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Colheita de produtos biológicos destinados à investigação laboratorial virológica

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Academic year: 2021

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Infecção pelo novo vírus da gripe A(H1N1)

Período de Alerta Pandémico

Colheita de produtos biológicos destinados à investigação

laboratorial virológica

1. Condições de segurança

Os produtos biológicos colhidos a doentes em investigação para infecção pelo novo vírus da gripe A(H1N1) devem ser considerados de alto risco e a sua colheita e transporte devem cumprir as condições de segurança recomendadas para produtos contendo microrganismos de elevada infecciosidade e patogenia, segundo as recomendações gerais descritas nos documentos, actualizados da Organização Mundial da Saúde (OMS), “Guidance on Regulation for Transport of Infectious Substances” (WHO/HSE/EPR/2008.10). Reforça-se a necessidade do cumprimento das medidas de protecção individual (documento Gripe OT-11), com o objectivo de reduzir o risco de transmissão nosocomial e entre profissionais de saúde.

2. Informações gerais

O diagnóstico laboratorial virológico das infecções respiratórias depende da qualidade dos produtos biológicos colhidos, do seu transporte rápido ao laboratório e acondicionamento apropriado.

A excreção do novo vírus da gripe A(H1N1) faz-se essencialmente pelo tracto respiratório, pelo que o diagnóstico virológico deste agente é realizado, preferencialmente, em amostras que contenham células epiteliais infectadas do tracto respiratório e em secreções.

Recomenda-se que as primeiras colheitas sejam efectuadas durante a admissão do doente no hospital (preferencialmente nos 3 primeiros dias após o início dos sintomas clínicos), cumprindo as medidas de protecção individual (Gripe OT-11) seguindo as indicações que a seguir se descrevem.

As investigações laboratoriais relativas ao novo vírus da gripe A(H1N1) serão coordenadas pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

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Nota: Em situação de post-mortem pode ser colhido tecido da traqueia ou do pulmão (por incisão ou agulha) e, quando possível, das margens dos infiltrados intersticiais. Se o tubo endotraqueal estiver colocado pode também ser colhido um aspirado endotraqueal.

2 Os resultados laboratoriais serão comunicados com a maior brevidade à Direcção-Geral de Saúde, que por sua vez informará o hospital/médico responsável do internamento.

3. Produtos biológicos

Vários tipos de produtos biológicos são adequados para o diagnóstico virológico deste tipo de infecção.

Os produtos biológicos para o diagnóstico laboratorial da infecção pelo novo vírus da gripe A(H1N1), devem ser colhidos de acordo com a seguinte ordem de prioridades:

1. É essencial a colheita de uma amostra do tracto respiratório superior, de preferência um exsudado / aspirado nasofaríngeo ou lavado / aspirado nasal.

Caso não seja possível será aceitável a colheita de um exsudado nasal e de um exsudado faríngeo.

No caso de doentes entubados deve ser efectuada a colheita de um aspirado endotraqueal.

2. Sangue (quando possível) das fases aguda e convalescente da doença (pelo menos 10 a 14 dias após a primeira colheita).

Os produtos biológicos devem, preferencialmente, ser refrigerados a 4ºC e o seu transporte para o Laboratório não deve exceder as 18 horas.

3.1. Tracto Respiratório Superior

Colher os dois tipos de produtos biológicos:

- Exsudado da região posterior da orofaringe colhido com zaragatoa;

- Aspirado da nasofaringe, ou exsudado nasal (ou da nasorofaringe) colhido com zaragatoa.

Se a situação clínica o permitir, está também indicada a colheita de uma amostra do tracto respiratório inferior.

3.2. Tracto Respiratório Inferior

- Aspirado endotraqueal ou - Lavado broncoalveolar.

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Nota: Em situação de post-mortem pode ser colhido tecido da traqueia ou do pulmão (por incisão ou agulha) e, quando possível, das margens dos infiltrados intersticiais. Se o tubo endotraqueal estiver colocado pode também ser colhido um aspirado endotraqueal.

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4. Material de colheita e transporte

4.1. Material para os diferentes tipos de colheita

- Recipiente plástico esterilizado, colector de muco;

- Zaragatoas (em meio de transporte adequado à preservação de vírus); - Tubos plásticos e cateteres;

- Espátula para compressão da língua; - Tubos secos;

- Pipetas de transferência; - Sistema de colheita de sangue.

