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SATISFAÇÃO PROFISSIONAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 1

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SATISFAÇÃO PROFISSIONAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

1

ZIEGLER, Fernanda dos Santos2; DOTTO, Jéssica Ineu2; RECK, Paola Martins2; WEBER, Shuelen Cirolini2; QUADROS, Jacqueline da Silveira3; DALL’ASTA, Adriana Pereira4

1

Atividade de ensino apresentado na disciplina de Desenvolvimento Profissional VI do curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA

2Acadêmicos do 8º semestre do curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Membros do Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem e Saúde (GEPESES)

3

Enfermeira graduada no Centro Universitário Franciscano- UNIFRA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem e Saúde (GEPESES) 4

Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano- UNIFRA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem e Saúde

(GEPESES)

e-mail: fernandinha_ziegler@hotmail.com; jessik_ineu@hotmail.com; isinhareck17@hotmail.com;

enf.possebon@hotmail.com; shuelenweber@hotmail.com; jacqueline_quadros@hotmail.com;

adrianadap@terra.com.br

RESUMO

A UTI é a dependência hospitalar destinada ao atendimento de pacientes graves ou de risco, potencialmente recuperáveis, que exijam assistência médica ininterrupta, com apoio de equipe de saúde multiprofissional e demais recursos humanos especializados, além de equipamentos. O estudo caracteriza-se por uma atividade de ensino, com abordagem quantitativa, realizada na disciplina de desenvolvimento profissional VI, do curso de enfermagem do Centro Universitário Franciscano, na cidade de Santa Maria. Os sujeitos foram a equipe de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva. Foi realizada no período de agosto a novembro de 2011.Conforme os resultados indicados no estudo, no qual a maioria apresenta resultados satisfatórios frente aos questionamentos, observou-se durante o período de coleta de dados em campo de estágio que a realidade contradiz com os dados obtidos. A UTI por ser um ambiente desgastante com vários fatores geradores de estresse, sugere-se a importância do enfermeiro realizar um gerenciamento apropriado com utilização dos recursos mediadores que garanta um bom relacionamento entre a equipetendo como reflexo a satisfação da mesma.

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INTRODUÇÃO

O estudo foi realizado em uma unidade de terapia intensiva tipo 2, em um hospital particular de médio porte localizado na cidade de Santa Maria – RS. Conta em sua estrutura 10 leitos, onde um está separado e reservado para paciente em isolamento, faz parte também em sua equipe: um responsável técnico com título de especialista em medicina intensiva; um médico diarista com título de especialista em medicina intensiva; um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade responsável pela área de enfermagem; um enfermeiro, exclusivo da unidade para cada 10 leitos, por turno de trabalho; um fisioterapeuta para cada 10 leitos no turno da manhã e da tarde; um técnico de enfermagem para cada 2 leitos, por turno de trabalho; um funcionário responsável pelo serviço de limpeza; e um funcionário exclusivo responsável pela secretaria, durante o turno da manhã. Totalizando 22 técnicos de enfermagem e 5 enfermeiros.

A Unidade ainda conta com os serviços de Laboratório de análises clínicas nas 24 horas; aparelho de hemodiálise móvel; comissão de Controle de Infecção Hospitalar atuante; aparelho de Rx móvel, além de um serviço de Nutrição Parenteral e Enteral.

Unidade de terapia intensiva (UTI) é a dependência hospitalar destinada ao atendimento de pacientes graves ou de risco, potencialmente recuperáveis, que exijam assistência médica ininterrupta, com apoio de equipe de saúde multiprofissional e demais recursos humanos especializados, além de equipamentos (OLIVEIRA; DIAS; MELLO; et al, 2010).

