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A APLICAÇÃO DA REGRA 85/95 NAS APOSENTADORIAS POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO RESUMO

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A APLICAÇÃO DA REGRA 85/95 NAS APOSENTADORIAS POR TEMPO DE

O presente trabalho tem como linha de pesquisa a disciplina

esclarecendo quais são os requisitos exigidos para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, objetivando compreender o que é a regra 85/95 aplicada nessas apo

que foi criada através da Medida Provisória nº 676, de 17 d

nº 13.183, de 4 de novembro de 2015. Além disso, tem como objetivo avaliar se essa inovação legislativa carreou prejuízos aos segurados do Regime Ger

(RGPS) que pretendem se aposentar por tempo de contribuição, bem como avaliar as novas regras trazidas com a reforma da previdência. Tal pesquisa se faz necessária devido ao fato do desconhecimento por grande parte dos cidadãos ace

aposentadorias por tempo de contribuição. A metodologia empregada é a pesquisa bibliográfica, a qual se apresenta bastante eficaz para o atingimento dos objetivos propostos.

Palavras-chave: Aposentadoria por tempo de con

85/95.

THE APPLICATION OF RULE 85/95 ON RETIREMENT BY TIME OF

The present work has as a research line the discipline social security law, clarifying what are the requirements required for the granting of retirement by time of contribution, aiming to understand what is the rule 85/95 applied in these pensions, which w

Provisional Measure 676, dated June 17, 2015, converted into Law No. 13,183, of November 4, 2015. In addition, it aims to assess whether this legislative innovation has caused losses to the insureds of the General Social Security Re

contribution time, as well as evaluate the new rules brought with the pension reform. Such research is necessary due to the fact that most citizens do not know about the new rules applied to pensions for time of contri

research, which is very effective for the achievement of the proposed objectives.

Keywords: Retirement for contribution time.

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Graduando em direito, Faculdade Aldete Maria Alves/FAMA, Iturama/MG. 2

Especialização em Direito Empresarial Especialização em Direito do Trabalho (Faculdades Integradas Toledo Araçatuba

rocasifi@hotmail.com

A APLICAÇÃO DA REGRA 85/95 NAS APOSENTADORIAS POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Márcio Luís Silva Ronaldo Carvalho

RESUMO

O presente trabalho tem como linha de pesquisa a disciplina Direito Previdenciário esclarecendo quais são os requisitos exigidos para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, objetivando compreender o que é a regra 85/95 aplicada nessas apo

que foi criada através da Medida Provisória nº 676, de 17 de junho de 2015, convertida na L nº 13.183, de 4 de novembro de 2015. Além disso, tem como objetivo avaliar se essa inovação legislativa carreou prejuízos aos segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) que pretendem se aposentar por tempo de contribuição, bem como avaliar as novas regras trazidas com a reforma da previdência. Tal pesquisa se faz necessária devido ao fato do desconhecimento por grande parte dos cidadãos acerca das novas regras aplicadas às aposentadorias por tempo de contribuição. A metodologia empregada é a pesquisa bibliográfica, a qual se apresenta bastante eficaz para o atingimento dos objetivos propostos.

Aposentadoria por tempo de contribuição. Fator previdenciário. Regra

THE APPLICATION OF RULE 85/95 ON RETIREMENT BY TIME OF CONTRIBUTION

ABSTRACT

The present work has as a research line the discipline social security law, clarifying what are the requirements required for the granting of retirement by time of contribution, aiming to understand what is the rule 85/95 applied in these pensions, which was created through the Provisional Measure 676, dated June 17, 2015, converted into Law No. 13,183, of November 4, 2015. In addition, it aims to assess whether this legislative innovation has caused losses to the insureds of the General Social Security Regime (RGPS) that intend to Retire for contribution time, as well as evaluate the new rules brought with the pension reform. Such research is necessary due to the fact that most citizens do not know about the new rules applied to pensions for time of contribution. The methodology used is the bibliographical research, which is very effective for the achievement of the proposed objectives.

Retirement for contribution time. Social security factor. Rule 85/95.

do em direito, Faculdade Aldete Maria Alves/FAMA, Iturama/MG. marcio-lsf@hotmail.com mpresarial e Tributário (Centro Universitário de Rio Preto Especialização em Direito do Trabalho (Faculdade Aldete Maria Alves, Iturama/MG)

Faculdades Integradas Toledo Araçatuba). Docente da Faculdade Aldete Maria Alves/FAMA, Iturama/MG.

