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O itinerário espiritual da Congregação ao longo da sua história

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Volume 16 | Number 16

Article 21

10-2009

O itinerário espiritual da Congregação ao longo da

sua história

Adélio Torres Neiva

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Torres Neiva, A. (2009-2010). O itinerário espiritual da Congregação ao longo da sua história. Missão Espiritana, 16-17 (16-17).

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(2)

AdélioTorres Neiva*

15*

O

itinerário espiritual

da

Congregação

ao

longo

da

sua

história

1.

A

COMUNIDADE

DAS

ORIGENS

Os

"Regulamentos"

de Poullartdes Places são afontede

inspi-ração para as primeiras Regras da

Congregação

de 1734.

Da

Regra

das origens

que

Poullartdes Placesdeveterelaborado,

restam apenas

umas

pequenas

referências.

As

características

fundamentais

destes

Regulamentos

são:

I.

Uma

comunidade de oração.

-

que

vive

uma

consagração especialaoEspírito Santo;

-

que

ama

ternamente

Maria

concebida

sem

pecado, sob cuja

pro-tecção, todos os

membros

são consagrados aoEspíritoSanto;

-

uma

vidaeucarística e

uma

vivêncialitúrgicaesmeradas;

-

com

um

espíritode oração

que anima

o diainteiro, vivendo

inten-sãmente

apresença

do

Espírito

Santo

e

buscando continuamente

a

vontade de Deus.

2.

Uma

comunidade depobres.

"Uma

Os

aspirantes

devem

serpobreseviver

como

pobres,preparan- comunidadede

do-se para preferir e assumir

com

alegria as tarefas mais humildes pobres."

com

uma

totaldisponibilidade evangélica.

"Uma

comunidadede oração."

Adélio Torres Neiva, missionárioespiritano, licenciadoemHistória pela

Universidade deCoimbra,professorde MissiologianaUniversidadeCatólica,Chefe

deRedacção darevistaPortugalemAfrica,DirectordaRevista Encontro. Foi

Conselheiro GeraldaCongregação doEspíritoSantode 1974a1986etemescrito

várioslivros,dezenas deartigoseproferidocentenas deconferências,merecendo

particulardestaqueaHistoriadaProvíncia Portuguesa.ActualmenteéoRedactor

chefedarevista"MissãoEspiritana"

(3)

"Uma

3.

Uma

comunidadeapostólica.

comunidade

O

fim

da

sociedade é formar sacerdotes para os ministérios

apostólica." mais humildes, desprendidos dos bens

do

mundo,

dispostos a irpara

onde

os bispos osenviarem; sacerdotes,

com

ciênciae virtude,

capa-zes de exercerdignae eficazmenteoministériopastoral.

"Uma

4.

Uma

comunidadefraterna.

comunidade Poullartdes Placesquer

que

reine

em

casa

uma

grande

atmos-fraterna." fera de caridade entre todos, de respeito

mútuo,

de atenção aos

ou-tros e de simplicidade, disposições

que

hão-de

acompanhar

os mais

pequenos

detalhes e atitudes,

na

linguagem,

no

trato,

com uma

cari-dade

particularpara

com

os doentes.

Os

traços

fundamentais

desta

comunidade

são portanto:

-

a consagração e

doação

total a

Deus

com

docilidade ao Espírito

Santo, soba tutela de

Maria

concebida

sem

pecado;

-

ciênciae virtude intensaspara

um

apostolado autênticoe eficaz;

-

uma

mística de pobreza espiritual ematerial

que

permita viver

em

profundidade aunião

com

Deus;

-

um

zelo apostólico ardente para preferir e

amar

com

alegria,

em

permanente

disponibilidade, os lugares mais humildes

na

Igreja,

aqueles

que

ninguém

quer,inclusive, entre osinfiéis.

Poullart des Places,por

recomendação

dosJesuítas, conseguiu

autorização

do

Arcebispo de Paris para abrir

uma

casa

na

Rua

des

Cordiers para seminaristas. Esta casapodia serlegalmente

uma

casa

de caridade

ou

um

seminário

mas

não

uma

comunidade

religiosa

ou

uma

congregação,poisparaissoprecisavadasCartas Patentes

do

rei,

segundo

uma

lei

que

vigoravadesde 1666.

Sabemos

que

na

verdade,

essa casa era mais

que

um

seminário e tinha todos os contornos de

uma

comunidade

religiosa, pois aela

eram

admitidosleigos,

como

o

alfaiate e o cozinheiro,

que

se inseriam

na

dinâmica

do

grupo.

O

nome

que

aparece nos

Regulamentos

é

sempre

casa.

Por aqui

vemos

que

a herança

que recebemos

de Poullartdes

Placesfoimais

um

espírito

que

uma

comunidade

religiosa.

Efectiva-mente

os

Regulamentos

não

falam de votos religiosos,

embora

te-nham

um

artigo sobre a modéstia, outro sobre a obediência e são

muito

exigentes a respeitodapobreza.

O

P. Louis Bouic,

segundo

sucessor de Poullart des Places e

SuperiorGeral durante 53 anos,foio instrumento providencial para consolidar sua obra.Bouicdepressa assimilouoespírito

do

fundador,

tanto mais

que

se fez rodear de

companheiros contemporâneos

de

Poullartdes Places: os PP. Pierre Caris,

que

foio

ecónomo

da

comu-nidade durante muitos anos e o P.

Thomas,

que

viria a escrever a

primeirabiografia

do

fundador.

(4)

AdélioTorresNeiva

A

Bouicdevemos:

-

o

reconhecimento

legal da

Congregação

pelo rei da França, Luís

XV,

através dasCartas Patentes de 25 de

Março

de 1726;

-

aredacção das primeirasRegras e Constituições.daCongregação;

-

aaprovação canónicadestas RegraspeloArcebispo de Paris

Mons.

William deVintimille

em

1734;

-

o estabelecimento

do

Seminário

do

Espírito

Santo

em

edifício

pró-prio

na

rua des Postes (hoje

Rua Lhomond)

;

-

a abertura dos Espiritanos às missões longínquas,

nomeadamente

às missões

no

Ultramar e às missões entreos infiéis.

As

"Cartas Patentes" de

1726

dão-nos a primeira formulação

do que

os imediatos sucessores de Poullart des Places criam ser os

objectivosda

comunidade

e

do

seminário

do

EspíritoSanto.

O

texto

falade

uma

fundação

em

1703 e de

um

estabelecimento consagrado aoEspírito

Santo

e à

Virgem Maria

concebida

sem

pecado,cuja

fina-lidade era "formar, mediante

uma

vida dura, laboriosae desinteressada,

vigários, missionários e eclesiásticos que sirvam nos hospitais, nas

paró-quiaspobresenospostosabandonados paraosquais osBisposnão

encon-tramninguém'. 23

Em

1733, Bouic, assistido por quatro directores

do

Seminário

entre osquais os PP. Caris e

Thomas

que estavam

no

seminário

des-de o

ano

de 1704, primeiro

como

alunos, depois

como

directores,

lançaram

mãos

à obra para

compor

asRegras.

O

seu objectivo era juntar aoselementosjácontidosnos

Regu-lamentos Gerais e Particulares de Poullart des Places, os usos

não

escritos

que

tivessem sido adoptados,

permanecendo

inteiramente

fiéis aoespírito

do

fundador.

Estes estatutos

foram

aprovados por

Mons.

Vintimille,

Arce-bispo de Paris e sucessor

do

Cardeal de Nouailles, a 2 de Janeiro de 1734

com

o título latinode "RegraseConstituições daSociedade e

Se-minário do Espírito Santo sob a tutela da Virgem Imaculada1

4

com

a

condição da Sociedade ficarsob a suajurisdição.

A

30

de Julho de 1734 a

Câmara

das

Contas

registava as

Car-tas Patentes

do

Rei ereconhecia, portanto, a existêncialegalda

Co-munidade.

