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MERCOSUL SOB OS NOVOS GOVERNOS NEOLIBERAIS

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MERCOSUL SOB OS NOVOS GOVERNOS NEOLIBERAIS

Aluno: Alexander Ferreira Pires Junior

Orientadora: Andrea Ribeiro Hoffmann

Introdução

Esse trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre o regionalismo

latino-americano, e foca as políticas externas da Argentina e do Brasil para a região após a chamada

‘virada para a direita’. A ascensão de governos nacionalistas e antiglobalistas é uma tendência

internacional, destacando-se o crescimento dos partidos de extrema-direita na Europa e a

eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, e não se configurou como exceção na América

Latina. Em maior ou menor grau, os recém-eleitos governos do Cone Sul vêm demonstrando

um novo tipo de comportamento de política externa, o que está tendo consequências sobre o

regionalismo latino-americano, tema que será explorado neste trabalho.

Dados este contexto e objetivos, o presente trabalho configurou dois recortes de análise;

o primeiro foi limitar a região estudada para o MERCOSUL. Como Brasil e Argentina são as

principais forças motores do bloco, tanto politicamente quanto economicamente, as suas

políticas externas têm uma consequência desproporcional para esta organização regional. Um

exemplo recente da relevância dos dois países foi a conclusão do acordo União

Europeia-MERCOSUL, que embora não seja objeto de análise, já que é muito recente, não pode deixar

de ser notado [7]. A mudança de comportamento do Brasil e Argentina também pode ser notada

em relação à UNASUL e à PROSUL, que embora também não vão ser incluídas neste trabalho,

devem ser mencionadas. Não só Argentina e Brasil, mas outros países denunciaram o tratado

da UNASUL com o objetivo de se retirar da organização, e foi-se dada uma nova prioridade na

nova organização criada, o Foro para o Progresso da América do Sul (PROSUL). Cabe um certo

tempo de observação para que se possa fazer qualquer análise sobre essa nova organização, mas

cabe ressaltar que com mecanismos institucionais mais flexíveis, e uma das justificativas para

a saída dos países sendo a questão “ideológica”, já é possível prever o espaço desta nova

organização no cenário latino-americano, e como ele se relaciona profundamente com o que

vem sendo discutido aqui, mas tampouco será um ponto frontal de análise [6] [12].

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O segundo recorte é o foco na questão da ideologia político-econômica dos novos

governos, que, argumenta-se, pode ser caracterizado como neoliberal e conservador. Sobre este

aspecto, é importante ressaltar que muitas vezes os discursos não são lineares, com relação a

uma continuidade de plano de governo. Pouco depois da eleição de Jair Bolsonaro, em outubro

de 2018, Paulo Guedes, então considerado como um dos homens mais poderosos do novo

governo, agora ministro da economia, disse que o “MERCOSUL não seria prioridade”. As

declarações em veículos oficiais mais recentemente atribuem maior importância ao

MERCOSUL, tanto quanto pela “vitória” do acordo de comércio com a União Europeia, tanto

quanto pela aproximação de Argentina e Brasil, relacionamento que historicamente já é forte,

mas que pode estar sendo visto por outras perspectivas. A ascensão de novas perspectivas

políticas, aliadas a fortes crises econômicas vem favorecendo uma nova visão da parceria

Argentina-Brasil. As críticas à Venezuela, por exemplo, vêm aproximando os novos governos.

O trabalho se estrutura da seguinte forma: as duas primeiras sessões trarão aportes para

a análise das mudanças das políticas externas dos governos de Macri na Argentina e Bolsonaro

no Brasil, realizada na terceira sessão. A primeira sessão apresentará um breve histórico das

políticas externas de Argentina e Brasil, e a segunda sessão discutirá o papel da China na

América Latina. Por fim, o trabalho apontará algumas conclusões e expectativas para o futuro.

As Políticas Externas do Brasil e Argentina para a região

A política externa brasileira, frequentemente caracterizada pela forte atuação e

independência do Itamaraty vem sendo posta em xeque. Um exemplo quase caricatural é a

possível nomeação do Deputado Eduardo Bolsonaro, filho do atual presidente, para o cargo de

embaixador em Washington. Apesar do Deputado Federal ter atingido os requisitos mínimos

para a nomeação para o cargo, uma série de ressalvas são feitas. Além da mais clara acusação

de nepotismo, outro ponto é a falta de experiência em atuações diplomáticas de Eduardo.

Considerado o posto mais importante da diplomacia brasileira, a indicação de uma pessoa

inexperiente, além das declarações pró-Trump contradizerem as credenciais de um embaixador

de procurar as melhores posições para o governo brasileiro, e não para o americano [1] [8].

Uma análise mais aprofundada da política externa do governo Bolsonaro precisa ser

contextualizada em um período histórico maior de forma a explicitar os padrões de continuidade

e ruptura. Desta forma, o período analisado se inicia no governo Lula. No entanto, dada

limitação do escopo deste trabalho, serão destacadas apenas algumas orientações mais

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relevantes. Ademais, alguns trechos históricos serão citados de um trabalho prévio deste autor

apresentado anteriormente no PIBIC, onde se tratava da política brasileira dos governos Dilma

e Temer.

