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PROJETO MANEJO SUSTENTÁVEL DE VÁRZEAS GEF-PNUMA-OTCA RELATÓRIO

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Academic year: 2021

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PROJETO MANEJO SUSTENTÁVEL DE VÁRZEAS

GEF-PNUMA-OTCA

RELATÓRIO

CONSULTORIA: OFICINAS DE BASE AGROECOLÓGICA NAS

COMUNIDADES DE URUCURITUBA E TAPARÁ GRANDE,

Município de Santarém, Pará, Brasil.

CONSULTOR:

Eng. Agrônomo CLEYTON NOGUEIRA FILHO

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2

Sumário

1

o

dia Comunidade de Urucurituba________________________________3

2

o

dia Comunidade de Urucurituba________________________________5

3

o

dia Comunidade de Tapará Grande______________________________6

4

o

dia Comunidade de Tapará Grande______________________________7

Conclusões_____________________________________________________7

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3

1o dia de OFICINA: Comunidade de Urucurituba

As oficinas de extensão rural com base agroecológica começaram de manhã na própria comunidade de Urucurituba, na propriedade de uma das famílias envolvidas no projeto. Estavam presentes 8 famílias de agricultores ribeirinhos.

Inicialmente foram feitas as apresentações e a troca de experiências acerca de três aspectos:

1. Como que atualmente os agricultores ribeirinhos controlam pragas e doenças nas culturas de várzeas?

2. Como que atualmente os agricultores ribeirinhos produzem seus adubos de origem orgânica e compostagens?

3. Como que atualmente os agricultores ribeirinhos produzem suas mudas?

A partir daí, foi feita uma discussão acerca dos benefícios de se produzir adubos orgânicos, compostagens, inseticidas e fungicidas a partir de produtos da diversidade local; tornando o homem do campo sustentável quanto à produção destes insumos e assim, reduzindo o impacto sobre o meio ambiente, quando da utilização de agrotóxicos ou herbicidas.

A fala dos ribeirinhos nesta comunidade de Urucurituba, revelou o uso indiscriminado de organofosforados, os quais são extremamente perigosos não só ao meio ambiente quanto à saúde dos agricultores, sobretudo, porque são manuseados sem os equipamentos de segurança. Foram reportados casos de mal-estar e morte de alguns companheiros deles, os quais eles empiricamente, acham que tem relação com o uso de veneno.

Os compostos organofosforados com propriedades inseticidas foram descobertos em 1936, pelo químico alemão Gerhald Schrader. Um dos compostos desenvolvidos por ele, o parathion, viria mais tarde a ser o inseticida agrícola mais utilizado no mundo. Os trabalhos de Schrader levaram ao desenvolvimento de compostos mais potentes, conhecidos atualmente como agentes nervosos, utilizados como armas com objetivos genocídas. Como os compostos organofosforados foram primeiramente utilizados para fins militares, os organoclorados, tornaram-se, a princípio, os principais inseticidas utilizados na agricultura. Em 1939, Paul Miller sintetizou o DDT (diclorodifeniltricloroetano). Ele foi extensivamente utilizado no início da década de 40 como pesticida. Apesar de pouca toxicidade humana, os organoclorados foram banidos na maioria dos países do mundo devido ao desequilíbrio ambiental que provocavam. Com a diminuição do uso dos organoclorados, os organofosforados e seus compostos relacionados – os carbamatos – começaram a ser utilizados como inseticidas ao redor do mundo. Apesar de provocarem pouco impacto ambiental, eles são altamente tóxicos para seres humanos.

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4 pela quebra das moléculas de acetilcolina na fenda sináptica, pela ligação dos radicais fosfatos a essa enzima, provocando nos seres humanos superestimulação colinérgica, causando efeitos tóxicos para o sistema nervoso autônomo, sistema nervoso central e junção neuromuscular.

Neste contexto, surgem os defensivos verdes, ou seja de base agroecológica, que são eficientes e de impacto zero ao meio ambiente. Atualmente, o comportamento de consumidores de hortifrutis e sua decisão de compra envolvem a interação entre o perfil de cada consumidor, os atributos dos produtos em questão e a percepção de tais atributos por parte dos consumidores. Considerando a crescente preocupação com a degradação do meio ambiente e a valorização de uma alimentação saudável, a agricultura orgânica representa uma alternativa saudável e sustentável. Sendo assim, a crescente preocupação em ecossistemas de várzeas por sistemas de produção de hortifrútis mais saudáveis é consequência de uma demanda local consumidora cada vez mais exigente em relação à uma alimentação mais saudável.

Contudo, ainda hoje, na Amazônia, especificamente no Território do Baixo Amazonas, nas várzeas estudadas, ainda se usa agrotóxicos, as quais estão adoecendo comunidades ribeirinhas e ambientes ribeirinhos. Neste contexto, as oficinas de elaboração de inseticidas e fungicidas de base agroecológica se fazem necessárias e urgentes a fim de dar sustentabilidade sócio- ambiental e econômica para estas populações. Sendo assim foram ensinadas às famílias ribeirinhas na Comunidade de Urucurituba as seguintes formulações em anexo (CARTILHA) a este documento:

1. Inseticidas de cebola e alho

2. Isca para mosca das frutas

3. Repelente para lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) 4. Inseticida de urtiga

5. Inseticida de extrato de fumo

6. Inseticida de cravo de defunto 7. Inseticida de água com cinza

8. Inseticida com água de fumo

9. Inseticida de macerado de alho

10. Inseticida de pimenta do reino com alho e sabão 11. Inseticida de arruda

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2º dia de Oficina: Comunidade de Urucurituba

No segundo dia de oficina na Comunidade de Urucurituba foram realizadas as práticas relativas à produção de adubos orgânicos e compostagens. A fala dos agricultores ribeirinhos revelou que os mesmos não elaboravam adubos orgânicos ou compostagens, alguns usavam esterco de gado adquirido de terceiros, haja vista, que a maioria dos ribeirinhos não cria gado e, outros cultivavam sem nenhum adubo orgânico ou inorgânico, apenas com a fertilidade natural dos solos de várzeas. Sabendo-se que as várzeas, em função da permeabilidade que o ecossistema tem entre solo e vegetação, se faz necessário cautelas nos modos de cultivo com adubos inorgânicos, sendo o mais recomendado o uso de adubos naturais e orgânicos e técnicas de compostagem e vermicompostagem.

