Diretor-Presidente José Ribeiro Pena Neto Diretor Vice-Presidente Carlos Alberto Caser Diretores Executivos Regional Nordeste Jussara Carvalho Salustino Liane Câmara Matoso Chacon Regional Centro-Norte Pedro Afonso Domingues Batista Wilson Carlos Duarte Delfino Regional Leste Guilherme Velloso Leão Nairam Félix de Barros Regional Sudeste Luiz Carlos Cotta
Milton Luis de Araújo Leobons Regional Sudoeste Luís Ricardo Marcondes Martins Luiz Paulo Brasizza
Regional Sul Celso Ribeiro de Souza Luis Alexandre Ribeiro Cure Conselho Deliberativo Presidente
Dan Antonio Marinho Conrado Vice-presidente Reginaldo José Camilo 1º Secretário Dílson Joaquim de Morais 2º Secretário
Silvio Renato Rangel Silveira Conselho Fiscal Presidente
Mauricio de Paula Soares Guimarães
Presidente
Nélia Maria de Campos Pozzi
Vice-Presidente
Jarbas Antonio de Biagi
Diretores
Carlos Alberto Pereira
Maria Isolda Paurá Jardelino da Costa Marcos Moreira
José Luiz Costa Taborda Rauen
Conselho Fiscal Presidente
Luiz Celso Ferreira Lemos
Comissão de Ética Membros
Carlos Henrique Amaral Queiroga Elisabete Ferreira de Almeida Duarte Fábio Resende da Silva
Luiz Claudio Levy Cardoso Sérgio Martins Gouveia Thiago Nieweglowski
CÓDIGO DE CONDUTAS E PRINCÍPIOS ÉTICOS
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INTRODUÇÃO
“A norma ética, por mais excelente que seja, não tem real vigor ou vigên-cia (...), se não estiver viva na cons-ciência dos homens, ou seja, se não corresponder a uma disposição indivi-dual e coletiva de viver eticamente.”
(Fábio Konder Comparato)
A Resolução CGPC nº 13/2004 trouxe concreta-mente a necessidade de se estabelecer, no âmbito das entidades fechadas de previdência complemen-tar, regras e padrões de conduta.
Realmente. Da leitura do texto da Resolução, se extraem várias recomendações relativas à go-vernança corporativa e, com a mesma importância, sobressai um conjunto de diretrizes que os membros dos órgãos de administração e fiscalização das enti-dades devem aplicar às circunstâncias que envolvem o dia-a-dia da gestão.
A regra do artigo 3º da Resolução CGPC nº 13 deve estar presente em todas as situações:
“Art. 3º. Os conselheiros, diretores
e empregados das EFPC devem manter e promover conduta permanentemente pautada por elevados padrões éticos e de integridade, orientando-se pela defesa dos direitos dos participantes e assistidos
dos planos de benefícios que operam e impedindo a utilização da entidade fecha-da de previdência complementar em prol de interesses conflitantes com o alcance de seus objetivos.
Parágrafo único. É recomendável a
ins-tituição de código de ética e conduta, e sua ampla divulgação, inclusive aos participantes e assistidos e às partes relacionadas, assegu-rando-se o seu cumprimento.”
Este trabalho apresenta uma codificação das principais normas éticas e regras de conduta que devem ser adotadas pelas Entidades Associadas do
SINDAPP - Sindicato Nacional das Entidades
Fechadas de Previdência Complementar e da
ABRAPP - Associação Brasileira das Entida-des Fechadas de Previdência Complementar
que, frequentemente, se deparam com dúvidas e considerações de ordem moral diante de fatos con-cretos, sem ter, entretanto, a pretensão de esgotar o tema ou substituir os códigos de cada entidade.
Este Código é orientativo, tendo como objeti-vo fixar os compromissos do Sistema Fechado de Previdência Complementar, como resultado de am-pla discussão promovida pela Comissão de Ética do
SINDAPP, visando promover a previdência complemen-tar com ética e responsabilidade. Cumprindo este papel, entretanto, o Código para o sistema não substitui os có-digos adotados individualmente pelas Entidades.
