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Nutrição na Cirurgia Bariátrica

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Academic year: 2021

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Nutrição na

Manual Básico de Orientação

POR DANIELA RIZZO

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(3)

Este eBook tem por objetivo esclarecer

para você e para a sua família a importância

dos cuidados nutricionais antes e após a

cirurgia bariátrica, porém, estas informações

não substituem a consulta e o seguimento

com uma equipe especializada.

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Panorama

da obesidade severa

e da

cirurgia bariátrica no Brasil

TIPOS DE

CIRURGIA BARIÁTRICA

Dados do Ministério da Saúde de abril de 2017, apontam que a prevalência da obesidade entre a população brasileira passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase 1 em cada 5 brasileiros.

As informações da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquéritos Telefônicos (Vigitel) mostrou que a obesidade aumenta com o avanço da idade. Mas mesmo entre os mais jovens, de 25 a 44 anos, atinge indicadores altos, 17%. O excesso de peso também cresceu entre a população, passou de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016, estando presente em mais da metade dos adultos que residem em capitais do país.

Desta forma, em 2016 cerca de 100.152 pessoas fizeram cirurgia bariátrica no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

(SBCM), indicando um aumento de 7,5% no número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil comparando com o ano de 2015, o que coloca o

Brasil como o país com o segundo maior número de cirurgias bariátricas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos

da América.

A

tualmente as cirurgias conseguem tratar os casos de obesidade mórbida com excelentes resultados, levando a uma perda de peso e promovendo uma melhoria na qualidade de vida e na saúde geral dos pacientes, com controle ou até remissão de doenças crônicas como diabetes tipo 2, pressão alta, apneia do sono, dislipidemia e problemas ortopédicos, além de

diminuir a mortalidade precoce ocasionada pelo excesso de peso.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), as

técnicas se dividem em três categorias: restritivas, disabsortivas e mistas.

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TIPOS DE

CIRURGIA BARIÁTRICA

• Técnicas restritivas: são procedimentos que reduzem o tamanho do estômago. Mesmo que o paciente queira, ele não consegue ingerir grande quantidade de alimento de uma única vez, pois tem uma sensação de saciedade precoce.

• Técnicas disabsortivas: estes procedimentos reduzem parte do estômago e exclui do trânsito alimentar parte do intestino, levando a uma diminuição na absorção dos nutrientes. Este tipo de cirurgia leva a uma série de complicações, fazendo com que este tipo de técnica seja usado apenas em casos excepcionais.

• Técnicas mistas: nesta técnica se associa tanto a redução do tamanho do estômago como o comprimento do intestino, assim, obtém-se tanto uma redução na quantidade de alimento ingerida como uma diminuição da absorção dos nutrientes.

Atualmente no nosso país o tipo cirúrgico mais utilizado é o Bypass Gátrico ou Bypass em Y Roux, uma técnica mista. É uma cirurgia antiga, consagrada e muito estudada, com comprovação científica da efetividade da perda de peso e controle das comorbidades (apresenta efeitos metabólicos independente da perda de peso). Apresenta baixo índice de insucesso.

Nos últimos anos uma outra técnica vem crescendo no nosso país, a gastrectomia vertical ou sleeve gástrico, é um procedimento restritivo no qual ocorre uma remoção de 70% a 80% do estômago, deixando um tubo fino que restringe a ingestão alimentar. Como não exclui a primeira porção do intestino, seus índices de deficiências de vitaminas e minerais são menores. Sua perda de peso é aceitável, porém menor que a apresentada no Bypass Gástrico e não existem ainda grandes evidências da durabilidade da perda de peso e controle de doenças associadas, como o diabetes mellitus, em longo prazo.

A melhor técnica para o seu caso deve ser discutida com o seu cirurgião e sua equipe levando em consideração a sua idade, suas doenças associadas, suas preferências, seu padrão alimentar.