Agricultores de várzeas tradicionalmente cultivam olerícolas ao longo do período de seca nestes ambientes. Tais cultivos podem ser orgânicos ou não. O cultivo de olerícolas pode ser produzido no sistema convencional utilizando defensivos agrícolas e fertilizantes sintéticos, ou no sistema orgânico,

quando não há a utilização de defensivos sintéticos e tem como principal fonte de adubação, resíduos

orgânicos com altos teores de matéria orgânica. Estudos revelaram comparando duas áreas de cultivo, uma com sistema tradicional, ou seja, uso de adubação inorgânica, e outra área com produção orgânica que os teores de nutrientes no solo, carbono e nitrogênio microbianos foram maiores nas áreas de produção orgânica do que nas áreas de cultivo inorgânico. Cientificamente já se sabe destas vantagens, cabe a nós divulgarmos às populações ribeirinhas, como as oficinas que aqui realizamos, a importância da fabricação de adubos orgânicos e compostagens para os Sistemas olericolas nas várzeas. Sendo assim foram realizadas as seguintes práticas com as famílias envolvidas no projeto na comunidade de Urucurituba como fontes de adubação orgânica:

1. Fertilizante de urina de vaca 2. Supermagro

Após este momento, foi realizada a oficina acerca de NOÇOES DE PRODUÇÃO DE MUDAS, onde foram abordados os seguintes aspectos:

1- Sementeiras

2- Produção de Mudas em bandejas e sacos 3- Substratos

4- Soluções para enraizamento de estacas

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3º dia de OFICINA: Comunidade de Tapará Grande

A oficina se realizou no período da manhã e da tarde com um grupo de nove famílias de ribeirinhos, todos agricultores. A diversidade de gênero pode ser observada, mas de forma equilibrada, pois tinham cinco mulheres e quatro homens. A oficina se iniciou após as apresentações a partir dos seguintes questionamentos:

1. Como que atualmente os agricultores ribeirinhos controlam pragas e doenças nas culturas de várzeas?

2. Como que atualmente os agricultores ribeirinhos produzem seus adubos de origem orgânica e compostagens?

3. Como que atualmente os agricultores ribeirinhos produzem suas mudas?

O contexto não diferiu muito entre as comunidades, onde aqui os agricultores também usavam agrotóxicos e não produziam compostagens ou adubações orgânicas nos sistemas de produção de olerícolas, tais como, repolho, maxixe, melancia e jerimum.

Vale ressaltar o quanto estava entusiasmada esta comunidade ao longo das práticas das oficinas. Considerando que o querer aprender mais é fator decisivo no processo de ensino-aprendizagem em contextos de extensão rural, então, esta comunidade e os resultados provaram isto, produziram muito mais satisfatoriamente que a Comunidade de Urucurituba.

Neste primeiro dia foram realizadas as seguintes práticas:

1. Inseticidas de cebola e alho

2. Isca para mosca das frutas

3. Repelente para lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) 4. Inseticida de urtiga

5. Inseticida de extrato de fumo

6. Inseticida de cravo de defunto 7. Inseticida de água com cinza

8. Inseticida com água de fumo

9. Inseticida de macerado de alho

10. Inseticida de pimenta do reino com alho e sabão 11. Inseticida de arruda

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4º dia de OFICINA: Comunidade de Tapará Grande

A oficina se iniciou de manhã e se prolongou pela tarde. Neste dia foram tratadas as questões relativas à produção de biofertilizantes. As seguintes práticas foram realizadas:

a- Fertilizante de urina de vaca b- Supermagro

Após este momento, foi realizada a oficina acerca de NOÇOES DE PRODUÇÃO DE MUDAS, onde foram abordados os seguintes aspectos:

a- Sementeiras

b- Produção de Mudas em bandejas e sacos c- Substratos

d- Soluções para enraizamento de estacas

O detalhamento destes tópicos está na cartilha em anexo a este relatório.

Conclusões

-Populações de várzeas na Amazônia, necessitam de assistência técnica rural voltada à produção agroecológica de olerícolas de forma urgente.

-Populações de várzeas contém conhecimento tradicional importante de se resgatar na produção de defensivos naturais para a agricultura.

-Famílias das várzeas estudadas estão capacitadas na produção de defensivos agrícolas naturais. -Famílias das várzeas estudadas estão capacitadas na produção de bio-fertilizantes.

- Famílias das várzeas estudadas estão capacitadas na produção de mudas.

- A replicação deste trabalho se faz necessária à sustentabilidade das ações agroecológicas em ecossistemas de várzeas no Território do Baixo Amazonas.

- A facilidade do aprendizado das técnicas agroecológicas aqui abordadas, revelam a aptidão agrícola de povos ribeirinhos na Amazônia.

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ANEXO

Referências

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