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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS. Tópicos Avançados em Linguística de Texto:

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Texto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS Tópicos Avançados em Linguística de Texto:

Texto, Contexto, Discurso

Professora: Karina Falcone Nível: Mestrado e Doutorado Dia e hora: quarta-feira, 13h Período: 2º semestre de 2013

1. Observações sobre o Curso

O objetivo deste curso é discutir as noções de texto, de contexto e de discurso perspectivando suas ações constitutivas e intrínsecas às práticas comunicacionais. Não interessa, nesta proposta, tratar tais noções apenas em suas propriedades particulares.

Ao definir textos como eventos, Beugrande (1997) sinaliza para a complexidade de ações, de distintas naturezas, que envolve a escrita e a compreensão. Não mais entendido como uma unidade, o texto passa ser o lugar das possibilidades de sentido. Essa distinção vai bem além de uma mudança terminológica e nos orienta a repensar o próprio agir comunicativo. Como observou Marcuschi (2008): é importante ver o texto muito mais como uma noção heurística para operar com a língua e não como uma entidade.

A noção de contexto será tratada a partir de uma perspectiva cognitivista, como um construto elaborado entre os participantes de uma interação. Contextos são co-construções situadas e dinâmicas, cujas ações dos interlocutores continuamente as reconfiguram. Não tomo, aqui, contexto como um aspecto diretamente estabelecido entre os fatores extralinguísticos e o texto. Para discutir o texto como um evento, é preciso, ainda, trabalhar noções tais como gênero e discurso (Marcuschi, 2008). Como base central para a proposta apresentada, assumo a hipótese sociocognitivita, tal como proposta por Mondada e Dubois (2003): a instabilidade do sentido é uma característica constitutiva da produção comunicativa. Essa instabilidade é o que nos situa como atores ativos e criativos no processo de produção e de compreensão de textos.

A instabilidade do sentido, que em última análise é uma característica da natureza da língua, não pode ser entendida como “exceções ou problemas”,

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como apontaram Mondada e Dubois (2003, pg. 21), mas como “a dimensão intrínseca do discurso e da cognição”. Se operamos dentro de tal instabilidade, produzir e compreender textos são atividades de colaboração (ou negociação) entre autor-texto-leitor (Marcsuchi, 2008).

Assim, pretendo, neste curso, explorar algumas questões de natureza textual, discursiva e cognitiva envolvidas no processo de construção de sentido. Temas como categorização, referenciação e compreensão devem ser objetos de análises ao longo dos trabalhos. Essas questões não podem ser discutidas em apenas uma área da Linguística. Tomo como norte teórico a vertente sociocognitiva da Linguística de Texto. Entretanto, teorias da Linguística Cognitiva, da Análise Crítica do Discurso, de Gêneros Textuais e da Semântica Cognitiva também são relevantes para dar conta dessa proposta.

2. Programa Geral

i) A Linguística Textual: uma história recente, vários desdobramentos; ii) a Linguística Textual e a Análise Crítica do Discurso: reflexões sobre texto-discurso; iii) Noções de texto; iv) Noções de Contexto; v) Gêneros e Discurso; vi) Categorização e Referenciação: a construção do sentido; vii) Compreensão e Inferência.

3. Conteúdo Programático

I. Breve histórico da Linguística Textual e a relação com a Análise Crítica do Discurso.

II. Noções de Texto e de Contexto em abordagens discursivas e cognitivas. III. Contexto: a abordagem de Teun A. van Dijk.

IV. Gêneros, Texto e Discurso.

V. Referenciação e Categorização na construção de objetos do discurso.

VI. Compreensão e Inferência.

5. Avaliação

• Participação nas discussões teóricas em sala de aula; • Realização de Seminários Temáticos;

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6. Previsão dos dias de Aula

1. 14 de agosto 6. 18 de setembro 11. 23 de outubro 2. 21 de agosto 7. 25 de setembro

(Participação Congresso de Linguística

Cognitiva)

12. 13 de novembro

3. 28 de agosto 8. 02 de outubro 13. 20 de novembro 4. 04 de setembro

(participação no Siget)

9. 09 de outubro 14. 27 de novembro 5. 11 de setembro 10. 16 de outubro 15. 04 de dezembro NOTA:

Aos alunos interessados em realizar Tópicos Avançados em Linguística de Texto como disciplina isolada, solicito uma justificativa (uma página) enfatizando o interesse no curso e a formação nas áreas a serem trabalhadas (Linguística de Texto, Linguística Cognitiva, Análise Crítica do Discurso e Teoria de Gêneros). Solicito, ainda, que indiquem, dentre as referências bibliográficas, as obras já lidas.

