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Questão 1. Questão 2. Resposta

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Academic year: 2021

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(1)

cos, bilhões de pessoas assistem à tentativa do Homem e da Ciência de superar limites. Podemos pensar no entretenimento, na gera-ção de empregos, nos avanços da Ciência do Desporto e da tecnologia em geral. Como es-ses jogos podem ser analisados do ponto de vista da Química? As questões a seguir são exemplos de como o conhecimento químico é ou pode ser usado nesse contexto.

Nos Jogos Olímpicos de Beijing houve uma preocupação em se evitar a ocorrência de chuvas durante a cerimônia de abertura. Uti-lizou-se o iodeto de prata no bombardeamen-to de nuvens nas vizinhanças da cidade para provocar chuva nesses locais e, assim, evi-tá-la no Estádio Olímpico. O iodeto de prata tem uma estrutura cristalina similar à do gelo, o que induz a formação de gelo e chuva sob condições específicas.

a) Sobre a estratégia utilizada em Beijing, veiculou-se na imprensa que “o método não altera a composição da água da chuva”. Res-ponda se essa afirmação é correta ou não e justifique.

b) Escreva a expressão da constante do pro-duto de solubilidade do iodeto de prata e cal-cule sua concentração em mol L−1 numa so-lução aquosa saturada a 25oC.

Dado: A constante do produto de solubilidade do iodeto de prata é 8 3 10, × −17a 25oC.

Resposta

a) A afirmação é incorreta. Uma vez adicionado às nuvens, o iodeto de prata passa a fazer parte da composição da chuva. Por apresentar um bai-xo valor de Kps, podemos considerar que este sal praticamente não se encontra solubilizado na água da chuva, e sim na forma de minúsculos cristais. Por outro lado, a quantidade de AgI usa-da no bombardeamento usa-das nuvens é muito pe-quena em relação à quantidade de água existen-te, de modo que a contaminação da água, na prá-tica, é desprezível.

Como o iodeto de prata se dissocia em íons na proporção de 1 : 1, podemos considerar que as concentrações de Ag+e I−são as mesmas: 8,3 10⋅ −17 =[Ag ]+ ⋅[I ]− =[Ag ]+ 2

[Ag ]+ = 8,3 10⋅ −17 ≅9,1 10⋅ −9mol/L

Como 1 mol de AgI dissocia-se em 1 mol de Ag+ e 1 mol de I−, a concentração do sal em solução é de 9,1 10⋅ −9mol/L.

Fogos de artifício foram utilizados na abertura e no encerramento da Olimpíada de Beijing. Um dos principais efeitos visuais desses fogos é a cor emitida. Freqüentemente, a substân-cia responsável pela coloração é um sólido iô-nico contendo um íon de metal alcalino ou al-calino terroso. O sal, a partir da explosão, recebe energia e sofre várias transformações. Inicialmente o sal passa para o estado gasoso, com a posterior separação dos íons. Depois, es-ses íons no estado gasoso se transformam em espécies neutras, sendo as espécies neutras provenientes dos cátions as responsáveis pelo efeito visual.

a) Equacione a seqüência de transformações que o cloreto de bário sofreria em fogos de ar-tifício, conforme descrito em itálico no texto. b) Observaram-se várias cores na queima de fogos na abertura dos Jogos Olímpicos, entre elas a alaranjada (mistura de amarelo e ver-melho). Suponha que alguém explicasse que essa cor foi obtida pelo uso do composto iôni-co Na Sr2 . De acordo com o conhecimento quí-mico e as informações dadas, essa explicação seria correta ou não? Justifique.

Dados:

Elemento sódio estrôncio

Cor da emissão amarelo vermelho

Questão 1

(2)

Resposta

a) A sequência de transformações sofridas pelo cloreto de bário destacada no texto é:

BaCl2(s) →BaCl2(g) BaCl2(g) →Ba(g)2+ +2 Cl(g)

b) Não. O composto iônico Na Sr2 não existe, uma vez que o metal Sr não forma ânion.

Antes das provas de 100 e 200 metros rasos, viu-se, como prática comum, os competidores respirarem rápida e profundamente (hiper-ventilação) por cerca de meio minuto. Essa prática leva a uma remoção mais efetiva do gás carbônico dos pulmões imediatamente antes da corrida e ajuda a aliviar as tensões da prova. Fisiologicamente, isso faz o valor do pH sanguíneo se alterar, podendo chegar a valores de até 7,6.

a) Mostre com uma equação química e expli-que como a hiperventilação faz o valor do pH sanguíneo se alterar.

b) Durante esse tipo de corrida, os músculos do competidor produzem uma grande quanti-dade de ácido lático, CH CH(OH)COOH3 , que é transferido para o plasma sanguíneo. Qual é a fórmula da espécie química predominante no equilíbrio ácido-base dessa substância no plasma, ao término da corrida? Justifique com cálculos.

Dados: Ka do ácido lático = 1,4 x 10−4. Conside-rar a concentração de H+ = 5,6 x 10−8mol L−1 no plasma.

Resposta

a) O equilíbrio químico que determina o pH san-guíneo pode ser representado pela equação:

CO2(aq) +H O2 ( )l H(aq)+ +HCO3(aq)− A hiperventilação remove CO2 dos pulmões e, consequentemente, da corrente sanguínea, deslo-cando o equilíbrio para a esquerda, diminuindo a concentração de H+e provocando aumento do pH do sangue.

b) A equação química que representa o equilíbrio da ionização do ácido lático é:

CH CH(OH)COOH3 (aq) ácido lático

H CH CH(OH)COO

lactato

(aq)+ + 3 (aq)−

A expressão da constante de ionização do ácido em função das concentrações é:

Ka = ⋅ + − [H ] [CH CH(OH)COO ] [CH CH(OH)COOH] 3 3

Substituindo pelos valores dados, temos: [CH CH(OH)COO ] [CH CH(OH)COOH] 1,4 10 5,6 10 2, 3 3 4 8 − − − = ⋅ ⋅ = 5 10 3 ⋅ Como a razão entre as concentrações de lactato e ácido lático é maior que 1, concluímos que o lactato é predominante no plasma.

