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Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904

TÍTULO: TURMA DA MÔNICA. UMA ANÁLISE INTERPRETATIVA DE SEUS PERSONAGENS RELEVANDO SEUS ASPECTOS PSICANALÍTICOS.

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: PSICOLOGIA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): ELISA DOS SANTOS BERNARDES AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARCIO LUPPI ORIENTADOR(ES):

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TURMA DA MÔNICA. UMA ANÁLISE INTERPRETATIVA DE SEUS PERSONAGENS RELEVANDO SEUS ASPECTOS PSICANALÍTICOS.

Resumo

Esse projeto propõe um estudo sobre a relação do processo de inventar-se ligado ao processo de sublimação e projetivos das histórias em quadrinhos (HQs), utilizando as tirinhas da Turma da Mônica onde podemos encontrar um fecundo material de estudo para o desenvolvimento de análises e o

entendimento desse processo.

O projeto se baseia nos conceitos estudados ate o momento e através de leituras fundamentadas na teoria psicanalítica com a proposta de ser aplicada as HQs. Assim, o pesquisador propõe uma investigação do tema encontrando a relevância no processo imaginário que não é restrita apenas a essa arte, mas que pode ser uma forma de potencialidade do imaginário, sendo ele uma faculdade produtora e reprodutora de cultura visando á construção e a possibilidade de criação do ser humano.

Introdução

O trabalho pretende através da repetição das narrativas, verificar o funcionamento psicodinâmico dos personagens de Mauricio de Sousa, focando nas crianças protagonistas: Cascão, Cebolinha, Mônica e Magali. Serão feitas quebras necessárias para uma análise pautada nas fases do desenvolvimento psicossexual e sua relação com o aparelho psíquico. A posterior junção será a síntese de suas personalidades e fornecerão elementos para hipóteses a respeito da infância e suas projeções e sublimações.

Objetivos

O projeto tem como objetivo identificar nas histórias (narrativas) o funcionamento psicodinâmico dos personagens da Turma da Mônica,

analisando através das teorias psicanalíticas, visando uma maior compreensão da sublimação e projeção e potenciais dos desenhos em quadrinhos.

A proposta é descrever as características dos personagens de quadrinhos e comparar com as fases do desenvolvimento psicossexual. De acordo com as

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obras Freudianas, os quadrinhos terão uma nova forma de linguagem para a projeção e sublimação.

Investigar os mecanismos de defesa dos principais personagens, Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha.

Metodologia

Através dos conceitos estudados em sala de aula e sem dúvidas em outros conhecimentos adquiridos através de leituras, estudos, etc., permitiu contribuir para o embasamento teórico para a metodologia e desenvolvimento do projeto, de modo que será estruturado de acordo com o diálogo psicanalítico adquiridos até o momento. A metodologia Psicanalítica é de base estruturalista chamada de metapsicologia, pois pretende investigar o sujeito em profundidade. A atual psicanálise entende o surgimento dos sintomas de maneira multi determinada na inter-relação entre sintoma, transtorno (neurose), sociedade e sujeito. (KUSNETZOFF 2007)

O método empregado para a pesquisa será a descrição das narrativas e personagens e a posterior análise nas mesmas.

Está análise acontecerá por meio da teoria psicodinâmica pela quebra (categorização) de partes das personagens e sua relação com as fases do desenvolvimento psicossexual e o aparelho psíquico. O resultado desta análise servirá para o levantamento de hipóteses e possível junção em síntese dos conteúdos encontrados e sua aproximação com mecanismos de defesa e sublimação.

O trabalho de maneira prática irá fazer um levantamento bibliográfico e posteriormente a descrição das personagens e narrativas. Gerando a conclusão do objetivo desta pesquisa.