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Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, pacientes portadores:

• IMC > 40 kg/m2, independentemente da presença de comorbidades (doenças associadas a obesidade);

• IMC entre 35 e 40 kg/ m2 na presença de comorbidades;

• IMC entre 30 e 35 kg/m2 na presença de comorbidades;

Exemplos de comorbidades: doenças cardiovasculares; doenças respiratórias; diabetes mellitus; doenças ortopédi-cas; infertilidade; esteatose hepática não alcoólica; refluxo gas-troesofágico; depressão; incontinência urinária de esforço em mulheres; colecistopatia calculosa; síndrome do ovário policístico. O paciente deve ter sido submetido a tratamentos clínicos prévios, com insucesso por pelo menos dois anos. A cirurgia está indicada para adolescentes maiores de 16 anos, para os menores de 16 anos não exis-te indicação. Para pacienexis-tes maiores de 65 anos deve-se sempre avaliar o risco benefício, risco cirúrgico, presença de doenças graves associadas, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento.

Indicações para a

cirurgia bariátrica

Cuidados nutricionais

no pré-operatório

A avaliação nutricional no pré-operatório da cirurgia bariátrica leva em consideração o paciente como um todo, englobando questões sobre doenças atuais, histórico do peso corporal, exames labo-ratoriais, ingestão alimentar, questões comportamentais,

cul-turais, psicossociais e econômica.

O peso, altura, IMC (Índice de massa corporal que se ob-tém através da divisão do peso pela altura ao quadrado) e a circunferência da cintura serão avaliados no pré-ope-ratório e em todo o seguimento do pós-opepré-ope-ratório para avaliação do sucesso cirúrgico.

Os hábitos alimentares e o comportamento alimen-tar serão avaliados e incentivados a mudanças, facili-tando a adesão dos novos hábitos após a cirurgia e evitando o reganho de peso a longo prazo.

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Serão realizados exames bioquímicos para avaliação de nutrientes comumente deficientes em obesos, tais como vitamina B12, vitamina D, cálcio, ferro e se necessário serão corrigidos com suplementos específicos evitando maiores problemas no pós-operatório.

O paciente receberá orientações sobre a necessidade da suplementação de vitaminas e minerais, além da importância de uma ingestão satisfatória de proteína.

O paciente ainda será estimulado a realizar uma dieta com redução calórica, restrita em açúcares e carboidratos refinados e rica em proteína para induzir a perda de peso, redução do tamanho do fígado e da gordura intra-abdominal, o que facilita o processo cirúrgico por videolaparoscopia, reduz o tempo cirúrgico e as complicações durante e após a cirurgia.

Estudos ainda mostram que uma redução de peso do pré-operatório proporciona uma maior redução e estabilidade de peso ao longo do tempo.

Os protocolos de acompanhamento nutricional no pós-operatório têm como finalidade evitar e/ou reduzir riscos cirúrgicos e nutricionais.

A dietoterapia adequada para cada técnica propõe diferentes fases para nutrir e hidratar de modo eficaz o paciente para uma rápida cicatrização e redução dos efeitos clínicos da rápida perda de peso.

A reintrodução da alimentação após o bypass gástrico deve ocorrer da seguinte forma:

Etapas da dieta

no pós-operatório

• Dieta de prova: realizada durante 48hs após o procedimento cirúrgico, nesta fase consiste em líquidos claros, como água, chá,

gelatina e água de coco.

• Dieta líquida geral: é composta por ralos e coados, de baixo teor calórico, isentos de lactose e sacarose. Os líquidos devem ser fracionados em pequenos goles e com ingestão vagarosa. Neste momento já se inicia a suplementação proteica a fim de se atingir a necessidade mínima. A duração média desta fase é de 10 a 15 dias e sua transição deve ocorrer de acordo com a tolerância do paciente.

• Dieta liquidificada: nesta fase inicia-se a ingestão de alimentos de fácil deglutição e digestão, as preparações apresentam consistência de creme e devem ser liquidificadas e coadas. Com duração de 15 dias.

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DICAS PARA

ESSE PRIMEIRO MÊS

• Dieta pastosa: nesta fase os alimentos devem ser bem cozidos, amassados e triturados, na

for-ma de purê, requerem o mínimo de mastigação, também com

dura-ção de 15 dias. Essa fase é essen-cial para treinar a mastigação e o tempo de alimentação.

