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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES ENTRE SESSÕES. (NOVEMBRO de 2019 JULHO de 2020) COMISSÁRIO SOLOMON AYELE DERSSO

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES ENTRE SESSÕES

(NOVEMBRO de 2019 – JULHO de 2020)

DO

COMISSÁRIO SOLOMON AYELE DERSSO

COMO

PRESIDENTE DA COMISSÃO AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS;

MEMBRO DA COMISSÃO AFRICANA;

PRESIDENTE DO GRUPO DE TRABALHO PARA AS INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS, AMBIENTE E VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS EM

ÁFRICA;

PRESIDENTE DO COMITÉ CONSULTIVO SOBRE QUESTÕES ORÇAMENTAIS E DE PESSOAL;

PONTO FOCAL PARA A JUSTIÇA TRANSICIONAL EM ÁFRICA;

PONTO FOCAL PARA OS DIREITOS HUMANOS E SITUAÇÕES DE CONFLITO EM ÁFRICA;

MEMBRO DO COMITÉ PARA A PREVENÇÃO DA TORTURA EM ÁFRICA; MEMBRO DO GRUPO DE TRABALHO SOBRE QUEIXAS; E

MEMBRO DO GRUPO DE TRABALHO PARA QUESTÕES ESPECÍFICAS RELACIONADAS COM O TRABALHO DA COMISSÃO AFRICANA.

APRESENTADO À 66ª SESSÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS

Banjul, Gâmbia, 13 de Julho – 7 de Agosto de 2020

AFRICAN UNION UNION AFRICAINE

African Commission on Human & Peoples’ Rights

UNIÃO AFRICANA

Commission Africaine des Droits de l’Homme & des Peuples

No. 31 Bijilo Annex Lay-out, Kombo North District, Western Region, P. O. Box 673, Banjul, The Gambia Tel: (220) 441 05 05 /441 05 06, Fax: (220) 441 05 04 E-mail: au-banjul@africa-union.org; Web: www.achpr.org

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2 INTRODUÇÃO

O presente relatório é apresentado em conformidade com o nº 3 do artigo 23 e o artigo 72º do Regulamento Processual da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (a Comissão), e de acordo com as resoluções ACHPR / Res 148 (XLVI) 09, ACHPR / Res 236 (LIII) 13, e CADHP / Res 271 (LV) 14. O Relatório cobre as actividades por mim realizadas desde o último relatório de actividades.

Apresentado em oito partes, o relatório abrange as actividades realizadas no período entre a 65ª Sessão Ordinária, que decorreu de Outubro a Novembro de 2019, e a 66ª Sessão Ordinária, designadamente:

I. Actividades realizadas como Presidente da Comissão; II. Actividades realizadas como membro da Comissão;

III. Actividades ao abrigo do mandato do Grupo de Trabalho para as Indústrias Extractivas, Ambiente e Direitos Humanos;

IV. Actividades realizadas como presidente do Grupo de Trabalho para questões Orçamentais e de Pessoal;

V. Actualização sobre Justiça Transicional em África;

VI. Actualização sobre Direitos Humanos em Situações de Conflito; VII. Actividades realizadas como enquanto Relator do país; e

VIII. Conclusão. Resumo

As actividades que levei a cabo durante o período entre sessões abrangem, entre outras, o envio de duas cartas contendo apelos urgentes; 14 declarações sobre uma série de questões temáticas e específicas de cada país, algumas emitidas conjuntamente com outros membros da Comissão e/ou com outros organismos, mormente o Comité Africano dos Direitos e Bem-Estar da Criança e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos; diversas cartas endereçadas ao Presidente da UA e ao Presidente da Comissão da UA; e, no contexto da COVID-19, duas consultas com entidades interessadas de dois dos países dos quais sou Relator Nacional.

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I. ACTIVIDADES REALIZADAS COMO PRESIDENTE DA COMISSÃO 1.Por minha iniciativa, foi emitido um comunicado à imprensa a propósito do falecimento do ex-Comissário Med. SK Kaggwa em Kampala, Uganda, a 20 de Novembro de 2019. A Comissão prestou homenagem ao constante empenho de Med. SK Kaggwa para com a promoção e protecção dos direitos humanos em África, em particular a sua enorme contribuição como Relator Especial para as Prisões, Condições de Detenção e Policiamento em África.

2. 21 de Janeiro - 10 de Fevereiro de 2020, Adis Abeba, Etiópia, 33ª Cimeira da UA: Chefiei a delegação da Comissão Africana que participou da 33ª Cimeira da União Africana, tendo apresentado o Relatório de Actividades da Comissão ao Comité de Representantes Permanentes (COREP). Foram as seguintes as reuniões dos órgãos deliberativos da UA em que participei:

 39ª Sessão Ordinária do COREP - 21 a 22 de Fevereiro de 2020;

 36ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo - 6 a 7 de Fevereiro de 2020; e

 33ª Sessão Ordinária da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo - 9 a 10 de Fevereiro de 2020.

3. A 5 de Fevereiro de 2020, à margem da Cimeira da UA, e juntamente com uma delegação da Comissão, encontrei-me com Sua Excelência o Sr. Moussa Faki Mahamat, Presidente da Comissão da União Africana (CUA). Durante as discussões, destacámos o papel crucial da Comissão e dos direitos consagrados na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos na concretização dos objectivos da UA e da Agenda 2063. A reunião sublinhou a necessidade de se melhorar o funcionamento eficaz da CADHP, incluindo acelerar os trabalhos de construção da sua sede e o recrutamento célere de funcionários para a Comissão, cujo trabalho é severamente limitado pela escassez de quadros. Realcei também a necessidade de se pôr em prática o plano da Comissão para a sucessão da Secretária Executiva, a sua aposentação e a nomeação de uma Secretária Executiva em exercício, bem como a publicação de um anúncio visando o preenchimento desse cargo.