A UTI possui recursos humanos qualificados e trabalho organizado buscando obter as condições adequadas de assistência e de trabalho, objetivando desenvolver a “atenção à saúde”. Desse modo, os objetos de trabalho do enfermeiro no processo gerencial são a organização e os recursos humanos de enfermagem. Os meios utilizados são: recursos físicos, financeiros, materiais e os saberes administrativos que utilizam ferramentas específicas para serem operacionalizados. Essas ferramentas específicas compreendem o planejamento, a coordenação, a direção e o controle da unidade (FELLI; PEDUZZI, 2005).

As primeiras pesquisas referentes à satisfação do paciente/cliente foi a partir do ano de 1970, que objetivava melhorar o atendimento clínico proveniente da integração entre equipe de saúde e paciente. Os profissionais da área da saúde devem estar cientes que em primeiro lugar devem buscar sempre a satisfação do usuário, sendo este, um sujeito de direitos. Leva-se em consideração a visão do

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paciente que merece receber um cuidado humanizado, sendo bem recebido em todas as unidades de atendimento e ser tratado com respeito e dignidade. O profissional da saúde deve ouvir o paciente cuidadosamente e fornecer explicações de modo que o paciente possa entender, dispondo de tempo suficiente para esclarecer todas as suas dúvidas (OMS, 2000).

Em contra ponto, para haver esta satisfação do usuário como atributo de qualidade, os profissionais da saúde são conhecedores de que vários fatores repercutem para um bom desempenho em seu local de trabalho. O contentamento de vida que este trabalhador leva, influência diretamente em um bom atendimento humanizado. Para existir a promoção de saúde, o trabalhador deve estar em um bom estado psíquico e físico (MATOS, 1998).

A satisfação ou a insatisfação do trabalhador podem estar vinculadas a

aspectos como: condições de trabalho (ambiente físico, químico e biológico, condições de higiene e segurança) e a organização do trabalho (divisão do trabalho, das tarefas, as relações de poder, as questões de responsabilidades, a habilidade para cuidar de pacientes graves que estabelecem limites/ possibilidades diversas dos demais e o relacionamento entre as pessoas) (MEIRELLES; ZEITOUNE, 2003).

Na UTI, a equipe de enfermagem convive com fatores desencadeadores de estresse, tais como: a dificuldade de aceitação da morte, a escassez de recursos materiais (leitos e equipamentos), escassez de recursos humanos, além da tomada de decisões conflitantes relacionadas com a seleção dos pacientes que serão atendidos. Esses são alguns dos dilemas éticos e profissionais vivenciados cotidianamente pela equipe que atua em terapia intensiva. Essas situações criam tensão entre os profissionais e, em geral, influenciam, negativamente, na qualidade da assistência prestada aos clientes (LEITE; VILA, 2005).

Diante do exposto, o estudo justifica-se pela inexistência de dados locais em relação ao nível de satisfação da equipe de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva.

O presente estudo tem como objetivo identificar o nível de satisfação da equipe de enfermagem com o trabalho em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital privado de médio porte localizado na cidade de Santa Maria, RS.

METODOLOGIA

Caracteriza-se por uma atividade de ensino realizada na disciplina de desenvolvimento profissional VI, do curso de enfermagem do Centro Universitário Franciscano. Trata-se de um estudo transversal, de caráter quantitativo e qualitativo, pois ambos, embora de naturezas diferentes, se completam e atendem de forma clara e utilitária os objetivos desta pesquisa.

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Conforme Creswell (2007), a pesquisa do tipo qualiquantitativa se trata de uma análise interpretativa dos dados de um fenômeno estabelecendo relações entre o pesquisador e os participantes, proporcionando uma visão holística e ampliada frente aos fenômenos sociais e ainda permite levantar dados concretos através de métodos estatísticos.

Foi desenvolvido, em um hospital privado de médio porte localizado na cidade de Santa Maria/RS. A população foi constituída por 22 técnicos de enfermagem e 5 enfermeiros. Para a realização da atividade foi aplicado um questionário aos funcionários da Unidade de Terapia Intensiva com 6 questões semi-estruturadas relativas à temática em questão, no período de agosto a novembro de 2011.