Nestas Regras, a

comunidade

é reconhecida

como

Sociedade,

sujeita à jurisdição imediata

do

Arcebispo de Paris e seus sucessores.

De

notar

que

os bispos,

em

geral,

não

favoreciamafundação de novas congregações e

opunham-se

à emissão de Votos, sobretudo os

Votos

Solenes,poisissolimitava a suajurisdiçãosobreeles.

Os

própriosvotos

simples, então quase sempre privados,

eram

muitasvezes obstáculo à

NotesetDocuments.Comp. 1703-1914p.3-6

JosephMichelPoullart des Placesp 218-219;RamosSeixas.AntologiaEspiritaria

lp.212

(5)

"O

seuperfil espiritual éo de

uma

congregação religiosa

em

todas assuas coordenadas: espiritualidade, organizaçãoe formação."

Os

trêsgrandes traçosda espiritualidade espiritana

podem

resumir-seem:

união

com

Deus, desprezodo

mundo

eserviço

aosmaispobres.

sua aprovação. Para prevenirconflitos, a maior parte dosfundadores renunciava a

impor

Votos

aos seus discípulos.

Os

termos Irmãos,

Co-munidade, Regras, Votosprovocavaalergia

na

Cortee

na

Cúria.5

O

seu perfil espiritual é o de

uma

congregação religiosa

em

todas assuas coordenadas: espiritualidade, organizaçãoe formação. Nestas RegrasaSociedadeé apresentada

como

tendo por

fina-lidade educar os clérigos pobres no zelo e na disciplina eclesiástica e no

amor

fiel, nas virtudes principalmente na obediência e napobreza, para queestejamnas

mãos

dos Prelados,preparadosparatudo, paraservirnos

hospitais, evangelizar os pobres, inclusiveos infiéis, nãosó apreferir

mas

a

amar

detodoo coraçãoas tarefaseclesiásticasparaas suais dificilmente

seencontramobreiros (Cap. I).

O

que deve

caracterizaros padres

que

saem

do

Seminário é a

sua disponibilidade total (paratus ad omnia) nas

mãos

dos Prelados.

Esta disponibilidade deve-os tornar aptos

não

só para aceitar

mas

também

para

amar

de todo o coraçãoe preferir a todos os outros, os

ministérios eclesiásticos mais humildes e os mais penosos, para os

quais dificilmente se

encontram

obreiros.

O

texto precisa estas

fun-ções: oserviçodoshospitais, anunciar o

Evangelho

aospobrese

mes-mo

entre os infiéis,

um

horizonte

novo

na vocação

espiritana.

O

núcleo

da

sua espiritualidade desbobina-se através das

se-guintes linhas deforça:

1. Consagração ao Espírito Santo,

com

totalentrega, docilidadee

adoração;paraseremanimadospelofogo

do amor

divinoe

com

renova-ção anual destaconsagração

no

dia

do

Pentecostes.

A

fórmulada con-sagraçãoé a

mesma

dePoullartdes Places de 27 de

Maio

de 1703.

2. Filial devoção a

Maria

Imaculada,

com

plena docilidade ao

EspíritoSanto;

com

uma

vidade purezaangelical.

3. Espírito apostólico: vivido

em

profunda união

com

Deus

ao

serviço dosmais pobres.

4. Disponibilidade evangélica:

O

núcleovital da espiritualidade

espiritana é a disponibilidade.

A

Regra de 1734,

que

é a versão

que

actualiza a Regradas Origens (1706) apresenta o carismaespiritano

como

um

carisma de disponibilidade evangélica

na

fidelidade ao Es-pírito parao serviçodos pobres.

Muitos

dos tesouros datradição

es-piritana são traduzidos

em

expressões

que

atravessaram sucessivas

gerações durantetrezentos anos dehistória,

como

porexemplo:

"um

só coraçãoe

uma

só alma", "preparados para tudo", "oslugares mais

abandonados na

Igrejade Deus, paraos quais dificilmentese

encon-tram

obreiros".

Os

trêsgrandes traços

da

espiritualidade espiritana

podem

re-sumir-se

em:

união

com

Deus, desprezo

do

mundo

e serviço aosmais

pobres.

O

P. Besnard,

na

suabiografiade Luís Grignion de Monfort,

define assim aespiritualidade dos Espiritanos: "Formados

em

todas as

5

Joseph Michel. Poullart des Placesp 218-219;RamosSeixas.Antologia Espiritana

lp.212

(6)

Adélio TorresNeiva

funções doministério sagradoeno exercíciode todas as virtudes, têm

um

elevado espírito de desprendimento, de zelo, de obediência; dedicam-seàs necessidades da Igreja,

sem

outro cuidado a não ser dea servir e de lhe

seremúteis.

Nas

mãos

dosSuperiores imediatos, aoprimeiro sinaldasua vontade (sempre segundo obeneplácitodosBispos)

formam

como

que

um

corpo de tropas auxiliares, sempre dispostos a irpara onde haja almas a

salvar, dedicando-se preferentemente à

Obra

das Missões, tanto

estran-geiras

como

nacionais. Oferecem-se pararesidirnos lugaresmais pobres,

mais abandonados, para osquais dificilmentese encontramobreiros. Se é necessário mergulhar

numa

zona rural ou enterrar-se nos recônditos de

um

hospital, ensinar

num

colégio ou

num

seminário, dirigir

uma

comuni-dadepobre, ainda queseja necessário atravessar os mares e iratéaofim

do

mundo

paraganhar

uma

alma

paraJesus Cristo, a suadivisa é: ecce

ego, mitte

me

(Is. 6.8)...aqui estou, enviai-me\

ò

5.

Abandono

total econfiante

na

Providência de Deus.

6. Espírito de simplicidade e pobreza pessoal, partilhando

com

alegriaa fraternidade, as privações e os postosmais difíceis.

É

a

mís-tica da pobreza dePoullartdes Places.

7. Profunda vida eucarísticaeesmeradavivêncialitúrgica.

8. Sólidaformaçãointelectual, ortodoxiadoutrinal e fidelidadeàIgreja. 7

Segundo

Koren, os dois elementos fundamentais

do

carisma

espiritano,

segundo

as Regras de

1734

são a disponibilidade

evangé-lica e a atenção ao Espírito

Santo

manifestado nas circunstâncias concretas davida.

1

.

A

disponibilidadeevangélica

A

primeira característica

do

carisma espiritano das origens é

sem

dúvida a disponibilidade evangélica. Esta disponibilidade

tem

dois aspectos:

O

primeiro é a disponibilidade para

com

Nosso

Se-nhor:nós

colocamo-nos

diantede

Deus

paranos

pormos

à sua

dispo-sição. "Eis-me aqui, Senhor".

Em

segundo

lugardisponibilidadepara

com

osirmãos: "Eis-me aqui, enviai-me".Tal é a base da nossavida

apostólica.

Esta dupla disponibilidade implica antes de mais

uma

intimi-dade

com

Deus,através da oraçãoe da pobreza evangélica.

O

segundo elemento da

disponibilidade é a pobreza

evangéli-ca,

na

sua dupla dimensão: pobreza material e pobreza espiritual

A

pobreza espiritual manifesta-se sobretudo por

uma

atenção

perma-nente deaberturaao

mundo:

é a abertura aos sinais dos tempos.

2.

A

atençãoao EspíritoSantonoquotidiano davida.

E

a atenção ao Espírito

Santo

que

permite discerniros

cami-nhos

e os apelos de Deus.

A

abertura aos sinais dos tempos é parte

"A

disponi-bilidade evangélica."

"A

atenção ao EspíritoSanto noquotidiano davida." 6

BesnardinKorenLesSpiritainsp286-288

7 Ramos

(7)

constitutiva

da

nossaespiritualidade.

Maria

é o

modelo

desta

abertu-raaos sinais de

Deus

e aos

tempos

novos.8

2.