A APLICAÇÃO DA REGRA 85/95 NAS APOSENTADORIAS POR TEMPO DE

Márcio Luís Silva FERREIRA1 Ronaldo Carvalho SILVA FILHO2

Direito Previdenciário, esclarecendo quais são os requisitos exigidos para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, objetivando compreender o que é a regra 85/95 aplicada nessas aposentadorias, e junho de 2015, convertida na Lei nº 13.183, de 4 de novembro de 2015. Além disso, tem como objetivo avaliar se essa al de Previdência Social (RGPS) que pretendem se aposentar por tempo de contribuição, bem como avaliar as novas regras trazidas com a reforma da previdência. Tal pesquisa se faz necessária devido ao fato do rca das novas regras aplicadas às aposentadorias por tempo de contribuição. A metodologia empregada é a pesquisa bibliográfica, a qual se apresenta bastante eficaz para o atingimento dos objetivos propostos.

Fator previdenciário. Regra

THE APPLICATION OF RULE 85/95 ON RETIREMENT BY TIME OF

The present work has as a research line the discipline social security law, clarifying what are the requirements required for the granting of retirement by time of contribution, aiming to as created through the Provisional Measure 676, dated June 17, 2015, converted into Law No. 13,183, of November 4, 2015. In addition, it aims to assess whether this legislative innovation has caused losses to gime (RGPS) that intend to Retire for contribution time, as well as evaluate the new rules brought with the pension reform. Such research is necessary due to the fact that most citizens do not know about the new rules bution. The methodology used is the bibliographical research, which is very effective for the achievement of the proposed objectives.

Social security factor. Rule 85/95.

lsf@hotmail.com

Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP/SP). , Iturama/MG). Bacharel em Direito Docente da Faculdade Aldete Maria Alves/FAMA, Iturama/MG.

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1 INTRODUÇÃO

A Medida Provisória nº 676, de 17 de junho de 2015 (BRASIL, 2015a), convertida na Lei nº 13.183, de 4 de novembro de 2015 (BRASIL, 2015b), incluiu o artigo 29-C da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 (Lei de Benefícios da Previdência Social – LBPC) (BRASIL, 1991), que trata da regra 85/95 aplicada nas aposentadorias por tempo de contribuição, verbis:

Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou

II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos.

§ 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas as frações em meses completos de tempo de contribuição e idade.

§ 2º As somas de idade e de tempo de contribuição previstas no caput serão majoradas em um ponto em:

I - 31 de dezembro de 2018; II - 31 de dezembro de 2020; III - 31 de dezembro de 2022; IV - 31 de dezembro de 2024; e V - 31 de dezembro de 2026.

§ 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e no § 2º, o tempo mínimo de contribuição do professor e da professora que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio será de, respectivamente, trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição.

§ 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário ao exercício da opção de que trata o caput e deixar de requerer aposentadoria será assegurado o direito à opção com a aplicação da pontuação exigida na data do cumprimento do requisito nos termos deste artigo. (BRASIL, 2015b, p. 1).

Em razão da criação dessa regra, várias dúvidas surgiram acerca da aplicação da mesma, principalmente por parte dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Grande parte dos cidadãos que procuram os serviços e benefícios oferecidos pelo INSS desconhece completamente as novas regras aplicadas nas aposentadorias. Acreditam que os requisitos exigidos para se aposentar foram alterados, o que não é verdade. A presente pesquisa busca justamente elucidar essa questão.

Para tanto, algumas indagações devem ser feitas: o que de fato mudou com essa nova sistemática? Os requisitos para se aposentar por tempo de contribuição ainda são os mesmos? O trabalhador de alguma forma foi prejudicado com essa inovação? Ao final da pesquisa, esperamos que essas e outras questões inerentes a essa alteração legislativa sejam perfeitamente compreendidas e respondidas.

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Para responder a essas indagações, lançamos mão da pesquisa bibliográfica como método de pesquisa, em especial ao arcabouço legislativo vigente. Nos ensinamentos de Marconi e Lakatos (2003, p. 158), pesquisa bibliográfica:

[…] é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar publicações e certos erros, e representa uma fonte indispensável de informações, podendo até orientar as indagações.

