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Identificação on-line de parâmetros da máquina síncrona usando medição sincronizada de fasores

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Academic year: 2021

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Valmor Zimmer

IDENTIFICAC¸ ˜AO ON-LINE DE PAR ˆAMETROS DA M ´AQUINA S´INCRONA USANDO MEDIC¸ ˜AO

SINCRONIZADA DE FASORES

Florian´opolis 2018

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Zimmer, Valmor

Identificação On-line de Parâmetros da Máquina Síncrona Usando Medição Sincronizada de Fasores / Valmor Zimmer ; orientador, Ildemar Cassana Decker, 2018.

181 p.

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós

Graduação em Engenharia Elétrica, Florianópolis, 2018. Inclui referências.

1. Engenharia Elétrica. 2. Identificação de Parâmetros. 3. Funções de Sensibilidade da Trajetória. 4. Máquinas Síncronas. 5. PMU. I. Decker, Ildemar Cassana. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. III. Título.

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Agrade¸co, primeiramente, a Deus, que me aben¸coou com sa´ude, ˆ

animo, paciˆencia e sabedoria para superar as dificuldades.

Agrade¸co `a minha fam´ılia, em especial `a minha esposa Cristiane, pelo seu amor e compreens˜ao diante dos problemas que enfrentamos juntos, `as minhas filhas, Amelie e Melissa, aos meus pais, Arno e Delci, `

a minha irm˜a Valqu´ıria, e ao meu sogro Alfredo, que nos deixou no decorrer deste trabalho.

Agrade¸co ao meu orientador Prof. Ildemar, cuja confian¸ca e car´ater servem de exemplo de profissionalismo.

Agrade¸co aos membros das bancas de qualifica¸c˜ao e defesa, Prof. Francisco Damasceno Freitas, Prof. Lu´ıs Fernando Costa Alberto e Prof. Roberto de Souza Salgado, pelas contribui¸c˜oes dadas ao trabalho. Agrade¸co ao professor Aguinaldo, pelas diversas e frut´ıferas dis-cuss˜oes ao logo do desenvolvimento do trabalho.

Agrade¸co aos demais professores da p´os-gradua¸c˜ao, em especial, aos professores Mauro, Diego, Edson, Erlon, Sim˜oes e Hans.

Agrade¸co pela amizade dos meus colegas da p´os e do LabPlan, especialmente, Agostini, Pedro, Ivo, Jonas, ´Erika, F´abio, Kauana, Ro-dolfo, Paulo Andr´e, Benetti, Larroyd, Andr´e e Rodrigo.

Agrade¸co a equipe t´ecnica da UHE Itaipu pelos dados forneci-dos, disponibilidade e apoio t´ecnico.

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Tudo tem o seu tempo determinado, e h´a tempo para todo prop´osito debaixo do c´eu: h´a tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;

tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir; tempo de chorar e tempo de rir;

tempo de prantear e tempo de saltar de alegria;

tempo de espalhar pedras e tempo de ajun-tar pedras;

tempo de abra¸car e tempo de deixar de abra¸car;

tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora; tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de ficar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz. Eclesiastes 3,1-8 (ARA)

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Modelos dinˆamicos de simula¸c˜ao s˜ao essenciais para os estudos relacio-nados ao planejamento e a opera¸c˜ao dos Sistemas de Energia El´etrica. Dentre os equipamentos desses sistemas, as m´aquinas s´ıncronas se des-tacam, pois s˜ao respons´aveis pela maior parte da energia gerada e s˜ao fortemente associadas aos fenˆomenos dinˆamicos. Nesta tese de dou-torado ´e desenvolvida uma metodologia de identifica¸c˜ao on-line de parˆametros de modelos dinˆamicos de m´aquinas s´ıncronas usando da-dos de perturba¸c˜oes que ocorrem naturalmente em Sistemas de Ener-gia El´etrica. A obten¸c˜ao de medidas ´e realizada por meio de Medi¸c˜ao Sincronizada de Fasores. A modelagem da m´aquina s´ıncrona utiliza modelos para an´alise transit´oria. A metodologia de identifica¸c˜ao de parˆametros desenvolvida ´e baseada no m´etodo de M´ınimos Quadrados N˜ao-linear. Um modelo de estima¸c˜ao ´e desenvolvido, o qual visa a identifica¸c˜ao de parˆametros e condi¸c˜oes iniciais de estados diferenci-ais do modelo dinˆamico n˜ao-linear. Para isso, utilizam-se Simula¸c˜oes Dinˆamicas H´ıbridas e Fun¸c˜oes de Sensibilidade da Trajet´oria H´ıbridas, ambas resolvidas por meio da solu¸c˜ao de Problemas de Valor Inicial, com a inje¸c˜ao de vari´aveis medidas. Aborda-se o problema usando otimiza¸c˜ao irrestrita e restrita. Na primeira abordagem, utiliza-se o m´etodo de M´ınimos Quadrados N˜ao-Linear e na segunda, o M´etodo Primal-Dual de Pontos Interiores. A metodologia ´e validada por meio de dados sint´eticos, onde verifica-se que a metodologia ´e capaz de iden-tificar corretamente os parˆametros do modelo. Nesta valida¸c˜ao, s˜ao realizados diversos testes de modo a avaliar a robustez da metodologia. Dados reais, de uma perturba¸c˜ao ocorrida na UHE Itaipu, s˜ao empre-gados. Nesse caso, a metodologia ´e capaz de identificar parˆametros e de minimizar a discrepˆancia existente entre as vari´aveis medidas e as vari´aveis h´ıbridas simuladas com parˆametros nominais.