A

ABERTURA

ÀS

MISSÕES

LONGÍNQUAS

Uma

das novidades das Regras de

1734

foi aabertura

da

So-ciedade às missões longínquas.

É

aprimeira

menção

específica das

missões longínquas nas nossas Regras. Se o

fundador

não

faz

men-ção deste

campo

de apostolado,

não

é

porque

não

tivesse

pensado

nele; defacto

sabemos

que,

no

momento

da

sua

conversãoele

con-fessou pensar

em

consagrar a sua vida aos infiéis.

Mas

no

século

XVIII

os Espiritanos

não

podiam

ir para as missões a

não

ser por

intermédio das MissõesEstrangeiras; oraeste instituto era

acusado

de Jansenismo.

Mas

logo

que

ascircunstâncias permitirama idados

Espiritanos para as missões, eles

imediatamente

se abriram a esta

fronteira. Isto

aconteceu porque

em

1732

o bispo

do

Quebec

se dirigiu ao

Seminário

do

Espírito

Santo

a pedir missionários para a

suadiocese.

Assim

se abriria

um

processo

que

acabariaporvoltar os

Espiritanos

decididamente

para as colónias francesase para as

mis-sões longínquas.

3.

A

VOCAÇÃO

MISSIONÁRIA

DA CONGREGAÇÃO

Esta abertura de horizontes

no campo

apostólico, interessou

muito

à

Propaganda

Fide,

que acabou

por pedir para

conhecer

as

RegraseConstituiçõesdosEspiritanos.Aproveitou-se então para

pe-dira aprovação da SantaSé,

que

foi obtidaa 11 deJaneiro de 1824.

Porestedecreto

da

Propaganda, a

Congregação

era elevadaa

Socie-dade

canonicamente

instituída,

dependendo

da

Santa Sée

actuando

sobre a jurisdição

da

Propaganda

para "tudo o

que

diz respeito às

missões, presentes e futuras".9

Canonicamente

aSociedade continu-ava sujeitaà autoridade diocesana

no

que

se referia à

Casa Mãe,

ao Seminário,e eleição

do

superior.

Como

o

campo

das missões

longín-quas ultrapassava a jurisdição

do

Arcebispo de Paris, neste

domínio

a Sociedade estava

dependente

da SantaSé.

Esta

mudança

de agulhainiciou

um

processo

que

só terminaria

com

o decreto da

Propaganda

em

1855,

em

que

aSociedadepassaria

deSociedade de

Vida

Apostólica, a

Congregação

Religiosa.

Em

1856 aparecerãoas novasRegras eConstituiçõesda Congregação do Espírito

Santo, agora totalmente

dependentes

da SantaSé.

Nestas novas Regras o fim da Sociedade

em

nada mudou,

pois

continuaa ser"educaros clérigospobres"prontos paraqualquer traba-lho.

No

entanto,

como

a partirde 1802, a

Concordata

forneciabolsas

Henry KorenEssaisurlecharismespiritainaufildel'histoirede 1703 àl839, in

ChristiandeMaré.Auxracinesdel'arhre spiritainep. 179-180

RamosSeixasIp.287

(8)

AdélioTorresNeiva

de estudo a todos os seminaristas de França e os bispos diocesanos

começam

a assumiro encargo da formaçãodos estudantes pobres das suas dioceses, o Seminário

do

Espírito Santo, segundo a

Ordenação

Realde 1819 foiespecialmente encarregado de formarpadres para as

colóniasfrancesas, ficandoa chamar-seSeminárioColonial.

E

portantode presumirque,

com

estaorientação

do

Seminário cadavez mais exclusivamente missionária, a cláusulada pobreza

co-meçasse a sercada vez

menos

relevante. Já

na Regra

de 1734, a po-breza era aúltima das trêscondições para a admissão.

Que

pensardesta orientaçãocadavezmaismissionáriaa partir

de

1734

e

do

seu carácter exclusivamente missionário a partir da

Revolução

Francesa?

Na

sua cartade 27 de

Dezembro

de 1855,oP.

Schwindenham-mer

falade desvio

do

fim primitivo da Congregação.

Mas

talvez seja

maisjustofalarde evoluçãoprogressiva, devidoàs novas

circunstân-cias.

Com

efeito, as circunstâncias

que tinham motivado

afundação

do

Seminário de Poullart des Places

tinham

progressivamente

desa-parecido durante o século

XVIII

e sobretudo depois da Revolução,

com

a criação dos Seminários maiores, tais

como

hoje os

conhece-mos. Bolsas de estudo abriamas portas aos seminaristas pobres.

Diantedesta evolução, é natural

que

osdirectores

do

Seminá-rio

tenham

procurado para os seus alunos, sectores de apostolado,

fora

do quadro

dos seminários diocesanos,

ou

seja, as missões

em

geral,

como

indica aRegra de

1734

edepois, de

uma

maneira

precisa,

as missões confiadas àCongregação.

com

esta

orientação

do Seminário cadavezmais exclusivamente

missionária, a cláusula

dapobreza

começaaser

cadavezmenos

relevante."

4.

OS

ANOS

DA

CRISE

E

O

PROJECTO FOURDINIER

A

organizaçãodas missões coloniais deixava

muito

adesejar.

O

Seminário

fornecia padres para as colónias,

mas

uma

vez saídos

do

seminário, os antigos alunos

escapavam

à autoridade superior

que

não

tinha

nenhum

poder

sobre eles, apesarde ter a

responsabi-lidade.

Muitas

vezes

eram

mesmo

obrigados a

mandar

para as mis-sões padres

que

vinham

directamente das suas dioceses de origem.

Havia

queixas sobre o

testemunho

apostólico negativo destes

pa-dres,

mas

o superior

nada

podia fazer:

não

os podia

chamar

nem

fazer

mudar

de lugar.

O

novo

SuperiorGeral,P.Fourdinier, eleito

em

1832,

queren-do

reformar o clerodas colónias

concebeu

o projectode associar

to-dosestespadresà Congregação. FicariamsujeitosaoSuperior,

segui-riam aRegra

com

exercícios regulares.

Cada

membro

deveria prestar

obediência ao Superior Geral,

que

o poderia

chamar

para a França

ou

fazê-lo

mudar

de lugar.

Viveriam

em

comunidade

com

um

supe-rior local.

Os

bens

deveriam

serpostos

em

comum

e o

que

sobejasse

seria enviado para o Prefeito Apostólico

que

era

também

osuperior

local. Este guardaria

um

terço paraamissãoe

mandaria

o restopara

(9)

re-cebia roupa para vestir e os estipêndios da missa.

O

resto

do fundo

pertencia, à Congregação.10

Diante da oposição dosPrefeitosApostólicos

que

não estavam

interessado

em

ter outraautoridade superiorà deles e diante das

re-ticências

do

Arcebispo de Paris e dos próprios padres, este projecto

não

vingou.

Então

Fourdinier procurou

uma

solução mais branda,

publi-cando

o livro "Excerta ex Regulis et Constitutionibus Sodalitii Sancti

Spitritus sub Imaculatae Virginis tutela"

em

que

acrescenta

umas

pe-quenas

modificações àrevisãoda

Regra

de 1824. Nelasse relaxa

um

pouco

a pobreza,introduzindoapossibilidadedecada

um

poderreter

um

pecúlio

ou

dinheiro próprio.

Cada

um

poderiaguardar

um

pouco

de dinheiro,

bem

como

o estipêndio de missa para roupa e outras

despesaspessoais.

Uma

outra modificaçãoera

que

aSociedade tinhaa

responsa-bilidade das missões nas colónias francesas, tanto pelos seus

mem-bros

como

pelospadres

formados

para isso

no

Seminário.11

Logo

após a

morte

de Fourdinier.

em

1845, foifeita

uma

nova

revisão das Regras

que

eraidêntica à de 1824,

com

o acrescento dos

Excerta de Fourdinier 12

A

modificação relativamente às anteriores

era

muito

pequena.