• Dieta normal: inicia-se a introdução de alimentos sólidos bem cozidos, macios, po-bres em gorduras, açúcares e fibras. Nesta fase a boa mastigação e a velocidade de ingestão são imprescindíveis.

• Após 60 dias de cirurgia os vegetais (legumes e verduras) crus e os cereais integrais são liberados. Até o 4º mês de pós-operatório procure evitar:

• Doces em geral

• Bebida alcoólica e gaseificada • Gorduras em geral

Na fase de dieta

pastosa e normal o

fracionamento das

refeições é de extrema

importância, procure

realizar de 5 a 6

refeições por dia!

- Crie preparações diversificas, para não ficar monótono e você enjoar - Líquidos gelados são demais para ingerir.

- Não se pese diariamente, pois, apesar de neste período ocorrer uma perda de peso intensa, há também um período de estabilização do peso, sendo uma reação do próprio organismo.

- Neste período você pode ficar mais fraca, desanimada e irritada, o que está relacionado com a privação da alimentação. Caso seja ne-cessário, converse com sua equipe médica.

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IMPORTÂNCIA DA

PROTEÍNA

Diante da degradação acentuada de proteína em res-posta à cirurgia e ao consumo dietético reduzido, a in-gestão proteica de boa qualidade é essencial para evitar a perda excessiva de músculos, queda de cabelo, enfra-quecimento das unhas e comprometimento do sistema imunológico.

Desta forma, você precisa ter em mente que a proteína é o nutriente de maior importância na alimentação após a cirurgia, sendo suas principais fontes:

O objetivo ao longo do dia deve ser de pelo menos 60 gramas de proteína de alto valor biológico.

Você pode apresentar certa dificuldade e/ou intolerância para ingerir os alimentos fon-tes de proteína, principalmente as carnes, o que pode estar relacionado à sensação de en-talo e/ou empachamento. Esta dificuldade pode ser devida à menor secreção de enzimas gástricas e intestinais (nova anatomia pós-cirúrgica), o que leva a uma digestão mais lenta destes alimentos, os sintomas podem ser melhorados com a mastigação exaustiva, o melhor cozimento da carne e o corte em pequenos pedaços antes de levar à boca.

Os indivíduos que deixam de comer carne além da deficiência de proteína também podem apresentar deficiência de ferro, vitamina B12 e zinco.

• Proteína animal (alto valor biológico → melhor absorção pelo organismo): ovos, leite e derivados e carnes.

• Proteína vegetal: feijões, lentilha, ervilha, grão de bico e soja.

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A mudança de há-bitos é essencial, portanto, coma sempre na mesa, evite sofá na fren-te da fren-televisão, ce-lular e computador.

Diante das alterações anatômicas e fisiológicas causada pelos pro-cedimentos cirúrgicos; menor ingestão de alimentos devido à redu-ção do tamanho do estômago e no caso de cirurgias disabsortivas (bypass gástrico ou bypass em Y de Roux), que também propor-ciona uma diminuição da superfície intestinal que entra em contato com o alimento levando a uma menor absorção dos nutrientes, é muito importante que se tenha em mente que através da alimenta-ção, por mais saudável e equilibrada que ela seja, não se pode mais atingir as necessidades de vitaminas e minerais do organismo, por isso o uso de suplemento no pós-operatório é OBRIGATÓRIO.

MASTIGAÇÃO E

VELOCIDADE DE DIGESTÃO

SUPLEMENTAÇÃO

Sirva-se de pequenas porções, corte os alimentos em pequenos pedaços, use pratos e talheres de so-bremesa, estas atitudes podem ajudar no condicionamento de ingerir pequenas porções e evitar excessos. As refeições devem ser feitas devagar, aprenda a saborear os alimentos, mastigue muito bem (até que os alimentos virem “papa” na sua boca) e lembre-se, o processo da digestão começa pela boca, é nela que temos dentes. Observe também se você está mastigando com a boca fechada para evitar a entrada de ar e ter gases após a refeição.

