• Nenhum resultado encontrado

CANOTILHO, Jose Joaquim Gomes - Direito Constitucional

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CANOTILHO, Jose Joaquim Gomes - Direito Constitucional"

Copied!
1194
0
0

Texto

(1)

DIR CONSTITUCIONAL

LIVRARIA UNIVERSITÁRIA

LOJA 01 = Pca. Clementino Procopio ao lado do posto da CELB = CENTRO F.322­5241 LOJA 02 = FACULDADE  DIREITO ­UEPB FONE. S71=2353 A GRANDE =PB 03 ­FAC.DE DIREITO FONE. 522­1626 A=PB Todos os exemplares são rubricados pelo autor JOSÉ JOAQUIM GOMES CANOTILHO Professor da Faculdade de Direito de Coimbra

DIREITO CONSTITUCIONAL

6." edição revista LIVRARIA ALMEDINA COIMBRA • 1993 O livro e o ambiente A defesa do ambiente é, hoje, uma tarefa de todos os cidadãos. Os pequenos gestos, os pequenos passos, as  iniciativas modestas podem ser importantes para a consciencialização dos problemas ecológicos e ambientais. O  Autor, a Editora Almedina e a Gráfica de Coimbra assumem aqui a sua cumplicidade — O Direito Constitucional  passa a ser impresso em papel ecológico "amigo do ambiente" totalmente livre de cloro. Execução Gráfica: G.C. ­ Gráfica de Coimbra, Lda. Tiragem: 3000 ex. Novembro, 1993 Depósito Legal N.° 72675/93 Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou por outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita dos Autores e do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra os infractores. Reservados todos os direitos para a Língua Portuguesa LIVRARIA ALMEDINA — COIMBRA — PORTUGAL À memória de meus pais A memória de meu irmão Mário

NOTA PRÉVIA À 6." EDIÇÃO

O Autor prepara uma nova edição com substanciais alterações de forma e de conteúdo. Todavia, em  virtude de a 5." edição (já com duas reimpressões) se encontrar esgotada, vimo­nos obrigado a recorrer a  uma "edição intercalar". Embora não represente uma refundição substancial relativamente ao texto  precedente, ela introduz algumas inovações. Indicaremos, a titulo de exemplo, os desenvolvimentos  consagrados ao conceito funcional de norma para efeitos de controlo e ao processo de controlo de  normas em desconformidade com regras de direito internacional. Aproveitamos a oportunidade para  aditar um índice ideográfico e para eliminar algumas gralhas mais rotundas. Freiburg i.Br. Agosto de 1993 SIGLAS DE REVISTAS E OBRAS COLECTIVAS ACP —Archivfiir die Zivilistische Praxis AnDC e P —Anuário de Derecho Constitucional e Parlamentario AnDP e Est. Pol. — Anuário de Derecho Publico e Estúdios Políticos AIJC — Annuaire internationale de Justice Constitutionnelle Ac. Doutr. —Acórdãos Doutrinais do Supremo Tribunal  Administrativo AÓR —Archiv des ôffentlichen Rechts Ac TC —Acórdãos do Tribunal Constitucional APSR —American Political Science Review  ARSP —Archivfiir Rechts­und Sozialphilosophie BFDC — Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra BMJ —Boletim do 

(2)

Ministério da Justiça CC — Constitutional Commentary DD —Democrazia e diritto Doe. Adm. —Documentación Administrativa Dir —O Direito DÓV—Die Óffentliche Venvaltung DUR —Demokratie und Recht DVBL —Deutsches Verwaltungsblatt ED — Estado e Direito  EdD —Enciclopédia dei Diritto EuGRZ —Zeitschrift Europàische Grundrechte Fo It —Foro italiano G. Cost. — Giurisprudenza Costituzionale JiaõR —Jahrbuch fur internationales und auslandisches òffentliches Recht JÓR —Jahrbuch des ôffentlichen Rechts der  Gegenwart JUS —Juristische Schulung JZ —Juristenzeitung NDI —Novíssimo Digesto italiano NJW—Neue Juristische Wochenschrift NVwZ —Neue Zeitschrift fur  Verwaltungsrecht ÒZÕR — Õsterreichische Zeitschrift fur òffentliches Recht PS —Political Studies PVS —Politische Vierteljahresschrift QC — Quaderni costituzionali PD —Política dei Diritto RA —Revue  Administratif RaDP —Rassegna di Diritto Pubblico Direito Constitucional RAE — Revista de Assuntos Europeus RAP —Revista de Administración Publica RDA —Revista de Direito Administrativo RD  Publico —Revista de Direito Público RbrDP —Revista brasileira de Direito Público RbrEP —Revista brasileira de Estudos Políticos RCP —Revista de Ciência Política  RDE —Revista de Direito e Economia RDES —Revista de Direito e Estudos Sociais RFDL —Revista da Faculdade de Direito de  Lisboa RDP —Revista de Derecho Político RDPSP—Revue du Droit Public et de Ia Science Politique REDA —Revista espànola de  derecho administrativo REDC —Revista Espahola de Derecho Constitucional REP —Revista de Estúdios Políticos RFSP —Revue Française de Science Politique RIDC —Revue Internationale de Droit  Compare RJ—Revista Jurídica RHI —Revista de História das Ideias RJ — Revista Jurídica AFDL RLJ —Revista de Legislação e Jurisprudência RMP —Revista do Ministério Público ROA —Revista  da Ordem dos Advogados RIFD —Rivista Internazionale di Filosofia delDiritto RTDC —Rivista Trimestrale de Diritto Civile RTDP — Rivista Trimestrale di Diritto Pubblico RTDPC —Rivista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile Rth —Rechtstheorie TJ —  Tribuna da Justiça WDStRL — Verôffentlichungen der Vereinigung der deutschen Staatsrechts­ lehrer ZOAR — Òsterreichische Zeitschrift flir auslãndisches Recht und Volkerrecht ZSR —Zeitschrift fiir schweizerisches Recht SIGLAS DE DIPLOMAS NORMATIVOS CEDH — Convenção Europeia dos Direitos do Homem DUDH — Declaração Universal dos Direitos do Homem DP — L 43/90, de 10/8 (Direito de Petição) ECE — L 31/84, de 6/9 (Estatuto dos membros do Conselho de Estado) EEL — L 29/87, de 30/6 (Estatuto dos eleitos locais) ED  — L 3/85, de 13/3 (Estatuto dos deputados) Direito Constitucional      XI EDO — L 59/77, de 9/8 (Estatuto do Direito de Oposição) EOM — L l/76,de 17/2 (Estatuto Orgânico de Macau) EPJ — Lei 9/91, de 94 (Estatuto do Provedor de Justiça) ER Aç. — L 9/87, de 26/3 (Estatuto Político­Administrativo da Região Autónoma dos Açores) ERM — L 13/91, de 5/7 (Estatuto Político­Administrativo da Região Autónomo da Madeira) ETAF —DL 129/84, de 27/4 (Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais) LAL — DL n.° 100/84, de 29/3 (Lei das atribuições e competências das autarquias locais) LC 1/ 82 — Lei da 1.' Revisão da Constituição LC 1/89 — Lei da 2} Revisão da Constituição LCResp. — Lei 34/87, de 16/7 (Lei dos crimes de responsabilidade dos titulares dos cargos políticos) LDNFA — L 29/82, de  11/12 (Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas) LEA — DL 701­B/76, de 29/9 (Lei eleitoral das autarquias locais) LEAR — L 14/79, de 16/5 (Lei Eleitoral da AR) LEPR — DL 319­ A/76 de 3/5 (Eleição do PR) LN — L 37/81, de 3/10 (Lei da Nacionalidade) LPP — DL 595/74, de 7/11 (Lei dos Partidos Políticos)  LRESE — Lei 44/86, de 30/9 (Lei do regime do estado de sítio e do estado de emergência) LTC— L n.° 28/82, de 15/11 (Lei de Organização, Funcionamento e Processo do Tribunal Constitucional) PD — L 6/83, de 29/7, e L 1/91, de 2/1 (Publicação, identificação e formulário dos diplomas normativos) PIDCP — Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos PIDESC — Pacto internacional  dos direitos económicos, sociais e culturais Reg. CE — Regimento do Conselho de Estado (in DR, 1,10­11­84) Reg. AR —  Regimento da Assembleia da República OUTRAS SIGLAS Ac — Acórdão Air — Assembleia legislativa regional AR — Assembleia da República CC — Comissão Constitucional CRP — Constituição da República Portuguesa de 1976 DL — Decreto­lei DLR — Decreto legislativo regional DR — Diário da República

(3)

XII

Direito Constitucional

DRre — Decreto regulamentar regional

L aut. — Lei de autorização LO— Lei orgânica LR— Lei reforçada MR — Ministro da República PR — Presidente da República  Ref. — Referendo TC — Tribunal Constitucional

(4)

VISÃO GLOBAL DA LITERATURA SOBRE DIREITO CONSTITUCIONAL*

A. Direito Constitucional Português I — COMENTÁRIOS

CANOTILHO, J. J. G. / MOREIRA, V. — Constituição da República Portuguesa,

Anotada, 3a ed., Coimbra, 1993.