Ao contrário do que muitos pensam, a meda-lha de ouro da Olimpíada de Beijing é feita de prata, sendo apenas recoberta com uma fina camada de ouro obtida por deposição eletrolí-tica. Na eletrólise, a medalha cunhada em prata atua como o eletrodo em que o ouro se deposita. A solução eletrolítica é constituída de um sal de ouro (III). A quantidade de ouro depositada em cada medalha é de 6,0 gramas. a) Supondo que o processo de eletrólise tenha sido conduzido em uma solução aquosa de ouro (III) contendo excesso de íons cloreto em meio ácido, equacione a reação total do pro-cesso eletroquímico. Considere que no anodo forma-se o gás cloro.

b) Supondo que tenha sido utilizada uma cor-rente elétrica constante de 2,5 amperes no processo eletrolítico, quanto tempo (em minu-tos) foi gasto para se fazer a deposição do ouro em uma medalha? Mostre os cálculos. Dados: constante de Faraday =

= 96.500 coulomb mol−1; 1 ampere = = 1 coulomb s−1.

Resposta

a) A equação global da reação de eletrólise é: 2 Au(aq)3+ +6 Cl−(aq) ácidomeio 2 Au(s)+3 Cl2(g) b) Cálculo do tempo gasto na deposição: 6,0 g 1 mol Au 197 g Au 3 mol e 1 mol Au m. molar eq. Au ⋅ ⋅ − 1 24 43 qu constante 96 500 C 1 mol e ímica de Faraday 1 24 43⋅ 1 24 43− ⋅ ⋅ 1 ⋅ ≅ 2,5 C 1 in 60 s 59 min s m corrente123 conversão123

Questão 3

Questão 4

(3)

As provas de natação da Olimpíada de Beijing foram realizadas no complexo aquático deno-minado “Water Cube”. O volume de água de 16.000 m3 desse conjunto passa por um du-plo sistema de filtração e recebe um trata-mento de desinfecção, o que permite a recu-peração quase total da água. Além disso, um sistema de ventilação permite a eliminação de traços de aromas das superfícies aquáti-cas.

a) O texto acima relata um processo de sepa-ração de misturas. Dê o nome desse processo e explique que tipo de mistura ele permite se-parar.

b) A desinfecção da água é realizada por sete máquinas que transformam o gás oxigênio puro em ozônio. Cada máquina é capaz de produzir cerca de 240 g de ozônio por hora. Considerando-se essas informações, qual a massa de gás oxigênio consumida por hora no tratamento da água do complexo?

Resposta

a) Trata-se da filtração, processo pelo qual pode-se separar misturas heterogêneas compostas por um sólido disperso em um meio líquido ou gasoso. b) Como o oxigênio é o único reagente e o ozônio é o único produto, pela lei da conservação da massa de Lavoisier, podemos afirmar que na pre-paração de 240 g de ozônio consomem-se 240 g de oxigênio no período de uma hora por cada quina. Como o conjunto é formado por sete má-quinas, a massa de oxigênio consumida no com-plexo será 7240g, ou seja, 1 680 g.

O gás ozônio, empregado como biocida, foi muito utilizado na Olimpíada de Beijing na desinfecção da água do complexo “Water Cube”. Sua estabilidade química depende de alguns fatores, conforme se observa na tabela a seguir. Consta que a temperatura da água das piscinas desse complexo foi mantida a 28 oC para melhorar o desempenho dos atletas, en-quanto o ambiente era mantido a 20oC.

a) Considere que, como medida preventiva, parte do gás ozônio fosse produzida com certa antecedência e estocada em botijões dentro do próprio prédio, para ser utilizada em uma emergência. De acordo com os dados forneci-dos, depois de quanto tempo a concentração desse gás dentro dos botijões seria igual a 1/8 da concentração de quando o botijão foi preen-chido? Justifique sua resposta.

b) A partir dos dados da tabela, o que se pode afirmar sobre a estabilidade do ozônio? Dados Ozônio em fase gasosa Ozônio dissolvido em água Temperatu-ra /oC t1/2 Temperatu-ra /oC t1/2 −50 3 meses 15 30 min. −35 18 dias 20 20 min. −25 8 dias 25 15 min. 20 2 dias 30 12 min. 120 1,5 horas 35 8 min.

t1/2– tempo de meia vida Resposta

a) A cada meia-vida (2 dias a 20oC, temperatura do ambiente descrito) a concentração de ozônio se reduz à metade: x x 2 x 4 x 8 2 dias 2 dias 2 dias

Assim, em 6 dias sua concentração se reduz a1 8 do valor inicial, quando o botijão foi preenchido. b) Quanto maior a temperatura, menor o valor da meia-vida do ozônio, tanto na fase gasosa como na fase aquosa e, portanto, menor sua estabilida-de. O ozônio é mais estável a baixas temperaturas. Além disso, o ozônio dissolvido em água é menos estável do que o ozônio em fase gasosa.

A figura a seguir mostra a solubilidade do gás ozônio em água em função da temperatu-ra. Esses dados são válidos para uma pressão parcial de 3.000 Pa do gás em contato com a água. A solubilização em água, nesse caso, pode ser representada pela equação:

ozônio(g) + H2O(l) → ozônio(aq)

Questão 5

Questão 6

(4)

a) Esboce, na figura apresentada abaixo, um possível gráfico de solubilidade do ozônio, considerando, agora, uma pressão parcial igual a 5.000 Pa. Justifique.

b) Considerando que o comportamento da dis-solução, apresentado na figura abaixo, seja válido para outros valores de temperatura, determine a que temperatura a solubilidade do gás ozônio em água seria nula. Mostre como obteve o resultado.

