I V C U R S O D E F A R M A C O L O G I A D A S D R O G A S I V C U R S O D E F A R M A C O L O G I A D A S D R O G A S D E A B U S O E C A P A C I T A Ç Ã O E M D E A B U S O E C A P A C I T A Ç Ã O E M D E P E N D Ê N C I A Q U Í M I C A D E P E N D Ê N C I A Q U Í M I C A
Opióides
Opióides
Daisy Jereissati Barbosa Lima
Daisy Jereissati Barbosa Lima
Mestranda em
Mestranda em FarmacologiaFarmacologia
Disciplina: Práticas de Ensino em
Disciplina: Práticas de Ensino em
Farmacologia
Farmacologia
1
DOR
DOR
2
DOR
DOR
2
Dor
Dor
“A “A
dor é uma designação para um espectro de sensações de
dor é uma designação para um espectro de sensações de
caráter e intensidade muito divergentes que vão desde
caráter e intensidade muito divergentes que vão desde
desagradável a intolerável.
desagradável a intolerável.
””
“A “A
dor é uma experiência emocional, com sensação
dor é uma experiência emocional, com sensação
desagradável, associada à lesão tecidual presente, potencial ou
desagradável, associada à lesão tecidual presente, potencial ou
descrita como tal.
descrita como tal.
””- IASP (International Association for the
- IASP (International Association for the
Study of Pain)
Study of Pain)
3
Dor
Dor
Estímulo de dor- químicos, mecânicos, térmicos
Estímulo de dor- químicos, mecânicos, térmicos
Prostaglandinas
Prostaglandinas
Receptores fisiológicos, nociceptores
Receptores fisiológicos, nociceptores
Terminações nervosas livres
Terminações nervosas livres
4
Dor nociceptiva
Detecção de lesão tecidual
Transdutores
especializados ligados a fibras dos nervos periféricos do tipo A
delta e C.
Alterações: mudanças neurais ou
inflamatórias no seu meio ambiente mais próximo, tendo seu sinal
amplificado ou inibido.
Dor neuropática e central
Lesão
periférica
central
Lesão
Lesão aguda de um nervo periférico Medula espinhal, cérebro
Raramente produz dor imediatamente Corte ou compressão de tronco nervoso: Descarga intensa dos axônios atingidos Sentida como um forte choque
Posteriormente:
- Dor em queimação e sensibilização a estímulos mecânicos não nociceptivos no local da lesão
- Irradiação para a área correspondente do nervo afetado 6
Dor de manutenção simpática
Alguns pacientes
Dor espontânea, independente de estímulo
Mantida pelo sistema nervoso simpático.
lesão nervosa
parcial axônios lesadose íntegros
começam a apresentar aumento de receptores alfa adrenérgicos que os tornam sensíveis a catecolaminas circulantes e à norepinefrina liberada dos terminais simpáticos pós-ganglionares 7
8
Aguda
Aguda CrônicaCrônica
Desaparece quando a causa
Desaparece quando a causa
primária é tratada.
primária é tratada.
Está associada a uma lesão em
Está associada a uma lesão em
tecido ou órgão
tecido ou órgão
Geralmente de curta duração
Geralmente de curta duração
Processo transitório
Processo transitório
Incapacidade do organismo de
Incapacidade do organismo de
restaurar seu funcionamento
restaurar seu funcionamento
normal.
normal.
Não é classificada como tal pela
Não é classificada como tal pela
sua duração
sua duração
É uma doença
É uma doença per se; per se;
Classificação- ponto de vista temporal
Classificação- ponto de vista temporal
9
Dor somática
Dor somática Dor visceralDor visceral
Bem localizada
Bem localizada
Pele
Pele
Ossos
Ossos
Músculos
Músculos
Articulações, etc.
Articulações, etc.