Vagas: 03

7. Referências Bibliografias

BEAUGRANDE, R. 1997. New Foundations for a Science of Text and Discourse: Cognition, Communication, and the Freedom of Access to Knowldge and Society. New Jersey, Ablex Publishing Corporation.

BENTES, A.C; LEITE, M.Q. (Orgs). 2010. Linguística de Texto e Análise da Conversação. Panorama das Pesquisas no Brasil. São Paulo, Cortez Editora.

BERKENKOTTER, C. & HUKIN, T. 1995. Genre Knowledge in Disciplinary Communication: cognition/culture/power. New Jersey, Lawrence Erlbaum Associates.

CAVALCANTE, M.M; RODRIGUES, B.B; CIULLA, A. (Orgs). 2003. Referenciação. São Paulo, Editora Contexto.

CAVALCANTE, M.M & LIMA, S.M.C. (Orgs). 2012. Referenciação: teoria e prática. São Paulo, Cortez Editora.

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DURANTI, A. & GOODWIN, C. (Eds). 1992. Rethinking Context. Language as in interactive phenomenon. Cambridge University Press. GIVON, T. 2005. Context as other minds. The pragmatics of sociality, cognition and communications. Amsterdan: John Benjamins Publishing Company.

HANKS, W.F. 2008. Língua como Prática Social: das relações entre língua, cultura e sociedade a partir de Bourdieu e Bakhtin. São Paulo, Cortez Editora.

HANKS, W. F. 1992. The indexical ground of deictic reference, in A. Duranti e C. Goodwin (eds.) (1992). Rethinking context: language as an communicative practices. Boulder, CO: Westview Press.

KOCH, I. G. V & TRAVAGLIA. L.C. 1989. Texto e Coerência. São Paulo, Editora Contexto.

______. 1990. A Coerência Textual. São Paulo, Editora Contexto.

KOCH, I.G.V. 2004a. Sobre a seleção do núcleo de formas nominais anafóricas na progressão textual. In: Negri, L.; Foltran, M.J; Oliveira, R.P (Orgs.). Sentido e Significação na Obra de Rodolfo Ilari. São Paulo, Editora Contexto.

KOCH, I.G.V. 2004b. Introdução à Linguística Textual. São Paulo, Martins Fontes.

______. 2002. Desvendando os Segredos do Texto. São Paulo, Cortez. _____. 1992. A Inter-Ação pela Linguagem. São Paulo, Contexto.

_____. 1997. O Texto e a Construção dos Sentidos. São Paulo, Editora Contexto

LAKOFF, G. 1990. Women, Fire, and Dangerous Things. What Categories Reveal about the Mind. Chicago, The University of Chicago Press.

MARCUSCHI, L.A. 2009. Linguística de Texto: o que é e como se faz? Coleção Luiz Antonio Marcuschi. Recife, Editora UFPE.

_______. 2008. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. São Paulo, Parábola.

_______. 2007. Cognição, explicitude e autonomía no uso da língua. In: Cognição, Linguagem e Práticas Interacionais. Rio de Janeiro, Lucerna. Série Dispersos, pp. 31-60.

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___________. 2007. Do Código para a Cognição: o Processo Referencial como Atividade Criativa. In: Cognição, Linguagem e Práticas Interacionais. Rio de Janeiro, Lucerna. Série Dispersos, pp. 61-81.

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______. 2007. A Construção do Mobiliário do Mundo e da Mente: Linguagem, Cultura e Categorização. In: Cognição, Linguagem e Práticas Interacionais. Rio de Janeiro, Lucerna. Série Dispersos, pp. 124-145.

______. 2005. Curso de Linguística Cognitiva. Aula 7 – Noção de Categorias e Processos de Categorização, Tendo em Vista suas Relevâncias para os Processos de Referenciação. Recife, UFPE/PPGL. (Mimeo).

MIRANDA, N.S; NAME, M.C. (Orgs). 2005. Linguística e Cognição. Juiz de Fora, Editora UFJF.

MONDADA, L. & DUBOIS, D. 2003. Construção dos Objetos de Discurso e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In: CAVALCANTE, M. M. RODRIGUE, B. B. e CIULIA, A. (Orgs). Referenciação. São Paulo, Contexto.

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Referências

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