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A observância das recomendações deste Código, ao lado das melhores práticas de governança, contribuirá para o fortalecimento e desenvolvimento do Sistema Fechado de Previdência Complementar e significa, também, a concordância da Associada em submeter-se aos princípios e regras contidas neste Código. De outro lado, considerando que o SINDAPP entende ser necessária a adoção de códigos individuais, sua Comissão de Ética não substitui os procedimentos internos de cada Entidade, na avaliação, julgamento e adoção de medidas saneadoras, nem servirá de instância recursal. Fica à Comissão a tarefa de divulgar, interpretar e aplicar as normas do Código, de acordo com seu Regimento Interno.
PRINCÍPIOS
“O conhecimento ético traz à tona questões polêmicas e demarca um le-que de opções para enfrentá-las. Se for convertido em eixo das estratégias empresariais, pode evitar o conforto da benevolência ou a preguiça da omissão.”
(Roberto Henry Srour)
São princípios éticos do Sistema Fechado de Pre-vidência Complementar:
1. A dignidade da pessoa humana, os
va-lores sociais do trabalho e da livre iniciativa,
e a redução das desigualdades sociais são
os princípios fundamentais do Sistema Fechado de Previdência Complementar e devem orientar os atos dos membros de seus órgãos de administração.
2. O cumprimento da legislação, dos
esta-tutos e dos regulamentos dos planos de bene-fícios deve ser objetivo permanente dos dirigentes das Entidades Fechadas de Previdência Complementar.
3. As práticas de governança devem ser
compromisso de gestão.
4. A boa gestão e a lealdade para com o
sistema fechado de previdência complementar de-vem se manifestar nas relações com patrocinadores, instituidores, participantes, assistidos, empregados e prestadores de serviços.
5. Integridade, equidade, transparência, diligência, independência, probidade, boa-fé
e competência técnica e gerencial devem estar
presentes em todos os níveis de administração e atuação do sistema fechado de previdência complementar.
CONDUTAS
“( . . . ) N ã o d e c i d i m o s o u d e s c o b r i m o s a i m p o r t â n c ia d e relac io namento s p o rque já no s
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encontramos dentro deles. Eles são a condição de nossa existência de um modo muito semelhante à condição da água para a existência do peixe. Consequentemente, com bastante naturalidade, nossas ações assumem significados éticos na medida em que têm algum impacto sobre o desenvolvimento e manutenção de relacionamentos.”
(Dwight Furrow)
1. As Entidades Fechadas de Previdência Comple-mentar filiadas à ABRAPP e ao SINDAPP adotarão este Código e deverão atuar junto aos seus órgãos de administração para observância do mesmo.
1.1. Para os fins de aplicação deste Código, são membros dos órgãos de administração os diretores e os membros dos conselhos delibera-tivo e fiscal.
1.2. O SINDAPP e a ABRAPP poderão
fir-mar convênio específico para ampliação do uni-verso de entidades submetidas a este Código.
2. No exercício das suas funções, os membros dos órgãos de administração devem observar os princípios deste Código, aplicando-as nas suas ações, especialmente:
2.1. zelar por sua reputação pessoal e
profissional;
2.2. empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento individual e profissional;
2.3. manter conduta ilibada em todas as situ-ações, granjeando confiança e respeito;
2.4. decidir, em qualquer circunstância, em prol da solução que considere o bem estar social do conjunto de participantes e assistidos de cada plano de benefícios;
2.5. Promover ações para garantir o futuro
dos participantes e assistidos em face de infortú-nios cobertos pelos regulamentos dos planos de benefícios da entidade que administra.
2.6. zelar pela imagem institucional do siste-ma fechado de previdência complementar.