Difusa
Difusa
TGI
TGI
Coração
Coração
Pulmão
Pulmão
Dor referida
Dor referida
Classificação
Classificação
10
Dor nociceptiva
Dor nociceptiva Dor neuropáticaDor neuropática
Ativação dos nociceptores
Ativação dos nociceptores
Terminações
Terminações
nervosas
nervosas
livres
livres
Problema na via de
Problema na via de
condução nervosa
condução nervosa
Lesão nervosa
Lesão nervosa
Desajuste na condução da
Desajuste na condução da
dor
dor
““
Desaferentação
Desaferentação
””- fibras
- fibras
central e medula
central e medula
Classificação
Classificação
11 11Transmissão da dor- mecanismo medular
Estimulo doloroso Axônio
Corno posterior da medula Corpos celulares do primeiro neurônio Emissão de neurotransmissores (adrenalina, nora, bradicinina, substância P, etc)
Ativação do segundo neurônio Cruza e ascende Tálamo Emissão de neurotransmissores Terceiro neurônio Transmissão da informação ao córtex
A- delta: neoespinotalâmico C: paleoespinotalâmico
Receptores opióides
Mecanismo periférico Localizados na periferia
Nas terminações nervosas sensoriais Ativados:
- diminuem a excitabilidade dos terminais sensoriais
- diminuem a liberação de substâncias excitatórias (substância P) 13
Receptores opióides
Ligantes endógenos dos receptores opióides periféricos:
endorfina, encefalinas e dinorfinas
Linfócitos T e B, monócitos e macrófagos
Peptídeos opióides localmente produzidos e liberados:
ocupação dos receptores nas terminações
nervosas-analgesia.
Receptores opióides
Persistência de reação inflamatória: ꜛnúmero de receptores opióides
Inflamação- estimula o transporte axonal de receptores para a
periferia.
A dor pode ser influenciada ou modificada
Eliminação da causa da dor
Diminuição da sensibilidade dos nociceptores (antipiréticos analgésicos, anestésicos locais) Interrupção da condução nociceptiva em nervos sensoriais (anestésico local)
Supressão de transmissão dos impulsos nociceptivos na medula espinhal (opióides) A inibição da percepção da dor (opióides,
anestésicos gerais)
Alterando as respostas emocionais à dor
ex: comportamento da dor (antidepressivos como co-analgésicos)
Tratamento farmacológico da dor
Escalas de dor
Ópio
Obtido do exsudato leitoso da incisão de cápsula imaturas contendo sementes de Papaver somniferum L.
Suco leitoso secado ao ar livre, forma uma massa de cor marrom, que em seguida é pulverizada.
Contém cerca de 20 alcalóides, incluindo morfina, codeína, tebaína e papaverina.
Uso dos opióides
Analgesia
- a dor intensa e constante é aliviada com uso de opióides.
- a dor associada ao câncer e outras doenças terminais
Edema agudo de pulmão Tosse
- uso antitussígenos
sintéticos que não causam dependência.
Diarréia
Anestesia
- medicação pré anestésica
- podem ser usados com drogas anestésicas primárias (fentanil)
- analgésicos regionais (ação direta sobre a medula espinhal) quando administrados nos espaços epidural ou subaracnóide da medula espinhal
reversão com naloxona
Analgésicos opióides tipo morfina
Morfina- alcalóide do ópio
Papaverina- atividade espasmolítica
Loperamida- antidiarreico
Opiáceos: natural e semi-síntese
Morfina, codeína, hidromorfona
Opióides: síntese
Pentazocina, meperidina, metadona, fentanil
Analgesia
Locais de ação analgésica incluem:
cérebro
tronco
encefálico
medula
espinal
terminações
nervosas
periféricas
aferentes
primárias
A alta eficácia analgésica de opióides xenobióticos
Afinidade para os receptores
Postas em prática por opióides endógenos
(encefalinas, β
-endorfina, dinorfinas).
Mecanismo
A maioria dos neurônios reagem aos opióides com uma
hiperpolarização, refletindo um aumento da condutância de K+ .
Redução do influxo de Ca2 + em terminais nervosas
Liberação diminuída de transmissores
Diminuição da atividade sináptica
Dependendo da população afetada de células, esta inibição sináptica traduz-se em um efeito depressor ou excitante.
