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O tomateiro 50 anos de contribuições da Associação Brasileira de Horticultura

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Academic year: 2021

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5969

O tomateiro – 50 anos de contribuições da Associação Brasileira de

Horticultura

Nozomu Makishima1

1

Sócio Fundador da ABH, Embrapa Transferência de Tecnologia - Escritório de Negócios de Campinas, , Campinas-SP, Caixa Postal 6062, CEP 13083-970, e-mail: nozomu@campinas.snt.embrapa.br

RESUMO

Em 2008, o Brasil ocupou a nona posição em produção do tomate. Esta hortaliça é dividida em diversos grupos os quais são organizados de acordo com sua finalidade. O hábito de crescimento do tomateiro pode ser determinado (cultivares destinadas à indústria e para consumo ao natural) e indeterminado (cultivares destinadas para consumo ao natural). A planta é tolerante às variações climáticas, suscetível a inúmeras pragas e doenças. Os sistemas de produção empregados em seu cultivo podem variar de acordo com a finalidade, podendo ser pelo método convencional, sem solo, em ambiente protegido e sistema orgânico. O tomate é um fruto climatério, e após a colheita, diversos procedimentos são realizados antes da comercialização. Para isso, existem legislações e padrões, e informações mínimas definidos por órgãos públicos Federais, Estaduais e Municipais. A Associação Brasileira de Horticultura (ABH) é constituída por profissionais que atuam nas áreas de pesquisa, ensino, extensão rural, produção de mudas, produção para comercialização e empresas de insumos agrícolas. Atualmente, a ABH conta com a Revista Brasileira de Horticultura, sendo que, anteriormente, as publicações eram realizadas nas revistas Olericultura (1961-1963) e Revista de Olericultura (1964-1980). De 1961, ano que foi publicado o primeiro trabalho de tomateiro, até o ano de 2010, foram publicados 389 trabalhos com a cultura. O principal tema explorado nestes, foi a avaliação de cultivares, seguido do melhoramento genético, nutrição/adubação, entre outros. No último Congresso Brasileiro de Olericultura, dos 663 resumos de trabalhos apresentados, 68 se referiram ao tomateiro.

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Hortic. bras., v.29, n. 2 (Suplemento - CD ROM), julho 2011 S5970 ABSTRACT –Tomato - 50 years of contributions of the Associação Brasileira de Horticultura

In 2008 Brazil was in ninth position in the production of tomatoes. This vegetable is divided into several groups which are organized according to their purpose. The growth habit of tomato can be the determined (cultivars for industry and for natural consumption) and the indeterminate (cultivars to natural consumption). Although of tolerance to climate variations, tomatoes are a plant susceptible to pests and diseases. The production systems employed in its cultivation may vary according to the purpose, may be the conventional method, without soil, in greenhouse and organic system. Tomato is a climacteric fruit, and after harvest, many procedures can be performed before to marketing. For this, there are laws and standards, and minimum information defined by federal, state and local organizations. The Associação Brasileira de Horticultura (ABH) is composed of professionals engaged in research, teaching, extension, plant propagation, production and marketing of agricultural inputs business. Currently, ABH has the Revista Brasileira de Horticultura, but, previously, the publications were made in the Olericultura (1961-1963) and the Revista de Olericultura (1964-1980). In 1961, the year it was published the first study of tomato, by the year 2010, were published 389 papers with the culture. The main theme explored in these papers was the evaluation of cultivars, followed by breeding, nutrition / fertilization, among others. At the last Brazilian Congress of Vegetable Crops, among the 663 abstracts presented, 68 were related to tomatoes.

Keywords: Solanum lycopersicum, ABH, publications

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Segundo o levantamento da FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, foram colhidos, em 2008, cerca de 100 milhões de toneladas de tomate pelos 20 principais países produtores. Naquele ano, a China foi o maior, com 33,91 milhões de toneladas, e o Brasil colocou-se na nona posição, com produção de 3,82 milhões de toneladas (FAO,2011).