3. São deveres dos membros dos órgãos de administração das Entidades Fechadas de Previ-dência Complementar:
3.1. colaborar com o Estado nas ações de de-fesa e proteção dos interesses dos participantes e assistidos dos planos de benefícios;
3.2. prestar contas das suas decisões e delibera-ções, adotando adequado sistema de informações;
3.3. manter conduta diligente e adequada
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garantidores dos planos de benefícios;
3.4. contribuir para a permanente higidez
econômica, financeira e administrativa da en-tidade fechada de previdência complementar e dos planos de benefícios por ela operados;
3.5. determinar a aplicação dos recursos ga-rantidores de cada plano de benefícios levando em consideração as suas especificidades, visando a manutenção do necessário equilíbrio econômi-co-financeiro entre os seus ativos e o respectivo passivo atuarial e as demais obrigações;
3.6. zelar pela promoção de elevados pa-drões éticos na condução das operações relativas às aplicações dos recursos garantidores de cada plano de benefícios, observando os princípios e regras dos códigos de ética e conduta do mer-cado e demais parceiros de negócios.
3.7. pautar-se pela transparência de seus
atos de gestão;
3.8. exercer suas funções visando os interesses da entidade, dos participantes ou dos assistidos;
3.9. cumprir a Lei, o estatuto e os
regula-mentos dos planos de benefícios;
3.10. eximir-se de praticar atos de liberalidade à custa da entidade ou dos planos de benefícios;
3.11. ser leal no exercício das suas funções, proporcionando o exercício regular de direitos de qualquer órgão, entidade, empregado, participante ou assistido;
3.12. avaliar todas as situações que possam caracterizar interesses conflitantes com o alcance dos objetivos da entidade;
3.13. abster-se de adotar posições estranhas ao objeto da Entidade Fechada de Previdência Complementar, causando influência nas deci-sões de interesse da entidade, do empregado, do participante ou do assistido;
3.14. abster-se de adotar conduta como
ins-trumento de domínio, pressão ou de menosprezo a qualquer órgão, entidade, empregado, partici-pante ou assistido;
3.15. observar princípios e regras inerentes aos direitos individuais, coletivos ou sociais con-sagrados na Constituição Brasileira.
4. Constituem atos contrários a este Código, pra-ticados por membros dos órgãos de administração da Entidade Fechada de Previdência Complementar:
4.1. descumprir os preceitos da legislação
da previdência complementar fechada e deste Código ou ser conivente com infração aos seus princípios e regras;
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4.2. causar, dolosa ou culposamente,
dano, moral ou material, a participantes e as-sistidos dos planos de benefícios, à entidade, aos patrocinadores;
4.3. solicitar, exigir ou receber, para si ou para terceiros, qualquer vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem;
4.4. usar indevidamente, em proveito pró-prio ou de terceiros, bens, serviços ou créditos da entidade;
4.5. valer-se, em benefício próprio ou de tercei-ros, de oportunidades de negócios de que tenha co-nhecimento em razão do exercício das suas funções;
4.6. permitir ou facilitar:
a) a utilização, por terceiros, de bens, rendas, verbas ou valores da entidade ou do plano de benefícios, contrariamente à Lei, ao estatuto ou regulamentos dos planos de be-nefícios;
b) a alienação, a aquisição ou utilização de bem integrante do patrimônio dos planos de be-nefícios ou da entidade, ou a prestação de ser-viço a ela, contrariando as práticas de mercado;
5. simular ou fraudar escriturações, lançamen-tos, registros, relatórios, pareceres, análises e outras
manifestações ou documentos, com o fim de sone-gar, simular ou falsear informações ou resultados, positivos ou negativos, da entidade ou dos planos de benefícios por ela operados.
Indicação Bibliográfica
Comparato, Fábio Konder
Ética: Direito Moral e Religião no Mundo Moderno Companhia das Letras, São Paulo, 2006
Furrow, Dwight
Ética: Conceitos-chave em Filosofia Artmed, Porto Alegre, 2007
Srour, Roberto Henry
Ética Empresarial: a gestão da reputação Elsevier, Rio de Janeiro, 2003
Aprovado pela AGE - Assembleia Geral Extraordinária, realizada em 10 de Setembro de 2009.