Resposta a)

A solubilidade de um gás em água aumenta proporcionalmente com a pressão parcial deste em contato com a água, em uma dada tempe-ratura.

b) Considerando-que se trata de uma reta, temos:

coeficiente angular: a= = − − = − Δ Δ S t 22 8 5 30 0,56

equação da reta: (S−S )0 =a(T −T )0 S−22 = −0,56(T −8) Para S =0, vem: 0 22 = −0,56(T 8) T ≅47,3 Co

Um dos pontos mais polêmicos na Olimpíada de Beijing foi o doping. Durante os jogos fo-ram feitos aproximadamente 4.600 testes, en-tre urinários e sanguíneos, com alguns casos de doping confirmados. O último a ser flagra-do foi um halterofilista ucraniano, cujo teste de urina foi positivo para nandrolona, um es-teróide anabolizante. Esse eses-teróide é comer-cializado na forma decanoato de nandrolona (I), que sofre hidrólise, liberando a nandrolo-na no organismo.

a) Na estrutura I, identifique com um círculo e nomeie os grupos funcionais presentes. b) Complete a equação química da reação de hidrólise do decanoato de nandrolona, partin-do da estrutura fornecida.

Resposta a)

(5)

b) A equação da hidrólise é:

O nadador Michael Phelps surgiu na Olim-píada de Beijing como um verdadeiro fenôme-no, tanto pelo seu desempenho quanto pelo seu consumo alimentar. Divulgou-se que ele ingere uma quantidade diária de alimentos capaz de lhe oferecer uma energia de 50 MJ. Quanto disto é assimilado, ou não, é uma in-cógnita. Só no almoço, ele ingere um pacote de macarrão de 500 gramas, além de acompa-nhamentos.

a) Suponha que o macarrão seja constituído essencialmente de glicose (C6H12O6), e que, no metabolismo, toda essa glicose seja trans-formada em dióxido de carbono e água. Con-siderando-se apenas o metabolismo do ma-carrão diário, qual é a contribuição do nada-dor para o efeito estufa, em gramas de dióxi-do de carbono?

b) Qual é a quantidade de energia, em kJ, as-sociada à combustão completa e total do ma-carrão (glicose) ingerido diariamente pelo na-dador?

Dados de entalpia de formação em kJ mol−1: glicose = −1.274, água = −242, dióxido de car-bono = −394.

Resposta

a) A equação química do metabolismo da glicose é: C H O6 12 6 +6 O2 →6 CO2 +6 H O2 Cálculo da massa de CO2: m 500 g C H O 1 mol C H O 180 g C H O CO2 6 12 6 6 12 6 6 12 6 = ⋅ m mol. ar 144424443⋅ ⋅ 6 mol CO ⋅ 1 mol C H O 44 g CO 2 6 12 6 eq química. 144424443 2 2 1 mol CO m molar. 1 244 443 mCO2 ≅733 g

b) Cálculo doΔH de combustão da glicose: ΔHcomb.=

ΔHf prod, . −

ΔHf reag, .

ΔHcomb. = −(( 394 6)⋅ + −( 242 6))⋅ − −( 1 274 1)⋅ ΔHcomb.= −2 542 kJmol−1

Cálculo da quantidade de energia liberada na combustão da glicose (macarrão):

500 g glicose 1 mol glicose 180 g glicose ⋅ m molar. 1442443⋅1442 2 542 kJ 1 mol glicose entalpia de combustão 3 44 ≅ ≅7 061 kJ

Um maiô produzido com material polimérico foi utilizado pela maioria dos competidores de natação em Beijing. Afirma-se que ele oferece uma série de vantagens para o de-sempenho dos nadadores: redução de atrito, flutuabilidade, baixa absorção de água, ajus-te da simetria corporal e melhoria de circu-lação sanguínea, entre outras. O tecido do maiô é um misto de náilon e elastano, esse último, um copolímero de poliuretano e polie-tilenoglicol.

a) A cadeia do poliuretano a que se refere o texto está parcialmente representada abaixo. Preencha os quadrados com símbolos atômi-cos, selecionados entre os seguintes: H, F, U, C, N, O, Sn.

b) O náilon, que também forma o tecido do maiô, pode ser obtido por reações entre diaminas e ácidos dicarboxílicos, sendo a mais comum a reação de hexametilenodiamina e ácido adípico.

Questão 9

(6)

De acordo com essas informações, seria possí-vel utilizar o ácido lático, citado na questão nº 3, para se preparar algum tipo de náilon? Justifique.

Resposta a)

b) Não, pois o ácido lático é um álcool-ácido. Os náilons são poliamidas formadas, por exemplo, a partir de diácidos e diaminas.

O ácido lático poderia formar poliésteres.

Na construção do Centro Olímpico de Tianjin, onde ocorreram os jogos de futebol, o teto foi construído em policarbonato, um polímero termoplástico menos denso que o vidro, fácil de manusear, muito resistente e transparen-te à luz solar. Cerca de 13.000 m2 de chapas desse material foram utilizados na constru-ção.

a) A figura abaixo ilustra a separação de uma mistura de dois polímeros: policarbonato (densidade 1,20 g/cm3) e náilon (densidade 1,14 g/cm3). Com base na figura e no gráfico identifique os polímeros A e B. Justifique. b) Qual deve ser a concentração mínima da solução, em gramas de cloreto de sódio por 100 gramas de água, para que se obser-ve o que está representado na figura a seguir?

Resposta

a) Analisando-se a figura, como o polímero A flu-tua na solução de cloreto de sódio e o polímero B afunda, o polímero A é menos denso que o B, sendo, respectivamente, o náilon e o policarbona-to.