MAGALHÃES, J. —Dicionário da Revisão Constitucional, Lisboa, 1989. MORAIS, I. / FERREIRA DE ALMEIDA, J. M. / LEITE PINTO, R. — 

Constituição da

República Portuguesa, anotada e comentada, Lisboa, 1983. NADAIS, A. / VITORINO, A. / CANAS, V. — Constituição da República 

Portuguesa.

Texto e Comentários à Lei n." 1/82, Lisboa, 1982. II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

CANOTILHO, J. J. G. —Direito Constitucional, 6.' ed., Coimbra, 1993.

MIRANDA, J. — Manual de Direito Constitucional, 4 vols.: Vol. 1, 4a ed., Coimbra,

1990; Vol. II, 3a ed., Coimbra, 1991; Vol. III, 2a ed., Coimbra, 1987; Vol. IV, 2a

ed., Coimbra, 1993. SOUSA, M. R. — Direito Constitucional. Introdução à Teoria da Constituição, Braga,

1979. CANOTILHO J. J./MOREIRA, V. —Fundamentos da Constituição, 2­ ed., Coimbra, 1993.

III — MONOGRAFIAS

MIRANDA, J. —A Constituição de 1976. Formação, estrutura, princípios fundamentais, Lisboa, 1978. PIRES, F. L. —A Teoria da 

Constituição de 1976. A transição dualista, Coimbra, 1988. * A literatura que aqui se refere é uma literatura seleccionada de acordo com os seguintes critérios: (1) globalidade de tratamento dos problemas  constitucionais, motivo pelo qual apenas são indicados tratados, manuais e livros de estudo; (2) actualidade e actualização das obras, razão que  aponta para a referência a literatura que essencialmente diz respeito ao direito constitucional vigente nos respectivos países ou, pelo menos, foca  problemas considerados actuais; (3) proximidade problemática e influência doutrinal das obras, o que obrigou a uma limitação das referências  bibliográficas aos autores e praxis de países que, directa ou indirectamente, têm tido influência no direito constitucional português. XIV Direito Constitucional IV — OBRAS COLECTIVAS

Estudos sobre a Constituição, coord. de JORGE MIRANDA, 3 vols., Lisboa, 1977,1978

e 1979.

Nos dez anos da Constituição, org. de JORGE MIRANDA, Lisboa, 1987. Portugal. O Sistema Político e Constitucional, org. de M. 

BAPTISTA COELHO, Lisboa,

1989. La Justice Constitutionnelle au Portugal, org. de P. LE BON, Paris, 1989. Études de Droit Constitutionnel Franco­Portugais, org. de  P. LE BON, Paris, 1992. Estudos sobre a Jurisprudência do Tribunal Constitucional, pref. de J. M. CARDOSO DA COSTA, Lisboa, 1993. V — JURISPRUDÊNCIA CONSTITUCIONAL Pareceres da Comissão Constitucional, 21 vols., Lisboa, 1976­1982. Acórdãos da Comissão Constitucional, publicados em apêndices ao Diário da República. Acórdãos de Tribunais superiores e Pareceres da Procuradoria Ceral da República publicados no Boletim do Ministério da  Justiça. Pareceres da Comissão de Assuntos Constitucionais da Assembleia da República, 2 vols. Acórdãos do Tribunal Constitucional, publicados, até ao momento, 12 volumes (1983­­1988). Acórdãos do Tribunal Constitucional, publicados na Ia e 2a séries do «Diário da República». VI — COLECTÂNEAS DE DIPLOMAS DENSIFICADORES DA CONSTITUIÇÃO

GOUVEIA, J. B. —Legislação de Direitos Fundamentais, Coimbra, 1991. SEARA, F. R. / BASTOS, F. L. / CORREIA, J. M. / ROCEIRO, N. / 

PINTO, R. L. —Legislação de Direito Constitucional, Lisboa, 1990. MARTINEZ, P. R. — Textos de Direito Internacional Público, 

Coimbra, 1991.

B. Direito Constitucional Alemão I — COMENTÁRIOS

GIESE, F. / SCHUNCK, E. — Grundgesetz fur die Bundesrepublik Deutschland vom 23.

Mai 1949, 9a ed., Frankfurt/ M., 1976. HAMANN, A. / LENZ, H. — Grundgesetz fur die Bundesrepublik Deutschland, 3­ ed., Neuwied/Berlin, 1970. JARASS / PIEROTH — Grundgesetz fur die Bundesrepublik Deutschland, Munchen, 2S

(5)

Direito Constitucional       XV LEIBHOLZ, G. / RINCK, H. J. HESSELBERGER — Grundgesetz fiir die Bundesrepublik

Deutschland, Kommentar an Hand der Rechtsprechung des Bundesverfassungs­

gerichts, 6S ed., Kõln, 1978. MANGOLDT / KLEIN / STARCK — Das Bonner Kommentar, Kommentar zum Bonner

Grundgesetz, Vol. I, 2a ed., Frankfurt/Berlin, 1966; Vol. II, 2a ed., Frankfurt/ /Berlin, 1964; Vol. III, 2a ed., Múnchen, 1974; Vol. I  (Starck), 3S ed., Múnchen, 1985; Vol. 14 (Campenhausen), 3a ed., Múnchen, 1981. MAUNZ, T. / DÚRIG, G. / HERZOG, R. / SCHOLZ, R. /  LERCHE, P. / PAPIER, H.  / RANDELZHOFER, A. / SCHMIDT­ASSMANN, E. — Grundgesetz, Kommentar, Miinchen, 1958 (com actualizações). 

MODEL, O. / MULLER, K. — Grundgesetz fur die Bundesrepublik Deutschland, 9a ed., Kõln / Berlin / Bonn / Múnchen, 1981. MUNCH, J. 

V. (org.) — Grundgesetz Kommentar, 3 vols., Frankfurt/M, Vol. I, 3â ed., 1985; Vol. II, 2a ed., 1982; Vol. III, Ia ed., 1983. SCHMID­ BLEIBTREU, B. / KLEIN, F. — Grundgesetz fiir die Bundesrepublik, 7a ed., Neuwied, 1990. WASSERMANN (org.) — Kommentar zum 

Grundgesetz fiir die Bundesrepublik Deutschland, Reihe Alternativ Kommentar, 2 vols., Luchterhand, 2a ed., 1989.  II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

ARNIM, H. H. —Staatslehre der Bundesrepublik, 1984. ARNDT, H. W. / RUDOLF, W. — Ôffentliches Recht, Múnchen, 1977. BADURA, P. 

— Staatsrecht, Miinchen, 1986. BATTIS/GUSY, Einfiihrung in das Staatsrecht, 2a ed., Heidelberg, 1986. BENDA, E. / MAIHOFER, W. / 

VOGEL, H. J. — Handbuch des Verfassungsrechts der Bundesrepublik Deutschland, Berlin/New York, 2S ed., 2 vols., 1993. 

BLECKMANN, A. — Staatsrecht, II, Die Grundrechte, Kõln, 38 ed., 1989. DEGENHART, CH — Staatsrecht, 8a ed., Heidelberg, 1992. 

DENNINGER, E.—Staatsrecht, Vol. I, Reinbeck, 1973; Vol. II, 1979. DOEHRING, K.—Staatsrecht der Bundesrepublik Deutschland, 3

ed., Frankfurt/M., 1984. ERICHSEN, H. U. — Staatsrecht und Verfassungsgerichtsbarkeit, Vol. I, 3a ed., Múnchen, 1982; Vol. II, 

Bochum, 1979. HAMEL, W. —Deutsches Staatsrecht, Vol. I, Berlin, 1971; Vol. II, Berlin, 1974. HESSE, K. — Grundzuge des 

Verfassungsrechts der Bundesrepublik Deutschland, 188  ed., Karlsruhe/Heidelberg, 1991. ISENSEE / KIRCHHOF (coord.), Handbuch 

des Staatsrechts, vols. I, II, III, IV, V, VI e VIII, Heidelberg, a partir de 1987. KRIELE, M. —Einfiihrung in die Staatslehre, 4a ed., 

1990. MAUNZ, TH. / ZIPPELLIUS R.—Deutsches Staatsrecht, 28a ed., Mtinchen/Berlin, 1991. MUCK, J. (org.) —Verfassungsrecht, 

Opladen, 1975. MUNCH, I. v. —Grundbegriffe des Saatsrechts, Stutggart / Berlin / Kõln / Mainz, Vol. I, 4a ed., Stuttgart, 1986, Vol. II, 

4a ed., Stuttgart, 1987. PETERS, H. — Geschichtliche Entwicklung und Grundfragen der Verfassung, Berlin, 1969. IEROTH/SCHLINK

Staatsrecht, II, 8a ed., Heidelberg, 1992. SCHRAMM, Th. — Staatsrecht, 3 vols., Vol. I, 2a ed., Kõln, 1977; Vol. II, 2a ed., 1979;  Vol.  III, 2a ed., 1980.

