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TÍTULO: MONITORAMENTO NÃO INVASIVO DAS CONCENTRAÇÕES DE ESTRÓGENOS EM FÊMEAS DE ONÇA-PINTADA (PANTHERA ONCA)

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE FRANCA

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): LETÍCIA GARCIA DONZELLI, LÍGIA RODRIGUES FERNANDES

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): VALÉRIA AMORIM CONFORTI

ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): LUÍS FELIPE RIBEIRO DOS SANTOS, NATÁLIA REGINA DE SOUZA BRAVO

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1. RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar um protocolo de monitoramento não invasivo da atividade ovariana em onças-pintadas (Panthera onca). Foram utilizadas neste estudo quatro fêmeas adultas de onça-pintada de zoológicos brasileiros. Amostras de fezes foram coletadas durante dois a quatro meses consecutivos. A extração hormonal foi realizada adicionando-se 5 mL de etanol 90% a 0,2 g de fezes liofilizadas e a mistura foi homogeneizada por cerca de 12 horas. As concentrações de estrógenos fecais foram avaliadas por ensaio imunoenzimático (ELISA). Este método foi considerado eficiente na detecção de alterações nas concentrações após diluições em série através de paralelismo. As concentrações individuais basais de estrógenos fecais (Fêmeas #1-4), observadas durante o interestro foram as seguintes: 149 (± 51 DP); 50 (± 17); 97 (± 32); e 81 (± 30) ng por grama de fezes liofilizadas, respectivamente. No geral, a média das concentrações basais de estrógenos fecais foi de 94 (± 41) ng/g. Valores de picos individuais de estrógenos fecais, que foram considerados indicativos de estro, variaram de 334 a 1.812 ng/g, com uma média geral de 752 (± 429) ng/g. A duração do ciclo estral (n = 7 ciclos estrais) foi determinada através do intervalo entre dois picos consecutivos, tendo um valor médio de 41 (± 11) dias (faixa de variação de 22-62 dias). Além disso, foi realizada a análise de progestinas fecais por cromatografia para verificar se houve ovulação espontânea. Concluindo, o protocolo testado foi eficiente na detecção de alterações na produção de estrógenos de forma não invasiva em onças-pintadas, corroborando as descrições anteriores do ciclo estral na espécie feitas com base em metodologias diferentes.

2. INTRODUÇÃO

A onça-pintada (Panthera onca) é um mamífero da Ordem Carnivora e Família Felidae. Possui um padrão de atividade crepuscular-noturno, com hábitos predominantemente solitários, sendo a interação entre macho e fêmea geralmente limitada aos períodos de acasalamento (MACHADO et al., 2008). A gestação varia entre 90 a 111 dias, podendo nascer de um a quatro filhotes, sendo a média de dois filhotes por gestação, que permanecem com a mãe por um tempo de até dois anos e meio (SEYMOUR, 1989).

O ciclo estral felino, quando não há ovulação espontânea, apresenta as seguintes fases: proestro, na qual os folículos ovarianos começam a crescer assim como as concentrações de estradiol; estro, fase em que os folículos já estão desenvolvidos e onde ocorre o pico de estradiol, sendo essa a fase em que a fêmea aceita a cópula; e interestro, fase em que as concentrações de estradiol caem e permanecem basais até o próximo proestro, quando se

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reinicia o ciclo. A ovulação induzida depende da cópula, ao contrário da ovulação espontânea (BARNES et al., 2016).

As populações de vida livre da grande maioria das espécies de felídeos selvagens estão em declínio, principalmente, devido à fragmentação do seu habitat natural, mas também em decorrência da caça predatória e diminuição de suas presas naturais, além de outros fatores de decorrentes da atividade humana (GREGORINI, 2010). A fragmentação e diminuição de seus habitats naturais têm como consequência o isolamento reprodutivo, levando a uma baixa variabilidade genética devido à endogamia, o que pode comprometer a População Minimamente Viável (PMV) e causar até mesmo a extinção de uma população (PRIMACK e RODRIGUES, 2006). Atualmente, a onça-pintada é classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for the Conservation of Nature - IUCN) como espécie “quase ameaçada” (IUCN, 2016).

