a raiosmeuos
se-
t o
]parados
aquclla partedomesmo menosrcfringciUc,quelernhumfóeo mais remoto.
Pelo exposto vimos que o olhoseaccommoda ás distancias,em queseachão os objcctos situados;examinemos agoraseos limitesda visãodislincta são osmesmospara todos os indivíduos
.
Não pode-
mosdeterminar sua medida de huma maneiraabsoluta,
eaesteres-
peito o termo medio,aquea experiencia tem chegado a determinar paraomaiornumeroliede8 polegadas poucomais, oumenos, para amenordistancia,emquesepódeverhumobjecto
.
Quandoelle seachamais approximadodoolhoadivergência dosconesobjectiveslie muito grande
,
e aimagemformada sobrearetinatorna-
se obscura,amenosquesecontrahiaapupilla,ouse recorraa humvidro lenti
-
cular
.
Agrandezados objcctosnão mudaabsolu tarnente nesta<lis-
disposição: todossemdislineçãodevemsercollocados na mesmadis
-
tancia:mascomo aextensão da imagem traçada no fundo do olho augmenta,á medida que os objcctosestãomenosremotos,acontece que,encarandoosque tem muipequenasdimensões,achamos
-
nosnesta singular alternativa, oudevcl
-
os indistinctamenlc considerau-
do
-
osde muitoperlo,ou determosa seurespeitohuma ideamu'.to imperfeita; porquecollocando-
os aoalcance ordinário da vista,sua representaçãooccupa hum espaçoimperceptivel sobrea retina.
Concebe
-
sealémdissoqueasensibilidadedoorgào, acardo corpo,ca maneira, dequeelle heesclarecido, devem darorigem á dilierençasmuito notáveis, porquea energiade humasensação de-
pendedaextensão,edavivacidadedas impressões recebidas,v•ul
-
timadestascondiçõesestásempre emrelaçãocomasensibilídav*do stimulante,queasollicita
.
A potênciaréfringente dos humoresdoolholie humdosprinci
-
paes deinenlos,donde resultaa arção,queelleexercesobre luz
.
Tcin
-
scprocurado determinara relaçãodossenosdosângulos.
• in-
cidência, erefraeção,quandoos raiosluminosos passáodoarpara hum,ou outro destes meios
.
Pretenderãoalgunsphysiologistesde-
duziresta relaçãoda propria densidadede cada humdesteshun res, sem recorrerá experiências dircctas : masestemethodo peeea.
enão allingcsenãoaalgumasapproximações, emvirtude daheterogeneidade destassubstancias.
Consiguiràoporem\\allastoni.
Breweeter) ung,Hochoii
, Chaussai.
outros,pormeio deexperiencias dircctas,chegararesultadosidênticos
.
Assim acharãoessesexperimentadores,que 2[
10]
arelaçãodasenos de incidência,c de rcfraceüoda luz,quandoatra
-
vessaasdifferentespartesconstituintes do olho, eraaseguinte: para acornea1,333;para acapsula do crystallino 1,339; para o humor aquoso1 ,338;parao humor vitreo1,339;para ocrystallinoem suas camadas exteriores1,338; para a sua parte media 1
,
390; enliin para a sua porcàomais compactal,ft20;donde resulta paraseuvalor medio1,3H|/.
Porcertoquepara huma demonstração rigorosada visão, summaimportânciatemestes dados;maspara consiguil-a mister sefazem indagaçõesanalomico-
physicas transcendentes.
Existemno
olhovidrosconvexos
,
esabc-
sctambém queo fócodoscorpos con-
vexosvariana
raz
ãodirecta desuamaior,ou menorconvexidade;do queresulta diffusãonaimagem ;he istooque se chama aberração de spericidade.
Porqueacontecerá que não seja diffusa aimagemtra-
çada sobrearetina? Ile esta questãohumproblema,que tem me
-
recido dos physiologistashumaespecialattenção:assimImns querem que isto seja devidoaojogo da iris,que patenteando somente ocentro do crystallino,reduz este corpoahuma lentilha chata
,
eintercepta todososraios oblíquos,que convergindo sobreoeixo,formariàona retina huma diffusão semelhante aqueenvolvea imagem produzida por hum vidro,
quetivesse huma abertura de grandes dimensões.