 

XVI Direito Constitucional SCHUNCK C. / CLERK, H. —Allgemeines Staatsrecht und Staatsrecht des Bundes und 

derLànder, 14a ed., 1993.  STAFF, J. —Verfassungsrecht, Baden­Baden, 1976. STEIN, E. —Lehrbuch des Staatsrechts, 13a ed.,  Tiibingen, 1991. STERN, K. — Das Staatsrecht der Bundesrepublik Deutschland, Vol. I, 2a ed., Miin­

chen, 1982; Vol. II, Ia ed., 1980; Vol. III/l, 1989. WEBER­FAS, R. — Das Grundgesetz, Berlin, 1983. ZIPPELIUS, R. —Allgemeine 

Staatslehre, 11a ed., Múnchen, 1991. C) Direito Constitucional Argentino

I — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

BIDART CAMPOS, G. —Derecho Constitucional, Buenos Aires, 1964. — Manual de Derecho Constitucional Argentino, Buenos Aires, 

1979. GONZALES CALDERON, J. — Curso de Derecho Constitucional, Buenos Aires, 6a ed., 1978. LINARES QUINTANA, A. — Tratado de Ia 

Ciência dei Derecho Constitucional, Buenos  Aires, 1953. QUIROGA LAVIE, H. —Derecho Constitucional, Buenos Aires, 1984. 

RAMELLA, P. —Derecho Constitucional, 3a ed., Buenos Aires, 1986. REINALDO VANOSSI, J. — Teoria Constitucional, Buenos Aires, 

1975. 

D) Direito Constitucional Austríaco I — COMENTÁRIOS

ERMACORA, F. —Die õsterreichischen Bundesverfassungsgesetze, 9a ed., 1980. KELSEN, H. / FRÒELICH, H. / MERKL, A. — Die 

Bundesverfassung vom 1. Oktober 1920, 1922. KLECATSKY, H. / MORSCHER — Die òsterreischische Bundesverfassung, 1981. 

RINGHOFER — Die òsterreischische Bundesverfassung, 1977. SCHÃFFER (org.) — Òsterreischische Verfassungs­und 

Verwaltungsgesetze, 1981. 

II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

ADAMOVICH / FUNK — Ósterreichisches Verfassungsrecht, 2a ed., Wien/New York,  1984. ADAMOVICH, L. / SPANNER, H. — Handbuch 

des õsterreichischen Verfassungsrechts, 6a ed, Wien/New York, 1971. ERMACORA, F. —Ósterreichische Verfassungslehre, Wien,  1970. KLECATSKY, H. —Das ósterreichische Bundesverfassungsrecht, 2a ed., 1973. KLECATSKY / MORSCHER, Das òsterreischische 

Bundesverfassungsrecht, 3a ed. 1982. KOJA, F. —Das Verfassungsrecht der õsterreichischen Bundeslànder, Wien, 1967. WALTER R. — Ósterreichisches Bundesverfassungsrecht, Wien, 1972. WALTER / MAYER — Grundriss des ôsterreischischen 

Bundesverfassungsrechts,

 

4a ed, Wien, 1982

(6)

E) Direito Constitucional Brasileiro I — COMENTÁRIOS

BASTOS, C. R. / MARTINS, I. G. — Comentário à Constituição do Brasil de 1988,

6 vols., em curso de publicação, S. Paulo. CRETELLA JÚNIOR, J. — Comentários à Constituição Brasileira de 1988, em curso de

publicação, Rio de Janeiro. FERREIRA FILHO, M. G. — Comentários à Constituição Brasileira, em curso de

publicação, S. Paulo.

II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

ACCIOLI, W. — Instituições de Direito Constitucional, 3a ed., Rio de Janeiro, 1984. ANDRADE, A. —Lições de Direito Constitucional, 

Rio de Janeiro, 1973. BASTOS, C. R. —Elementos de Direito Constitucional, S. Paulo, 1975. —Curso de Direito Constitucional, 12

ed., 1990. BONAVIDES, P. — Curso de Direito Constitucional, 6a ed., S. Paulo, 1983. — Direito Constitucional, Rio de Janeiro, 3a ed., 

1988. FERREIRA FILHO, M. G. — Curso de Direito Constitucional, S. Paulo, 9a ed., 1985.— Direito Constitucional Comparado ­ Poder 

Constituinte, S. Paulo, 1974. FRANCO, A. A. de M. — Curso de Direito Constitucional, 2 vols., Rio de Janeiro, 1958. JACQUES, P. — 

Curso de Direito Constitucional, 9a ed., Rio de Janeiro, 1974. NETO, S. —Direito Constitucional, S. Paulo, 1970. RUSSOMANO, R. — 

Curso de Direito Constitucional, 2a ed., S. Paulo, 1972. SILVA, J. A. — Curso de Direito Constitucional Positivo, & ed., S. Paulo,  1990.

III — OBRAS CLÁSSICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO BARBOSA, R. — Comentários à Constituição Federal Brasileira, 6 vols., São Paulo,

1932­34. PIMENTA BUENO, J. A. — Direito Público Brasileiro e Análise da Constituição do

Império, 2 vols., Rio de Janeiro, 1857. PONTES DE MIRANDA — Comentários à Constituição de 1946, 2­ ed., 1953.

F) Direito Constitucional Espanhol

I — COMENTÁRIOS À CONSTITUIÇÃO DE 1978 ANUA J. / AULESTIA E. / CASTELLS, M. — La Constitución espahola, S. Sebastian,

1978.FALLA, G. F. — Comentários a Ia Constitución, Madrid, 1980. GOYANES, S. E. — Constitución espahola comentada, Madrid, 

1979. PREDIERI, A. / ENTERRIA, G. E. — (org.) La Constitución espahola de 1978, Madrid, 1980. RODRIGUES, F. T. —Lecturas sobre Ia 

Constitución Espahola, 2 vols., Madrid, 1978. VILLAAMIL ALZAGA, Ó. —La Constitución espanola de 1978 (Comentário Sistemático) 

Madrid, 1978. VILLAAMIL, A. (org.) — Comentários a Ias Leys Políticas, Constitución Espanola de 1978,12 vols., Madrid, 1988.

II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

AGUILERA DE PRAT / P. VILANOVA — Temas de Ciência Política, Barcelona, 1987. ALZAGA, O. / TORRES DEL MORAL — Derecho 

Constitucional, Madrid, 1983. ACOSTA SANCHEZ, J. — Teoria del Estado y Fuentes de Ia Constitución, Cordoba, 1989. ÁLVAREZ CONDE, 

E. — Curso de Derecho Constitucional, 2 Vols., Madrid, 1993. APARICIO, M. A. — Introducción ai sistema político y constitucional 

espanol, 1980. CLIVILLÉS, F. M. —Introdución ai Derecho Constitucional espanol, Madrid, 1975. ESTEBAN, J. — Curso de Derecho 

Constitucional Espanol, 3 vols., Madrid, 1992 e 1993. GONZALEZ CASANOVA, J. — Teoria del Estado y Derecho Constitucional, 

Barcelona, 3a ed., 1987. OTTO J. —Lecciones de Derecho Constitucional, Oviedo, 1980. — Derecho Constitucional I Sistema de 

Fuentes, Barcelona, 1987. PEREIRA MENAUT, A. C. —Lecciones de Teoria Constitucional, Madrid, 25 ed., 1987. SERRANO, P. N. — 

Tratado de Derecho Político, Madrid, 1976. SOSPEDRA M. —Lecciones de Derecho Constitucional Espanol, I —La Constitución, 

Valência, 1981. — Aproximación ai Derecho Constitucional Espanol. La Constitución de 1978, Valência, 1981. TORRES DEL MORAL, 

A. —Princípios de Derecho Constitucional, Madrid, 1992. VERDU, L. P. — Curso de Derecho Político, Vol. I, 2a ed., Madrid, Vol. II, 

3a ed., Madrid, Vol. IV, Madrid.  G) Direito Constitucional dos Estados Unidos I — COMENTÁRIOS CORWIN, E. — The Constitution of the U.S.A. Analysis and Interpretation, Washington, 1959. SCHWARTZ, B. — A Commentary on the Constitution of the U.S., 5 vols., New York, 1963/68. II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

LOCKMART / KAMISAR / CHOPER / SHIFIN — Constitutional Law, 6a ed., 1986. NOVAK, J. E. / ROTTUNA, R. / J. YOUNG — Constitucional Law, 

1978. PRITCHETT, C. H. — The American Constitution, 3a ed., New York, 1977. SCHWARTZ, B. —American Constitutional Law, 

Cambridge, 1955. —Constitucional Law. A Textbook, New York, 1978. TRIBE, L. —American Constitutional Law, New York, 1978.