Desenvolvimento

As histórias em quadrinhos (HQs) são oriundas das criticas satíricas dos jornais do século XIX na Europa e no Brasil e tem ganhado cada vez mais importância com seu potencial visual dentre seu publico, que não se limita as crianças da qual se imaginava, aquelas que liam as HQs escondidas dos seus pais, pois esta arte era vista como um desperdício de tempo, ou talvez uma leitura sem relevância alguma. Com o tempo, as histórias em quadrinhos foram

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ganhando prestigio e a demanda por essa arte esta cada vez maior, atualmente, tem-se encontrado uma maior valorização no gênero literário representado por imagens e símbolos, signos e onomatopeias.

Percebe-se que ao ler as HQs, e entre outras formas de expressão que o leitor adquire a possibilidade de projetar-se, ou seja, encontra a possibilidade de se identificar com algum ou ate mesmo outros personagens. O caso do Zé Carioca que foi criado pela Disney para uma identificação nacional, através dos traços de personalidade, cultura e até mesmo a gastronomia.

As HQs tem ganhado importância também na área pedagógica da qual se vê uma oportunidade de aprendizagem e analise com o objetivo de uma investigação psicológica. Elas representam para o psicólogo um novo espaço de trabalho, a capacidade projetiva do leitor, seus mecanismos e seus processos de identificação são fecundos para análise, considerando sua característica de caráter lúdico pode-se explorar os potenciais projetivos de identificação desses personagens bem como seus mecanismos de defesa.

As interpretações científicas na área das artes encontram-se em expansão, os objetos de pesquisa não se restringem a consultórios, salas de aula, jurídica, psicologia social, enfim, a psicologia tem um leque de opções, abrangendo a musica, poesia, cinema, a arte, dentre outros como as HQs que a cada dia tem visto a sua importância como objeto de analise, diversão, estratégia de ensino, recursos mediacionais ( MENEZES E SILVA, 2010 ), para o desenvolvimento da criança, auxilio na elaboração de conflitos internos, enfim, é bastante fecundo e relevante, como ela pode observar conteúdos a serem analisados, como mecanismos de defesa, sublimação, projeção, identificação, dentre outros.

As HQs são caracterizadas pela combinação de imagem e textos que ligam sequencias de quadros ilustrando situações ou narrando uma história. Entre as histórias há um corte gráfico com a finalidade de delimitar a noção de tempo e espaço. Nas HQs o uso dos balões dos qual é um espaço onde é colocado a fala ou pensamento e onomatopeias que indicam, por exemplo, a intensidade do som, da fala e ruídos permitindo que o leitor possa digamos que “escutar” sem que nenhum som seja emitido. As tiras como já sugere o próprio nome, são narrativa ligadas a imagens e diálogos em pequenas faixas, do qual

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dispõe de poucos quadrinhos, dependendo da disposição gráfica de cada tira. (BONOMI, 2010).

As HQ de Maurício de Sousa (1935) são criadas como tiras de cunho humorístico e também educativos, as piadas são tradicionais e a forma simples e de fácil compreensão como são direcionadas para a compreensão das crianças, mas que também são atrativas para os adultos, atingindo vários públicos. Suas historias são bastante conhecidas, sua criação tão famosa, A Turma da Mônica, baseada nas características de personalidade e ate estéticas de seus filhos, familiares, amigos, conhecidos que há mais de cinquenta anos faz sucesso no Brasil e no exterior, e é interessante observar em suas criações o perfil psicológico de cada personagem e dos quais mantém a faixa etária de seus seis anos de idade.