Outros attribuent á particularidade que tem o crystallino de ser mais plano anteriorqueposteriormcnlc, oquefazque osraios obliquos encontremeste corpoem menoresincidências paradiante,doque paraatraz.
I)iz-
sctambém
queisto liedevido ámenordensidade de suacircumfcrcacia, cdascamadas exteriores, quedoseu
centro.
Opinàotambémalgunsquea retinaemvirtude de sua concavi
-
dade colloca
-
senofóco proprio de cadaconeluminoso.
Emfimpre-
tende
- se
tambémachar a resoluçãodaquestãono poderréfringente doluimor vitreo, quehetantomaiorquantomaisseapproxima da retina, oque allonga a distancia focal dos raioscmsuasahidado crystallino,approximatepoucoapoucodo eixooptico,
reunindo-
setodoscmhuma mesma dirccçào
.
Todasestas explicaçõesmais oumenosscaproximãodaverdade, masnão nospodemos decidir absolu tamentepornenhuma deliascom preferencia ás outras,cm consequência denãoencontrarmoscm ne
-
nhumaaqucllc rigor,aquclla precisão quedemanda hum pontotão delicado da phisiologia
.
Todasas
vezes
quealuz experimenta rcfracçDes, separa - se
nos[
1 1 1
diversosraios queacompõem,c entãoapparccc
,
nãocomascoresdo objecto d’onde partio,
mas com asdo espectro solar(aberração de refrangibilidade)Euler dizia queoolhobeachromatico,queadiver-
sidadede seushumores temporfim destruir a aberraçãoderefragibi
-
lidadc;(pieoshumoresaquoso,c vitreo estão dispostosemrelaçãoá
cornea
,c aocristalino
de maneira tal, que reparãoa dispersão,
que operão estes corpos réfringentes,sem destruirtotalmentcsuarefraeção.
Mas a dilTerençndedensidadedas camadas do erystalino não favorece por maneira algumaestaasserção
,
diz Dulong;massimoachromatisme liedevidoá heterogeneidade destes corposréfringentes.
Muitosoutros tem explicado cadahumporsuamaneiradiversa,desortequetantas theorias dessidentes a esterespeitonenhuma ainda attiugiooesclare-
cimentodo phenomeno
.
Outrosporém tem negado o archromatisino di/.
endo queoolhotemtãopouca prfundeza,
que torna-
se inseneive!;imenoraberraçãoderefrangibilidade,que tenha lugar noseuinterior
.
No estadoactual da sciencia está provada incontestavelmente a achro
-
inasia do olho
.
Nãosepóde porem dizer precisamente qual sejaa sua causa, masasuapossibilidade acha-
sedemonstrada pela construc-
çáooptica;porquantoosmeios réfringentes differem hunsdosoutros na rasáodirecta de sua forçaréfringente, de suaconvexidade, e cons
-
tituirão chimica
.
Temosoerystalinocomduas convexidades dcsiguacs; acornea,ohumoraquoso.
Estereunido ácorneaformahuma lenti-
lhaconvexa côncava,cuja forç
a
réfringente diffèreda do erystalino.
Talvez,diz Muller, opoderdispersivodosdous meios réfringentesnão seja proporcional á sua potência rcfractiva,c dependa disso a achro
-
inasia
.
Aachromasiado olhonãohecompleta,porque, desde quea imagemseachafórada distancia focal,manifesla-
scaachromasia.
Se encararmoshumcampobranco sobre hum fundo negro,
ouvice-
vcrsa, elixando-
sehum objecto proximo,ou remoto, veremosocampo de huma maneira indistinclacom circulosde diffusào desenhadoemduas imagens duplas,
que seapartão huma da outra,
tanto mais,quanto mais sedesviáo da lixarãodocampo oseixos dos olhos.