Por se tratar de uma pesquisa qualiquantitativa, algumas questões do instrumento de coletas de dados foram interpretados com o auxilio da fundamentação teórica adotada.

Como critérios de inclusão, somente funcionários da UTI e que aceitaram participar do estudo, e foram excluídos, aqueles que estavam deslocados de outro setor do hospital, e que nos dias da coleta estavam compondo a equipe provisoriamente.

Para a pesquisa foi solicitado o termo de consentimento livre e esclarecido. Nesse termo de consentimento observou-se linguagem acessível, incluindo os objetivos, métodos, justificativa e forma de andamento da pesquisa, liberdade de desistência dos sujeitos a qualquer momento, sem prejuízo e garantia do anonimato.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com os dados obtidos verificou-se que 87,5% dos entrevistados já tiveram alguma experiência profissional na enfermagem fora da UTI.

Considera-se importante a experiência em outro local de trabalho para que haja um paralelo e assim possa ser identificado com precisão a preferência individual dos profissionais de enfermagem no âmbito hospitalar relacionados à qualidade do serviço. Quando questionados sobre preferência por local de trabalho verificou-se que houve uma igualdade entre a preferência profissional dos sujeitos, onde 37,5% relataram que preferem a UTI, outros 37,5% preferem o antigo local de trabalho, e uma parcela menor dos entrevistados somando 25% não responderam.

Constata-se que os dados referentes à preferência podem estar de acordo com o perfil do profissional, pois observou-se durante o período da coleta que muitos atuavam por exigência institucional, devido a falta de funcionários na unidade.

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A partir dos números coletados, no momento que a própria equipe avaliou o relacionamento com os demais membros, 50% assinalaram como bom, 31,25% descreveram como regular, e 18,75% assinalaram a opção ruim.

Apesar das condições desfavoráveis encontradas no cotidiano de trabalho nas UTIs, relacionados ao trabalho em equipe, verifica-se que os trabalhadores de enfermagem lutam constantemente para fortalecer a convivência no grupo onde estão inseridos, procurando valorizar o que existe de satisfatório na convivência grupal (SHIMIZU; CIAMPONE, 2004).

Entretanto observou-se um alto índice de estresse na equipe de Enfermagem, refletindo basicamente no relacionamento humano. O estresse, vivenciado cotidianamente na UTI, resulta em irritabilidade, intrigas, ansiedade, desmotivação e baixa produtividade desses profissionais (CORONETTI; NASCIMENTO; BARRA; MARTINS, 2006).

Quando questionados sobre a rotina de trabalho na UTI, 69% consideraram boa a rotina de trabalho, 19% avaliaram como regular e 13% caracterizaram como ruim.

As atividades dos profissionais de saúde são gratificantes, porém são fortemente tensas, devido às prolongadas jornadas de trabalho, ao número limitado de profissionais e ao desgaste psicoemocional nas tarefas realizadas em UTI. A mesma apresenta aspectos muito específicos como a sobrecarga de atividades, o contato direto com situações limite, e os altos riscos para si e para os outros. A necessidade de duplos empregos e longas jornadas de trabalho dos trabalhadores da saúde, tornam a rotina estressante especialmente quando os salários são insuficientes para a manutenção de uma vida digna. Tal prática potencializa a ação daqueles fatores que, por si só, danificam suas integridades física e psíquica (SHIMIZU, CIAMPONE, 2004).

No que se refere ao nível de satisfação com o trabalho na UTI, constatou-se que 56% dos entrevistados estavam satisfeitos com o trabalho, 31% estavam poucos satisfeitos e 13% estavam insatisfeitos.

A satisfação no trabalho é um estado de prazer emocional resultante da avaliação que um profissional faz sobre até que ponto o trabalho que desenvolve atende seus objetivos, necessidades e valores. A satisfação é uma atitude ou resposta emocional às tarefas realizadas assim como às condições físicas e sociais deste local, exercendo influências sobre o trabalhador, que podem se manifestar sobre sua saúde psíquica, qualidade de vida, relacionamentos interpessoais, com conseqüências tanto para o indivíduo quanto para a organização (BERGAMINI; CODA, 1990).

