Volume 16 | Number 16
Article 21
10-2009
O itinerário espiritual da Congregação ao longo da
sua história
Adélio Torres Neiva
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Torres Neiva, A. (2009-2010). O itinerário espiritual da Congregação ao longo da sua história. Missão Espiritana, 16-17 (16-17).
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AdélioTorres Neiva*
15*
O
itinerário espiritual
da
Congregação
ao
longo
da
sua
história
1.
A
COMUNIDADE
DAS
ORIGENS
Os
"Regulamentos"
de Poullartdes Places são afontedeinspi-ração para as primeiras Regras da
Congregação
de 1734.Da
Regra
das origensque
Poullartdes Placesdeveterelaborado,restam apenas
umas
pequenas
referências.As
característicasfundamentais
destesRegulamentos
são:I.
Uma
comunidade de oração.-
que
viveuma
consagração especialaoEspírito Santo;-
que
ama
ternamente
Maria
concebidasem
pecado, sob cujapro-tecção, todos os
membros
são consagrados aoEspíritoSanto;-
uma
vidaeucarística euma
vivêncialitúrgicaesmeradas;-
com
um
espíritode oraçãoque anima
o diainteiro, vivendointen-sãmente
apresençado
EspíritoSanto
ebuscando continuamente
avontade de Deus.
2.
Uma
comunidade depobres."Uma
Os
aspirantesdevem
serpobresevivercomo
pobres,preparan- comunidadededo-se para preferir e assumir
com
alegria as tarefas mais humildes pobres."com
uma
totaldisponibilidade evangélica."Uma
comunidadede oração."
Adélio Torres Neiva, missionárioespiritano, licenciadoemHistória pela
Universidade deCoimbra,professorde MissiologianaUniversidadeCatólica,Chefe
deRedacção darevistaPortugalemAfrica,DirectordaRevista Encontro. Foi
Conselheiro GeraldaCongregação doEspíritoSantode 1974a1986etemescrito
várioslivros,dezenas deartigoseproferidocentenas deconferências,merecendo
particulardestaqueaHistoriadaProvíncia Portuguesa.ActualmenteéoRedactor
chefedarevista"MissãoEspiritana"
"Uma
3.Uma
comunidadeapostólica.comunidade
O
fimda
sociedade é formar sacerdotes para os ministériosapostólica." mais humildes, desprendidos dos bens
do
mundo,
dispostos a irparaonde
os bispos osenviarem; sacerdotes,com
ciênciae virtude,capa-zes de exercerdignae eficazmenteoministériopastoral.
"Uma
4.Uma
comunidadefraterna.comunidade Poullartdes Placesquer
que
reineem
casauma
grandeatmos-fraterna." fera de caridade entre todos, de respeito
mútuo,
de atenção aosou-tros e de simplicidade, disposições
que
hão-deacompanhar
os maispequenos
detalhes e atitudes,na
linguagem,no
trato,com uma
cari-dade
particularparacom
os doentes.Os
traçosfundamentais
destacomunidade
são portanto:-
a consagração edoação
total aDeus
com
docilidade ao EspíritoSanto, soba tutela de
Maria
concebidasem
pecado;-
ciênciae virtude intensasparaum
apostolado autênticoe eficaz;-
uma
mística de pobreza espiritual ematerialque
permita viverem
profundidade aunião
com
Deus;-
um
zelo apostólico ardente para preferir eamar
com
alegria,em
permanente
disponibilidade, os lugares mais humildesna
Igreja,aqueles
que
ninguém
quer,inclusive, entre osinfiéis.Poullart des Places,por
recomendação
dosJesuítas, conseguiuautorização
do
Arcebispo de Paris para abriruma
casana
Rua
desCordiers para seminaristas. Esta casapodia serlegalmente
uma
casade caridade
ou
um
semináriomas
não
uma
comunidade
religiosaou
uma
congregação,poisparaissoprecisavadasCartas Patentesdo
rei,segundo
uma
leique
vigoravadesde 1666.Sabemos
que
na
verdade,essa casa era mais
que
um
seminário e tinha todos os contornos deuma
comunidade
religiosa, pois aelaeram
admitidosleigos,como
oalfaiate e o cozinheiro,
que
se inseriamna
dinâmicado
grupo.O
nome
que
aparece nosRegulamentos
ésempre
casa.Por aqui
vemos
que
a herançaque recebemos
de PoullartdesPlacesfoimais
um
espíritoque
uma
comunidade
religiosa.Efectiva-mente
osRegulamentos
não
falam de votos religiosos,embora
te-nham
um
artigo sobre a modéstia, outro sobre a obediência e sãomuito
exigentes a respeitodapobreza.O
P. Louis Bouic,segundo
sucessor de Poullart des Places eSuperiorGeral durante 53 anos,foio instrumento providencial para consolidar sua obra.Bouicdepressa assimilouoespírito
do
fundador,tanto mais
que
se fez rodear decompanheiros contemporâneos
dePoullartdes Places: os PP. Pierre Caris,
que
foioecónomo
da
comu-nidade durante muitos anos e o P.
Thomas,
que
viria a escrever aprimeirabiografia
do
fundador.AdélioTorresNeiva
A
Bouicdevemos:-
oreconhecimento
legal daCongregação
pelo rei da França, LuísXV,
através dasCartas Patentes de 25 deMarço
de 1726;-
aredacção das primeirasRegras e Constituições.daCongregação;-
aaprovação canónicadestas RegraspeloArcebispo de ParisMons.
William deVintimille
em
1734;-
o estabelecimentodo
Semináriodo
EspíritoSanto
em
edifíciopró-prio
na
rua des Postes (hojeRua Lhomond)
;
-
a abertura dos Espiritanos às missões longínquas,nomeadamente
às missões
no
Ultramar e às missões entreos infiéis.As
"Cartas Patentes" de1726
dão-nos a primeira formulaçãodo que
os imediatos sucessores de Poullart des Places criam ser osobjectivosda
comunidade
edo
semináriodo
EspíritoSanto.O
textofalade
uma
fundaçãoem
1703 e deum
estabelecimento consagrado aoEspíritoSanto
e àVirgem Maria
concebidasem
pecado,cujafina-lidade era "formar, mediante
uma
vida dura, laboriosae desinteressada,vigários, missionários e eclesiásticos que sirvam nos hospitais, nas
paró-quiaspobresenospostosabandonados paraosquais osBisposnão
encon-tramninguém'. 23
Em
1733, Bouic, assistido por quatro directoresdo
Seminárioentre osquais os PP. Caris e
Thomas
que estavam
no
semináriodes-de o
ano
de 1704, primeirocomo
alunos, depoiscomo
directores,lançaram
mãos
à obra paracompor
asRegras.O
seu objectivo era juntar aoselementosjácontidosnosRegu-lamentos Gerais e Particulares de Poullart des Places, os usos
não
escritos
que
tivessem sido adoptados,permanecendo
inteiramentefiéis aoespírito
do
fundador.Estes estatutos
foram
aprovados porMons.
Vintimille,Arce-bispo de Paris e sucessor
do
Cardeal de Nouailles, a 2 de Janeiro de 1734com
o título latinode "RegraseConstituições daSociedade eSe-minário do Espírito Santo sob a tutela da Virgem Imaculada1
4
com
acondição da Sociedade ficarsob a suajurisdição.
A
30
de Julho de 1734 aCâmara
dasContas
registava asCar-tas Patentes
do
Rei ereconhecia, portanto, a existêncialegaldaCo-munidade.