5.

RELANÇAMENTO

DA

CONGREGAÇÃO.

A

REGRA

DE

1848:

A

MISSÃO UNIVERSAL

A

seguiraFourdinierfoisuperiorgeraloP.

Leguay

(o P.

War-net foi apenas superior interino),

que

nem

sequer era

membro

do

Instituto e por isso foinecessário pedir a respectiva dispensa àSanta

Sé. Era

um

bom

amigo do

Seminário e

em

geral

concordava

com

as

políticas dosseus predecessores.

Leguay

estudou o textodas Regras e Constituições e concluiu

que

elasprecisavam de

uma

reformasubstancial.

A

Congregação

de

1847 erajá

muito

diferente

da

de 1724.

Temos

as

Actas

de

uma

reu-nião

do Conselho

Geral de 14 de

Dezembro

de 1847

em

que

são

apresentados os motivos

que

inspiravam as

mudanças

introduzidas

na

ediçãodasRegrasde 1848.

A

cópiadesta

minuta

foienviada para

a

Propaganda juntamente

com

otexto das Constituições e

ajudam-nosafazero estudo

do

texto.

Segundo

estasminutas, a Congregação

no

princípioera

uma

So-ciedade dePadres cujafinalidade eraprepararjovensparao sacerdócio que,devidoàsua pobreza,

não

podiam

pagarasdespesas

no

seminário.

Era

uma

Congregação puramente

diocesana,

que

não

podia

enviar os seus

membros

para forada diocese de Paris; os estudantes

NDIXp. h7

ND. IX ap.66

ND

IX ap.3-7

(10)

Adélio TorresNeiva

que deixavam

o seminário

iam

trabalhar para outras dioceses de

Françae paraas missões

mas

não

eram membros

da Congregação.

muito, sobretudodesde 1816, a

Congregação

não

traba-lhava exclusivamente

com

estudantes pobres,

mas

admitia

estudan-tes

da

classe

média

e

mesmo

ricos.

Também

desde essa data deixou

deenviaros estudantesparaos hospícios

ou

paróquiaspobres,

como

ofizera

no

passado.

Desde 1816

a

Congregação

foi encarregadadefornecer o

pes-soal para as colónias francesas,

mesmo

para cargos mais elevados e

isto

com

apermissãoda SantaSé.

Para

cumprimento

destamissão o Semináriofoiobrigadoa

re-crutar padres nas várias dioceses,

bem como

estudantes

do

seu

pró-prioseminário.

Os

que não

pertenciamà

Congregação estavam

ordi-nariamente

menos

bem

preparados,

menos

disciplinados e

menos

bem

dirigidos.

A

Congregação

só deveria aceitar candidatos para o noviciado

que

quisessempassarpeloseminárioe

que

fossem

destina-dos aser

membros

da Congregação.

Esta

Congregação

deveria portanto ser

completamente

dife-renteda

Congregação do

Espírito

Santo

original,pois

que

tinha

uma

finalidade diferente. Precisavade deixardesercongregação

diocesa-na,

dependente do

Arcebispo de Paris,para sercongregação

apostó-lica,

dependente

directamenteda Propaganda.

Para a

mudança

da sua finalidade bastava

mudar

a palavra

"clérigos"por

"membros".

Assim, o seminário

não

deviaaceitarsenãoaspirantes a

espiri-tanose os padres das colónias seriamconvidados a filiar-se

na

Con-gregação.

Para facilitar as coisas, instituir-se-ia

uma

Segunda

Ordem,

cujos

membros

só ficariamunidos à

Congregação

porlaços

espiritu-ais

enquanto

os da Primeira

Ordem

poriam

em

comum

o

que

sobe-jassedos honorários das missase dos rendimentos

do

ministério,

de-pois de reterem o

que

lhesfizesse falta,

sem

necessidadede dar conta

dasdespesasfeitas.Era

um

grave entorse à

Regra

de 1734,

que

previa apartilha

comum

de todos os fundos, encarregando-se a Sociedade deprovidenciar a tudo o

que

fossenecessário. Esteprojecto

adopta-do

pelo

Conselho

Geral a 14 de

Dezembro

de 1847 foi

submetido

a

Roma,

que aprovou

as

Novas

Regras a 1 1 de

Março

de 1848.

O

fimda Congregação,tal

como

aparecenestasRegras apresenta

algumasdiferençasrelativamenteàsRegrasde 1734ede1824.

O

fim

do

Institutojá

não

éformarclérigospobres,

mas

formar

membros

(sodales),

o quese

compreende

poisquesepretendia enviarparaasmissões todos

os

membros

(da 1-e da 2-

Ordem)

da Congregação.

O

errofoi

mudar

simplesmente

uma

palavra (membros

em

vezdeclérigos)

quando

eratoda

afrasequedeveriatersido

mudada.

O

P.

Libermann

diriamaistardeque

o nosso fim

não

é simplesmente formar

membros

nessas virtudes,

mas

abraçar as obras apostólicas que nos são propostas.

É

para isso que se

formam

os

membros:

aformação

não

é

um

fim

mas

um

meio.

Mas

em

"Desde 1816a Congregaçãofoi encarregadade forneceropessoal paraascolónias francesas"

"o nosso fimnão

é simplesmente

formarmembros

nessas virtudes,

masabraçaras

obrasapostólicas

que nos são

(11)

1922 é que as Regras passarão adizerque "aCongregação

tem

por fim próprioe distintivo os ministérios humildese penosos".

Aqui

o fim continua a ser "aformação dos

membros

no zelo e na

disciplinaeclesiástica,

amor

dasvirtudes, sobretudodaobediênciaeda

pobre-za,para queestejamdispostosatudo,nasmãosdos Prelados,paraevangelizar

ospobres

em

qualquerparte, inclusiveentre os infiéis,nãosó aceitando

como

preferindoe

amando

as tarefas eclesiásticasmais humildese mais laboriosas.

Finalmente,formaredirigiros clérigosnosseminários diocesanos, cujos bispos

nos

chamem.

13

Esta

pequena

palavra

"mesmo

osinfiéis"

tem

um

grande

alcance pois que foi acrescentado "ubicumque",

ou

seja:

em

qualquer

parte. "Evangelizarospobreseosinfiéisonde quer queelesestejam'

-

o que

dá aoinstituto

uma

vocaçãomissionária universal:

Em

todaparte

onde

hajapobreseinfiéis

-

ficariaaserohorizonte davocaçãoespiritam.

Uma

frase

nova

terminaaalínea:"Enfim,a Congregação

encarregar-se-ádadirecçãodos semináriosdiocesanos,quandoos bispososolicitarem".

Desde

1737, os Espiritanos

tinham

dirigido durante alguns

anos os seminários de

Meaux

e

Verdun

e

em

1777

tinham

aceitado

em

princípiodirigiro seminário

da

Córsega.

Havia

portanto

uma

tra-diçãoespiritana nesta vertente.

Duas

hipóteses

podem

justificaresteacrescentoàsRegras:

dei-xar aos Espiritanos

uma

porta aberta, caso esta reorganização

não

resultasse

ou

então,

na

hipótese de as missões coloniais lhes

serem

retiradas

terem

um

campo

de acção

ou

aindaahipótesedese

coloca-rem

aoserviçodas igrejasde França

numa

altura

em

que

o

galicanis-mo

estava

em

nítido recuo.

O

seminário era

um

dos centros mais

activos

do

ultramontanismo:era possível

que

certosbispos

que

tives-sem

frequentado o seminário

do

Espírito

Santo

viessema

chamar

os

Espiritanos paradirigiros seus seminários. Esta cláusulavirá asersuprimida

em

1855.

De

notar ainda a obrigatoriedade

da

vida comunitária,

recen-temente

introduzida.

Relançava-se

também

o podercentral

do

qual

dependiam

tan-to osmissionários

como

os superiores eclesiásticos.

