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Academic year: 2021

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16°

TÍTULO: DESVANTAGEM VOCAL EM CANTORES POPULARES PROFISSIONAIS E AMADORES COM E SEM TREINAMENTO

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: FONOAUDIOLOGIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): KAREN CAROLINE DA SILVEIRA STRAMM

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARISA SACALOSKI

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1. RESUMO

Alguns cantores populares possuem treinamentos específicos de canto, outros utilizam-se de conhecimentos comuns para garantir a saúde e longevidade vocal, além disso eles possuem demandas diferentes. Objetivo: Comparar o índice de desvantagem vocal entre cantores populares profissionais e amadores com e sem treinamento, correlacionar dados do treinamento e da demanda vocal verificando qual desses fatores têm maior influência. Método: Participaram 118 voluntários, 45 cantores profissionais com treinamento (CPCT), 45 cantores profissionais sem treinamento (CPST) e 28 amadores (CAST). Foram selecionados cantores profissionais com demanda maior que quatro horas semanais e cantores amadores, frequentadores de karaokê, com demanda de até quatro horas. Os voluntários responderam um questionário adaptado de caracterização e das atividades vocais e o protocolo “Índice de Desvantagem vocal em Cantores Modernos” (IDCM).

Resultado: O treinamento vocal foi o fator mais impactante. Cantores com mais de

cinco anos de treinamento tiveram menores médias no protocolo do que cantores com menos tempo de treinamento. O grupo CPST demonstrou médias maiores no escore total do IDCM, indicando maior desvantagem, enquanto as menores médias foram do grupo CPCT. Cantores profissionais relataram mais problemas vocais do que amadores e o grupo CPCT busca mais auxílio fonoaudiológico, seguido pelo CPST e CAST. Conclusão: Demandas de voz cantada e falada não interferiram, mas o treinamento vocal demonstrou influenciar no índice de desvantagem, assim como nos problemas vocais relatados. Cantores amadores perceberam desvantagem tanto quanto o CPST, mas procuram menos acompanhamento fonoaudiológico que os demais grupos.

2. INTRODUÇÃO

Dentro da classificação de profissionais da Voz(BEHLAU e MADAZIO, 2015), os cantores representam um público com maior risco de desenvolverem problemas vocais, tanto devido a demanda vocal e as condições ambientais de trabalho, quanto pela sua exigência e percepção de pequenos sintomas que possam alterar sua qualidade vocal (BEHLAU et al., 2010; GARCIA-LOPEZ et al., 2010).

Para cantar são necessários conhecimentos técnicos essenciais e específicos, como o controle da respiração, tons e intensidade da voz, pois a voz cantada não é emitida de forma natural como a voz falada (BEHLAU e MADAZIO, 2015; SCHNEIDER e SATALOFF, 2007; BEHLAU et al, 2010). A falta de técnica é responsável, muitas vezes, pelos problemas de voz mais relatados entre os cantores (RIBEIRO et al., 2012), causando dificuldades vocais que impactam consideravelmente na performance profissional e também na vida desses indivíduos (PRESTES et al., 2012) e apesar de cantores populares terem a consciência de que o preparo vocal é um mecanismo de extrema importância, muitos desenvolvem suas

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2 vozes sem treinamento específico (BEHLAU e MADAZIO, 2015; OLIVEIRA, 1998; SILVA, 1998; BEHLAU et al, 2010).

Mesmo com as diferenças entre o canto erudito e os diversos gêneros de canto popular, todos eles necessitam de tempo de prática e de treino (PESSOTTI, 2012), sendo indicado que as aulas de canto durem muitos anos(DINVILLE, 2001).

No caso de cantores amadores, que não recebem remuneração para exercer essa atividade e que cantam em qualquer lugar, o ato de cantar é realizado apenas por prazer pela música e pela interação com a sociedade (OLIVEIRA, 1998; COSTA et al., 2006). O fonoaudiólogo é o profissional que reabilita a voz do paciente, corrigindo os possíveis problemas, enquanto o professor de canto conhece os exercícios indicados para desenvolver técnicas de canto e aperfeiçoar a voz cantada com enfoque artístico. Em ambos os casos, os exercícios vocais devem ser individualizados e personalizados pois, sendo uma combinação de diversas características físicas, emocionais e sociais, toda voz é única(BEHLAU e MADAZIO, 2015).

3. OBJETIVOS

Comparar o índice de desvantagem vocal em cantores populares profissionais com e sem treinamento vocal e amadores, correlacionando os dados do treinamento e da demanda vocal entre os grupos de cantores e verificar qual desses fatores têm maior influência nos resultados.

4. METODOLOGIA

Este trabalho foi um estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Saúde de Santo André. Participaram 118 voluntários, com idade entre 18 e 60 anos, que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e responderam um questionário de caracterização e auto avaliação das atividades vocais adaptado (SILVA et al., 2014) e o protocolo de Índice de Desvantagem Vocal para o Canto Moderno – IDCM (MORETI et al., 2011) em forma de questionário eletrônico, via plataforma Communicar, disponível no link

http://www.communicar.com.br/idcm/registrar_avaliado/51.