4. Apresentei ainda ao Presidente da CUA os factos reunidos pela Comissão sobre a situação na Líbia e no Sahel para transmissão ao encontro dos Chefes de Estado e de Governo no âmbito do Conselho de Paz e Segurança (PSC). Realizado em 8 de Fevereiro, o encontro destinava-se a discutir essas duas questões. Os factos foram apresentados nos termos do artigo 19 do Protocolo do PSC, do comunicado da 866ª

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sessão do Conselho de Paz e Segurança da UA e da Resolução 332 da CADHP, apensando-se a esta o estudo da CADHP sobre direitos humanos em situações de conflito. Ver o comunicado à imprensa respeitante à reunião em:

https://www.achpr.org/pressrelease/detail?id=474

5. Desejo agradecer a Sua Excelência o Presidente da CUA, por ter dado andamento aos pedidos por nós apresentados. Entre outros, a aposentação da Secretária Executiva cessante, a nomeação da Secretário Executiva em exercício, e a publicação de um anúncio para o preenchimento desse cargo em consulta com a Comissão Africana. 6. Mantive um encontro com Aya Chebbi, enviado da Juventude da UA. O encontro, que

decorreu à margem da Cimeira da UA, abordou os planos de trabalho em conjunto com vista a melhorar o papel da juventude na área dos direitos humanos e promover os direitos da juventude em África. Em aditamento a este encontro, em 29 de Abril, durante uma consulta virtual com a juventude, acolhida pelo Enviado da Juventude da UA, efectuei uma comunicação sobre o trabalho da CADHP e a COVID-19, direitos humanos e a juventude em África. Na comunicação realcei o facto de a COVID-19 ser essencialmente uma questão de direitos humanos e que era necessária uma maior protecção – mais ampla do que em épocas normais – dos direitos humanos durante a presente pandemia. Aludi igualmente às terríveis consequências, em matéria de direitos humanos, do impacto socioeconómico da COVID- 19 na juventude em África. 7. Durante a 33ª Assembleia dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, e

juntamente com o Presidente do Comité Africano de Peritos para os Direitos e Bem-Estar da Criança, emiti um Comunicado à Imprensa a apelar à Assembleia da UA que mobilizasse esforços ainda maiores, assentes em direitos humanos, para silenciar as armas em África; e a declarar 2021 como o ano de acção colectiva como forma de lidar com a ameaça da crise climática em África numa perspectiva de direitos humanos e dos povos. O comunicado conjunto foi divulgado nas vésperas da sessão da Assembleia que teve início em 9 de Fevereiro. Ver o Comunicado à Imprensa em:

https://www.achpr.org/pressrelease/detail?id=476

8. No quadro da 33ª Cimeira da UA e como parte do tema do ano, 'Silenciar as Armas em África', realizei na sexta-feira, 7 de Fevereiro de 2020, uma sessão de esclarecimento com a comunicação social sobre “Direitos humanos e dos povos e o silenciar das armas em África”. O evento, que foi transmitido ao vivo pela UA, serviu ainda para divulgar o Estudo da CADHP sobre direitos humanos em situações de conflito. O estudo havia sido lançado durante a 65ª Sessão Ordinária da CADHP. A sessão de esclarecimentos, realizada na presença do Vice-Presidente, Ilustre Comissário Rémy Ngoy Lumbu, e da

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Ilustre Comissária Soyata Maïga, serviu para levar o trabalho da Comissão ao conhecimento do grande público e para abordar os princípios orientadores do tema do ano da UA.

9. À margem da Cimeira da UA, e juntamente com a delegação da CADHP, reuni-me com a delegação da Gâmbia, incluindo o vice-presidente, o ministro da justiça e procurador-geral desse país. O encontro, que foi da minha iniciativa, realizou-se em aditamento à reunião com o Presidente Adama Barow, da Gâmbia, em Novembro de 2019. O encontro discutiu a necessidade de dar início aos trabalhos de construção da sede da Comissão Africana, e de fortalecer a colaboração entre a Comissão e a Gâmbia no que se refere à promoção do trabalho da CADHP. Embora a COVID-19 tenha prejudicado o ímpeto dos nossos contactos com a Gâmbia no âmbito dessas questões, continuamos a envidar esforços no sentido de se cumprir a decisão do Conselho Executivo, dando início aos trabalhos preliminares de construção da sede da Comissão.

10. Desejo informar ao público que já foi publicado o 47º Relatório de Actividades da Comissão, que cobre os trabalhos realizados entre sessões e durante a 26ª Sessão Extraordinária e a 65ª Sessão Ordinária. O relatório foi apresentação durante a Cimeira da UA, nos termos do artigo 59º da Carta Africana. Tal como realçado no Relatório, a Comissão Africana, no cumprimento do seu mandato de protecção e de atribuição de medidas de desgravo por violações, no âmbito do processo de queixas, finalizou e adoptou, entre outras, uma decisão de mérito relativamente a um caso de referência: Queixa 426/12 – Agnes Uwimana e Saidati Mukakibibi c. Rwanda. Neste caso, a Comissão confirmou processos judiciais locais, designadamente o de Gacaca, como mecanismos legítimos para reparação face a violações, e estabeleceu um padrão histórico sobre como equilibrar os requisitos de segurança nacional e liberdade de expressão, tendo em conta o contexto específico de paz e segurança de um país. 11. A 11 de Fevereiro de 2020, reuni-me com a Directora Executiva da ONUSIDA, Winnie

Byanyima. A reunião teve lugar na sequência de um pedido do Gabinete de Ligação da ONUSIDA junto da UA, centrando-se no trabalho da CADHP e na nova área de colaboração entre a CADHP e a ONUSIDA. Tendo como base os sucessos alcançados no âmbito da nossa colaboração na área dos direitos humanos e VIH/SIDA, concordámos em realizar um estudo conjunto sobre o acesso à saúde para todos e o seu financiamento em África. No contexto da COVID-19, esse tipo de colaboração tornou-se ainda mais premente, pelo que é com interesse que aguardo pelo desenrolar desta forma oportuna de cooperar.