Nestas Regras, a
comunidade
é reconhecidacomo
Sociedade,sujeita à jurisdição imediata
do
Arcebispo de Paris e seus sucessores.De
notarque
os bispos,em
geral,não
favoreciamafundação de novas congregações eopunham-se
à emissão de Votos, sobretudo osVotos
Solenes,poisissolimitava a suajurisdiçãosobreeles.Os
própriosvotossimples, então quase sempre privados,
eram
muitasvezes obstáculo àNotesetDocuments.Comp. 1703-1914p.3-6
JosephMichelPoullart des Placesp 218-219;RamosSeixas.AntologiaEspiritaria
lp.212
"O
seuperfil espiritual éo deuma
congregação religiosaem
todas assuas coordenadas: espiritualidade, organizaçãoe formação."Os
trêsgrandes traçosda espiritualidade espiritanapodem
resumir-seem:união
com
Deus, desprezodomundo
eserviçoaosmaispobres.
sua aprovação. Para prevenirconflitos, a maior parte dosfundadores renunciava a
impor
Votos
aos seus discípulos.Os
termos Irmãos,Co-munidade, Regras, Votosprovocavaalergia
na
Corteena
Cúria.5O
seu perfil espiritual é o deuma
congregação religiosaem
todas assuas coordenadas: espiritualidade, organizaçãoe formação. Nestas RegrasaSociedadeé apresentada
como
tendo porfina-lidade educar os clérigos pobres no zelo e na disciplina eclesiástica e no
amor
fiel, nas virtudes principalmente na obediência e napobreza, para queestejamnasmãos
dos Prelados,preparadosparatudo, paraservirnoshospitais, evangelizar os pobres, inclusiveos infiéis, nãosó apreferir
mas
a
amar
detodoo coraçãoas tarefaseclesiásticasparaas suais dificilmenteseencontramobreiros (Cap. I).
O
que deve
caracterizaros padresque
saem
do
Seminário é asua disponibilidade total (paratus ad omnia) nas
mãos
dos Prelados.Esta disponibilidade deve-os tornar aptos
não
só para aceitarmas
também
paraamar
de todo o coraçãoe preferir a todos os outros, osministérios eclesiásticos mais humildes e os mais penosos, para os
quais dificilmente se
encontram
obreiros.O
texto precisa estasfun-ções: oserviçodoshospitais, anunciar o
Evangelho
aospobresemes-mo
entre os infiéis,um
horizontenovo
na vocação
espiritana.O
núcleoda
sua espiritualidade desbobina-se através dasse-guintes linhas deforça:
1. Consagração ao Espírito Santo,
com
totalentrega, docilidadeeadoração;paraseremanimadospelofogo
do amor
divinoecom
renova-ção anual destaconsagração
no
diado
Pentecostes.A
fórmulada con-sagraçãoé amesma
dePoullartdes Places de 27 deMaio
de 1703.2. Filial devoção a
Maria
Imaculada,com
plena docilidade aoEspíritoSanto;
com
uma
vidade purezaangelical.3. Espírito apostólico: vivido
em
profunda uniãocom
Deus
aoserviço dosmais pobres.
4. Disponibilidade evangélica:
O
núcleovital da espiritualidadeespiritana é a disponibilidade.
A
Regra de 1734,que
é a versãoque
actualiza a Regradas Origens (1706) apresenta o carismaespiritano
como
um
carisma de disponibilidade evangélicana
fidelidade ao Es-pírito parao serviçodos pobres.Muitos
dos tesouros datradiçãoes-piritana são traduzidos
em
expressõesque
atravessaram sucessivasgerações durantetrezentos anos dehistória,
como
porexemplo:"um
só coraçãoe
uma
só alma", "preparados para tudo", "oslugares maisabandonados na
Igrejade Deus, paraos quais dificilmenteseencon-tram
obreiros".Os
trêsgrandes traçosda
espiritualidade espiritanapodem
re-sumir-se
em:
uniãocom
Deus, desprezodo
mundo
e serviço aosmaispobres.
O
P. Besnard,na
suabiografiade Luís Grignion de Monfort,define assim aespiritualidade dos Espiritanos: "Formados
em
todas as5
Joseph Michel. Poullart des Placesp 218-219;RamosSeixas.Antologia Espiritana
lp.212
Adélio TorresNeiva
funções doministério sagradoeno exercíciode todas as virtudes, têm
um
elevado espírito de desprendimento, de zelo, de obediência; dedicam-seàs necessidades da Igreja,
sem
outro cuidado a não ser dea servir e de lheseremúteis.
Nas
mãos
dosSuperiores imediatos, aoprimeiro sinaldasua vontade (sempre segundo obeneplácitodosBispos)formam
como
queum
corpo de tropas auxiliares, sempre dispostos a irpara onde haja almas a
salvar, dedicando-se preferentemente à
Obra
das Missões, tantoestran-geiras
como
nacionais. Oferecem-se pararesidirnos lugaresmais pobres,mais abandonados, para osquais dificilmentese encontramobreiros. Se é necessário mergulhar
numa
zona rural ou enterrar-se nos recônditos deum
hospital, ensinarnum
colégio ounum
seminário, dirigiruma
comuni-dadepobre, ainda queseja necessário atravessar os mares e iratéaofim
do
mundo
paraganharuma
alma
paraJesus Cristo, a suadivisa é: ecceego, mitte
me
(Is. 6.8)...aqui estou, enviai-me\ò
5.
Abandono
total econfiantena
Providência de Deus.6. Espírito de simplicidade e pobreza pessoal, partilhando
com
alegriaa fraternidade, as privações e os postosmais difíceis.
É
amís-tica da pobreza dePoullartdes Places.
7. Profunda vida eucarísticaeesmeradavivêncialitúrgica.
8. Sólidaformaçãointelectual, ortodoxiadoutrinal e fidelidadeàIgreja. 7
Segundo
Koren, os dois elementos fundamentaisdo
carismaespiritano,
segundo
as Regras de1734
são a disponibilidadeevangé-lica e a atenção ao Espírito
Santo
manifestado nas circunstâncias concretas davida.1
.
A
disponibilidadeevangélicaA
primeira característicado
carisma espiritano das origens ésem
dúvida a disponibilidade evangélica. Esta disponibilidadetem
dois aspectos:
O
primeiro é a disponibilidade paracom
Nosso
Se-nhor:nós
colocamo-nos
diantedeDeus
paranospormos
à suadispo-sição. "Eis-me aqui, Senhor".
Em
segundo
lugardisponibilidadeparacom
osirmãos: "Eis-me aqui, enviai-me".Tal é a base da nossavidaapostólica.
Esta dupla disponibilidade implica antes de mais
uma
intimi-dade
com
Deus,através da oraçãoe da pobreza evangélica.O
segundo elemento da
disponibilidade é a pobrezaevangéli-ca,
na
sua dupla dimensão: pobreza material e pobreza espiritualA
pobreza espiritual manifesta-se sobretudo por
uma
atençãoperma-nente deaberturaao
mundo:
é a abertura aos sinais dos tempos.2.
A
atençãoao EspíritoSantonoquotidiano davida.E
a atenção ao EspíritoSanto
que
permite discerniroscami-nhos
e os apelos de Deus.A
abertura aos sinais dos tempos é parte"A
disponi-bilidade evangélica.""A
atenção ao EspíritoSanto noquotidiano davida." 6BesnardinKorenLesSpiritainsp286-288
7 Ramos
constitutiva
da
nossaespiritualidade.Maria
é omodelo
destaabertu-raaos sinais de
Deus
e aostempos
novos.82.