O

ponto

débildestasRegras era a práticadapobreza:os

hono-rários seriam deixados aoarbítriode cada

um,

com

asimples

condi-çãode entregarosupérfluo

no

fim

do ano

para a caixa

comum.

Também

a existência de

uma

"segunda

ordem" que

só tinha

vínculos espirituais

com

a

Congregação

não

estavaaindadigerida.

Foi

também

decididofazer, ao lado

da

versãolatina,

como

ha-bitualmentesefazia,

uma

versão

em

francês,

que

deveria

também

ser

aprovada pelaSantaSé.

EstaRegrafoiaprovada

em

21 deFevereirode 1848,

quando

o

P.

Leguay

já tinha resignado

em

favor

do

P.

Monnet

e

Libermann

tinhajáfeitoasua aparição. EfectivamenteoP.

Monnet

com

as suas

13

ND

IX.Apêndicep. 180-192

(12)

Adélio TorresNeiva

ideias

em

favor da abolição da escravatura tinha mais hipótese de

garantir asboasgraças

do

Governo

para

com

a Congregação.

6.

A

HERANÇA

DE

UM

ESPIRITO

De

PoullartdesPlaces,dizHenri Koren, recebemos mais

um

espí-ritoque

uma

estrutura. Durante quase 150 anosaCongregação

do

Espí-rito Santofoi mais

um

movimento

que

uma

organização e

quando

em

1734elaassumiu

uma

estruturavisível, necessáriaparaaceitarolegado

da

Rua

Lhomomd,

esta estrutura consistiaapenas

num

corpo defactores

requeridospela leicivilpara quepudesse terpersonalidadejurídica.

Os

directores

não

faziampromessas

nem

votosdereligião,

mas

apenas

subs-creviam

um

contrato

em

quese

comprometiam

a observaros estatutos,

que,deresto,

eram

deextremaconcisão.Istopermitiu-lhesexercer

com

zelo

uma

grande diversidade deactividadespastorais, incluindo as

mis-sões

no Extremo

Orientee

no

Novo

Mundo.

Como

diz Koren, o vigor desta fundação,

não

provinha da sua

organização

mas

do

seu carisma.

Todos

os seus

membros

eram

reco-nhecidos

como

espiritanos,

sem

que

precisassem de assumirqualquer

compromisso

religioso, a

não

ser o

do

seu sacerdócio.

O

que

tinham

em

comum

eraa

mesma

concepção do

sacerdócio. Serpadrepara eles

significava

uma

disponibilidade evangélica

na

obediência ao Espírito

para o serviçodosmaispobres e abandonados,

acompanhada

de

uma

pobrezavoluntáriae exigente.

Sem

dúvida

que

eles

pensavam que

vi-ver esta

concepção do

sacerdócio bastava paralhes fazer viver a vida

religiosa

na

sua radicalidade e

que

os seus compromissos apostólicos

não

precisavam de qualquer voto

ou

promessa.

O

que

osmotivava

não

era o quadro legal,

mas

a fidelidade ao Espírito

que

os

comprometia

com

os pobres.

A

situação da

Congregação

depois da

Revolução

Francesa

mostraráa suafragilidaderesultante

do

facto deela sermais

um

mo-vimento que

uma

organização

ou

seja:

um

instituto estruturado.

A

Congregação nada

tinha previstoparaasua

expansão

ecrescimento:

ela

não

tinha estruturasjurídicassuficientesparaexercer asua

auto-ridade sobre ospadres

que

formava: estes,

uma

vezformados,

deixa-vam

o Seminário e a

Congregação

perdia o poder sobre eles e

não

tinhaquadrossuficientesparasemanter.

O

seuespíritopodia

perma-necervivo,

mas

não

tinha forçasuficienteparaevitaroseu declínio.

Essefoio

drama

de Fourdinier

que Leguay

herdou. M

"O

que tinham

em

comum

era a

mesma

concepção do

sacerdócio. Ser

padre paraeles

significava

uma

disponibilidade evangélicana obediênciaao Espíritopara oserviçodos mais pobrese abandonados, acompanhada de

uma

pobreza voluntáriae exigente."

7.

A

GÉNESE

DA

REGRA

PROVISÓRIA

(1840 -1849)

A

RegraProvisóriade

1840

é otexto inspirador

na

suapureza

original

do

projecto missionáriode Libermann. Este texto

completa-14 Henry

Koren, Essai surlecharismespiritainaufildel'histoirede 1703 a 1839,

(13)

O

itinerárioespiritualdaCongregação ao longoda suahistória

se

com

oscomentários

que

ele

mesmo

fezaosnoviços

em

La

Neuvil-le,

com

o

nome

de "Glosas".

EstaRegra

tem

asua base

em

dois

documentos:

o

Memorial

de Le Vavasseur a

M.

Galais, director

do

Seminário de S. Sulpício

em

Issy(1839) I5

eo

Memorial

de

Libermann

aoSecretárioda

Propagan-da

em

1840,16

em

que

lhe pedia autorizaçãopara formar

uma

comu-nidade parair

em

auxíliodos povos

abandonados

de

Bourbon

e deS.

Domingos.

Le

Vavaseur

discutira as suas ideias sobre o seu projecto

com

dois professores

do

seminário de S. Sulpício, Galais e Pinault, e

com

o P. Desgenettes, reitor de

Nossa Senhora

dasVitórias. Este

Memo-rial de Le

Vavasseur

insistia

em

três pontos essenciais

que

seriam

retomados

na Regra

Provisóriae nos

Regulamentos

de 1849:

1

Uma

obra

em

favordos mais

abandonados

e mais

carencia-dos de assistência pastoral;

2. avidade

comunidade

com

obediênciaa

um

superior;

3. a prática da pobreza e

da

obediência,

no

contexto de

uma

Regra,acolhida pelos

membros

e

em

dependência

da SantaSé.

O

Memorial

de

Libermann

àPropaganda17

tinha

como

objectivo:

1.

A

salvação

do

negros,

que

então

eram

os mais miseráveis e

mais

abandonados na

Igreja de Deus,

nomeadamente

os das ilhas

Bourbon

e S.

Domingos;

2. a vida de

comunidade

e a

dependência

da Santa Sé,

em

correspondência

com

o

Memorial

de Le Vavasseur.

Segundo

Libermann não

havia

na

Igrejaainda

nenhuma

con-gregação

com

esta finalidade.

As

grandes linhas de força desta

Regra

Provisória são as

se-guintes:

1.

O

fim

da

Sociedade

do

Coração

de

Maria

era anunciar o

Evangelho

e estabelecer o

Reino

de

Deus

entre os mais pobres e

abandonados

na

Igreja de Deus. (Art.l e 5). Portanto, objectivos

idênticos aos de Poullart des Places. Trata-se de

uma

congregação

apostólicae

não

simplesmente para santificação dosseus

membros.

2.

O

que

nos distingue de todos osoutros obreiros

do

Senhor,

é

uma

consagração

muito

especialde todoe cada

um

dosseus

mem-bros, detodas asobrase trabalhos, ao

Coração eminentemente

apos-tólicode Maria,

modelo

perfeito

do

zelo apostólico (cap. II, art. 3).

3.

Os

espaços

da

missão:a

Congregação

édestinadaàsmissões

longínquas e àsmissõesestrangeiras, concretamente, aos negros,

que

são hoje os mais pobres

na

Igreja de

Deus

(Cap. III).

Na

Europa

devem

permanecer

aoserviço das missões longínquas.

4.

Na

segunda

parte são relevados os valores

que

fazem a sua

15

ND

II p.63-67 16 ND. IIp.69-76 17 ND. IIp 68-76 missãoespiritaria

(14)

Adélio TorresNeiva

espiritualidade. Três coisas constituema espiritualidade da

Congre-gação: a vida comunitária, o apostolado e o espírito de religião

ou

consagraçãoaDeus:Seriadedesejar

que

todos fizessemos trêsvotos,

que

nesse caso, serão feitos

em

particular.