Palavras-chave: identifica¸c˜ao de parˆametros, fun¸c˜oes de sensibilidade da trajet´oria, m´aquina s´ıncrona, simula¸c˜ao dinˆamica h´ıbrida, PMU e valida¸c˜ao de modelos

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Dynamic simulation models are essential for studies related to the plan-ning and operation of electric power systems. The synchronous machi-nes, which generates a large share of energy in current power systems, are strongly associated to many of the dynamic phenomena. Therefore, correct synchronous generator parameters are required for the correct simulation of power system dynamics. In this doctoral thesis a metho-dology for on-line identification of parameters and dynamic states of synchronous generator, is developed. Synchrophasors data and Hybrid Dynamic Simulation provide the trajectories deviations caused by para-meters errors. Simulated variables are combined with measurements to obtain Hybrid Trajectory Sensibility Functions, which are used in the identifcation process based on Nonlinear Least Squares. This approach simplifies the calculation of Hybrid Trajectory Sensibility Functions. Constraints on the parameters range are enforced and the resulting constrained optimization problems is solved by a Primal-Dual Interior Points method. The method is applied to synthetic and real data. The methodology provided good results for synthetic data and extensive tests proved its robustness to uncertainties in the identification pro-cedure. The method was applied to a large synchronous generator of Itaipu power plant. Despite noise, uncertainties on the disturbance in-formativity, and likely errors in the phasor measurement system and the measurement channels, specially in the voltage and current trans-formers due to the large disturbance, the results are satisfactory with a strong adherence between the Hybrid Dynamic Simulation with the identifed parameters and the measurements.

Keywords: hybrid dynamic simulation, model validation, parameter identification, PMU, synchronous machine and trajectory sensitivity functions.

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Figura 1 – Fenˆomenos em SEE - Adaptado de [1] . . . 34

Figura 2 – Esquema das equa¸c˜oes envolvidas no modelo ma-tem´atico para estudos de estabilidade transit´oria – Adap-tado de [2] e [3] . . . 35

Figura 3 – Representa¸c˜ao da SDH - Adaptado de [4] . . . 48

Figura 4 – Alternativas de implementa¸c˜ao de SDH . . . 51

Figura 5 – Frequˆencia do SIN . . . 55

Figura 6 – Frequˆencia do SIN Filtrada . . . 56

Figura 7 – Fluxograma da metodologia . . . 59

Figura 8 – M´odulo e ˆAngulo da tens˜ao terminal da m´aquina 73 Figura 9 – Tens˜ao de Campo Medida . . . 73

Figura 10 – M´odulo e ˆAngulo da corrente terminal da m´aquina 74 Figura 11 – Potˆencias Ativa e Reativa . . . 74

Figura 12 – Estados Diferenciais - com 0% e com 10% de erro 75 Figura 13 – Diagrama Unifilar do Caso Base . . . 82

Figura 14 – Pee Qenas 4 perturba¸c˜oes com M 5 − D − ra. . . 84

Figura 15 – Pee Qenos diferentes modelos com a perturba¸c˜ao AB − LT 1. . . 84

Figura 16 – Erro percentual durante as itera¸c˜oes com erro de 10% nas estimativas iniciais dos parˆametros . . . 86

