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SISTEMA MUSCULAR II SUMÁRIO

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Academic year: 2021

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SISTEMA MUSCULAR II SUMÁRIO

1 – Músculos da cabeça

• Musculatura craniofacial. Orbiculares do olho e da boca e bucinador. Mímica facial • Músculos da mastigação: temporal, masseter, pterigoideu medial e pterigoideu lateral 2 – Músculos ântero-laterais do pescoço

• Músculos superficiais. Esternocleidomastoideu

• Músculos supra-hioideus. A elevação do osso hióide no mecanismo da deglutição. Milohioideu formando o soalho da cavidade oral

• Músculos infra-hioideus. Acção de baixar o osso hióide

• Músculos vertebrais anteriores. Flexão anterior e lateral da cabeça e porção cervical da coluna vertebral

• Músculos vertebrais laterais. Os escalenos. Flexão lateral da porção cervical da coluna vertebral com ou rotação para o lado oposto. Elevação das costelas superiores durante a inspiração.

3 – Músculos do dorso e nuca

• 1º Plano muscular. Trapézio e grande dorsal. • 2º Plano muscular. Acção sobre a escápula

• 3º plano muscular. Os músculos das goteiras. Extensão da coluna vertebral 4 – Músculos do tórax

• Peitoral maior. Acção no membro superior • Serrado anterior. Acção sobre a escápula • Intercostais

• Diafragma. Músculo essencial da respiração. 5 – Músculos do abdómen

• Ântero-laterais. Oblíquo externo e ligamento inguinal. Oblíquo interno. Transverso do abdómen. Recto do abdómen. Linha branca.

• Posteriores. Quadrado lombar. Íliaco e psoas maior e sua acção no membro inferior 5 – Músculos pélvicos

• Elevador do ânus. O soalho da cavidade pélvica. 7 – Músculos do membro superior

• Músculos escapulares. Deltóide e sua acção no membro superior • Músculos do braço.

- Sector anterior ou flexor: bicípete braquial.

- Sector posterior ou extensor: tricípete braquial • Músculos do antebraço

- Sector anterior. Acção de pronação. Flexão nas articulações do punho, carpo-metacárpicas, metacarpo-falangianas e inter-falângicas

- Sector posterior. Acção de supinação. Extensão nas articulações do punho, carpo-metacárpicas, metacarpo-falangianas e inter-falângicas

8 – Músculos do membro inferior • Músculos da coxa

- Psoas maior e ilíaco. Flexão na articulação da anca

- Sector anterior. O quadricípete femural. Tendão comum do quadricípete femural. Rótula. Acção de extensão na articulação do joelho. Participação na acção de flexão na articulação da anca

- Sector medial. Os músculos adutores da coxa

- Região glútea. Músculos glúteos. Extensão na articulação da anca e abdução da coxa

- Sector posterior. Bicípete femural, semimembranoso e semitendinoso. Flexão na articulação do joelho • Músculos da perna

- Sector anterior. Acção na dorsiflexão e inversão do pé

- Sector lateral. Acção na eversão do pé

- Sector posterior. Gastrocnémio e solear. Tendão calcaneano. Flexão plantar. Músculos com acção de flexão nas articulações interfalângicas.

Bibliografia

:

• Williams PL, Warwick R. Gray’s Anatomy. 38th Edition. Edinburgh: Churchill Livingstone; 1995. p. 737 - 788.

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SISTEMA MUSCULAR II

MUSCULOS DA CABEÇA

I - MUSCULATURA CRANIOFACIAL

Estes músculos participam activamente na mímica facial: elevar e baixar as sobrancelhas, fechar as pálpebras, enrugar a testa, ou o queixo, elevar ou baixar os ângulos da boca, protruir os lábios, são os movimentos que é possível fazer com estes músculos. Pela acção destes músculos é possível exprimir tristeza, alegria, dúvida, desdém, surpresa, ironia.

Muitos dos músculos da face convergem para a boca, formando uma massa muscular elíptica colocada à volta da abertura da boca, na espessura dos lábios e designada músculo orbicular da boca. Este músculo permite os movimentos labiais fundamentais na fala. O músculo bucinador está situado nas paredes laterais da cavidade oral, inserido posteriormente narafe pterigomandibular. Suas fibras dirigem-se horizontalmente para diante e anteriormente continuam como fibras do músculo orbicular da boca.

O bucinador e o orbicular da boca, embora não sejam classificados como músculos da mastigação, são fundamentais neste processo por comprimirem bochechas e lábios contra os dentes, para que os alimentos sejam dirigidos para as superfícies oclusais dos dentes.

1 – OCCIPITOFRONTAL:

É uma camada musculofibrosa que cobre a calote craniana, desde a linha nucal suprema (posteriormente), até às margens supra-orbitárias do osso frontal (anteriormente). É constituído por duas porções musculares ligadas entre si pela aponevrose epicraniana que está ligada ao pericrânio, o periósteo da tábua externa dos ossos do crânio. Uma das porções musculares é constituída por um par de músculos occipitais inseridos posteriormente às linhas nucais supremas do osso occipital e que ontinuam anteriormente na aponevrose epicraniana. A outra porção muscular é constituída por um par de músculos frontais sem inserção óssea anteriormente e continuando atrás na aponevrose epicraniana.

Acções: Puxa o couro cabeludo para trás e para a frente e eleva as sobrancelhas

2 – ORBICULAR DO OLHO

É um feixe de fibras musculares com percurso elíptico em torno da abertura da órbita e das pálpebras. Tem inserção óssea nos ossos adjacentes à margem medial da órbita. As suas fibras dirigem-se lateralmente formando elipses completas sem interrupção na extremidade lateral e sem inserção óssea lateral. Dois contingentes de fibras musculares, também com inserção óssea na margem medial da órbita, apresentam percurso para lateral, um na pálpebra superior e outro na pálpebra inferior e entrecruzam-se lateralmente para formar a rafe palpebral lateral.

Acções: Funciona, quer voluntariamente quer por reflexo, como esfíncter das pálpebras, aproximando-as. É importante na mímica facial, pois aproxima as sobrancelhas uma da outra, causando sulcos verticais acima da ponte do nariz (franzir o sobrolho). Quando completamente contraído não só une firmemente as pálpebras, como as desloca medialmente.

3 – CORRUGADOR DA SOBRANCELHA

É um pequeno músculo piramidal profundamente ao orbicular do olho e porção frontal do occipitofrontal. Tem inserção na extremidade medial do arco superciliar e as suas fibras musculares têm um percurso para lateral e ligeiramente para cima para terminar na camada profunda da pele, acima do centro da margem supra-orbitária.

Acções: Puxa as sobrancelhas para medial e para baixo, produzindo com o orbicular do olho, os sulcos verticais acima da ponte do nariz (franzir o sobrolho).

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4 – ORBICULAR DA BOCA

É um músculo que rodeia a fissura oral (fenda entre os lábios superior e inferior. As suas fibras derivam dos outros músculos faciais que convergem para a fissura oral penetrando na espessura dos lábios inferior e superior. Nos cantos da boca algumas fibras do lábio superior entrelaçam com as do lábio inferior, para formarem as comissuras labiais.

Acções: Aproxima os lábios. Comprime os lábios contra os dentes. Causa protrusão dos lábios.

5 – RISÓRIO

Tem inserção na fáscia parotídea, as suas fibras têm um percurso quase horizontal para diante, terminando no modíolo, uma condensação fibromuscular colocada lateralmente ao ângulo da boca.

Acções: Retrai os ângulos da boca provocando a expressão de riso sardónico.

6 – ELEVADOR DO LÁBIO SUPERIOR

As suas fibras têm inserção óssea, cranialmente, na margem infra-orbitária, as suas fibras têm um percurso descendente terminando na substância muscular do lábio superior.

Acções: Levanta e causa eversão do lábio superior criando um sulco nasolabial mais marcado na expressão de tristeza ou seriedade.

7 – ELEVADOR DO ÂNGULO DA BOCA

As suas fibras têm inserção óssea cranialmente, um pouco abaixo do orifício infraorbitário do osso maxilar, têm um percurso descendente terminando no modíolo, a condensação fibromuscular colocada lateralmente ao ângulo da boca.

Acções: Eleva o ângulo da boca permitindo esboçar o sorriso.