Vê-se, pois, que a pesquisa bibliográfica se apresenta como um método suficiente e eficaz para o atingimento dos objetivos propostos, bem como capaz de trazer respostas adequadas aos problemas suscitados.

2 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: CONCEITOS E REQUISITOS

A aposentadoria por tempo de contribuição do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) está prevista na Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), de 05 de outubro de 1988, no § 7º, I, do art. 201 (BRASIL, 1988), in verbis:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). (BRASIL, 1988,

on-line; grifo nosso).

Nesse sentido, são os arts. 56, caput, e 29, II, ambos do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, que aprova o Regulamento da Previdência Social (RPS), e dá outras providências (BRASIL, 1999a), insculpindo as seguintes regras:

Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência: [...]

II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial.

[...]

Art. 56. A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado após trinta e cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher, observado o disposto no art. 199-A. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). (BRASIL, 1999a, p. 54, 56; grifo nosso).

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Da exegese dos dispositivos acima, podemos concluir que a aposentadoria por tempo de contribuição é devida àqueles que, tendo implementado a carência mínima de cento e oitenta contribuições mensais exigida, perfazerem o total de trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher.

Corroborando esse entendimento, é a lição de Goes (2016, p. 230): “a aposentadoria por tempo de contribuição, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado que completar 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos de contribuição, se mulher”.

Carência, de acordo com o art. 24 da Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 1991), é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício; e tempo de contribuição é o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade tempo de contribuição (BRASIL, RPS, 1999a, art. 59).

2.1 Regra 85/95

O art. 29-C, da Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 1991), introduzido através da Lei nº 13.183 (BRASIL, 2015b), estipula:

Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)

I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)

II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos. (BRASIL, 2015b, p. 1).

Observa-se que a inovação legislativa em nada alterou os requisitos exigidos para a aposentadoria por tempo de contribuição. Pelo contrário, houve apenas alteração na regra de apuração do salário-de-benefício, dando ao segurado a faculdade de optar pela incidência ou não do fator previdenciário, desde que preenchidos os requisitos estatuídos no comando legal.

Como visto acima, para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, é necessário o tempo mínimo de 30 anos de contribuição para as mulheres e 35 anos de contribuição para os homens. Para os professores, é necessário o atingimento de 25 anos e 30

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Para que o segurado possa optar pela incidência ou não do fator previdenciário, é necessário que a soma da idade com o tempo de contribuição, consideradas frações de dias, meses e anos, totalize 85 e 95 pontos para mulheres e homens respectivamente. No caso dos professores, são necessários 80 pontos para mulheres e 90 pontos para os homens.

O valor da aposentadoria por tempo de contribuição é calculado com base no salário-de-benefício, o qual consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário (BRASIL, 1991).

O fator previdenciário, criado pela Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999 (BRASIL, 1999b), por sua vez, é calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar (BRASIL, Lei nº 8.213, 1991, art. 29, § 7º). Dependendo das características de cada segurado (idade, expectativa de sobrevida e tempo de contribuição), o fator previdenciário pode fazer com que valor do salário-de-benefício seja reduzido – o que ocorre na maioria dos casos –, ou majorado – o que não ocorre muito na prática, pois exige que o segurado se mantenha por mais tempo contribuindo com o regime.

Antes do advento da Lei nº 13.183, a incidência do fator previdenciário era obrigatória. É importante destacar que o fator previdenciário foi criado com a finalidade de evitar aposentadorias precoces, porquanto, quanto mais jovem for o segurado, menor será o fator previdenciário, reduzindo o salário-de-benefício, conforme esposado acima. Com o advento da Lei nº 13.183, se o segurado preencher os requisitos dos incisos I e II do art. 29-C (95 pontos para homem e 85 pontos para mulher, respectivamente), terá a faculdade de optar pela incidência ou não do fator previdenciário sobre o salário-de-benefício (BRASIL, 2015b).