III — JURISPRUDÊNCIA

(7)

FREUD, P. / SUTHERLAND, A. / HOWE, M. / BROWN, E. —Constitutional Law. Cases

and other Problems, 3a ed., Boston/Toronto, 1967. GUNTHER, G. — Cases and Materials on Constitutional Law, 9a ed., Brooklyn,  1979. 

H) Direito Constitutional Francês I — COMENTÁRIOS

LUCHAIRE, F. / CONAC, G. — La Constitution de Ia Republique Française, 2­ ed. Paris, 1987.

II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

AMSON, D. —Droit Constitutionnel, Les Cours de Droit, 1990.­ ARDAND, Ph. —Institutions Politiques et Droit Constitutionnel, Paris, 

1991. BOURDON, J. / DEBBASCH, C. / PONTIER, J. M. / Rica, J. C. —Droit Constitutionnel et Institutions Politiques, 2a ed., Paris, 1986.  BURDEAU, G. — Traité de Science Politique, 2­ ed., Paris, 1978. — Droit Constitutionnel et Institutions Politiques, 17a ed., Paris, 

1987. BURDEAU, G./HAMON, F./TROPER, M. —Droit Constitutionnel, 22a ed., Paris, 1991. CABANNE, J. C. — Introduction à Vétude du 

Droit Constitutionnel et de Ia Science Politique, Toulouse, 1981. CADART, J. — Institutions Politiques et Droit Constitutionnel, 2 

vols., 2a ed., Paris, 1990. CADOUX, CH.—Droit Constitutionnel et Institutions Politiques, 2 vols., Paris, 1982­88 CHANTEBOUT, B. — 

Droit Constitutionnel et Science Politique, Paris, 1991. DUVERGER, M. — Institutions Politiques et Droit Constitutionnel, 2 vols. 16

ed., Paris, 1982. FABRE, M. H. — Príncipes républicains de droit constitutionnel, Paris, 4a ed., 1984. GABORIT, P. / GAXIE, D. — Droit 

Constitutionnel et Institutions Politiques, Paris, 1978. GICQUEL — Droit Constitutionnel et Institutions Politiques, T ed., 1987. GUCHET, 

Y. —Elements de Droit Constitutionnel, Paris, 1981. HAURIOU, A. (com a colaboração de J. GICQUEL e P. GÉLARD) — Droit 

Constitutionnel et Institutions Politiques, 11a ed., Paris, 1991. JEANNEAU, B. — Droit Constitutionnel et Institutions Politiques, 7a ed.,  Paris, 1987. LECLERCQ, C. —Droit Constitutionnel, Institutions Politiques, 5S ed., Paris, 1987. PACTET, P. — Institutions Politiques, 

Droit Constitutionnel, 10a ed., Paris, 1991. PRÉLOT M. / BOULOUIS, J. — Institutions Politiques et Droit Constitutionnel, 11a ed.,  Paris, 1990. TURPIN, D. —Droit Constitutionnel, Paris, 1992. VIALLE P. — Droit Constitutionnel et Institutions Politiques, Lyon, 1984.

XX

Direito Constitucional III — JURISPRUDÊNCIA

FAVOREU, L. / PHILIP, L. — Les grandes décisions du Conseil Constitutionnel, 3a ed., Paris, 1983.

I) Direito Constitucional Holandês I — COMENTÁRIOS

HASSELT, W. J. C. — Verzameling van Nederlandse Staatsregelingen en Grondwetten.

II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

BELINFANTE, A. D. / REEDE, J. L. — Beginselen van Nederlands Staatsrecht, 10a ed., 1987. HAERSOLTE, R. A. V. — Inleiding tot het 

Nederlandse Staatsrecht, 8a ed., 1983. KOOPMANS, T. — Compendium van het Staatsrecht, 4a ed., 1983. KORTMANN, C. A. J.—De 

Grondwetsherzieningen 1983 en 1987, 2a ed., 1987. POT, C. W. VAN — Handboek van het Nederlandse Staatsrecht, 11a ed., 1983. J) Direito Constitucional Inglês

I — HISTÓRIA CONSTITUCIONAL

GOUG, J. W. —Fundamental Law inEnglish Constitutional History, London, 1958. MAITLAND, F. W. — The Constitutional History 

ofEngland, London, 1908, (Reimp., Cambrídge, 1961). II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

DICEY, A. V. — Introduction to the study of the Law of the Constitution, 10a ed., London, 1959. JENNINGS, J. — The Law and the 

Constitution, 5a ed., London, 1959. LÕEWENSTEIN, K. — Staatsrecht und Staatspraxis von Grossbritain, 2 vols., Berlin / / HEIDELBERG /  New York, 1967. MARSHALL, G. — Constitutional Theory, Oxford, 1980. MITCHELL, J. D. B. — Constitutional Law, 2a ed., Edinburgh, 

1968. PHILLIPS, O. H. — Constitutional and Administrative Law, 5a ed., 1973. YARDLEY, D. C. M. — introduction to British 

Constitutional Law, 6b ed., London, 1984. WADE, E. C. S. / PHILLIPS, G. S. — Constitutional Law, T ed., London, 1965. III — JURISPRUDÊNCIA

(8)

KEIR, D. / LAWSON, F. H. — Casei Constitutional Law, 6a ed., Oxford, 1979. WILSON, G. — Cases and Materials on the Constitutional 

and Administrative Law, Cambridge, 1966. PHILLIPS, O. M. —Leading on Constitutional Law, 2a ed., London, 1957.

Direito Constitucional       XXI L) Direito Constitucional Italiano

I — COMENTÁRIOS

AGRO, A. S. / LAVAGNA, C. / SCOCA, F. / VITUCCI, P. —La Costituzione Italiana, Torino, 1979. AMORTH —La Costituzione italiana. 

Commento sistemático, Milano, 1948. BRANCA, G. (org.) — Commentario delia Costituzione, 11 vols., Bologna, 1975/1982. 

CALAMANDREI, P. / LEVI, A. — Commentario sistemático alia costituzione italiana, Firenze, 1950. CRISAFULLI V. / PALADIN, L. — 

Commentario breve alia Costituzione, Padova, 1990. FALZONE, W. / PALERMO, F. / COSENTINO, F. — La Costituzione delia Repubblica 

Italiana, Milano, 1980.

II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

AMATO / BARBERA (org.) — Manuale di diritto pubblico, Bologna, 1986. BARILE, P. —Istituzioni di diritto pubblico, I, 5a ed., Padova, 

1987. Bozzi, A. — Istituzioni di diritto pubblico, Milano, 1977. CUOCOLO, F. —Istituzioni di diritto pubblico, 7a ed., Milano, 1992. 

CRISAFULLI, V. —Lezioni do diritto costituzionale, 6a ed., 3 vols., Padova, 1993. FALCON, G. — Lineamenti di Diritto Pubblico, 2, 

Padova, 1989. MAZZIOTI, M. — Lezioni di Diritto Costituzionale, 2 vols., 2a ed., Milano, 1993. LAVAGNA, C. —Istituzioni di diritto 

pubblico, 6S ed., Torino, 1988. MARTINES, T. —Diritto Costituzionale, T ed., Milano, 1992. GHETTI/VIGNOCCHI, Corso di Diritto Pubblico,  4a ed., Milano, 1991. MAZZIOTI, M. —Lezioni di diritto costituzionale, 2 vols., 2a ed., Milano, 1993. MORTATI, C. — Istituzioni di diritto 

pubblico, 2 vols., 9a ed., Padova, 1975. Musso, E. S. —Diritto Costituzionale, Padova, 1986. PALADIN, L. —Lezioni di Diritto 

Costituzionale, Padova, 1988. PERGOLESI, F. —Diritto Costituzionale, 2 vols., 16a ed., Padova, 1962/68. PIZZORUSSO, A. —Lezioni di 

diritto costituzionale, Roma, 1978. — Sistema istituzionali di diritto pubblico italiano, Napoli, 1988. RESCIGNO, G. — Corso di Diritto 

Pubblico, 2­ ed., Bologna, 1984. RUFFIA, P. B. — Diritto Costituzionale ­ Istituzioni di diritto publico, 15a ed., Napoli, 1989. VIRGA, P. 