8 – ZIGOMÁTICO MAIOR

As sua fibras têm inserção óssea na apófise temporal do osso zigomático, próximo da sutura zigomático-temporal, as suas fibras têm um percurso descendente para diante, terminando no modíolo, a condensação fibromuscular colocada lateralmente ao ângulo da boca.

.Acções: Puxa o ângulo da boca para cima e lateralmente causando a expressão de riso.

9 - MENTONIANO

As suas fibras têm inserção óssea na face externa do corpo da mandíbula, abaixo dos dentes incisivos, têm um percurso descendente para terminarem no tecido subcutâneo do queixo.

Acções: Enruga a pele do queixo e everte o lábio inferior causando as expressões de dúvida e desdém.

10 – DEPRESSOR DO LÁBIO INFERIOR

As suas fibras têm inserção óssea na face externa da mandíbula, entre a sínfise mentoniana e o buraco mentoniano. As suas fibras têm um percurso ascendente para terminarem na massa muscular do lábio inferior.

Acções: Puxa o lábio inferior para baixo durante a mastigação. Provoca as expressão de ironia e melancolia.

11 – DEPRESSOR DO ÂNGULO DA BOCA

As suas fibras têm inserção óssea na face externa da mandíbula, entre a sínfise mentoniana e o buraco mentoniano, lateralmente ao depressor do lábio inferior. As suas fibras têm um percurso ascendente para terminarem no modíolo, a condensação fibromuscular colocada lateralmente ao ângulo da boca.

Acções: Puxa o ângulo da boca para baixo e lateralmente na expressão de tristeza.

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12 – BUCINADOR

É um músculo quadrilátero que ocupa na bochecha o espaço entre maxila e mandíbula. Está inserido atrás nas superfícies externas dos arcos alveolares da mandíbula e da maxila ao nível dos dentes molares e na rafe pterigomandibular (estrutura fibrosa entre a apófise pterigóide do osso esfenóide e a extremidade posterior da linha milo-hioideia da mandíbula). As suas fibras têm um percurso quase horizontal para diante até ao modíolo, próximo do ângulo da boca. As suas fibras continuam como fibras do orbicular da boca, umas no lábio superior e outras no lábio inferior.

Acções: Comprime as bochechas contra os dentes durante a mastigação, ajudando a colocar os alimentos nas superfícies oclusais dos dentes. Se as bochecas foram previamente distendidas com ar, este músculo permite expelir o ar através dos lábios. Músculo trompeteiro.

II - MUSCULATURA DA MASTIGAÇÃO

São quatro os músculos directamente implicados no mecanismo da mastigação, são responsáveis por todos os movimentos que é possível executar ao nível da articulação temporo-mandibular (ATM).

O músculo temporal tem forma de leque. Está inserido na face externa da porção escamosa do osso temporal, as suas fibras convergem para um tendão que se insere na apófise coronóide do ramo da mandíbula. O músculo masseter é uma massa muscular cujas fibras inserem-se superiormente no arco zigomático e inferiormente inserem-se em toda a face externa do ramo da mandíbula. Os músculos pterigoideus lateral e medial têm inserção, respectivamente, nas faces lateral e medial da lâmina lateral da apófise pterigóide do osso esfenóide. As fibras do pterigoideu lateral dirigem-se para o côndilo da mandíbula e disco articular da articulação temporo-mandibular. As do pterigoideu medial dirigem-se para a porção póstero-inferior da face interna do ramo da mandíbula.

O músculo pterigoideu lateral está implicado essencialmente em baixar a mandíbula (abrir a boca). Os restantes são elevadores da mandíbula. Funcionando em conjunto os pterigoideus medial e lateral permitem os movimentos de lateralidade e de protrusão da mandíbula.

1 – MASSETER

As suas fibras têm inserção óssea, principalmente no arco zigomático, têm um percurso descendente inserindo-se na face externa ou lateral do ramo da mandíbula e ângulo da mandíbula.

Acções: Eleva a mandíbula para ocluir os dentes durante a mastigação.

2- PTERIGOIDEU LATERAL

A porção superior insere-se na face infratemporal da asa maior do osso esfenóide e a porção inferior insere-se na face lateral da lâmina lateral da apófise pterigóide do osso esfenóide. As suas fibras dirigem-se para trás e lateralmente para se inserirem no côndilo da mandíbula (porção inferior) e disco articular da articulação temporomandibular (porção superior). Acções: Baixa a mandíbula permitindo abrir a boca. Isto é possível porque este músculo consegue puxar o condilo da mandíbula e disco articular da ATM para diante, ao mesmo tempo que o côndilo roda no disco articular segundo um eixo transversal.

3 – PTERIGOIDEU MEDIAL

Tem inserção na face medial da lamina lateral da apófise pterigóide do osso esfenóide e tem um percurso baixo, para trás e lateralmente para se inserir na porção póstero-inferior da face medial do ramo da mandíbula e ângulo da mesma. Acções: Eleva a mandíbula. Agindo com o pterigoideu lateral ipsilateral, causam protrusão da mandíbula e permitem os movimentos de lateralidade

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4 – TEMPORAL

É um músculo em forma de leque com inserção na fossa temporal na face externa da porção escamosa do osso temporal, suas fibras dirigem-se para baixo convergindo num tendão que passa entre o arco zigomático e a face externa do crânio e insere-se na apófise coronóide do ramo da mandíbula.

Acções: Eleva a mandíbula para fechar a boca, aproximando os dentes.

MUSCULOS DO PESCOÇO

I – MÚSCULOS SUPERFICIAIS E LATERAIS DO PESCOÇO

1 - PLATISMA

É uma faixa muscular larga e achatada, inserida por um lado na fáscia que cobre os músculos do tórax e membro superior. As suas fibras têm um percurso ascendente e medial, de cada lado do pescoço, inserindo-se no bordo inferior da mandíbula.

Acções: Puxa o ângulo da boca e lábio inferior para baixo. Puxa a pele do pescoço de tal forma que diminui a concavidade entre mandíbula e pescoço. Origina a expressão de horror ou surpresa.

2 – ESTERNOCLEIDOMASTOIDEU

Caudalmente tem duas cabeças de inserção: a medial ou esternal insere-se na parte superior da face anterior do manúbrio do esterno, a lateral ou clavicular insere-se na superfície superior da extremidade medial da clavícula. As fibras de ambas as cabeças têm um percurso ascendente e posterior, acabando por se unirem, vão inserir-se principalmente na apófise mastóide do osso temporal.

Acções: Quando se contrai apenas um dos esternocleidomastoideus, a cabeça inclina-se em direcção ao ombro do mesmo lado e roda, de tal forma, que a face fica voltada para o lado oposto. Agindo juntos os dois músculos inclinam a cabeça para a frente, isto é, promovem a flexão anterior da cabeça.

II – MÚSCULOS SUPRA-HIOIDEUS

São músculos colocados acima do osso hióide e que têm como principal acção elevar este osso, movimento fundamental no mecanismo da deglutição. O músculo milo-hioideu forma o soalho da boca. Insere-se superiormente na linha milohioideia da face interna do corpo da mandíbula e inferiormente no osso hióide. Na linha mediana as fibras entrelaçam-se com as do músculo do lado oposto formando uma rafe mediana.

Agindo conjuntamente, os músculos supra e infra hioideus fixam o osso hióide para que os músculos da língua, nele inseridos, possam actuar.

1 – DIGÁSTRICO

É constituído por dois ventres unidos por um tendão. O ventre posterior está inserido cranialmente, ao nível da apófise mastóide do osso temporal. O ventre anterior está inserido na fossa digástrica da base da mandíbula (ou bordo inferior), próximo da sínfise mentoniana. Os dois ventres unem-se por um tendão que está preso ao corpo do osso hióide por uma alça fibrosa.

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2- ESTILO-HIOIDEU

É um feixe muscular inserido na apófise estilóide do osso temporal. As suas fibras têm um percurso para baixo e para diante inserindo-se no corpo do osso hióide.

Acções: Eleva e puxa para trás o osso hióide.