Quando se sentir saciado pare de comer!

Se você estiver comendo vagarosamente, mastigando bem, comendo pequenas quantidades de ali-mentos, provavelmente você não terá problemas, mas caso sofra algum entalo, procure se manter calmo, respire devagar e caminhe pela casa que logo o alimento irá descer. De maneira nenhuma tome líquidos, pois você poderá vomitar.

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A hidratação é importante durante todo o seguimento do pós -operatório, os líquidos devem ser ingeridos continuamente ao longo de todo o dia, evitando desidratação, infecções de urina e cálculos renais.

Nos primeiros dias após a cirurgia esta hidratação se torna ainda mais importante.

Para avaliação de uma boa hidratação basta observar a colora-ção da urina, quanto mais clara melhor!

Mas lembre-se de não ingerir os líquidos durante as refeições, eles devem ser ingeridos em média 30 minutos antes ou depois, para evitar dilatação do estômago, interferência no processo di-gestivo e vômitos.

As formas mastigáveis ou em pó são recomendadas inicialmente, pelo menos nos 30 primeiros dias, devido à dificuldade de deglutição dos comprimidos imediatamente após a cirurgia.

As principais deficiências de nutrientes estão relacionadas à vitamina B12, ácido fólico, ferro, cálcio, vitamina D e zinco.

Lembrando que a suplementação de vitamina B12 deve ser feita por via intramuscular ou sublingual, pois sua absorção após a cirurgia fica bastante comprometida.

Procure tomar seus suplementos com uma refeição para garantir melhor absorção dos nutrientes.

Para não correr o risco de esquecer tome sempre no mesmo horário.

Se apresentar nos exames de rotina algum tipo de deficiência, suplementos específicos podem ser recomendados.

Em geral também é recomendada a suplementação de proteínas uma vez que a quantidade ingerida após a cirurgia não atinge a recomendada, principalmente diante da rápida perda de peso. A falta de proteínas está diretamente relacionada com a perda excessiva de massa muscular, queda acentuada de cabelo, enfraquecimento das unhas e comprometimento do sistema imunológico.

(12)

Constipação / Diarreia / Gases

Síndrome de

Dumping

Os quadros de diarreia estão mais associados a cirurgias de maior disabsorção intestinal. Fezes mais líquidas logo após a cirurgia podem estar relacionadas à dieta que é totalmente líquida, não permitindo que o bolo fecal tenha consistência.

A constipação também pode ocorrer no pós-operatório imediato (primeiras 3 semanas), possivelmente pela baixa ingestão de fibras, baixo consumo de líquidos e gorduras. Nestes casos você deve consultar seu médico ou nutricionista para que se possa fazer uma suplementação de fibra solúvel. Fibras alimentares como sementes e farelos é aconselhável em fases mais tardias.

Os gases nos primeiros dias após a cirurgia estão relacionados com o procedimento cirúrgico que pode proporcionar entrada de ar no abdômen, além de um processo de inflamação que ocorre no intestino após a manipulação feita pelo cirurgião.

No pós-operatório tardio o excesso de gases pode estar relacionado com a nova anatomia do intestino, como parte dele é retirado, os alimentos atingem uma porção mais distante do órgão sem estar digeridos, o que causa uma flatulência involuntária. Seus hábitos diários também podem estar te causando gases, portanto, observe se não está ingerindo alimentos que provocam desconforto, tais como:

repolho, brócolis, feijão, em grande quantidade ou com muita frequência. Observe também sua mastigação, se estiver mastigando de boca aberta o ar entra com o alimento, observe a ingestão

de lactose que pode não ser mais digerida por alguns pacientes.

O uso de probióticos (bactérias benéficas) pode ser aconselhado. pois estes vão melhorar a saúde do intestino, melhorando seu funcionamento e os gases.

A síndrome de dumping se caracteriza pela passagem rápida dos alimentos do estômago para o intestino.