O gráfico mostra ser possível uma solução aquo-sa de cloreto de sódio que separe os polímeros. Esta deve ter densidade maior que a do náilon (1,14 g/cm3) e menor que a do policarbonato (1,20 g/cm3).

b) Conforme discutido anteriormente, a densida-de mínima da solução densida-deve ser um pouco maior que 1,14 g/cm3, o que equivale a uma concen-tração um pouco maior que 3,7 mol NaCl/L, pelo gráfico.

Cálculo da massa total de 1 L de solução: 1 000 cm sol. 1,14 g sol. 1 cm sol. 3 3 ⋅ densidade 1 24 43= 1 140 g sol.

Cálculo das massas de NaCle H O2 presentes em 1 L de solução:

3,7 mol NaC 58,5 g NaC 1 mol NaC 2 l ll 1442443 ⋅ = m molar. 16,45 g NaCl msol. =mNaCl +mH 2O 1 140=216,45 +mH 2O mH 2O =923,55 g H O2

Cálculo da massa de NaCldissolvida em 100 g de H O2 : 100 g H O 216,45 g NaC 923,55 g H O 23,4 g NaC 2 2 ⋅ l ≅ l

Então, a concentração mínima deve ser um pouco maior que 23,4 g NaCl/100 g H O2 .

(7)

Enquanto o jamaicano Usain Bolt utili-zava suas reservas de PCr e ATP para “pas-sear” nos 100 e 200 m, o queniano Samuel Kamau Wansiru utilizava suas fontes de carboidratos e gorduras para vencer a maratona. A estequiometria do metabo-lismo completo de carboidratos pode ser representada por 1CH2O:1O2, e a de gor-duras por 1CH2O:1,5O2. O gráfico 1 mostra, hipoteticamente, o consumo percentual em massa dessas fontes em função do tempo de prova para esse atleta, até os 90 minutos de prova. O gráfico 2 mostra as porcenta-gens de energia de cada fonte em função da %VO2máx.

a) Considere que, entre os minutos 60 e 61 da prova, Samuel Kamau tenha consumido uma massa de 2,20 gramas, somando-se carboi-dratos e gorduras. Quantos mols de gás oxi-gênio ele teria utilizado nesse intervalo de tempo?

b) Suponha que aos 90 minutos de prova Samuel Kamau estivesse correndo a 75 % de seu VO2 máx e que, ao tentar uma “fuga”, passasse a utilizar 85 % de seu VO2máx. Quais curvas (1, 2, 3, 4, 5, 6) melhor representariam as porcentagens em massa de carboidratos e gorduras utili-zadas, a partir desse momento? Justifi-que.

Observações não necessárias à resolu-ção: 1- VO2máx é um parâmetro que expres-sa o volume máximo de oxigênio consumido por quilograma de massa corporal do atleta por minuto sob determinada condição bioquí-mica. 2- Samuel Kamau não tentou a aludida “fuga” aos 90 minutos de prova. 3- Os gráfi-cos são ilustrativos.

Resposta

a) A partir do gráfico 1, temos que, no refe-rido período da prova, o corredor usa cerca de 63%(~ 1,39 g) de carboidratos e 37% (~ 0,81 g) de gorduras.

Então, pode-se calcular quantos mols de gás oxi-gênio foram usados:

Metabolismo dos carboidratos: 1,39 g CH O 1 mol CH O 30 g CH O m. molar 1 mol 2 2 2 ⋅ ⋅ 1442443 O 1 mol CH O estequiometria do metabolismo 2 2 1 244 443 = =4,6 10⋅ −2mol O2

Metabolismo das gorduras: 0,81 g CH 1 mol CH 14 g CH m. molar 1,5 mol 2 2 2 ⋅ ⋅ 1 244 443 O 1 mol CH estequiometria do metabolismo 2 2 1 244 443 = =8,7 10⋅ −2mol O2

Portanto, o consumo total de O2foi de 4,6 10⋅ −2+ +8,7 10⋅ −2 =1,33 10⋅ −1mol O2.

b) As curvas que melhor representam a situação descrita são a 1 e a 6. Isso é verificado porque no gráfico 2 nota-se que um aumento da %VO2máx. implica em uma redução da energia liberada na metabolização das gorduras, ou seja, diminui a massa de gordura utilizada (curva 6). Analoga-mente, ocorre um aumento na massa de carboi-dratos utilizada (curva 1).

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(9)

Após a tomada e o saque de Roma pelos visi-godos, em 410, pagãos e cristãos interroga-ram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da reli-gião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela compa-ração entre os bárbaros virtuosos e os roma-nos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sen-do a luxúria a origem de tosen-dos os seus peca-dos.

(Adaptado de Jacques Le Goff, “Decadência”, em História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.)

a) Identifique no texto duas visões opostas so-bre a queda de Roma.

b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã?

Resposta

a) Segundo o texto, as visões opostas sobre a queda de Roma são dos pagãos e dos cristãos. Para os pagãos foram os maus princípios cristãos e o abandono da religião de Roma que provoca-ram o desastre e o declínio.

Para os cristãos "a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus peca-dos".

b) No início, os seguidores da doutrina cristã fo-ram perseguidos, pois, entre outros aspectos, re-cusavam-se a adorar as divindades da religião ro-mana, apesar das perseguições. O imperador Constantino converte-se ao cristianismo e o Edito de Milão (313) concede liberdade de culto aos cristãos. Em 395, sob o imperador Teodósio, o cristianismo torna-se a religião do Império Roma-no. Portanto o cristianismo foi inicialmente perse-guido, algum tempo depois tolerado e finalmente tornou-se a religião oficial do império.

Os motivos que levaram Colombo a empreen-der a sua viagem evidenciam a complexidade da personagem. A principal força que o mo-veu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as par-tes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada.

(Adaptado de Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin. O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233.)

a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo?

b) O que foram as cruzadas na Idade Média?