3 – LIGAMENTO ESTILO-HIOIDEU

É uma corda fibrosa que está inserida no ápice da apófise estilóide do osso temporal em cima e no corno menor do osso hióide em baixo. Suspende o osso hióide

4 – MILO-HIOIDEU

Forma com o músculo do lado oposto o soalho muscular da cavidade oral. Insere-se em cima na linha milo-hioideia da face interna da mandíbula. Suas fibras têm um percurso descendente e medial, as mais posteriores inserem-se no corpo do osso hióide, as fibras anteriores intersectam na rafe fibrosa mediana entre os dois músculos.

Acções: Eleva o soalho da boca e o osso hióide.

II - MÚSCULOS INFRA-HIOIDEUS

Os músculos infra-hioideus têm como função principal baixar o osso hióide após este ter sido elevado durante a deglutição. Agindo com os supra-hioideus fixam o osso hióide.

1 – OMO-HIÓIDEU

Consiste de dois ventres unidos por um tendão fibroso. O ventre inferior insere-se em baixo no bordo superior da escápula, suas fibras dirigem-se para a frente e para cima até ao tendão, a partir do qual, o ventre superior se dirige verticalmente para cima para se inserir no bordo inferior do osso hióide.

Acções: Baixa o osso hióide após ter sido elevado.

2 - ESTERNO-HIOIDEU

Insere-se na extremidade medial da clavícula e na face posterior e superior do manúbrio do esterno. As suas fibras têm um percurso ascendente para se inserirem no bordo inferior do osso hióide.

Acções: Baixa o osso hióide após ter sido elevado.

III – MÚSCULOS VERTEBRAIS ANTERIORES

Este grupo de músculos está colocado nas faces anterior e laterais da coluna vertebral. Agem para promoverem a flexão anterior e lateral da cabeça e da porção cervical da coluna vertebral (inclinação para diante e para o lado, respectivamente). A flexão lateral é por vezes acompanhada de rotação para o lado oposto.

1 – LONGO DO PESCOÇO

Está inserido na face anterior da coluna vertebral desde o atlas até à terceira vértebra torácica e está dividido em três porções. A porção oblíqua inferior insere-se inferiormente na face anterior do corpo das três primeiras vértebras torácicas e superiormente nas apófises transversas da 5ª e 6ª vértebras cervicais. A porção oblíqua superior insere-se inferiormente nas apófises transversas da 3ª, 4ª e 5ª vértebras cervicais e insere-se superiormente na face anterior do arco anterior do atlas. A

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porção vertical se inferiormente na face anterior do corpo das três primeiras vértebras torácicas e superiormente insere-se na face anterior dos corpos da 2ª, 3ª e 4ª vértebras cervicais.

Acções: Flexão anterior do sector cervical da coluna vertebral. Flexão lateral do mesmo (porções oblíquas) com rotação para o lado oposto (porção oblíqua inferior).

2 – LONGO DA CABEÇA

Insere-se inferiormente nas apófises transversas da 3ª, 4ª, 5ª e 6ª vértebras cervicais e em cima vai inserir-se na face inferior da porção basilar do osso occipital.

Acções: Permite a flexão anterior da cabeça.

3 – RECTO ANTERIOR DA CABEÇA

Insere-se na face anterior do atlas e dirige-se para cima para se inserir na face inferior da porção basilar do osso occipital.

Acções: Permite a flexão anterior da cabeça.

4 – RECTO LATERAL DA CABEÇA

Insere-se inferiormente na apófise transversa do atlas e superiormente vai inserir-se na face inferior da porção lateral do osso occipital, próximo do buraco jugular.

Acções: Flexão lateral da cabeça inclinando-a para o mesmo lado.

IV – MÚSCULOS VERTEBRAIS LATERAIS

1 – ESCALENOS ANTERIOR, MÉDIO E POSTERIOR

Estes três músculos colocam-se paralelamente uns aos outros em três planos: um anterior, um médio e um posterior. Inferiormente inserem-se nas duas primeiras costelas, as fibras dirigem-se para cima inserindo-se nas apófises transversas das vértebras cervicais.

Acções: O escaleno anterior inclina a porção cervical da coluna vertebral para a frente com rotação para o lado oposto. Os escalenos médio e posterior inclinam a porção cervical da coluna vertebral para o mesmo lado. Agindo de cima, os três músculos elevam as duas primeiras costelas, mecanismo importante na inspiração forçada.

MÚSCULOS DO DORSO E DA NUCA

I – 1º PLANO MUSCULAR

1 – LIGAMENTO DA NUCA

Membrana fibro-elástica que se estende da protuberância occipital externa até à apófise espinhosa da sétima vértebra cervical.

2 – TRAPÉZIO

É um músculo achatado e triangular que se estende ao longo do dorso do pescoço e do tórax. Insere-se, por um lado, na protuberância occipital externa e linha nucal superior, ligamento da nuca, nas apófises espinhosas da última vértebra cervical e de todas as vértebras torácicas. As suas fibras dirigem-se lateralmente convergindo sobre o ombro, umas com

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percurso ascendente, outras com percurso horizontal e outras com percurso descendente, para se inserirem ao longo da espinha da escápula, no acrómio e na extremidade lateral da clavícula.

Acções: Agindo com outros músculos estabiliza a escápula e controla a sua posição durante os movimentos do membro superior. Agindo com o elevador da escápula eleva a escápula e juntos permitem suster pesos sobre o ombro.

2 – GRANDE DORSAL

É um músculo triangular e achatado que se coloca na porção inferior do dorso do tórax e na região lombar. Insere-se medialmente nas apófiInsere-ses espinhosas das vértebras torácicas inferiores e das vértebras lombares e no sacro. As suas fibras têm um percurso ascendente e lateral, convergindo num tendão que passa medialmente ao úmero e que se insere no sulco intertubercular do mesmo.

Acções: Adução, extensão ao nível da articulação do ombro e rotação medial do úmero.

II – 2º PLANO MUSCULAR

1 – ROMBÓIDE MENOR

As suas fibras dirigem-se para baixo e lateralmente, desde o ligamento da nuca (extremidade inferior) e apófises espinhosas da 7ª vértebra cervical e 1ª vértebra torácica até ao bordo medial da escápula.

2 - ROMBÓIDE MAIOR

Está colocado logo abaixo do rombóide menor, as suas fibras dirigem-se para baixo e lateralmente, das apófises espinhosas da 2ª, 3ª, 4ª e 5ª vértebras torácicas até ao bordo medial da escápula.

3 – ELEVADOR DA ESCÁPULA

Insere-se nas apófises transversas das primeiras vértebras cervicais e as suas fibras dirigem-se para baixo e lateralmente inserindo-se no bordo medial da escápula, acima da espinha.

Acções: Os rombóides e o elevador da escápula controlam a posição da escápula durante os movimentos do membro superior. Os rombóides agindo com o trapézio retraem a escápula puxando o ombro para trás. O elevador da escápula agindocom o trapézio roda a escápula baixando o ombro, mas se a porção cervical da coluna vertebral estiver fixa, o trapézio e o elevador da escápula elevam a escápula permitindo suster pesos no ombro.

III – 3º PLANO MUSCULAR

Neste plano encontra-se um conjunto de músculos que se colocam de cada lado das apófises espinhosas, ocupando o espaço em sulco, formado por apófises espinhosas e transversas e pela orientação póstero-lateral das costelas. São músculos essencialmente posturais e que permitem também a extensão, flexão lateral e rotação da coluna vertebral. De um plano mais superficial em direcção ao plano mais profundo, destacam-se: os eplénios, o erector da espinha, o transverso-espinhal e os intertransversários e interespinhais.

1 – ESPLÉNIO DA CABEÇA

Insere-se inferiormente na metade inferior do ligamento da nuca e suas fibras têm um percurso ascendente e lateral para se inserirem na apófise mastóide do osso temporal, profundamente (medialmente) ao esternocleidomastoideu.

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2 - ESPLÉNIO DO PESCOÇO

As suas fibras têm um percurso ascendente e lateral das apófises espinhosas da 3ª, 4ª, 5ª e 6ª vértebras torácicas para as apófises transversas das duas primeiras vértebras cervicais.

Acções: Os esplénios agindo com os do lado oposto causam extensão da cabeça e da extremidade cervical da coluna vertebral (inclinação para trás). Agindo apenas os esplénios de um dos lados, a cabeça é puxada para esse lado e a face roda ligeiramente para o mesmo lado.