Pode apresentar como sintomas dor de cabeça, taquicardia, tremor, sudorese, fraqueza, náusea,

vômito e diarreia, alguns pacientes chegam a relatar sensação de morte.

Estes sintomas costumam ocorrer após a ingestão de alimentos com alto teor de açúcares (sacarose / frutose / lactose) e

(13)

Intolerâncias

alimentares

Pode ocorrer precocemente, logo 15 minutos após a ingestão ou de forma tardia, 1 a 3 horas após a ingestão do alimento.

Até 70% dos pacientes após a cirurgia bariátrica podem apresentar esta síndrome. Em alguns casos pode ser considerada benéfica, promovendo maior perda de peso por induzir o paciente a evitar alimentos ricos em açúcares e calóricos.

Caso você apresente estes sintomas o melhor a fazer é se deitar até melhorar, em torno de 10 a 30 minutos.

O tratamento da Síndrome de Dumping se baseia na adequação das escolhas alimentares.

Devido às alterações fisiológicas provocadas pela cirurgia bariátrica alguns alimentos podem provocar um certo desconforto após o procedimento cirúrgico.

Os alimentos com maiores índices de intolerância são água, carne, arroz e doces nos pacientes que apresentam a Síndrome de Dumping.

A dificuldade de ingerir água está muito relacionada com a velocidade de ingestão, devido ao tamanho da nova bolsa gástrica, a ingestão deve ser sempre em pequenos e vagarosos goles.

A intolerância à carne se espera como consequência das alterações de enzimas produzidas pelo estômago, como a pepsina, renina e o ácido clorídrico.

O arroz quando submetido à cocção sofre um processo de hidratação e gelatinização que necessita de enzimas pancreáticas (amilase), que após o procedimento cirúrgico tem sua ação comprometida.

Tais intolerâncias e desconfortos tendem a diminuir com o decorrer do tempo, após 1 ano, entretanto, devido à capacidade de adaptação fisiológica e da nova realidade pode variar de indivíduo para indivíduo.

Lembrando que a mastigação inadequada, a ingestão de quantidade de alimentos superiores a sua nova capacidade gástrica ou rápida velocidade de ingestão podem causar desconforto.

(14)

A queda de cabelo acontece na grande maioria dos pa-cientes entre o 3º e o 4º mês até o 6º e o 8º mês, sendo con-siderado normal devido à rápida e intensa perda de peso e à

baixa ingestão de nutrientes responsáveis pela saúde capi-lar pós-operatório imediato.

Para evitar a queda de cabelo já se pode no pré-ope-ratório fazer o uso de algum suplemento para pacientes que tem esta queda mais acentuada e no pós-operatório é necessário intensificar a ingestão e suplementação de pro-teínas, zinco, vitaminas do complexo B, ferro e biotina. Além de utilizar o suplemento de rotina diariamente.

Se as unhas também ficarem fracas e quebradiças, além dos nutrientes acima, intensificar a ingestão de alimentos ricos em vitamina A, cálcio, vitamina C e E.

A obesidade por si só é um fator de risco considerável para deficiência nutricional, já que a alimentação destes pacientes é frequentemente caracterizada pela ingestão excessiva de calorias, através do consumo de alimentos de alta densidade calórica e baixo nutrientes.

O paciente submetido à cirurgia bariátrica tem seu estado nutricional significativamente alterado. Os pacientes desenvolvem deficiências crônicas que requerem reposição contínua. As técnicas com meca-nismos de má absorção apresentam maior probabilidade de deficiências nutricionais, entretanto, todos os procedimentos levam a algum grau de desnutrição.

As deficiências ocorrem basicamente por: restrição da ingestão alimentar e/ou redução das áreas de absorção dos nutrientes. Além disso, a diminuição no tempo de trânsito gastrointestinal também pode resultar em má absorção de vários micronutrientes relacionados não só à exclusão da primeira porção do intestino, mas também ao contato limitado do alimento com a superfície intestinal. A presença de intole-rância alimentar e a não utilização de polivitamínicos/minerais também contribuem nesse processo.