Medula espinhal: -Inibição da transmissão do impulso nociceptivo Cérebro: -Desinibição do sistema antinociceptivo descendente; -Atenuação de propagação de impulsos; -Inibição da percepção da dor
Efeito analgésico
Opióides
Tratamento da dor
nociceptiva
Câncer
Dor pós-operatória
Principal classe de fármacos
utilizada no controle agudo da dor moderada a intensa.
Classificação da OMS
Opióides fracos: Tramadol,
codeína.
Opióides potentes: Morfina,
oxicodona, fentanil.
Eficácia
Menos eficaz em condições
crônicas.
Apenas parcialmente
eficazes na dor neuropática.
Opióides- potência e atividade
Agonistas naturais: Morfina
Agonista do receptor opióide de ocorrência natural de
maior importância histórica
Dor moderada a intensa
Amplamente utilizada
Administração
Oral- comprimidos LP
Injetáveis- SC e IV Dor do câncer e nas dores agudas intensas
(traumatismo, queimaduras, cirurgias e crise vasoclusiva da anemia falciforme). Intratecal: ação prolongada-hidrofilicidade 31
Morfina
Metabolizada no fígado- diminuição da sua disponibilidade
oral.
No fígado, sofre glicuronidação na posição 3 (m3g) ou 6
(M6G).
Enquanto a m3g é inativa, a m6g possui atividade analgésica.
A m6g é excretada pelo rim e o seu acúmulo em pacientes com
doença renal crônica pode contribuir para a toxicidade do
opióide.
Efeitos indesejáveis
Depressão respiratória Hipotensão Confusão e potencial de abuso ObstipaçãoNáuseas Vômitos Tonteira Cefaléia
Sedação Retençãourinária Prurido Asma grave
Íleo paralítico respiratóriaDepressão Hipoventilação
Obstrução das vias
respiratórias superiores
Agonistas naturais: Codeína
Ocorrência natural
Dor leve a moderada
Muito menos efetiva do que a morfina no tratamento da
dor
Efeitos antitussígeno e antidiarréico
Disponibilidade oral maior do que a morfina
A ação analgésica: desmetilação hepática à morfina, que
possui atividade agonista consideravelmente maior.
Agonistas naturais: Codeína
Oxicodona e hidrocodona: análogos
semi-sintéticos da codeína
Mais efetivos
Disponíveis por via oral
Amplamente utilizados
Acetaminofeno
Efeitos indesejáveis: os mesmos da morfina + risco
de convulsão
Tramadol
• Análogo sintético da codeína • Baixa afinidade pelo receptor μ
• Efeito analgésico: inibição da captação de norepinefrina e
serotonina
• Efeito inicia-se 1 hora após a dose oral e pode durar por até 6
horas
• Tratamento da dor leve e moderada
• Efeitos de opióide em doses 6x maior que a terapêutica
náuseas vômitos tontura boca seca
sedação cabeçador de convulsões 36
Agonistas sintéticos: fenileptilaminas
Metadona
Tratamento de adicção
Controle da dor
Meia-vida de eliminação de 24 horas- interação com
as proteínas plasmáticas
Efeitos analgésicos- 4 a 8 horas.
Alívio prolongado da dor crônica em pacientes
com câncer terminal.
Agonistas sintéticos: fenilpiperidinas
Fentanil
Agonista opióide sintético de ação curta
Dor moderada a intensa
Meia-vida de eliminação comparável à da
morfina
75 a 100 vezes mais potente do que a
morfina.
Agonistas sintéticos: fenilpiperidinas
Alta lipofilicidade- biodisponível através de diversas vias
peculiares:
Pastilhas para administração trasmucosa bucal- pediatria
Via transdérmica
Alfentanil, sufentanil, remifentanil
Agonistas sintéticos: fenilpiperidinas
Meperidina
Um agonista
μcom eficácia analgésica semelhante à da
morfina;
75-100 mg de meperidina equivalem a 10 mg de morfina.
Atividade analgésica reduzida à metade por VO
Disforia
Metabólito tóxico
–normeperidina
Aumento da excitabilidade do SNC e convulsões
Toxicidade renal em uso repetitivo e pacientes renais
Agonistas parciais e mistos
Embora os agonistas dos receptores opióides sejam
predominantemente agonitas
μ…
Agonistas parciais ou agonistas
μ
ou
κ
parciais ou
mistos.
