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Industrialização e classe trabalhadora no Brasil Republicano: interpretações e debates no campo das Ciências Sociais

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Programa de Pós-Graduação em História

Mestrado e Doutorado

Industrialização e classe trabalhadora no Brasil Republicano:

interpretações e debates no campo das Ciências Sociais

Disciplina Optativa – 1º Semestre de 2017

4 créditos – Segunda-feira (9h às 12h)

Instituto Multidisciplinar – Prédio da Pós-Graduação

Prof. Felipe Ribeiro –

felipe_ffp@yahoo.com.br

I- Objetivos gerais:

Apresentar as principais interpretações, no campo das Ciências Sociais, relativas aos processos de industrialização e urbanização ocorridos no Brasil Republicano, tendo como foco os debates sobre formas de organização e participação política da classe trabalhadora, os diferentes impactos regionais destes processos ao longo do período, bem como discutindo seus reflexos para a compreensão do Brasil atual.

II- Objetivos Específicos:

1) Identificar as principais linhas interpretativas que compõem a pesquisa histórica sobre classe trabalhadora no Brasil;

2) Compreender os pressupostos teórico-metodológicos de algumas dessas correntes historiográficas a partir de suas pesquisas empíricas, analisando as implicações políticas e técnicas de tais escolhas (como recorte dos objetos de pesquisa, abordagens, principais referências e documentação utilizada);

3) Caracterizar os impactos dessas correntes historiográficas no debate público sobre a realidade brasileira em contextos e regiões específicos, bem como dimensionar sua perenidade, a partir da análise de fontes da imprensa, literatura, música e demais manifestações culturais;

4) Identificar novas correntes e abordagens que buscam superar interpretações cristalizadas tanto na historiografia, quanto na sociedade.

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III- Conteúdo programático:

1) Balanços historiográficos sobre movimento operário na década de 1990  Introdução/apresentação da disciplina;

 Objetivos, bibliografia, cronograma e metodologia;  Panoramas interpretativos sobre o movimento operário;  Fim da URSS e seu possível impacto nos estudos históricos;

 Da visão pessimista às expectativas de efervescência nesse campo de estudos;  Novos desafios para a história do trabalho.

2) Da “história militante” as “sínteses sociológicas”

 Personagens ligados ao movimento operário escrevem sua história (anos de 1920/30);  Primeiros estudos acadêmicos na Sociologia;

 Sínteses sociológicas que pretendem interpretar o Brasil;  Debates sobre o país “arcaico” e “moderno”;

 Imigrantes, migrantes nacionais, consciência política e cidadania;  O golpe de 1964 e seus impactos nos estudos sobre trabalhadores.

3) Contribuições da Ciência Política e primeiros estudos na área de História  Conflitos operários na primeira década da ditadura militar;

 Cientistas políticos e novas perspectivas para análise do movimento operário;  Greves do ABC paulista e “novo sindicalismo”;

 Primeiros estudos de historiadores sobre história do trabalho (fim da década de 1970);  Compilação e publicação de documentos sobre a história do trabalho no Brasil;

 Busca por autonomia da História como área específica para esse campo de estudo;  Contribuição de brasilianistas desde a década de 1960;

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4) Revisão historiográfica e novas perspectivas para a História do Trabalho  Autonomismo e revisão historiográfica;

 Interdisciplinaridade e contribuições da Antropologia e da Sociologia;  Novos estudos sobre a Primeira República;

 Novos centros de documentação dedicados à história do trabalho;  “Dispersão da historiografia do trabalho” a partir da década de 1980;  Múltiplas temáticas, periodicidades e referências metodológicas;

 Mútuas influências entre a historiografia da escravidão e do movimento operário;  Debates internacionais sobre história do trabalho e sua recepção no Brasil;  História do trabalho vista para além do movimento operário;

 Busca por superação de dicotomias (escravo x livre, rural x urbano, local x global);  Raça, etnias, gênero e a história do trabalho;

 Diversificação regional dos estudos; e

 Balanços historiográficos recentes e novas perspectivas para repensar o Brasil.

IV – Avaliação

Trabalho escrito (60%) e participação (40%).

V – Bibliografia básica:

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