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12.A 27 de Fevereiro de 2020, juntamente com o vice-presidente, Remy Ngoy Lumbu, e a relatora para a Gâmbia, Comissária Jamesina King, tive uma reunião com o ministro da justiça e procurador-geral da Gâmbia. Realizada no gabinete do ministro, a reunião tratou da concretização dos trabalhos preliminares de construção da sede da CADHP. Para esse fim, o ministro concordou em realizar uma cerimónia conjunta a assinalar o lançamento da primeira pedra da sede da Comissão em Banjul, à margem da próxima Sessão Ordinária da CADHP. Previa-se que equipas do Ministério e da Comissão trabalhariam nos pormenores do plano.

13.A 28 de Fevereiro de 2020, na minha qualidade de Presidente da Comissão e em conjunto com o Presidente do Grupo de Trabalho para os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, emiti um comunicado à imprensa sobre a crise do Coronavírus (COVID-19). Embora aplaudindo iniciativas que estão sendo tomadas visando a prevenção e resposta à pandemia da COVID-19, a Comissão exortou os Estados partes da Carta Africana a adoptarem uma série de medidas a fim de proteger a saúde e a segurança dos povos africanos. A Comissão saudou ainda os esforços e o apoio do Centro Africano de Controlo de Doenças (CDC África) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) por permitirem o acesso a todas as informações e directrizes necessárias ao estado de prontidão e resposta em países africanos.

14.A 24 de Março de 2020, emiti um comunicado à imprensa sobre uma resposta eficaz ao novo vírus COVID-19 em África, assente em direitos humanos. No comunicado, destaquei as várias violações dos direitos humanos que surgiram no contexto da pandemia da COVID-19 e das medidas tomadas para lidar com a situação e prestar orientações quanto aos princípios e normas de direitos humanos que os Estados partes devem manter no contexto da resposta ao COVID-19. Esses princípios incluem a não-discriminação e a igualdade, o direito à saúde, o acesso a informação e a protecção de grupos vulneráveis, incluindo os que se encontram em locais de detenção. O comunicado foi amplamente utilizado como forma de orientação do trabalho das instituições nacionais de direitos humanos e de campanhas de defesa e fiscalização movidas por organizações não-governamentais nacionais e internacionais, e ainda das reportagens realizadas por jornalistas.

15.A 7 de Maio de 2020, tomei a iniciativa de endereçar uma carta ao Presidente da UA Sua Excelência o Presidente Cyril Ramaphosa, sobre como fazer dos direitos humanos o principal pilar da resposta continental à COVID-19. A carta foi apresentada como parte do mandato da Comissão de promover e proteger os direitos humanos e dos povos nos termos do artigo 45 da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, e no âmbito da afirmação da importância central dos direitos humanos e dos povos

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para o sucesso dos esforços continentais e nacionais para debelar a COVID-19. Ver a comunicado da CADHP relativo à carta no seguinte endereço:

https://www.achpr.org/pressrelease/detail?id=497

16.A 18 de Maio de 2020, enviei uma carta ao Presidente da Comissão da UA, Sua Excelência o Sr. Moussa Faki Mahamat, tratando do estado em que se encontra o sistema africano de direitos humanos. Na carta, sublinhei a necessidade de se apoiar o compromisso assumido para com o sistema de protecção dos direitos humanos. Defendi que os Estados membros da UA deviam manter a sua participação no sistema, inclusivamente por meio de actividades visando a sua melhoria, ao invés de uma retirada desse mesmo sistema, tal como observado em recentes tendências para um distanciamento do Protocolo da Carta Africana que Estabelece o Tribunal Africano, conforme previsto no nº 6 do artigo 34º.

17.A 20 de Maio de 2020, e juntamente com a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos,Michelle Bachelet, emiti uma declaração conjunta avisando que se prevê que dezenas de milhões sejam empurrados para a pobreza extrema em África como resultado da COVID-19 e do seu impacto económico com consequências catastróficas em termos de direitos humanos. Recordámos aos governos africanos que é um imperativo legal e um pré-requisito para o sucesso no esforço para derrotar a pandemia que protejam os mais vulneráveis e erradiquem as violações emergentes no contexto da COVID-19, incluindo a discriminação em todas as suas formas, a violência contra as mulheres, a insegurança alimentar, o uso excessivo da força e as execuções extrajudiciais. Entre outros, esta declaração foi reconhecida e saudada no comunicado da 928.ª sessão do Conselho de Paz e Segurança da UA sobre a COVID-19 e os seus impactos.