Figura 17 – Erro percentual durante as itera¸c˜oes com erro na estimativas iniciais de 10% nos parˆametros e 2% na velocidade angular inicial . . . 87

Figura 18 – Potˆencias ativa e reativa usando diferentes per-turba¸c˜oes . . . 90

Figura 19 – Potˆencias ativa e reativa do modelo de referˆencia e da SDH inicial com erro nas estimativas iniciais de parˆametros de 10% . . . 91

Figura 20 – FSTH de potˆencias ativa e reativa em rela¸c˜ao aos parˆametros . . . 91

Figura 21 – FSTH de potˆencias ativa e reativa em rela¸c˜ao `as condi¸c˜oes iniciais dos estados diferenciais . . . 92

Figura 22 – Erro percentual durante as itera¸c˜oes com erro ini-cial de 10% nos parˆametros . . . 95

Figura 23 – Sensibilidade das potˆencias ativa e reativa com a varia¸c˜ao de parˆametros em 20% . . . 96

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Figura 25 – Erro percentual durante o processo de identifica¸c˜ao usando MQNL irrestrito (+ 50% erro) . . . 100 Figura 26 – Erro percentual durante o processo de identifica¸c˜ao

usando PDPI (+ 50% erro) . . . 100 Figura 27 – Erro percentual durante o processo de identifica¸c˜ao

usando PDPI-D (α1= 10 e Krf= 0.8)(+ 50% erro) . 101

Figura 28 – Erro percentual durante o processo de identifica¸c˜ao usando PDPI-D (α1= 10 e Krf= 0.9)(+ 50% erro) . 101

Figura 29 – Potˆencia ativa com vari´aveis ruidosas . . . 102 Figura 30 – Potˆencia reativa com vari´aveis ruidosas . . . 102 Figura 31 – Potˆencias ativa e reativa com in´ıcio do processo de

identifica¸c˜ao no instante 0.5s . . . 104 Figura 32 – Localiza¸c˜ao das PMUs do SMSF MedFasee BT . . 108 Figura 33 – Frequˆencia do SIN durante a perturba¸c˜ao . . . 109 Figura 34 – M´odulos das tens˜oes trif´asicas durante a perturba¸c˜ao110 Figura 35 – M´odulos das correntes trif´asicas durante a

per-turba¸c˜ao . . . 110 Figura 36 – Tens˜ao de Campo durante a perturba¸c˜ao . . . 111 Figura 37 – M´odulo da tens˜ao de sequˆencia positiva durante a

perturba¸c˜ao . . . 111 Figura 38 – M´odulo da corrente de sequˆencia positiva durante

a perturba¸c˜ao . . . 112 Figura 39 – Potˆencia ativa durante a perturba¸c˜ao . . . 112 Figura 40 – Potˆencia reativa durante a perturba¸c˜ao . . . 113 Figura 41 – Diferen¸ca nas estimativas - PDPI sem damping . 116 Figura 42 – Diferen¸ca nas estimativas - PDPI com damping . 116 Figura 43 – Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida com os parˆametros

nominais e com os parˆametros identificados . . . 118 Figura 44 – Aplicativo de simula¸c˜ao dinˆamica . . . 179 Figura 45 – Aplicativo de identifica¸c˜ao de parˆametros . . . 181

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Tabela 1 – N´umero de modelos padronizados em simuladores

dinˆamicos . . . 39

Tabela 2 – Classifica¸c˜ao das vari´aveis na SDH . . . 72

Tabela 3 – Caracter´ısticas do problema de acordo com o mo-delo de m´aquina . . . 77

Tabela 4 – Detalhes do Caso Base . . . 82

Tabela 5 – Parˆametros nominais dos modelos de m´aquinas . 83 Tabela 6 – Evolu¸c˜ao do processo de identifica¸c˜ao de parˆametros e condi¸c˜oes iniciais de estados dinˆamicos com erro de 10% nos parˆametros . . . 85

Tabela 7 – Evolu¸c˜ao do processo de identifica¸c˜ao de parˆametros e condi¸c˜oes iniciais de estados dinˆamicos com erro de 10% nas estimativas iniciais dos parˆametros e 2% na velocidade angular inicial . . . 87

Tabela 8 – Itera¸c˜oes necess´arias para a identifica¸c˜ao dos parˆametros dos 5 modelos e suas varia¸c˜oes . . . 88

