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Eixo Temático: Tecnologias de Informação e Comunicação MATERIAL DIDÁTICO PARA ENSINAR MATEMÁTICA COM TECNOLOGIAS NOS PRIMEIROS ANOS ESCOLARES

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Academic year: 2021

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Eixo Temático: Tecnologias de Informação e Comunicação

MATERIAL DIDÁTICO PARA ENSINAR MATEMÁTICA COM TECNOLOGIAS NOS PRIMEIROS ANOS ESCOLARES

Rosemara P. LOPES – FCT/UNESP – SP (rosemaralopes@gmail.com) Eloi FEITOSA – IBILCE/UNESP – SP (eloi@ibilce.unesp.br) Denise V. M. TAINO – IBILCE/UNESP – SP (denise_vmt@hotmail.com)

Resumo: Neste trabalho, relatamos a experiência de preparo de material didático para o professor que ensina Matemática na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental na rede pública, vivenciada no interior de um projeto mais amplo, que tem como principal objetivo contribuir para a integração das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) em escolas públicas de São José do Rio Preto (São Paulo) e região. Com o relato, buscamos chamar a atenção para as práticas de ensino de Matemática realizadas numa etapa da escolarização que pode ser vista como a base da trajetória escolar do aluno. O material didático ao qual nos referimos são roteiros para uso dos applets e jogos virtuais postados em um blog, no qual também são disponibilizados e-books e vídeos. Adotamos como procedimento metodológico o desenvolvimento do tema em três seções. Na primeira, descrevemos o roteiro para uso de applets e jogos virtuais quanto à estrutura, organização e conteúdo, esclarecendo o que são applets, o que entendemos por roteiro, quem os produz e em quais circunstâncias. Na segunda, descrevemos o local no qual são disponibilizados os applets e jogos virtuais para os quais são produzidos os roteiros. Na terceira, relatamos a realização de uma oficina pedagógica e um curso, em instituições públicas, com professoras de Educação Infantil, nos quais foram utilizados os referidos roteiros. As práticas e materiais descritos convergem para um único fim, qual seja, facilitar o uso das tecnologias pelo professor da rede pública, especificamente o professor que ensina Matemática a crianças pequenas, geralmente licenciado em Pedagogia.

Palavras-chave: Tecnologias, Material didático, Ensino de Matemática.

Introdução

Neste relato pretendemos chamar a atenção para as práticas de ensino de Matemática numa etapa da escolarização que pode ser vista como a base da trajetória escolar do aluno. Para tanto, relatamos uma experiência que consiste no preparo de material didático para o professor da rede pública que ensina Matemática na Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental, realizado no interior de um projeto mais amplo, que tem como principal objetivo contribuir para a integração das

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Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) a escolas públicas de São José do Rio Preto (SP) e região. As NTIC às quais nos referimos são tecnologias microeletrônicas, informáticas e de telecomunicações (TEDESCO, 2004), conjunto do qual priorizamos computador, Internet e softwares.

A experiência relatada consiste na descrição do material didático produzido, do blog ao qual o mesmo é veiculado e de eventos nos quais foi aplicado. As práticas e materiais descritos convergem para um único objetivo: facilitar o uso das tecnologias pelo professor da rede pública, especificamente o professor que ensina Matemática a crianças pequenas (geralmente licenciado em Pedagogia).

A esta introdução seguem-se os campos “Referencial teórico”, no qual explanamos pressupostos subjacentes à experiência relatada; “Experiência desenvolvida”, contendo o relato propriamente dito, nos segmentos “Roteiros para uso de applets e jogos virtuais”, “Blog Matemática Mirim” e “Formação de professores para uso de tecnologias”; “Considerações finais”, em que sintetizamos o exposto.

Referencial teórico

Este referencial inicia tratando da aprendizagem matemática, prossegue abordando brevemente o ensino dos conteúdos dessa área e finaliza mencionando as tecnologias como ferramentas para o ensino dos conceitos dessa área do conhecimento. Atribuímos ao termo “ferramentas” o sentido de instrumentos pelos quais se busca atingir objetivos específicos, instrumentos mediadores em processos de ensino e aprendizagem (COLL; MAURI; ONRUBIA, 2010).