—Diritto Costituzionale, 9a ed., Milano, 1979. ZAGREBELSKY, G. — Manuale di Diritto Costituzionale, Torino, 1987. M) Direito Constitucional Suíço

I — COMENTÁRIOS

BURCKHARDT, W. — Kommentar der schweizerischen Bundesverfassung vom 29 Mai 1874, 3áed., Bem, 1931.

II — LIVROS DE ESTUDO, MANUAIS, TRATADOS

AUBERT, J. — Traité de droit constitutionnel suisse, Neuchâtel, 1967. BRIDEL, M. —Précis de droit constitutionnel et public suisse, 

Lausanne, 1965. FLEINER, F. / GIACOMETI, Z. — Schweizerischen Bundesstaatsrecht, Zurich, 1949, 2a ed., 1965.HÂFELIN / HALLER — 

Schweizerisches Bundesstaatsrecht, 2a ed, 1988. HANGARTNER, Y. — Grundzuge des schweizerischen Staatsrechts, Vol. I, Zurich,  1980; Vol. II, Zurich, 1982.

RECOLHA DE TEXTOS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

I — Em língua portuguesa:

MIRANDA, J. — Textos constitucionais estrangeiros, Lisboa, 1974.

— Constituições políticas de diversos países, 3a ed., Lisboa, 1986/87.

— Constituições Portuguesas, 3a ed., Lisboa, 1991. GOUVEIA, J. B. — Constituições de Estados Lusófonos, Lisboa, 1993. II — Em língua francesa:

BERLIA, G. / BASTID, P. — Corpus Constitutionnel, Leyde, 1970. Recolha mundial das constituições em vigor, 2 tomos, 5 fascículos. 

Obra importantíssima, mas ainda incompleta, contendo a publicação dos textos constitucionais na língua originária e em língua  francesa.

DUVERGER, M. — Constitutions et documents politiques, 10a ed.. Paris, 1986.

GODECHOT, J. — Les constitutions de Ia France depuis 1789, Paris, 1977.

— Les constitutions du Proche et du Moyen Orient, Paris, 1957. GONIDEC, P. F. — Les constitutions des États de Ia Communauté, 

Paris, 1959. LAVROFF, D. G. / PEISER, G. —Les Constitutions Africaines, Paris, 1961. PUGET, H. —Les Constitutions d'Asie et 

(9)

III — Em língua espanhola:

ESTEBAN, J. — Constituciones Espaíiolas y Estrangeras, 2 vols., Madrid, 1977. CASCAJO CASTRO, J. L. / GARCIA ALVAREZ, M. — 

Constituciones extranjeras contemporâneas, 2a ed., Madrid, 1991. IV — Em língua inglesa:

BLAUSTEIN, P. / FLANZ, G. — Constitutions ofthe Countries ofthe World, New York. PEASLEE, A. — Constitutions ofNations, 3a ed., 6 

vols., L'Aja, 1965/70. V — Em língua italiana

RUFFIA, P. B. di — Constituzioni Stranieri Contemporanee, 4a ed., Milano, 1985. CAPITULO 0

COMO LER E COMPREENDER

ESTE LIVRO

1. Orientação profissional e orientação académica O "Direito Constitucional", agora submetido em nova edição à publicidade crítica, mantém a sua  concepção originária. Não é nem um tratado nem um manual. Debalde se procurará nele um tratamento  exaustivo e global da "imensidão" de matérias hoje incluídas nos tratados de direito constitucional ou de  direito político. Por outro lado, não possui a concisão e a estrutura discursiva de um manual universitário.  A obra foi pensada com a finalidade de fornecer uma abordagem teórica e dogmática dos principais  padrões estruturantes do direito constitucional vigente. Sucede, porém, que a sua utilização pelos alunos como livro de texto nem sempre é fácil. A experiência  pedagógica de largos anos alertou­nos para as principais dificuldades: (1) ­ estilo de linguagem  concentrado e conotativo; (2) ­ constante articulação de problemas da teoria da constituição (memórias,  histórias e teorias) com questões de direito constitucional positivo (interpretação e aplicação de normas,  dogmática jurídico­positiva); (3) ­ excesso de informação com a consequente falta de "redução da  complexidade". Não obstante estas deficiências, sobretudo pedagógicas, o livro continua igual nos seus objectivos.  Ensinar direito constitucional é um acto de cultura e de humanismo e mau seria privar os alunos de  sugestões e insinuações incentivadoras de um melhor e mais profundo conhecimento dos problemas.  Acresce que, num contexto jurídico­­cultural onde escasseiam obras especializadas e o público crítico se  estende para além dos muros universitários, mais vale fornecer elementos de discussão, informação e  comunicação, favorecedores da ideia de constituição como processo público, do que encerrar os  esquemas discursivos no universo repetitivo dos anos escolares.  Esta opção está, de resto, intimamente ligada ao paradigma formativo da Faculdade de Direito de  Coimbra. A ciência jurídica ensinada nas "Escolas de Direito" oscila entre duas orientações fundamentais:  a "orientação profissional" e a "orientação académica". A primeira procura fornecer um saber colocado  directamente ao serviço do jurista prático e das suas necessidades. A segunda, sem perder a dimensão  praxeológica (irrenunciável ao direito), visa proporcionar um discurso com um nível teorético­científico (no  plano dos conceitos, da construção, da argumentação) que compense a "cegueira" do mero prati­cismo e  evite a unidimensionalização pragmático­positivista do saber jurídico. 2. "Leitura dogmática" e "leitura teorética" O modo como se estruturam os capítulos permite fazer a articulação entre a teoria e a dogmática, ou seja,  entre a teoria da constituição e o direito constitucional vigente. A iluminação de muitos problemas jurídico­ constitucionais carece de um background explicativo e justificativo que só pode ser fornecido por uma  reflexão teórica sobre o próprio direito constitucional. Eis aqui um ponto importante — concebida como 

(10)

teoria (e não como prática) e, simultaneamente, como meta­teoria (reflexão sistemática sobre a própria  teoria do direito constitucional), a teoria da constituição possibilita a clarificação dos problemas do direito  constitucional. Vários exemplos poderiam ser aqui trazidos à colação. Não é possível, por exemplo,  discutir o conceito de constituição sem se falar em "teorias da constituição".  Seria metodologicamente empobrecedora uma análise dos direitos fundamentais sem uma prévia  exposição das "teorias dos direitos fundamentais". No mesmo sentido, abordar o princípio democrático  sem o suporte teórico das "teorias da democracia" implicaria o esquecimento da força sinergética das  "ideias sobre a democracia". Nem sempre os dois planos — o teórico e o dogmático, o da teoria da constituição e o do direito  constitucional — são facilmente isoláveis. Assim, e para nos limitarmos a um exemplo, a discussão das  funções ou multifunções dos direitos fundamentais (cfr. infra, Parte IV, Cap. 5) é indissociável da  discussão teórica sobre as dimensões subjectiva e objectiva destes mesmos direitos. As limitações de tempo e a necessidade de fornecer os padrões estruturais do direito constitucional  vigente (em virtude do seu interesse prático) obriga, muitas vezes, a deixar na sombra ("matéria não  preleccionada", "matéria não sumariada") a "metateoria" da teoria da constituição.  Todavia, a mensagem do texto é outra. Sem as teorias de Newton não se teria chegado à Lua — assim o  diz e demonstra Sagan; sem o húmus teórico, o direito constitucional dificilmente passará de vegetação  rasteira, ao sabor dos "ventos", dos "muros" e do praticismo. Mas o inverso também tem os seus perigos:  a hipertrofia teorética (e filosófica) pode insinuar a transformação de modelos teorético­consti­tucionais e  filosóficos em normas superconstitucionais, esvaziando ou minando a força normativa da constituição. 3. Normatividade e Fundamentalismo As considerações antecedentes permitem já adiantar o fio condutor — o Leitmotiv — do presente curso.  Procura­se compreender a normatividade de uma constituição positiva que aqui se pressupõe (cfr. infra,  Parte I, Cap. 4S, D) como integradora dos princípios fundamentais de justiça, ou seja, como "reserva" e  "garantia" da justiça. O direito constitucional não se esgota na positividade das normas da constituição;  deve ser um direito justo. A função de "reserva de justiça" do direito constitucional, se fornece o impulso  para uma vigilância crítica relativamente aos conteúdos do direito "posto" e "imposto", também é um limite  para quaisquer transcendências ("fundamentos últimos", "essências", "naturezas") clara ou  encapuçadamente conducentes a fun­damentalismos ideológicos, filosóficos ou religiosos. 4.   "Leitura estruturante" e discurso "historicista" e "compara­tístico" O direito constitucional é um intertexto aberto. Deve muito a experiências constitucionais, nacionais e  estrangeiras; no seu "espírito" transporta ideias de filósofos, pensadores e políticos; os seus "mitos"  pressupõem as profundidades dos arquétipos enraizados dos povos; a sua "gravitação" é, agora, não um  singular movimento de rotação em torno de si próprio, mas um amplo gesto de translação perante outras  galáxias do saber humano. No entanto, o direito constitucional não se dissolve na "história", na  "comparatística", nos "arquétipos"; é um direito vigente e vivo e como tal deve ser ensinado. A compreensão acabada de referir explica o recurso a padrões estruturais expositivos, ordenadores dos  principais módulos proble­máticos. A captação dos padrões básicos procura superar um modelo  expositivo histórico­político e político­constitucional, demasiado onerado com factores genéticos e nem  sempre imune à dissolução em fragmentários "factos políticos".