No bypass gástricos as principais deficiências observadas estão relacionadas com vitamina B12, cálcio, vitamina D, ferro, zinco.

QUEDA DE CABELO

(15)

Não aposte todas as suas fichas apenas no tratamento cirúrgico, para se obter a perda de peso esperada é preciso ter como aliados a dieta e a atividade física, portanto, a cirurgia é apenas parte do tratamento para perda de peso.

Então lembre-se sempre que as atitudes que você adota depois da operação são fatores decisivos para garantir o resultado esperado.

Nos primeiros 3 meses se dá a maior e mais rápida perda de peso, após este período a perda ocorre de maneira mais gradual, indo até 18º a 24º mês, em média o paciente perde de 30 a 40% do peso inicial.

Eficácia da perda

de peso

Você deve evitar se pesar diariamente para não sofrer

desnecessariamente. Você pode ter oscilações de peso no dia a dia

que estão relacionadas aos hormônios, ao inchaço. Procure se pesar

apenas uma vez no mês.

Você pode passar por uma fase na qual o peso pode “estacionar”,

cha-mada efeito platô. Não se desespere, pode ser uma reação normal do

organismo à cirurgia. Seguindo as orientações da equipe multidisciplinar,

estas fases passam e você volta a perder peso. Se não passar busque

ajuda com sua equipe médica.

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Recidiva de peso

Recuperar o peso perdido pode ser a complicação tardia mais comum da cirurgia bariátrica e um dos maiores temores dos pacientes. O fato de não conseguir sustentar o resultado alcançado gera uma enorme frustação.

Chamamos de “lua de mel” os primeiros 18 meses após a cirurgia no qual o paciente ainda está muito motivado, seguindo as orientações da equipe multidisciplinar, fazendo atividade física, de bem com o seu corpo, recebendo elogios e controlando o apetite. Após este período o apetite vai voltando, o peso vai estabilizando, os problemas emocionais podem retornar junto com os velhos hábitos alimentares.

Após 24 meses uma recuperação de 5 a 10% de peso pode ser esperada.

Você está ganhando

peso novamente???

Se pergunte:

Sinto fome

ou vontade

de comer?

Consumo

doces?

Observo o tamanho das porções? Realizo as refeições vagarosamente, estou mastigando bem os alimentos? Estou ansioso, estressado, depressivo ou com problemas? Consumo frituras e gorduras? Consumo bebidas alcoólicas? Faço atividade física? Tenho beliscado ao longo do dia? Sei identificar quando estou satisfeito? Tenho náuseas e vômitos frequentes? Consumo refrigerante e bebidas açucaradas?

(17)

De maneira geral você deve reorganizar a alimentação, os hábitos e a rotina alimentar, iniciar ou intensificar a atividade física e se necessário retomar o acompanhamento psicológico.

Em um número pequeno de pacientes pode-se, em longo prazo, detectar uma falha cirúrgica com aumento significativo do tamanho do estômago ou uma passagem muito ampla entre o estômago e o intestino. Nestes casos, além das mudanças no comportamento, pode-se considerar uma reavaliação cirúrgica.

Não baixe a guarda!!!

Mantenha para sempre uma dieta

balanceada e atividade física!!!!

O principal fator para recidiva de peso é a não

adesão ao tratamento, que não se resume apenas

ao procedimento cirúrgico e deve ser feito por

uma equipe multidisciplinar.

A cirurgia é apenas o primeiro passo rumo a uma nova vida

e é preciso abandonar antigos costumes e adotar um estilo

de vida saudável!!!

(18)

Muitos pacientes se queixam de náusea e vômito que na maioria das vezes estão relacionados à mastigação,

quanti-dade ingerida e velociquanti-dade de ingestão dos alimentos.

Portanto, preste sempre atenção aos sinais de sacieda-de do seu corpo. Se você sentir uma pressão no estômago ou sensação de estufamento, pare de comer e observe:

• Você mastigou bem a comida? • Você comeu demais?

• Você bebeu líquidos durante ou logo após a refeição?

Aprenda a se observar e a se conhecer!!!

