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A Experiência Como Voluntária de Megaeventos Esportivos

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Academic year: 2021

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VOLUNTEERINg ExPERIENCE OF MEgA SPORTINg EVENTS Mariane da ROCHA1

marianedarocha@hotmail.com Briefing

All started at the Confederations Cup in Salvador - Bahia. I was selec-ted to work as a volunteer in the area of Public Assistance. All messed up, lost and unbeliever volunteers, many gave up, awkward trainers, volunteers from one area helping others. I thought about giving up, but the will to help, spoke louder. Game after game things were getting settled and we managed to make it happen. Second invitation was to the selection for the World Cup Draw in Sauípe in Bahia, as a volunteer in the transport área. High level event, being able to know up close the planning behind this event. I worked together with the security of the world’s first ministers and presidents around the world. I made im-portant decisions and was “named” as the right arm of the transport coordinator. I made it happen close by, working over 8 hours standing, back and forth every day, but it was very gratifying. Good service with the volunteers, there we had a building with free accommodation for us, meals at the hotels, all on their behalf. In Rio, I worked again as a volun-teer at the World Cup in Maracanã, in the transport area. Coordinating times, routes, arrivals and departures of National Teams, and important guests (ministers, governors and presidents). Attendance to the volun-teers was a bit to be desired in the food, there was a lot of complaint, but the love for the soccer that all there had, spoke louder and there were a great number of fixed volunteers. Priceless Experience! In 2015 after several test events and many participations, as a volunteer, I had the opportunity to see up close the mega constructions being finalized. Rio de Janeiro was shaping up to host the event. Six months before the start of the Games, I was fortunate to be invited to join the COB (Bra-zilian Olympic Committee) team, I was responsible for all volunteering

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in the Beach Volleyball transport area. We had to have 112 volunteers with us, excited, able and willing to work FOR FREE. It was a daily stru-ggle during those six months. Countless e-mails, adaptations of days and times of work (according to the legislation of the worker). Countless calls, requests, conversations. We managed to finish with 98 volunte-ers. Days of parking space markings one by one (after all, Copacabana is open) and we could not grill public streets where there is entrance and exit of vehicles because of the residences, we racked the whole area in the morning, and we would take it all at dawn, and so it was, days of too much sun, rainy days, wind, and we all there. Together with the traffic police (CET-Rio), we managed to organize the traffic. In the end everything was rewarded. We were elected the best arena in the entire Games. Organization, transportation and security have flowed. And we look back and see everything we can do. Sense of achieve-ment. All that feeling is indescribable.

Introdução

Me chamo Mariane Gonçalves da Rocha, me formei em Educação Física pela UFS (Universidade Federal de Sergipe) em 2013. Apaixo-nada por esportes, comecei a praticar aos 3 anos de idade, quando dei meu primeiro chute na bola e me apaixone. Cresci jogando futebol, re-presentei times colegiais e a UFS em 2009 nos JUBS (Jogos Universitá-rios Brasileiro), e tênis de mesa, onde fui Tricampeã Sergipana e nunca pensei em fazer outra coisa, a não ser estudar na área.

Quando vi a notícia na televisão que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, surgiu em mim à vontade de fazer parte deste megae-vento esportivo. Unir a minha paixão pelo futebol e o interesse em saber como acontece tudo ali por trás das cortinas. Entrei no site, fiz minha inscrição para a Copa do Mundo e também para a Copa das Confede-rações que ocorreu dois anos antes e fiquei na expectativa. Após apro-ximadamente seis meses, recebo o primeiro email da FIFA (Federação Internacional de Futebol), sobre a minha aprovação na primeira etapa para a Copa das Confederações que seria em Salvador. Após aproxima-damente um mês, viajei para Salvador para uma entrevista em grupo, onde cada um se apresentou e foram feitas algumas perguntas, como: - É a primeira vez como voluntária? Porque você quer ser voluntária?

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Passado a primeira etapa, aproximadamente um mês após rece-bi um segundo e-mail, sobre a minha aprovação na segunda etapa e me designando para qual seria a minha função, minha escala e se eu aceitaria ou não. Lógico que aceitei e a partir dai começou uma ma-ratona de cursos online. Tivemos aproximadamente três meses para concluirmos tudo.