Nas últimas décadas, pesquisadores e conservacionistas têm investido esforços na preservação ex situ como forma de garantir a perpetuação de espécies que estão ameaçadas de extinção na natureza (PAULA et al., 2011). Existem, no entanto, inúmeras dificuldades em se manter populações cativas e geneticamente viáveis em longo prazo, a começar pelas limitações de espaço físico e de número de indivíduos disponíveis para reprodução nos zoológicos, além de estresse, doenças e distúrbios comportamentais associados ao cativeiro (BROWN et al., 1994; BROWN, 2006). Além de minimizar os efeitos nocivos do estresse, um manejo bem sucedido de populações cativas deve potencializar a reprodução como forma de manter a diversidade genética, mas para isso, torna-se fundamental o conhecimento da fisiologia reprodutiva de cada espécie em questão.

Os métodos convencionais para obtenção de dados sobre a reprodução e o perfil endócrino em animais domésticos baseiam-se na análise de amostras de sangue coletados sequencialmente. Esta abordagem é impraticável para a maioria das espécies selvagens, devido às dificuldades de manejo e a susceptibilidade destas espécies ao estresse. Técnicas não invasivas de monitoramento hormonal, que se baseiam na utilização de amostras de fezes, urina, saliva ou até mesmo pelos para a quantificação dos hormônios reprodutivos, têm sido amplamente utilizadas para o estudo da fisiologia reprodutiva de espécies mantidas em zoológicos, pois evitam o estresse que seria causado ao animal durante coletas de sangue (BROWN et al., 1994).

Amostras biológicas coletadas de forma não invasiva são avaliadas utilizando-se técnicas usadas na dosagem hormonal de amostras de sangue, como a técnica de radioimunoensaio (RIE), que se baseia na competição por sítios de ligação de anticorpos

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específicos entre um composto presente na amostra, o qual se pretende dosar, e seu equivalente marcado radioativamente. Com o desenvolvimento de programas de responsabilidade ambiental, alternativas a esse método radioativo foram desenvolvidas para quantificação hormonal em soro humano, como o ensaio imunoenzimático (enzyme-linked immunosorbent assay - ELISA) e a quimioluminescência (RODINI, 2008).

A literatura científica atual ainda é bastante escassa com relação à fisiologia reprodutiva da onça-pintada, portanto, mais estudos são necessários para as características reprodutivas na espécie assim como o desenvolvimento de métodos não invasivos eficazes para a dosagem de hormônios da reprodução.

3. OBJETIVOS

Os objetivos deste estudo foram avaliar um protocolo de monitoramento hormonal não invasivo para a quantificação de estrógenos em fezes de onça-pintada utilizando o método de ELISA e obter dados sobre as características do ciclo estral na espécie.

4. METODOLOGIA

4.1. ANIMAIS

CEUA protocolo aprovado: 053/13

Quatro fêmeas de onça-pintada (Fêmeas #1-4), adultas e não castradas, mantidas em cativeiro, provenientes dos zoológicos Quinzinho de Barros (Sorocaba, SP), Parque do Sabiá (Uberlândia, MG), e Bosque Municipal Fábio Barreto (Ribeirão Preto, SP).

4.2. COLETA E PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS

As amostras foram coletadas durante dois a quatro meses consecutivos. As coletas foram feitas de duas a três vezes por semana, no período da manhã, sendo cada amostra colocada inteira em saco plástico individual, identificada e datada, e armazenada congelada (-20C) até o processamento e análise. Para as fêmeas participantes do estudo que dividiam o recinto com outro indivíduo da espécie, era adicionado corante alimentício (Arcolor, São Paulo) na dieta para diferenciação das amostras.

O processamento das amostras incluiu a liofilização (Liofilizador LS3000, Terroni Equipamentos Científicos) das mesmas, com o objetivo de retirar toda a umidade e assim, preservar suas características bioquímicas. Além disso, amostras fecais liofilizadas são mais fáceis de pesar e é possível visualizar e retirar objetos como pequenas pedras, por exemplo,

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que possam ter sido coletados juntamente com a amostra e que interfeririam na pesagem e composição da mesma. Após a liofilização, as amostras foram mantidas a temperatura ambiente nos sacos plásticos originais, completamente vedados, até a pesagem.