A’ principionada sedistingue, mas como exercido reconhecemos a orla doridanimia-
menteestreita,que circunda os campos
.
Muller diz que fazendo repetidas experiências sobre omesmoas
-
sumptochegou aos resultadosseguintes: 1
.
°queexaminando-
se hum campo brancosobre hum fundo negro,
demaneiraqueo estadodere-
fraceão
corresponda a
hum pontomais
remoto que o campo: estemesmo
[ 1 2 1
campo quesevôconfusamente sobre o fundo negro appareeccercadode luima ligeira,c estreila areola coloridadebranconoponto roxo.azul, amarello, ealaranjado,2
.
°que fazendo amesmaexperieneiainversa-
menteisio,lie de tal sortequeoestadoderefraccàocorresponda áhum objecto mais proximoque o quecontemplamos,asorlas coloridas da imagemconfusasão lambemvermelhas,amarellas,&c
.
, masemsen-
tido inverso,isto lie oroxo,coazul do ladodonegro,oamarello,eo vermelho do ladodo branco
.
Pelo que diz respeito ásvistas, quenaturalmente, ou por accidente fieàoáquem,ou passãoalòm dos limites,que acabamos de assignai
-
,veremosquenoprimeirocaso, paraquea visãoseja distinctalu*o individio obrigadoaencararosobjectos muito deperlo:cnosegundo necessita de apartal
-
osdos olhos consideravelmente.
A myopia,e a prcsbycia parecem tersua causanafaltadepoder deaecommodaçào, ounagrande fraqueza desteacto de inervaçãomuscular; porqueo olho nãovôde huma maneiradistincta, senão em huma certadistancia mais appropriadaaos seusmeiosréfringentes.
Paracorroborarmos estanossa asserção basta rcflectirmos quesepóde methodicamcntc ser myope,despresando-
se poucoa pouco as occasiõesde verde longe.
Isto seobservanos meninos,quesehabilitãoa1er,ca escreverap
-
proximandomuitoa cabeçado papel
.
Corrigem-
seestasaberrações da visãocomvidrosconcavos,econvexos.
Emprcgão-
scna primeira os vidrosconcavos;por quantoosraios dos objectos approximados se reúnemsobre a retina,e produzem huma imagem Incida :mas osdos objectos remotos,cujo focoseacha coilocado a menor distancia,que os dos outros sereúnemadiantedamembrana,sobre a qual ellespru-
jectào circulosdediflusão. 11um\idroconcavofazdesapparcceresses defeitos dispersandoosraios luminosos,d’onderesulta que elles se reúnemmais tarde sobre a retina
.
Na prcsbycia porém aconteceo contrariotina,mas, porque osos raios dos objectos remotosreunem-
se sobre are-
dosobjectos proximos,cuja reunião seeffectua maistarde, vão convergiralrazdesta membrana. Por issoemprega
-
seo vidro convexo,porqueapproxima o ponto deconvergência dos raiosema-
nados dos objectos proximos
,
eosfaz caliir sobre a retina.
Differentesestados patbologicos se podem dar,emconsequência dosquaes,o enfranquccimento davistalie humaconsequêncianeces
-
sária
.
Assimacontecealgumas
vezes
cobrir- se
a cornea demanchas
[ 13J
brancas
,
vulgarmentechamados—
bolides— .
Estasmanchasackão-
sc
collocadas
adiante da pupilla, ede sua grandeza, fórma, e po-
sição rcsullào phenomenosvariados
,
queembaração o exercício da visão.
Póde também acontecerqueapupilla sefeche complctamenteem consequência dealgunsaccidentes;aoperação da pupilla artificial lie ounico remedio adoptadoparaprevenir tal inconveniente
.
Ocrys-
tallinopódetornar
-
scopaco em toda asuaextensão, ouem algumas partessomente:temos a cataracta; o abaixamento ou a ablaçãodomesmo
remedeia esta aíTecçáo; no primeirocasointroduz-
seestecorponohumorvilreo,e dcsapparece pouco tempo depois; no se
-
gundo extrahe
-
seporhumaabertura praticada laleralmente noglobo doolho.