(11)

5. Estruturas teóricas e dogmática jurídica Como em qualquer ciência (seja ciência da "natureza" seja ciência "social"), a Ciência do Direito  Constitucional utiliza conceitos que, não raras vezes, obrigarão a suspensões na leitura e à procura  desesperada do seu significado nos dicionários. Este ponto é sistematicamente salientado pelos alunos:  dificuldade de compreensão de conceitos, obstáculos frequentes no entendimento do "dito" textual. O problema, como é óbvio, prende­se com a questão mais geral de saber quais são as "memórias"  culturais que os alunos devem "armazenar" para frequentar cursos universitários. Não raro acontece que  se dá por ensinado aquilo que nunca se ensinou e se consideram aprendidas coisas nunca explicadas.  Por último — há que reconhecer — existem sérias dificuldades de articulação (e comunicação!) entre os  encarregados de várias disciplinas, criando­se sistemas de "reen­vios" formais: considera­se o ensino de  certas matérias da competência de outros colegas que, por sua vez, dão como pressuposto elas serem  ensinadas noutras cadeiras. Independentemente destes obstáculos e desentendimentos, há certos pontos de partida categoriais e  conceituais que os alunos devem conhecer. Fornecer uma "gramática" ou um "dicionário" do discurso não  se coaduna com o tipo de ensino universitário, além de não ser razoável que um texto­base de direito  constitucional se transforme em "dicionário de termos e palavras jurídicas". De qualquer modo, a  descodificação de alguns conceitos estruturantes pode constituir um alerta feito aos alunos contra a  interpretação naif de enunciados conceituais. Neste sentido, revelar­se­á o "segredo" (hoje dir­se­ia  "fornecer o código" ou fazer a "descodificação") das estruturas teóricas subjacentes à economia narrativa  deste texto e que se pretendem como vocabulário Íntersubjectivamente válido para tentar estruturar uma  "ciência". I. Teoria: sistema de definições, leis, axiomas, com a ajuda dos quais se tentam compreender  determinados fenómenos (ex.: o fenómeno do Estado através de teorias do Estado; Como ler e compreender este livro o fenómeno partidário através de teorias sobre partidos e sistemas eleitorais)x. II. Metateoria: designa um conjunto de reflexões ou de proposições teoréticas sobre conhecimentos  teóricos (ex.: as "teorias de constituição" são um conjunto de proposições de natureza teórica sobre o  conceito de constituição). III.  Dogmática: complexo de conceitos e proposições (particularmente lógicos) que permite organizar e  captar determinados "factos jurídicos" (ex.: a dogmática dos direitos fundamentais permite­nos captar as  dimensões objectiva e subjectiva dos direitos fundamentais na ordem jurídica positiva portuguesa). Neste  sentido, a dogmática jurídica deve afastar­se quer dos "dogmas religiosos" ("sentido da verdade revelada  por Deus") quer do dogmatismo jurídico (sistema de normas, princípios e conceitos que estabelecem e  fixam irrefutavelmente decisões de valores, existentes independentemente dos factos: o dogma da  plenitude lógica do ordenamento jurídico, o dogma da unidade da ordem jurídica). IV.  Estrutura: conjuntos pré­relacionantes e conformativos da realidade (captados, muitas vezes,  intuitivamente). Ao referirmos as "estruturas organizatórias", por ex., pretende­se pré­seleccionar os  dados da realidade juridico­política referentes à organização do poder político; ao aludir­se a "estruturas  subjectivas" procuram­se captar as "grandezas" englo­badoras dos direitos, deveres, situações e  interesses do homem e do cidadão 2. V. Modelo: é uma estrutura teórica que procura "representar" domínios ou âmbitos objectivos não  teoréticos (ex.: no Cap. 2 da Parte I, falar­se­á em "modelos geo­económicos" e em "modelos geo­

(12)

políticos" para explicar o fenómeno do "desenvolvimento político"). 1 Algumas vezes, estas teorias podem ser objecto de formalização matemática. Assim, por ex., a regra do sistema proporcional  — a cada um o que lhe é devido —, assenta no seguinte axioma: a percentagem de mandatos deve ser idêntica à percentagem  de votos ou M = V ou (M/V) = 1 (M = mandatos e V = votos). 2  Note­se que a moderna "teoria da ciência" de cariz estruturalista concebe mesmo as teorias científicas como "estruturas". Cfr.  W. STEGMULLER, Hauptstrõ­mungen der Gegenwartsphilosophie, II, 1979, p. 480. VI. Paradigma: "consenso científico" enraizado quanto às teorias, modelos e métodos de compreensão do  mundo (ex.: neste sentido nos vamos referir, logo no Cap. I, aos paradigmas da "modernidade" e da "pós­ modernidade").

PARTE I

TEORIA DA CONSTITUIÇÃO:

A CONSTITUIÇÃO COMO ESTATUTO

JURÍDICO DO POLÍTICO

CAPITULO 1

MODOS TRANSITIVOS:

OS PARADIGMAS DA MODERNIDADE

E DA PÓS­MODERNIDADE

NO ÂMBITO DO DIREITO CONSTITUCIONAL

E DA CIÊNCIA POLÍTICA

Sumario

I — Novos "paradigmas", novos "saberes", novos "direitos" II — As palavras viajantes 1. Constituição 2. Estado 3. Lei 4. Invenção do "território" e do "Estado­Nação" 5. Direitos individuais 6. Os pactos fundadores III — O paradigma do informal — O Estado Constitucional informal 1. Refluxo político e refluxo jurídico 2. As regras constitucionais informais Este capítulo introdutório é um apontamento tópico sobre algumas refracções do movimento do pós­modernismo no Direito Constitucional. O seu  estudo pressupõe a leitura dos intertextos fundamentais: J. F. LYOTARD, La Condition Postmoderne, Paris, Minuit, 1979 (existe trad.

portuguesa, A Condição Pós­modernà). G. VATTIMO, La Fine delia Moderniíà, Garzani, 1985 (existe trad. portuguesa: O

fim da modernidade, Presença, 1987). KOSLOWSKI, Die postmoderne Modern, Munchen, 1988. J. HABERMAS, Der Philosophische Diskurs der 

Moderne, Suhrkamp, Frankfurt, 1986.

Na literatura nacional podem ver­se:

BOAVENTURA SOUSA SANTOS, Introdução a uma Ciência Pós­Moderna, Afrontamento, Lisboa, 1989.

—  "Pós­Modernismo e Teoria Crítica", in Revista Crítica de Ciências Sociais, Março, 1988. — "Modemo/Pós­Moderno", in Revista de Comunicação e Linguagem, n.° 6/7.

— "Os direitos humanos na pós­modernidade", in Direito e Sociedade, 4/1989, p. 3ss.

MANUEL MARIA CARRILHO, Elogio da Modernidade, Lisboa, 1989. MIGUEL BATISTA PEREIRA, Modernidade e Tempo. Para uma Leitura do Discurso

(13)

I — Novos "paradigmas", novos "saberes", novos "direitos"

Ao iniciar­se um Curso de Direito Constitucional e Ciência Política nos finais da década de 80 e começos  da década de 90, poder­se­­ia repetir, ponto por ponto, aquilo que um autor português escreveu há vinte  anos: "à nossa volta tudo mudou".