Assim, segue em seguida um breve histórico de análise da história recente da política

externa brasileira:

“O primeiro passo a se dar para se compreender se houveram mudanças estruturais da política externa do governo Dilma para o atual governo é analisar quais são as diretrizes e sustentações de pensamento da política externa da presidenta. Para tal, será feito uma brevíssima comparação do governo Dilma com o de Lula, seu predecessor, já que grande parte dos autores considera este período como determinante da base das diretrizes do governo Dilma.

O governo Dilma herdou de Lula algumas estratégias de política externa, como por exemplo: uma trajetória revisionista das instituições internacionais, uma atuação ativa em fóruns multilaterais colocando-se como representante dos países do Sul global, e uma orientação proativa para a dimensão sul-americana. Entretanto, isso foi diminuindo em capacidade e tamanho, mesmo que as linhas gerais se mantivessem as mesmas, e que os próprios formuladores de decisão também fossem os mesmos [23] (pg.25).

Um dos fatores para este processo gradual foi a diminuição do papel da diplomacia presidencial e de seu papel como elemento incentivador e equilibrador de diferentes visões de política externa, que havia acontecido durante o governo de Lula. A diplomacia presidencial foi abandonada, ou teve seu importância consideravelmente diminuída. Em contrapartida, questões econômicas de curto prazo teriam voltado a ocupar um papel central na política externa em detrimento de ações políticas de projeção internacional e de um comportamento estratégico mais geral [23] (pg.27).

(…) A forma como se entende a política externa e como ela vem mudando ficam um pouco mais perceptíveis agora no governo Temer, e isso será objeto de discussão posteriormente, mas é imprenscindível notar que isso já estava em mudança no próprio governo Dilma. “Ao longo do primeiro mandato de Rousseff as posições que vinculam autonomia com integração regional não se fortaleceram do ponto de vista de suas bases de sustentação política e material. No segundo mandato, as forças que optam por uma maior inserção nos mercados “globais” tem presença importante no governo.” [3] (pg.144). (…) De fato, os mecanismos de independência e autonomia são fatores que são em parte contraditórios ao almejado desejo de integração regional, mas que ao mesmo tempo o julgam necessário. Essa balança tênue de interesses, mas agora em detrimento do projeto de integração regional, como já explicitado, começa no governo Dilma e se expande posteriormente. Bressan argumenta que a conduta do governo brasileiro se atrela a uma lógica realista, de preservação irrestrita da soberania nacional, enfraquecendo a consolidação regional necessária para aprofundar o regionalismo sul americano. Portanto, a diplomacia brasileira desde o governo Lula desenvolveu uma retórica integracionista evidenciada pela criação da UNASUL e demais instâncias regionais, mas desprovida de demonstrações práticas, tais como investimentos maciços em projetos comuns que beneficiem os parceiros sul-americanos. A autora ainda vai além e diz que há uma quebra, uma desarticulação. “A ruptura

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no discurso de Rousseff denota a desistência da intenção nacional em desempenhar liderança regional dado o custo deste papel a partir da lógica pragmática da diplomacia ativa e diversificada de sua administração.” (…) O governo Temer procurou diferenciar a forma como tratava a questão da Venezuela. A busca pela autonomia foi reorganizada, mas há traços de continuidade e ruptura, em uma complexa formação. Matias Spektor, citado por Júnior e Saraiva (pg.315)” argumenta que “Serra está usando chumbo grosso porque quer marcar posição de força no novo governo e, para isso, precisa sinalizar uma ruptura profunda com o governo Dilma”. Da mesma forma, houve resposta dura contra o Secretário-geral da UNASUL, Ernesto Samper, que chegou a aventar a possibilidade de acionamento da cláusula democrática da organização contra o Brasil: “tais juízos e interpretações do Secretário-Geral são incompatíveis com as funções que exerce e com o mandato que recebeu”. [15] (pg.315).”

“[10] (Pgs. 2-4).”1

Essa configuração da história da política externa apresenta alguns pontos necessários

para se discutir. Primeiro, que o processo que vimos a apontar nesse trabalho como uma nova

visão, novas retóricas, mesmo que sejam muito mais exageradas e incisivas, fazem parte de um

processo histórico que vem acontecendo ao longo dos dois últimos governos, ganhando uma

fraca projeção inicial no governo Dilma, e se fortalecendo no governo Temer, e é importante

apontar que não é um projeto anômalo que foi pensado a partir de nada, e sim, que pode ser

visto como uma continuidade na ruptura. Ou seja, que se os últimos anos vêm sendo de ruptura

com o que se apresentava antes, o atual governo vem trilhando esse mesmo caminho, e o

aprofundamento de uma maneira mais bruta.

Antes de passar para a política externa argentina, se faz necessário discutir alguns

aspectos de suas relações com o Brasil. Por mais que se argumente aqui nesse trabalho que

atualmente os países tem uma relação mais próxima, dados interesses comuns, é importante

ressaltar a relação não foi sempre sem atritos.