Resposta

a) Segundo o texto, Colombo tinha como propósi-to central em sua viagem "um projepropósi-to religioso, dissimulado pelo tema do ouro". Buscava, ainda, reunir recursos para "uma nova cruzada" e assim expandir a fé católica. Baseando-se em obras de Ptolomeu, Marco Polo e Paolo Toscanelli, Cristó-vão Colombo pretendia alcançar as ricas terras do Oriente, navegando para o poente (Ocidente). Obteve auxílio dos reis católicos da Espanha (Fernando e Isabel) e em 12 de outubro de 1492 chegou à ilha de Guanahani (Bahamas), que cha-mou de San Salvador.

b) Chamam-se Cruzadas as expedições militares empreendidas pelos cristãos da Europa Ocidental entre os séculos XI e XIII, com a finalidade de res-gatar Jerusalém e o Santo Sepulcro, em poder dos turcos. Entre os participantes havia elemen-tos com perspectivas de ganho comercial, o que conferiu às Cruzadas também um caráter econô-mico. Fala- se, ainda, nas Cruzadas Ocidentais, ou Guerra da Reconquista, que resultou na expulsão dos muçulmanos da península Ibérica. Em 1208, o papa Inocêncio III pregou uma Cruzada contra os albigenses, também chamados de cátaros, ex-tremamente violenta, que implicou o extermínio fí-sico de populações inteiras.

(10)

A base da teologia de Martinho Lutero resi-de na idéia da completa indignidaresi-de do ho-mem, cujas vontades estão sempre escravi-zadas ao pecado. A vontade de Deus perma-nece sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus pró-prios esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados à salvação e outros à condenação eterna. O essencial de sua dou-trina é que a salvação se dá pela fé na justi-ça, graça e misericórdia divinas.

(Adaptado de Quentin Skinner, As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.)

a) Segundo o texto, quais eram as idéias de Lutero sobre a salvação?

b) Quais foram as reações da Igreja Católica à Reforma Protestante?

Resposta

a) A salvação da alma do fiel, para Martinho Lute-ro (1483-1546), segundo o texto, estaria estrita-mente vinculada à vontade divina, cabendo ao ho-mem apenas a esperança de se salvar a partir de sua fé. Tais ideias podem ser observadas nos ex-certos "A vontade de Deus permanece sempre eterna e insondável" e "a salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas".

b) A Igreja Católica reagiu à Reforma Protestante por meio de uma série de medidas que se torna-ram conhecidas como Contrarreforma ou Reforma Católica, cujos pilares foram: a aprovação dos es-tatutos da Companhia de Jesus (1540), a reorga-nização da Inquisição (o Tribunal do Santo Ofício, 1542), a criação doIndex Librorum Prohibitorum (índice de livros proibidos, 1559) e a reunião do Concílio de Trento (1545).

A união de Espanha e Portugal, em 1580, trouxe vantagens para ambos os lados. Portu-gal era tratado pelos monarcas espanhóis não como uma conquista, mas como um outro rei-no. Os mercados, as frotas e a prata espa-nhóis revelaram-se atraentes para a nobreza e para os mercadores portugueses. A Espa-nha beneficiou-se da aquisição de um porto atlântico de grande importância, acesso ao

comércio de especiarias da Índia, comércio com as colônias portuguesas na costa da Áfri-ca e contrabando com a colônia do Brasil. (Adaptado de Stuart B. Schwartz. Da América Por-tuguesa ao Brasil. Lisboa: Difel, 2003, p. 188-189.) a) Segundo o texto, quais foram os benefícios da união ibérica para Portugal e para a Espa-nha?

b) No contexto da União Ibérica, o que foi o sebastianismo?

Resposta

a) Segundo o texto, para Portugal "Os mercados, as frotas e a prata espanhóis revelaram-se atraentes para a nobreza e para os mercadores portugueses. A Espanha beneficiou-se da aquisi-ção de um porto atlântico de grande importância, acesso ao comércio de especiarias da Índia, co-mércio com as colônias portuguesas na costa da África e contrabando com a colônia do Brasil". b) O último monarca da Dinastia de Avis, D. Se-bastião, aventurou-se na África a lutar contra os infiéis e pereceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos (1578). Em seguida ao seu desapareci-mento, abre-se uma grave crise dinástica e su-cessória, pois o monarca não deixara herdeiro. Abre-se uma disputa entre possíveis pretendentes à sucessão do trono, vencendo o neto pelo lado materno de D. Manuel, o rei Felipe II da Espanha. Inicia-se o período que ficou conhecido como Domínio Espanhol ou União Ibérica (1580-1640), no qual Portugal perde sua independência políti-ca. Face à crise e decadência que se segue sob o Domínio Espanhol, emerge um mito segundo o qual D. Sebastião não morrera e voltaria para "salvar" Portugal, restituindo a dignidade do país e da Monarquia. Esse mito na crença na volta de D. Sebastião ficou conhecido como sebastianismo e chegou a se estender pelo Império Colonial, ecoando no Brasil, por exemplo, até a época da República, quando Antônio Conselheiro, líder messiânico, pregava a volta de D. Sebastião, que iria salvar o Brasil, restaurando a Monarquia e destruindo a República, identificada como "anti-cristo". Assim, o sebastianismo passou a integrar o repertório dos mitos salvacionistas.

No quadro das revoltas ocorridas em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII – entre 1707 e 1736 –, verificamos, em algumas delas, elementos de marcante originalidade, por contestarem abertamente os direitos do

Questão 15

Questão 16

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Rei e envolverem participação ativa de seg-mentos procedentes dos estratos sociais infe-riores.

(Adaptado de Luciano Raposo de Almeida Figueire-do, “O Império em apuros: notas para o estudo das relações ultramarinas no Império Português, sécu-los XVII e XVIII”, em Júnia Furtado (org.). Diálo-gos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino Portu-guês. Belo Horizonte: UFMG, 2001, p. 236.) a) Segundo o texto, quais eram as caracterís-ticas originais apresentadas por algumas re-voltas ocorridas na primeira metade do sécu-lo XVIII?

b) Dê duas características da Inconfidência Mineira que a diferenciam das revoltas ocor-ridas na primeira metade do século XVIII.