Há tempos, as dificuldades de aprendizagem matemática são objeto de estudo. Na sociedade tecnológica, a assimetria entre a valorização do conhecimento matemático e a acessibilidade ao mesmo pela maioria da população chama a atenção. Segundo Gómez-Granell (2006), ao final da escolaridade obrigatória, a maioria dos alunos não alcança o mínimo de conhecimento necessário.

A autora entende que aprender Matemática é aprender a observar a realidade matematicamente, entrar na lógica do pensamento matemático, usando as formas e os significados próprios dessa área. Desse processo, destaca a linguagem matemática e a escolha metodológica do professor.

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A linguagem matemática e a linguagem do aluno não são coincidentes. Na linguagem do aluno, o sentido das palavras é vago e impreciso. Por exemplo, termos como comprido, estreito, largo, pequeno, grande, muito etc., usados cotidianamente para expressar magnitude, não se aplicam à linguagem formal da Matemática.

Além da linguagem, outro fator que influi na aprendizagem matemática é o modo como é ensinada (TEIXEIRA, 2004). Segundo Gómez-Granell (2006), no ensino dos conteúdos dessa área do conhecimento, o professor pode privilegiar procedimentos (aspecto sintático) ou compreensão e sentido do objeto de estudo (aspecto semântico). A autora sugere aliar ambos, por meio, por exemplo, da associação entre o símbolo matemático e significado referencial.

Assim como Gómez-Granell (2006), a literatura que trata do ensino e da aprendizagem matemática na Educação Infantil e nos primeiros anos (LERNER, 1996; PANIZZA, 2006) enfatiza a necessidade de o professor criar situações que facilitem a compreensão do conteúdo pelo aluno.

Esses pressupostos, aliados aos de Valente (1993), que atribui ao computador a função de ferramenta para a construção do conhecimento pelo aluno, e de Coll, Mauri e Onrubia (2010), que destacam o potencial mediador das tecnologias, sustentam a experiência relatada a seguir.

Experiência desenvolvida

Nesta seção, a experiência da qual tratamos é relatada em três subseções, para melhor compreensão da mesma: na primeira, explanamos a produção de roteiros para o uso de tecnologias; na segunda, descrevemos o blog no qual são disponibilizados; na terceira, destacamos dois eventos em que foram utilizados.

Roteiros para uso de applets e jogos virtuais

Os roteiros são produzidos por alunas de graduação do curso de Licenciatura em Matemática, em caráter de estágio extracurricular, com a finalidade de facilitar o uso de um applet ou jogo virtual pelo professor que ensina Matemática na Educação Infantil ou nos primeiros anos do Ensino Fundamental.

Applet é um tipo de software mais simples, do ponto de vista da interação que propicia. Tomando como referência a classificação de softwares de Valente (1999),

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applet pode ser um tutorial ou um software de exercício-e-prática ou uma simulação fechada, o mesmo ocorrendo com os jogos.

No contexto dos projetos que desenvolvemos, usamos o termo “roteiro” para indicar que se trata de um texto informativo, criado para orientar, auxiliar na realização de uma tarefa específica, no caso, uso de um applet ou jogo virtual.

Imagens, texto e hiperlinks constituem o roteiro, cuja estrutura e conteúdos são apresentados no Quadro 1.

Quadro 1 – Estrutura e conteúdo do roteiro para uso de um applet ou jogo virtual Caracterização geral Identificação

Faixa etária sugerida Endereço de acesso Objetivos

Potencial de uso

Conhecimentos matemáticos que permite abordar Elementos constitutivos Ferramentas e comandos

Tradução do Inglês para o Português Uso do aplicativo passo a passo Fonte: Elaboração própria.

