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PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO DE 12/04/2016 ITEM: 071

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1 PRIMEIRA CÂMARA SESSÃO DE 12/04/2016 ITEM: 071 TC-000980/006/12

Recorrente(s): Antonio Carlos da Silva – Prefeito Municipal de

Cássia dos Coqueiros à época.

Assunto: Admissão de pessoal, por tempo determinado, realizada

pela Prefeitura Municipal de Cássia dos Coqueiros no exercício de 2011.

Responsável(is): Antonio Carlos da Silva (Prefeito à época). Em Julgamento: Recurso(s) Ordinário(s) interposto(s) contra

sentença publicada no D.O.E. de 10-09-14, que julgou ilegal o ato de admissão para o cargo de advogado do ex-Prefeito, Sr. Antonio Carlos da Silva, negando-lhe registro, acionando o disposto nos incisos XV e XXVII do artigo 2° da Lei Complementar nº 709/93, aplicando multa no valor de 300 UFESP’s ao responsável, nos termos do artigo 104, inciso II, da referida Lei.

Advogado(s): Osmar Eugênio de Souza Júnior, Aulus Reginaldo

Borinato de Oliveira e Jacqueline de Oliveira.

Procurador(es) de Contas: Thiago Pinheiro Lima. Fiscalização atual: UR-6 – DSF-I.

Em exame o Recurso Ordinário interposto pelo Sr. Antonio Carlos da Silva, Prefeito Municipal à época, contra a r. sentença proferida pelo E. Auditor Samy Wurman (fls. 141/147), que julgou legais os atos de admissão dos cargos de Auxiliar de Dentista; Auxiliar de Farmácia; Coordenador Pedagógico; Dentista; Fiscal Geral; Recepcionista; Secretário de Escola; e Vice-Diretor, relacionados às fls. 78/85, registrando-os, nos termos do artigo 2º, inciso V, da Lei Complementar nº 709/93, bem como julgou ilegal o ato de admissão para o Cargo de Advogado, no caso da Admissão do Ex-Prefeito, Sr. Antonio Carlos da Silva, negando-lhe registro, acionando o disposto nos incisos XV e XXVII do artigo 2º da Lei Complementar nº 709/93 e cominando a pena de multa no equivalente pecuniário de 300 (trezentas) UFESPs.

A decisão recorrida determinou a negativa de registro do ato de admissão para o Cargo de Advogado, levando-se em consideração que a contratação do Ex-Prefeito para o referido cargo, em concurso realizado em sua

gestão, no qual o mesmo sagrou-se aprovado e admitido, configura prática de ato

contrário à honestidade, imparcialidade, lealdade e ao princípio da legalidade, constituindo

ato de improbidade administrativa.

Nas razões do apelo, o recorrente argumenta, em síntese, que na decisão não houve demonstração inequívoca que de alguma forma por ser Prefeito à época, o recorrente tenha se beneficiado, locupletado ou mesmo cometido algum ato considerado imoral por ocasião do concurso público.

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2 Afirma que a Constituição Federal determina que todos são iguais perante a lei, bem como que os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos legais e sua investidura depende de aprovação em concurso público.

Informa que não foi demonstrado qualquer ato imparcial, desonesto, desleal ou ilegal em sua admissão.

Por fim, no que tange à Ação Civil Pública, alega que foi reintegrado, por intermédio de Agravo de Instrumento provido, ao cargo de Advogado e que está em plena atividade laboral no Executivo.

A Presidência deste Tribunal reconheceu os pressupostos de admissibilidade do apelo, determinando o recebimento da peça como Recurso Ordinário, bem assim sua respectiva distribuição (fls. 158).

Analisando as razões deduzidas, o d. MPC opinou pela manutenção da ilegalidade do ato de admissão para o cargo de Advogado (fls. 161).

Nessa mesma trilha seguiu a digna SDG.

Considerou que a realização de concurso público para Advogado quando este era o Prefeito do Município, ofendeu os princípios insculpidos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, em destaque para os da impessoalidade e moralidade.

No mais, informou que a Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Estado foi julgada parcialmente procedente, para reconhecer a prática de ato de improbidade administrativa pelo Sr. Antonio Carlos da Silva.

Assim, opinou pelo não provimento do Recurso Ordinário (fls. 169/171).

É o relatório.

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3 PRIMEIRA CÂMARA GC.CCM Sessão de 12/04/2016 Item nº 071

Processo: TC-980/006/12

Órgão: Prefeitura Municipal de Cássia dos Coqueiros.

Assunto: Admissão de Pessoal.

Exercício: 2011.

Responsável

pelos atos: Antonio Carlos da Silva– Prefeito Municipal à época.

Atual Prefeita: Rosa Maria Gonçalves da Silva.

Advogados: Osmar Eugênio de Souza Júnior (OAB/SP 144.576); Aulus Reginaldo Borinato de Oliveira (OAB/SP 81.046) e Jacqueline de Oliveira (OAB/SP 243.798).

Interessados: Antonio Carlos da Silva e outros.