Agonistas
μ
parciais: butorfanol e buprenorfina,
Nalbufina: agonista
λ
com atividade
μ
antagonista.
Butorfanol e buprenorfina
Analgesia semelhante à da morfina, porém com
sintomas eufóricos mais leves.
Nalbufina
Analgésico efetivo- ação nos receptores
κ;
Disforia psicológica indesejável
A tendência reduzida a euforia:
diminuir a probabilidade de comportamento
de abuso de substâncias em indivíduos
susceptíveis.
Caso clínico
JD, um adolescente de 15 anos de idade, sofre graves queimaduras ao tentar escapar de um incêndio em um prédio. As queimaduras extensas são de primeiro e segundo graus e atingiram grande parte do corpo, incluindo uma queimadura local de terceiro grau no antebraço direito. JD chega à emergência com dor intensa e é tratado com morfina intravenosa em doses crescentes, até relatar o desaparecimento da dor. A dose de morfina é então mantida. No dia seguinte, o paciente é submetido a enxerto de pele na região da queimadura de terceiro grau.
Durante a operação, o anestesista administra uma infusão intravenosa contínua de remifentanil, com uma dose de morfina por injeção intravenosa direta 15 minutos antes do término da operação.
Caso clínico
44
No final da cirurgia e nos quatro dias seguintes, JD recebe morfina intravenosa através de um dispositivo de analgesia controlado pelo paciente. À medida que as queimaduras vão cicatrizando, a dose de morfina é reduzida de modo gradativo e, por fim, substituída por um comprimido contendo a associação codeína/acetaminofeno. Três meses depois, JD queixa-se de acentuada perda da sensação ao toque na área do enxerto cutâneo. Descreve também uma sensação de formigamento persistente nessa área, com surtos ocasionais de dor aguda em punhalada. Após encaminhamento a uma clínica especializada em dor, JD recebe gabapentina oral, que reduz parcialmente os sintomas. Entretanto, retorna à clínica dois meses depois sentindo ainda uma dor intensa. Nessa ocasião, acrescenta-se a amitriptilina à gabapentina, e a dor é ainda mais aliviada. Três anos depois, a dor remanescente de JD desapareceu e ele não necessita mais de medicação; entretanto, a falta de sensibilidade no antebraço persiste.
Caso clínico
1. Que mecanismos produziram e mantiveram a dor de JD, que durou desde a exposição ao incêndio até o tratamento inicial?
2. Qual foi o fundamento lógico para a seqüência de medicamentos utilizados durante o enxerto de pele?
3. Por que a morfina teve a sua dose reduzida gradualmente e substituída por um comprimido com associação de codeína/ acetaminofeno?
HEROÍNA
Heroína
Não é um agente terapêutico Receptor μ opióide
Diferenças farmacocinéticas
(morfina)
Mais hidrofóbica.
Atravessa mais rapidamente a
barreira hematoencefálica.
Mecanismo de dependência e
adicção : idêntico ao da morfina e de outros opióides.
“O aumento mais rápido das concentrações encefálicas de heroína provoca uma “onda”
mais forte, o que explica por que a heroína costuma ser mais usada como droga de abuso do que a morfina. “
Antagonistas dos receptores opióides
Reverter os efeitos colaterais potencialmente fatais
da administração de opióides
Depressão respiratória
Naloxona
Derivado sintético da oximorfona
Administrada por via parenteral.
Meia-vida da mais curta que a da morfina
Monitoração do paciente só pode ser afrouxada
quando houver certeza de que a morfina não se
encontra mais no sistema.
Naltrexona
Administrado por via oral
Primariamente utilizado em condições
ambulatoriais-desintoxicação de indivíduos com adicção de opióides
Efeitos indesejáveis:
Arritmias
cardíacas, Hipertensão,hipotensão, Hepatotoxicidade, Edema pulmonar,
Abstinência de
opióides Trombose venosa profunda Embolia pulmonar
Toxicidade opióide aguda
COMA PUPILAS PUNTIFORMES DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA TRATAMENTO SÍNDROME DE ABSTINÊNCIAOutros efeitos
Estreitamento da pupila (miose), estimulando a parte
parassimpática do núcleo oculomotor
Efeitos periféricos: alteração da motilidade e tônus do músculo liso
gastrointestinal; segmentação é reforçada, mas o peristaltismo propulsor é inibido.