NÁUSEA E VÔMITO

Acompanhamento com

a equipe de nutrição

Nos três primeiros meses após o

procedimento cirúrgico as consultas

com a nutricionista ocorrem em períodos

mais curtos para a evolução da dieta.

Após este período os protocolos sugerem

que as consultam ocorram mensalmente

no primeiro ano de pós-operatório, a

cada três meses no segundo ano e a

partir de então semestralmente.

(19)

Estes alimentos contêm cafeína, substância que não deve ser consumida nos primeiros meses após a cirurgia. Isso porque a cafeína pode provocar uma irritação na mucosa do estômago que está sensível, em processo de cicatrização. E quando pode? O tempo é uma questão individualizada que deve ser avaliada pelo profissional conforme a evolução do pós-operatório.

O peixe apesar de ser uma fonte de proteína quando ingerido cru pode representar um risco para a saúde, principalmente para indivíduos que se submeteram à cirurgia bariátrica. Isso porque diante da nova anatomia do estômago a produção de ácido clorídrico está diminuída, assim, o risco de contaminação está aumentado, por isso, se for ingerir peixe cru escolha uma opção de boa procedência. Além do risco de contaminação o peixe cru apresenta uma enzima chamada tiaminase que inativa a vitamina B1 destes alimentos, como os pacientes bariátricos apresentam alto risco de deficiência de B1, procure ingerir peixes crus apenas eventualmente. Além de tudo isso

o peixe cru apresenta proteína intacta, que são aquelas que não sofreram “quebras” pela cocção, então se tornam de mais difícil digestão, pois a ação do ácido clorídrico está diminuída. Assim, peixe cru não deve ser uma opção para a rotina.

Este tipo de bebida pode causar incômodo como gases, desconforto e dilatação no estômago com o passar do tempo. A distensão imediata causada pelas bebidas gaseificadas pode provocar fortes dores gástricas e sensação de estufamento, em excesso pode até romper os pontos internos, isso até o terceiro mês.

No pós-operatório imediato, assim como a cafeína, o paciente é proibido de ingerir bebidas alcoólicas, pois pode agredir a mucosa do estômago e do intestino. Durante toda a vida do paciente bariátrico ele deve se lembrar que o álcool pode atrapalhar a absorção de alguns nutrientes, intensificando as chances de deficiências nutricionais, após a cirurgia a absorção do álcool é mais rápida, o que acelera a embriaguez mesmo mediante pequenas quantidades, além das bebidas alcoólicas conterem muitas calorias, o que pode comprometer o sucesso da perda de peso. Usualmente após o emagrecimento o paciente tende a ter uma vida social mais agitada, com maior entusiasmo, autoestima e disposição para sair e nestes momentos o consumo de bebidas pode acontecer. Portanto, os pacientes devem ser desestimulados por completo a ingerir álcool.

• CAFÉ E CHÁ VERDE.

POR QUE EU NÃO POSSO?

• PEIXE CRU PODE?

• BEBIDAS GASEIFICADAS:

REFRIGERANTES, ÁGUA COM GÁS, H2O

®

, CERVEJA?!?!?

(20)

Não. A cirurgia requer comprometimento do paciente e exige reeducação alimentar e atividade física para que os resultados sejam efetivos. Você precisa lembrar sempre que a cirurgia é apenas o início de uma mudança de vida que inclui comer corretamente e de forma saudável.

A cirurgia é apenas uma parte do tratamento para perda de peso, não é milagrosa!!!!!

A ingestão muito precoce de alimentos sólidos é contraindicada, porque pode forçar os pontos da bolsa gástrica e do intestino, podendo levar a complicações, inclusive o rompimento das suturas internas, obrigando o paciente a retornar ao centro cirúrgico.

A ingestão muito precoce de alimentos sólidos é contraindicada, porque pode forçar os pontos da bolsa gástrica e do

intestino, podendo levar a complicações, inclusive o rompimento das suturas internas,

obrigando o paciente a retornar ao centro cirúrgico.