3 - ERECTOR DA ESPINHA

Insere-se por meio de um espesso tendão à crista sagrada mediana e apófises espinhosas das vértebras lombares. As suas fibras formam uma massa muscular larga com percurso ascendente ao longo do sulco de cada lado das apófises espinhosas. As suas fibras separam-se acima da região lombar em três colunas: a lateral constitui o músculo iliocostal, a intermédia constitui o músculo longuíssimo e a medial constitui o músculo espinhal. A inserção muscular faz-se ao longo do dorso. O iliocostal insere-se no bordo inferior das costelas (no ângulo da costela) e nas apófises transversas das últimas vértebras cervicais. O longuíssimo insere-se nas apófisses tranversas das vértebras lombares e torácicas, às costelas (entre o ângulo e o tubérculo da costela), às apófises transversas das vértebras cervicais e cranialmente insere-se na apófise mastóide do osso temporal. O espinhal é difícil de individualizar, tem inserção de cada lado nas apófises espinhosas ao longo da coluna vertebral.

Acções: O erector da espinha é essencialmente extensor da coluna vertebral. O iliocostal para além de extensor permite flexão lateral da coluna vertebral. O longuíssimo para além de extensor da cabeça e da coluna vertebral, inclina a coluna vertebral para trás e lateralmente e permite rodar a face para o mesmo lado.

4 – TRANSVERSO-ESPINHAL

Coloca-se profundamente ao erector da espinha nos segmentos lombar, torácico e cervical da coluna vertebral. As fibras formam feixes com percurso ascendente e medial, desde as apófises transversas de vértebras inferiores, para as apófises espinhosas de vértebras superiores ou para as suas lâminas, ocupando verticalmente o sulco de cada lado das apófises espinhosas, em toda a sua extensão.

O transverso-espinhal divide-se em três feixes musculares. O mais superficial designa-se semiespinhal, o intermédio é um conjunto de feixes designados multifendidos e os mais profundos são designados rotadores. As inserções superiores do semiespinhal atingem as linhas nucais do osso occipital

Acções: Teoricamente parecem actuar no sentido de promover a extensão da coluna vertebral e rotação para o lado oposto. No entanto, a sua actividade estabiliza articulações entre vértebras adjacentes permitindo a actuação de outros músculos.

5 - INTERTRANSVERSÁRIOS E INTERESPINHAIS

São conjuntos de fibras musculares que unem entre si, respectivamente, as apófises transversas e as apófises espinhosas, de vértebras adjacentes.

Acções: estabiliza articulações entre vértebras adjacentes permitindo a actuação de outros músculos.

IV – 4º PLANO MUSCULAR: MÚSCULOS SUBOCCIPITAIS OU POSTERIORES DA NUCA

1 – GRANDE RECTO POSTERIOR DA CABEÇA E PEQUENO RECTO POSTERIOR DA CABEÇA

O primeiro insere-se em baixo na apófise espinhosa do áxis e dirige-se para cima e lateralmente para a linha nucal inferior. O segundo coloca-se medialmente ao primeiro, insere-se no arco posterior do atlas e dirige-se para cima inserindo-se na linha nucal inferior.

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Acções: Extensão da cabeça. O grande recto posterior da cabeça, para além da extensão da cabeça, permite a sua rotação para o mesmo lado

2 – OBLÍQUO INFERIOR DA CABEÇA

Suas fibras dirigem-se para cima e lateralmente desde a apófise espinhosa da segunda vértebra cervical, até à apófise transversa da primeira vértebra cervical.

Acções: Roda a cabeça voltando a face para o mesmo lado.

3 – OBLÍQUO SUPERIOR DA CABEÇA

Suas fibras dirigem-se para cima desde a apófise transversa do atlas até à linha nucal inferior do osso occipital. Acções: Extensão da cabeça com inclinação para o mesmo lado.

MÚSCULOS DO TÓRAX

Alguns destes músculos já foram descritos, pois fazem parte do dorso do tronco. Na face anterior do tórax, o músculo mais superficial é o peitoral maior com acção no membro superior. Este músculo insere-se medialmente na face externa do esterno e lateralmente no úmero. O serrado anterior, profundamente colocado relativamente ao peitoral maior está inserido na face costal e bordo medial da escápula e implicado nos seus movimentos. O diafragma forma o soalho da cavidade torácica, inserido ao longo da linha circunferencial da abertura inferior da cavidade torácica. Para além destes músculos, neste grupo estão incluídos músculos que ligam costelas adjacentes entre si (intercostais), unem o esterno às costelas (transverso do tórax), unem as vértebras às costelas (elevadores das costelas e serrados posteriores superior e inferior). Estes músculos estão associados aos movimentos das costelas e, por isso, implicados nos movimentos respiratórios.

1 – PEITORAL MAIOR

Está inserido na face externa do esterno e cartilagens costais e na porção medial da face externa da clavícula, as suas fibras dirigem-se lateralmente para convergirem num tendão que se insere no lábio lateral do sulco intertubercular do úmero.

Acções: Adução e rotação medial do úmero. Flexão ao nível do ombro após a extensão do membro.

2 – SERRADO ANTERIOR

Insere-se por digitações nas faces externas das extremidades anteriores das costelas, as suas fibras dirigem-se para trás para se inserirem na face costal, da escápula, ao longo de seu bordo medial e ângulo inferior.

Acções: Puxa a escápula para a frente no movimento de puxar.

3 - INTERCOSTAIS

São finas camadas musculares que ocupam os espaços entre as costelas, de cada lado do esterno, dirigindo-se do bordo inferior de uma costela para o bordo superior da costela inferiormente adjacente.

Acções: Participam nos movimentos respiratórios

4 – TRANSVERSO DO TÓRAX

Está inserido medialmente à face interna do esterno, suas fibras dirigem-se para cima e lateralmente para as faces internas das primeiras costelas.

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5 – ELEVADORES DAS COSTELAS

São doze músculos de cada lado inseridos nas apófises transversas da última vértebra cervical e das seguintes onze vértebras torácicas. Cada feixe de fibras dirige-se para baixo e lateralmente, da apófise transversa de uma vértebra para a face externa da extremidade posterior da costela inferiormente adjacente.

Acções: Elevam as costelas

6 – DIAFRAGMA

É uma faixa musculo-fibrosa, em forma de calote, com convexidade superior, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal. Insere-se em torno da abertura inferior da caixa torácica e suas fibras convergem para um tendão central. As inserções ósseas de suas fibras são: esternal, na face posterior da apófise xifóide, costal, nas faces internas das cartilagens costais e porções adjacentes das últimas seis costelas, lombar, nas faces anteriores das vértebras lombares, inserindo-se aqui por meio de dois pilares, o pilar esquerdo e o pilar direito. Apresenta um ligamento arqueado mediano, entre os dois pilares, que cruza a artéria aorta anteriormente. De cada lado, possui dois outros ligamentos o arqueado medial cruzando a face anterior do músculo psoas maior e o arqueado lateral, cruzando a face anterior do músculo quadrado lombar.

O diafragma é perfurado para a passagem de estruturas entre as cavidades torácica e abdominal. O orifício aórtico é o mais posterior, situa-se posteriormente ao ligamento arqueado mediano. O hiato esofágico está na porção muscular do diafragma, anteriormente ao orifício aórtico. O orifício para a veia cava inferior está situado no tendão central à frente e à direita do hiato esofágico.

Acções: Músculo essencial na inspiração.

MÚSCULOS DO ABDÓMEN

Formam as paredes anterior, laterais e posterior da cavidade abdominal. A parede ântero-lateral é formada por quatro músculos. De cada lado da linha mediana, encontra-se o recto do abdómen, separado do músculo do lado oposto pela linha branca, uma rafe tendinosa.

O recto do abdómen é uma faixa muscular longitudinal inserida inferiormente na crista púbica (osso ilíaco) e superiormente nas faces anteriores das cartilagens costais da 5ª, 6ª e 7ª costelas. É interrompido por bandas tendíneas transversais.

O músculo mais superficial da parede ântero-lateral do abdómen é o oblíquo externo do abdómen. Insere-se nas superfícies externas das últimas costelas e as suas fibras dirigem-se obliquamente para baixo e medialmente terminando numa aponevrose que cobre a face anterior do recto do abdómen. A aponevrose do oblíquo externo vai formar o ligamento inguinal, uma dobra da aponevrose, desde a sínfise púbica até à espinha ilíaca ântero-superior.