O tomateiro é produzido em todas as regiões do Brasil. Em 2009, a região Sudeste produziu 1,52 milhão de toneladas e foi seguido pela Centro – Oeste, com 1,49 milhão. O principal Estado produtor, naquele ano, foi Goiás, que produziu 1,43 milhão

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de toneladas, seguido por São Paulo com 730 mil toneladas. Em 1995, foram produzidas 2,72 milhões de toneladas e, em 2009, 4,31 milhões de toneladas. Neste período, além do aumento de 58% na produção, verificou-se que a produtividade cresceu de 43,75 t/ha para 63,76 t/ha, ou seja, um aumento de 45% (IBGE, 2011).

GRUPOS DE CULTIVARES

O tomate é produzido tanto como matéria-prima para indústria de alimentos quanto para consumo ao natural.

As cultivares para indústria, chamadas de tipo italiano, apresentam frutos alongados com peso médio de 150 gramas e coloração vermelha intensa devido ao maior teor de licopeno.

As cultivares para o consumo ao natural apresentam frutos com diversos formatos e pesos. Eles são classificados em: a) cereja, cujo fruto é redondo ou alongado, com peso médio de 10 gramas; b) Santa Cruz, que é redondo/alongado, com peso médio de 150 gramas; c) Salada ou Caqui, redondo/achatado, com peso médio de 200 gramas e d) Italiano, alongado, formato também utilizado para processamento.

O TOMATEIRO

É uma planta que apresenta o sistema radicular pivotante, com a raiz principal que pode alcançar mais de um metro de comprimento e as raízes secundárias radiais que atingem até 0,50 m. A haste é flexível, não suporta o peso dos frutos, mas permite fácil manejo, possibilitando diversos tipos de tutoramento sem sofrer danos. As folhas são formadas por vários folíolos. As inflorescências formam pencas, e as flores são hermafroditas.

No caso das cultivares para indústria, as hastes têm crescimento determinado, ou seja, só crescem até atingirem certo comprimento. Este fato limita o período de florescimento, concentrando a frutificação e consequentemente a maturação e a colheita.

As cultivares cujo fruto é destinado ao consumo ao natural, têm as hastes com crescimento indeterminado, ou seja, continuam crescendo enquanto as condições do clima e tratos culturais forem favoráveis. Assim, os períodos da floração, das frutificações e das colheitas são prolongados, podendo atingir vários meses.

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É uma planta tolerante às variações de temperatura, luminosidade e fotoperíodo, mas sujeita a inúmeras doenças na parte aérea causadas por fungos, bactérias e vírus, e nas raízes também causadas por fungos, bactérias do solo e nematoides. Os insetos-praga causam danos diretos por sugarem a seiva, fazerem galerias nas hastes, nas folhas e nos frutos, e danos indiretos, como transmissores de viroses ou causando danos que facilitam as infecções por fungos e bactérias.

SISTEMAS DE CULTIVO

A produção do tomate para a indústria é feita pelo sistema convencional, ou seja, no solo e a céu aberto, e pode ser totalmente mecanizado, do preparo do solo, colheita e o transporte para a indústria.

Para esta finalidade, utilizam-se cultivares de crescimento determinado e frutos do tipo italiano.

Para a produção do tomate para consumo ao natural, podem-se utilizar as cultivares tanto de crescimento indeterminado quanto determinado, e pelos sistemas: a) convencional; b) sem solo; c) protegido; e d) sistema orgânico.

TRATOS CULTURAIS

Além dos cuidados quanto ao preparo e à correção da fertilidade do solo, é necessário fazer o manejo das plantas com: a) o tutoramento com estacas de madeira ou bambu, fitas ou cordões; b) a amarração da haste no tutor; c) a desbrota; d) o manejo da umidade do solo; e) adubações suplementares, e f) controle fitossanitário.

COLHEITA E PÓS-COLHEITA

O tomate, por ser um fruto climatérico, pode ser colhido no início da fase de maturação ou completamente maduro.

Depois de colhido, várias operações são feitas para a comercialização, tais como: a) a seleção, eliminando aqueles com defeitos ou pelo estádio de maturação; b) a classificação pelo tamanho; c) a embalagem em caixas apropriadas para venda no atacado, e d) com agregação de valores para comercialização no varejo.

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Para ambos os casos existem legislações e padrões, e informações mínimas que devem constar na embalagem, definidos pelos órgãos públicos federal, estaduais e municipais.