De

qualquer

modo

para

entrar

na Congregação

é exigido

um

acto solene de consagração e

entrega a Deus.

Depois de desenvolver a doutrina e a prática dos três votos,

(pobreza, castidadee obediência) aRegrapassaparaa vidade

comu-nidadee o apostolado.

E uma

regrafundamental

na

Congregação que todos os

membros

uma

regra

vivam

em

comunidade,

em

obediênciaa

uma

Regra

comum.

A

carida- fundamentalna

defraternaé a

alma

da

Congregação (Cap

V

art.l). Congregação

O

zelo apostólico: os missionários

do Coração

de

Maria

devem

quetodosos

considerarozeloapostólico

como

aessência

do

espíritoapostólico.

A

membrosvivam

alma

desse zelo é

uma

grande paixão por

Deus

(Cap. VIII art.l).

em

comunidade.

A

vida apostólica: ela

não

é senão a vida toda de

amor

e santi-

A

caridade

dade que

o Filhode

Deus

levou sobre a terrapara salvar e santificar fraternaé aalma

todas as almas e pelas quais se sacrificou para a glória

do

Pai. Esta da Congregação." vida apostólica exige

uma

entrega totala

Deus

pelasalvaçãodos

que

nos são confiados (Cap.

IX

art. 1).

O

ministério daPalavra será o seu ministério principal e mais

importante.

A

terceira e a quarta parte tratam respectivamente da

admi-nistraçãoe a quarta da formação.

EstaRegraProvisóriaé

uma

fonte inesgotável

onde

passatoda

ainspiração missionária de Libermann. Ela é

um

dos tesouros mais

ricos

da

nossaespiritualidade.

O

seuconceito-chave é avida

apostó-lica,

que

vaiao

fundo

do

mistério

da

missão. Esta

Regra

Apostólica

será

retomada

por

Libermann

nos

"Regulamentos"

de 1849.18

8.

A

FUSÃO DAS REGRAS DAS

SOCIEDADES

DO

ESPÍRITO

SANTO

E

DO CORAÇÃO

DE

MARIA:

OS

REGULAMENTOS

DE

1849

Entre os Missionários

do

Espírito

Santo

e os da Sociedade

do

Coração

de Maria,

que

acabavam

de fazer afusão dasduas

Socieda-des,haviaváriasdivergências, consignadas nasrespectivas Regras:

1

.

Libermann

concebiaos missionários trabalhando

não

como

párocos,

como

queriam

os Espiritanos,

mas

como

auxiliares

do

clero

paroquial, vivendo

em

comunidade

e entregues ao serviço dos mais

abandonados.

2.

A

intenção de

Leguay

era fazer de todos os estudantes

do

semináriocolonial

membros

da Congregação.

Libermann

erade

opi-nião

que

os espiritanos

deveriam

viver

em

comunidade

e os

(15)

tes

do

seminário colonial

eram

para cobrir o

quadro

paroquial das

colónias.

3.

Libermann

erade opinião

que

o

Coração

de

Maria

deveria

figurar

no

título

da

Congregação

e

quanto

à pobreza, todos os bens

deviam

serpostos

em

comum,

ao contrário

do que

a Regra de 1848

estabelecia.

4.

Libermann não

era adepto de

uma

"segunda

ordem"

dentro

da

Congregação

como

a Regra de

1848

permitia.

5.

Libermann pensava

ainda

que

as Regras de 1848

não

eram

suficientemente explícitas sobre as relações dos confrades

com

a

Casa

Mãe.

6. Porsuavez,

Libermann

estava dispostoa revera Regra

Pro-visória e aajustá-la

com

a

Regra

de 1848.

Do

acordodas duaspartesresultaramosRegulamentosde 1849.

Estes

Regulamentos incluem

duaspartes:

uma

administrativa, os

Re-gulamentos

Constitutivos e Orgânicos e outra de espiritualidade: o

espírito da Congregação.

Na

primeira parte estão misturadas as

Constituições de 1848, os

Regulamentos

acrescidospor Libermann;

na segunda

parte estáoespírito dos

"Regulamentos"

também

da

au-toria de

Libermann.

Ambas

as partes são desenvolvidas a partir de

trêselementos fundamentais: a

Vida

Apostólica, a

Vida

de

comuni-dade

e a

Vida

Religiosa.

A

segunda

parte é baseada directamente

na Regra

Provisória.

O

objectivo de

Libermann

era fundir as duas partes

numa

só, coisa

que

Schwindenhammer

viria a fazer. Este, porém, conservou as

duaspartesjurídicas esuprimiuparte

da

espiritualidade

que

era

alma

das Constituições.

A

Ecclesiam

Saneiam

de

1966

pediria

precisamen-te para incluirnas Constituições estas duas vertentes

da Vida

Con-sagrada.

A

Regra

de

Vida

Espiritana de 1887 responderia

precisa-mente

aesta exigência.

Segundo

estesRegulamentos:

"A

Congregação 1.

A

Congregação

chamar-se-á

Congregação do

Espírito

Santo

chamar-se-á soba invocação

do Imaculado Coração

de Maria.

Congregação do 2.

As

Constituições

do

Espírito

Santo

de 1848, recentemente

EspíritoSanto aprovadas, seriam mantidas

com

excepção

dos pontos

que

faziam

sobainvocação

problema

à Sociedade

do Coração

de Maria,

ou

seja:

do Imaculado a)

Os

seus

membros

deveriam

renunciarao uso dos bense seus

Coraçãode rendimentos,

enquanto

estivessem

na

Congregação: Era a

adopção

Maria."

da

pobreza

com

todas as suas exigências.

b)

A

admissão de

membros

da "segunda

ordem"

ficaria

suspen-saaté decisãoda Propaganda.

3.

Libermann

acrescentou-lhes todo ocontributoda

espiritua-lidade e dos valores

da

Regra Provisória,

nomeadamente

a

Vida

Apostólica, a

Vida

de

Comunidade

e a

Vida

Religiosa. Estes títulos

abrangem

a primeira parte e

voltam

na segunda

como

as grandes

li-nhas deforça dasuaespiritualidade.

(16)

Adélio TorresNeiva

O

ponto

maisdelicado eraodas exigênciasdapobreza.

A

Pro-paganda

receava

que

os

membros

do

Espírito

Santo

o aceitassem;

mas

a verdadeé

que

dos 7 espiritanos

que

a

Congregação

do

Espírito

Santo

entãocontava, 6

acabaram

porassinar asnovasexigências.

Os

49

membros

do

Coração

de

Maria

estavam

todos de acordo.

Também

a

mudança

da

dependência

da

Congregação do

Ar-cebispodeParispara a

Propaganda

abriu

um

conflito

com

o

Arcebis-po que

sóviriaser

sanado

com

Schwindenhammer

em

1854.

Assim, a RegraProvisóriadeixava deexistire asConstituições

dosEspiritanos de 1848 tornavam-se asConstituições de todos,

com

as correcções atrás indicadas: "As nossas duas sociedades, escreve

Li-bermann

às comunidades do Coração de Maria,

em

Dezembro

de 1848,

propõem-se a

mesma

obra,

caminham

na

mesma

linha; ora não está

na

ordem

daProvidênciasuscitarduassociedadespara

uma

obraespecial, se

uma

sópodebastar

1 .

19

O

volume

das Regras apareceu impresso

em

Outubro

de

1849

sobo título de uRegulamentos da Congregação doEspírito Santo sob a invocaçãodo ImaculadoCoraçãode

Maria

1

'.20

Estes Regulamentos

recolhem

o essencial

do

projecto de

Poullart des Places e da visão missionária e apostólica de

Liber-mann.