A
ABERTURA
ÀS
MISSÕES
LONGÍNQUAS
Uma
das novidades das Regras de1734
foi aaberturada
So-ciedade às missões longínquas.É
aprimeiramenção
específica dasmissões longínquas nas nossas Regras. Se o
fundador
não
fazmen-ção deste
campo
de apostolado,não
éporque
não
tivessepensado
nele; defacto
sabemos
que,no
momento
da
suaconversãoele
con-fessou pensar
em
consagrar a sua vida aos infiéis.Mas
no
séculoXVIII
os Espiritanosnão
podiam
ir para as missões anão
ser porintermédio das MissõesEstrangeiras; oraeste instituto era
acusado
de Jansenismo.
Mas
logoque
ascircunstâncias permitirama idadosEspiritanos para as missões, eles
imediatamente
se abriram a estafronteira. Isto
aconteceu porque
em
1732
o bispodo
Quebec
se dirigiu aoSeminário
do
EspíritoSanto
a pedir missionários para asuadiocese.
Assim
se abririaum
processoque
acabariaporvoltar osEspiritanos
decididamente
para as colónias francesase para asmis-sões longínquas.
3.
A
VOCAÇÃO
MISSIONÁRIA
DA CONGREGAÇÃO
Esta abertura de horizontes
no campo
apostólico, interessoumuito
àPropaganda
Fide,que acabou
por pedir paraconhecer
asRegraseConstituiçõesdosEspiritanos.Aproveitou-se então para
pe-dira aprovação da SantaSé,
que
foi obtidaa 11 deJaneiro de 1824.Porestedecreto
da
Propaganda, aCongregação
era elevadaaSocie-dade
canonicamente
instituída,dependendo
da
Santa Séeactuando
sobre a jurisdição
da
Propaganda
para "tudo oque
diz respeito àsmissões, presentes e futuras".9
Canonicamente
aSociedade continu-ava sujeitaà autoridade diocesanano
que
se referia àCasa Mãe,
ao Seminário,e eleiçãodo
superior.Como
ocampo
das missõeslongín-quas ultrapassava a jurisdição
do
Arcebispo de Paris, nestedomínio
a Sociedade estava
dependente
da SantaSé.Esta
mudança
de agulhainiciouum
processoque
só terminariacom
o decreto daPropaganda
em
1855,em
que
aSociedadepassariadeSociedade de
Vida
Apostólica, aCongregação
Religiosa.Em
1856 aparecerãoas novasRegras eConstituiçõesda Congregação do EspíritoSanto, agora totalmente
dependentes
da SantaSé.Nestas novas Regras o fim da Sociedade
em
nada mudou,
poiscontinuaa ser"educaros clérigospobres"prontos paraqualquer traba-lho.
No
entanto,como
a partirde 1802, aConcordata
forneciabolsasHenry KorenEssaisurlecharismespiritainaufildel'histoirede 1703 àl839, in
ChristiandeMaré.Auxracinesdel'arhre spiritainep. 179-180
RamosSeixasIp.287
AdélioTorresNeiva
de estudo a todos os seminaristas de França e os bispos diocesanos
começam
a assumiro encargo da formaçãodos estudantes pobres das suas dioceses, o Semináriodo
Espírito Santo, segundo aOrdenação
Realde 1819 foiespecialmente encarregado de formarpadres para as
colóniasfrancesas, ficandoa chamar-seSeminárioColonial.
E
portantode presumirque,com
estaorientaçãodo
Seminário cadavez mais exclusivamente missionária, a cláusulada pobrezaco-meçasse a sercada vez
menos
relevante. Jána Regra
de 1734, a po-breza era aúltima das trêscondições para a admissão.Que
pensardesta orientaçãocadavezmaismissionáriaa partirde
1734
edo
seu carácter exclusivamente missionário a partir daRevolução
Francesa?Na
sua cartade 27 deDezembro
de 1855,oP.Schwindenham-mer
falade desviodo
fim primitivo da Congregação.Mas
talvez sejamaisjustofalarde evoluçãoprogressiva, devidoàs novas
circunstân-cias.
Com
efeito, as circunstânciasque tinham motivado
afundaçãodo
Seminário de Poullart des Placestinham
progressivamentedesa-parecido durante o século
XVIII
e sobretudo depois da Revolução,com
a criação dos Seminários maiores, taiscomo
hoje osconhece-mos. Bolsas de estudo abriamas portas aos seminaristas pobres.
Diantedesta evolução, é natural
que
osdirectoresdo
Seminá-rio
tenham
procurado para os seus alunos, sectores de apostolado,fora
do quadro
dos seminários diocesanos,ou
seja, as missõesem
geral,
como
indica aRegra de1734
edepois, deuma
maneira
precisa,as missões confiadas àCongregação.
com
estaorientação
do Seminário cadavezmais exclusivamente
missionária, a cláusula
dapobreza
começaaser
cadavezmenos
relevante."
4.
OS
ANOS
DA
CRISE
E
O
PROJECTO FOURDINIER
A
organizaçãodas missões coloniais deixavamuito
adesejar.O
Seminário
fornecia padres para as colónias,mas
uma
vez saídosdo
seminário, os antigos alunosescapavam
à autoridade superiorque
não
tinhanenhum
poder
sobre eles, apesarde ter aresponsabi-lidade.
Muitas
vezeseram
mesmo
obrigados amandar
para as mis-sões padresque
vinham
directamente das suas dioceses de origem.Havia
queixas sobre otestemunho
apostólico negativo destespa-dres,
mas
o superiornada
podia fazer:não
os podiachamar
nem
fazer
mudar
de lugar.O
novo
SuperiorGeral,P.Fourdinier, eleitoem
1832,queren-do
reformar o clerodas colóniasconcebeu
o projectode associarto-dosestespadresà Congregação. FicariamsujeitosaoSuperior,
segui-riam aRegra
com
exercícios regulares.Cada
membro
deveria prestarobediência ao Superior Geral,
que
o poderiachamar
para a Françaou
fazê-lomudar
de lugar.Viveriam
em
comunidade
com
um
supe-rior local.
Os
bensdeveriam
serpostosem
comum
e oque
sobejasseseria enviado para o Prefeito Apostólico
que
eratambém
osuperiorlocal. Este guardaria
um
terço paraamissãoemandaria
o restoparare-cebia roupa para vestir e os estipêndios da missa.
O
restodo fundo
pertencia, à Congregação.10Diante da oposição dosPrefeitosApostólicos
que
não estavam
interessadoem
ter outraautoridade superiorà deles e diante dasre-ticências
do
Arcebispo de Paris e dos próprios padres, este projectonão
vingou.Então
Fourdinier procurouuma
solução mais branda,publi-cando
o livro "Excerta ex Regulis et Constitutionibus Sodalitii SanctiSpitritus sub Imaculatae Virginis tutela"
em
que
acrescentaumas
pe-quenas
modificações àrevisãodaRegra
de 1824. Nelasse relaxaum
pouco
a pobreza,introduzindoapossibilidadedecadaum
poderreterum
pecúlioou
dinheiro próprio.Cada
um
poderiaguardarum
pouco
de dinheiro,
bem
como
o estipêndio de missa para roupa e outrasdespesaspessoais.
Uma
outra modificaçãoeraque
aSociedade tinhaaresponsa-bilidade das missões nas colónias francesas, tanto pelos seus
mem-bros
como
pelospadresformados
para issono
Seminário.11Logo
após amorte
de Fourdinier.em
1845, foifeitauma
nova
revisão das Regras
que
eraidêntica à de 1824,com
o acrescento dosExcerta de Fourdinier 12
A
modificação relativamente às anteriores
era
muito
pequena.5.