O músculo oblíquo interno do abdómen coloca-se internamente ao oblíquo externo. As suas fibras originam-se da crista ilíaca e ligamento inguinal e dirigem-se obliquamente para medial, umas para cima e outras para baixo, formando uma aponevrose que termina na e ajuda a formar a linha branca.

Profundamente ao oblíquo interno encontra-se o músculo transverso do abdómen constituído por fibras horizontais que se inserem lateralmente na crista ilíaca e terminam medialmente numa aponevrose.

A parede abdominal posterior é formada pelo quadrado lombar, psoas maior e menor e ilíaco. O quadrado lombar é uma faixa muscular quadrilátera, inserida em cima na última costela e em baixo na crista ilíaca. O psoas maior insere-se, proximalmente, nas apófises transversas, o ilíaco está proximalmente inserido na fossa ilíaca do osso ilíaco, ambos inserem-se distalmente no trocanter mennor do fémur. Estes dois últimos músculos são descritos como pertencendo ao membro inferior.

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I – MÚSCULOS ANTEROLATERAIS

1 – LINHA BRANCA

Rafe tendinosa que se dirige verticalmente para baixo da apófise xifóide até à sínfise púbica.

2 – OBLÍQUO EXTERNO DO ABDÓMEN

Músculo colocado à volta das paredes lateral e anterior do abdómen. Insere-se superiormente por digitações, nas faces externas das costelas inferiores. Suas fibras dirigem-se para baixo e medialmente, as mais inferiores inserem-se no segmento ventral da crista ilíaca e as superiores terminam medialmente numa aponevrose, cujas fibras se dirigem para baixo e medialmente terminando na linha branca e crista púbica.

A margem inferior da aponevrose, entre a espinha ilíaca superior e a crista púbica é uma faixa espessa que se dobra internamente sobre ela própria, para formar um sulco, o ligamento inguinal.

3 - OBLÍQUO INTERNO DO ABDÓMEN

Está colocado num plano mais profundo em relação ao oblíquo externo. Origina-se do ligamento inguinal e segmento ventral da crista ilíaca. As fibras mais posteriores inserem-se nos bordos inferiores das costelas inferiores. As fibras originadas no ligamento inguinal formam um arco voltado para baixo, que cruza o cordão espermático no homem e o ligamento redondo do útero na mulher, depois estas fibras tornam-se tendinosas e inserem-se na crista púbica conjuntamente com fibras tendinosas do músculo transverso do abdómen. O conjunto formado por estes dois tendões designa-se foice inguinal. As restantes fibras do oblíquo interno divergem medialmente e terminam numa aponevrose, que se une à do músculo do lado oposto, na linha branca.

3 – TRANSVERSO DO ABDÓMEN

É o mais interno dos músculos achatados da parede abdominal. As suas fibras têm origem no ligamento inguinal, segmento ventral da crista ilíaca e na faixa toracolombar entre a crista ilíaca e a 12ª costela, dirigem-se horizontalmente para medial, terminando numa aponevrose. As fibras inferiores desta aponevrose, curvam-se para baixo e medialmente inserindo-se na crista púbica, juntamente com fibras tendinosas do oblíquo interno, formando a foice inguinal. As restantes fibras da aponevrose unem-se às do músculo do lado oposto ao nível da linha branca.

4 – RECTO DO ABDÓMEN

É o mais medial dos músculos da parede ânterolateral do abdómen. É uma tira muscular que se estende ao longo de todo o comprimento da parede abdominal anterior e está separado do músculo do lado oposto pela linha branca. Em cima está inserido ás cartilagens costais das últimas costelas verdadeiras e em baixo insere-se na sínfise púbica e crista púbica. É interrompido por bandas fibrosas que intersectam o músculo transversalmente.

Acções: Os músculos antero-laterais do abdómen formam uma parede firme e elástica que retém as vísceras abdominais. A sua contracção provoca força compressiva sobre as vísceras. Quando a pelve está fixa estes músculos inclinam o tronco para diante. Quando o tórax está fixo, a pelve é puxada para cima.

II – MÚSCULOS POSTERIORES DO ABDÓMEN

1 – QUADRADO LOMBAR

Em cima está inserido na porção medial do bordo inferior da última costela e, suas fibras dirigem-se para baixo inserindo-se na crista ilíaca do osso ilíaco.

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Acções: Importante na inspiração por fixar a inserção diafragmática.

2 – PSOAS MAIOR

Insere-se nas apófises transversas de todas as vértebras lombares, suas fibras dirigem-se para baixo e lateralmente, ao longo da orla pélvica, passa posteriormente ao ligamento inguinal, converge num tendão e insere-se no trocanter menor do fémur.

3 – ILÍACO

Está inserido na fossa ilíaca do osso ilíaco, suas fibras dirigem-se para baixo e convergem num tendão que passa posteriormente ao ligamento inguinal e insere-se à frente do trocanter menor do fémur.

Acções: Músculos ilíaco e psoas maior agem conjuntamente permitindo flexão ao nível da articulação da anca e rotação lateral do fémur.

MÚSCULOS PÉLVICOS

Alguns músculos forram internamente as paredes pélvicas, no entanto são músculos implicados no movimento do membro inferior, excepto um deles que constitui o soalho da cavidade pélvica e se designa músculo elevador do ânus.

1 – PIRIFORME

Embora faça parte do membro inferior, este músculo está parcialmente dentro da pelve. Está inserido na face pélvica do sacro, as fibras dirigem-se para baixo, saem da cavidade pélvica pelo buraco ciático maior e vão inserir-se por um tendão no trocanter maior do fémur.

Acções: Se a coxa estiver em extensão este músculo roda lateralmente a coxa, mas se esta estiver em flexão, este músculo promove a sua abdução

2 – MÚSCULO OBTURADOR INTERNO

Insere-se na face interna da parede antero-lateral da cavidade pélvica à volta do buraco obturado, suas fibras dirigem-se para trás e para baixo, convergem num tendão, saem da cavidade pélvica pelo buraco ciático menor e vão inserir-se no trocanter maior do fémur.

Acções: As mesmas do piriforme

3 - ELEVADOR DO ÂNUS

Está inserido à volta da abertura inferior da cavidade pélvica, na sua face interna. Com o músculo do lado oposto forma a maior parte do soalho da cavidade pélvica. Suas fibras dirigem-se para medial com vários graus de obliquidade, fechando inferiormente a cavidade pélvica.

À frente e medialmente há um espaço ocupado pela região urogenital e cuja fáscia mais superficial constitui a membrana perineal. As fibras mais anteriores, dirigem-se para trás e para baixo, cruzam lateralmente a próstata no homem e a vagina na mulher. Fibras intermédias passam para trás e para baixo, cruzam os lados da próstata e da vagina para se encontrarem no plano mediano com as fibras do músculo do lado oposto, formando um anel à volta do orifício anorrectal e indo inserir-se na face anterior do cóccix. Fibras mais posteriores dirigem-se para baixo e medialmente inserindo-se no cóccix e numa rafe tendinosa mediana.

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MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR

Existem vários músculos à volta da articulação do ombro inseridos na cintura escapular que não só permitem vários movimentos na articulação do ombro mas também ajudam a manter as superfícies articulares em contacto. O mais superficial destes músculos é o deltóide inserido proximalmente ao longo da cintura escapular e distalmente na tuberosidade deltoideia do úmero. Suas fibras posteriores permitem a extensão e rotação lateral do úmero, suas fibras anteriores a flexão e rotação medial e suas fibras superiores a abdução.

Os músculos situados no sector anterior do braço e antebraço são essencialmente flexores, os situados nos sector posterior são extensores. Alguns actuam apenas na articulação do ombro, outros, graças a suas inserções mais distais actuam nas articulações do ombro e cotovelo.