18. A 29 de Maio de 2020 encontrei-me virtualmente com a Embaixadora dos Estados Unidos (EUA) junto da Embaixadora da União Africana, Jessica Lapenn, a seu pedido. A reunião centrou-se no trabalho da Comissão em relação à COVID-19. Salientei a grave preocupação da Comissão com as consequências potencialmente devastadoras das consequências socioeconómicas da COVID-19 e a necessidade de os EUA apoiarem o apelo à solidariedade global com África através de medidas de ajuda económica e financeira. Também levantei o desafio que o racismo e a brutalidade policial nos EUA representam no contexto da brutal matança de George Floyd. 19. Para além do acima exposto e dos vários eventos de alto nível em que participei para

levar a voz da Comissão a várias plataformas (para o consequente respeito e cumprimento das normas da Carta Africana no contexto da COVID-19 e do tema do ano da UA) e para aumentar a sensibilização do público para o trabalho da Comissão, também me empenhei em escrever editoriais de opinião sobre várias questões de

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actualidade. Por ocasião dos 16 dias de activismo contra a violência baseada no género em 2019, juntamente com o Enviado da Juventude da UA, escrevi um artigo que foi publicado na publicação sul-africana, amplamente lida, o Daily Maverick, bem como na publicação Addis Standard, com sede na Etiópia, sobre "Porquê assegurar às mulheres e raparigas jovens uma vida livre de violência deve ser sempre assunto de todos"

https://www.dailymaverick.co.za/article/2019-11-27-every-one-of-us-must-act-to-combat-gender-based-violence/ e

http://addisstandard.com/op-ed-assuring-women-young-girls-a-life-free-from-violence-should-be-everyones-business/amp/ .

A 3 de Abril, publiquei outro editorial de opinião no Mail and Guardian sobre a COVID-19 e os direitos humanos, fazendo um forte apelo à razão pela qual os direitos humanos são centrais na luta contra a COVID-19

https://mg.co.za/article/2020-04-03-in-the-face-of-the-pandemic-human-rights-are-a-necessity-not-a-luxury/ . No contexto do

brutal assassinato por motivação racial de George Floyd nos EUA, escrevi um artigo chamando a atenção e exortando à responsabilização pelos assassinatos resultantes do uso excessivo da força pelas forças de segurança em África, em nome da aplicação dos regulamentos da COVID-19.

https://mg.co.za/africa/2020-06-10-we-need-an-outpouring-of-outrage-about-africans-killed-by-security-forces/. Numa entrevista

com o Editor Africano do Mail and Guardian, toquei à campainha de alarme expressando a preocupação de que as questões de direitos humanos observadas no contexto da COVID-19 e o impacto socioeconómico da COVID-19 possam descer a uma grave crise de direitos humanos

https://mg.co.za/africa/2020-07-02-au-rights-leader-warns-of-human-rights-disaster/.

20. Estas actividades ajudaram não só a elevar o perfil da nossa Comissão, como também a levar a voz da Comissão a uma audiência pública mais vasta para além da comunidade de direitos humanos. Serviram também para tornar a Comissão parte e contribuir para o discurso mais amplo sobre algumas das questões mais prementes que o nosso continente enfrenta. As actividades contribuíram significativamente para apoiar a protecção nacional dos direitos humanos através da amplificação e do apoio ao trabalho das instituições nacionais de direitos humanos, do poder judicial, das organizações da sociedade civil e dos meios de comunicação social, bem como do apoio aos Estados Partes, utilizando-os com opções políticas claras e cursos jurídicos de acções para o cumprimento da Carta. Estas actividades ajudaram não só a reforçar a relação da CADHP com as suas actuais partes interessadas, incluindo os INDH, as OSC, os organismos congéneres de direitos humanos e o ACDH da ONU, mas também a expandir o seu alcance aos meios de comunicação social e às esferas de elaboração de políticas.

II. ACTIVIDADES EMPREENDIDAS ENQUANTO MEMBRO DA COMISSÃO

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21. 21 de Outubro – 10 de Novembro de 2019, 65.ª Sessão Ordinária, Banjul, Gâmbia Participei e presidi à 65.ª Sessão Ordinária da Comissão, e durante esta Sessão participei nas celebrações do Dia Africano dos Direitos Humanos a 21 de Outubro de 2019, o lançamento do Estudo sobre Abordagem de Questões de Direitos Humanos em Situações de Conflito: Para um papel mais sistemático e eficaz da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, um painel de discussão sobre o estudo de fundo sobre indústrias extractivas, ambiente e direitos humanos, bem como as várias deliberações da Comissão durante a Sessão Privada.

Um dos principais resultados da sessão da Comissão foi a finalização de várias comunicações sobre queixas de violações de direitos consagrados na Carta Africana.

22.19 de Fevereiro - 4 de Março de 2020, 27.ª Sessão Extraordinária, Banjul, Gâmbia Participei e presidi à 27.ª Sessão Extraordinária da Comissão, que se realizou em conformidade com o artigo 27.º do Regulamento Interno da Comissão. Durante esta Sessão participei, entre outros, na apreciação das Comunicações; na adopção do Regulamento Interno da Comissão 2020 e das Regras sobre a Criação e Funcionamento dos Mecanismos Especiais da Comissão; na apreciação de vários outros documentos e na adopção de seis Resoluções. 23. 29 de Junho a 1 de Julho de 2020, 28.ª Sessão Extraordinária, Sessão Virtual

Participei e presidi à 28.ª Sessão Extraordinária da Comissão, que se realizou em conformidade com o artigo 27.º do Regulamento Interno da Comissão. Como sessão organizada para juramento público dos novos membros da Comissão e sua posse, tive a honra de administrar a declaração solene do juramento de posse dos novos membros nos termos do Artigo 38.o da Carta Africana e do Artigo 10.o do Regulamento Interno da CADHP. Como parte da posse dos novos membros da Comissão, fiz também uma apresentação sobre o mandato da CADHP e o seu estatuto e relações com outros órgãos da UA. Devido a perturbações da Internet na Etiópia, não pude participar nos últimos dois dias da sessão, durante os quais o Vice-Presidente, o Ilustre Comissário Remy Ngoy Lumbu interveio em meu lugar para dirigir os trabalhos dos últimos dias da sessão.

