TH 2
Formação do
Império Islâmico
PUC Goiás - Escola de Artes e ArquiteturaAntecedentes Históricos –
povo Árabe
Os beduínos eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (feitas com o pêlo). Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região.
Assim desenvolviam um ativo comércio feito através de caravanas que seguiam em direções variadas.
Os árabes de origem semita viviam em tribos independentes, governados pelo xeque (líder político) e pelo emir (chefe militar).
A religião primitiva era politeísta. Na cidade de Meca,
havia a Caaba onde os ídolos eram reverenciados juntamente com a “pedra negra”. Ilustração – 1890 Os paises do mundo
Pedra Negra – pedra sagrada, dada aos homens pelos anjos. Abraão a teria recebido do Arcanjo Gabriel, branca e pura, e os pecados humanos a deixaram preta. Está incrustada numa das laterais da Caaba.
Caaba é a Casa Sagrada,
construção cubica localizada no centro da principal mesquita de Meca. Originalmente uma
construção pagã, foi poupada por Alá quando Maomé
Antecedentes Históricos
CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA • Surge a partir da religião islâmica, criada e pregada pelo profeta Maomé.
• O islamismo acredita em um Deus único, chamado de Alá.
• Essa religião foi fundamental para a unificação dos povos árabes, abrindo assim espaço para a formação de um império.
Mapa da expansão Árabe, com os limites políticos atuais.
CONCEITOS IMPORTANTES
• ÁRABE: pessoa que nasce
ou vive na península arábica.
• MULÇUMANO: seguidor ou
fiel da religião islâmica.
*Portanto árabe e mulçumano não são sinônimos.
• ISLÃ: significa “submeter-se à
vontade de Deus”. Para o islã, o homem deve entregar-se a Deus e submeter-se à Sua vontade em todas as áreas da vida.
Um fiel marroquino em oração
SOBRE O
ISLAMISMO
Religião monoteísta que prega a submissão total do homem à vontade de Alá;
O livro sagrado dessa religião e que contém as revelações a Maomé é o Alcorão;
Além de orientações puramente religiosas, o alcorão também tem instruções que contribuem para a ordem social e o interesse dos grandes comerciantes.
O Corão ou Alcorão é o livro sagrado do Islã. Escrito pelos seguidores de Maomé e sob a supervisão do profeta, a obra trata de preceitos religiosos, políticos e morais.
BASES DO ISLAMISMO
Oração
O ritual da oração representa a humildade do homem na presença de Alá.
Deve ser praticado ao levantar, à primeira hora da tarde, ao fim da tarde, ao por-do-sol e à noite, antes de deitar. A oração sempre é feita na direção de Meca.
BASES DO ISLAMISMO
Esmola
A prática da esmola é chamada de
“Zacat”, palavra que significa purificar.
A esmola purifica e demonstra a
responsabilidade
social do crente, sua vontade de contribuir para a manutenção da comunidade.
BASES DO ISLAMISMO
Jejum
O muçulmano deve guardar o nono mês lunar, o Ramadã, como um período de jejum, no qual se abstem de comer,
beber, fumar e manter
relações sexuais durante as horas de luz diurna.
O jejum tem a intenção de
submeter o corpo ao espírito e fortificar a vontade através da disciplina. O jejum leva o
homem a chegar mais perto de Deus.
BASES DO ISLAMISMO
Peregrinação
A peregrinação a Meca é um dos deveres do fiel.
Todos os muçulmanos devem ir, pelo menos uma vez na vida, para essa cidade.
Antes de entrar em Meca, o peregrino abandona
seus trajes habituais e cobre-se com panos brancos.
Os peregrinos dão sete voltas ao redor do santuário da grande
mesquita de Meca, além de cumprir outros rituais.
Em 570, Maomé nasce em Meca, na Arábia (Hoje Arábia Saudita). Guia de caravanas, depois mercador em Meca, tornou seu
objetivo restaurar a religião de Abraão e a crença em um Deus e na vida futura.
Em 610, ouve pela primeira vez o anjo
Gabriel, que lhe indica recitar o nome de Alah (Corão é recitação).
Gravura Otomana retratando o momento da revelação pelo anjo Gabriel do Alcorão para o profeta Maomé.
Inicialmente, liderava um pequeno grupo, mas à medida que aumentava sua influência, começou a ser perseguido (os ricos o tratavam com escárnio, pois recitava a Torá e o Novo Testamento) e foi obrigado a fugir para Medina (cidade do profeta). Esta fuga, em 622, é conhecida como Hégira e marca o início do islamismo.
Tapete persa, século XVII
Victoria and Albert Museum, Londres.