Resposta

a) Segundo o texto, como características originais algumas revoltas contestaram "abertamente os di-reitos do Rei" e envolveram a "participação ativa de segmentos procedentes dos estratos sociais inferiores".

b) Diferentemente das rebeliões ocorridas na pri-meira metade do século XVIII, a Conjuração Mi-neira foi um movimento emancipacionista, relacio-nado ao exemplo da independência dos Estados Unidos (1776), a decadência da economia mine-radora e nitidamente republicana, sendo que se afirma que alguns dos conspiradores pretendiam abolir a escravidão.

No ano de 1808, entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico. No caso do Impé-rio Britânico, a proibição teria maior impacto em escala mundial. Enquanto isto, no Impé-rio Português, o porto do Rio de Janeiro tinuaria a comprar escravos da zona con-go-angolana em quantidade cada vez maior. (Adaptado de João Paulo Pimenta & Andréa Slemian, A corte e o mundo. Uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008, p. 82-83.)

a) Segundo o texto, quais as mudanças relati-vas ao tráfico negreiro ocorridas em 1808? b) Quais eram os interesses do Império Britâ-nico na proibição do tráfico negreiro na pri-meira metade do século XIX?

Resposta

a) Segundo o texto, "entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico".

b) Não existe unanimidade entre os especialistas sobre a razões que teriam motivado o Império Bri-tânico proibir o tráfico de escravos na primeira metade do século XIX. Existem aqueles que dão importância aos motivos humanitários – a escravi-dão e o tráfico de escravos eram condenáveis do ponto de vista moral e religioso.

Outra explicação associa-se à ideia de que a Ingla-terra encontra-se em plena Revolução Industrial. Nessa perspectiva, o combate ao tráfico e à pró-pria escravidão teria como motivo subjacente am-pliar mercados consumidores para os manufatura-dos britânicos, ou seja, a perspectiva de um ex-es-cravo tornar-se um assalariado faria o mesmo vir a ser um consumidor de produtos britânicos. Há ainda uma outra versão que chama a aten-ção para o fato de que as colônias britânicas produtoras de açúcar, especialmente no Caribe, não teriam condições de competir em condições de igualdade com outras áreas onde persistisse o tráfico de escravos e a escravidão, daí então de-corria o interesse britânico em combater o tráfico e a escravidão em escala internacional. Provavel-mente cada uma das explicações, à sua maneira, pode ter contribuído no combate ao tráfico e à própria escravidão em épocas diferenciadas e graus variados de importância.

O progresso econômico no Brasil da segunda metade do século XIX acarretou profundo de-sequilíbrio entre poder econômico e poder po-lítico. Na década de 1880, o sistema político concebido a partir de 1822 parecia pouco sa-tisfatório aos setores novos. O Partido Repu-blicano recrutou adeptos nesses grupos sociais insatisfeitos.

(Adaptado de Emília Viotti da Costa, Da monar-quia à república: momentos decisivos. São Paulo: Editorial Grijalbo, 1977, p. 15-16.)

a) Dê duas características do sistema político brasileiro concebido em 1822.

b) Quais as transformações ocorridas no Bra-sil da segunda metade do século XIX que le-varam ao desequilíbrio entre poder econômi-co e poder polítieconômi-co?

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Resposta

a) O sistema político adotado pelo Brasil quando de sua independência em 1822 foi a monarquia, cujas características foram definidas na Constitui-ção outorgada em 1824, dentre as quais podemos citar: o voto censitário e masculino, as eleições in-diretas, a concentração de dois poderes nas mãos do imperador – o Executivo e o Moderador – e o Estado unitário.

b) No século XIX intensificou-se o plantio do café na região do Vale do Paraíba e do Oeste Paulista, dada sua grande valorização no mercado interna-cional, tornando-o o principal produto de exporta-ção brasileiro e criando uma nova elite econômi-ca. Apesar de propostas de reforma, o regime monárquico centralizado mostrou-se pouco per-meável a essas novas elites. Assim, a monarquia foi identificada à centralização, e a república à descentralização. A nova elite adere à causa re-publicana como uma forma de influenciar e fazer do Estado um instrumento de seus interesses.

Nos Estados Unidos da década de 1870, o projeto político sulista de excluir os negros venceu. Os Republicanos Radicais ficaram isolados em sua defesa dos negros e tiveram que enfrentar a oposição violenta do terroris-mo branco no sul. A Ku Klux Klan, formada por veteranos do exército confederado, virou uma organização de terroristas, perseguindo os negros e seus aliados com incêndios, surras e linchamentos. A depressão de 1873 apressou o declínio dos Republicanos Radicais, que sen-tiram a falta do apoio financeiro dos bancos. Para o público, a corrupção tolerada pelos Re-publicanos Radicais agora parecia um des-perdício inaceitável.

(Adaptado de Peter Louis Eisenberg, Guerra Civil Americana. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 102-105.) a) De acordo com o texto, aponte dois fatores que levaram à vitória do projeto de exclusão dos negros no sul dos Estados Unidos após a Guerra da Secessão.

b) Quais foram as causas da Guerra da Se-cessão?

Resposta

a) De acordo com o texto, os fatores que levaram à vitória do projeto de exclusão dos negros do Sul

dos Estados Unidos foram: os republicanos radicais ficaram isolados em sua defesa dos ne-gros; a violência do terrorismo branco no Sul; as perseguições aos negros e seus aliados, com in-cêndios, surras e linchamentos pela Ku Klux Klan; e a crise de 1873, que resultou na falta de apoio financeiro dos bancos aos republicanos radicais. b) Entre as razões da Guerra de Secessão (1861-1865), destacamos a questão da escravi-dão e a política protecionista do Norte em conflito com o liberalismo do Sul.