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III. ACTIVIDADES AO ABRIGO DO MANDATO DO GRUPO DE TRABALHO SOBRE INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS

24.Como parte da sensibilização em torno das Directrizes e Princípios sobre Relatórios Estatais sobre Indústrias Extractivas, Direitos Humanos e Ambiente, foi realizada uma Visita de Advocacia pelo Grupo de Trabalho à República do Níger, de 9 a 10 de Dezembro de 2019. O objectivo da Visita foi a sensibilização das instituições do Estado envolvidas nos Direitos Humanos e dos Povos e nas Indústrias Extractivas, bem como de outras partes interessadas da Comissão, sobre as Directrizes e Princípios do Estado para a Elaboração de Relatórios sobre os Artigos 21.o e 24.o da Carta Africana relativa às Indústrias Extractivas e ao Ambiente (Directrizes e Princípios para a Elaboração de Relatórios). Para além de compromissos individuais com várias instituições estatais, o Grupo de Trabalho realizará um workshop sobre as Directrizes e Princípios em matéria de Apresentação de Relatórios com actores locais da sociedade civil. Manifesto o meu apreço ao Comissário Remy Ngoy Lumbu, Membro do Grupo de trabalho sobre Indústrias extractivas, que conduziu esta Visita.

25. Gostaria de agradecer à Organização Internacional da Francofonia por apoiar o Grupo de trabalho sobre Indústrias extractivas na realização desta visita.

26.De 16 a 17 de Dezembro de 2019, foi realizada uma Visita de Sensibilização semelhante à Etiópia sobre as Directrizes e Princípios. Foi adoptado um Comunicado sobre a Visita, que se encontra disponível no website da Comissão. Durante a Visita, a delegação realizou discussões detalhadas com o Ministro das Minas e Petróleo; o Ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros da Etiópia; o Comissário da Comissão Etíope de Investimento (EIC); o Comissário Chefe da Comissão Etíope de Direitos Humanos (EHRC); um representante da Secção de Gestão de Recursos Naturais da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA); um membro do Conselho de Administração do Conselho Etíope de Direitos Humanos (EHRCO); e representantes do Centro de Direitos Humanos da Universidade de Adis Abeba. Para mais pormenores sobre o resultado da visita, ver a declaração da Comissão aqui

https://www.achpr.org/pressrelease/detail?id=471

27. A 18 de Maio de 2020, na minha qualidade de Presidente do Grupo de trabalho sobre Indústrias extractivas e Relator do país para a África do Sul, emiti uma declaração à imprensa sobre os direitos humanos dos trabalhadores mineiros e comunidades afectadas pela pandemia da COVID-19 na África do Sul, salientando a necessidade de proteger os trabalhadores mineiros e as suas comunidades, os quais, devido às suas posições socioeconómicas, à natureza do trabalho mineiro, aos impactos negativos da exploração mineira e à falta de acesso a várias instalações sociais, poderiam estar em maior risco de sofrer os impactos da propagação da COVID-19. Exortei à urgente

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implementação da decisão do Tribunal do Trabalho da África do Sul que prescreve medidas de segurança que devem ser implementadas pelas empresas mineiras e pelo Governo.

28. Durante a inter-sessão, foram feitos progressos em termos do Estudo de Antecedentes sobre as Indústrias Extractivas, o Ambiente e os Direitos Humanos em África, que foi mandatado ao Grupo de trabalho sobre Indústrias extractivas ao abrigo da Resolução 148. Na sequência de contributos recebidos de várias partes interessadas como parte da consulta pública durante a 65.ª Sessão Ordinária, bem como do convite em linha para comentários, foram feitos progressos na incorporação destes contributos para a revisão e finalização do estudo para apresentação à Comissão para sua consideração.

29.Também foram feitos progressos durante este período entre sessões no sentido de finalizar o Estudo sobre Fluxos Financeiros Ilícitos, mandatado ao Grupo de trabalho sobre Indústrias extractivas e ao Grupo de Trabalho sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais ao abrigo da Resolução 236 da Comissão, no sentido da sua apresentação à Comissão para consideração.

IV. ACTIVIDADES REALIZADAS NA QUALIDADE DE PRESIDENTE DO COMITÉ CONSULTIVO SOBRE QUESTÕES ORÇAMENTAIS E DE PESSOAL

30.Na minha qualidade de Presidente do Comité Consultivo da Comissão sobre questões Orçamentais e de Pessoal e na minha qualidade de Presidente da Comissão, realizei várias reuniões com os funcionários da Comissão para ouvir o pessoal sobre as suas condições de trabalho e sobre as formas de melhorar as modalidades de trabalho produtivo para o funcionamento eficaz da Comissão no cumprimento dos seus mandatos. Isto levou à inclusão de um representante do pessoal do Secretariado como membro da Comité consultório sobre questões orçamentais e de pessoal.

31. Durante a 65.a SO, o Comité consultório sobre questões orçamentais e de pessoal não pôde convocar a sua reunião devido à ausência do Oficial de Finanças da Comissão. Dado que as sessões da Comissão são as únicas ocasiões em que os membros da Comissão e o pessoal do Secretariado trabalham em conjunto na realização das actividades da Comissão, a Comissão tomou a decisão de que o pessoal chave da Comissão evite tarefas que os mantenham afastados durante as sessões da Comissão. 32.Durante a 27.ª Sessão Extraordinária, convoquei e presidi à reunião do Comité consultório sobre questões orçamentais e de pessoal para rever a execução do

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orçamento de 2019 da Comissão e discutir o plano para a execução do orçamento de 2020.

33.Na prossecução desta posição, a Comissão assumiu a necessidade urgente de assegurar apoio técnico para trabalhar rapidamente no Plano Estratégico 2020-2024 da Comissão, iniciei o apoio técnico ad hoc da GIZ para dar início ao trabalho técnico de preparação do Plano Estratégico. O resultado inicial deste trabalho foi apresentado pelo perito apoiado pela GIZ durante a 27.ª Sessão Extraordinária da Comissão.