“A crise econômica argentina de 2001 e a baixa disponibilidade do governo estadunidense de George W. Bush (2001-2009) em prestar auxílio ao país para que este saísse da crise provocou uma reorientação da política externa argentina. A partir de então, o Brasil passa a ser visto como “companheiro fiel”, dado que o país defende que a Argentina perante a crise, alegando que o vizinho continua sendo seu parceiro nos marcos do Mercosul. Na Argentina é defendido que a aliança com o Brasil seja não só econômica, mas política, e que os dois países passem a construir um projeto comum de integração regional que considere também o âmbito político. Com a posse dos governos

1 Para maiores informações acerca da temática, consultar o trabalho original, disponível em:

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de Néstor Kirchner (2003-2007) na Argentina e de Luís Inácio Lula da Silva (2003-2011) no Brasil, ambos de orientação heterodoxa e contrários ao alinhamento automático com os EUA, as relações entre os dois países evoluem consideravelmente, sendo as iniciativas de integração política em âmbito regionais intensificadas. O Mercosul adquire nova importância no cálculo argentino, ultrapassando os limites meramente econômicos para tornar-se uma iniciativa política de considerável importância.“([14] pg.11)

Assim, se inicia o maior dinamismo nas relações dos países, que se intensificou com a

percepção mútua desenvolvimentista que tinha começado com Perón na década de 40/50, e que

se retomou com os governos Kirchners nos anos 2000, em detrimento de uma visão

ocidentalizada que considerava a Argentina como pertencente ao “primeiro mundo”, mais

próximo da Europa do que de seus vizinhos latinos. Esse foi um ponto primordial para a

mudança de percepção das identidades, que levaram a maiores simetrias no processo político

regional.

“Aparentemente há uma divergência nas concepções de Brasil e Argentina sobre como a cooperação regional deveria ocorrer, tendo em vista que o Brasil resiste a uma institucionalização profunda e à cessão de soberania. A posição brasileira seria decorrente de uma leitura realista do sistema internacional que não conceberia a possibilidade de amenização da soberania (Pinheiro, 2000, p. 312) e levaria à priorização do intergovernamentalismo e a cautela para que a integração regional não escape do controle do Estado-Nação (Vigevani; Aragusuku, 2014, p. 171) Por outro lado, no caso argentino, há a defesa de maior institucionalização e há maior proximidade a uma noção de cooperação e integração regional condizente com a cessão de soberania, ao menos em âmbito discursivo (Cortes e Creus, 2010, p. 367).

Isso desencadeou um descompasso entre ambos os países no início da década de 2000, sendo que o projeto brasileiro de expandir a integração regional para o âmbito sul-americano, em detrimento da proposta de aprofundamento, não foi bem aceito pela Argentina. Tal situação foi agravada porque o Brasil não priorizou a Argentina, ou tentou articular posições, mas buscou liderar o projeto sul-americano de maneira individual, o que, na interpretação argentina, não seria coerente com o status de aliados estratégicos de ambos os países (Cortes e Creus, 2010, p. 376).”([11] pg.53)

Percebe-se uma priorização das iniciativas regionais por parte da Argentina como forma

de dar maior voz ao país, e contrapor a relativa hegemonia do Brasil, que embora favorecesse

o regionalismo latino-americano, ou sul-americano, não se comprometia profundamente com o

mesmo institucionalmente. Isso reforça a discussão da política brasileira autonomista x

soberanista, com a Argentina sendo um aparente contraponto a essa posição hegemônica

regional brasileira, mas que ao final vem sendo mais alinhada com o Brasil.

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Por fim, se trará uma perspectiva plural sobre as ambições e projeções dos governos

argentinos sobre o MERCOSUL, principalmente, para que se mostre com justiça as diferentes

vertentes que se fazem da política externa argentina. É importante destacar que diferentemente

do Itamaraty, a chancelaria argentina não tem um papel tradicionalmente preponderante no

processo de formulação de política. Órgãos do legislativo dispõe de grande controle na

nomeação de cargos, e o Ministério da Economia detém em geral grande peso nas decisões

internacionais. É argumentado que a diplomacia argentina é mais conjuntural do que contínua,

como poderia ser descrita a brasileira ([13] pg. 741-742). Não existe assim um quadro fixo de

referência para se tratar dos temas de política externa, e com isso, são mais flutuantes. Dito isso,

cabe agora apresentar os principais grupos de reflexão da política exterior argentina:

“Em termos gerais, as visões sobre o Mercosul dividiram-se em três grupos, que tiveram como referência duas correntes de pensamento econômico mais freqüentes no país durante o período. Em termos estritamente econômicos, a principal divergência está situada entre os chamados ortodoxos (de corte mais liberal) e os heterodoxos. Esta coexistência de diferentes visões sobre o bloco contribuiu para a falta de precisão de seus objetivos, assim como para o que Malamud (2005) chama de uma diferença entre o Mercosul existente e o Mercosul que se deseja. As Diferentes Percepções na Argentina sobre o Mercosul.