As amostras liofilizadas foram pulverizadas manualmente dentro dos sacos plásticos fechados e, então, foi pesado 0,2 g do pó e transferido para tubo do tipo Falcon previamente identificado.

4.3. EXTRAÇÃO DE METABÓLITOS FECAIS E DOSAGEM HORMONAL

A extração dos metabólitos hormonais fecais foi realizada utilizando-se um método adaptado de Wasser et al. (2000) e Conforti et al. (2011). Foram adicionados 3 mL de etanol 90% (etanol:água ultrapura Milli-Q, 90:10, v/v) a cada tubo Falcon contendo 0,2 g de amostra fecal. A mistura foi agitada em vortex por 15 segundos e os tubos foram colocados em homogeneizador por cerca de 12 horas. Subsequentemente, os tubos foram centrifugados por 20 minutos (1900 x g) e 2 mL do sobrenadante foram transferidos para criotubos identificados. O precipitado foi ressuspendido em 2 mL de etanol 90% e a mistura foi agitada em vortex por 15 segundos, e os tubos centrifugados por 20 minutos (1900 x g). Após a centrifugação, 2 mL do sobrenadante foram transferidos para o mesmo criotubo contendo o primeiro sobrenadante, completando um total de 4 mL de extrato fecal por criotubo, que foi armazenado em freezer (-20°C) até a análise.

A mensuração das concentrações de estrógenos fecais foi realizada no Laboratório de Reprodução Animal da Universidade de Franca, Franca, SP, por meio de ELISA do tipo competitivo. As microplacas foram revestidas com uma solução de anticorpo (anti-E1C

policlonal R522-2, C. Munro, UCDavis, CA, EUA), diluído a 1:500 em tampão específico, sendo as microplacas então seladas e armazenadas em geladeira (4C) durante a noite. No dia seguinte, a microplaca foi lavada e foi então efetuado o bloqueio com a adição de 50 L de tampão de ELISA e a microplaca foi novamente selada e deixada em suave agitação por duas a quatro horas. Durante esse tempo, os extratos fecais foram diluídos com tampão ELISA (1:3) em tubos eppendorf e colocados em homogeneizador. Após o bloqueio, as microplacas foram novamente lavadas e foram colocados os padrões (concentrações: 3,9; 7,8; 15,6; 31,25; 62,5; 125; 250 pg de estrona E-9750, SIGMA-Aldrich); foi utilizado o volume de 20 L para os padrões, as amostras e os controles, e, subsequentemente, foram adicionados 50 L de conjugado da estrona com a enzima Horseradish peroxidase (HRP) (E1C-HRP, C. Munro,

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por duas horas para incubação. Durante esse tempo, era preparada a solução de tampão citrato contendo o substrato (2,2’-Azino-bis(3-ethylbenzothiazoline-6-sulfonic acid (ABTS, SIGMA-Aldrich) da enzima HRP. Após a incubação, a microplaca era novamente lavada e eram adicionados 100 L de solução de ABTS e a microplaca era novamente selada e protegida da luz com papel alumínio para então ser levada ao agitador por cerca de 40 a 50 minutos, até que o desenvolvimento da cor do padrão zero chegasse a uma densidade óptica de cerca de 1,0. O produto colorimétrico formado foi lido em espectrofotômetro para microplaca (leitora de ELISA, EZ Read 400, Microplate Reader-biochrom e Galapagos Software).

4.4. ANÁLISE DOS DADOS

As características do ciclo estral (duração do ciclo estral, concentrações basais de estrógenos, concentrações de pico de estrógenos) das fêmeas de onça-pintada foram determinadas utilizando-se os resultados de concentrações de estrógenos fecais, cujos valores foram expressos como média e desvio padrão (DP). Utilizou-se um método de cálculo para identificação de concentrações elevadas no qual foi calculada a média (DP), e todos os valores que ultrapassaram a média mais 1,5 DP foram excluídos e o processo repetido até que todos os valores restantes fossem menores que a média mais 1,5 DP dos valores restantes, cuja média foi considerada a média das concentrações basais de estrógenos (BROWN et al., 1994). A concentração mais alta de um grupo de concentrações elevadas de um mesmo período de até 14 dias consecutivos foi considerada com pico. Quando as concentrações de estrógenos retornaram a valores basais por pelo menos cinco dias consecutivos, considerou-se como o fim da fase folicular. A duração do ciclo estral adveio do cálculo do número de dias decorridos entre dois picos estrogênicos consecutivos (SANTYMIRE, 2011).

