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Palavras chaves: Core; Treinamento Funcional; Musculação; Homens.

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Academic year: 2021

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Estudo comparativo do nível de força isométrica e estabilidade da musculatura do “core” entre indivíduos praticantes de treinamento funcional e de musculação.

Resumo: O presente estudo teve como objetivo verificar e comparar o nível de força isométrica e estabilidade da musculatura do “core” entre indivíduos praticantes de treinamento funcional e de musculação em academia (n=22). Foi utilizado o protocolo do teste de força e estabilidade dos músculos do core de Mackenzie (2005). Dos resultados do teste de Mackenzie (2005) verificou que no grupo 1 (praticantes de musculação) 9% completaram o teste até o último estágio, diferente do grupo 2 (praticantes de treinamento funcional), onde 45,5% completaram o último estágio. É evidenciado que o fortalecimento da musculatura do “core” têm grande importância funcional para atividades do dia-a-dia, manutenção de boa postura corporal e qualidade de vida. Os resultados afirmam que a amostra de indivíduos praticante de treinamento funcional obteve média de força do “core” superior ao outro grupo.

Palavras chaves: Core; Treinamento Funcional; Musculação; Homens.

INTRODUÇÃO

A atividade física deve ser entendida como um comportamento multifacetado ou multidimensional, onde devem ser incluídas variáveis como: duração, freqüência, intensidade e tipo; podendo também ser incluída variáveis como as circunstâncias e os propósitos da atividade física (LOPES & MAIA, 2003).

Movimento de expansão e contração pode ser observado em todo o universo físico. Na forma anatômica, por exemplo, as células se expandem e se contraem , assim como o coração, os intestinos e os pulmões. E assim acontece com todo o corpo humano. (BRITO, 1996)

O termo “exercício funcional” é tão vago como o termo “viver bem”. Para determinar qual exercício é funcional, necessita saber se o resultado do exercício pode ser comparado ao objetivo. (CHECK, 2003)

Para Check (2003) isolar musculaturas em maquinas específicas é funcional para um fisiculturista. Mas mesma tática é inadequada para melhora das habilidades dos movimentos diários das pessoas ou do desempenho de atletas. Sendo que a integração de movimentos é funcional para atletas, mas não para fisiculturistas.

A potência de um atleta, por exemplo, ou sua capacidade de transformar rapidamente energias bioquímicas, é muito maior que de um sedentário. Isso acontece devido seu treinamento, sua vontade; treinamento é trabalho, é esforço. As mesmas energias que um atleta transforma, todas as pessoas as possuem e as transformam. (BRITO, 1996). A capacidade de controle e consciência corporal depende do esforço da pessoa, em se motivar e executar atividades físicas regularmente; capacitando-se então, para o conhecimento dos movimentos que seu corpo é capaz e benefícios inúmeros que conseqüentemente acontecem.

De acordo com Boyle (2004), o treinamento funcional tem como objetivos, a melhora do desempenho atlético, das atividades laborais e das

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atividades diárias do indivíduo. Além de contribuir na prevenção e tratamento de lesões, e reduzir o déficit entre a força absoluta e a funcional.

De acordo com Bliss & Teeple (2005), anatomicamente, o “core” é a musculatura em volta da região lombo-pélvica, incluindo os abdominais, os paraespinhais, os glúteos, musculatura inferior do assoalho pélvico, os abdutores e rotadores laterais do quadril e diafragma. Toda essa musculatura ação direta ou indiretamente acessório extensivo da fáscia toraco-lombar e coluna espinhal, que conecta membros superiores e inferiores. Musculatura do core pode ser isolada com a contração semelhante a uma trituração na qual ativa o reto abdominal e oblíquos. Essa musculatura atua como sinergista para a estabilização da região lombo pélvica.

Segundo Kinzey & Armstrong (1998), estabilidade é um conceito direto; contudo, reforço do core, fusão muscular, estabilização lombo-pélvica e estabilização dinâmica são conceitos similares. Todos esses conceitos são incorporados a definição de estabilidade da musculatura do core. E força do core refere-se à força e resistência dessa musculatura.

Relacionando com características da atividade física, o treinamento funcional apresenta movimentos multiarticulares, multiplanares e de recrutamento dos mecanismos de propriocepção (estabilizadores e neutralizadores), que têm objetivo de facilitar os movimentos do dia-a-dia. Este estudo tem o propósito de verificar e comparar o nível de força isométrica e estabilidade da musculatura do core entre indivíduos praticantes de treinamento funcional e de musculação em academia.

Material e Métodos

Pesquisa teve a amostra formada por 11 praticantes de treinamento funcional do centro de treinamento Consciência Corporal localizado no Lago Sul, e 11 praticantes de musculação da academia Água Vida, localizada no Guará II, Distrito Federal.