RELANÇAMENTO
DA
CONGREGAÇÃO.
A
REGRA
DE
1848:A
MISSÃO UNIVERSAL
A
seguiraFourdinierfoisuperiorgeraloP.Leguay
(o P.War-net foi apenas superior interino),
que
nem
sequer eramembro
do
Instituto e por isso foinecessário pedir a respectiva dispensa àSanta
Sé. Era
um
bom
amigo do
Seminário eem
geralconcordava
com
aspolíticas dosseus predecessores.
Leguay
estudou o textodas Regras e Constituições e concluiuque
elasprecisavam deuma
reformasubstancial.A
Congregação
de1847 erajá
muito
diferenteda
de 1724.Temos
asActas
deuma
reu-nião
do Conselho
Geral de 14 deDezembro
de 1847em
que
sãoapresentados os motivos
que
inspiravam asmudanças
introduzidasna
ediçãodasRegrasde 1848.A
cópiadestaminuta
foienviada paraa
Propaganda juntamente
com
otexto das Constituições eajudam-nosafazero estudo
do
texto.Segundo
estasminutas, a Congregaçãono
princípioerauma
So-ciedade dePadres cujafinalidade eraprepararjovensparao sacerdócio que,devidoàsua pobreza,
não
podiam
pagarasdespesasno
seminário.Era
uma
Congregação puramente
diocesana,que
não
podiaenviar os seus
membros
para forada diocese de Paris; os estudantesNDIXp. h7
ND. IX ap.66
ND
IX ap.3-7Adélio TorresNeiva
que deixavam
o seminárioiam
trabalhar para outras dioceses deFrançae paraas missões
mas
não
eram membros
da Congregação.Há
muito, sobretudodesde 1816, aCongregação
jánão
traba-lhava exclusivamente
com
estudantes pobres,mas
admitiaestudan-tes
da
classemédia
emesmo
ricos.Também
desde essa data deixoudeenviaros estudantesparaos hospícios
ou
paróquiaspobres,como
ofizera
no
passado.Desde 1816
aCongregação
foi encarregadadefornecer opes-soal para as colónias francesas,
mesmo
para cargos mais elevados eisto
com
apermissãoda SantaSé.Para
cumprimento
destamissão o Semináriofoiobrigadoare-crutar padres nas várias dioceses,
bem como
estudantesdo
seupró-prioseminário.
Os
que não
pertenciamàCongregação estavam
ordi-nariamente
menos
bem
preparados,menos
disciplinados emenos
bem
dirigidos.A
Congregação
só deveria aceitar candidatos para o noviciadoque
quisessempassarpeloseminárioeque
fossemdestina-dos aser
membros
da Congregação.Esta
Congregação
deveria portanto sercompletamente
dife-renteda
Congregação do
EspíritoSanto
original,poisque
tinhauma
finalidade diferente. Precisavade deixardesercongregação
diocesa-na,
dependente do
Arcebispo de Paris,para sercongregaçãoapostó-lica,
dependente
directamenteda Propaganda.Para a
mudança
da sua finalidade bastavamudar
a palavra"clérigos"por
"membros".
Assim, o seminário
não
deviaaceitarsenãoaspirantes aespiri-tanose os padres das colónias seriamconvidados a filiar-se
na
Con-gregação.
Para facilitar as coisas, instituir-se-ia
uma
Segunda
Ordem,
cujos
membros
só ficariamunidos àCongregação
porlaçosespiritu-ais
enquanto
os da PrimeiraOrdem
poriam
em
comum
oque
sobe-jassedos honorários das missase dos rendimentos
do
ministério,de-pois de reterem o
que
lhesfizesse falta,sem
necessidadede dar contadasdespesasfeitas.Era
um
grave entorse àRegra
de 1734,que
previa apartilhacomum
de todos os fundos, encarregando-se a Sociedade deprovidenciar a tudo oque
fossenecessário. Esteprojectoadopta-do
peloConselho
Geral a 14 deDezembro
de 1847 foisubmetido
aRoma,
que aprovou
asNovas
Regras a 1 1 deMarço
de 1848.O
fimda Congregação,talcomo
aparecenestasRegras apresentaalgumasdiferençasrelativamenteàsRegrasde 1734ede1824.
O
fimdo
Institutojá
não
éformarclérigospobres,mas
formarmembros
(sodales),o quese
compreende
poisquesepretendia enviarparaasmissões todosos
membros
(da 1-e da 2-Ordem)
da Congregação.O
errofoimudar
simplesmente
uma
palavra (membrosem
vezdeclérigos)quando
eratodaafrasequedeveriatersido
mudada.
O
P.Libermann
diriamaistardequeo nosso fim
não
é simplesmente formarmembros
nessas virtudes,mas
abraçar as obras apostólicas que nos são propostas.
É
para isso que seformam
osmembros:
aformaçãonão
éum
fimmas
um
meio.Mas
sóem
"Desde 1816a Congregaçãofoi encarregadade forneceropessoal paraascolónias francesas"
"o nosso fimnão
é simplesmente
formarmembros
nessas virtudes,
masabraçaras
obrasapostólicas
que nos são
1922 é que as Regras passarão adizerque "aCongregação
tem
por fim próprioe distintivo os ministérios humildese penosos".Aqui
o fim continua a ser "aformação dosmembros
no zelo e nadisciplinaeclesiástica,
amor
dasvirtudes, sobretudodaobediênciaedapobre-za,para queestejamdispostosatudo,nasmãosdos Prelados,paraevangelizar
ospobres
em
qualquerparte, inclusiveentre os infiéis,nãosó aceitandocomo
preferindoe
amando
as tarefas eclesiásticasmais humildese mais laboriosas.Finalmente,formaredirigiros clérigosnosseminários diocesanos, cujos bispos
nos
chamem.
13Esta
pequena
palavra"mesmo
osinfiéis"tem
um
grandealcance pois que foi acrescentado "ubicumque",
ou
seja:em
qualquerparte. "Evangelizarospobreseosinfiéisonde quer queelesestejam'
-
o quedá aoinstituto
uma
vocaçãomissionária universal:Em
todaparteonde
hajapobreseinfiéis-
ficariaaserohorizonte davocaçãoespiritam.Uma
frasenova
terminaaalínea:"Enfim,a Congregaçãoencarregar-se-ádadirecçãodos semináriosdiocesanos,quandoos bispososolicitarem".
Desde
1737, os Espiritanostinham
dirigido durante algunsanos os seminários de
Meaux
eVerdun
eem
1777tinham
aceitadoem
princípiodirigiro seminárioda
Córsega.Havia
portantouma
tra-diçãoespiritana nesta vertente.
Duas
hipótesespodem
justificaresteacrescentoàsRegras:dei-xar aos Espiritanos
uma
porta aberta, caso esta reorganizaçãonão
resultasse
ou
então,na
hipótese de as missões coloniais lhesserem
retiradas
terem
um
campo
de acçãoou
aindaahipótesedesecoloca-rem
aoserviçodas igrejasde Françanuma
alturaem
que
ogalicanis-mo
estavaem
nítido recuo.O
seminário eraum
dos centros maisactivos
do
ultramontanismo:era possívelque
certosbisposque
tives-sem
frequentado o semináriodo
EspíritoSanto
viessemachamar
osEspiritanos paradirigiros seus seminários. Esta cláusulavirá asersuprimida
em
1855.De
notar ainda a obrigatoriedadeda
vida comunitária,recen-temente
introduzida.Relançava-se
também
o podercentraldo
qualdependiam
tan-to osmissionárioscomo
os superiores eclesiásticos.O
ponto
débildestasRegras era a práticadapobreza:oshono-rários seriam deixados aoarbítriode cada
um,
com
asimplescondi-çãode entregarosupérfluo
no
fimdo ano
para a caixacomum.