Em Exame: Recurso Ordinário interposto pelo Sr. Antonio Carlos da

Silva, Prefeito Municipal à época, contra a r. sentença proferida pelo E. Auditor Samy Wurman (fls. 141/147), que julgou legais os atos de admissão dos cargos de Auxiliar de Dentista; Auxiliar de Farmácia; Coordenador Pedagógico; Dentista; Fiscal Geral; Recepcionista; Secretário de Escola; e Vice-Diretor, registrando-os, nos termos do artigo 2º, inciso V, da Lei Complementar nº 709/93, bem como julgou ilegal o ato de admissão para o Cargo de Advogado, no caso da Admissão do Ex-Prefeito, Sr. Antonio Carlos da Silva, negando-lhe registro, acionando o disposto nos incisos XV e XXVII do artigo 2º da Lei Complementar nº 709/93 e cominando a pena de multa no equivalente pecuniário de 300 (trezentas) UFESPs.

Em Preliminar:

Conheço do recurso, por ser adequado, tempestivo e ter sido interposto por parte legítima.

A r. decisão recorrida foi publicada no DOE de 10/09/14 (fls.

148/149), e o apelo protocolado neste Tribunal em 17/09/14 (fls. 150).

No Mérito:

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4 Como restou consignado na r. decisão guerreada:

“Por outro lado, no que tange à contratação do Ex-Prefeito para o Cargo de Advogado, em concurso realizado em sua Gestão, no qual o mesmo sagrou-se aprovado e admitido; assevero que a busca acertada dos interesses coletivos ultima o Administrador a adequar-se aos “Princípios” insculpidos na “Carta Magna”, à “legalidade” estrita dos seus atos com os ditames da legitimidade impingida.

Assim sendo, a prática de qualquer ocorrência revestida de ato contrário à “honestidade,” a “imparcialidade”, à “lealdade” e ao “princípio da legalidade”, constitui “ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA”, nos termos ditados pelo art. 11, da Lei 8.429/19921.

Aliás, neste sentido, consta a adoção de providências da alçada do D. Representante do Ministério Público Estadual, posto constar dos autos (fls. 113/132) o Mandado de Notificação, de fls. 113/115, da cópia da Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, c.c. Obrigação de Fazer, com incluso pedido de natureza Cautelar Liminar, às fls. 116/131, que resultou na elaboração da Portaria Municipal nº 50, de 25/03/2013, a qual afastou do Cargo o Ex-Alcaide, Sr.

Antônio Carlos da Silva, em razão da Ação referida, conforme fls. 132.”

Não obstante tratar-se agora de sede recursal, a situação processual permanece inalterada.

Lembro que o Responsável não poderá, jamais, afastar-se dos princípios que regem a Administração Pública, previstos no artigo 37 da Constituição Federal, quais sejam, da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Quanto aos Princípios da Moralidade e da Impessoalidade, Hely Lopes Meirelles1 leciona:

“A moralidade administrativa constitui hoje em dia, pressuposto da validade de

todo ato da Administração Pública (Const. Rep., art. 37, caput). Não se trata – diz Hauriou, o

sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como "o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração". Desenvolvendo a sua doutrina, explica o mesmo autor que o agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto. Por considerações de direito e de moral, o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria instituição, porque nem tudo que é legal é honesto, conforme já proclamavam os

romanos – non omne quod licet honestum est. A moral comum, remata Hauriou, é imposta ao homem

para sua conduta externa; a moral administrativa é imposta ao agente público para a sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum”.

(...)

O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal.

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5 (...)

Desde que o princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com finalidade pública, o administrador fica impedido de buscar outro objetivo ou de praticá-lo no

interesse próprio ou de terceiros.” (gf)

Assim, a admissão do Ex-Prefeito, Sr. Antonio Carlos da Silva, para o cargo de Advogado da Prefeitura, em concurso realizado em sua gestão, no qual o mesmo sagrou-se aprovado e admitido, é uma nítida afronta aos princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade.

No mais, a Ação Civil Pública2 proposta pelo Ministério Público do Estado (Processo nº 0000542-25.2013.8.26.0111 – cópia às fls. 162/168) foi julgada parcialmente procedente, para reconhecer a prática de ato de improbidade administrativa pelo Sr. Antonio Carlos da Silva, sendo declarados nulos o concurso público nº 001/2011 (com relação ao cargo de advogado) e a nomeação do réu, decretando a perda do referido cargo e a suspensão dos direitos políticos por três anos, condenado o Ex-Prefeito ao pagamento de multa e proibindo-o de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

Como bem destacou a SDG: “É evidente que a posição de

Chefe do Executivo do Município o deixou em situação privilegiada em relação aos demais candidatos à vaga, porquanto havia em suas mãos o poder de abrir o concurso para um cargo que pretendia concorrer e de lançar edital com disposições que melhor lhe aprouvessem ...”.

Isto posto, acompanhando as manifestações do d. MPC e SDG, meu voto é no sentido de se negar provimento ao recurso ordinário

interposto pelo Sr. Antonio Carlos da Silva, mantendo-se inalterado os termos da r. decisão de fls. 141/147, inclusive quanto à multa aplicada.

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