Seria considerada evidência de ovulação espontânea a detecção de concentrações de progestinas fecais superiores às concentrações basais de progestinas mais 1,5 DP para cada fêmea durante um período mínimo de quatorze dias consecutivos. Aquiescendo como o fim da fase lútea o retorno das concentrações basais de progestinas durante pelo menos seis dias consecutivos (SANTYMIRE, 2011).

As concentrações determinadas pela leitora de ELISA são expressas em pg por poço e foram convertidas para ng/g de fezes liofilizadas utilizando-se a equação:

CF = C x Vfe x D / Pi x Vext, sendo CF = concentração final; C = concentração fornecida pelo leitora; Vfe = volume das fezes ao final da etapa da extração; D = diluição empregada; Pi = peso inicial; Vext = volume do extrato utilizado.

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5. DESENVOLVIMENTO

Foram coletadas ao todo 105 amostras fecais (Fêmea #1, n = 40; Fêmea #2, n = 25; Fêmea #3, n = 22; Fêmea #4, n = 18).

6. RESULTADOS

Os resultados do monitoramento longitudinal das concentrações de estrógenos fecais das onças-pintadas (n =4) participantes neste estudo são mostrados a seguir na Figura 1.

Figura 1. Concentrações de estrógenos fecais (ng/g fezes liofilizadas) nas Fêmeas #1-4.

Pico estrogênico.

As concentrações individuais basais de estrógenos fecais, observadas durante o interestro, foram de 97 (± 32); 50 (± 17); 81 (± 30); 149 (± 51) ng/g de fezes liofilizadas e a média das concentrações basais foi de 94 (± 41) ng/g. Os valores das médias dos picos

Fêmea #3

Fêmea #1 Fêmea #2

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individuais de estrógenos fecais foram de 1367 ( ± 443); 396 (± 88); 710 (± 189); 536 (± 45) ng/g, com média dos picos de 752 (± 429) ng/g, sendo os picos considerados indicativos de estro, variando de 334 a 1.812 ng/g.

Os resultados desta pesquisa mostraram que durante o período de estudo, as fêmeas estudadas apresentaram proestro/estro, evidenciado por elevações significativas nas concentrações de estrógenos fecais, e interestro, caracterizado por concentrações estrogênicas basais. A duração média do estro determinada nesta pesquisa condiz com estudos anteriores, que utilizaram outras técnicas de monitoramento hormonal. No presente estudo, a média de duração do ciclo foi de 41 dias, com uma faixa de variação de 22 a 62 dias. Um estudo anterior monitorou a função ovariana em onças-pintadas por meio de radioimunoensaio, e os resultados indicaram que a fase de estro durou de 7 a 15 dias e o interestro de 28 a 31 dias, tendo o ciclo estral duração de 25 a 44 dias (VIAU et al., 2005).

O radioimunoensaio obtém resultados de alta precisão, porém, utiliza reagentes radioativos, com produção de rejeitos, os quais precisam de procedimentos especiais de descarte, tendo um impacto direto no meio ambiente. Além disso, laboratórios que utilizam radioimunoensaio necessitam de licenças especiais, como a da Comissão Nacional de Energia Nuclear. O resultado é um elevado custo por amostra dosada, que chega a custar, em média, 80% a mais se comparada com outras metodologias, como o ensaio de quimioluminescência, que utiliza técnica de partículas magnéticas, obtendo resultados quantitativos; e o ensaio imunoenzimático, que possui algumas vantagens sobre o radioimunoensaio, como a alta sensibilidade, além de não gerar resíduos radioativos (RODINI, 2008; LEMOS et al., 2015).