Entretanto, quando as necessidades não são atendidas dentro de uma situação de trabalho, o resultado chama-se frustração e esse sentimento pode ser causa de

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diversos tipos de comportamentos no ambiente de trabalho, como fuga ou compensação, a resignação e a agressão (MELARA; BECCARIA; CARTA; CONTRIN, 2006).

É importante ressaltar que a satisfação profissional é peça fundamental no desempenho do trabalho, que se reflete em um atendimento qualificado que vise a atenção do cuidado ao cliente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme os resultados indicados no estudo, no qual a maioria apresenta resultados satisfatórios frente aos questionamentos, observou-se durante o período de coleta de dados em campo de estágio que a realidade contradiz com os dados obtidos.

Acredita-se que os resultados positivos são devido a unidade pertencer à uma instituição privada, pelo medo do risco à exposição frente as respostas, também observou-se entre a equipe de enfermagem um relacionamento instável, alternando momentos calmos e turbulentos, tornando o ambiente de trabalho com frustração e insatisfação, o que reflete na qualidade de vida do profissional e no cuidado ao paciente.

A UTI por ser um ambiente desgastante com vários fatores geradores de estresse, sugere-se a importância do enfermeiro realizar um gerenciamento apropriado com utilização dos recursos mediadores que garanta um bom relacionamento entre a equipe tendo como reflexo a satisfação da mesma.

REFERÊNCIAS

BERGAMINI, C. W., CODA, R. (Org.). Psicodinâmica da vida organizacional:motivação e liderança. São Paulo: Pioneira, 1990.

CRESWELL, J. W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativos, quantitativos e

misto. 2. ed. Porto Alegre: Artimed, 2007.

CORONETTI, A; NASCIMENTO, E, R , P do; BARRA, D, C, C; MARTINS, J, de J. O

estresse da equipe de enfermagem na unidade de terapia intensiva: o enfermeiro como mediador.Arquivos Catarinenses de Medicina. Vol. 35, n.4, de 2006 .

FELLI, V.E.A.; PEDUZZI, M. O trabalho gerencial em enfermagem. In: Kurcgant P, organizador. Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2005.

LEITE, M. A; VILA, V. da S. C .Dificuldades vivenciadas pela equipe multiprofissional na unidade de terapia intensiva.Rev. Latino-Am. Enfermagem. v.13 n.2. Ribeirão Preto mar./abr. 2005.

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MATOS, O.As formas modernas do atraso. Folha de S. Paulo,Primeiro Caderno, 27 de setembro, p. 3.1998.

MEIRELLES, N.F.; ZEITOUNE, R.C.G.Satisfação no trabalho e fatores

de estresse da equipe de enfermagemde um centro cirúrgico oncológico.aEscola Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, vol. 7, n.1, abril, p.78-88, 2003.

MELARA, S.V.G., BECCARIA, L.M., CARTA,A., CONTRIN, L.M.

Motivação da

equipe de enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva. Arq. Ciênc.

Saúde, jul-set., n.13, v.3, 2006.

OLIVEIRA, A. B. F. DE; DIAS, O. M.; MELLO, M. M.; ARAÚJO, S.; DRAGOSAVAC, D.; NUCCI, A.; FALCÃO, A. L. E. Fatores associados à maior mortalidade e tempo de internação prolongado em uma unidade de terapia intensiva de adultos.Rev. bras. ter.

intensiva. vol.22 no.3 São Paulo. Julio/Setembro. 2010

Organização Mundial de Saúde 2000. Disponível em

<www3.who.int/whosis/menu.cfm?path=whosis,surveys&language=english>.

SHIMIZU, H, E.; CIAMPONE, M, H, T. As representações dos técnicos e auxiliares de enfermagem acerca do trabalho em equipe na Unidade de Terapia Intensiva. Rev.

Referências

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