Para caracterizar os resultados e realizar a análise de distribuição de frequência relativa (percentuais) foi utilizado o Teste de Igualdade de duas Proporções, inclusive

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3 para a comparação entre os grupos, para relacionar as variáveis, o teste de Qui-Quadrado e para a comparação dos escores do IDCM entre os grupos foi utilizado o teste de ANOVA.

5. DESENVOLVIMENTO

O grupo CPCT foi composto por 45 cantores populares profissionais com treinamento vocal e no grupo CPST foram incluídos 45 cantores populares profissionais sem treinamento, ambos com demanda de voz cantada de, no mínimo, quatro horas semansi. O grupo CAST foi composto por 28 cantores amadores, frequentadores de karaokês, com demanda inferior a quatro horas semanais e sem treinamento vocal. O protocolo IDCM foi composto por trinta questões numa escala de 0 (nunca) a 4 (sempre) com um escore total de 120 pontos e três subescalas referentes a defeito, incapacidade e desvantagem, com no máximo 40 pontos cada, sendo que, quanto maior a pontuação obtida pelo indivíduo, maior a desvantagem percebida (PRESTES et al., 2012).

6. RESULTADOS

A subescala defeito, referente ao domínio orgânico, foi a mais apontada entre os grupos, e o grupo CPST obteve as maiores médias no escore total do protocolo, enquanto as menores foram obtidas pelo grupo CPCT (Tabela 1).

Tabela 1. Média das subescalas e dos escores totais do protocolo IDCM.

Valores significativos (p≤0,05) – ANOVA

Legenda: CAST = grupo cantores amadores sem treinamento; CPCT = grupo cantores

profissionais com treinamento; CPST = grupo cantores profissionais sem treinamento. DP = desvio-padrão; IC = intervalo de confiança para a média.

Na comparação entre o resultado total do protocolo IDCM com a questão 6 do questionário de caracterização - “Por quanto tempo você teve treinamento de canto” – os indivíduos com mais de cinco anos de treinamento tiveram menores médias no protocolo (Tabela 2).

Subescalas Grupos Média Desvio

Padrão N IC P-valor Defeito CAST 10,3 9,0 28 3,3 0,014 CPCT 6,7 6,8 45 2,0 CPST 11,2 7,1 45 2,1 Total CAST 23,7 19,9 28 7,4 0,046 CPCT 17,0 17,7 45 5,2 CPST 26,8 19,1 45 5,6

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Tabela 2. Média do escore total do protocolo IDCM do grupo CPCT, comparado à Questão 6 do questionário de Autoavaliação e caracterização vocal.

Questão 6 CPCT

de 1 a 5 anos mais de 5 anos

Média 27,5 10,6

Desvio Padrão 20,1 12,7

N 17 28

IC 9,6 4,7

P-valor 0,001

Valores significativos (p≤0,05) – ANOVA

Legenda: CPCT = grupo cantores profissionais com treinamento; N =

número de indivíduos; IC = intervalo de confiança para a média.

Dentre os indivíduos que utilizam a voz falada mais de cinco horas por dia (questão 8), o grupo CPCT apresentou as menores médias do protocolo (Tabela 3).

Tabela 3. Média do escore total do protocolo IDCM comparado à Questão 8 do questionário de Autoavaliação e caracterização vocal.

Questão 8 Média Mediana DP N IC P-valor

mais de 5 horas CAST 25,1 22 14,9 8 10,3 0,100 CPCT 13,2 6 21,1 19 9,5 CPST 25,6 28 13,1 14 6,8 Valores significativos (p≤0,05) – ANOVA

Legenda: CAST = grupo cantores amadores sem treinamento; CPCT = grupo cantores

profissionais com treinamento; CPST = grupo cantores profissionais sem treinamento. DP = desvio-padrão; N = número de indivíduos; IC = intervalo de confiança para a média.

Para a questão 9 - “Tem problemas de voz”, as médias mais baixas nos resultados do protocolo se apresentaram aos sujeitos que não referiram problemas de voz, sobretudo aos cantores profissionais (Tabela 4).

Tabela 4. Média do escore total do protocolo IDCM comparado à Questão 9 do questionário de Autoavaliação e caracterização vocal.

Questão 9 Média DP N IC P-valor

CAST Às vezes 31,2 15,8 6 12,6 0,127 Não 19,0 16,9 21 7,2 CPCT Às vezes 34,8 20,5 12 11,6 <0,001 Não 9,9 10,9 32 3,8 CPST Às vezes 33,4 15,0 21 6,4 <0,001 Não 16,1 12,0 22 5,0

Valores significativos (p≤0,05) – ANOVA

Legenda: CAST = grupo cantores amadores sem treinamento; CPCT = grupo

cantores profissionais com treinamento; CPST = grupo cantores profissionais sem treinamento. DP = desvio-padrão; N = número de indivíduos; IC = intervalo de confiança para a média.