Desde 1820, o Compromisso de Missouri havia estabelecido um acordo entre escravistas e não-escravistas. Nos territórios anexados, a es-cravidão estaria autorizada ao sul do paralelo 36 30’o e proibida ao norte. Aumentam as rivalida-des entre as partes. Em 1854, os escravistas fa-zem aprovar uma lei que virtualmente abolia o Compromisso de Missouri, estabelecendo que, a partir de então, caberia aos habitantes dos novos estados decidirem por eles mesmos se deveria ou não existir a escravidão.

Os abolicionistas fundam um novo partido, o Repu-blicano, que se coloca contra os escravistas. Esse partido, no poder em 1860 com Abraham Lincoln, presidente, provoca a separação entre o Norte e o Sul.

Destaca-se também o fato de as economias do Norte e do Sul serem diferentes na questão do protecionismo ou do livre-cambismo.

O Norte se caracterizava por uma economia onde predominava a vida urbana, a construção naval, pequenas propriedades e um relativo desenvolvi-mento industrial, portanto defensores de uma polí-tica protecionista. Em contrapartida, no Sul predo-minava uma vida mais rural, o latifúndio, a escra-vidão e a cultura do algodão e do tabaco.

Para a economia do Sul era importante o li-vre-cambismo, assim mantendo o fluxo de seus produtos agrícolas para exportação.

Dessa forma, em 1860, com Abraham Lincoln na presidência, uma política antiescravista e protecionista resultou no movimento separatista dos estados do Sul em relação à União. A guerra inicia-se em abril de 1861.

Na busca de um herói para a República, quem atendeu as exigências da mitificação foi Tiradentes. O busto de Tiradentes idealizado em 1890 era a própria imagem de Cristo. A simbologia cristã apareceu em várias outras obras de arte da época. Mas Tiradentes não era apenas um herói republicano, era um

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rói do jacobinismo, dos setores mais radicais do Partido Republicano. Além do republica-nismo, atribuía-se a Tiradentes um caráter plebeu, humilde, popular, em contraste com a elite econômica e cultural, aproximando-o as-sim do florianismo.

(Adaptado de José Murilo de Carvalho, A forma-ção das almas: imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 57-69.) a) De acordo com o texto, quais os significa-dos associasignifica-dos à imagem de Tiradentes pela propaganda republicana no Brasil?

b) Dê duas características políticas dos pri-meiros governos da república (Marechal Deo-doro e Floriano Peixoto).

Resposta

a) Segundo o texto, "O busto de Tiradentes ideali-zado em 1890 era a própria imagem de Cristo. A simbologia cristã apareceu em várias outras obras de arte da época. Mas Tiradentes não era apenas um herói republicano, era um herói do jacobinis-mo, dos setores mais radicais do Partido Republi-cano. Além do republicanismo, atribuía-se a Tira-dentes um caráter plebeu, humilde, popular, em contraste com a elite econômica e cultural, aproxi-mando-o assim do florianismo".

b) O período que se estende de 1889 a 1894 é conhecido como República da Espada, por desig-nar a época em que a República recém-fundada foi governada sucessivamente pelos militares, os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixo-to.

No período de Deodoro, foi promulgada a Consti-tuição republicana de 1891, que consagrava uma república presidencialista, federativa, com o sufrá-gio universal masculino.

Já o período de Floriano foi caracterizado pelo seu autoritarismo político e pela dura repressão a movimentos que contestavam sua autoridade, bem como a sua intervenção na chamada Revolta Federalista no Sul. Observa-se que nos dois go-vernos ocorrem as Revoltas da Armada, que con-testavam as autoridades constituídas.

À meia-noite de 15 de agosto de 1947, quan-do Nehru anunciava ao munquan-do uma Índia independente, trens carregados de hindus e muçulmanos, que associavam a religião às causas de uma ou outra comunidade,

cruza-vam a fronteira entre a Índia e o novo Pa-quistão, em uma das mais cruéis guerras ci-vis do século XX. Gandhi, profundamente co-movido, começava um novo jejum, tentando a conciliação. Mais tarde, já alcançada a Independência, foram as diferenças entre hindus e muçulmanos que levaram Nehru, primeiro-ministro da Índia, a separar religião e Estado, para que as minorias religiosas, como os muçulmanos, não fossem vitimadas pela maioria hindu.

(Adaptado de Cielo G. Festino, Uma praja ainda imaginada: a representação da Nação em três roman-ces indianos de língua inglesa. São Paulo: Nankin/ Edusp, 2007, p.23.)

a) De acordo com o texto, que razões levaram Nehru a separar religião e Estado, após a Independência da Índia?

b) Quais os métodos empregados por Gandhi na luta contra o domínio inglês na Índia?

Resposta

a) De acordo com o texto, as razões que levaram Nehru a separar religião e Estado estavam asso-ciadas às guerras civis entre grupos religiosos, que levariam as minorias religiosas, como muçul-manos, a serem vítimas da maioria hindu. b) Gandhi, um dos principais líderes na luta contra o colonialismo britânico, usou o método da "deso-bediência civil" ou "resistência pacífica", a não-vio-lência como instrumento de emancipação.

De maneira geral, todos os movimentos anticolo-niais no século XX identificavam a luta emancipa-cionista como sendo uma forma de atingir o pro-gresso. Para Gandhi, a independência da Índia vi-sava à manutenção da tradição naquele país. Não se pode concluir como Gandhi conduziria o país após a separação política, isto é, se a defesa da tradição seria mantida ou se era apenas um meio para se atingir a independência com o apoio de um povo profundamente mergulhado nos valores religiosos da tradição das castas.

De qualquer forma, o método contra o domínio britânico era a resistência pacífica ao colonialis-mo.