Tabela 9 – Dados do Gerador . . . 89

Tabela 10 – Matriz Γ(p) . . . 93

Tabela 11 – Valores Singulares da Γ(p) . . . 94

Tabela 12 – N´umero de condi¸c˜ao para a primeira itera¸c˜ao das quatro perturba¸c˜oes simuladas com 10% de erro e n´umero de itera¸c˜oes (Iter.) necess´arias para convergˆencia com a varia¸c˜ao dos per´ıodos de an´alise . . . 94

Tabela 13 – Sensibilidade da SQR com a varia¸c˜ao de 20% nos parˆametros . . . 97

Tabela 14 – N´umero de itera¸c˜oes usando diferentes m´etodos . 99 Tabela 15 – Estimativas iniciais estimadas e parˆametros iden-tificados com sinais ruidosos . . . 103

Tabela 16 – Datas de instala¸c˜oes de UGs da UHE Itaipu. . . . 108

Tabela 17 – Parˆametros Identificados . . . 117

Tabela 18 – Dados do processo de identifica¸c˜ao . . . 117

Tabela 19 – SQR com varia¸c˜ao individual de 20% nos parˆametros identificados . . . 119

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SEE Sistemas de Energia El´etrica . . . 23

MSF Medi¸c˜ao Sincronizada de Fasores . . . 24

FACTS Flexible AC Trasnsmission System . . . 24

HVDC High Voltage Direct Current . . . 24

UG Unidade Geradora . . . 24

FST Fun¸c˜oes de Sensibilidade da Trajet´oria . . . 32

FPS Frames Per Second . . . 33

SDT Simula¸c˜ao Dinˆamica Tradicional . . . 33

PVI Problema de Valor Inicial . . . 40

MTI M´etodo Trapezoidal Impl´ıcito . . . 41

SSFR Standstill Frequency Response . . . 44

OLFR On-Line Frequency Response . . . 44

MQNL M´ınimos Quadrados N˜ao-Linear . . . 47

SDH Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida . . . 48

DFT Discrete Fourier Transform . . . 53

TVE Total Vector Error . . . 53

IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers . . . 54

IEC International Electrotechnical Commission . . . 54

ROCOF Rate Of Change Of Frequency . . . 54

OOB Out-Of-Band . . . 54

CIs Canais de Instrumenta¸c˜ao . . . 55

TC Transformador de Corrente . . . 55

TP Transformador de Potencial . . . 55

SQR Soma do Quadrado dos Res´ıduos . . . 62

PDPI Primal-Dual de Pontos Interiores . . . 67

FSTH Fun¸c˜oes de Sensibilidade da Trajet´oria H´ıbridas . . . 77

LT Linha de Transmiss˜ao . . . 82

TR Transformador . . . 82

AVR Automatic Voltage Regulator . . . 82

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1 INTRODUC¸ ˜AO 23 1.1 O Problema da Identifica¸c˜ao de Parˆametros de M´aquinas

S´ıncronas . . . 24

1.2 Objetivos e Contribui¸c˜oes da Tese . . . 28

1.3 Estrutura do Documento . . . 29

2 FUNDAMENTOS 31 2.1 Identifica¸c˜ao de Parˆametros . . . 31

2.2 Modelo de Unidade Geradora . . . 33

2.2.1 Modelos de M´aquinas S´ıncronas . . . 34

2.2.2 Outros Equipamentos . . . 38

2.2.3 Representa¸c˜ao Matem´atica . . . 39

2.2.4 Simula¸c˜ao Dinˆamica Tradicional . . . 40

2.3 Identifica¸c˜ao de Parˆametros da M´aquina S´ıncrona . . . . 42

2.3.1 Metodologias Off-line . . . 42 2.3.2 Metodologias On-line . . . 44 2.3.2.1 M´etodos Recursivos . . . 44 2.3.2.2 M´etodos Iterativos . . . 45 2.3.2.2.1 M´etodos Heur´ısticos . . . 45 2.3.2.2.2 M´etodos Meta-heur´ısticos . . . 46