O tônus dos músculos do esfíncter é marcadamente elevado
(constipação espástica).
O efeito antidiarreico é utilizada terapeuticamente.
O esvaziamento gástrico é retardado (espasmo do piloro) e
drenagem da bílis e suco pancreático é impedida porque o esfíncter de Oddi contrai.
TOLE-RÂNCIA
Uso repetido de uma dose constante do fármaco resulta
em diminuição de seu efeito terapêutico
Mecanismos moleculares ???
Combinação de regulação gênica e modificação
pós-tradução da atividade dos receptores opióides.
Requer uma mudança de analgésico
Aumento na dose ou freqüência de administração para
DEPEN-DÊNCIA E
ADICÇÃO
Abuso
Injeção por via intravenosa
–
aumento da concentração
no cérebro com maior
rapidez
Efeitos psíquicos ("kick",
"zumbido",
"rush")
intensificados.
Outras vias comuns:
Ópio é fumado;
Heroína pode ser tomada
como rapé
Abuso
57
Uso abusivo
Não cumprimento de obrigações em emprego, escola e em casa
Uso da substancia em situacoes perigosas como dirigir e na operacao de maquinas
Envolvimento com problemas legais relacionados a substância
Continuar o seu uso a despeito das consequencias adversas
Os opióides associados ao aumento mais rápido da
concentração encefálica da droga, inclusive aqueles
administrados por injeção intravenosa, mostram a
maior probabilidade de abuso.
Interrupção súbita do tratamento - síndrome de
abstinência
Adicção- efeito adverso potencial da administração
de opióides.
Dependência - sintomas
59
Manifestações
psicologicas
e
alterações
comportamentais associadas.
Necessidade cada vez maior da substância para obter
o mesmo efeito
Sindrome de abstinencia com a interrupção do uso.
Dependência
Padrão de afinidade Atividade intrínseca
Subtipos individuais de receptores
Variações genéticas dos receptores opióides
Receptores μ- efeitos de bem-estar experimentados durante o
consumo de opiáceos
O potencial viciante é determinada pelas propriedades cinéticas Somente com a rápida entrada da droga no cérebro, a
sensação de euforia pode ser sentida.
Abstinência
Sintomas
Físicos - distúrbios cardiovasculares
Psicológicos - agitação, ansiedade, depressão
Necessidade fisiológica e psicológica de continuar o
uso da droga
Compulsão para aumentar a dose
ESTRUTURA AÇÃO
Medula espinhal
Substância cinzenta periarquidutal Amígdalas
Efeito analgésico
Núcleo coeruleus Amígdala
Sintomas físicos na abstinência
Área tegmental ventral Núcleo accumbens
Recompensa 62
Ativação do sistema de recompensa
Primeira via: área tegmental ventral
Ativação do sistema de recompensa
A segunda via:
nucleus accumbens
.
Os opióides que agem nessa região podem inibir
neurônios GABAérgicos que se projetam de volta
para a área tegmental ventral, talvez como parte de
uma alça de
feedback
inibitória.
Dependência física
Síndrome de abstinência Agitação Ansiedade Calafrios Febre Insônia Perda de peso DURAÇÃO: 5-10 diasCaso clínico
J.B., um homem de 25 anos com história de uso pesado de heroína, é levado ao pronto-socorro de um hospital na periferia de Phoenix com quadro progressivo de náusea, vômito, diarréia, dor muscular e ansiedade há 8 horas. O Sr. B explica que está tentando “deixar o vício” e que “usou” a droga pela última vez há cerca de 24 horas. Ele
mostra necessidade irresistível de consumir heroína, está muito agitado e desconfortável. O exame físico mostra temperatura de 39,5°C, pupilas aumentadas, pressão arterial de 170/95 mmHg e freqüência cardíaca de 108 batimentos por minuto. Apresenta irritabilidade e grande sensibilidade ao toque; as respostas a estímulos dolorosos, como a espetada de um alfinete, são desproporcionais à intensidade do estímulo. O Sr. B é medicado com 20 mg de metadona, um opióide de ação prolongada. Então, sente-se um pouco mais confortável e recebe uma segunda dose de 20 mg, que o deixa bem mais tranqüilo e alivia os sintomas.
