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EFEITO DO DIURON NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.)

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Academic year: 2021

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EFEITO DO DIURON NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.)

José Carlos de Cerqueira Moraes1, Dário Costa Primo1, Leandro Gonçalves dos Santos1,

Ubiratan Oliveira Souza1, Maria de Fátima da Silva Pinto Peixoto1

1UFRB, zemoraes42@hotmail.com, darioprimo@gmail.com,leandro.ufba@gmail.com,

fpeixoto@ufba.br, ubiratan_agrufba@yahoo.com.br

RESUMO - A mamona (Ricinus communis L.) é uma planta resistente à seca com alta capacidade de adaptação às diferentes condições de solo e clima. O estudo teve por objetivo avaliar o potencial germinativo de sementes de mamona, cultivar “mpaiz serafim” em diferentes dosagens de Diuron. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na UFRB, em delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições. Utilizou-se bandejas polietileno com cinco quilos de Latossolo Amarelo coeso. Foi feita pulverização nas bandejas com o herbicida, nas doses recomendadas para campo (5, 7, e 10L/ha-1), correspondendo a 25 35 e 50 ml para 2 litros. Foram

semeadas 25 sementes em cada bandeja e feito irrigação diária. Quantificou-se a germinação das sementes em cada tratamento, durante seis dias após emergência. A germinação iniciou-se aos seis dias e as quantidades de sementes germinadas, foram observadas a cada dois dias até aos 12 dias. Os dados submetidos à análise de variância e regressão mostraram 100% de germinação aos dez dias no tratamento sem herbicida, nos demais tratamentos houve retardamento na germinação, sendo o tratamento quatro (10L/ha-1), o que apresentou menor germinação. Os resultados mostraram que dose

acima de (5 L/ha-1) de Diuron retarda o processo germinativo da mamona.

Palavras-chave: Mamoneira, potencial germinativo, herbicida.

INTRODUÇÃO

A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta rústica, resistente à seca e com alta capacidade de adaptação às diferentes condições de clima e solo, características estas que a possibilita ser comercialmente cultivada em diferentes regiões do Brasil. A mamona é considerada uma espécie sensível à competição das plantas daninhas pelos recursos naturais como umidade do solo, luz, nutrientes, CO2 e agentes polarizadores (WEISS, 1983).

A semente da mamoneira contém certo grau de dormência, o que dificulta a germinação, e a planta apresenta crescimento inicial lento em contraste com algumas espécies daninhas que chegam a completar seu ciclo produtivo em apenas um mês após a germinação. Do ponto de vista de utilização comercial, por apresentar eficiência fotossintética relativamente baixa, a mamoneira pode ser qualificada como espécie de alta sensibilidade à competição com plantas invasoras por água, luz e nutrientes (SILVA et al., 2005).

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O interesse pela cultura da mamona, no Brasil, tem se intensificado devido ao potencial de utilização de seu óleo como matéria-prima para a produção de biodiesel, mas, sua competitividade econômica, para esta finalidade, ainda é baixa quando comparada com outras oleaginosas como a soja, o dendê e mesmo o girassol em função, principalmente, dos baixos valores alcançados pelo seu óleo no mercado e reduzida produtividade da cultura na maioria das áreas agrícolas, ocasionada pelo baixo nível tecnológico do produtor, uso incorreto de insumos, falta de sementes melhoradas e adequação de genótipos à colheita mecânica (SAVY FILHO et al., 1999).

O controle realizado em pré-emergência ou pré-plantio incorporado tende a favorecer o melhor desenvolvimento da mamona, por evitar competição logo nos primeiros estágios vegetativos, mas quando realizado com produtos não seletivos resulta em prejuízos irreversíveis para a planta ou mesmo morte (SILVA, 2005). No mercado brasileiro apenas o trifluralin é registrado para a mamoneira, o que permite apenas a sua recomendação técnica, embora Gelmini (1985), recomende para essa cultura alachlor, diuron, linuron, EPTC, simazine e trifluralin.

Vários são os herbicidas registrados para o controle de ervas daninhas, e em contrapartida inexistem os registros para a cultura da mamona. Entre as mais diferentes bases de dados, apenas no sistema Agrofit, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pode-se constatar o herbicida trifluralin como o único produto legalmente registrado para aplicação em pré-emergência da cultura da mamona (AGROFIT, 2008). Este trabalho teve por objetivo observar o potencial germinativo de mamona, da cultivar “mpaiz serafim” submetida a diferentes dosagens de Diuron para obter uma curva de germinação em função das dosagens do herbicida.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, situada no município de Cruz das Almas a uma altitude de 225 m e coordenadas de 12º48`38” de latitude e 39º05`17’’ de longitude, no mês de abril de 2008. O solo utilizado foi Latossolo Amarelo coeso, coletado na área do Campus da UFRB, na profundidade de 0-10 cm, seco a sombra, destorroado e peneirado em malhas de 2 mm.

Foram utilizadas vinte bandejas de polietileno de tamanho 40 x 30 cm com 10 cm de profundidade. As bandejas contendo cinco quilos de solo foram colocadas em bancadas de quatro metros de comprimento por 1 metro de largura, dispostas em delineamento experimental inteiramente casualizado com quatro tratamentos e cinco repetições.