As narrações giram em torno da Turma da Mônica, seus pais e outros jovens aparecem nas tiras, mas a história se desenvolve através da turminha. Sua produção é extensa, não se limita apenas a tiras, mas a revista em quadrinhos, edições educativas, edições especiais, crônicas, dentre outros. Uma das suas criações é a personagem Mônica, uma garotinha de opinião da qual é líder de sua turma, é a “Dona da Rua”, o físico um tanto “ fortinho”, baixinha e dentuça, seus dentes geram nela um descontentamento, pois é motivo de apelido, gerando um complexo de auto imagem, é dona de uma personalidade um tanto sádica, pois adora bater em Cebolinha. Segundo Freud (1905) o termo sadismo está associado á sexualidade e a violência exercida sobre outrem, visto que há uma satisfação ligada ao sofrimento ou a humilhação do outro individuo, de forma que podemos observar através das tiras esse comportamento de agressão provocado por Mônica que bate em Cebolinha, este que é famoso pelos seus apenas cinco fios de cabelos e por trocar a letra R pelo L, Cebolinha estuda vários planos infalíveis para derrotar Mônica, dos quais sempre falham e ele sempre acaba apanhando dela, do qual bate com seu coelhinho azul chamado Sansão, um objeto transicional do qual ela tem muito apego. De acordo com Winnicott, objeto transicional é um objeto que possui um valor eletivo para o lactente e para a criança pequena, particularmente no momento do adormecer, esse recurso permite que a criança efetue a transição entre a primeira relação oral com a mãe e a “verdadeira relação de objeto” (Laplanche, J Pontalis, L-B. (2001).

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O personagem Cascão tenta derrotar a Mônica para tomar o seu lugar de “Dona da rua”, ele respira liberdade, adora brincar nas ruas, na lama, subir em árvores, correr, jogar bola, etc. Cascão é uma criança que já pelo apelido remete a sujeira, ele detesta banho, diz nunca ter tomado banho na vida, corre de água. Sempre se esquiva das tentativas de banho de seus amiguinhos, percebe-se nesse comportamento um traço de fobia relacionado á água. Segundo Zimerman:

Os pacientes com características fóbicas experimentam um temor quase sempre irracional-excessivo e persistente de objetos, pessoas e situações especificas, o que lhe causa sofrimento e daí ocorre á manifestação mais típica da fobia, que é o uso de uma “técnica de evitação” das situações fobígenas, por meio de dissimulações e condutas evasivas, com sucessivas fugas, relacionadas, de tudo que, por antecipação, ou angustia. (ZIMERMAN. 2004, p.306).

A melhor amiga de Mônica se chama Magali, uma garotinha que adora comer, na verdade ela devora os alimentos, o que ela mais gosta é de melancia. Essa relação de Magali com a comida pode estar relacionado a sintomas compulsivos e ansiedade ligada à fixação a fase oral. Outro personagem da história é Chico Bento, um caipira que tem um sotaque típico, mora na zona rural do interior e puxa o R nas palavras, aparenta ser preguiçoso e acomodado, mas ele tem seus afazeres do qual cumpre com eles, é caracterizado por seu chapéu de palha, os pés descalços e roupas simples, ele namora a personagem Rosinha. Ele não gosta muito de estudar, acorda bem cedo para ajudar seu pai nos afazeres diários. Chico Bento gosta de brincar com seus amigos da turma, é bastante aventureiro, bondoso e adora os animais.

A possibilidade para interpretação dos personagens é ampla de modo que podemos encontrar nas histórias conteúdos e mecanismos inconscientes no perfil de cada um deles. Através das tiras podemos projetar elaborar e entrar em um processo imaginário do qual é extremamente importante para o desenvolvimento principalmente da criança, e dos jovens também no sentido da possibilidade de criação a partir da leitura. Segundo Rodney (2010) em seu artigo, podemos encontrar nessa arte um conteúdo que auxiliar o desenvolvimento psíquico de crianças e adultos, quando o indivíduo projeta ou ate mesmo se identifica em algum personagem ele tem a possibilidade de

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aliviar algum sintoma, alguma angustia que lhe acomete, além do desenvolvimento moral que essa arte pode promover. Alem disso, as HQs podem propiciar a capacidade de simbolização, de maneira a ajudar a criança entrar em contato com a realidade, para o adulto, possibilita que entre em contato com seu universo infantil que há nele, facilitando o processo de criar e recriar.

As HQs de Maurício de Sousa nos permite uma análise onde podemos levar em consideração a capacidade imaginária, criativa, projetiva enfim, há várias possibilidades em suas histórias, elas não se limitam em somente divertir, ensinar, mas sim disponibiliza um fecundo material de estudo, visto que suas histórias foram inspiradas em um contexto familiar.