Os ortodoxos defendem a abertura unilateral e indiscriminada da economia, que propõe o desenvolvimento de um menor número de setores produtivos, que detenham, entretanto, maiores vantagens comparativas e possam ter uma inserção mais forte no mercado internacional. Com isto, dão preferência a áreas de livre-comércio em detrimento de uniões aduaneiras. Neste caso, os acordos de comércio são julgados pelas criações e desvios de comércio que comportam em seu interior, e por quanto o acordo em si favorece uma maior abertura das economias de seus Estados-membros ao exterior. Os heterodoxos, por seu turno, preferem políticas estatais destinadas a promover o desenvolvimento industrial com enfoque setorial. Defendem que a união aduaneira dá aos países-membros um acesso preferencial aos mercados do bloco que pode, por si, gerar mais benefícios para os parceiros do acordo. Em relação à economia doméstica, esta visão propõe um modelo mais orientado para a preservação e ampliação da base industrial (GONÇALVES; LYRIO, 2003).

Baseando-se nesta abordagem da economia, os heterodoxos defendem o avanço da coordenação de políticas macroeconômicas e a introdução de uma agenda industrializante no interior do Mercosul. Com ênfases diferentes, pragmáticos como Bouzas (2003), Chudnovsky e López (2000), Lavagna (1997) e Peña (2006a) fazem referência ao tema. Isto significaria, por um lado, a unificação de posições nas negociações econômicas internacionais tanto nos marcos jurídicos doMercosul quanto eminstâncias multilaterais como as negociações para formação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) ou a Organização Mundial do Comércio (OMC). Por outro lado, significaria uma integração estratégica de recursos que assegurasse o desenvolvimento

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dos setores produtivos, junto com a incorporação à agenda do bloco da questão distributiva e de acesso às oportunidades (LAVAGNA, 1997). O fim das assimetrias entendidas como diferenças nas políticas de incentivos para a industrialização também seria um passo importante. Os heterodoxos de caráter mais progressista secundam esta perspectiva, mas dando no geral menos ênfase à dimensão econômica.

Em termos políticos, existem três visões diferentes. A primeira, de caráter liberal, coincidente com a corrente ortodoxa na economia, dá preferência a manter com o Brasil basicamente relações econômicas e buscar aproximar-se dos Estados Unidos em termos políticos. Por um lado, esta perspectiva identificou, durante os anos 1990, o mundo sob o predomínio de uma potência que, dada a sua gravitação, deveria ser o aliado fundamental. Por outro lado, o Brasil é identificado como um país com um projeto de liderança individual autônomo que dificulta uma aproximação de posições (RUSSELL; TOKATLIAN, 2003).

Entre os heterodoxos, encontram-se duas posições diferentes: pragmáticos e progressistas (MALAMUD; CASTRO, 2007). Dentro da percepção da importância da atuação do Estado e do bloco na promoção do desenvolvimento industrial de seus países-membros, os pragmáticos defendem um enfoque prioritariamente econômico de um Mercosul que produza benefícios econômicos para o país e no qual a institucionalização será bem-vinda somente se aumentar sua eficácia neste campo. Os benefícios trazidos pela integração que atendam a interesses concretos nacionais e/ou setoriais atuariam como cimento do processo e iriam definindo a evolução do bloco. Os pragmáticos têm maior preocupação com o fortalecimento de procedimentos técnicos e com a integração funcional, que possam agregar eficiência ao processo (MALAMUD; CASTRO, 2007).

Para os progressistas, por sua vez, a principal preocupação deve ser política. O processo de integração, neste caso, tem uma perspectiva de longo prazo de caráter estratégico vis-à-vis terceiros Estados. Os progressistas entendem que o processo de integração fortaleceria a posição da Argentina no concerto de nações (SIGAL, 2006). Com base na idéia defendida por Deutsch (1982, p. 269) de certo grau de identidade comum generalizada ou lealdade comum generalizada, propõem um Mercosul cuja base seja uma identidade comum. Neste caso, a ênfase está na participação da sociedade civil e no fortalecimento da parte institucional do bloco, com destaque para instituições como um Parlamento que, por sua vez, fortaleceria o desenvolvimento da democracia regional e de uma cidadania mercosulina. Criticam a ênfase comercial que foi dada ao bloco a partir de 1991 (MALAMUD; CASTRO, 2007).

Em relação à possibilidade de uma aliança estratégica com o Brasil, tanto pragmáticos quanto progressistas são favoráveis, mas dando destaque a dimensões diferentes.” ([9] pg. 737-740).

Em resumo, nesta sessão argumenta-se que apesar das configurações históricas distintas

das chancelarias brasileira e argentina, as pressões de grupos externos e outros setores

governamentais têm tido um papel determinante na política externa destes países. Ainda assim,

a política externa argentina pode ser caracterizada como mais conjuntural do que a brasileira.

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A influência da China no regionalismo latino-americano

A China vem se demonstrando nos últimos anos como um ator mais do que primordial

na análise da atual conjuntura latino-americana em função de seu peso nos investimentos

externos e fluxos comerciais. A aproximação tanto argentina quanto brasileira da Aliança do

Pacífico é muito favorecida pela presença crescente do país no continente. Assim, é necessário

entender o papel da economia chinesa para entender o seu papel na cadeia econômica

americana, e quais são as possíveis consequências políticas para o regionalismo

latino-americano e o MERCOSUL.