A participação foi dada por voluntariado, de homens saudáveis sem nenhuma patologia que poderia influenciar no estudo e não faziam uso de qualquer tipo de esteróides anabolizantes. Faixa etária de idade entre 16 a 37 anos, praticantes das respectivas modalidades de atividade física com período contínuo maior que dois meses.

Os indivíduos fizeram o teste de força e estabilidade dos músculos do core de Mackenzie (2005). Que consiste em verificar a força e estabilidade de ombros, quadril, abdominal, musculatura lombar e musculatura do core. Onde voluntários assumem posição inicial de apoio nos cotovelos sobre os ombros, os antebraços apoiados no chão, e apoio nas pontas dos pés.

Balança de plataforma da marca Camry com precisão de carga de 100g foi utilizada para a obtenção de dados relativos ao peso corporal, fita métrica junto à parede para obtenção de dados da altura corporal, e cronometro utilizado para cronometrar cada estágio do teste.

Teste leva o máximo de tempo de três minutos, sendo que o individuo mantém a posição inicial por 1 minuto, a partir disso, retira do solo um dos braços e o mantém levantado por quinze segundos, nos próximos quinze segundos volta o braço à posição inicial e será levantado o outro pelo mesmo tempo. Retornando o braço à posição inicial e por quinze segundos matem um

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dos pés levantado, logo depois o outro nos próximos quinze segundos. Com dois minutos de teste um pé e um braço do lado oposto são levantados por mais quinze segundos, e depois os outros dois membros. Nos últimos trinta segundos do teste é finalizado após retorno à posição inicial até completar os três minutos de teste.

Os estágios são baseados na manutenção do alinhamento postural e o não desequilíbrio apoiando-se no solo (anexo 2). Desvio leve do alinhamento quando se é levantado um dos membros do corpo é aceito. Teste é parado quando os membros, tronco ou outras partes do corpo saem deliberadamente do alinhamento inicial ou desistência do indivíduo testado.

Pontuação do indivíduo foi marcada referente ao estágio anteriormente completado. De 13 a 15 segundos em cada estágio é somada uma pontuação, com mais de 16 segundos ou entrando em outro estágio é somada mais outra pontuação de acordo com a tabela escalonar (anexo 1). A pontuação máxima do teste equivale a 28 pontos no total.

Resultados

A amostra foi distribuída em dois grupos, o grupo 1 (G1) formado por praticantes de Musculação e o grupo 2 (G2) formado por praticantes de Treinamento Funcional. Não há diferenças significativas relacionadas à idade, altura e o peso corporal dos dois grupos. No entanto; foi utilizado o Teste T de Student não pareado, relacionado ao valor do teste de força e estabilidade dos músculos do core de Mackenzie (2005), e existiu diferença estatística significativa (p<0,05).

Tabela 1. Caracterização da amostra - médias e desvios-padrão de idade, altura, peso corporal

e pontuação do core test do grupo 1 (musculação) e do grupo 2 (treinamento funcional).

Variável Grupo 1 Grupo 2

(n = 11) (n = 11) X S X S Idade (anos) 24,3 6,1 26,2 5 Altura (metros) 1,73 0,04 1,74 0,06 Peso ( kilogramas) 73,3 7,6 76,4 5,5

Pontuação Core Test 15,4* 7,2 22,1* 5,9 * - Diferença estatística significativa (p<0,05)

Praticantes de treinamento funcional obtiveram pontuação média mais próxima ao da pontuação máxima (Tabela 1), comparado aos praticantes de musculação que obtiveram valor médio no teste de 15,4 pontos.

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A distribuição dos valores freqüências (Figura 1) mostrou a diferença percentual relativa a cada estágio completo alcançado pelos indivíduos. Foi evidenciado que a maioria dos indivíduos do grupo 2 conseguiram chegar ao último estágio do teste, equivalente ao valor máximo de 28 pontos no total. Ao contrário do grupo 1, que sua maioria chegou apenas ao estágio intermediário de número 6 com 36% do seu total de indivíduos.

Figura1. Distribuição de valores freqüências de praticantes de musculação (Grupo 1) e

praticantes de Treinamento Funcional (Grupo 2) de acordo com estágio completo alcançado no teste.

Discussão

Em um estudo de investigação Borghuis et. al.(2008) diz que atividades proprioceptivas e desafiadoras durante as atividades do treino, por exemplo, fazendo uso de superfícies instáveis, leva a uma crescente ação sobre os músculos do tronco, melhorando a estabilidade e o equilíbrio do core. Resultando um melhor desenvolvimento do controle e da coordenação neuromuscular.

Corroborando como estudo de Borghuis et. al.(2008) o presente estudo demonstra maior força e controle dos músculos do “core” em praticantes de treinamento funcional, onde utilizam normalmente em diversos exercícios bases de instabilidades unidas à execução de movimentos.