Não será por certofóra de proposito fazermos aqui algumascon
-
siderações sobre os Albinos
.
Esta singular variedade da espccie humana oífercce huma particularidade emseusolhos,
peloque se tornaincommoda,c mesmo impossível algumasvezesavisãodurante odia.
Sendoamembrana iris destes indivíduoscôrde rosa pallida, a pupilla dehumavermelhidãopronunciada
,
cachoroide desprovida de pigmentum;aconteceque osraios luminosos,tendo já encontradoa retina,
sãopor ella rcflectidos,e levados a outros pontos destamem-
brana, emvirtude daausência desse pigmentum,que servepara ab
-
sorverosraiosluminosos,que podem ser rellectidos;d’ahi provêm essacegueira,
ou deslumbramento porexcessode luz.
Neste casoestãotambé
m
todos os animaes,queprocurãosuaalimentaçãodurante ocrepúsculo,que he a hora mais propriapara oexercício da visão nestes indivíduos.
Osolhos pretos supportáomelhor o brilho dosol, eosque são menos coloridossãomais aptos para verdurante ocre-
púsculo
.
Anatureza portanto sabiaemtodasassuasdeterminações,concedcoosprimeiros aos habitantes do meio dia,onde aintensidade da luzhc muitomais prouunciadadoque no norte
,
á cujos habitantes concedeo os segundos.
Se fallando áccrcada myopia
,
eda presbycia vimes que a arte baseadasobre as leis da opticatem conseguido remediaressasaber-
raçõesda vista; nãopárãoahi osseus recursos,eextendendoosou dominio,ellasuppreainsutliciencia davistaparaalcançaros objectes nmiremotamentesituados,
caqucllesque cmconsequência de su[
14
]demasiada pequenhez são,porassim dizer
,
refraeloriosúacçaodo globo ocular.
Queremos fallar dos telescópios,emycroscopios :os primeirospara nosadvertir da existênciadeobjectes mui remotos, os segundos paravermos osobjectes excessivamentepequenos.
Pareceaprimeira vistaquea natureza, construindo os olhos symctricos,deverião estes ter perfeitaidentidade constantcmcntc : mas nem sempreacontece assim, por quanto tem a experiência frequentesvezesmostradoque em muitas pessoas hum olho diffèrecs
-
scncia!mente dooutro,nào só quanto ásuasensibilidade, comotam
-
bém quanto aos limites davisão dislincta: assim pode
-
sesermyope dehumlado,epresbyta do outro.
Demaisliedeluisorte viciosa a configuração dehum dosolhos ásvezes ,queinútil setorna o uso dos vidros.
E ondeprocuraremosnósaimagem dessedefeito? Nasir-
regularidades de curvatura dos humores réfringentes certamente
.
Acontece porémquenomaior numerodestes casostaesdiflerenças naosãotãosallientcs,desorte que entre a forçarespcctiva de ambos osolhos existe huma graduaçãotãopouco sensivel,(piepassaria desa
-
percebida,seacaso circumslaneias particulares nãodemandassemde nossapartebumaattençãoespecial
.
A esta desigualdade de forçaaltri-
buiaBuffou o strabisme
.
Sc somentecomophysico tivéssemosdetratar desemelhante func
-
oão,pouco maisnosrestariaadesenvolvernestamateria:masa optica, comquantonos ministre huma considerável somma de recursos na analyse deste objecto,comtudoos seusmeiossãoimpotentes, desde quenoslembramosque as imagens traçadasnofundo do olho desper
-
lão emnósideias, c o nossoespiritelieassaltado immedialamcnte do desejo desaber«pierelaçãosubsisteentreas impressõesproduzidas, casconsequências, que deliasdimanão
.
Tal questãotem occupado a maior parte dos physiologistes.
Sendo a retina,comoquerem muitos oresultado daexpansãoda polpa donervooptico,oucomo queremou-
tros,huma membrana,naqualscdistribueestenervo,parece que por analogia devemos concluirquecila lie aséde immediate da viste,visto quecmtodososorgãos sãoincontestavelmente os nervosostransmis
-
soresdas impressões
.