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5 Analisando a questão 10 - “Já realizou algum tratamento de voz”, verificou-se que a média dos escores no protocolo dos cantores profissionais que nunca fizeram tratamento fonoaudiológico foi duas vezes menor, quando comparada à dos indivíduos que já realizaram algum (Tabela 5).

Tabela 5. Média do escore total do protocolo IDCM comparado à Questão 10 do questionário de Autoavaliação e caracterização vocal.

Questão 10 Média DP N IC P-valor

CPCT Não 12,7 15,1 27 5,7 0,045 Sim 23,4 19,8 18 9,2

CPST Não 22,1 13,3 35 4,4 0,001 Sim 43,0 27,1 10 16,8

Valores significativos (p≤0,05) – ANOVA

Legenda: CAST = grupo cantores amadores sem treinamento; CPCT = grupo cantores

profissionais com treinamento; CPST = grupo cantores profissionais sem treinamento. DP = desvio-padrão; N = número de indivíduos; IC = intervalo de confiança para a média.

O grupo CPST demonstrou possuir o maior percentual de indivíduos que referem problemas de voz, porém, menos da metade deles já procurou um fonoaudiólogo e o grupo CAST procura menos ajuda profissional que os demais. 29% do grupo CPCT referiu ter problemas vocais, mas 40% relatou procurar auxilio fonoaudiológico (Gráfico 1).

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O treinamento vocal influenciou significativamente nos resultados do protocolo e quanto maior o tempo pelo qual se realiza o treinamento, menor a desvantagem

25% 29% 51% 4% 40% 22% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% CAST CPCT CPST

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6 percebida pelo cantor. Quanto à demanda vocal, o período pelo qual os cantores utilizam a voz cantada mostrou não ter relação com a desvantagem vocal percebida por eles e assim como a demanda de voz falada, não influenciou nos resultados do IDCM. Cantores amadores percebem sua desvantagem vocal tanto quanto cantores profissionais, mas procuram acompanhamento fonoaudiológico com menor frequência.

Apesar do grupo de cantores sem treinamento possuir o maior número de indivíduos com problemas vocais, menos da metade deles já realizou algum tratamento vocal, por outro lado os cantores profissionais com treinamento vocal demonstram um cuidado precoce com a voz, procurando tratamento com maior frequência do que relatam problemas de voz.

8. FONTES CONSULTADAS

BEHLAU, M. et al. Voz Profissional: Aspectos Gerais e Atuação Fonoaudiológica. In: ORGANIZADOR, M. B. Voz: o livro de especialista. Rio de Janeiro: Revinter, v. 2, 2010. Cap. 12, p. 287-407.

BEHLAU, M.; MADAZIO, G. Voz: Tudo o que você queria saber sobre fala e canto. 1. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2015.

COSTA, P. J. B. M. et al. Extensão Vocal de Cantores de Coros Evangélicos Amadores. Revista CEFAC, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 96-106, jan-mar 2006.

DINVILLE, C. Os distúrbios da voz e sua reeducação. Rio de Janeiro: Enelivros, 2001.

GARCÍA-LÓPEZ, I. et al. Validacion de la version en espanõl del índice de incapacidad vocal (S-VHI) para el canto. Acta Otorrinolaringológica Española, Elsevier, v. 61, n. 4, p. 247-254, dezembro 2010. ISSN 10.1016.

MORETI, F. et al. Desvantagem vocal no canto: análise do protocolo Índice de desvantagem para o canto moderno - IDCM. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 146-151, 2011. ISSN 10.1590/S1516-80342011000200007.

OLIVEIRA, I. B. D. A Educação vocal nos meios de Comunicação e Arte: A Voz Cantada. In: FERREIRA, L. P., et al. Voz Profissional: O Profissional da Voz. 2ª. ed. Carapicuíba: Pró-Fono, 1998. Cap. 4, p. 33-43.

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7 PESSOTTI, A. C. S. Efeitos do treinamento e da prática vocal profissional sobre o canto e a fala. Campinas: [s.n.]. 2012.

PRESTES, T. et al. Desvantagem Vocal em Cantores de Igreja. Revista CEFAC, São Paulo, v. 14, n. 5, p. 901-909, set-out 2012.

RIBEIRO, V. V. et al. Identificação de problemas vocais enfrentados por cantores de igreja. CEFAC, São Paulo, v. 1, n. 14, p. 90-96, Jan-Fev 2012.

SCHNEIDER, S. L.; SATALOFF, R. T. Voice therapy for the professional voice. Otolaryngol Cin North Am., v. 40, n. 5, p. 1133-1149, October 2007.

SILVA, F. F. D. et al. Efeitos da reabilitação fonoaudiológica na desvantagem vocal de cantores populares profissionais. Audiology Communication Research, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 184-201, Janeiro 2014. ISSN 2317-6431.

SILVA, M. A. D. A. E. Caracterização de um grupo de cantores da Noite: Um enfoque Fonoaudiológico. In: FERREIRA, L. P. Dissertando sobre Voz. Carapicuíba: Pró-Fono, v. 2, 1998. Cap. 2, p. 33-60.

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