“Fifteen years ago, China was an unknown economic player in Latin America, with the exception of Chile. Today, in 2015, China is the biggest trading partner of Chile, Brazil, Uruguay and Peru, and the second biggest trading partner of Argentina and Venezuela (Sevares, 2015; Cepal, 2015; Observatorio América Latina Asia Pacífico).

The structure of trade between China and its productive model integrated into the world capitalist economy stimulates the growth of other economies by creating a virtuous circle of investment, production and market. However, structurally, these commercial, financial and investment networks involving Latin America are just “functions” of Chinese development; that is to say, the logic that determines and sustains their respective dynamics responds to China’s development model, not to a model of industrial development of its Latin American periphery.

China’s demand for raw materials fits in with the regional offer. This situation, though, has led to a primary-export specialization in Latin America. The process of trade primarization is a result of two mechanisms: the core-periphery bilateral matrix and the fact that China is replacing Latin American manufactured exports in third markets. Thus Latin American economies are being pulled by the dynamics of foreign trade, creating dependency on the driving core economies. ([2] pg.31-32)

Com o desenvolvimento da indústria chinesa, os mercados latino-americanos voltaram

a se fortalecer na posição de exportadores primários, levando a um processo que vem ocorrendo

nos últimos anos no Brasil e Argentina de “desindustrialização”, o que acarreta no longo prazo

de uma maior dependência chinesa no continente no futuro. Cabe destacar que a presença dos

grandes membros do MERCOSUL na Aliança do Pacífico e de sua incumbência diplomática

para a China ainda é insuficiente, mas cabe aumentar para o futuro.

“In contrast, participants characterized the institutional frameworks aimed at promoting cooperation between China and Latin America as insufficient, with overall limited institutional capacities. Regarding the Forum of China and the Community of Latin American and Caribbean States (CELAC), for example,

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participants indicated that there are limitations associated with the absence of permanent structures, even though this institution represents an important tool to facilitate Chinese dialogue with the region. Additionally, the Chinese interest in regional integration initiatives, such as the Pacific Alliance, was noted as being cautious and limited – despite the strong rhetoric in the region about the Alliance’s growing importance for Asia. The limited Chinese interest in regional groups is associated with China’s overall preference to develop its trade and investment policies through bilateral understandings with individual countries. For that reason, some participants argued that it would be unrealistic to consider that the creation of broader institutional frameworks in Latin America could be an effective strategy to gain leverage in negotiations with China.”

([4] pg.10)

A análise desenvolvida nesta sessão aponta para a necessidade de se discutir as possíveis

mudanças nas relações da Argentina e Brasil com a China no novo contexto político. Em

particular, é importante analisar o impacto do alinhamento da política externa brasileira do

governo de Bolsonaro com os Estados Unidos, especialmente no contexto da disputa comercial

entre este país e a China, e quais seriam as consequências destas mudanças sobre o

MERCOSUL. Estas questões serão desenvolvidas a seguir.

Mudanças ocorridas nas políticas externas de Brasil e Argentina

As mudanças nas políticas externas da Argentina e do Brasil começaram a se definir ao

no contexto das crises econômico-financeira global, que começou a afetar a região no decorrer

da década de 2010. A política externa anunciada pelo governo Temer e seu primeiro chanceler,

José Serra, foi definida como de “desideologização”. Podem-se adicionar a isso os escândalos

de corrupção com as grandes nacionais brasileiras de construção civil, como a Odebrecht; a

crise instaurada na Venezuela e a projeção de novos grupos regionais, como a Aliança do

Pacífico ou mesmo a participação de outros países, como China ([3] pg.12).

Sanahuja ([3] pg.112-113) descreve em seu trabalho algumas descrições e análises sobre

os presidenciáveis brasileiros de 2018, fazendo a descrição de certos grupos, e analisando os

espectros políticos dos mesmos. Com isso, o então ‘presidenciável’ Bolsonaro apresentou a

seguinte proposta:

“Em outras palavras, há duas imagens espelhadas: o Bolsonaro fortemente antiglobalização, contrário à migração, nacionalista, com grandes semelhanças com Donald Trump; e o defensor ferrenho da globalização, de mente aberta, pró-EUA e promarcado a todo custo, uma imagem provavelmente ligada ao candidato ultraliberal do ministro da Fazenda, que recentemente promoveu, Paulo Guedes. A média de ambos é em média 4

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pontos onde, na realidade , praticamente ninguém o localiza. Certamente Bolsonaro combina essas duas imagens simultâneas e, de acordo com as alianças e coalizões de apoio sócio-político e militar que ele constrói, posiciona-se em um lugar ou outro, do mais forte defensor ou o mais feroz atacante de uma inserção internacional do Brasil em uma chave globalista.” “(Tradução nossa) .2 ([3] pg.117)”

A dicotomia do governo Bolsonaro, pelo menos teoricamente, se apresenta também nas

mais recentes declarações bilaterais e regionais. Por mais que o presidente e figuras ligados ao

alto escalão do governo façam declarações contrárias aos Direitos Humanos, a democracia,

entre outros valores historicamente defendidos pela diplomacia brasileira, em declarações

oficiais e conjuntas, esses valores ainda são perseguidos em alguns âmbitos, embora de forma

cada vez menor. Apresentar o que de fato é a diplomacia brasileira atualmente ainda é um

desafio, justamente por ela se mostrar mais em facetas contraditórias do que contínuas.