Não. Elas são ricas em sódio e pobres em nutrientes, principalmente proteínas, nutriente essencial nestas fases!

Alimentos gordurosos e frituras devem sem evitadas ao máximo pelos pacientes, pois além

da possibilidade de reganho de peso ao ingerir alimentos calóricos devido à disabsorção

intestinal realizada no bypass gástrico, pode ocorrer quadros de diarreia.

• VOU PODER COMER COMO ANTES

SEM ENGORDAR?

• POR QUE NÃO POSSO COMER SÓLIDOS

LOGO APÓS A CIRURGIA?

• POR QUE NÃO POSSO COMER SÓLIDOS

LOGO APÓS A CIRURGIA?

• NA DIETA LÍQUIDA E LIQUIDIFICADA

POSSO USAR SOPAS PRONTAS?

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Sim, desde que o paciente não exceda na comida ou na bebida.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica é aceitável que o paciente volte a engordar até 10% do peso perdido. As principais causas para o reganho do peso estão relacionadas com os maus hábitos, volta dos antigos hábitos alimentares e sedentarismo. A obesidade é uma doença crônica, ela tem controle, mas não tem cura.

No geral, o consumo de carne vermelha ou alimentos condimentados pode gerar fezes com um odor mais acentuado. A má absorção de nutrientes também gera fezes com odor fétido frequentemente.

→ O uso de colágeno é permitido sem problema nenhum, entretanto, apesar de ser uma proteína, no geral fornece apenas de 8 a 10g deste nutriente, o que é facilmente encontrado nos alimentos da dieta de rotina, além de mesmo na forma hidrolisada não ser tão bem absorvido. Desta forma, o uso de uma proteína de absorção melhor é mais recomendado. Lembrando ainda que em relação à flacidez, não há grandes resultados esperados, para os cabelos pode até ter algum efeito.

• APÓS A CIRURGIA É POSSÍVEL FREQUENTAR

FESTAS, REUNIÕES E RESTAURANTES?

• VOLTAR A GANHAR PESO É COMUM APÓS

UM TEMPO

DE CIRURGIA?

• POR QUE OS GASES E AS FEZES FICAM

COM ODOR FÉTIDO?

(22)

Pirâmide alimentar para pacientes

bariátri-cos que deve ser um instrumento de

referên-cia de comportamento e escolhas alimentares

diárias, elaborada pela nutricionista espanhola

(Barcelona) Dra. Violeta Moizé, Universidade

de Barcelona.

(23)

A base

da pirâmide se baseia no uso rotineiro de

su-plementos alimentares (vitaminas e minerais) para

pre-venção de deficiências nutricionais, uma boa hidratação

e hábito de atividade física diária.

No primeiro nível

estão os alimentos que devem ser

in-geridos como prioridade, que são os alimentos fontes de

proteína (4 a 6 porções diárias), sendo eles de fontes

ani-mais: carne vermelhas ou brancas magras, leite e derivados

e também fontes vegetais como feijões, lentilha, ervilha e

soja.

No segundo nível

estão os alimentos com alto teor de

fi-bras e baixo teor calórico, sendo eles os vegetais e as frutas

com uma recomendação diária de 2 a 3 porções, além dos

azeites, preferencialmente de oliva extra virgem.

No terceiro nível

estão os alimentos como pães, massas,

ba-tatas, cereais, que devem ter seu consumo controlado, limitado a 1 porção por dia.

No topo

da pirâmide estão os alimentos que devem ser evitados ou mesmo

excluí-dos da dieta excluí-dos pacientes bariátricos, por serem de alto teor calórico, rico em açúcares

e gorduras, como doces em geral, frituras, bebidas açucaradas, bebidas alcoólicas.

Daniela Rizzo

CRN3 – 20328

Graduada em Nutrição pela Universidade Metodista de Piracicaba – 2005 Especialização em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Filho – 2012

Associada COESAS – Comissão de Especialidades Associadas da Sociedade Brasilei-ra de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

Mestranda em Ciências da Cirurgia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Nutricionista da Clínica Surge Obese

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