2.3.2.2.3 M´ınimos Quadrados N˜ao-Linear 46 2.3.3 An´alise das Metodologias . . . 47

2.4 Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida . . . 48

2.4.1 Representa¸c˜ao Matem´atica . . . 49

2.4.2 Alternativas para Implementa¸c˜ao da SDH . . . . 49

2.5 Caracter´ısticas de Desempenho da MSF . . . 52

2.5.1 Taxa de Transmiss˜ao . . . 52

2.5.2 C´alculo do Fasor . . . 52

2.5.3 Presen¸ca de Ru´ıdo . . . 55

2.6 Considera¸c˜oes Finais . . . 56

3 METODOLOGIA DESENVOLVIDA 59 3.1 Vis˜ao Geral da Metodologia Desenvolvida . . . 59

3.2 M´ınimos Quadrados N˜ao-Linear . . . 61

3.2.1 Abordagem Cont´ınua . . . 62

3.2.2 Abordagem Discreta . . . 63

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3.2.5.1 Damping . . . 67 3.2.5.2 Decomposi¸c˜ao do Problema . . . 68 3.2.5.3 Controle de Passo . . . 68 3.3 Modelo de Identifica¸c˜ao . . . 69 3.4 Implementa¸c˜ao da Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida . . . 71 3.5 Implementa¸c˜ao das Fun¸c˜oes de Sensibilidade da Trajet´oria 75 3.6 Uso de Restri¸c˜oes . . . 78 3.7 Considera¸c˜oes Finais . . . 79

4 RESULTADOS COM DADOS SINT ´ETICOS 81

4.1 An´alise de Diferentes Modelos . . . 81 4.1.1 Casos Base . . . 81 4.1.2 Perturba¸c˜oes Estudadas . . . 83 4.1.3 Resultados do Processo de Identifica¸c˜ao . . . 85 4.2 An´alise do Modelo Subtransit´orio de Polos Salientes . . 89 4.2.1 Caso Base . . . 89 4.2.2 Informatividade da Perturba¸c˜ao . . . 90 4.2.3 An´alise de Sensibilidade . . . 95 4.2.4 Estimativa Inicial . . . 98 4.2.5 Presen¸ca de Ru´ıdo . . . 101 4.2.6 Intervalo de An´alise . . . 103 4.3 Considera¸c˜oes Finais . . . 105

5 RESULTADOS COM DADOS REAIS 107

5.1 Caracter´ısticas da Instala¸c˜ao . . . 107 5.2 Descri¸c˜ao do Caso Utilizado . . . 107 5.3 Incertezas e Defini¸c˜oes . . . 113 5.3.1 Erros em Medidas Fasoriais . . . 113 5.3.2 Vari´aveis N˜ao-medidas . . . 114 5.3.3 Modelo da M´aquina . . . 115 5.3.4 Parˆametros de Referˆencia . . . 115 5.4 Identifica¸c˜ao de parˆametros . . . 115 5.4.1 Valida¸c˜ao dos Resultados . . . 117 5.4.2 An´alise de Sensibilidade . . . 118 5.5 Considera¸c˜oes Finais . . . 119

6 CONCLUS ˜OES 121

6.1 Principais Conclus˜oes . . . 121 6.2 Contribui¸c˜oes da Tese . . . 123 6.3 Publica¸c˜oes . . . 123

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REFER ˆENCIAS 125 ANEXO A -- Modelos de M´aquinas S´ıncronas 137 ANEXO B -- M´etodo Primal-Dual de Pontos Interiores 143 AP ˆENDICE A -- Fun¸c˜oes de Sensibilidade da Trajet´oria

H´ıbridas 151

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1 INTRODUC¸ ˜AO

A importˆancia social, econˆomica e pol´ıtica dos Sistemas de Ener-gia El´etrica (SEE) exige que tais sistemas sejam confi´aveis sob os as-pectos energ´eticos e el´etricos, o que demanda um grande esfor¸co no planejamento e opera¸c˜ao.

Modelos de simula¸c˜ao s˜ao cruciais ao planejamento e a opera-¸

c˜ao de SEE. Erros em modelos de simula¸c˜ao dinˆamica podem levar a avalia¸c˜oes inadequadas das condi¸c˜oes de opera¸c˜ao e a a¸c˜oes de controle equivocadas. Discrepˆancias entre medidas e simula¸c˜oes dinˆamicas tem sido identificadas como a causa de blackouts [5, 6].

Fatores como o aumento da demanda de energia, o aumento de restri¸c˜oes ambientais que restringem a expans˜ao desses sistemas, a incorpora¸c˜ao de fontes alternativas no ambiente de gera¸c˜ao distribu´ıda, a incorpora¸c˜ao de cargas como agentes ativos e os requisitos crescentes de qualidade e continuidade da energia e do servi¸co de entrega, tˆem exigido maiores investimentos em tecnologia nos diversos segmentos do setor.