Foram

escritos a partir

da

espiritualidade de

Libermann,

da

sua experiênciade vida comunitáriae

da

visão

da

missãopartilhada

com

os seus confrades

da

agora extinta Sociedade

do Coração

de Maria. Eles têm, portanto,

uma

importância-chave para captar o

espírito e a visão de Poullart des Places vista através

da

inspiração

de

Libermann.

Nestes

Regulamentos encontramos

o

pensamento

conjunto dosdoisfundadores. Paraos sucessoresde

Libermann

eles

são a interpretação original e autêntica das intuições de Poullart

des Placese de

Libermann.

Por

um

lado,

Libermann

respeita

escru-pulosamente

os fins

do

Instituto

segundo

as Regras Espiritanas

acrescentando-lhes o

que

de

melhor

havia

na Regra

Provisória.

O

que

Libermann

queriasalvaguardara todo o custoera

que

o

espíri-to da Sociedade

do

Coração

de

Maria que

ele tinha fundado,

ou

seja: oespíritoda

Regra

Provisória,fosse

mantido

após adissolução

da sua Sociedade.

Libermann

deu-lhes o título de Regulamentos, pois era ainda

prematuro

fazer novas Constituições.

O

que

interessava neste

mo-mento

era renovar oespírito e

não

as Constituições

enquanto

tais...

Linhas de forçadosRegulamentos

na

sua expressãojurídica:

1.

O

fim especialda Congregação são as almas mais

abandona-das enecessitadas entreas quais

podemos

distinguir:

a) as missões longínquas

que

sãoo objectivo principal

do

zelo e da dedicação dos Espiritanos;

19

ND X

p.339

20

ND

X

(17)

b) as obras

na

Europa,

que

são objecto secundário e

que

não

podem

prejudicar

gravemente

o fimprincipal.

A

novidade

são as obras

na

Europa. Vários motivos levaram

Libermann

aestaabertura,

mas

que

não

vem

aqui a propósito

desen-"Dequalquer volver.

De

qualquer

maneira

esta abertura à Europa, estará

sempre

maneiraesta aoserviço daprioridade principal (l- Parte, secção 1-).

O

seu

objec-aberturaà tivoprincipalera consolidar a Congregação.

Europa,estará 2.

A

vidadecomunidadeéa

maneira

deser

da

Congregação: "Para

sempreaoserviço o aperfeiçoamentoda vida apostólica queéo seufim, para aestabilidade

daprioridade e extensãodas suas obrasepara asantificaçãodosseusmembros, a

Con-principal" gregação toma

como

suaregrafundamentalavida

em

comum.

Todos os

seus

membros

viverãosempre

em

comunidade' (Secção11, art.Q lQ).

3.

A

Vida Apostólica, vida de

amor

e santidade que o Filho do

Homem

levou sobrea terraparasalvaresantificaras almas epelasquais

elesesacrificoucontinuamenteàglóriadoPai, para asalvaçãodo

mundo

(II parte, artigoI).

Como

exigências

da

vida apostólica: o zelo

após-tólico, oapostolado, ozelopela

animação

dos sacerdotes, o

ministé-riodaPalavra.

3.

A

VidaReligiosa:

A

Congregação, para

além

dasua entrega

a

Deus

pelo apostolado

que

é o seu fim, quer ainda ser consagrada

especialmente, tanto

quanto

anatureza da suaconstituiçãoo

permi-te, por

uma

vidareligiosa, sob os auspícios

do

Espírito

Santo

e a

in-vocação

do Imaculado Coração

de

Maria

(Secção III art. I9). Para

issoé necessário

que

os compromissos, dos seus

membros,

ao entrar

na

Congregação, sejam

marcados

por

um

acto religioso,

um

acto de

consagração de todo o seu ser.

Além

disso, todos são autorizados a

emitir,

em

privado,

perpetuamente

ostrêsvistosde religiãonas

mãos

dossuperiores

ou

de

um

outro

membro

por eledelegado. Estes votos

serão secretospara

sempre

(Cap. II).

As

devoções

da

Congregação

são oEspírito

Santo

e o

Imacu-lado

Coração

de Maria,

como

pedrasbasilaresda nossa

espiritualida-de.

Linhasdeforçados Regulamentosnasuavertentedaespiritualidade:

A

segunda

parte dos

Regulamentos retoma

as três grandes

li-nhas

deforçadaprimeiraparte: a

Vida

Apostólica, a

Vida

de

Comu-nidade e a

Vida

Religiosa.

1.

A

vida Apostólica

No

pensamento

de Libermann, o Espiritanoé,

com

efeito,

an-tes de mais

um

apóstolo,

que

reproduz

com

os seus irmãos,

na

sua

vida, a

marcha

itinerante deJesus e dos seus apóstolos para a

salva-ção dos

homens

em

particulardos mais abandonados.

A

vida

comu-nitária ea vidareligiosa

não

são realidades

"em

si";elassãopensadas

em

função

da

vida apostólica e fortementecoloridas porela.

Libermann

estava

convencido

de

que

a vida apostólica

encer-rava nela

mesma

a perfeiçãode

Nosso

Senhor, sobre aqual a nossaé

(18)

Adélio TorresNeiva

modelada. Ela inclui avida comunitária e a vida religiosa.21 Para

Li-bermann

a vida apostólica

compreende

dois aspectos: a)

um

espírito,

que

é o

mesmo

deJesus para

com

seu Paie

que

é

uma

exigência

parti-culardesantidade,

que

leva ao

dom

total de si

mesmo

e ao

emprego

de todasas suas capacidades (zelo apostólico,

que

é a qualidade

espe-cífica

do

espiritano) aoserviço

do

Evangelho,b)

uma

formaparticular

de vida

que

é adeJesus

com

os seus apóstolos e cujos elementos

es-pecíficos são: 1.

O

anúncio da

Boa

Nova

aos pobres; 2.a vivênciade

situações de fundação; 3. a disponibilidade apostólica.

O

zeloapostólico

não

é senãoosdons

do

EspíritoSanto: a

sabe-doria, aforça, a prudência, etc. ao serviço

do

apostolado. Ele

ocupa

um

lugarimportante

na

Regra de Libermann.

O

anúncioda

Boa

Nova

aos pobres inscreve-se

na

corrente

mo-derna da

Vida

Religiosa,

que

depois de

Santo

Inácio, é orientada

para a missão.

Os

pobres

em

que

pensa

Libermann

são os mais

des-providos tanto sob o

ponto

de vista económico, social

ou

pessoal

como

e sobretudo os mais afastados e

abandonados

em

relação à

Igreja.

No

momento

da fundação da

Obra

dosNegros,ele descobrirá

o

imenso

apelodaAfrica.

Quando

escreve os

Regulamentos

em

1849

Libermann

pensa

na

Europa,

com

a

nova

consciência da subida da

misérianasgrandecidades,

em

particularos portos,

no

mundo

indus-trial

do

séculoXIX. Para

Libermann

o anúncio

da

Boa

Nova

é

tam-bém

obra dos leigos.22

Os

Irmãos

têm

uma

responsabilidade

particu-lar

no

"desenvolvimento".

Viver

em

situações de fundação.

Segundo Libermann

nós

temos

na

Igreja

um

papel de fundação e

não

simplesmente de pastoral.

O

missionárioé

um

pioneiro

que

funda

comunidades;

paraissoé

preci-so formarlíderes.

O

modelo

é

Maria que

esteve

na

origem daIgreja.

Na

disponibilidadeapostólica.

A

vidadeJesus

com

osseus

Após-tolos foi

uma

vida itinerante, aberta a todas as situações, por mais

imprevistas

que

fossem. Itinerância

em

ordem

ao diferente, tanto

cultural

como

geograficamente; itinerância

no

sentido de

capacida-de para passarmos a

mão

aosoutros,

onde

tivermos

acabado

o nosso

trabalhode fundação eresponderaos

novos

apelos e àsnovas

urgên-cias.