Antecedendo também a Copa do Mundo, em 2013, foi realizado o sorteio da Copa do Mundo no complexo de hotéis na Costa do Sau-ípe. Os olhos do mundo estavam voltados para este evento. Foram 15 dias de muito trabalho, contatos e bastante satisfação e alegria, por fazer parte deste grande evento.

No início de 2014, recebi uma ligação da FIFA (Federação Inter-nacional de Futebol) me convidando para ingressar o time de transpor-te, devido ao bom trabalho prestado anteriormente. Fui convidada para a função coordenadora na cidade de Salvador, uma das cidades sedes da Copa do Mundo. Infelizmente naquele momento tive que recusar o convite por estar morando no Rio de Janeiro o que inviabilizava meu retorno para o Nordeste. Mesmo assim consegui entrar como voluntá-ria na área de transporte no Maracanã, sendo citada como exemplo no primeiro dia de instrução e conhecida como a “maluca que deixou de receber para trabalhar como voluntária”.

Dois anos após o Rio de Janeiro sediar a Copa do Mundo, tería-mos o maior espetáculo esportivo da Terra, os Jogos Olímpicos. Esse foi um dos motivos de ter me mudado para o Rio de Janeiro. Outra vez me inscrevi para voluntária e fui convocada. Participei de alguns eventos testes no ano de 2015 e em janeiro de 2016, fui convidada pelo time da COB (confederação Olímpica Brasileira) ingressar como coordenadora dos voluntários, da arena de voleibol de praia (Beach Volley Venue). Convite aceito com muito orgulho e prazer. Diante de tanta coisa que vivi, vou apresentar alguns momentos que marcaram esses eventos na minha vida.

Copa das Confederações

Copa das Confederações na Arena Fonte Nova em Salvador, pri-meiro evento. Coisas muito bagunçadas, voluntários perdidos e

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des-crentes, muitos desistiram, coordenadores sem muito jeito, voluntários de uma área ajudando outras, pensei em desistir, mas a vontade de ajudar aqueles que ali estavam, falou mais alto. Salvador estava lotado de pessoas do mundo inteiro, pude ali exercitar o inglês e conhecer pessoas de diversas profissões e realidades de vida.

Tivemos também que saber lhe dar com o momento de revolta daqueles que não achavam certo o Brasil sediar esse evento. Houve diversas passadas, ruas bloqueadas e pessoas que ao verem nos-sos uniformes de voluntários, nos dirigiam palavras de insultos. Fomos orientados a não andar pelas ruas trajados com ele. Jogo após jogo as coisas foram se ajeitando e conseguimos fazer acontecer. Tínhamos turnos de 4 a 5 horas e ganhávamos 1 refeição e lanche. Eu estava na área de Tickets e acabei fazendo o trabalho de recepção do público.

Sorteio da Copa

O sorteio da Copa do Mundo foi um evento totalmente diferente do primeiro. Tivemos acomodação de graça no complexo ao lado dos Hotéis em Sauípe, com todas as alimentações e uniformes fornecidos por eles. Moramos por 15 dias lá e foi ótimo, para interação de todos os envolvidos e a boa realização do evento. Chegamos uma semana antes do evento e organizamos tudo do zero. Tive a chance de ser o braço direito do coordenador de transporte e trabalhar ao lado de pessoas com grande experiência em Planejamento de Transporte em Megaeventos Mundiais.

Diariamente testávamos as rotas de saídas dos carros e con-távamos as vagas de cada estacionamento, que foram divididos de acordo com o “nível” dos convidados (por exemplo: ministros de esta-dos, repórteres, etc.). Estava tão engajada e feliz pela oportunidade, que o turno de 5, 6 horas que era para ser, eram 8, 9 e eu trabalhava feliz. Feliz e cansada. Atendi de perto o Presidente da FIFA (Federação Internacional de Futebol) e porque não dizer, que entrei no carro dele para abastecer a água e perguntar ao motorista se estava tudo bem.

Evento ímpar em organização e tratamento com todos. Na foto alguns voluntários, que assim como eu, trabalharam no Transporte:

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Copa do Mundo

A Copa do Mundo teve seus altos e baixos, muita correria no início, voluntários que iam com uniformes, mas ficavam nas arquiban-cadas assistindo os jogos, ou tentando “tietar” os jogadores (coisa proibida e bem explicada em todos os treinamentos para voluntários). Muita correria, mas as coisas foram fluindo e ficando redondinhas. Co-meçamos a trabalhar o Maracanã finalizando obras ainda, área dos vo-luntários acabando também, tínhamos mesa de tênis de mesa e vídeo game para na hora do almoço e breaks nos divertimos.

