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Direito Processual Penal Vinícius Melo

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Academic year: 2021

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Direito Processual Penal

Vinícius Melo

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INFORMATIVO 640 – TERCEIRA SEÇÃO

TEMA:

Suspensão do processo (art. 366, CPP). Pedido de produção antecipada de prova. Decisão interlocutória de indeferimento. Recurso em sentido estrito. Cabimento. Interpretação extensiva do inciso XI do art. 581 do CPP.

PROCESSO:

EREsp 1.630.121-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por unanimidade, julgado em 28/11/2018, DJe 11/12/2018

DESTAQUE:

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INFORMATIVO 640 – TERCEIRA SEÇÃO

INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR:

A controvérsia consiste na divergência entre o acórdão embargado, da Sexta Turma, que decidiu ser inviável o manejo do recurso em sentido estrito para impugnar decisão judicial que indefere a produção antecipada de provas em ação penal, fundado na permissão constante na parte final do art. 366 do CPP, e o entendimento da Quinta Turma sobre o mesmo tema. Com efeito, dentre as hipóteses elencadas no art. 581 do CPP que autorizam a interposição de recurso em sentido estrito, não se encontra a possibilidade de reforma de decisão que indefere pedido de produção antecipada de provas. Entretanto, baseada no fato de que o art. 3º do Código de Processo Penal admite expressamente tanto a realização de interpretação extensiva quanto de aplicação analógica na seara processual penal, a jurisprudência tem entendido possível a utilização de interpretação extensiva para se admitir o manejo do recurso em sentido estrito contra decisões interlocutórias de 1º grau que, apesar de não constarem literalmente no rol taxativo do art. 581 do CPP, tratam de hipótese concreta que se assemelha àquelas previstas nos incisos do artigo. Exemplos disso se tem no cabimento de recurso em sentido estrito contra a decisão que não recebe o aditamento à denúncia ou à queixa (inciso I do art. 581 do CPP) e na decisão que delibera sobre o sursis processual (inciso XI do art. 581 do CPP). Assim, como cabível o manejo de recurso em sentido estrito contra decisão que ordenar a suspensão do processo, as providências de natureza cautelar advindas de tal decisão devem, como ela, ser impugnáveis pelo mesmo recurso.

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Art. 366.CPP Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado,

ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar

a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão

preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

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SÚMULA N. 455-STJ. A decisão que determina a produção antecipada de provas com base

no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente

o mero decurso do tempo.

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É cabível recurso em sentido estrito para impugnar decisão que indefere produção

antecipada de prova, nas hipóteses do art. 366 do CPP.

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"O artigo 581 do Código de Processo Penal regula as hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito.

Em geral, esse recurso serve para impugnar decisões interlocutórias, no entanto, ele não se iguala ao agravo

previsto no Código de Processo Civil, pois sua hipótese de incidência é taxativa. Ademais, em alguns casos,

esse recurso também é cabível contra sentenças e decisões administrativas. Em essência, é um recurso que

se dirige a impugnar decisões de juiz singular.

Embora seja um rol taxativo, em razão das mudanças da legislação processual penal, não é aceitável a

estagnação das hipóteses de cabimento. Ademais, em razão da paridade de armas, não se pode permitir um

desequilíbrio entre as partes, de tal forma que a acusação fique privada de um instrumento de impugnação

das decisões proferidas por juiz de primeiro grau, considerando que a defesa sempre poderá impetrar

ordem de habeas corpus.

De fato, não se admite a ampliação das hipóteses para abranger situação que evidentemente o legislador

quis excluir. No entanto, diante de uma omissão involuntária do legislador, a hipótese pode ser suprida por

meio de interpretação extensiva.”

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Exemplos:

- o inciso I prevê que é cabível o recurso em sentido estrito contra a decisão que “não

receber a denúncia ou a queixa”. Por meio de interpretação extensiva, a jurisprudência

admite também o RESE contra a decisão que não recebe o aditamento da denúncia ou

da queixa.

- não existe previsão de recurso em sentido estrito contra a decisão que concede, nega

ou revoga a suspensão condicional do processo (“sursis processual”). Apesar disso, o

STJ admite a interposição de RESE nesses casos com base em uma interpretação

extensiva do inciso XI (que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da

pena).

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A decisão que indefere a produção antecipada de prova nas hipóteses do art. 366 do

CPP admite RESE com base em qual inciso do art. 581?

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

(...)

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INFORMATIVO 931 – PRIMEIRA TURMA

TEMA:

COMPETÊNCIA

PROCESSO:

Inq 4619 AgR-segundo/DF, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 19.2.2019. (Inq-4619)

DESTAQUE:

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INFORMATIVO 931 – PRIMEIRA TURMA

INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR:

A Primeira Turma negou provimento a agravo regimental interposto contra decisão que declinou a competência para tribunal de justiça local, com determinação de imediata remessa dos autos ao juízo competente.

No caso, o inquérito foi instaurado para investigar suspeita de movimentação financeira irregular constatada no âmbito de confederação sindical em favor de deputado federal, revelada em acordo de colaboração premiada. Os fatos apurados culminam na possível prática do delito de apropriação indébita, previsto no art. 168 (1) do Código Penal.

A defesa suscitou que a competência para processo e julgamento dos fatos seria do poder judiciário estadual, não obstante a entidade tenha sede em Brasília/DF e os saques dos valores tenham ocorrido também na capital federal.

Para o colegiado, a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para detentores de foro privilegiado somente se aplica aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relativos às funções desempenhadas, nos termos do precedente firmado na AP 937 QO. Na hipótese dos autos, os fatos não se relacionam ao exercício do mandato do deputado federal, razão pela qual não incide a competência constitucional do STF.

Ademais, a competência é determinada, de regra, pelo lugar em que se consumar a infração, nos termos do art. 70 (2) do Código de Processo Penal (CPP). Como a apropriação indébita se consuma no ato da inversão da propriedade do bem e os fatos teriam ocorrido em Brasília/DF, a competência para o processo e o julgamento dos fatos apurados é do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Por fim, ainda que a efetiva utilização dos recursos tenha ocorrido em outro ente da Federação, essas circunstâncias representam elementos pos-factum, que não interferem na consumação do delito.

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Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal não se relacionam

ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF, mas sim do juízo de 1ª instância.

Isso porque o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do

cargo e relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em

03/05/2018).

A apropriação indébita se consuma no ato da inversão da propriedade do bem. Se a inversão da

propriedade ocorreu com a transferência dos recursos da conta bancária da empresa vítima, com sede em

Brasília/DF, efetuada pelo Diretor da entidade, tem-se que a competência para apurar este delito é do juiz

de direito de 1ª instância do TJDFT.

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O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e

relacionados às funções desempenhadas

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Se os fatos criminosos que teriam sido supostamente cometidos pelo Deputado Federal não se relacionam

ao exercício do mandato, a competência para julgá-los não é do STF, mas sim do juízo de 1ª

instância.

Isso porque o foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do

cargo e relacionados às funções desempenhadas (STF AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso,

julgado em 03/05/2018).

A apropriação indébita se consuma no ato da inversão da propriedade do bem. Se a inversão da

propriedade ocorreu com a transferência dos recursos da conta bancária da empresa vítima, com sede em

Brasília/DF, efetuada pelo Diretor da entidade, tem-se que a competência para apurar este delito é do juiz

de direito de 1ª instância do TJDFT

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Referências

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