O ativista negro Steve Biko, um dos críticos do Apartheid, que vigorou oficialmente na África do Sul entre 1948 e 1990, afirmou:

Questão 22

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Nós, os negros, temos que prestar muita aten-ção à nossa história se quisermos tornar-nos conscientes. Temos que reescrever nossa histó-ria e mostrar nossa resistência aos invasores brancos. Muita coisa tem que ser revelada e seríamos ingênuos se esperássemos que nos-sos conquistadores escrevessem uma história imparcial sobre nós. Temos que destruir o mito de que a nossa história começa com a chegada dos holandeses.

(Adaptado de Steve Biko, I write what I like: a selection of his writings. Johannesburg: Picador Africa, 2004, p. 105-106.)

a) Segundo o texto, por que os negros necessi-tariam reescrever a história da colonização sul-africana?

b) O que foi o regime denominado Apartheid na África do Sul?

Resposta

a) Segundo o texto, os negros necessitam rees-crever a história da colonização sul-africana para mostrar sua resistência aos invasores brancos. Segundo o texto, os conquistadores não seriam capazes de escrever uma história imparcial sobre os negros sul-africanos, bem como é necessário destruir o mito de que a sua história começa com a chegada dos holandeses.

b) Foi o regime institucional de segregação e dis-criminação racial que vigorou na África do Sul, na maior parte do século XX, no qual a maioria negra da população do país foi dominada política e eco-nomicamente por uma minoria branca.

Em 1980, num show comemorativo ao Primei-ro de Maio, o cantor Chico Buarque apresen-tou uma canção intitulada “Linha de Monta-gem”, que fazia referência às recentes greves do ABC:

As cabeças levantadas, Máquinas paradas, Dia de pescar,

Pois quem toca o trem pra frente Também, de repente,

Pode o trem parar.

(http://www.chicobuarque.com.br/letras/ linhade_80.htm)

a) Qual foi a importância das greves do ABC nos últimos anos do regime militar brasileiro, que vigorou de 1964 a 1985?

b) Aponte duas mudanças políticas que carac-terizaram o processo de abertura do regime militar.

Resposta

a) No Brasil, a legislação trabalhista em vigor data, sem grandes mudanças, da época de Getú-lio Vargas (décadas de 1930 e 1940). De maneira geral, pode-se dizer que sua característica princi-pal é colocar o Estado como mediador das rela-ções entre capital e trabalho.

A massa trabalhadora que se forma torna-se im-portante e decisiva para a eleição de políticos e para o fortalecimento de partidos políticos. Criam-se mecanismos de controle social e político dessa massa urbana. E as organizações sindicais se tornam um dos instrumentos mais importantes na relação entre Estado e trabalhadores urbanos. Essa era, e de alguma forma ainda é, uma manei-ra dos detentores do poder exercerem controle sobre as atividades dos trabalhadores urbanos, por intermédio dos sindicatos, que pode ser resu-mida na fórmula: o Estado apoia os sindicatos e, em contrapartida, os sindicatos devem apoiar o Estado.

O regime centralizador e autoritário, imposto pe-los militares, que farejava, encontrava e punia os "comunistas" onde quer que estivessem, não pou-pou, evidentemente, as atividades sindicais. Assim, o antigo pacto Sindicato-Estado teve de ser organizado em outras bases. Foi, portanto, em um contexto econômico caracterizado por uma situação particularmente crítica e em um contexto político determinado pelos militares que se forjaram novas lideranças sindicais.

Para essas novas lideranças tratava-se de de-nunciar e expurgar as antigas e ineficientes lide-ranças, eliminar a imagem de que os sindicatos eram "antros de comunistas" e, ao mesmo tem-po, mediante ações pontuais, mostrar que não estavam interessados em política, e sim em "me-lhorar as condições da classe trabalhadora", posi-cionando-se equidistantes tanto do patronado quanto do Estado.

No plano político, essas novas lideranças asso-ciam-se a setores de oposição ao regime militar e se colocam como anticomunistas para não serem confundidos com as antigas lideranças, o que lhes valeu a aproximação com a chamada Igreja Progressista, provocando um reordenamento nas relações entre sindicatos e Igreja.

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Química – prova rotineira e temática

As questões foram contextualizadas nas Olimpíadas de Beijing e exigiram, principal-mente, conhecimento em Físico-Química (66% das questões).

Novamente, o bom-senso no uso do tempo disponível foi fundamental para o sucesso dos candidatos.

História – abrangente e básica

Comparada à prova do ano anterior, a prova deste ano apresenta um significativo con-traste. Foi abrangente quanto aos tópicos do programa e predominaram questões com um nível básico de complexidade.

As ações pontuais se traduziram principalmente na forma de greves, que passam a ter importância cada vez maior, especialmente nos setores de ponta da indústria metalúrgica do ABC Paulista. Aos poucos, essas greves se estendem para ou-tros setores da atividade econômica e para outras regiões do país.

A eficácia dessas greves conferiu legitimidade e poder a essas novas lideranças, que se tornaram os efetivos interlocutores nas questões que envol-viam Estado, capital e trabalho.

Além disso, essas lideranças contavam com a tru-culência e a falta de sensibilidade política dos mi-litares do poder, que em determinados momentos interferiam nos conflitos trabalhistas de forma de-sastrada e repressiva, fortalecendo-as ainda mais e criando para elas a imagem de eficácia, cora-gem e heroísmo.

Em um contexto de crise econômica, de desgaste político dos militares e de seu modelo político au-toritário, essas greves se constituíram em um dos vários fatores que levaram ao término do regime militar.

b) Entre as mudanças políticas que caracteriza-ram o processo de abertura política no Período Militar, podemos citar:

a Emenda Constitucional nº 11 (13.10.1978), cujas características principais envolveram a re-vogação das medidas de exceção (fim dos atos institucionais) e facilitaram a criação de partidos políticos, assinalando o fim do bipartidarismo;

a Lei de Anistia, em 1979;

as eleições diretas para governadores de Esta-do (1982).

Referências

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