Os resultados das concentrações basais e de pico aqui apresentados foram superiores ao relatado em um estudo anterior (BARNES et al., 2016). Isto pode ter ocorrido devido ao anticorpo utilizado na presente pesquisa (anti-E1C policlonal R522-2), que possivelmente teria

mais afinidade com os estrógenos fecais quando comparado ao anticorpo utilizado por aqueles autores. Outra possível explicação seria a diferença na metodologia utilizada para a extração hormonal, que no estudo presente se deu por período de cerca de 12 horas e o daquele estudo foi de 15 minutos.

Em um estudo paralelo ao presente, as mesmas amostras fecais foram utilizadas para a quantificação de estrógenos e progestinas pelo método de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os resultados das duas técnicas apresentaram similaridade quanto às variações estrogênicas durante o ciclo estral. As concentrações de progestinas quantificadas por CLAE permaneceram basais durante os ciclos estrais estudados, indicando que, pelo menos durante o período de coleta das amostras, não houve nenhum episódio de ovulação

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espontânea. Um dos primeiros estudos sobre a reprodução da onça-pintada avaliou uma fêmea por laparoscopia e não encontrou indícios de ovulação espontânea (WILDT et al., 1978), tendo os autores sugerido que a espécie poderia não apresentar esse tipo de ovulação. Porém, um estudo recente observou alguns episódios de ovulação espontânea em onças-pintadas mantidas em cativeiro (BARNES et al., 2016). Ainda não se sabe que fatores estariam envolvidos na ocorrência de ovulação espontânea em felinos, mas uma possível relação com feromônios deve ser considerada, já que gatas domésticas, quando agrupadas, apresentam maior incidência de ovulação espontânea em comparação àquelas mantidas isoladas.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo podemos concluir que durante o período de coleta das amostras, os ciclos estrais estudados não apresentaram nenhum episódio de ovulação espontânea.

O anticorpo (anti-E1C policlonal R522-2) usado para o monitoramento não invasivo

da função ovariana em onça-pintada, pela técnica de ELISA, obteve eficiência na detecção de alterações nas concentrações de estrógenos, sendo correspondentes às descrições anteriores de ciclo estral na espécie, feitas com base em metodologias diferentes.

O protocolo desenvolvido no presente estudo poderá ser usado em programas de reprodução de onças-pintadas mantidas em cativeiro, podendo assim, contribuir para o manejo reprodutivo com finalidade de conservação da espécie.

8. FONTES CONSULTADAS

BARNES, S. A.; TEARE, J. A.; STAADEN, S.; METRIONC L.; PENFOLD, L. M. Characterization and Manipulation of Reproductive Cycles in the Jaguar. General and Comparative Endocrinology, v. 225, p. 95-103, 2016.

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<http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2008.RLTS.T15953A5327466.en> Acesso em 25 mai 2016.

LEMOS, G. G.; CUNHA, I. C. N.; CONFORTI, V. A.; BASTOS, R.; QUIRINO, C. R.; FAES, M. R. Concentração dos metabólitos de estradiol e progesterona fecais no cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus) (Lund, 1842) pelos métodos de radioimunoensaio e quimuioluminescência. Revista Brasileira de Reprodução Animal. v. 2, p. 289-295, 2015.

MACHADO, A. B. M.; DRUMMOND, G. M.; PAGLIA, A. P. Livro vermelho da Fauna Brasileira ameaçada de extinção. 1. ed. p. 1420, 2008.

PAULA, R. C.; DESBIEZ, A.; CAVALCANTI, S. M. C. Plano de Ação para a Conservação da onça-pintada no Brasil: Análise da viabilidade populacional e adequabilidade ambiental. Série Espécies Ameaçadas. ICMBio, 2011.

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RODINI, C. D. Perfil analítico das progestinas fecais nas fases de purberdade ciclicidade ovariana em onça-pintada (Panthera onca); gestação e lactação em gato mourisco (puma yagouaroundi). 2008. Tese de Pós-Graduação, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, 2008.

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WILTD, D. E.; PLATZ, C. C.; CHAKRABORTY, P. K.; SEAGER, S. W. J. Oestrous and ovarian activity in a female jaguar (Panthera onca). Journal of Reproduction and Fertility v. 56, p. 555-558, 1978.

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