Também
a existência deuma
"segundaordem" que
só tinhavínculos espirituais
com
aCongregação
não
estavaaindadigerida.Foi
também
decididofazer, ao ladoda
versãolatina,como
ha-bitualmentesefazia,
uma
versãoem
francês,que
deveriatambém
seraprovada pelaSantaSé.
EstaRegrafoiaprovada
em
21 deFevereirode 1848,quando
oP.
Leguay
já tinha resignadoem
favordo
P.Monnet
eLibermann
tinhajáfeitoasua aparição. EfectivamenteoP.
Monnet
com
as suas13
ND
IX.Apêndicep. 180-192
Adélio TorresNeiva
ideias
em
favor da abolição da escravatura tinha mais hipótese degarantir asboasgraças
do
Governo
paracom
a Congregação.6.
A
HERANÇA
DE
UM
ESPIRITO
De
PoullartdesPlaces,dizHenri Koren, recebemos maisum
espí-ritoqueuma
estrutura. Durante quase 150 anosaCongregaçãodo
Espí-rito Santofoi mais
um
movimento
queuma
organização equando
em
1734elaassumiu
uma
estruturavisível, necessáriaparaaceitarolegadoda
Rua
Lhomomd,
esta estrutura consistiaapenasnum
corpo defactoresrequeridospela leicivilpara quepudesse terpersonalidadejurídica.
Os
directores
não
faziampromessasnem
votosdereligião,mas
apenassubs-creviam
um
contratoem
quesecomprometiam
a observaros estatutos,que,deresto,
eram
deextremaconcisão.Istopermitiu-lhesexercercom
zelo
uma
grande diversidade deactividadespastorais, incluindo asmis-sões
no Extremo
Orienteeno
Novo
Mundo.
Como
diz Koren, o vigor desta fundação,não
provinha da suaorganização
mas
do
seu carisma.Todos
os seusmembros
eram
reco-nhecidos
como
espiritanos,sem
que
precisassem de assumirqualquercompromisso
religioso, anão
ser odo
seu sacerdócio.O
que
tinham
em
comum
eraamesma
concepção do
sacerdócio. Serpadrepara elessignificava
uma
disponibilidade evangélicana
obediência ao Espíritopara o serviçodosmaispobres e abandonados,
acompanhada
deuma
pobrezavoluntáriae exigente.Sem
dúvidaque
elespensavam que
vi-ver esta
concepção do
sacerdócio bastava paralhes fazer viver a vidareligiosa
na
sua radicalidade eque
os seus compromissos apostólicosnão
precisavam de qualquer votoou
promessa.O
que
osmotivavanão
era o quadro legal,
mas
a fidelidade ao Espíritoque
oscomprometia
com
os pobres.A
situação daCongregação
depois daRevolução
Francesamostraráa suafragilidaderesultante
do
facto deela sermaisum
mo-vimento que
uma
organizaçãoou
seja:um
instituto estruturado.A
Congregação nada
tinha previstoparaasuaexpansão
ecrescimento:ela
não
tinha estruturasjurídicassuficientesparaexercer asuaauto-ridade sobre ospadres
que
formava: estes,uma
vezformados,deixa-vam
o Seminário e aCongregação
perdia o poder sobre eles enão
tinhaquadrossuficientesparasemanter.O
seuespíritopodiaperma-necervivo,
mas
não
tinha forçasuficienteparaevitaroseu declínio.Essefoio
drama
de Fourdinierque Leguay
herdou. M"O
que tinhamem
comum
era a
mesma
concepção do
sacerdócio. Ser
padre paraeles
significava
uma
disponibilidade evangélicana obediênciaao Espíritopara oserviçodos mais pobrese abandonados, acompanhada deuma
pobreza voluntáriae exigente."7.
A
GÉNESE
DA
REGRA
PROVISÓRIA
(1840 -1849)A
RegraProvisóriade1840
é otexto inspiradorna
suapurezaoriginal
do
projecto missionáriode Libermann. Este textocompleta-14 Henry
Koren, Essai surlecharismespiritainaufildel'histoirede 1703 a 1839,
O
itinerárioespiritualdaCongregação ao longoda suahistóriase
com
oscomentáriosque
elemesmo
fezaosnoviçosem
La
Neuvil-le,
com
onome
de "Glosas".EstaRegra
tem
asua baseem
doisdocumentos:
oMemorial
de Le Vavasseur aM.
Galais, directordo
Seminário de S. Sulpícioem
Issy(1839) I5
eo
Memorial
deLibermann
aoSecretáriodaPropagan-da
em
1840,16em
que
lhe pedia autorizaçãopara formaruma
comu-nidade parair
em
auxíliodos povosabandonados
deBourbon
e deS.Domingos.
Le
Vavaseur
discutira as suas ideias sobre o seu projectocom
dois professores
do
seminário de S. Sulpício, Galais e Pinault, ecom
o P. Desgenettes, reitor de
Nossa Senhora
dasVitórias. EsteMemo-rial de Le
Vavasseur
insistiaem
três pontos essenciaisque
seriamretomados
na Regra
Provisóriae nosRegulamentos
de 1849:1
Uma
obraem
favordos maisabandonados
e maiscarencia-dos de assistência pastoral;
2. avidade
comunidade
com
obediênciaaum
superior;3. a prática da pobreza e
da
obediência,no
contexto deuma
Regra,acolhida pelos
membros
eem
dependência
da SantaSé.O
Memorial
deLibermann
àPropaganda17tinha
como
objectivo:1.
A
salvaçãodo
negros,que
entãoeram
os mais miseráveis emais
abandonados na
Igreja de Deus,nomeadamente
os das ilhasBourbon
e S.Domingos;
2. a vida de
comunidade
e adependência
da Santa Sé,em
correspondência
com
oMemorial
de Le Vavasseur.Segundo
Libermann não
haviana
Igrejaaindanenhuma
con-gregação
com
esta finalidade.As
grandes linhas de força destaRegra
Provisória são asse-guintes:
1.
O
fimda
Sociedadedo
Coração
deMaria
era anunciar oEvangelho
e estabelecer oReino
deDeus
entre os mais pobres eabandonados
na
Igreja de Deus. (Art.l e 5). Portanto, objectivosidênticos aos de Poullart des Places. Trata-se de
uma
congregaçãoapostólicae
não
simplesmente para santificação dosseusmembros.
2.
O
que
nos distingue de todos osoutros obreirosdo
Senhor,é
uma
consagraçãomuito
especialde todoe cadaum
dosseusmem-bros, detodas asobrase trabalhos, ao
Coração eminentemente
apos-tólicode Maria,
modelo
perfeitodo
zelo apostólico (cap. II, art. 3).3.
Os
espaçosda
missão:aCongregação
édestinadaàsmissõeslongínquas e àsmissõesestrangeiras, concretamente, aos negros,
que
são hoje os mais pobresna
Igreja deDeus
(Cap. III).Na
Europa
sódevem
permanecer
aoserviço das missões longínquas.4.