Em seu retorno a Meca (628), houve desconfiança dos judeus, por diferenças entre o Corão e a Torá, e cristãos, pois se considerava o enviado de Alah, e Jesus um precursor, mas não o filho de Deus;
Destrói símbolos romanos e judaicos, mas preserva a Caaba, que evoca a Abraão e Ismael, seu filho, pais dos povos árabes e judeus;
Em 632, com sua morte, o poder foi transferido para os califas (sucessores).
O islamismo une um povo nômade que reúne mercadores do deserto e dos mares da península arábica e do Mediterrâneo;
Um povo em constante conflito com os impérios que por lá passaram ou permaneceram (persas, gregos, romanos, bizantinos).
Em seu entorno, duas grandes religiões monoteístas, demonstram
a força da unidade para enfrentar os grandes inimigos, que provocam
a miséria e a escravidão.
A mensagem do Corão, de
submissão (Islã) a Alah os une e fortalece
IMPÉRIO ISLÂMICO
Sob os recursos de Maomé, os árabes mulçumanos expandiram sua civilização e comércio por toda
península arábica, norte da África e mais tarde após a morte de Maomé chega até a Península Ibérica na
Europa.
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib que, desde então, se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã .
De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se
Em 632, com sua morte, o poder foi transferido para os califas (sucessores). Os primeiros califas eram nomeados e eleitos em Medina. Mas logo iniciou-se uma luta entre duas facções: os Shiitas (partido de Ali, genro de Maomé), que achavam que Ali e seus descendentes eram os únicos Califas de Direito; e os Sunitas (de Sunna, prática tradicional de Maomé), que achavam que todo membro da tribo poderia ser nomeado califa. A família Ommayyah vence essa disputa e forma a primeira dinastia omíada (661-750).
Os omíadas mudam a capital de Medina para Damasco (Síria), onde têm contato com a cultura clássica tardia das províncias romanas.
Em pouco mais de um século, os árabes constroem um império que vai do norte da África e a Espanha, até a Índia, aproveitando-se do enfraquecimento das antigas colônias romanas.
Dinastia Omíada – com a morte de Ali, subiu ao poder o
governador da Síria, Moaviá Omíada. Conquistaram o norte da África e o reino visigótico, na Espanha, iniciando a conquista de toda a península Ibérica.
Expansão Abácida: Oriente Médio, Europa e África do Norte
Os Abássidas – a capital foi transferida para Bagdá, na Mesopotâmia. O Império
Árabe chega ao esplendor máximo com o califa Harum-Al-Raschid. As conquistas árabes atingiram praticamente toda a bacia do Mediterrâneo. O império se dividiu
em 3 califados independentes: Bagdá (Mesopotâmia), Cairo (Egito) e Córdoba
E
XPANSÃO DOI
MPÉRIOI
SLÂMICOA Conquista Muçulmana
da Península Ibérica
ocorreu com a vitória sobre o rei visigodo Rodrigo, a qual determinou o fim do
Reino Visigótico de Toledo. Os muçulmanos
se estabeleceram então na península e, progressivamente, foram ampliando suas conquistas territoriais. Em consequência do domínio territorial e militar, veio também a influência cultural.
Al-Andalus: foi o nome
dado à península Ibérica pelos seus conquistadores islâmicos do século VIII, tendo o nome sido utilizado para se
referir à península independente do território politicamente controlado pelas forças islâmicas.
Expansão do Império Islâmico
De início integrado na província norte-africana do
império omíada, o al-Andalus seria um emirado (756–929) e posteriormente um califado (929–1031). Com a
dissolução do califado (1031), o território pulverizou-se em vários reinos.
O Reino das Astúrias foi a primeira região da Península Ibérica que se libertou do domínio dos Mouros quando da invasão por estes da Península Ibérica.
As principais influências da cultura islâmica são a influência árabe, persa, turca e o estilo paleocristão
bizantino.
Os árabes eram povos nômades do deserto, de vida muito simples, cujos abrigos eram tendas. Por isto mesmo, não havia uma arquitetura árabe, as principais peças de arte eram utilitárias e de fácil transporte: vasos, jarras, tapetes, etc.
O islamismo seguia a tradição judaica que não permitia a
representação da imagem de Deus. Os temas da pintura e da tapeçaria eram normalmente naturalistas ou geométricos.
A experiência religiosa do
infinito e da inutilidade da vida terrena participa de toda a arte muçulmana.
A continuação infinita de um tema abstrato, semiabstrato ou parcialmente figurativo é a
expressão profunda da crença na eternidade e o desprezo pela existência terrena.