Os roteiros são produzidos para softwares gratuitos que selecionamos da Internet, a partir de critérios que levam em conta os aspectos conceitual, ético, linguístico, pedagógico, estético e de interação aluno-software (HERNÁNDEZ, 1998; VALENTE, 1999), e disponibilizamos no Blog Matemática Mirim (Figura 2), situado em <http://matematicamirim.blogspot.com>, acessado em 06 de agosto de 2012.

No Quadro 2, apresentamos applets para os quais foram elaborados roteiros, no primeiro semestre de 2012.

Quadro 2 – Applets do Blog Matemática Mirim com roteiro de uso Roteiro de uso Quantas bolhas há sob a concha

Vamos contar Urso Bobbie

Jogando com figuras

Contando blocos na base 10 Somando com o material dourado Material dourado online

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A produção de roteiros é recente e lenta. Para escrever um roteiro, o aluno de graduação antes aprende a realizar essa tarefa. Nossa meta é produzir um roteiro para cada applet ou jogo disponibilizado no Blog Matemática Mirim, facilitando, assim, o uso dos mesmos pelo professor da rede pública. Ao invés de elaborar roteiros aleatoriamente para conteúdos matemáticos variados, pretendemos eleger um eixo comum para a produção dos mesmos, que pode ser um conteúdo ou um recurso pedagógico específico.

Os primeiros eixos serão as quatro operações, ábaco, e material dourado, começando por este último, por sua popularidade na escola pública, em especial junto aos professores do Ensino Fundamental I. Assim, o professor que antes dispunha apenas do material dourado manual e atualmente tem como opção o digital (Figura 1), passa a ter um conjunto com várias opções do mesmo, podendo escolher de acordo com os seus objetivos e clientela.

Figura 1 – Material dourado digital.

Além disso, atualmente trabalhamos para converter para o formato livro eletrônico (e-book) os roteiros disponibilizados em Portable Document Format (PDF).

Ressaltamos que os roteiros são criados não para engessar o professor, tornando-o executtornando-or de instruções dtornando-o tiptornando-o “passtornando-o a passtornando-o”, mas para ftornando-ornecer-lhe um referencial que permita ousar com segurança.

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Blog Matemática Mirim

Para ampliar as possibilidades de acesso ao material produzido, criamos o Blog Matemática Mirim (Figura 2), cuja estrutura e conteúdo descrevemos brevemente.

Figura 2 – Layout da página inicial do Blog Matemática Mirim.

Na página inicial do blog, há um texto curto de caráter introdutório e amostras de applets. Na aba Destaques, o professor encontra uma seleção de applets, tais como Torre de Hanói, Barras de Cuisenare e Tangran.

Prosseguindo, na aba e-Livros, estão disponíveis livros digitalizados, tais como Aritmética da Emília, de Monteiro Lobato. Ao lado desta, encontra-se a aba Números e Operações, que contém applets para o estudo desse conteúdo matemático, o mesmo ocorrendo com as abas Álgebra, Geometria e Medidas. A aba Jogos, por sua vez, contém applets voltados ao desenvolvimento do raciocínio lógico.

Além dessas, há as abas: Inglês, na qual são postados vídeos e applets para aprender números nesse idioma; Links, na qual são sugeridos sites relacionados ao tema do blog; Fotos, com imagens da equipe mantenedora; e Contato, para comunicação com a mesma.

Formação de professores para o uso de tecnologias

O material veiculado ao Blog Matemática Mirim é utilizado em cursos de formação de professores, tais como os relatados neste segmento.

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O primeiro deles é uma oficina pedagógica (curso de curta duração) com professoras do Centro de Convivência Infantil (CCI) “Bagunça Feliz”, de São José do Rio Preto (SP), atividade integrada ao Projeto “Matemática com tecnologias na Educação Infantil”, realizado com o apoio do Núcleo de Ensino, da Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Estadual Paulista (UNESP). No decorrer da oficina, as professoras conheceram os applets “Jogo da memória” e “Quantos há sob a concha” e seus respectivos roteiros de uso, recebendo, ao final, os roteiros impressos e os applets em CD-ROM, para uso offline.