4.2. Meio de transporte para exsudados colhidos com zaragatoa

1. Dissolver 90 ml de triptose (Bacto-triptose a 3%, com 10 ml de gelatina a 5%),

2. Adicionar 0,8 ml de uma solução de sulfato de gentamicina (50 mg/ml) e 3,2 ml de anfotericina B (250 µg/ml),

3. Esterilizar por filtração.

Nota: Em alternativa podem ser utilizadas zaragatoas comerciais que integram na embalagem o meio de transporte adequado à preservação de vírus.

4.3. Meio de transporte para os lavados

- Solução salina estéril (0.9% NaCl)

5. Procedimentos de colheita

Para a colheita dos produtos biológicos devem ser observadas as normas de precaução preconizadas com o objectivo de reduzir o risco de transmissão nosocomial desta entidade viral, de acordo com o documento Gripe OT-11.

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Nota: Em situação de post-mortem pode ser colhido tecido da traqueia ou do pulmão (por incisão ou agulha) e, quando possível, das margens dos infiltrados intersticiais. Se o tubo endotraqueal estiver colocado pode também ser colhido um aspirado endotraqueal.

4 Os produtos biológicos devem ser colhidos como abaixo se descreve.

Todas as amostras devem ser acompanhadas de cópia da “Declaração de um caso em investigação” (documento Gripe OT-3) que contém informações gerais sobre o doente, o tipo de produto colhido e o contacto do profissional de saúde que preencheu a declaração, bem como a habitual requisição de exames laboratoriais.

5.1. Exsudado da região posterior da orofaringe colhido em zaragatoa

Desviar e comprimir a língua com o auxílio de uma espátula e solicitar que o doente verbalize “aaa” de forma a elevar a úvula. Com o algodão da extremidade da zaragatoa esfregar extensamente a parede faríngea e os pilares da orofarínge (Figura 1). Evitar esfregar o palato mole ou tocar com a zaragatoa na língua uma vez que estes movimentos podem induzir o vómito.

Figura 1. Esquema da colheita de exsudado da região posterior da orofaringe, com zaragatoa

Colocar a zaragatoa num tubo contendo meio adequado ao transporte de vírus. Identificar o tubo com as iniciais do nome do doente (ou primeiro e último nome) e com a data da colheita.

Se forem utilizadas zaragatoas comerciais com meio apropriado para o transporte de vírus devem seguir-se as instruções do fabricante.

Faringe posterior Pilares Faríngeos Úvula

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Nota: Em situação de post-mortem pode ser colhido tecido da traqueia ou do pulmão (por incisão ou agulha) e, quando possível, das margens dos infiltrados intersticiais. Se o tubo endotraqueal estiver colocado pode também ser colhido um aspirado endotraqueal.

5 Não devem ser utilizadas zaragatoas com haste de madeira (podem conter inibidores ou substâncias que destroem as partículas virais).

5.2. Aspirado da nasofaringe

As secreções da nasofaringe são aspiradas através de um cateter ligado a um recipiente plástico, colector de muco, ajustado a uma fonte de vácuo. O cateter é inserido numa das narinas paralelamente ao palato (Figura 2). O vácuo é aplicado e o cateter é retirado lentamente, induzindo um movimento de rotação. O muco da outra narina é colhido com o mesmo cateter, utilizando um procedimento idêntico.

Nas crianças, este tipo de colheita é mais fácil e seguro do que a colheita de exsudados em zaragatoa.

Figura 2. Esquema da colheita de aspirado da nasofaringe

5.3. Exsudado nasal (ou da nasofaringe) colhido em zaragatoa

Para a colheita do exsudado nasal, introduzir a zaragatoa na narina paralelamente ao palato e deixar nessa posição alguns segundos de forma a absorver as secreções. Em seguida, introduzir um pouco mais fundo na mucosa nasal (aproximadamente 2 a 3 cm no adulto e até o doente lacrimejar) e rodar ligeiramente a zaragatoa.

Para a colheita de exsudado da nasofaringe deve ser utilizada uma zaragatoa com uma haste fina e flexível que se introduz, aproximadamente, 5 a 6 cm, seguindo a base interior da narina na direcção da região posterior da nasofaringe.