V. ACTIVIDADES EMPREENDIDAS COMO PONTO FOCAL SOBRE JUSTIÇA TRANSITÓRIA EM ÁFRICA

34.Em 4-5 de Dezembro de 2019 participei no Diálogo da África Oriental sobre a implementação regional da Política de Justiça Transitória da União Africana (AUTJP) em Adis Abeba, Etiópia, organizado pelo Instituto Raoul Wallenberg de Direitos Humanos e Direito Humanitário (RWI) na África Oriental, e fiz uma apresentação num painel intitulado: O Papel dos Mecanismos Regionais de Direitos Humanos na Promoção dos Processos de Justiça Transitória.

35.A 22 de Maio de 2020, na minha qualidade de Ponto Focal para a Justiça Transitória e Direitos Humanos e Presidente da Comissão, emiti um comunicado de imprensa sobre a detenção do alegado genocida Félicien Kabuga, no qual afirmei que esta detenção é um passo atrasado mas crucial para a justiça das vítimas do genocídio e o julgamento de Kabuga contribuiria para a plena cura, justiça e paz sustentável no Ruanda. Ver o link para a declaração aqui https://www.achpr.org/pressrelease/detail?id=506 36.A 3 de Julho de 2020, realizei uma Consulta com vários intervenientes nacionais e

internacionais envolvidos nos processos de paz no Sudão do Sul, incluindo representantes do Governo, da Comissão de Direitos Humanos do Sudão do Sul, do Departamento de Assuntos Políticos da UA, da Comissão Conjunta de Avaliação e Monitorização do Sudão do Sul, dos membros da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas para o Sudão do Sul e dos representantes de organizações da sociedade civil para discutir a operacionalização dos mecanismos de justiça transitória do acordo de paz do Sudão do Sul na prossecução do papel atribuído à Comissão no acordo de paz e do mandato da Comissão na promoção da justiça transitória em África. Com base nas ricas apresentações e contribuições recebidas durante e após a consulta, iniciei o processo de elaboração da nota consultiva a ser submetida aos órgãos competentes da UA e entidades do Sudão do Sul.

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VI. ACTIVIDADES REALIZADAS COMO PONTO FOCAL SOBRE CONFLITOS E DIREITOS HUMANOS EM ÁFRICA

37.A 4 de Fevereiro de 2020, emiti uma declaração à imprensa sobre o pico dos conflitos violentos em partes do continente que resultam em violações de direitos, na qual expressei a minha grande preocupação pelo facto de partes do continente estarem a testemunhar incidentes crescentes de conflitos violentos em que os civis suportam grande parte do peso da violência. A declaração apelava à União Africana, particularmente aos seus órgãos de decisão, nomeadamente a Conferência da UA e o Conselho de Paz e Segurança, a realizar uma sessão especial sobre o pico e a propagação da violência e dos conflitos em partes do continente, no quadro da agenda sobre o silenciamento das armas em África.

38.No âmbito do meu mandato como Ponto Focal da Comissão sobre conflito e direitos humanos, fiz uma apresentação durante a série Diálogo sobre África, que teve lugar de 20 a 22 de Maio de 2020, organizada pelo Gabinete do Conselheiro Especial das Nações Unidas para África e a União Africana sob o tema COVID19 e o silenciamento das armas em África: Desafios e Oportunidades. A minha apresentação relacionou-se especificamente com "Reconciliação, política inclusiva e coesão nacional para silenciar as armas e garantir o direito à paz em África" e pode ser acedida na íntegra no sítio Web da Comissão.

39.A 22 de Maio de 2020, e juntamente com o Comissário Relator para a Situação dos Direitos Humanos na Líbia, emiti uma declaração à imprensa sobre ataques a zonas civis em Trípoli, Líbia. Condenámos inter alia os ataques a civis e instalações de saúde, que consideramos representarem um completo desrespeito pelos direitos humanos e pelo direito internacional dos direitos humanos, podendo equivaler a crimes de guerra. Condenando o papel dos actores externos na Líbia, que exacerbou o conflito e as violações de direitos, incluindo o ataque com drone (aeronaves não tripuladas) de 29 de Abril de 2020 que matou 8 civis, exortámos o fim das contínuas violações do embargo de armas do Conselho de Segurança das Nações Unidas por forças externas, criando as condições para grandes violações dos direitos humanos e do DIH. Consulta a ligação para a declaração aqui https://www.achpr.org/pressrelease/detail?id=507. VII. ACTIVIDADES REALIZADAS COMO RELATOR DO PAÍS

40.A 5 de Novembro de 2019 e na minha qualidade de Relator para o Sudão do Sul, emiti um Comunicado de Imprensa sobre a prevenção ao retorno do Sudão do Sul ao conflito, no qual, entre outras coisas, exortei os líderes políticos do Sudão do Sul a colocar a protecção e promoção dos direitos humanos do povo do Sudão do Sul no centro de todas as negociações para uma paz e desenvolvimento sustentáveis e exortei

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os vários intervenientes que apoiam o processo de paz, a assegurar que as principais tarefas pré-transicionais sejam concluídas antes da formação do Governo de Unidade Nacional.