O coracobraquial é um músculo flexor actuando apenas na articulação do ombro. Sua inserção proximal faz-se na apófise coracóide da escápula e a distal ao longo do bordo medial do úmero, ocupando o sector anterior do braço. O bícipete braquial é também um músculo flexor, mas também um poderoso supinador. Age principalmente na articulação do cotovelo, mas também ajuda na flexão ao nível da articulação do ombro. Ocupa o sector anterior do antebraço, tendo inserção proximal em dois locais da escápula: a apófise coracóide e a porção superior do rebordo da cavidade glenóide. Sua inserção distal é a tuberosidade do rádio. O braquial é um flexor actuando apenas na articulação do cotovelo. Insere-se proximalmente nas superfícies anteriores do úmero e distalmente insere-se na tuberosidade do cúbito. O trícipete braquial é um músculo essencialmente extensor, ocupando o sector posterior do braço e actuando nas articulações do ombro e cotovelo. Insere-se proximalmente em três locais: na porção inferior do rebordo da cavidade glenóide, na face posterior do úmero próximo do bordo lateral e na mesma face próximo do bordo medial. A inserção distal faz-se na superfície posterior do olecrânio.

Há dois movimentos ao nível da articulação entre rádio e cúbito: supinação e pronação. Estes movimentos são possíveis graças aos músculos supinador e pronadores. O primeiro está no sector posterior do antebraço inserindo-se proximalmente no epicôndilo lateral do úmero e distalmente na porção superior do face lateral do rádio. O pronador redondo ocupa o sector anterior do antebraço e insere-se, por um lado, no epicôndilo medial do úmero e face medial da apófise coronóide do cúbito e por outro lado à face lateral do rádio. O pronador quadrado é um músculo quadrangular do sector anterior do antebraço estendendo-se entre as extremidades distais do rádio e cúbito.

Há uma série de músculos que permitem a flexão ao nível da articulação do punho, da articulação carpo-matacárpica, da articulação metacarpo-falangiana e das articulações interfalângicas. Estes músculos sendo essencialmente flexores ocupam o sector anterior do antebraço, quase todos inseridos proximalmente no epicôndilo medial do úmero. Distalmente inserem-se através de tendões.

No sector posterior do antebraço há uma série de músculos que são extensores nas articulações do punho, carpo-metacárpica, metacarpo-falangiana e interfalângicas. Quase todos inserem-se proximalmente no epicôndilo lateral do úmero e distalmente terminam em longos tendões.

I – MÚSCULOS ESCAPULARES

1 - DELTÓIDE

Está inserido na extremidade lateral da clavícula, no acrómio e na espinha da escápula. Suas fibras dirigem-se lateralmente, passam sobre a articulação do ombro e convergem num tendão que se vai inserir na tuberosidade deltóide do úmero.

Acções: As fibras anteriores promovem rotação medial e flexão ao nível da articulação do ombro. As fibras posteriores promovem rotação lateral e extensão ao nível da articulação do ombro. As fibras intermédias promovem abdução, ajudando a afastar o membro superior da linha mediana.

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2 – SUB-ESCAPULAR

Insere-se na face costal da escápula, as suas fibras dirigem-se lateralmente, convergindo num tendão que passa anteriormente à cápsula articular da articulação do ombro e insere-se no tubérculo menor do úmero.

3 – SUPRA-ESPINHOSO

Insere-se na fossa supra-espinhosa da escápula. As fibras dirigem-se lateralmente, convergem num tendão que passa por cima da articulação do ombro para se inserir no tubérculo maior do úmero.

3 – INFRA-ESPINHOSO

Insere-se na fossa infra-espinhosa da escápula, suas fibras dirigem-se lateralmente convergindo num tendão que passa ao lado do bordo lateral da espinha da escápula, cruza a face posterior da articulação do ombro e vai inserir-se no tubérculo maior do úmero.

4 – REDONDO MENOR

Insere-se na face dorsal da escápula adjacente ao bordo lateral, dirige-se para cima e lateralmente, suas fibras convergem num tendão que cruza a articulação do ombro por trás, inferiormente ao infra-espinhoso e que vai inserir-se no tubérculo maior do úmero.

Acções: Estes quatro músculos formam a coifa dos rotadores à volta da articulação umero-escapular. Estabilizam a cabeça do úmero na cavidade glenóide. O infra-espinhoso e redondo menor rodam lateralmente o úmero. O sub-escapular promove rotação medial.

5 – REDONDO MAIOR

Insere-se na face dorsal da escápula, ao nível do ângulo inferior, as fibras dirigem-se para cima e lateralmente para se inserirem no lábio medial do sulco intertubercular.

Acções: Extensão, adução e rotação medial do úmero

II – MÚSCULOS DO BRAÇO

1 – BICÍPETE BRAQUIAL

Proximalmente insere-se através de duas cabeças: a cabeça curta está inserida na apófise coracóide da escápula e a cabeça longa começa no interior da cápsula fibrosa da articulação do ombro, no tubérculo supraglenoideu, emerge da cápsula fibrosa atrás do ligamento transverso, no sulco intertubercular. Cada tendão origina um ventre muscular, cujas fibras se dirigem para baixo, ao longo do sector anterior do braço. Os dois ventres convergem num tendão comum que se insere na área posterior da tuberosidade do rádio.

Acções: Flexão na articulação do cotovelo participação na flexão ao nível da articulação do ombro. Supinação.

2 – CORACOBRAQUIAL

Insere-se em cima na apófise coracóide da escápula, suas fibras dirigem-se para baixo no sector anterior do braço, medialmente e profundamente ao bicípete braquial. Insere-se distalmente ao longo do bordo anterior do úmero.

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3 – BRAQUIAL

Insere-se na metade distal das faces antero-medial e antero-lateral do úmero, suas fibras dirigem-se para baixo no sector anterior do braço e convergem num tendão que se insere, distalmente, na tuberosidade do cúbito.

Acções: Flexão ao nível da articulação do cotovelo

4 – TRICÍPETE BRAQUIAL

Está colocado no compartimento extensor do braço, isto é, posteriormente. Insere-se proximalmente através de três cabeças: a cabeça longa que se origina do tubérculo infraglenoide da escápula, a cabeça lateral que se origina da face posterior e bordo lateral do corpo do úmero e a cabeça medial, num plano mais profundo, origina-se na face posterior e bordo medial do corpo do úmero. As fibras musculares das três cabeças dirigem-se para distal formando um tendão largo que se insere na superfície posterior do olecrâneo do cúbito.

Acções: Extensão ao nível da articulação do cotovelo.

III – MÚSCULOS ANTERIORES DO ANTEBRAÇO

1 – GRUPO FLEXOR SUPERFICIAL

Os músculos deste grupo inserem-se proximalmente, num tendão comum, no epicôndilo medial do úmero. As inserções distais variam consoante o músculo:

1.1 – Pronador redondo

Insere-se no tendão comum no epicôndilo medial do úmero, mas também na porção superior e medial do cúbito. Suas fibras dirigem-se obliquamente para baixo e lateralmente, para se inserir a meio da face lateral do corpo do rádio.

Acções: Pronação.

1.2 – Flexor radial do carpo

Insere-se no tendão comum no epicôndilo medial do úmero. Suas fibras dirigem-se para baixo e a meio do antebraço formam um tendão. Este tendão atravessa a palma da mão na porção lateral do carpo e termina no 2º osso metacárpico.

1.3 – Palmar longo

Insere-se no epicôndilo medial do úmero, suas fibras dirigem-se para baixo, formam um tendão que passa à frente do retináculo flexor, terminando na aponevrose palmar.

1.4 – Flexor cubital do carpo

Insere-se no epicôndilo medial do úmero e na porção superior e medial do cúbito. Suas fibras dirigem-se para baixo e formam um tendão a meio do antebraço. Este tendão atravessa a palma da mão na porção medial do carpo, inserindo-se no 5º osso metacárpico.

Acções: Estes três músculos são flexores ao nível da articulação do punho. O flexor radial do carpo agindo com o extensor radial do carpo promovem a abdução da mão. O flexor cubital do carpo agindo com o extensor cubital do carpo promovem a adução da mão.

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1.5 – Flexor superficial dos dedos da mão

Insere-se no epicôndilo medial do úmero, mas tem também uma inserção aponevrótica no bordo anterior do rádio. Suas fibras convergem para baixo, formam um tendão que se divide em quatro tendões na face palmar do carpo. Estes tendões são emitidos para as faces palmares das falanges do 2º, 3º, 4º e 5º dedos. Aqui, cada tendão subdivide-se em dois, um para a face lateral e outro para a face medial das falanges.

Acções: Flexão ao nível das articulações do punho e inter-falângicas.