Na
segunda
parte são relevados os valoresque
fazem a sua15
ND
II p.63-67 16 ND. IIp.69-76 17 ND. IIp 68-76 missãoespiritariaAdélio TorresNeiva
espiritualidade. Três coisas constituema espiritualidade da
Congre-gação: a vida comunitária, o apostolado e o espírito de religião
ou
consagraçãoaDeus:Seriadedesejar
que
todos fizessemos trêsvotos,que
nesse caso, serão feitosem
particular.De
qualquermodo
paraentrar
na Congregação
é exigidoum
acto solene de consagração eentrega a Deus.
Depois de desenvolver a doutrina e a prática dos três votos,
(pobreza, castidadee obediência) aRegrapassaparaa vidade
comu-nidadee o apostolado.
E uma
regrafundamentalna
Congregação que todos osmembros
"Éuma
regravivam
em
comunidade,em
obediênciaauma
Regracomum.
A
carida- fundamentalnadefraternaé a
alma
daCongregação (Cap
V
art.l). CongregaçãoO
zelo apostólico: os missionáriosdo Coração
deMaria
devem
quetodososconsiderarozeloapostólico
como
aessênciado
espíritoapostólico.A
membrosvivamalma
desse zelo éuma
grande paixão porDeus
(Cap. VIII art.l).em
comunidade.A
vida apostólica: elanão
é senão a vida toda deamor
e santi-A
caridadedade que
o FilhodeDeus
levou sobre a terrapara salvar e santificar fraternaé aalmatodas as almas e pelas quais se sacrificou para a glória
do
Pai. Esta da Congregação." vida apostólica exigeuma
entrega totalaDeus
pelasalvaçãodosque
nos são confiados (Cap.
IX
art. 1).O
ministério daPalavra será o seu ministério principal e maisimportante.
A
terceira e a quarta parte tratam respectivamente daadmi-nistraçãoe a quarta da formação.
EstaRegraProvisóriaé
uma
fonte inesgotávelonde
passatodaainspiração missionária de Libermann. Ela é
um
dos tesouros maisricos
da
nossaespiritualidade.O
seuconceito-chave é avidaapostó-lica,
que
vaiaofundo
do
mistérioda
missão. EstaRegra
Apostólicaserá
retomada
porLibermann
nos"Regulamentos"
de 1849.188.
A
FUSÃO DAS REGRAS DAS
SOCIEDADES
DO
ESPÍRITO
SANTO
E
DO CORAÇÃO
DE
MARIA:
OS
REGULAMENTOS
DE
1849Entre os Missionários
do
EspíritoSanto
e os da Sociedadedo
Coração
de Maria,que
acabavam
de fazer afusão dasduasSocieda-des,haviaváriasdivergências, consignadas nasrespectivas Regras:
1
.
Libermann
concebiaos missionários trabalhandonão
como
párocos,
como
queriam
os Espiritanos,mas
como
auxiliaresdo
cleroparoquial, vivendo
em
comunidade
e entregues ao serviço dos maisabandonados.
2.
A
intenção deLeguay
era fazer de todos os estudantesdo
semináriocolonial
membros
da Congregação.Libermann
eradeopi-nião
que
os espiritanosdeveriam
viverem
comunidade
e ostes
do
seminário colonialeram
para cobrir oquadro
paroquial dascolónias.
3.
Libermann
erade opiniãoque
oCoração
deMaria
deveriafigurar
no
títuloda
Congregação
equanto
à pobreza, todos os bensdeviam
serpostosem
comum,
ao contráriodo que
a Regra de 1848estabelecia.
4.
Libermann não
era adepto deuma
"segundaordem"
dentroda
Congregação
como
a Regra de1848
permitia.5.
Libermann pensava
aindaque
as Regras de 1848não
eram
suficientemente explícitas sobre as relações dos confrades
com
aCasa
Mãe.
6. Porsuavez,
Libermann
estava dispostoa revera RegraPro-visória e aajustá-la
com
aRegra
de 1848.Do
acordodas duaspartesresultaramosRegulamentosde 1849.Estes
Regulamentos incluem
duaspartes:uma
administrativa, osRe-gulamentos
Constitutivos e Orgânicos e outra de espiritualidade: oespírito da Congregação.
Na
primeira parte estão misturadas asConstituições de 1848, os
Regulamentos
acrescidospor Libermann;na segunda
parte estáoespírito dos"Regulamentos"
também
daau-toria de
Libermann.
Ambas
as partes são desenvolvidas a partir detrêselementos fundamentais: a
Vida
Apostólica, aVida
decomuni-dade
e aVida
Religiosa.A
segunda
parte é baseada directamentena Regra
Provisória.O
objectivo deLibermann
era fundir as duas partesnuma
só, coisaque
sóSchwindenhammer
viria a fazer. Este, porém, conservou asduaspartesjurídicas esuprimiuparte
da
espiritualidadeque
eraalma
das Constituições.
A
EcclesiamSaneiam
de1966
pediriaprecisamen-te para incluirnas Constituições estas duas vertentes
da Vida
Con-sagrada.
A
Regra
deVida
Espiritana de 1887 responderiaprecisa-mente
aesta exigência.Segundo
estesRegulamentos:"A
Congregação 1.A
Congregação
chamar-se-áCongregação do
EspíritoSanto
chamar-se-á soba invocação
do Imaculado Coração
de Maria.Congregação do 2.
As
Constituiçõesdo
EspíritoSanto
de 1848, recentementeEspíritoSanto aprovadas, seriam mantidas
com
excepção
dos pontosque
faziamsobainvocação
problema
à Sociedadedo Coração
de Maria,ou
seja:do Imaculado a)
Os
seusmembros
deveriam
renunciarao uso dos bense seusCoraçãode rendimentos,
enquanto
estivessemna
Congregação: Era aadopção
Maria."
da
pobrezacom
todas as suas exigências.b)
A
admissão demembros
da "segundaordem"
ficariasuspen-saaté decisãoda Propaganda.
3.
Libermann
acrescentou-lhes todo ocontributodaespiritua-lidade e dos valores
da
Regra Provisória,nomeadamente
aVida
Apostólica, a
Vida
deComunidade
e aVida
Religiosa. Estes títulosabrangem
a primeira parte evoltam
na segunda
como
as grandesli-nhas deforça dasuaespiritualidade.
Adélio TorresNeiva
O
ponto
maisdelicado eraodas exigênciasdapobreza.A
Pro-paganda
receavaque
osmembros
do
EspíritoSanto
o aceitassem;mas
a verdadeéque
dos 7 espiritanosque
aCongregação
do
EspíritoSanto
entãocontava, 6acabaram
porassinar asnovasexigências.Os
49
membros
do
Coração
deMaria
estavam
todos de acordo.Também
amudança
dadependência
daCongregação do
Ar-cebispodeParispara a
Propaganda
abriuum
conflitocom
oArcebis-po que
sóviriasersanado
com
Schwindenhammer
em
1854.Assim, a RegraProvisóriadeixava deexistire asConstituições
dosEspiritanos de 1848 tornavam-se asConstituições de todos,
com
as correcções atrás indicadas: "As nossas duas sociedades, escreve
Li-bermann
às comunidades do Coração de Maria,em
Dezembro
de 1848,propõem-se a
mesma
obra,caminham
namesma
linha; ora não estána
ordem
daProvidênciasuscitarduassociedadesparauma
obraespecial, seuma
sópodebastar1 .
19
O
volume
das Regras apareceu impressoem
Outubro
de1849
sobo título de uRegulamentos da Congregação doEspírito Santo sob a invocaçãodo ImaculadoCoraçãode
Maria
1'.20
Estes Regulamentos
recolhem
o essencialdo
projecto dePoullart des Places e da visão missionária e apostólica de
Liber-mann.