41. Iniciei, na minha qualidade de relator para o Sudão do Sul, a Resolução 428 sobre a situação dos direitos humanos na República do Sudão do Sul - ACHPR/Res.428(LXV)2019, que foi adoptada a 10 de Novembro de 2019 no final da 65.ª Sessão Ordinária da Comissão. A resolução mandatou-me, na qualidade de Relator do País, para trabalhar em colaboração com a Comissão da UA e o Governo do Sudão do Sul em propostas sobre a operacionalização do Capítulo V do Acordo Revitalizado sobre o Sudão do Sul (R-ARCSS). Na prossecução desta resolução e tal como apresentado no parágrafo 36 acima, convoquei uma reunião consultiva que reuniu intervenientes regionais e internacionais do Sudão do Sul, IGAD, a UA e as NU. 42.A 22 de Novembro de 2019, na minha qualidade de Relator para a Tanzânia, e

juntamente com o Relator Especial sobre a Liberdade de Expressão e Acesso à Informação, emitimos uma declaração à imprensa sobre a deterioração da situação dos direitos humanos na Tanzânia, em particular em relação às limitações colocadas à liberdade de reunião e associação, às ameaças à liberdade de expressão e de imprensa, às restrições às operações das OSC e ao facto de, desde 2017, jovens mulheres grávidas e as mães adolescentes não serem autorizadas a frequentar a escola.

43. Em relação ao meu mandato no Sudão do Sul, a 21 de Fevereiro de 2020 emiti uma declaração à imprensa sobre a situação dos direitos humanos no Sudão do Sul, na qual expressei a minha preocupação com as consequências da não implementação do Acordo de Paz Revitalizado sobre a Resolução do Conflito no Sudão do Sul de Setembro de 2018 e a ocasião que este criou para a perpetração de violações dos direitos humanos e dos povos. Reiterámos o pedido ao Governo de Unidade Nacional do Sudão do Sul para convidar a Comissão a realizar uma missão de protecção dos direitos humanos no país.

44. A 30 de Abril de 2020, realizei uma consulta virtual com a Instituição Nacional de Direitos Humanos (INDH) e os representantes da sociedade civil na África do Sul, sobre os impactos da pandemia da COVID-19 nos direitos humanos na África do Sul. Os objectivos foram de fornecer à Comissão informações actualizadas sobre os impactos da pandemia da COVID-19 na África do Sul e de colaborar com as partes interessadas sobre a melhor forma de a Comissão apoiar o esforço para abordar as questões de direitos humanos. Manifesto o meu apreço ao Centro para o Estudo da Violência, que coordenou esta consulta. O resultado das consultas contribuiu para a carta de apelo urgente enviada à África do Sul a 12 de Maio de 2020 e para a declaração

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que emiti sobre a situação dos trabalhadores das minas e das comunidades afectadas, a 7 de Maio de 2020.

45.A 5 de Maio de 2020, na minha qualidade de Relator para a Tanzânia, e juntamente com o Relator Especial sobre Liberdade de Expressão e Acesso à Informação, e o Presidente do Grupo de Trabalho sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais, transmiti uma carta de apelo urgente à República Unida da Tanzânia relativamente ao direito das pessoas na Tanzânia à protecção da sua saúde e vida e ao acesso à informação sobre saúde pública no contexto da pandemia da COVID-19 no país. 46. A 12 de Maio de 2020, na minha qualidade de Relator para a África do Sul, transmiti

uma carta de apelo urgente à República da África do Sul relativamente às violações resultantes da aplicação de medidas de confinamento pelas forças de segurança, à protecção das mulheres e raparigas durante o encerramento e às dificuldades socioeconómicas enfrentadas por um grande número de sul-africanos. Além disso, a carta levantou preocupações quanto à protecção dos direitos de grupos vulneráveis, incluindo trabalhadores de minas e comunidades afectadas, refugiados, requerentes de asilo e migrantes, no contexto das medidas de confinamento em vigor. Ver a ligação sobre a breve declaração relativa à carta de apelo urgente no sítio Web https://www.achpr.org/pressrelease/detail?id=499.

47. A 2 de Junho de 2020, realizei uma consulta virtual com a INDH e os representantes da sociedade civil sobre os impactos da pandemia da COVID-19 nos direitos humanos no Quénia. Os objectivos foram de fornecer à Comissão informações actualizadas sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no Quénia e de colaborar com as partes interessadas sobre a melhor forma de a Comissão apoiar o esforço para abordar a pletora de questões de direitos humanos decorrentes das medidas de resposta da COVID-19 e a abordagem à sua aplicação. O processo de acompanhamento das várias questões levantadas durante e desde a reunião consultiva está em curso, incluindo no âmbito da 66.ª Sessão Ordinária da Comissão.

48. A 24 de Junho de 2020, emiti uma declaração à imprensa sobre a situação dos direitos humanos no Sudão do Sul, na qual exprimi a minha preocupação sobre as questões de direitos humanos relacionadas com a COVID-19 e o impacto que esta está a ter no processo de transição. A Comissão exprimiu a sua preocupação pelo facto de membros da Equipa Especial de Alto Nível do Governo criada para coordenar e liderar a resposta à pandemia terem ficado infectados com o vírus. A Comissão expressou também a sua preocupação com a ameaça que a COVID-19 representa particularmente para os membros mais vulneráveis da sociedade, incluindo mulheres, crianças e pessoas deslocadas internamente (PDI).

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16 VIII. OBSERVAÇÕES E CONCLUSÕES

49. Como mostra o relato das actividades anteriores que empreendi, foi envidado um grande esforço para iniciar e implementar acções relevantes em todas as áreas de responsabilidade que me foram confiadas na Comissão. Para enfrentar os desafios decorrentes das perturbações que a COVID-19 causou, iniciei novos métodos de trabalho envolvendo consultas virtuais com as partes interessadas, que se revelaram de grande valor. Apesar de tudo isto ter sido feito, estou ciente de que estes esforços podem não ser suficientes. Na verdade, é para mim uma fonte constante de profunda preocupação o facto de existir um enorme fosso entre a promessa do nosso mandato e a nossa capacidade de apresentar resultados.