Caso clínico
67
Em seguida, o Sr. B é internado em um centro de desintoxicação, onde passa por um programa de tratamento durante 28 dias. Durante a semana subseqüente, a dose de metadona é reduzida em cerca de 20% ao dia. O Sr. B é inscrito no programa dos Narcóticos Anônimos (NA), onde conta sua história de dependência. O início foi lento, com uso apenas algumas vezes ao mês, “em ocasiões especiais”, como ele contou. Com o tempo, porém, ele constatou que o efeito não era tão intenso quanto no início, e passou a usar (por injeção intravenosa) quantidades maiores e com maior freqüência. Por fim, ele estava usando a droga duas vezes ao dia e sentia-se “aprisionado”. Embora o Sr. B considere úteis as sessões dos NA, comparece esporadicamente. Durante as semanas subseqüentes ele apresenta alterações cíclicas do peso, períodos alternados de insônia e ansiedade, e “fissura” por heroína, apesar dos exames de urina negativos para opióides. Dois meses depois, tem uma recaída e volta a usar heroína.
Caso clínico
1. Qual a causa dos sinais e sintomas físicos do Sr. B (isto é, náusea, vômito, febre, aumento das pupilas e hipertensão) quando procurou o pronto-socorro?
2. Por que a abstinência de heroína foi tratada com outro opióide (metadona)?
3. Por que o Sr. B notou que, com o tempo, o efeito da heroína tornou-se menos intenso do que no início?
PROFIS-SIONAIS
DE
SAÚDE
“Vários
estudos mostram que de 10 a 15% dos profissionais
de saude farão uso indevido de drogas durante sua carreira
e, na especialidade médica, 6 a 8% dos médicos tem
transtorno por uso de substâncias, e quando se trata de
alcool, atinge aproximadamente 14%.
”• “Entre
os profissionais de saude, a prevalencia da
dependencia fisica de opioides
–principalmente
fentanil e sufentanil
–é mais alta entre os
anestesiologistas, os medicos socorristas e os
psiquiatras.
”Cenário
72
1883
Populacao médica
Elevado risco de morrer
por complicacoes da
cirrose
ou
por
envenenamento
Aumento da prevalencia
do uso abusivo de drogas
por essa populacao.
1993
Alta prevalencia no uso
de
opioides
por
anestesiologistas.
Outros trabalhos
…
Uso
abusivo
de
substâncias
por
profissionais das mais
diversas especialidades
médicas
Fatores
73 RDC 344/98
Fácil acesso
Auto prescrição
Automedicação
Estresse,
cansaço,
ansiedade, depressão
Jornadas exaustivas
Fatores psicológicos
Pré-disposição genética
Bioquímica, tempo de exposição Prevalência de abuso em determinadas especialidades Anestesiologia Inalação de nanopartículas de sedativos halogenados diariamente durante o ato anestésico Tolerância ao medicamento Abstinência Dependência e/ ou o abuso
Fatores
74
“Conhecer
os principais sinais e sintomas do abuso
de substancias no trabalho é importante para o
diagnóstico precoce e a intervenção efetiva.
Dessa forma, colegas de trabalho podem estar
atentos a mudanças de comportamento do
dependente quimico e contribuir para o tratamento
adequado.
”
76
“O consumo de opioides
normalmente e feito concomitante com o
Tratamento e reabilitação
79
Brasil:
Rede estadual de apoio a medicos dependentes quimicos,
criada em 2002 a partir da parceria entre o cremesp e a
unifesp.
Tratamento farmacológico:
Casos agudos de intoxicação
Crises por abstinencias
Complicações médicas envolvidas
Intervenção psicossocial
Considerações finais
80
Questões éticas
Prescrição racional- dose, período
Retirada gradual
Observar tendências
Limite de acesso