A maneira de obrar desta membrana lieainda t ão pouco conhecida,quesuapropriedade gcralmentcapprcciadade ver cores,e luz,quando lie impressionada, lieophenomenofunda-
mental,sobre que repousão todas as indagaçõesconcernentes á\isão
.
Esta partedestafuneção,que os physiologistestemconcordadoem
[ 13
I
chamar vital,oupsychologicamuitapouco tem de positivo
.
Sabemos quoaocontacto dosraiosluminosos sobrearetina,estamembrana experimentahumaimpressão quehcimpossívelcaractcrisar, porque nãoeahc debaixo dos sentidos, maslorna-
scabase de humasensação visual.
Estaacçào de impressão temsuasédcnaretina,qualquerque cilaseja,e queuàopóde ser comparada a nenhumplienomcnophy- ,
sico
.
Quemignora(pieem nmitos animaes a retina compõe porsi s'»oolho,equo paralysada esta membrana,ou cessada a cominunicação comonervooptico,a cegueiraliehumaconsequênciancccssaria?Ma-
gendiedizque suasultimas experiênciasoinduzem acrerqueo quinto parenccphalico também funcciona na visão
.
Dizmais que a retina não gosasenão dehumasensibilidade especial relativa áluz :queeste quinto par cnocplialico nãosópreside ásensibilidadegeraldo olho,cnãopóde ser cortado, sem (pieesteorgào se altere,ou se destrua,mas ainda funda humacondiçãoncccssariaparaa visão,conscrvando-
scde al-
gumasortesubordinado ao nervo optieo:que estes animaes,aquem elle tinhacortadooquintoparcrãoinsensíveisá luz
.
Este physiolo-
gista cila o factode humhomem,que tinha continuadoaverde hum olho, postoquehumhisto situado no trajecto dosnervosopticos, ti
-
vessedestruído estesnervos,c separado absolulamcnte a parte exte-
rior,eposterior doseucrusanicnto
.
Asimagenstraçadasnofundo do olhosãoarepresentação dos objcclos que observamos; basta para podermosfazer directamcnte huma idéadafôrma dos corposque possamos destinguiros pontos da retina,que estãoemrepouso,ou que sãoaíTcctados ou aballados
pela luz
.
A funeçãoimmcdiata da vistalie darasensação dascores, e quantoásmaisfuneçõesmediatas,ou auxiliaresconhecemosa gran
-
deza,a distancia,a figura, onumero doscorpos,&c
.
Pretenderão algunsMethaphisicos que nãoeradaesscnciaprimitivadavistaodar estasnoções,eque estepoder quecilatemera á custadosrecursosdo locar.
Gall porem refutou complelamenlcestaopinião.
Hoje estáuniversalmenteadmiltido quea vistanos faz julgar da distancia, figura e grandezados objcclos
.
Ecertamentenenhum sentidohaque possa,quer com o habito,qucrcomosoccorrodehumoutro,adquirir novaspropriedadescomo querem alguns.
Nossaalmaheo espelhofiel querepresenta todas assensações, que nossão transmittidaspelossentidos, c nossosolhossão irresis
-
[ 16 ]
tivelmente
forç
adosa ver
segundoa
disposição dosraios
, que o im-
pressionão
.
Osrecursos
dolocar,ou dc outro qualquer sentido nãonos
podemfurtar ás illusõesopticas.
Dizer- se
que avista adquire novas propriedades, como pretenderão
muitos,
hecertamente desco-
nhecerque
a
primeiraparte desta funeção
he todaphysica,
e participat
ía fixidade , e const
ância dosphenomeuosdesta ordem.
úlUDiUdA
ÒIttLUIliAd .
pO IODO, ESUASPREPARAÇÕES MEDICINAES, E QUALA SU A ACÇÃO NO TRATAMENTO DAS MOLÉSTIAS, EM QUE ELLE HE RECLAMADO
.