O segundo evento ao qual nos referimos é o curso “Alfabetização matemática mediada por tecnologias digitais”, com carga horária de trinta horas, realizado em parceria com o Centro de Referência e Memória da Infância (Cremin), durante o qual foram abordados os temas: A Matemática como área de conhecimento; Alfabetização matemática: tendências no ensino; Ensino de matemática na Educação Infantil e nos primeiros anos; Números e operações matemáticas; Resolução de problemas em matemática; Tecnologias de Informação e Comunicação e Educação Matemática.

Fundamentado em Lerner (1996), Panizza (2006) e Bairral (2009), o curso propôs às participantes planejarem uma aula para ensino de um determinado conteúdo matemático da Educação Infantil ou primeiros anos usando tecnologia.

Considerações finais

Relatamos a realização de atividades de seleção e montagem de material didático destinado a facilitar o uso das tecnologias digitais pelo professor da rede pública que ensina Matemática a crianças pequenas, tendo por objetivo chamar a atenção para as práticas de ensino de Matemática numa etapa da escolarização que pode ser vista como a base da trajetória escolar do aluno.

O relato é desenvolvido em três seções, todas tratam do roteiro para uso de applet e jogo virtual. Na primeira seção, “Roteiros para uso de applets e jogos virtuais”, descrevemos o roteiro quanto à estrutura, organização e conteúdo, esclarecendo o que são applets, o que entendemos por “roteiro”, como e por quem são produzidos. Na segunda, “Blog Matemática Mirim”, descrevemos o local no qual são disponibilizados os applets e jogos virtuais para os quais são produzidos os roteiros. Na terceira, “Formação de professores para o uso de tecnologias”, relatamos a realização de uma

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oficina pedagógica e um curso, ambos com professoras de Educação Infantil, nos quais foram utilizados os referidos roteiros.

A aplicação do material na oficina e no curso evidenciou, de um lado, o interesse das professoras de Educação Infantil pelo material disponibilizado no Blog Matemática Mirim, de outro, uma visão que não é otimista, nem cética, nem indiferente, como as apontadas por Valente (1993), ao discutir usos do computador na Educação, mas utópica, que confere às práticas de uso das NTIC contornos de uma aspiração distante.

Referências

BAIRRAL, M. A. Tecnologias da Informação e Comunicação na formação e educação matemática. Rio de Janeiro: Ed. UFRRJ, 2009.

COLL, C.; MAURI, T.; ONRUBIA, J. A incorporação das tecnologias da informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, C.; MONEREO, C. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010, p. 67-93.

GÓMEZ-GRANELL, Carmen. A aquisição da linguagem matemática: símbolo e significado. In: TEBEROSKY, A.; TOLCHINSKY, L. Além da alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. 4. ed. 8. impressão. São Paulo: Ed. Ática, 2006, p. 257-282.

HERNÁNDEZ, V. K. Analisando e avaliando os softwares educacionais. São Paulo: Secretaria de Estado da Educação, 1998, p. 35-37.

LERNER, D. A matemática na escola: aqui e agora. Porto Alegre: Artmed, 1995.

PANIZZA, M. Ensinar matemática na educação infantil e nas séries iniciais: análise e propostas. Porto Alegre: Artmed, 2006.

TEDESCO, J. C. (Org.). Educação e novas tecnologias. São Paulo: Cortez; Buenos Aires: Instituto Internacional de Planejamento de la Educación; Brasília: UNESCO, 2004.

TEIXEIRA, L. R. M. A natureza dos conceitos matemáticos. In: _____. Dificuldades e erros na aprendizagem da Matemática. ENCONTRO PAULISTA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 7, 2004, São Paulo. Anais... São Paulo: SBEM, 2004.

VALENTE, J. A. (Org.). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: UNICAMP, 1999.

VALENTE, J. A. (Org.). Computadores e conhecimento: repensando a educação. Campinas: UNICAMP, 1993.

Referências

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