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Nota: Em situação de post-mortem pode ser colhido tecido da traqueia ou do pulmão (por incisão ou agulha) e, quando possível, das margens dos infiltrados intersticiais. Se o tubo endotraqueal estiver colocado pode também ser colhido um aspirado endotraqueal.

6 Identificar cada um dos tubos com as iniciais do nome do doente (ou primeiro e último nome) e com a data da colheita.

Se forem utilizadas zaragatoas comerciais com meio apropriado para o transporte de vírus devem seguir-se as instruções do fabricante.

5.3. Sangue / Soro

Para estudo serológico, na fase aguda da doença, devem ser colhidos, no adulto e adolescente 3 a 5 ml de sangue em tubo seco, e 2 ml nas crianças, o mais precocemente possível, após o início dos sintomas. Uma segunda colheita, na fase de convalescença, deve ser programada e realizada a partir do 14º dia após o início dos sintomas.

A colheita de sangue deve ser efectuada, preferencialmente, utilizando um sistema de vácuo e para tubos com tampa de rosca cujo número e tipo depende dos parâmetros analíticos a estudar.

5.3.1. Separação do soro

As amostras de sangue podem ser centrifugadas durante, pelo menos, 5 minutos, a 3000 rpm.

5.3.1.1. Utilização de tubos específicos para a separação do soro

Estes tubos contêm um gel (com uma densidade intermédia entre as células vermelhas e o plasma) e usualmente também um activador da coagulação.

Após a colheita do sangue deve agitar-se o conteúdo do tubo e, em seguida, permitir a formação do coágulo. Procede-se depois a uma centrifugação que, à semelhança dos passos anteriores, deve seguir escrupulosamente as instruções do fabricante. Na região superior do tubo localiza-se o soro, separado do coágulo pela barreira de gel (Figura 3)

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Nota: Em situação de post-mortem pode ser colhido tecido da traqueia ou do pulmão (por incisão ou agulha) e, quando possível, das margens dos infiltrados intersticiais. Se o tubo endotraqueal estiver colocado pode também ser colhido um aspirado endotraqueal.

7 Figura 3. Resultados da separação do soro em tubos específicos, após centrifugação.

5.3.1.2. Utilização de outros tubos

Quando se utilizam tubos secos (sem qualquer aditivo) a separação do soro pode processar-se depois de um período de repouso que não deve exceder as 12 horas e que permitirá a retracção do coágulo.

Após a separação do sangue, o soro deve ser colocado num novo tubo, de preferência um criotubo, com tampa de rosca externa e com sistema de fecho em O-ring sobre a qual se pode colocar parafilm.

6. Acondicionamento e envio

Após as colheitas, os tubos devem ser bem vedados, as rolhas envolvidas em

parafilm e, seguidamente, desinfectados exteriormente com solução de

hipoclorito de sódio a 0,5%.

Os produtos biológicos, devidamente identificados, devem ser acondicionados seguindo as normas de embalagem de substâncias infecciosas (Figura 4) e as condições de transporte cujas instruções detalhadas podem ser consultadas no documento actualizado da OMS, “Guidance on Regulation for Transport of Infectious Substances” (WHO/HSE/EPR/2008.10).

Soro

Barreira de gel

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Nota: Em situação de post-mortem pode ser colhido tecido da traqueia ou do pulmão (por incisão ou agulha) e, quando possível, das margens dos infiltrados intersticiais. Se o tubo endotraqueal estiver colocado pode também ser colhido um aspirado endotraqueal.

8 Figura 4- Embalagem de substâncias infecciosas para transporte ao laboratório

Uma cópia da “Declaração de um caso em investigação” (documento Gripe

OT-3) e a respectiva requisição de exames, devem ser colocadas entre o

contentor externo e a cartonagem, preferencialmente dentro de uma bolsa plástica.

Recomenda-se a utilização de uma firma certificada e autorizada para efectuar o transporte deste tipo de mercadoria.

Na embalagem exterior deve ser assinalado de forma bem visível a designação

GSH seguida do endereço do laboratório de referência a que se destina:

GSH

Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge

Av. Padre Cruz, CP 1649-016 Lisboa

Para esclarecimento de qualquer dúvida resultante da leitura deste documento deve ser contactada a Dra. Raquel Guiomar através do telefone nº 21 752 64 55 ou 21 751 92 16.

Documento elaborado pelo Laboratório Nacional de Referência para o vírus da Gripe, INSA.

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