50. Das minhas intervenções e dos vários relatórios e informações recebidos desde que a COVID-19 foi declarada uma pandemia mundial em Março de 2020, tornou-se claro que a pandemia de saúde deu origem e evoluiu para uma crise de direitos humanos de grande preocupação e enorme escala não só para as pessoas afectadas pelas questões emergentes de direitos humanos, mas também para todos nós enquanto africanos e intervenientes da Comissão Africana. As questões decorrentes da COVID-19 não são assuntos passageiros que possamos tratar utilizando uma abordagem conservadora (business as usual). É cada vez mais evidente que o caos que a COVID-19 precipitou trouxe para o primeiro plano a questão urgente e definidora dos direitos humanos desta era, alguns dos quais nós, como Estados, sociedade civil e instituições de direitos humanos, temos negligenciado durante muito tempo.

51.Desde o início da pandemia da COVID-19, a Comissão, através de mim e do Presidente do Grupo de Trabalho sobre os Direitos do ECOSOC, considerou-a como uma séria ameaça aos direitos à saúde e à vida e alertou os Estados para darem início a medidas de resposta rápida com particular ênfase na prevenção, tendo em conta as fraquezas dos sistemas de saúde dos Estados Partes na Carta Africana. Desde então, a Comissão tem estado a abordar as implicações multidimensionais da pandemia nos direitos humanos e as graves implicações das consequências socioeconómicas a longo prazo para os direitos humanos em África. Neste contexto, mediante a declaração que a Comissão emitiu através de mim, como Presidente, temos defendido que os direitos humanos sejam um pilar central de todas as respostas à pandemia.

52.A pandemia da COVID-19 expôs a profunda desigualdade e os sistemas injustos que permeiam a maioria das sociedades africanas, resultantes do défice de governação sistémica e de décadas de políticas que deram prioridade ao crescimento do PIB sobre o desenvolvimento centrado no ser humano. Por outro lado, serve de oportunidade para uma reflexão crítica sobre a forma como o sistema pode ser revisto e substituído por uma abordagem centrada nos direitos humanos e no planeta.

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53.Em termos de défice de governação, uma área de preocupação crucial observada no contexto da COVID-19 inclui a que se refere ao papel das forças de ordem e das instituições de segurança em situações de pandemias. As abordagens de segurança e o uso excessivo da força por parte destas instituições na aplicação dos regulamentos sobre a COVID-19 levaram a violações e restrições desnecessárias de vários direitos, incluindo a protecção contra tratamentos desumanos e degradantes, agressões e violência sexual, o direito à vida e o acesso a serviços essenciais como a saúde, a justiça, os cuidados sociais e os fornecimentos básicos, tais como alimentos e materiais de cozinha. Estas condições levaram não só a várias violações, incluindo execuções, tortura e tratamentos desumanos, detenções arbitrárias, mas também resultaram em várias privações, por exemplo, quando as mulheres dão à luz em casa por medo de violar o recolher obrigatório.

54.Uma outra área de violência sistémica que deve ser abordada no quadro da resposta à COVID-19 é a natureza omnipresente e persistente da violência sexual e da violência baseada no género. Enquanto a situação das mulheres e das raparigas se agravou de forma alarmante devido ao aumento exponencial na violência sexual e da violência baseada no género, as responsabilidades domésticas e reprodutivas, a violência doméstica, as práticas nocivas e interrupções no acesso à saúde sexual e reprodutiva e perda de meios de subsistência, a pandemia acaba de colocar uma lupa nas persistentes questões estruturais que permeiam todos os aspectos da vida das mulheres adultas e jovens, incluindo a masculinidade violenta e as práticas e atitudes patriarcais enraizadas que perpetuam a opressão das mulheres adultas e jovens e a sua exclusão de usufruírem de todas as medidas dos seus direitos humanos numa base de igualdade com os outros.

55. Como salientado em algumas das minhas intervenções e nas informações recebidas das consultas que realizei, uma outra área em relação à qual a reforma estrutural há muito que devia ter sido feita, é a negligência com que os direitos socioeconómicos têm sido tratados e a tendência que acompanha a mercantilização do acesso aos direitos socioeconómicos - acesso aos cuidados de saúde, água, serviços sociais, educação e habitação adequada sendo alguns dos direitos básicos que se tornaram mercantilizados. Muito do caos que a COVID-19 precipitou nas nossas sociedades, incluindo as terríveis privações de direitos socioeconómicos, tais como a fome e a falta de acesso à água, são atribuíveis a esta longa falta de priorização e de investimento na garantia dos direitos socioeconómicos.

56.Portanto, há necessidade de repensar seriamente o paradigma do desenvolvimento económico no centro do desenvolvimento em África, que até à data apenas serviu uma pequena minoria, enraizou a dependência do continente de forças externas e levou à

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destruição do ambiente natural em que a existência humana se baseia. Este modelo de desenvolvimento ultrapassado e francamente prejudicial deveria ser substituído por um paradigma de desenvolvimento centrado no ser humano, sustentável e auto-suficiente para todo o continente africano.

57. A COVID-19 e as questões de direitos humanos dela decorrentes constituem o mais sério desafio dos direitos humanos do nosso tempo que certamente definirá o nosso futuro imediato e a longo prazo. A recuperação após o fim desta pandemia será lenta e dolorosa, mas também pode ser uma oportunidade única para abordar alguns dos flagelos que afectam os direitos humanos e que impedem o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das massas populares do nosso continente. Espero que nós, como Estados africanos, União Africana, Instituições Nacionais de Direitos Humanos e Organizações da Sociedade Civil, não fiquemos em falta em relação a este desafio e possamos definir um novo caminho para um futuro mais humano, justo, inclusivo e ecologicamente sustentável.

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