A Expansão da Cultura Árabe
A caligrafia teve um papel
dominante na arte islâmica e se integrou a toda sorte de
projetos decorativos. São dois os principais caracteres da
caligrafia: O cúfico, angular; e o nashki, cursivo. Cúficosimples (790 d.C.); Cúficofolheado (952 d.C.); Cúficofloreado (848 d.C.); Nashki(1285 d.C); . Thuluth(1348 d.C.); Nastalik(1543 d.C).
Tunísia: Kairouan (Mesquita das Três Portas -866 d.C)
Uma mísula é um ornato que ressai de uma
superfície, geralmente vertical, e que serve para sustentar um arco de
abóbada, uma cornija, figura, busto, vaso, etc.. Muito usado em estruturas de betão, na construção civil.
A Expansão da
Cultura Árabe
Esta pequena mesquita urbana tem um pórtico de três arcos em ferradura. Acima dos arcos há inscrições cúficas encimadas por uma cornija com mísulas.
O Urbanismo Islâmico
O modelo de cidade implantado pelos muçulmanos na Península Ibérica representa o traçado característico desenvolvido por esse povo, baseado principalmente em sua orientação religiosa, associada a
conhecimentos adquiridos no contato com civilizações de organização cultural estabelecida e que foram
dominados e incorporados ao Império Islâmico.
Pelo fato de não possuírem uma cultura própria e por não haverem ainda desenvolvido uma tradição urbana, não tinham como apresentar alternativas concretas, fazendo do processo construtivo das cidades uma forma de assimilação cultural, que vai ser a grande marca da produção islâmica durante o seu
O U
RBANISMOI
SLÂMICOA simplicidade do modo de vida prescrito no Alcorão produz uma redução nas relações sociais. Por isso, as cidades helenísticas conquistadas perdem complexidade: não há foros, basílicas, teatros, anfiteatros estádios, ginásio; apenas casas e dois tipos de edifícios públicos: banhos e mesquitas.
O Urbanismo Islâmico
As cidades desenvolvidas pelos árabes ao longo do tempo apresentam-se de forma bem mais
simplificada do que aquelas edificadas sob influência das culturas helenística e romana no mesmo período.
Ao incorporarem uma nova região ao seu império, os muçulmanos utilizavam uma política de tolerância,
respeitando os usos, os costumes, a cultura, as
línguas regionais, os métodos administrativos e até mesmo a estrutura religiosa, de onde tiravam o
conhecimento necessário à sua própria organização. Somente em um segundo momento preocupavam-se em transmitir seus conhecimentos, tanto de idioma como religiosos, que passaram a ser a grande
O Urbanismo Islâmico
A cidade islâmica subdivide-se em vários modelos, dependendo da região de influência onde se estabelece.
Os principais modelos seriam o árabe-aramaico, no qual prevalecem as influências originárias da Arábia, do Egito e da Ásia Menor;
o pérsico-índico, desenvolvido a partir das influências originárias da Pérsia e da Índia muçulmana;
o modelo turco-mongol com influências da Turquia, do Turquestão e da Ásia Central;
e finalmente o MODELO HAMITA, que é o tipo de cidade encontrado no norte da África e na Península Ibérica.
Arquitetura Islâmica
Tem traços estilísticos dos povos conquistados, que eles souberam adaptar ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas
coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram.
A casa de Maomé em Medina: constituía uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de
palmeira. Era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns
Pátio interno de uma
mansão
- Cairo, Egito
Vista do Alhambra, Granada
A
RQUITETURA
I
SLÂMICA
As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em relação às mesquitas.
A Giralda Sevilha Miranete da Grande Mesquita de Samara - Iraque Marinete Kurubiyya Marrekech Marinete de Kalian Buyara, Rússia
Arquitetura Islâmica
Outra das construções mais originais erepresentativas do Islã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração.
Mausoléu de Barquq - Arte muçulmana Cairo, Egito
Mausoléu de Timur ou Gur-i Mir Samarcanda, Rússia
Arquitetura Islâmica
Outras construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários,
semelhantes às mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.
Arquitetura Islâmica
A arquitetura da casa é bem especial. A porta de entrada de cada casa dá da rua, para um pátio, do qual no centro geralmente se encontra um grande tanque de água corrente.
Legados da cultura Islâmica
Primeiros a utilizar recursos como cheques e letrasde câmbio.
Desenvolveram as ciências e o brilho das artes (arabescos, pinturas etc.);
Aperfeiçoaram o algarismo arábico que nós usamos (1,2,3...)
Criaram contos famosos como “As mil e uma noites”.