PROPOSIÇÕES
. \
Duosunlprœ oipucnicdicinoccanti
-
nas, ratio,«*t observaiio: observalio taincmestílluin,ad quod dirigidc
-
beulmedicorum ratiocuiia
.
«BAGLIVI
.
»I
.
O iodo lie humcorpo simples solido, nãometallico, que deve a sua denominação
.
(lod75,violaccus) a bella còr violeta dosseus va-
pores
.
II
.
A propriedadecliimicamais notável deste corpolieque ellefôrma com oamido hum composto azul:o amido lie poishumexcellentere
-
achvodo iodo
.
III
.
Combinando
-
sc com outros corpos simplices,fórma diversos compostos: destesosmais empregadosemmedicina sãoosioduretos debario,decálcio,deferro,demercúrio,e de potássio ;merecendo estestrèsúltimosas honras dapreferencia atémesmoaoiodo puro.
{
IV
.
Todas estas substanciassãotoxicas,ou terapêuticas,conforme, asdoses,emque sãoadministradas
,
eográode tollerancia dosindi-
viduos
.
V
.
O iodo,eseuscompostos temsobreoorganismo duasacçõesdis
-
linctas: a aeçãodecontacto,ou physico
-
chimica, c acçãodynamica:aquellairritante
,
emaisoumenospassageira ; esta hypersthenisante,
emais
,
oumenos duradoura.
VI .
Alèmda
ac
ção dynamicageral,os iodadostem humaacoao espe-
cial sobreos vasos brancos
,
c asglândulas: cm outrostermos: sao Ijyperstlienisantes lymphatico-
glandularcs.
/
VII
.
Oscadavercs dosindivíduos envenenados porestassubstancias podemnão apresentaro menorvestigio dcphlogose,a(piesepossa attribuiramorte
.
VIII
.
Aslesõesencontradas
na
mucosa doeslomago,c dos intestinos não depõemcontrao que avançamos, porissoque sãodevidasáacção pliysico-
chimica,
cujos traços se revcllãosobretudonostecidos depois da morte.
IX
.
Mais huma prova irrecusável daacção dynamica hyposthenisante dosiodados noshc fornecidapela natureza dos meios
,
comquesecom-
bateoenvenenamentoproduzidoporestas substancias;comoaalcool, oopio
,
amorphina,
e ammonia,
quesãohypcrsthcnicos.
/
X.
IIcespecialmen teno tratamentodas hypersthenias dos systemas lymphalico, e glandular que sefàz notável a acção thcrapcutica destesagentes
.
XI
.
Osiodadostem sido empregadoscomproveitono tratamentodc diversasmoléstias de fundo Iiypcrsthenico, ouplilogistico:talemprego lieiacionai
,
attenta a acçãodynamica geraldestes medicamentos.
XII
.
Como
corollarioda precedente proposição dcprehende- se
queos
-
~ Jiodados devem
aproveitar muitono
tratamentodasyphilis,
boeio,scro -
phulas
,
&c. ,
Reiteradasexperiências o confirmào.
Mil
.
Admittida a acçào queennunciá
mos
, cahc porterraaopinião
da pretendida acçào especificado iodo,
eseus compostos.
MV
.
Obocio
,
easscro])hulas devemser combatidaspelo iodo, ou suas preparações,
deenvolta comoutros meios anti-
phlogisticos,
desdeque signacs d’essas moléstias comecemdemanifestar- se .
XV
.
Estas substancias empregão
-
se internamente emdissolu ção,
ou empilulas,
c externamentecm
pommadas.
XVI .
A tinturadeiodo merece poucaconfianç
a
;porque o alcoollendo
huma acçàoopposta á do iodo,
a enfraquece,
ouneutralisa. /
XVII
.
Ile inverosímil odcsapparecimcntocompletodas
mamas ,
e dos testículos,
como pretendia llufcland.
mwm í
9JUW»qmm
MiUjflUA à liinUtUilliAd
*DAUNIÃO DAPLACENTACOM O LTAUO
.
I
.