2 – GRUPO FLEXOR PROFUNDO

2.1 – Flexor profundo dos dedos da mão

Insere-se na porção superior das faces anterior e medial do cúbito, suas fibras dirigem-se para baixo e a meio do antebraço forma quatro tendões. Estes atravessam a face palmar do carpo e dirigem-se um para cada osso metacárpico do 2º ao 5º dedo, percorrendo suas faces palmares, atingem as faces palmares das falanges passando entre as duas divisões de cada tendão do flexor superficial dos dedos da mão.

Acções: Flexão ao nível das articulações do punho e interfalângicas.

2.2 - Flexor longo do polegar

Insere-se na face anterior do rádio, suas fibras terminam num tendão que atravessa lateralmente a face palmar do carpo, para se inserir na face palmar das falanges do polegar.

Acções: Flexão das falanges do polegar

2.3 – Pronador quadrado

Músculo quadrilátero que se estende anteriormente às porções distais do rádio e cúbito. Acções: Pronação.

IV – MÚSCULOS POSTERIORES DO ANTEBRAÇO

1 – GRUPO EXTENSOR SUPERFICIAL

1.1 - Braquiorradial

Insere-se um pouco acima do epicôndilo lateral do úmero. As fibras dirigem-se para baixo terminando num tendão a meio do antebraço que se insere no lado lateral da extremidade distal do rádio.

Acções: Flexão ao nível da articulação do cotovelo.

1.2 – Extensor radial longo do carpo

Insere-se um pouco acima do epicôndilo lateral do úmero, profundamente ao braquiorradial. Suas fibras dirigem-se para baixo formando um tendão a meio do antebraço que desce lateralmente ao rádio. Este tendão alcança o dorso da mão inserindo-se na face dorsal do 2º osso metacárpico.

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Insere-se no epicôndilo lateral, suas fibras dirigem-se para baixo na face posterior do antebraço e divide-se em quatro tendões. No dorso da mão os tendões divergem, colocando-se cada tendão nas faces dorsais do osso metacárpico e falanges de cada um dos 2º, 3º, 4º, e 5º dedos.

1.4 – Extensor cubital do carpo

Insere-se no epicôndilo lateral do úmero. Suas fibras dirigem-se para baixo, no sector posterior do antebraço, terminando num tendão que passa posteriormente à extremidade distal do cúbito, atravessa o dorso do carpo para se inserir no dorso do 5º osso metacárpico.

Acções: Os extensores radial e cubital do carpo permitem extensão ao nível da articulação do punho. O extensor dos dedos da mão permite extensão ao nível das articulações inter-falângicas. O extensor radial do carpo agindo com o flexor radial do carpo promove abdução da mão. O extensor cubital do carpo agindo com o flexor cubital do carpo promove adução da mão.

2 – GRUPO EXTENSOR PROFUNDO

2.1 – Supinador

Rodeia o terço superior do rádio. Insere-se no epicôndilo lateral do úmero, proximalmente e na superfície lateral do rádio distalmente.

Acções: Supinação.

2.2 – Abdutor longo do polegar

Insere-se nas faces posteriores do cúbito e rádio, dirige-se para baixo e lateralmente formando um tendão que desce lateralmente à extremidade distal do rádio e que se vai inserir na face lateral do 1º osso metacárpico.

Acções: Abdução do polegar

2.3 – Extensor longo do polegar

Insere-se na face posterior do corpo do cúbito, as fibras dirigem-se para baixo para formarem um tendão que atravessa em posição lateral o dorso do carpo, para se inserir no dorso das falanges do polegar

Acções: Extensão do polegar

V – A MÃO

1 – RETINÁCULO FLEXOR DA MÃO:

Banda fibrosa que cruza a face anterior do carpo de medial para lateral. Converte a concavidade anterior do carpo, num túnel, o túnel cárpico. Os tendões dos músculos anteriores do antebraço passam posteriormente ao retináculo flexor, excepto o flexor palmar que termina anteriormente ao retináculo flexor, na aponevrose palmar.

2 – RETINÁCULO EXTENSOR DA MÃO

Banda fibrosa que cruza o dorso do carpo, fixando os tendões dos músculos posteriores do antebraço que passam profundamente ao retináculo extensor.

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MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR

Os músculos psoas maior e ilíaco são músculos que fazem parte das paredes das cavidades abdominal e pélvica, mas a sua inserção distal faz-se no fémur. São músculos que permitem flexão ao nível da articulação da anca aproximando a face anterior da coxa à face anterior do tronco. Quando agem a partir da inserção distal, permitem a inclinação do tronco para diante, o que acontece quando se eleva o tronco da posição deitada para a posição sentada.

No sector anterior da coxa encontra-se um grande músculo, o quadricípete femural que actua principalmente ao nível da articulação do joelho permitindo extensão, mas também na articulação da anca, permitindo flexão. As inserções proximais fazem-se em quatro locais: a espinha ilíaca ântero-inferior, parte superior da linha intertrocanteriana e trocanter maior, a porção inferior da linha intertrocanteriana e porção superior da face anterior do fémur. Suas fibras dirigem-se para baixo formando um largo tendâo que envolve a rótula passando anteriormente à articulação do joelho, o tendão comum do quadricípete femural..

No sector medial da coxa colocam-se vários músculos que são essencialmente adutores da coxa. Destes destacam-se os três adutores, o longo, o curto e o magno. Todos eles estão indestacam-seridos proximalmente no púbis do osso ilíaco, a indestacam-serção do magno atinge o ísquio. A inserção distal faz-se na linha áspera do fémur. Estes três músculos têm importante função no andar.

Na região glútea ou posterior há vários músculos com função de extensão na articulação da anca e abdução da coxa. Três destes músculos são os glúteos grande médio e pequeno. Estão inseridos por um lado na face lateral do íleo e por outro no trocanter maior do fémur. O glúteo grande promove extensão ao nível da articulação da anca, particularmente após ter havido flexão. Os outros dois glúteos são abdutores da coxa.

No sector posterior da coxa encontram-se três importantes músculos que actuam na articulação do joelho promovendo a flexão: bicípete femural, semitendinoso e semimembranoso. Todos eles têm inserção na tuberosidade isquiática. O bicípete femural insere-se proximalmente em dois locais: a tuberosidade isquiátíca e a linha áspera do fémur. Dirige-se distalmente ao longo da face posterior da coxa para se inserir na cabeça do perónio e condilo lateral da tíbia. O semitendinoso e semimembranoso inserem-se também na tuberosidade isquiática proximalmente, distalmente inserem-se na face medial da tíbia e face posterior do côndilo medial da tíbia, respectivamente.

Na face anterior da perna encontra-se o músculo tibial anterior inserido proximalmente na face lateral da tíbia. As suas fibras dirigem-se para distal, transformam-se num tendão que passa à frente da articulação do tornozelo, cruza a face medial do tarso para terminar na face plantar do tarso. Este músculo é um dorsiflexor ao nível da articulação do tornozelo, elevando a extremidade mais distal do pé. Permite também a inversão do pé que é voltar a face plantar para medial. Ainda na face anterior encontram-se dois músculos que são essencialmente extensores ao nível das articulações interfalângicas: o extensor longo dos dedos e o extensor longo do hálux. A inserção proximal de ambos faz-se na face medial do perónio e à medida que suas fibras se dirigem para distal transformam-se em tendões que atravessam o dorso do pé e inserem-se nas faces dorsais das falanges.

Na face lateral da perna encontra-se o músculo peronial longo com inserção proximal na face lateral do perónio, dirige-se para distal passando posteriormente ao maléolo lateral, cruza a face lateral do calcâneo para se inserir na face plantar do tarso. Este músculo causa eversão do pé, isto é, volta a face plantar para lateral e flexão plantar que é voltar a face plantar para posterior.

Na face posterior da perna, o músculo mais superficial é o gastrocnémio. Este músculo tem duas inserções proximais, uma em cada côndilo do fémur. As duas porções do músculo fundem-se uma com a outra com o tendão do músculo solear para formarem o tendão calcaneano (tendão de Aquiles) que se insere na face posterior do calcâneo. O músculo gastrocnémio actua em ambas articulações, a do joelho, agindo como flexor e a do tornozelo, agindo como flexor plantar. O

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músculo solear colocado profundamente ao gastrocnémio, insere-se proximalmente nas superfícies posteriores das extremidades proximais da tíbia e perónio, suas fibras dirigem-se para distal para se fundirem com o tendão calcaneano. Este músculo age apenas na articulação do tornozelo como flexor plantar. Profundamente a estes músculos encontram-se os músculos flexores ao nível das articulações interfalângicas: o flexor longo do hálux e o flexor longo dos dedos que se dirigem para distal desde as faces posteriores do perónio e tíbia e formam tendões que atravessam a face plantar do pé para se inserirem nas faces plantares das falanges.