De acordo com Akuthota & Nadler (2004), fortalecimento do “core” tornou-se uma tendência importante na reabilitação. Sendo na sua essência, uma descrição do controle muscular em torno da coluna lombar necessário para manter a estabilidade funcional. O fortalecimento dessa musculatura promove um regime preventivo, como forma de reabilitação ou melhora de

rendimento físico.

Sendo o treinamento do “core” uma boa medida preventiva de acordo com o estudo de Akuthota & Nadler (2004). Seria então mais indicado o treinamento funcional a musculação para pessoas que têm como objetivo a

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melhora de resultados em relação a desempenho atlético ou à prevenção, não incluindo o desempenho de atletas de fisiculturismo.

Bliss & Teepler (2005) em seu estudo de revisão mostraram que os exercícios de fortalecimento e estabilidade do “core” são essenciais componentes no programa de treinamento para atletas de todos os níveis. Os músculos do “core” agem como uma ponte entre os membros superiores e inferiores. A força feita pelos membros é transferida para o “core”, que pode ser chamado de núcleo de força. Afirmando então que um programa de treinamento deve começar com exercícios que isolam os músculos específicos do “core”, e deve evoluir para incluir movimentos complexos e incorporar outros princípios do treinamento.

Relacionando com a pontuação média alcançada pelos grupos testados (tabela 1), mostra que praticantes de treinamento funcional têm consideravelmente mais força isométrica e estabilidade do “core” que praticantes de musculação. Para atletas amadores ou profissionais, o treinamento que utiliza de princípios de fortalecimento, equilíbrio corporal e treinamento do “core” apresenta mais vantagens motoras específicas do desporto que apenas treino de musculação.

Conclusão

Os resultados encontrados neste estudo mostraram que os grupos comparados apresentaram diferenças significativas em relação à força isométrica e estabilidade da musculatura do “core”. Conclui-se que o treinamento funcional utiliza e exercita mais a musculatura do “core” do que a musculação. Conseqüentemente a amostra de indivíduos praticante de treinamento funcional obteve média de força superior ao outro grupo.

É evidenciado que o fortalecimento da musculatura do “core”, que ocorre em grande parte dos exercícios físicos de treinamento funcional, têm grande importância funcional para atividades do dia-a-dia, manutenção de boa postura corporal e qualidade de vida, além da possibilidade de exercícios específicos no treinamento de praticantes de esportes.

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ANEXO 1. TABELA ESCALONAR DO TESTE DE FORÇA E ESTABILIDADE DOS

MÚSCULOS DO CORE DE MACKENZIE (2005).

Estágios 13-15 seg. Pontos + 16 seg. Pontos Tempo Comentários Estágio 1

1 0 1 min. Manter 60 segundos

Estágio 2

1 1 1:15 Retira braço direito do solo (manter por 15 segundos) Retorna

Estágio 3

1 1 1:30 Retira braço esquerdo do solo (manter por 15 segundos) Retorna

Estágio 4

2 1 1:45 Retira perna direita do solo (manter por 15 segundos) Retorna

Estágio 5

2 2 2 min. Retira perna esquerda do solo (manter por 15 segundos) Retorna

Estágio 6

3 2 2:15 Retira braço esquerdo e perna direita do solo (manter por 15 segundos) Retorna Estágio

7

3 2 2:30 Retira braço direito e perna esquerda do solo (manter por 15 segundos)

Estágio 8

3 3 3 min. Retorna a posição inicial e mantém por 30 segundos.

ANEXO 2. REPRESENTAÇÃO DOS ESTÁGIOS DO TESTE DE FORÇA E ESTABILIDADE

DOS MÚSCULOS DO CORE DE MACKENZIE (2005).

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Referência Bibliográfica

AKUTHOTA, V.; NADLER, S.F. Core Strengthening. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation , 2004.

BLISS, L. S.; TEEPLE, P. Core stability: The Centerpiece of Any Training Program. Currents Sports Medicine Reports, 2005.

BORGHUIS, J.; HOF, A.L.; LEMMINK, K. A. M. P. The Importance of Sensory-Motor Control in Providing Core Stability: Implications for Measurement and Training. Sports Medicine, 2008.

BOYLE, M. Funcional training for sports. Human Kinetics, 2004.

BRITO, C. L. C. Consciência Corporal. Sprint Editora – Rio de Janeiro, 1996

CHECK, P. Funcional Exercise from the Inside Out. ECA Convention, New York, 2003

KINZEY, S.J.; ARMSTRONG, C.W. The reliability of the star-excursion test in assessing dynamic balance. Journal of Othopaedic & Sports Physical Therapy, 1998.

LOPES, V. P.; MAIA, J. A. E. Atividade Física nas Crianças e Jovens. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, 2003.

Referências

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