Dá
-
seonomede—
placenta—
humamassamolle,vascular,es-
ponjosa,deformaordinariamente circular,intermediária durantea gestaçãoao feto,c ámãe;adherindo por huma faceá cavidade do utero, c comnninicandopela outra com ofetopor meio de hum cordão vascular chamado umbilical
.
II
.
Suainsersão,sendona maioria doscasos
na
parte superior,c posterior do utero,pôde no entanto fazer-
se emqualquer outro ponto da superficie uterina.
III
.
Aplacenta lieformada pelasdivisõesda veia, cartériasumbili
-
cacs,cujasultimasextremidades sedobrão sobresimesmas,formando azas
,
que dãonascimento asradiculas da veia umbilical.
IV
.
Alguns auctorcs admittem naorganisaçãodaplacentaglandulas
,
nervosprovenientes do tri-
splancfanico;finalmcntc vasos lymphatieos.
Apresença destes elementosnosparece duvidosa
,
attendendoas ex-
periências feitas sobre tal objecto
.
V
.
Aadherenciadaplacentacom outero tem lugarpormeio damem
-
brana inter
-
utcro-
placentaria,e dosvasosutcro-
placentarios;-
cstu hea
opiniãodeMoreau,
Jacquemier, Caseaux ,
ecutros.
VI
A rommunicaçãodouterocoma placentahe mediata,estabele
-
cidapelosvasosutero
-
placentarios.
V l í.
A existênciadestesvasos nàosoflrchoje duvida,pelas experiên
-
ciasa que sctemprocedido : sãoartérias, eveias,quese reconhecem hem pelacòrdifferente dasinjccções
.
VIII
.
Asartérias utcro
-
placentarias são muitonumerosas,eseachão emmaiorquantidadeno centro,doquena circumfercncia daplacenta.
A suacontinuação com asdoutero he manifesta
.
IX
.
Asveiasdo mesmo nome sào huma continuaçãodasveias do utero, sãomaisnumerosas na circumfercnciadoque nocentro da placenta
.
Eis
-
nosfinalmente terminando estanossa tarefa;por certoqueo resultado dasnossaslucubraçõcs, que oraapresentamos á judiciosa Faculdade deMedicina ,nàocondiz com o desenvolvimento quelaes questões rcclamào.
Envidamoslodososnossos esforços,para([tiepu-
déssemosattingirofimproposto;mas nossaincapacidadenãonosper
-
mittio
.
Aotraçarmos portanto estas ultimas linhasde nossathese nãopodemospor certo olvidarestepreceitoSidesinlcircs,(«men lau-
dandnvoluntas
.
Incorreríamos em huma indesculpável falta, sodeixássemosde agradecero cuidado ezelocom queo lllm
.
Sr.
Dr.
Valladãoprestou-
se-
nos r.acc 1'cçàodenossa these, dividaestapara cuja indemnisa-
çào con;.
..
c.
amospor certoinsufíicientes os thesourosdagratidão de hum devota o discípulo.
mrruii ßAiis ArauKisini .
h
Ad extremos morbos extrema
rem
édia exquisite optima (Scot
,' Api».
0.
*IL
In omnimorbomentevalere
,
et benesehabere adca,quœ ode-
runtur,bonum est;contrarium verô
,
malum.
(Sect.
2.
" Aph.
33.
)Ill
.
Multum et dcrcpcntc aut
cvacuarc
,aut rcplerc,autcalefacere,
aut aliterquocumqucmodo corpusmovere,periculosum est.
Nam etiamomnemultum naturœ est inimicum.
Quodveropaulatim lit,
lutumest
.
(Sect.
2.
*Apü.
51.
) IV.
Mulieri
,
menstruisdcficicntibus,
é naribüssanguinem fluere,
bonum
.
(Sect.
5/Aph.
33.
)y
.
Mulieri in utero gerenti,sialvum multum fluverit
,
periculosumne aborteat.
(Sect.
5.
*Aph.
Sü .
)VI .
Si pregnanti purgatiouesmenstruœ
cursum
tciicant,
benevalere
fœtum
est impossibilc.
(Sect .
5,*Aph,00.
)Eslathose está conforme os estatutos daEscola deMedicina