Fazendo a mise au point da situação do Direito Público no fim da década de 60, escreveu ROGÉRIO SOARES, Direito Público e 

Sociedade Técnica, Coimbra, 1969: "se fosse possível a um jurista particularmente interessado pelas coisas do direito público  entrar no sono da princesa da fábula, não precisaria de deixar correr os cem anos para descobrir atónito que à sua volta tudo  mudou. Bastava­lhe ter esperado pelo desencanto dos últimos vinte anos e verificaria que o seu castelo de construções e os  seus servidores estavam irremediavelmente submersos no silvado de uma nova realidade perante a qual se encontram  indefesos. E o dramático, quase trágico, é que não há forças benfazejas que rasguem novas clareiras e tracem novas sendas  para um regresso ao velho mundo, como numa readmissão do paraíso e, apesar de tudo, de muitos lados se nota um esforço  para mergulhar na realidade com um arsenal obsoleto, e, pior ainda, com umpathos dissonante com os tempos". Passada uma vintena de anos, os problemas que hoje se põem ao estudioso do direito constitucional e da  ciência política são semelhantes, mas num contexto e espaço discursivos completamente outros. Em  termos interrogativos: qual o instrumentarium, o corpus teórico e o discurso dos juspublicistas para  captarem as transformações e deslocações do "espaço político" nestes últimos vinte anos? E com que  "espírito", com que "alma", com que "fé", com que "pré­com­preensão", eles enfrentam os desafios de  uma época que se pretende não já moderna, mas.sim pós­moderna? Terão chegado também ao campo  do direito público, e, sobretudo, ao direito constitucional, novos "paradigmas", novas "modas" e novos  "saberes"?  Adiantando algumas indicações que, ao longo do curso, terão outros desenvolvimentos, salientar­se­á  que as inquietações de um jurista constitucional obrigam a uma abertura aos novos motes do direito e da  política e à disputabilidade intersubjectiva desses novos motes. Em crise estão muitos dos "vocábulos  designantes"­"Constituição", "Estado", "Lei", "Democracia", "Direitos Humanos", "Soberania", "Nação"­que acompanharam, desde o início, a viagem do constitucionalismo. Começar o Curso por  algumas dessas palavras viajantes significa não só apresentar aos alunos alguns dos core terms ("concei­ tos centrais") da nossa disciplina, mas, também, confrontá­los com os novos "arquétipos", os novos  "discursos" e os novos "mitos" do universo político. Ultrapassaria as possibilidades de um Curso de Direito Constitucional e de Ciência Política embrenharmo­nos na complexa  questão da caracterização do "pós­moderno" e da "pós­modernidade". A utilização do termo "pós­­moderno" começa nas  querelas literárias da década de 30, nos Estados Unidos, transita para a história (A. TOYNBEE), prossegue na arquitectura (Ch. 

JENCKS), é absorvido pelos sociólogos da "pós­história" (A. GEHLEN) e da sociedade pós­­industrial (H. FREYER, DANIEL BELL), e 

culmina num poderoso movimento filosófico­cultural em que desempenham papel fundamental autores franceses como MICHEL 

FOUCAULT, GILLES DELEUZE, JEAN BAUDRILLARD, JACQUES DERRIDA, JEAN­FRANÇOIS LYOTARD, MICHEL SERRES. Para os alunos que desejarem ir 

mais longe aconselha­se a leitura de J. F. LYOTARD, La Condition postmoderne, 1979 (trad. port. A Condição pós­moderna); GIANNI 

VATTIMO, La Fine delia Modernità, 1985 (existe trad. portuguesa); W. WELSCH, Unsere Postmodern Modern, 1987; P. KOSLOWSKI, Die 

postmoderne Kultur, Miinchen, 1988.

Na doutrina portuguesa consultem­se sobretudo os trabalhos de BOA­VENTURA DE SOUSA SANTOS: O Social e o político na transição 

Pós­Moderna (1988); Introdução a uma Ciência Pós­Moderna (1989). Cfr. também a útil colectânea em língua espanhola de J.  Pico, Modernidad y Postmodernidad, Madrid, 1988, e o número da revista de filosofia espanhola DOXA '6, (1989).

II — As "palavras viajantes"

1. Constituição No centro do nosso estudo vai estar a "palavra" Constituição. Independentemente de saber qual foi a  "arqueologia" deste conceito (cfr. infra, cap. 3.°), pode avançar­se com uma noção habitual e 

(14)

tendencialmente rigorosa de Constituição: "Constituição é uma ordenação sistemática e racional da comunidade política, plasmada num documento  escrito, mediante o qual se garantem os direitos fundamentais e se organiza, de acordo com o princípio  da divisão de poderes, o poder político". O Direito Constitucional entre o moderno e o pós­moderno       13 Não se discutirá aqui o processo genético de tal conceito1. Salientar­se­á a sua consonância com a  ambitio saeculi, isto é, com as pretensões da modernidade e do sujeito moderno: os homens são capazes  de construir um projecto racional, condensando as ideias básicas desse projecto num pacto fundador — a  constituição. Em termos mais filosóficos, dir­se­ia que a ideia de constituição é indissociável da ideia de  subjectividade projectante, ou, se se preferir, da ideia de razão iluminante ou/e iluminista2.  Subjectividade, racionali­dade, cientificidade, eis o background filosófico­político da génese das  constituições modernas3. Através de um documento escrito concebido como produto da razão que  organiza o mundo, iluminando­o e iluminando­se a si mesma, pretendia­se também converter a lei escrita  (= lei constitucional) em instrumento jurídico de constituição da sociedade. As coisas colocam­se, para os juristas pós­modernos, em termos substancialmente diferentes. A ideia de  constituição como "centro" de um conjunto normativo "activo" e "finalístico", regulador e directivo da  sociedade, é posta em causa de várias formas. Em primeiro lugar, assinalam­se os limites da regulação  dos problemas sociais, económicos e políticos através do direito. O "direito só regula a sociedade,  organizando­se a si mesmo" (TEUBNER). Isto significa que o direito — desde logo, o direito constitucional —  é, não um direito activo, dirigente e projectante, mas um direito reflexivo auto­­limitado ao 

estabelecimento de processos de informação e de mecanismos redutores de interferências entre vários 

sistemas autónomos da sociedade (jurídico, económico, social e cultural). Por isso se diz que o direito, 

hoje, — o direito constitucional pós­moderno — é um direito pós­intervencionista (= processualizado",  "dessubstantivádo", "neo­­corporativo", "ecológico", "medial")4.

1  Cfr., entre nós, per todos, ROGÉRIO SOARES, "Constituição", in Dicionário Jurídico da Administração; idem, "O conceito ocidental  de Constituição", in RLJ, 119 (1986), p. 36 ss.; JORGE MIRANDA, Manual de Direito Constitucional, Tomo II, p. 20 ss..

2 Uma exposição magistral das categorias da modernidade ver­se­á em MIGUEL BATISTA PEREIRA, Modernidade e Tempo, para uma 

leitura do discurso moderno, Coimbra, 1990, págs. 39 ss.; P. KOSLOWSKI, Diepostmoderne Kultur, cit., pp. 32 ss.

3  Cfr. BRUNO ROMANO, Soggettività, diritto e postmoderno, Una interpreta­zione con Heidegger e Lacan, Bulzoni, 1981, p. 104 ss.;  P. KOSLOWSKI/R. SPAEMANN/ /R. Low (org.), Moderne oder Postmoderne?, Heidelberg, 1986, p. XII.

4 Cfr., por todos, G. TEUBNER, Recht ais autopoietisches System, Frankfurt/M, 1989, p. 82.

Em segundo lugar, e em conexão com o que se acaba de dizer, a constituição deixa de ser possível  conceber­se com um pacto fundador e legitimador de uma acção prática racionalmente transformadora.  Por outras palavras: a constituição deixa de inserir­se no processo histórico de emancipação da  sociedade (quer como "texto" de garantias individuais e arranjos organizatórios de tipo liberal, quer como  "programa dirigente" de cariz marxizante). Como se concebe, então, a constituição na época pós­ moderna? Em termos tendenciais, adiantar­se­á a seguinte caracterização: A Constituição é um estatuto reflexivo que, através de certos procedimentos, do apelo a auto­regulações,  de sugestões no sentido da evolução político­social, permite a existência de uma pluralidade de opções  políticas, a compatibilização dos dissen­sos, a possibilidade de vários jogos políticos, a garantia da  mudança através da construção de rupturas (TEUBNER, LADEUR).