Resultados

Através das interpretações propostas a partir do entendimento dos processos mentais dos personagens das histórias em quadrinhos pretende-se contribuir para investigação dos meios culturais assim como o entendimento do processo de inventar-se, sublimação e projetivos das histórias em quadrinhos. Dessa forma, pretende-se ampliar os horizontes das investigações psicológicas e compreender esses processos.

Considerações Finais

Acredita-se na relevância desta pesquisa, pois sua importância esta intimamente ligada ao conhecimento de mecanismos de identificação e projetivo, devido a questões psicológicas estudadas e curiosidade das quais poderá trazer a partir desse objeto de estudo um estudo e reflexão do processo mental projetivo e o entendimento do processo de inventar-se a partir da arte. Com isso o pesquisador investiga o tema tendo em vista sua curiosidade também em relação ao processo imaginário que não esta restrita apenas ao cinema, literatura, enfim, as HQs é uma arte que traz a potencialidade do imaginário, sendo ele uma faculdade produtora e reprodutora de cultura visando à construção do ser humano. Alem disso, será uma contribuição o discorrer deste assunto visto que temos vários pesquisadores investigando e

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se atualizando sobre essa arte, um dos motivos de sua relevância, ter em foco este estudo visto que ele é atual e interessante.

O material de estudo e investigação é amplo, podemos encontrar as historias em quadrinhos em jornais, revistas em quadrinhos, livros, etc., dos quais tem publicado diariamente principalmente em jornais.

Fontes Consultadas

ALVES, J. M..Histórias em Quadrinhos e Educação Infantil. Psicol. cienc. prof. [online]. 2001, vol.21, n.3, pp. 2-9. ISSN 1414-9893. Disponível em:<

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932001000300002&script=sci_arttext>. Acessado em 29 Mai. 2013

BONOMI, Tomás Moraes Abreu and Lotufo Neto, Francisco Psicopatologia

nas Histórias em Quadrinhos e Cartoons.Rev. psiquiatr. clín., 2010, vol.37,

no.6, p.307-311. ISSN 0101-6083. Disponível

em:<

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832010000600008>. Acessado em 20 Mai. 2013

COSTA, R.. As Representações Sociais Transmitidas das Histórias em

Quadrinhos de Super-Heróis. Revista de Psicologia da UNESP, América do

Norte, 920 04 2011. Disponível em:

<http://www2.assis.unesp.br/revpsico/index.php/revista/article/view/69/221>

Acessado em 19 Mai. 2013.

FORTUNATO,I..Mauricio de Sousa e Meio Século de Sucesso com a sua

Turma da Mônica. Sumaré. Revista Acadêmica Eletrônica. Disponível em:<

http://www.sumare.edu.br/Arquivos/1/raes/04/raesed04_artigo06.pdf>.

Acessado em 31 Mai. 2013

KUSNETZOFF, J.C.. Introdução á Psicopatologia Psicanalítica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

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LAPLANCHE, Jean.. Vocabulário da Psicanálise / Laplanche e Pontalis. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

LEITE, F.. Mass Media e além: a lógica da inversão no pós-morte das tirinhas do penadinho de Maurício de Souza. Leitura Flutuante. Revista do Centro de

Estudos em Semiótica e Psicanálise. ISSN 2175-7291, 4, fev. 2013.

Disponível em:

<http://revistas.pucsp.br/index.php/leituraflutuante/article/view/8201>. Acesso

em: 29 Mai. 2013

MENEZES, R. L. C.; SILVA. C. M. P.. O Conto de Fadas como Instrumento

Mediacional na Clinica Psicológica com Crianças. Disponível em:

<http://www.gelne.org.br/Site/arquivostrab/693-artigo_renatamenezes.pdf>.

Acessado em: 20 Mai. 2013

TALLAFERRO, A.. Curso Básico de Psicanálise. 3º Edição – 2001. Martins Fontes.

ZIMERMAN, D. E..Manual de Técnica Psicanalítica:uma re-visão/David E. Zimerman. – Porto Alegre: Artmed, 2004.

Referências

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