Na instalação do experimento as bandejas foram colocadas em local protegido para aplicação do herbicida e mediante utilização de EPI, procedeu-se a pulverização nas doses (5, 7 e 10 L/ha)

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correspondendo 25 ml, 35 ml e 50 ml. Cada dose foi diluída em dois litros de H2O (água). A aplicação

foi realizada com pulverizador profissional de 10 litros, sendo lavado após cada dose aplicada. Após aplicação do herbicida semeou-se seiscentas e vinte cinco sementes, sendo cento e vinte cinco em cada tratamento.

Foram plantadas em cada unidade experimental (bandeja) vinte e cinco sementes em quatro linhas, em um espaçamento de dez centímetros entre fileiras e cinco entre plantas e foram irrigadas diariamente com 200 ml de água. Avaliou-se o número de sementes germinadas a partir do sexto dia do plantio, a cada dois dias, até aos doze dias. Foi feita análise de variância e regressão no programa estatístico Sisvar para interpretação dos dados obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Ao proceder a análise de variância realizada pelo programa estatística sisvar, observou-se efeito significativo a 1% para a variável germinação de sementes de mamona. Os resultados obtidos na análise de variância foram submetidos à análise de regressão linear para comparação das médias encontradas. As doses do herbicida Diuron utilizadas interferiram no processo germinativo ao serem comparadas entre os tratamentos. No tratamento testemunha (dose zero), ou seja, onde não se aplicou o diuron, o número de sementes germinadas (Figura 1), foi de 100% no décimo dia após o plantio.

O tratamento com dose de 25 ml teve pouca interferência na germinação em relação à testemunha. Para a dose de 35 ml houve um retardamento maior de germinação em comparação com a dose de 25 ml e a dose de 50 ml foi a que apresentou maior retardamento na quantidade de sementes germinadas em relação à testemunha e aos tratamentos com as dosagens menores. Para as doses estudadas (Figura 1), houve ajuste de um modelo de regressão.

O número de dias para iniciar a germinação foi de seis dias, sendo que o percentual de germinação aos 12 dias (Tabela 1), foi de 100% para a testemunha, 83% para o tratamento com 25ml, 72% para o tratamento com 35 ml e 68% para o tratamento com a dose de 50 ml. O menor percentual de germinação observado foi na dose de 50 ml, para o índice de velocidade de germinação aos 12 dias.

Estes resultados comprovam que à medida que se aumentam doses do herbicida Diuron para controle de ervas daninhas na cultura da mamona, aumenta o atraso na germinação das sementes, bem como prejuízos em relação à quantidade de sementes plantadas, vez que poderá não se obter ótimo percentual de germinação.

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CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo demonstram que a aplicação de doses do herbicida Diuron acima de 5 L.ha-1 exerce influência no número de sementes germinadas assim como na velocidade de

emergência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGROFIT. Disponível em: < www. agricultura.gov.br >. Acesso em: 10 maio. 2008.

GELMINI, G.A. Herbicidas – indicações básicas. Campinas: CATI, 1985. 251p. (CATI. Documento técnico, 52). Disponível em: www.bahiainvest.com.br. Acesso em: 18 maio 2008.

SILVA, S. D. dos A. e.; ANDRES, A.; UENO, B.; FLORES, C.A.; GOMES, C.B.; PILON, C.N.; ANTHONISEN, D.; MACHADO, E.B.; THEISEN. G.; MAGANANI, M.; WREGE, M.S.; AIRES, R. F. A cultura da mamona na região de clima temperado: informações preliminares. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2005. 56 p. (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 149).

SAVY FILHO, A.; BANZATO, N.V.; BARBOZA, M.Z.; MIGUEL, A.M.R.; DAVI, L.O.C.; RIBEIRO, F.M. Mamona. In: COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL. Oleaginosas no Estado de São Paulo: análise e diagnóstico. Campinas: CATI. 1999. 39p.

WEISS, E.A. Oilseed crops. London: Longman, 1983. 660 p.

Tabela 1. Médias percentuais encontradas após análise de regressão para percentagens de germinação de sementes de mamona em tratamentos com doses Herbicida do Diuron.

Tratamentos Médias percentuais obtidas no processo de germinação

6 Dias 8 Dias 10 Dias 12 Dias

0,00 84,00 92,00 100,00 100,00

25,00 40,00 52,00 63,00 83,00

35,00 16,00 44,00 56,00 72,00

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Efeito de Diuron na Germinação de Sementes de Mamona 6 diias y = 0,0052x2 - 0,6379x + 21,429 R2 = 0,9809 8 dias y = 0,0041x2 - 0,5186x + 23,704 R2 = 0,9981 10 dias y = -0,0015x2 - 0,1411x + 25,028 R2 = 0,9984 12 dias y = 0,0017x2 - 0,2409x + 25,089 R2 = 0,9722 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 Doses de Diuorn M é d ia d e S e m e n te s G e rm n a d a s ( % )

6 Dias 8 Dias 10 Dias 12 Dias

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