A posição que se vai adoptar neste Curso é ainda a da modernidade. Acredita­se na consciência  projectante dos homens e na força conformadora do direito, mas relativiza­se "a constitucionalização da  programação da verdade "(cfr. infra, Parte I, Caps. 2Q/B, 3fi e 4Q/C e D). Eis aqui uma premissa importante 

(15)

de muitos dos desenvolvimentos subsequentes: à constituição de um Estado de direito democrático terá  de continuar a solicitar­se uma melhor organização da relação homem­mundo e das relações 

intersubjectivas (entre e com os homens) segundo um projecto­quadro de "estruturas básicas da jus­ tiça" (J. RAWLS), moldado em termos de uma racionalidade comunicativa selectiva (HABERMAS).

2. Estado

Desde o século passado (cfr. infra, cap. 2°) que o conceito de Estado é assumido como uma forma  histórica (a última para os modernos, porventura a penúltima para os pós­modernos) de um ordenamento 

jurídico geral (GIANNINI) cujas características ou elementos constitutivos eram os seguintes: (1)­ 

territorialidade, isto é, a existência de um território concebido como "espaço da soberania estadual"; (2)­ população, ou seja, a existência de um "povo" ou comunidade historicamente definida; (3)­politicidade:  prossecução de fins definidos e individualizados em termos políticos. A organização política do Estado  era, por sua vez, uma parte fundamental ("parte orgânica") da Constituição. Esta articulação do "Estado"  com o "texto"­daí a tradicional designação de "Constituição do Estado" ­é também questionada nos  esquemas de representação da pós­modernidade. Vejamos como. A organização política não tem centro: (1) é um sistema de sistemas autónomos, auto­organizados e  reciprocamente interferentes; (2) é multipolar e multiorganizativa. Com efeito, ao lado do "Estado",  existem, difusos pela comunidade, entes autónomos institucionais (ordens profissionais, associações) e  territoriais (municípios, regiões). Daí a referência à perda do centro (do Estado concebido como organi­ zação unitária e centralizada) e a existência de um direito sem Estado, isto é, de modos de regulação  (contratos, concertação social, negociações) constitutivos daquilo a que se poderá chamar reserva  normativa da sociedade civil.

Encontra­se o "eco" das ideias acabadas de referir nos trabalhos de JOSÉ LAMEGO: "A sociedade sem 'centro': instituições e 

governabilidade em NIKLAS LUHMANN", in Risco 5/1987, p. 29 ss.; "Racionalização Social e Acção Comunicativa: o Balanço da 

'Modernidade' na Teoria Crítica", in Risco 4/1986, p. 17 ss.. Como se irá ver no próximo capítulo, o Estado não desaparecerá totalmente do discurso político­ constitucional: ele constitui a forma de racionalização e generalização do político nas sociedade  modernas, sendo nesta perspectiva que se devem interpretar muitas das referências deste Curso à  categoria política do Estado (cfr. infra, cap. 2.°). 3. Lei Um outro conceito nuclear para a compreensão do direito constitucional da modernidade é o conceito de  lei que, numa primeira aproximação (cfr. infra, Parte IV, Padrão IV), se poderia definir da seguinte forma. "Lei é um acto normativo geral e abstracto editado pelo Parlamento, cuja finalidade essencial é a defesa  da liberdade e propriedade dos cidadãos". No quadro de referências do Estado Constitucional moderno, a lei era a "forma" de actuação do Estado  que fixava duradoura, geral e abstractamente, as "decisões" fundamentais do poder político, estabelecia o  âmbito e limites da actuação normativa do poder executivo e materializava as ideias de justiça da maioria  parlamentar. Algumas destas dimensões continuam a ser válidas no contexto do Estado constitucional democrático  actual (cfr. infra, Parte IV, Padrão IV). Todavia, assiste­se também a uma relativização do papel da lei e  proclama­se sem rebuços a "crise" da lei. Porquê? Assinala­se, desde logo, o facto de a lei transportar, à semelhança da ideia de Constituição, a ambição  iluminista­racionalista do "sujeito" moderno: "codificar"a ordem jurídica e "armazenar" duradouramente as 

(16)

bases gerais dos regimes jurídicos. Posteriormente, acentua­se ainda mais o carácter instrumental da lei  como meio da "razão planificante". Os impulsos iluminista e planificante para a lei acabam por gerar uma  espécia de juridicização do mundo, a parlamentarização legiferante da vida, a regulamentação perfec­ cionista (= detalhada, pormenorizada) dos problemas sociais, com a consequente perda ou declínio do  seu valor normativo. Por outro lado, a lei carrega as sequelas do "centralismo e direc­cionismo" jurídico dos modernos,  esquecendo a existência de equivalentes funcionais reguladores, alternativos do direito, como, por ex., o  mercado, no plano económico, a autonomia contratual, no plano interprivado, os negócios ou agreements  informais no plano da barganha política, as soluções comunitárias de conflitos, como, por ex., os  "tribunais de bairro". Também neste aspecto, o presente Curso de Direito Constitucional não fará tábua rasa do papel da lei  perante as pressões deslegaliza­doras dos pós­modernos. Alguns princípios estruturantes como o prin­ cípio da prevalência da lei, o princípio da reserva de lei e o princípio da legalidade da administração (cfr.  infra, Parte IV, Padrão IV) continuarão a merecer um relevo significativo na arquitectónica constitucional  democrática. Mas alguma coisa fica das críticas e sugestões dos pós­modernos, designadamente a ideia  da necessidade de tomar em consideração os mecanismos de auto­regulação da sociedade,  conducentes:  (1) à libertação de determinados domínios da vida de uma regulamentação racionalmente finalística  através do direito (des­juridificação através da deslegalização);  (2) acolhimento de regras extralegais e de equivalentes funcionais do direito, como, por ex., a  "concertação de interesses", a governação através de "persuasões" e de "consultas", a recepção de  "códigos de ética", a adesão a "recomendações" e "normas técnicas";  (3) direcção ou autodirecção situa­tiva através de um direito reflexivo que fixe as regras do jogo aos  "actores"sociais, sem impor autoritariamente soluções substantivas. Repare­se, porém: esta abertura aos processos de polarização regulática de uma sociedade pluralista  não significa que a orientação dominante deste Curso esteja em consonância com os ideologemas de  uma sociedade sem direito (constitucional ou legal) ou com os modelos espontânea e emocionalmente 

regulativos (BLANKENBURG). A folie de uma "sociedade sem direito" alerta­nos e sensibiliza­nos para a  contingência histórica, na forma e no conteúdo, dos instrumentos legais regulativos.  As alternativas "extrajurídicas" ou "extralegais" não substituem, por enquanto, a função formal e material  das regulações normativas dos poderes públicos legítimos. 4. A invenção do "território" e do "Estado­Nação" Como já foi referido, as constituições ligam­se quer ao "nascimento do Estado" (State­building, na  terminologia da moderna sociologia e ciência política americana) quer à "construção ou sedimentação de  uma comunidade nacional (Nation­building). Daí a "representação" constitucional do Estado­Nação: um  centro político — o Estado —, conformado por normas — as normas da Constituição — exerce a  "coacção física legítima" —poder — dentro de um território nacional. O problema, hoje, é o de saber se o processo de institucionalização da modernidade sucessivamente  desenvolvido — Estado Nacional — Estado de direito —Estado democrático —Estado social — não teria  chegado ao fim. Deixaremos de lado, e por agora, as querelas relacionadas com o "Estado­providência" e  concentremo­nos em mais um mote da pós­modernidade político­constitucional — a perda do lugar e da 

Referências

Documentos relacionados

[r]

Jorge, por culpas de solicitar mulheres, maneira canónica de dizer que as apalpava e fornicava, decerto começando na palavra do confessionário e terminando no acto recato da

2 No caso do controlo de grupo, estabeleça as ligações elétricas do controlo remoto com a unidade principal quando ligar ao sistema de operação simultânea (as ligações elétricas

12 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra, Portugal: Livraria Almedina, 2002. Constituição da República Federativa do Brasil.

[r]

Essa inclusão da família em tempo integral, no ambiente hospitalar, e sua participação no cuidado com a criança têm desencadeado novas formas de or- ganizar a assistência à

Ajuste de reta por regressão linear.Eletrostática e suas aplicações: carga elétrica, campo, potencial, energia, lei de Coulomb, lei de Gauss.. Eletrodinâmica e suas aplicações:

Aprova as (IR 60 – 10) Instruções Reguladoras para a Organização e o Funcionamento do Programa de Atualização dos Diplomados pela Escola de Comando e Estado-Maior do