Na prática, quando o fator previdenciário for diminuir o salário-de-benefício, o segurado, que antes da Lei nº 13.183 não tinha este direito, agora pode optar pela sua não incidência. Por outro lado, quando o fator previdenciário for aumentar o salário-de-benefício, poderá o segurado optar pela sua incidência. Embora a lei preveja que cabe ao segurado optar pela incidência ou não do fator previdenciário, na prática não é exigido nenhum tipo de manifestação por parte do segurado quanto à aplicação ou não dessa regra. Em regra, quando da concessão das aposentadorias por tempo de contribuição, os sistemas de benefícios do INSS aplicam a regra mais vantajosa ao segurado, independentemente de sua manifestação.

Uma vez calculado o salário-de-benefício, chega-se ao valor da renda mensal inicial (RMI) da aposentadoria por tempo de contribuição, que consiste no percentual de 100% do

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salário-de-benefício apurado (BRASIL, RPS, 1999a, art. 39, IV). Daí a expressão “aposentadoria integral”.

Essa expressão “aposentadoria integral” gera muita dúvida em muitos segurados. Eles acreditam que vão receber, quando se aposentarem, 100% do último salário recebido. Conforme detalhado anteriormente, essa integralidade se refere tão somente à possibilidade de receber 100% da média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, desde que não haja incidência do fator previdenciário nas situações em que é aplicada a regra 85/95, e não à possibilidade de recebimento de 100% do último salário do segurado.

É importante destacar, por oportuno, a regra prevista no § 2º, do art. 29-C, da Lei nº 8.213/91 (BRASIL, 2015b, p. 1):

Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta e cinco anos; ou

II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta anos.

[...]

§ 2º As somas de idade e de tempo de contribuição previstas no caput serão majoradas em um ponto em:

I - 31 de dezembro de 2018; II - 31 de dezembro de 2020; III - 31 de dezembro de 2022; IV - 31 de dezembro de 2024; e V - 31 de dezembro de 2026. [...] (BRASIL, 2015b, p. 1).

Da leitura do dispositivo acima, depreende-se que a regra 85/95 será majorada em um ponto, a partir de 2018, a cada dois anos, até chegar aos 90/100 pontos, em 2026. No caso dos professores, 85/95.

Assim, conclui-se que a inovação legislativa, que criou a regra 85/95, em nada alterou os requisitos exigidos para se aposentar. Pelo contrário, introduziu regras benéficas aos trabalhadores, que podem ter uma aposentadoria com valor mais vantajoso do que antes.

2.2 Como Ficará a Regra 85/95 com a Reforma da Previdência

Conforme amplamente divulgado, há em tramitação no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição nº 287 (PEC 287/2016), apresentada em 05 de dezembro de 2016, pelo Presidente da República.

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Caso a PEC seja aprovada, a regra 85/95 será extinta, assim como o fator previdenciário. Também deixarão de existir a aposentadoria por tempo de contribuição e a aposentadoria por idade (CASTELANI, 2016).

No lugar dessas aposentadorias, haverá apenas uma aposentadoria que exigirá tempo mínimo de contribuição mais idade mínima, requisitos esses cumulativos. Segundo a Presidência da República (BRASIL, 2017, on-line), “a partir da aprovação das novas regras, a aposentadoria passa a ser concedida para os brasileiros homens a partir dos 65 anos de idade. Para as mulheres, [...] 62 anos. Além disso, para adquirir esse direito, o trabalhador deverá ter contribuído por, no mínimo, 25 anos”.

Com relação ao valor da nova aposentadoria, de acordo com a Presidência da República (BRASIL, 2017, on-line), tem-se o seguinte:

Para se chegar ao valor do benefício, é preciso calcular uma média de todos os salários de contribuição. Dessa média, o beneficiário terá direito ao equivalente a 70%. Além disso, ele receberá uma espécie de prêmio por permanência a mais no mercado de trabalho. Para cada ano que superar 25 anos de contribuição, haverá um aumento de 1,5 ponto percentual.

Esse acréscimo por permanência, no entanto, cresce com o tempo. Para cada ano que superar 30 anos de contribuição, o aumento será de 2 pontos percentuais e, para cada no que superar 35 anos de contribuição, o acréscimo será de 2,5 pontos.

Com essa fórmula, o trabalhador conseguirá mais rapidamente a integralidade dos seus salários de contribuição. Supondo que um brasileiro comece a contribuir com a Previdência aos 25 anos de idade, quando se aposentar, aos 65 anos, ele terá uma renda equivalente a 100% do salário de contribuição.