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HORTICULTURA

A Associação Brasileira de Horticultura foi fundada em 1961, com o nome de Sociedade de Olericultura do Brasil. A mudança do nome aconteceu em 2004, por força de lei. Ela é constituída por profissionais que atuam nas áreas de pesquisa, ensino, extensão rural, na produção de mudas, na produção para comercialização e empresas de insumos agrícolas.

No início de sua existência, a principal atividade era Reunião Anual de Olericultura, quando eram apresentados os trabalhos de pesquisa e que foram publicados em Olericultura (de 1961 a 1963) e na Revista de Olericultura (de a 1964 a 1980). Com o crescimento constante do número de trabalhos apresentados, a partir de 1975, o evento passou a ser denominado de Congresso Brasileiro de Olericultura, e os trabalhos passaram a ser publicados na Horticultura Brasileira (de 1983 a 2010).

Enquanto Reunião Anual de Olericultura, todos os trabalhos eram apresentados pelos respectivos autores. Quando passou para Congresso Brasileiro de Olericultura, devido ao grande número, os trabalhos passaram a ser apresentados em forma de resumo e publicados como tal nos anais do congresso.

Com o correr dos anos, a quantidade de trabalhos foi aumentando significativamente e então eles começaram a ser apresentados simultaneamente e em painéis agrupados por temas. Os trabalhos completos passaram a ser publicados na Revista Horticultura Brasileira.

O TOMATEIRO E A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HORTICULTURA

O primeiro trabalho de pesquisa com o tomateiro foi realizado por um único autor e foi publicado em Olericultura (1ª Edição - 1961). Em 2010, na Revista Horticultura Brasileira, nas 4 edições do Volume 28, estão publicados 15 trabalhos de tomateiro, de 15 autores e 60 co-autores.

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As três edições da Olericultura contêm 7 trabalhos; as 11 da Revista de Olericultura, 130 trabalhos, e as 77 da Horticultura Brasileira, 252 trabalhos, ou seja, 389 trabalhos sobre tomateiro de 1961 a 2010 da ABH.

Os 7 trabalhos sobre tomateiro constantes na Olericultura são de 7 autores e 4 coautores; os 130 da Revista de Olericultura são de 78 autores e 154 coautores e os 252 da Horticultura Brasileiras são de 172 autores e 413 coautores.

Dos 130 trabalhos sobre tomateiro constantes nas 11 edições da Revista de Olericultura, 20 são de 1 autor; 45 de 2 autorias; 38 de 3 autorias; 18 de 4 autorias; 7 de 5 autorias; 5 de 7 autorias, e 1 de 8 autorias.

Dos 252 trabalhos sobre tomateiro constantes nas 77 edições da Horticultura Brasileira, 3 são de um único autor; 56 de 2 autorias; 57 de 3 autorias; 67 de 4 autorias; 36 de 5 autorias; 15 de 6 autorias; 9 de 7 autorias, e 2 de 9 autorias.

Os principais temas pesquisados nos 389 trabalhos sobre tomateiro foram: avaliação de cultivares - 50 trabalhos; melhoramento – 44; nutrição/adubação – 40; pragas/controle – 37; doenças/controle – 35; fisiologia – 30; colheita/pós-colheita – 22; irrigação – 18; tomate para indústria – 18; economia - 17. Os outros temas foram relacionados a sementes, fitotecnia, produção de mudas, plantas invasoras, sistemas de cultivo, substratos, entre outros.

No 50º Congresso Brasileiro de Olericultura, realizado em Guarapari-ES, em 2010, foram apresentados 663 resumos de trabalhos, dos quais 68 se referiam ao tomate.

AGRADECIMENTOS

Ao paciente e laborioso trabalho da Engenheira Agrônoma Sieglinde Brune, Coordenadora Executiva e Editorial da Revista Horticultura Brasileira, por relacionar as pesquisas com o tomateiro, publicadas em todas as edições das revistas da então Sociedade de Olericultura do Brasil, atual Associação Brasileira de Horticultura.

REFERÊNCIAS

FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. 2011, 04 de maio.

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2011, 30 de maio. Tabela 1216 do

IBGE-Sidra. Disponível em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pib

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