I –MÚSCULOS DA COXA E REGIÃO GLÚTEA

1- FÁSCIA SUPERFICIAL DA COXA

É uma bainha de tecido conjuntivo frouxo sob a pele que reveste superficialmente a coxa. É mais espessa ao nível do ligamento inguinal e ao nível do hiato safeno forma a fáscia crivosa, perfurada para a passagem de vasos sanguíneos.

2 – FÁSCIA LATA OU FÁSCIA PROFUNDA DA COXA

É uma extensa camada de tecido conjuntivo colocada sob a fáscia superficial da coxa. Na face lateral da coxa forma uma banda espessa e vertical que se designa ligamento iliotibial, que se insere distalmente no côndilo lateral da tíbia. Na extremidade superior do ligamento iliotibial estão inseridos dois músculos, o tensor da fáscia lata anteriormente e o tendão do glúteo grande. A fáscia lata, distalmente, insere-se em todos os pontos ósseos expostos à volta do joelho.

3 – MÚSCULOS FEMURAIS ANTERIORES

3.1 – Tensor da fáscia lata

Em cima insere-se na porção anterior da crista ilíaca e espinha ilíaca ântero-superior. Percorre quase verticalmente o terço superior da coxa, para se inserir distalmente, no ligamento iliotibial.

Acções: Agindo através do ligamento iliotibial promove a extensão na articulação do joelho e a rotação lateral da perna.

3.2 – Sartório ou Costureiro

É uma faixa muscular estreita e longa. Em cima insere-se na espinha ilíaca ântero-superior, suas fibras dirigem-se obliquamente para baixo, cruzando a coxa de lateral para medial. Na face medial do joelho forma um tendão que se vai inserir na porção superior da face medial do condilo medial da tíbia.

Acções: Flexão nas articulações da anca e joelho. Abdução e rotação lateral da coxa.

3.3 – Quadricípete femural

Cobre em toda a extensão as faces anterior, medial e lateral do fémur. É constituído por quatro partes que se unem na porção inferior da coxa para formarem o tendão comum do quadricípete femural. Este tendão envolve a rótula e continua-se como ligamento rotuliano que continua-se incontinua-sere na tuberosidade da tíbia. O recto femural incontinua-sere-continua-se em cima na espinha ilíaca ântero-inferior, onde forma uma aponevrose a partir da qual se originam as fibras musculares. Estas terminam distalmente numa outra aponevrose muito espessa, que se torna gradualmente mais estreita para formar um tendão, envolvendo a rótula e que constitui a porção central e superficial do tendão do quadricípete femural. O vasto lateral insere-se em cima numa aponevrose ântero-lateral entre a linha intertrocanteriana anteriormente e a linha áspera posteriormente. A massa muscular assim formada insere-se distalmente, através duma aponevrose, no bordo lateral da rótula, fundindo-se com o tendão do quadricípete femural. O vasto medial insere-se em cima ântero-medialmente, entre a linha intertrocanteriana à frente e a toda a extensão da linha áspera atrás. As suas fibras dirigem-se para baixo e para diante para se inserirem no bordo medial da rótula, fundindo-se com o tendão do quadricípete femural. O vasto intermédio está colocado profundamente ao recto femural, suas fibras inserem-se na

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frente do corpo do fémur em cima, dirigem-se para distal, para formarem um tendão que constitui a porção profunda do tendão do quadricípete femural

Acções: Extensão ao nível da articulação do joelho. O recto femural, para além desta acção, promove flexão na articulação da anca, podendo fazê-lo em simultâneo.

4 – MÚSCULOS FEMURAIS MEDIAIS

4.1 - Grácil

É o mais superficial do grupo e é uma tira muscular achatada. Em cima insere-se na face anterior do corpo do púbis e no seu ramo inferior. As fibras dirigem-se para baixo quase verticalmente, cruzam o côndilo medial do fémur, e o côndilo medial da tíbia. Insere-se em baixo na porção superior da face medial da tíbia.

Acções: Flexão na articulação do joelho. Rotação medial da perna. Adução da coxa.

4.2 - Pectíneo

Insere-se em cima no ramo superior do púbis (pecten). As fibras dirigem-se distalmente, inserindo-se posteriormente ao trocanter menor do fémur.

Acções: Flexão na articulação da anca. Adução da coxa.

4.3 – Adutor longo

É o mais anterior dos três adutores. Insere-se proximalmente na face anterior do púbis. Expande-se à medida que suas fibras se dirigem para baixo, para trás e lateralmente. Insere-se distalmente na linha áspera, através duma aponevrose.

4.4 – Adutor curto

Está colocado posteriormente ao pectíneo e adutor longo. Insere-se proximalmente na face anterior do corpo e ramo inferior do púbis. Dirige-se para trás, para distal e lateralmente, inserindo-se posteriormente, próximo da linha áspera.

4.5 – Adutor magno

É o mais posterior dos músculos femurais mediais. Insere-se proximalmente no ramo inferior do púbis, ramo do ísquio e tuberosidade isquiática. Expande-se à medida que as suas fibras se dirigem para baixo, para trás e lateralmente. Insere-se distalmente em toda a extensão da linha áspera, através duma aponevrose que forma arcos tendíneos.

Acções: São sinergistas na complexa actividade de caminhar e são controladores da postura. São adutores do fémur.

5 – MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA

5.1 – Glúteo grande

É o maior e o mais superficial dos músculos deste grupo. É uma massa muscular espessa e quadrilátera, que ajuda a formar a proeminência da nádega. Insere-se principalmente na linha glútea posterior do íleo do osso ilíaco, face dorsal do sacro e estruturas adjacentes. As fibras dirigem-se distalmente e lateralmente, terminando numa lâmina tendínea do ligamento iliotibial da fáscia lata.

Acções: Extensão da coxa flectida.

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Insere-se na face externa do ílio entre a linha glútea posterior e a linha glútea anterior. As fibras convergem para distal, inserindo-se na face lateral do trocanter maior do fémur.

5.3 – Glúteo pequeno

Insere-se na face externa do ílio, entre a linha glútea anterior e a linha glútea inferior. As fibras convergem num tendão que se insere no trocanter maior do fémur.

Acções: Estes dois músculos permitem abdução da coxa. As fibras mais anteriores destes dois músculos permitem rotação medial da coxa. Importantes na caminhada.

5.4 – Piriforme

Embora faça parte do membro inferior, este músculo está parcialmente dentro da pelve. Está inserido na face pélvica do sacro, as fibras dirigem-se para baixo, saem da cavidade pélvica pelo buraco ciático maior e vão inserir-se por um tendão no trocanter maior do fémur.

5.5 – Obturador interno

Insere-se na face interna da parede ântero-lateral da cavidade pélvica à volta do buraco obturado, suas fibras dirigem-se para trás e para baixo, convergem num tendão, saem da cavidade pélvica pelo buraco ciático menor e vão inserir-se no trocanter maior do fémur

5.6 – Gémeos superior e inferior

Inserem-se na espinha isquiática e tuberosidade isquiática, respectivamente. As fibras dirigem-se lateralmente para se fundirem com o tendão do músculo obturador interno.

Acções: Se a coxa estiver em extensão estes músculos rodam lateralmente a coxa, mas se esta estiver flectida, estes músculos promovem a sua abdução.

5.7 – Quadrado femural

Insere-se na tuberosidade isquiática, suas fibras dirigem-se lateralmente para a porção superior da crista intertrocanteriana.

Acções: Rotação lateral da coxa.

5.8 – Obturador externo

Insere-se na face externa da pelve, à volta do buraco obturado. As fibras convergem e dirigem-se para trás, lateralmente e para cima, terminando num tendão que cruza por trás o colo do fémur, inserindo-se no trocanter maior.

Acções: Rotação lateral da coxa.

6 – MÚSCULOS FEMURAIS POSTERIORES

Referências

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