Essas regras, contudo, não serão aplicadas a todos os segurados. Para os que já adquiriram o direito de se aposentar, nada muda. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), de 05 de outubro de 1988, no art. 5º, inciso XXXVI (BRASIL, 1988, on-line), “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” (grifo nosso).

Para os que não adquiriram o direito de se aposentar, poderá haver uma regra de transição. Para a Presidência da República (BRASIL, 2017, on-line):

[...] Qualquer trabalhador poderá entrar nela, se valer a pena. Nesse caso, o benefício será concedido para mulheres a partir de 53 anos; para homens, a partir de 55 anos. Essas idades mínimas, no entanto, serão elevadas a partir de 2020: a cada dois anos, elas serão aumentadas em um ano até ser atingido o tempo extra de contribuição exigido pelo pedágio de 30%.

O trabalhador que decidir se aposentar pelas regras de transição também terá de pagar esse pedágio de 30% sobre o tempo que falta para ele se aposentar.

Pagar o pedágio significa que se faltam nove para deixar o mercado de trabalho, será preciso trabalhar um pouco mais antes de se aposentar: quase três anos a mais, ou seja, o trabalhador ficará na ativa por 12 anos. O acesso ao benefício será dado, dentro da regra de transição, para os homens que alcançarem 35 anos de contribuição e para as mulheres que chegarem a 30 anos.

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Ante o exposto, verifica-se que a reforma da previdência torna mais rígido o acesso ao direito dos trabalhadores de se aposentarem.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A regra 85/95, introduzida na legislação previdenciária através da Lei nº 13.183 (BRASIL, 2015b), trouxe condições mais benéficas aos segurados do INSS ao se aposentarem por tempo de contribuição. A aplicação dessa regra nas referidas aposentadorias se dá quando os segurados, somados a idade e o tempo de contribuição, perfazerem o total de 85 e 95 pontos, se mulher e homem respectivamente. No caso dos professores, são necessários 80 pontos para as mulheres e 90 pontos para os homens. Com efeito, atingindo essa pontuação, os segurados poderão optar pela incidência ou não do fator previdenciário, podendo fazer com que, em termos práticos, o valor da aposentadoria seja o mais vantajoso possível.

Nessa esteira, fica nitidamente demonstrado que a aplicação dessa regra nas aposentadorias por tempo de contribuição, diferentemente do que é pensado por grande parte dos segurados do INSS, não alterou os requisitos mínimos necessários para se ter direito à aposentadoria por tempo de contribuição. A inovação legislativa tão somente alterou a forma do cálculo do valor do benefício, trazendo regras mais benéficas aos trabalhadores.

A reforma da previdência, por outro lado, restringirá o acesso dos trabalhadores ao direito de se aposentar, extinguindo as aposentadorias hoje vigentes e criando uma única aposentadoria com requisitos mais rígidos e com o cálculo do valor do benefício mais prejudicial aos trabalhadores.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 28 maio 2017.

______. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de jul. de 1991.

______. Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 7 de maio de 1999a. ______. Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999. Dispõe sobre a contribuição previdenciária do contribuinte individual, o cálculo do benefício, altera dispositivos das Leis nos 8.212 e

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8.213, ambas de 24 de julho de 1991, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 27 de nov. 1999b.

______. Medida Provisória nº 676, de 17 de junho de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, 18 jun. 2015a.

______. Lei nº 13.183, de 4 de novembro de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, 5 de nov. de 2015b.

______. Presidência da República. Saiba o que pode mudar na sua aposentadoria. 2017. Disponível em: <http://www.reformadaprevidencia.gov.br/noticias/saiba-o-que-pode-mudar-na-sua-aposentadoria.html>. Acesso em: 28 maio 2017.

CASTELANI, Clayton. Reforma da Previdência acabará com 85/95 e fator nas

aposentadorias. 2016. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/12/1839405-reforma-da-previdencia-acabara-com-8595-e-fator-nas-aposentadorias.shtml>. Acesso em: 28 maio. 2017.

GOES, Hugo. Manual de Direito Previdenciário. 11. ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2016. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia

Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

Recebido em: 19 de julho de 2017 Aceito em: 28 de setembro de 2017

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