“Por sua vez, a proposta de Jair Bolsonaro tem poucas referências diretas à política externa. Mas, como Junqueira (2018) aponta, há aspectos de sua proposta programática geral que nos permitem pensar em algumas linhas possíveis nessa área. A idéia de soberania aparece repetidamente, mesmo em referência ao fortalecimento das Forças Armadas e encontra uma variedade de questões como a desideologização da política externa. O comércio aparece como um vetor-chave, no qual a redução de tarifas e outras barreiras não-tarifárias emergem como instrumentos para obter esse resultado. Sob o título «O novo Itamaraty», o programa Bolsonaro afirma:

A estrutura do Ministério das Relações Exteriores precisa estar a serviço de valores que sempre foram associados ao povo brasileiro. A outra frente será fomentar o comércio exterior com países que possam agregar valor econômico e tecnológico ao Brasil. Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como eua, Israel e Itália. Não mais faremos acordos comerciais espúrios ou entregaremos o patrimônio do Povo brasileiro para ditadores internacionais. Além de aprofundar nossa integração com todos os irmãos latino-americanos que estejam livres de ditaduras, precisamos redirecionar nosso eixo de parcerias. Países, que buscaram se aproximar, mas foram preteridos por razões ideológicas, têm muito a oferecer ao Brasil, em termos de comércio, ciência, tecnologia, inovação, educação e cultura. Ênfase nas relações e acordos bilaterais.

2 Original: “En otras palabras, existen dos imágenes especulares: el Bolsonaro fuertemente antiglobalización,

contrario a las migraciones, nacionalista, con grandes semejanzas con Donald Trump; y el Bolsonaro partidario acérrimo de la globalización, aperturista, proestadounidense y promercado a ultranza, imagen probablemente unida al ultraliberal candidato a Ministro de Hacienda que ha promovido últimamente, Paulo Guedes. El promedio de ambos es una media de 4 puntos donde, en realidad, prácticamente nadie lo ubica. Seguramente Bolsonaro conjugue esas dos imágenes simultáneas y, según las alianzas y coaliciones de apoyo sociopolítico e incluso militar que construya, se posicione en uno u otro lugar, desde el más firme defensor o el más enconado atacante de una inserción internacional del Brasil en clave globalista.”

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Uma leitura geral do programa Bolsonaro permite projetar uma imagem congruente com os dados lançados pela consulta dos acadêmicos brasileiros: há propostas que mostram uma forte ênfase liberalizante, mas outras aproximam-se do perfil de um novo patriota. O armamento do governo, dadas as características centrais do presidencialismo da coalizão brasileira, possivelmente determinará qual será a dinâmica pendular entre esses dois Bolsonaros, ou se um deles finalmente será predominante sobre o outro.” (Tradução nossa) 3 ([3] pg.123-124).

O processo de integração do MERCOSUL enfrenta então algumas questões, que

precisam ser discutidas. A questão da cadeia industrial e econômica regional, que ainda não é

tão eficiente, o profundo impacto da China nas economias locais, a aproximação política em

temas sociais e políticos, como o conservadorismo e nacionalismo; a questão da Venezuela; a

ortodoxia econômica, além da base histórica de amizade entre os povos. Como fica o

regionalismo nisso tudo? Será a integração regional e o MERCOSUL ainda necessários para as

economias do Brasil e da Argentina? Ou será que existirão pressões não só internas como

regionais para que o MERCOSUL e outras instituições latino-americanas sejam repensadas,

remodeladas, ou até mesmo substituídas, como foi o caso da UNASUL?

“Numa situação tão turbulenta como a atual, o aprofundamento da integração regional não é uma opção, mas um imperativo. Juntamente com a África, a América Latina e o Caribe, possuem as menores taxas de comércio intra-regional do mundo. Apenas 16% de suas exportações, em termos de valor, vão para a própria região, uma proporção bem abaixo de 50% registrada no leste

3Original:

Por su parte, la propuesta de Jair Bolsonaro tiene pocas referencias directas a la política exterior. Pero,

como señala Junqueira (2018), hay aspectos de su propuesta programática general que nos permiten pensar algunas posibles líneas en esta área. La idea de soberanía aparece de forma reiterada, incluso en referencia al fortalecimiento de las Fuerzas Armadas y se encuentra con asuntos variados como la desideologización de la política exterior. El comercio aparece como un vector clave, en el que la reducción de aranceles y otras barreras no arancelarias emergen como instrumentos para obtener este resultado. Bajo el título «O novo Itamaraty», en el programa de Bolsonaro se señala:

A estrutura do Ministério das Relações Exteriores precisa estar a serviço de valores que sempre foram associados ao povo brasileiro. A outra frente será fomentar o comércio exterior com países que possam agregar valor econômico e tecnológico ao Brasil. Deixaremos de louvar ditaduras assassinas e desprezar ou mesmo atacar democracias importantes como eua, Israel e Itália. Não mais faremos acordos comerciais espúrios ou entregaremos o patrimônio do Povo brasileiro para ditadores internacionais. Além de aprofundar nossa integração com todos os irmãos latino-americanos que estejam livres de ditaduras, precisamos redirecionar nosso eixo de parcerias. Países, que buscaram se aproximar, mas foram preteridos por razões ideológicas, têm muito a oferecer ao Brasil, em termos de comércio, ciência, tecnologia, inovação, educação e cultura. Ênfase nas relações e acordos bilaterais.