Foram
escritos a partirda
espiritualidade deLibermann,
dasua experiênciade vida comunitáriae
da
visãoda
missãopartilhadacom
os seus confradesda
agora extinta Sociedadedo Coração
de Maria. Eles têm, portanto,uma
importância-chave para captar oespírito e a visão de Poullart des Places vista através
da
inspiraçãode
Libermann.
NestesRegulamentos encontramos
opensamento
conjunto dosdoisfundadores. Paraos sucessoresde
Libermann
elessão a interpretação original e autêntica das intuições de Poullart
des Placese de
Libermann.
Porum
lado,Libermann
respeitaescru-pulosamente
os finsdo
Institutosegundo
as Regras Espiritanasacrescentando-lhes o
que
demelhor
haviana Regra
Provisória.O
que
Libermann
queriasalvaguardara todo o custoeraque
oespíri-to da Sociedade
do
Coração
deMaria que
ele tinha fundado,ou
seja: oespíritoda
Regra
Provisória,fossemantido
após adissoluçãoda sua Sociedade.
Libermann
deu-lhes o título de Regulamentos, pois era aindaprematuro
fazer novas Constituições.O
que
interessava nestemo-mento
era renovar oespírito enão
as Constituiçõesenquanto
tais...Linhas de forçadosRegulamentos
na
sua expressãojurídica:1.
O
fim especialda Congregação são as almas maisabandona-das enecessitadas entreas quais
podemos
distinguir:a) as missões longínquas
que
sãoo objectivo principaldo
zelo e da dedicação dos Espiritanos;19
ND X
p.339
20
ND
X
b) as obras
na
Europa,que
são objecto secundário eque
não
podem
prejudicargravemente
o fimprincipal.A
novidade
são as obrasna
Europa. Vários motivos levaramLibermann
aestaabertura,mas
que
não
vem
aqui a propósitodesen-"Dequalquer volver.
De
qualquermaneira
esta abertura à Europa, estarásempre
maneiraesta aoserviço daprioridade principal (l- Parte, secção 1-).
O
seuobjec-aberturaà tivoprincipalera consolidar a Congregação.
Europa,estará 2.
A
vidadecomunidadeéamaneira
deserda
Congregação: "Parasempreaoserviço o aperfeiçoamentoda vida apostólica queéo seufim, para aestabilidade
daprioridade e extensãodas suas obrasepara asantificaçãodosseusmembros, a
Con-principal" gregação toma
como
suaregrafundamentalavidaem
comum.
Todos osseus
membros
viverãosempreem
comunidade' (Secção11, art.Q lQ).3.
A
Vida Apostólica, vida deamor
e santidade que o Filho doHomem
levou sobrea terraparasalvaresantificaras almas epelasquaiselesesacrificoucontinuamenteàglóriadoPai, para asalvaçãodo
mundo
(II parte, artigoI).
Como
exigênciasda
vida apostólica: o zeloapós-tólico, oapostolado, ozelopela
animação
dos sacerdotes, oministé-riodaPalavra.
3.
A
VidaReligiosa:A
Congregação, paraalém
dasua entregaa
Deus
pelo apostoladoque
é o seu fim, quer ainda ser consagradaespecialmente, tanto
quanto
anatureza da suaconstituiçãoopermi-te, por
uma
vidareligiosa, sob os auspíciosdo
EspíritoSanto
e ain-vocação
do Imaculado Coração
deMaria
(Secção III art. I9). Paraissoé necessário
que
os compromissos, dos seusmembros,
ao entrarna
Congregação, sejammarcados
porum
acto religioso,um
acto deconsagração de todo o seu ser.
Além
disso, todos são autorizados aemitir,
em
privado,perpetuamente
ostrêsvistosde religiãonasmãos
dossuperiores
ou
deum
outromembro
por eledelegado. Estes votosserão secretospara
sempre
(Cap. II).As
devoçõesda
Congregação
são oEspíritoSanto
e oImacu-lado
Coração
de Maria,como
pedrasbasilaresda nossaespiritualida-de.
Linhasdeforçados Regulamentosnasuavertentedaespiritualidade:
A
segunda
parte dosRegulamentos retoma
as três grandesli-nhas
deforçadaprimeiraparte: aVida
Apostólica, aVida
deComu-nidade e a
Vida
Religiosa.1.
A
vida ApostólicaNo
pensamento
de Libermann, o Espiritanoé,com
efeito,an-tes de mais
um
apóstolo,que
reproduzcom
os seus irmãos,na
suavida, a
marcha
itinerante deJesus e dos seus apóstolos para asalva-ção dos
homens
em
particulardos mais abandonados.A
vidacomu-nitária ea vidareligiosa
não
são realidades"em
si";elassãopensadasem
funçãoda
vida apostólica e fortementecoloridas porela.Libermann
estavaconvencido
deque
a vida apostólicaencer-rava nela
mesma
a perfeiçãodeNosso
Senhor, sobre aqual a nossaéAdélio TorresNeiva
modelada. Ela inclui avida comunitária e a vida religiosa.21 Para
Li-bermann
a vida apostólicacompreende
dois aspectos: a)um
espírito,que
é omesmo
deJesus paracom
seu Paieque
éuma
exigênciaparti-culardesantidade,
que
leva aodom
total de simesmo
e aoemprego
de todasas suas capacidades (zelo apostólico,
que
é a qualidadeespe-cífica
do
espiritano) aoserviçodo
Evangelho,b)uma
formaparticularde vida
que
é adeJesuscom
os seus apóstolos e cujos elementoses-pecíficos são: 1.
O
anúncio daBoa
Nova
aos pobres; 2.a vivênciadesituações de fundação; 3. a disponibilidade apostólica.
O
zeloapostóliconão
é senãoosdonsdo
EspíritoSanto: asabe-doria, aforça, a prudência, etc. ao serviço
do
apostolado. Eleocupa
um
lugarimportantena
Regra de Libermann.O
anúnciodaBoa
Nova
aos pobres inscreve-sena
correntemo-derna da
Vida
Religiosa,que
depois deSanto
Inácio, é orientadapara a missão.
Os
pobresem
que
pensaLibermann
são os maisdes-providos tanto sob o
ponto
de vista económico, socialou
pessoalcomo
e sobretudo os mais afastados eabandonados
em
relação àIgreja.
No
momento
da fundação daObra
dosNegros,ele descobriráo
imenso
apelodaAfrica.Quando
escreve osRegulamentos
em
1849
Libermann
pensana
Europa,com
anova
consciência da subida damisérianasgrandecidades,
em
particularos portos,no
mundo
indus-trial
do
séculoXIX. ParaLibermann
o anúncioda
Boa
Nova
étam-bém
obra dos leigos.22Os
Irmãostêm
uma
responsabilidadeparticu-lar
no
"desenvolvimento".Viver
em
situações de fundação.Segundo Libermann
nóstemos
na
Igrejaum
papel de fundação enão
simplesmente de pastoral.O
missionárioé
um
pioneiroque
fundacomunidades;
paraissoépreci-so formarlíderes.
O
modelo
éMaria que
estevena
origem daIgreja.Na
disponibilidadeapostólica.A
vidadeJesuscom
osseusApós-tolos foi
uma
vida itinerante, aberta a todas as situações, por maisimprevistas
que
fossem. Itinerânciaem
ordem
ao diferente, tantocultural
como
geograficamente; itinerânciano
sentido decapacida-de para passarmos a
mão
aosoutros,onde
tivermosacabado
o nossotrabalhode fundação eresponderaos
novos
apelos e àsnovasurgên-cias.