Trabalhei no portão de acessos dos ônibus das seleções e no portão dos convidados Vips (Chefes de Estado, Joseph Blatter e fa-mília), vi de perto Maradona que tinha convite de acesso para Vips, querer furar nossa barreira e acessar pelo portão dos Vips. Presenciei militares e policiais que não tinham direito a nada em especial, que-rer usar o peso da profissão para adentrar sem pagar o estádio. Fui também convidada para fazer umas imagens para apresentação final da copa, que foi mostrado para todos que fizeram esse megaevento acontecer. Conseguimos entregar um evento lindo e satisfatório para a grande maioria, surpreendendo repórteres e presidentes de todo o mundo. Nas fotos, alguns momentos vividos: momento da filmagem para ser mostrada no final do evento; os voluntários de transporte; o jogador Charles Puyol e Gisele Bundchen, no ensaio da Cerimônia de Encerramento.

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Figura 1: Copa do Mundo e seus momentos

Fonte: acervo pessoal da autora Jogos Olímpicos

Depois de dois anos, outro megaevento no Rio de Janeiro, os Jo-gos Olímpicos. Foi lindo, tive a oportunidade de começar do zero e fazer o meu planejamento para recrutar o maior numero de voluntários para trabalhar na Arena de Vôlei de Praia (Beach Volleyball Venue), trabalho diário de seis horas, entre e-mails para todo o mundo e telefonemas.

Me sentia bastante feliz e motivada por saber que um dia eu es-tava ansiosa do outro lado do telefone, aguardando por esse momento, e agora eu que estava dando esse telefonema, dando as boas vindas e passando mais informações aos novos voluntários. Tivemos volun-tários da Colômbia, México, Argentina, Alemanha e Estados Unidos. Entre treinamentos e prática, conseguimos fazer fluir o planejamento e entregar os Jogos como a melhor Arena entre todas do Rio. Eram qua-se 12 horas diárias que passávamos na Venue, almoçando, jantando e

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trabalhando pesado, cansado, mas bem divertido também. Nas fotos, alguns desses momentos: conhecendo o interior da Arena de Vôlei de Praia, em Copacabana e a primeira turma de voluntários do Transpor-te, no treinamento das funções.

Figura 2: Jogos Olímpicos Rio 2016

Fonte: acervo pessoal da autora Considerações finais

Trabalhar com o voluntariado é muito gratificante, além de sa-tisfatório. Trabalhamos sem receber dinheiro, mas os contatos que fa-zemos, o crescimento como pessoa é algo imensurável. Foi possível trabalhar com pessoas superimportantes no âmbito de eventos espor-tivos mundiais e compartilhar experiências com pessoas do mundo inteiro, que estavam ali com o mesmo o objetivo, entregar o evento, todos em prol do nosso Brasil.

Diante dos protestos (na Copa das Confederações, na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos) e de pessoas nos desestimulando por estarmos trabalhando “de graça”, do outro lado tínhamos um time ma-ravilhoso por trás das cortinas, que nos proporcionaram momento me-moráveis e únicos nas nossas vidas.

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Figura 3: Jogos Olímpicos Rio 2016 - voluntários

Fonte: acervo pessoal da autora

E foi por esta oportunidade de fazer contatos e pela vontade de fazer acontecer, que surgiu a oportunidade de entrar para o time princi-pal de voluntários. Foi possível transmitir e encorajar o time de voluntá-rios que estavam sob minha supervisão nos Jogos Olímpicos.

Agora estou aqui, do outro lado do mundo literalmente. Estou na Austrália, onde em 2018 vai acontecer os grandes Jogos da Oceania. Cadastrei-me como voluntária, mas até lá, espero estar com o inglês mais fluente e tentarei uma vaga na equipe da coordenação e porque não, usar toda minha experiência nos grandes eventos em que traba-lhei no Brasil e acrescentar com as experiências que irei viver por aqui. Se vocês me perguntarem se eu viveria novamente tudo, sem ganhar um real, responderia sem pensar duas vezes: SIM! E um traba-lho cansativo, um pouco desgastante, mais acima de tudo muito praze-roso. Ter a oportunidade de conhecer pessoas do mundo todo, com ou-tras culturas, diferentes raças e trocar experiências, vale muito a pena.

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