Libermann

passará a vida à escutadossinais dos

tempos

ou

seja,

das novassituações.

"Ospobres

em

que pensa Libermannsãoos mais desprovidos tantosobo pontodevista económico,social oupessoal

como

esobretudoos mais afastadose abandonados

em

relaçãoàIgreja." 2.

A

vida de

comunidade

A

vida apostólica é essencialmente construída a partir da

co-munidade,

a tal

ponto que

Libermann

diz

que

sem

comunidade não

vida espiritana.

A

comunidade

impõe-se por duas razões: o

apos-tolado e a santificação dosseus

membros.

A

Congregação

seria

uma

Congregação

de

comunidades animadas na

caridade pela

Casa Mãe.

O

superior antes de ser

um

administradoré

um

apóstolo, o ministro

11

ND

XIII p.353

12

NDXp.

(19)

da

comunhão

na comunidade.

O

seu papel é

manter

viva

em

cada

um

a

chama

missionária.

Um

dos maisbelos capítulos de

Libermann

é o dos deveres dos

membros

da

Congregação

de uns para

com

os

outros.

O

ministério

da

comunhão

e da unidade

tem

o seu pólo de

referência

na Trindade

de Deus.

"A

pobrezaé

uma

dasvirtudesmais

fundamentaise mais importantes daVidareligiosa.

A

nossapobreza temsempre

uma

finalidade apostólica." 3.

A

Vida

Religiosa.

Para

Libermann

aconsagraçãoa

Deus

pelavidareligiosaéa

con-clusãonormal da consagraçãoa

Deus

pelavida apostólica,pelo

menos

davidaapostólicamissionáriatal

como

eleaconcebe aoserviçodosmais abandonados,

em

particularnospaíses demissão.

Mesmo

não

havendo

votospúblicos, avidareligiosa

nem

porissodeixadeserpedidaatodos.

O

ActodeConsagraçãoeraa expressão deste

compromisso

totaldanossa

vida: eleresume o queos Espiritanos

devem

viverpublicamentediante

de

Deus

e diantedos

homens.

Esta consagração éfeita "sobos auspícios

do

EspíritoSanto e

do Coração

de Maria e repete os artigos 1Qe 2Qda

vidareligiosa.

"A

Congregaçãoconsagraosseus

membros

especialmenteao

EspíritoSanto,autoreconsumadorde todaasantidadeeinspiradordo

espíri-toapostólico eao ImaculadoCoraçãodeMaria,superabundantemente

cumu-lado pelo divinoEspírito daplenitudedasantidade edoapostoladoe

partici-pando o mais perfeitamente possível davida e do sacrifício de Jesus Cristo,

para a redenção do mundo".23

Eles considerarão o Imaculado Coração de

Maria

como

omodeloperfeitodafidelidade atodas as santas inspiraçõesdo

divino Espírito edapráticainteriordasvirtudes davidareligiosa eapostólica:

elesaíencontrarãoseurefúgionosseus trabalhosenassuaspenas..." 24Esta

dupla devoção, concluiLibermann, éodistintivoda Congregação.

Em

seguida

Libermann

desenvolve os capítulos

da

Pobreza,

Castidade e Obediência.

A

pobreza é

uma

das virtudes mais funda-mentaisemais importantes da

Vida

religiosa. 25

A

nossa pobreza

tem

sempre

uma

finalidadeapostólica.

A

castidade.

Naquele

tempo

colonial,

poucos

acreditavam

na

virtude

da

vidacelibatária. Dizia-se

mesmo

que

o fundadorarriscava

muito enviando

missionários

muito

jovensparaesses países. Para

Li-bermann

a defesa

da

castidade estava

na

observância

da

Regra.

A

obediência.

A

obediência para

Libermann

erao

fundamento

da

vida apostólica, estava

no

coração da missão.26

A

obediência é

uma

consequência da nossaparticipação

na

vida deCristo.

A

obedi-ência pelo

Reino

éo

prolongamento da

disponibilidade

do

Filhopara

a missãorecebida pelo Pai.

A

nossa obediência

tem

origem

Trinitá-ria. Ela

tem

um

fundamento

teológico.27

NDXp.568

ND

X

p.568

ND

X

p.449

ND X

p.564eGlosa p.90e sts

François Nicolas.CommentêtrefidèleàlaRègle des Origines.InCahiers

Spiritainsn. 18p.32-58

(20)

Adélio TorresNeiva

Libermann

desenvolve todosesteselementosdavida

apostóli-ca, tanto

na

sua Regra de

1840

como

nos

Regulamentas

de 1849.

9.

A

REVISÃO DE

SCHWINDENHAMMER:

A

PASSAGEM

DE

SOCIEDADE DE VIDA

APOSTÓLICA

A CONGREGAÇÃO

RELIGIOSA.

AS

REGRAS

E

CONSTITUIÇÕES

DE

1855

E

1878

O

P.

Schwindenhammer,

superiorgeraldesde 1853 e sucessor

de Libermann, procurou ultrapassar algumasdificuldades

que

os

Re-gulamentos de

1849

levantavam:

1.

As

Constituições aprovadas por

Roma

eram

as da

Congre-gação

do

Espírito

Santo

de 1848. Constituíam o primeiro livro dos

Regulamentos

de 1849.

O

segundo

livro era

formado

pelos

Regula-mentos que não tinham

a aprovação de

Roma.

Estesdois

volumes

tinham

muitos inconvenientes: nas

Consti-tuições aprovadas, havia alíneas já modificadas pelos Regulamentos;

por suavez, certospontos importantes dos

Regulamentos

não

consta-vam

nas Constituições;porexemplo: a vida comunitária,a

possibilida-de possibilida-de emitir votos, osirmãos ea

adopção

de

um

hábitoreligioso.

De

restohaviamais apreçopelos

Regulamentos

que

pelas

Cons-tituições.

Libermann

tinhatentadofundir os doistextos

num

volu-me,

mas

a ideia

não

vingou, pois

que

sese unisse asConstituições aos

Regulamentos, a aprovação da Santa Sé abrangia todo o conjunto e

entãojáse

não

podiatocarnos Regulamentos.

O

espírito

do

fundador

transpareciamaisnos

Regulamentos

quenas Constituições.

O

P.

Schwindenhammer,

tendo

em

conta estasdiscrepâncias,

manifestou desejo de levar a cabo esse trabalho,

pedindo

o

assenti-mento

do

Capítulo Geral,

no

que

foi

aprovado

por unanimidade.

Além

disso ele tinha aindaa intenção delhe acrescentar

um

peque-no

suplemento

com

orações e algunspontosdisciplinares, tais

como:

o capítulo, a vida de

comunidade,

os votosreligiosos, os irmãos e as eleições.

No

fundo, o

que

ele pretendiaera dar à

Congregação

uma

formação

sólida:

Ao

profeta sucedia assim o jurista. Ele próprio se

encarregou, depois de

num

questionário enviado aos confrades,

re-ver todas as matérias,

não

se

contentando

com

uma

simples lista de

emendas

às Constituições.

Na

sequência dessas diligências, por proposta

do

Capítulo

Geral,

foram

concedidos à

Congregação

os

Votos

Religiosos

públi-cos por decreto

da

Propaganda

de 6 de

Maio

de 1855,

passando

a

Congregação

de Sociedade de

Vida

Apostólicaa

Congregação

Re-ligiosa.

De

facto, o

que

o P.

Schwindenhammer

fez

não

foicompletar

o trabalho de

Libermann

mas

reveras Constituiçõesde 1848

incor-porando

nelas as alterações concedidas pela

Propaganda

em

1850

e

as

mudanças

requeridas pela

adopção

dos

Votos

Religiosos de 1855.

A

sua revisãofoide grande porte, construindo

um

novo

edifí-cio

com

as pedras

do

antigo. Eis as suas linhasdeforça:

"O

espírito do fundador transparecia maisnos Regulamentos quenas Constituições."

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