Libermann
passará a vida à escutadossinais dostempos
ou
seja,das novassituações.
"Ospobres
em
que pensa Libermannsãoos mais desprovidos tantosobo pontodevista económico,social oupessoalcomo
esobretudoos mais afastadose abandonadosem
relaçãoàIgreja." 2.A
vida decomunidade
A
vida apostólica é essencialmente construída a partir daco-munidade,
a talponto que
Libermann
dizque
sem
comunidade não
há
vida espiritana.A
comunidade
impõe-se por duas razões: oapos-tolado e a santificação dosseus
membros.
A
Congregação
seriauma
Congregação
decomunidades animadas na
caridade pelaCasa Mãe.
O
superior antes de serum
administradoréum
apóstolo, o ministro11
ND
XIII p.353
12
NDXp.
da
comunhão
na comunidade.
O
seu papel émanter
vivaem
cadaum
achama
missionária.Um
dos maisbelos capítulos deLibermann
é o dos deveres dos
membros
daCongregação
de uns paracom
osoutros.
O
ministérioda
comunhão
e da unidadetem
o seu pólo dereferência
na Trindade
de Deus."A
pobrezaéuma
dasvirtudesmais
fundamentaise mais importantes daVidareligiosa.
A
nossapobreza temsempreuma
finalidade apostólica." 3.A
Vida
Religiosa.Para
Libermann
aconsagraçãoaDeus
pelavidareligiosaéacon-clusãonormal da consagraçãoa
Deus
pelavida apostólica,pelomenos
davidaapostólicamissionáriatal
como
eleaconcebe aoserviçodosmais abandonados,em
particularnospaíses demissão.Mesmo
não
havendo
votospúblicos, avidareligiosanem
porissodeixadeserpedidaatodos.O
ActodeConsagraçãoeraa expressão destecompromisso
totaldanossavida: eleresume o queos Espiritanos
devem
viverpublicamentediantede
Deus
e diantedoshomens.
Esta consagração éfeita "sobos auspíciosdo
EspíritoSanto edo Coração
de Maria e repete os artigos 1Qe 2Qdavidareligiosa.
"A
Congregaçãoconsagraosseusmembros
especialmenteaoEspíritoSanto,autoreconsumadorde todaasantidadeeinspiradordo
espíri-toapostólico eao ImaculadoCoraçãodeMaria,superabundantemente
cumu-lado pelo divinoEspírito daplenitudedasantidade edoapostoladoe
partici-pando o mais perfeitamente possível davida e do sacrifício de Jesus Cristo,
para a redenção do mundo".23
Eles considerarão o Imaculado Coração de
Maria
como
omodeloperfeitodafidelidade atodas as santas inspiraçõesdodivino Espírito edapráticainteriordasvirtudes davidareligiosa eapostólica:
elesaíencontrarãoseurefúgionosseus trabalhosenassuaspenas..." 24Esta
dupla devoção, concluiLibermann, éodistintivoda Congregação.
Em
seguidaLibermann
desenvolve os capítulosda
Pobreza,Castidade e Obediência.
A
pobreza éuma
das virtudes mais funda-mentaisemais importantes daVida
religiosa. 25A
nossa pobrezatem
sempre
uma
finalidadeapostólica.A
castidade.Naquele
tempo
colonial,poucos
acreditavamna
virtudeda
vidacelibatária. Dizia-semesmo
que
o fundadorarriscavamuito enviando
missionáriosmuito
jovensparaesses países. ParaLi-bermann
a defesada
castidade estavana
observânciada
Regra.A
obediência.A
obediência paraLibermann
eraofundamento
da
vida apostólica, estavano
coração da missão.26A
obediência éuma
consequência da nossaparticipaçãona
vida deCristo.A
obedi-ência pelo
Reino
éoprolongamento da
disponibilidadedo
Filhoparaa missãorecebida pelo Pai.
A
nossa obediênciatem
origemTrinitá-ria. Ela
tem
um
fundamento
teológico.27NDXp.568
ND
X
p.568ND
X
p.449ND X
p.564eGlosa p.90e stsFrançois Nicolas.CommentêtrefidèleàlaRègle des Origines.InCahiers
Spiritainsn. 18p.32-58
Adélio TorresNeiva
Libermann
desenvolve todosesteselementosdavidaapostóli-ca, tanto
na
sua Regra de1840
como
nosRegulamentas
de 1849.9.
A
REVISÃO DE
SCHWINDENHAMMER:
A
PASSAGEM
DE
SOCIEDADE DE VIDA
APOSTÓLICA
A CONGREGAÇÃO
RELIGIOSA.
AS
REGRAS
E
CONSTITUIÇÕES
DE
1855E
1878O
P.Schwindenhammer,
superiorgeraldesde 1853 e sucessorde Libermann, procurou ultrapassar algumasdificuldades
que
osRe-gulamentos de
1849
levantavam:1.
As
Constituições aprovadas porRoma
eram
as daCongre-gação
do
EspíritoSanto
de 1848. Constituíam o primeiro livro dosRegulamentos
de 1849.O
segundo
livro eraformado
pelosRegula-mentos que não tinham
a aprovação deRoma.
Estesdois
volumes
tinham
muitos inconvenientes: nasConsti-tuições aprovadas, havia alíneas já modificadas pelos Regulamentos;
por suavez, certospontos importantes dos
Regulamentos
não
consta-vam
nas Constituições;porexemplo: a vida comunitária,apossibilida-de possibilida-de emitir votos, osirmãos ea
adopção
deum
hábitoreligioso.De
restohaviamais apreçopelosRegulamentos
que
pelasCons-tituições.
Libermann
tinhatentadofundir os doistextosnum
sóvolu-me,
mas
a ideianão
vingou, poisque
sese unisse asConstituições aosRegulamentos, a aprovação da Santa Sé abrangia todo o conjunto e
entãojáse
não
podiatocarnos Regulamentos.O
espíritodo
fundadortranspareciamaisnos
Regulamentos
quenas Constituições.O
P.Schwindenhammer,
tendoem
conta estasdiscrepâncias,manifestou desejo de levar a cabo esse trabalho,
pedindo
oassenti-mento
do
Capítulo Geral,no
que
foiaprovado
por unanimidade.Além
disso ele tinha aindaa intenção delhe acrescentarum
peque-no
suplemento
com
orações e algunspontosdisciplinares, taiscomo:
o capítulo, a vida de
comunidade,
os votosreligiosos, os irmãos e as eleições.No
fundo, oque
ele pretendiaera dar àCongregação
uma
formação
sólida:Ao
profeta sucedia assim o jurista. Ele próprio seencarregou, depois de
num
questionário enviado aos confrades,re-ver todas as matérias,
não
secontentando
com
uma
simples lista deemendas
às Constituições.Na
sequência dessas diligências, por propostado
CapítuloGeral,
foram
concedidos àCongregação
osVotos
Religiosospúbli-cos por decreto
da
Propaganda
de 6 deMaio
de 1855,passando
aCongregação
de Sociedade deVida
ApostólicaaCongregação
Re-ligiosa.
De
facto, oque
o P.Schwindenhammer
feznão
foicompletaro trabalho de
Libermann
mas
reveras Constituiçõesde 1848incor-porando
nelas as alterações concedidas pelaPropaganda
em
1850
eas
mudanças
requeridas pelaadopção
dosVotos
Religiosos de 1855.A
sua revisãofoide grande porte, construindoum
novo
edifí-cio