Una lectura general del programa de Bolsonaro permite proyectar una imagen congruente con los datos arrojados por la consulta a académicos brasileños: hay propuestas que muestran un fuerte énfasis liberalizador, pero otras lo aproximan al perfil de nuevo patriota. El armado del gobierno, dadas las características centrales del presidencialismo de coalición brasileño, condicionará, posiblemente, cuál será la dinámica pendular entre estos dos Bolsonaros, o si uno de ellos finalmente será predominante sobre el otro.”

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da Ásia e na América do Norte, e 64% na União Européia. Da mesma forma, as ligações produtivas entre os países da região são, em geral, escassas e fracas. As razões são múltiplas, incluindo - entre outras - o vasto tamanho da região (mais de 20 milhões de quilômetros quadrados), sua geografia complexa e infra-estrutura deficiente (transporte, comunicações, energia e digital), dotações semelhantes de recursos naturais de vários países da América do Sul e a atração da economia dos EUA sobre o México, a América Central e o Caribe.

(…) A redução do peso da própria região no comércio exterior latino-americano é muito preocupante, porque o mercado regional é o mais propício para a diversificação produtiva e exportadora que os países da América Latina e do Caribe necessitam urgentemente. Para a maioria deles, a região é o mercado para o qual uma maior variedade de produtos é exportada e também o principal destino das exportações de manufaturados. Da mesma forma, a maioria das empresas exportadoras da América Latina, especialmente as PMEs, depende do comércio intra-regional para sobreviver e crescer. O mercado regional também é essencial para obter economias de escala e aprendizado que permitam que os países da América Latina e do Caribe se tornem mais competitivos internacionalmente.”4

([5] pg.17-18.)

Cabe perguntar se esse processo é fruto único de pressões econômicas, como é mais

notório no caso argentino, ou se as mudanças sociais e culturais nas duas sociedades estão sendo

de fato determinantes para as mudanças políticas dos países.

“Centeno and Cohen (2012) rightly argue that neoliberalism is not inevitable. They speak instead of neoliberalism as ‘an arc’ in time and space. They identify its various ‘stumbles’, focusing above all on the crisis at the centre of the global political economy after 2008 and suggest that, despite ‘alternatives’, neoliberal ideas ‘continue to shape post-2008 policy’ (Centeno and Cohen, 2012: 318). The real reason for its survival, they suggest, lies not in its

4Original: En una coyuntura tan turbulenta como la actual, profundizar la integración regional no es una opción

sino un imperativo. Junto con África, América Latina y el Caribe presenta los menores índices de comercio intrarregional del mundo. Apenas el 16% de sus exportaciones, en términos de valor, se dirigen a la propia región, una proporción muy por debajo del 50% queregistran Asia oriental y América del Norte, y del 64% de la Unión Europea. Asimismo, los encadenamientos productivos entre países de la región son, en general, escasos y débiles. Las razones son múltiples, incluidas —entre otras— el vasto tamaño de la región (más de 20 millones de kilómetros cuadrados), su compleja geografía y deficiente infraestructura (de transporte, comunicaciones, energía y digital), las dotaciones similares de recursos naturales de varios países sudamericanos y la atracción que ejerce la economía estadounidense sobre México, Centroamérica y el Caribe.

(…) El reducido peso de la propia región en el comercio exterior latinoamericano es muy preocupante, porque el mercado regional es el más propicio para la diversificación productiva y exportadora que los países de América Latina y el Caribe requieren con urgencia. Para la mayoría de ellos, la región es el mercado al que se exporta una mayor variedad de productos y además el principal destino para las exportaciones de manufacturas. Asimismo, la mayoría de las empresas exportadoras latinoamericanas, en especial las pymes, dependen del comercio intrarregional para sobrevivir y crecer. El mercado regional es también fundamental para alcanzar economías de escala y de aprendizaje que permitan a los países de América Latina y el Caribe hacerse más competitivos internacionalmente

.

(13)

13

economic achievements, which after all are very few, but in its cultural and political supremacy, which leads politicians and societies to make ‘a set of unacknowledged choices’ framed and informed by neoliberal ideas”. ([9], pg.10).

Conclusões e expectativas para o futuro

Com esse último comentário em mente, o trabalho deixa ao leitor julgar quais são as

consequências da emergência dos novos governos neoliberais para o regionalismo

latino-americano, e em particular, para o MERCOSUL. As previsões para o futuro ainda não são

claras, com o acordo com a União Europeia ainda sendo um ponto de interrogação, assim como

a influência da China e dos Estados Unidos neste novo contexto econômico e geopolítico. Ainda

assim, este trabalho buscou argumentar que apesar das incertezas do contexto contemporâneo,

a análise histórica das políticas externas da Argentina e do Brasil para o regionalismo, e mais

precisamente, para o MERCOSUL, aponta para algumas mudanças, mas também algumas

continuidades. Apesar das diferenças do papel dos Ministérios de Relações Exteriores de

ambos países, fatores estruturais externos e grupos econômicos domésticos parecem ter um

papel preponderante nas novas orientações para o MERCOSUL.

Por fim, cabe ao autor desse trabalho um comentário final acerca do que foi discutido

aqui. Por mais que as questões econômicas tenham sido amplamente discutidas e sejam o

principal expoente da influência chinesa, é cada dia mais importante se ater as questões sociais

e históricas, como a democracia, o estado de direito e os direitos humanos. Assim, esse trabalho

não é completo em se ater a todas as essas questões, mas que seja um início para o

aprofundamento da correlação entre o regionalismo e questões sociais recorrentes nas políticas

nacionais. Se o MERCOSUL foi fundado por princípios democráticos, e os momentos mais

dramáticos da organização se derivaram de situações relativas à democracia e o estado de

direito, que essa pedra angular não seja perdida e deixada de ser a base do que cremos como a

política latino-americana regional.

Referências

[1] BOECKEL, Cristina. “Brasil enviou aos EUA a sugestão do nome de Eduardo Bolsonaro

como

embaixador,

diz

chanceler”.

G1.

2019.

Disponível

em:

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/26/brasil-enviou-aos-eua-a-sugestao-do-nome-de-eduardo-bolsonaro-como-embaixador.ghtml

(14)

14

[2] BERNAL-MEZA, Raúl. China and Latin America Relations: The Win-Win Rhetoric. JCIR

Special Issue. 2016. Disponível em:

https://journals.aau.dk/index.php/jcir/article/view/1588

[3] BURIAN, Camilo López; CAETANO, Gerardo; LUJÁN, Carlos. El Brasil de Bolsonaro,

las orientaciones posibles de su política exterior y el futuro del regionalismo en Sudamérica.

Revista Uruguaya de Ciencia Política. Vol.28 No.1 Montevideo, Jun. 2019. Disponível em:

http://www.scielo.edu.uy/scielo.php?pid=S1688-499X2019000100095&script=sci_arttext

[4] CEBRI. VIII Meeting of the permanent working group of analysis on China. China in Latin

America. 2018. Disponível em:

http://midias.cebri.org/arquivo/Asia_8Reuniao.pdf

[5] CEPAL. La convergencia entre la Alianza del Pacífico y el MERCOSUR: Enfrentando

juntos

un

escenario

mundial

desafiante.

2018.

Disponível

em:

https://www.cepal.org/es/publicaciones/43614-la-convergencia-la-alianza-pacifico-mercosur-enfrentando-juntos-un-escenario

[6] COMUNICADO DE PRENSA. La Argentina se retira de la UNASUR. 2019. Disponível

em:

https://www.cancilleria.gob.ar/es/actualidad/noticias/la-argentina-se-retira-de-la-unasur

[7] FIGUEIREDO, Janaína. Análise: acordo Mercosul e UE é vitória política para Brasil e

Argentina. O Globo. 2019. Disponível em:

https://oglobo.globo.com/economia/analise-acordo-mercosul-ue-vitoria-politica-para-brasil-argentina-23771443

[8] G1. Entenda as regras para indicação de embaixadores. 2019. Disponível em:

https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/12/entenda-as-regras-para-indicacao-de-embaixadores.ghtml

[9] GRUGEL, Jean; RIGGIROZZI, Pia. Neoliberal disruption and neoliberalism’s afterlife in

Latin America: What is left of post-neoliberalism?. Critical Social Policy 1-20. Mar. 2018; pg.

547–566

[10] JUNIOR, Alexander Ferreira Pires. A Política Externa Brasileira para a Venezeuela:

Ruptura ou Continuidade?. PIBIC Online. 2018. Disponível em:

http://www.puc-

rio.br/pibic/relatorio_resumo2018/relatorios_pdf/ccs/IRI/IRI-%20Alexander%20Ferreira%20Pires%20Junior.pdf

[11] MILANI, Lívia Peres. A Cooperação Regional desde uma perspectiva Argentina:

Mudanças de concepção e reações frente a projetos brasileiros. Boletim de Economia e

Política Internacional, n. 21, Set./Dez. 2015, p.45-58. Disponível em:

http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/6475/1/BEPI_n21_Coopera%C3%A7%C3%A3

o.pdf

(15)

15

[12] NOTA 91. Denúncia do Tratado Constitutivo da União de Nações Sul-Americanas

(UNASUL).

2019.

Disponível

em:

http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/20291-denuncia-do-tratado-constitutivo-da-uniao-de-nacoes-sul-americanas-unasul

[13] SARAIVA, Miriam Gomes. As Diferentes Percepções na Argentina sobre o Mercosul.

Contexto Internacional – vol. 30, no 3, Rio de Janeiro, set/dez 2008, p.735-775. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/cint/v30n3/05.pdf

[14] SARAIVA, Renato; SCHERER, Caroline. Os impactos da Inserção da China na América

do Sul sobre as relações Brasil-Argentina e o MERCOSUL (2011-2014). Revista Conjuntura

Global.

set/dez

2017,

p.6-18.

Disponível

em:

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