Nos sistemas de transmiss˜ao de energia el´etrica foram identifi-cadas cinco ´areas tecnol´ogicas como fundamentais `a evolu¸c˜ao de tais sistemas [7]:

ˆ o Sensoriamento, Medi¸c˜ao e Monitoramento que inclui o uso de dados de Medi¸c˜ao Sincronizada de Fasores (MSF) em canais de alta velocidade;

ˆ os Dispositivos Eletrˆonicos Avan¸cados que s˜ao constitu´ıdos de dispositivos FACTS (do inglˆes Flexible Alternating Cur-rent Trasnsmission System), sistemas de transmiss˜ao do tipo HVDC (do inglˆes High Voltage Direct Current ) e de sistemas de armazenamento de energia;

ˆ os M´etodos de Controle e Prote¸c˜ao que devem possuir fun¸c˜oes adaptativas e esquemas que permitam manter a integridade

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do sistema, nas diversas condi¸c˜oes de opera¸c˜ao;

ˆ o Suporte a Decis˜ao que se caracteriza por melhorias na inter-face com o uso de medidas de MSF.

Tudo isso suportado por Sistemas de Comunica¸c˜ao capazes de transmitir grandes volumes de dados com rapidez suficiente `a demanda de aplica¸c˜oes.

Nessas ´areas observa-se que a MSF tem destaque, sendo ela con-siderada uma quebra de paradigma na opera¸c˜ao e controle dos SEE.

1.1 O PROBLEMA DA IDENTIFICAC¸ ˜AO DE PAR ˆAMETROS DE M ´AQUINAS S´INCRONAS

Dentre os modelos dinˆamicos de componentes de SEE, o modelo das m´aquinas s´ıncronas ´e de extrema importˆancia, pois o desempenho dos SEE ´e fortemente ligado ao comportamento destes equipamentos.

Exemplos disso s˜ao dois grandes dist´urbios que ocorreram em 1996 na costa oeste dos EUA [5]. Com o objetivo de investigar as causas e propor solu¸c˜oes para mitigar eventos semelhantes, um ´arduo trabalho de simula¸c˜ao dessas ocorrˆencias foi proposto `a ´epoca. Em especial do evento de 10 de agosto, cujos modelos dinˆamicos apresenta-vam comportamento discordante dos registros do dist´urbio. Os regis-tros apresentavam uma condi¸c˜ao inst´avel com oscila¸c˜oes crescentes no fluxo de potˆencia ativa da interliga¸c˜ao Calif´ornia-Oregon [8].

Uma s´erie de modifica¸c˜oes foram necess´arias para ajustar as si-mula¸c˜oes num´ericas para que fossem fi´eis aos registros de campo. Den-tre estas modifica¸c˜oes, incluem-se uma grande revis˜ao e valida¸c˜ao de modelos de Unidades Geradoras (UG), ou seja de m´aquinas e de seus sistemas de controle [9].

Com base nesses resultados, algumas recomenda¸c˜oes foram le-vantadas. Uma delas diz respeito `a valida¸c˜ao peri´odica (a cada 5 anos) de modelos de UG com capacidade superior a 10MW. Uma justificativa era que a base de dados existente `a ´epoca era considerada inadequada

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para representar os eventos ocorridos [10, 11].

A valida¸c˜ao de modelos, por meio da valida¸c˜ao de valores de parˆametros, tamb´em chamada de identifica¸c˜ao, estima¸c˜ao ou calibra¸c˜ao, pode ser realizada por metodologias off-line e on-line.

As metodologias off-line, tamb´em chamadas de tradicionais, per-mitem a identifica¸c˜ao de parˆametros de m´aquinas s´ıncronas mediante a realiza¸c˜ao de ensaios espec´ıficos [12].

Em geral, tais procedimentos restringem a opera¸c˜ao da m´aquina, pois for¸cam perturba¸c˜oes levando a m´aquina a condi¸c˜oes de estresse, e em alguns casos necessitam sua desconex˜ao do sistema el´etrico e at´e mesmo o seu desligamento, o que resulta em preju´ızos econˆomicos na opera¸c˜ao do sistema.

A imposi¸c˜ao de restri¸c˜oes de opera¸c˜ao `a m´aquina ´e plenamente compreens´ıvel, pois os ensaios foram desenvolvidos para serem apli-cados antes da m´aquina entrar em opera¸c˜ao, n˜ao de forma peri´odica. Entretanto, a existˆencia de erros nas bases de dados tˆem tornado im-prescind´ıvel a valida¸c˜ao peri´odica. Dentre os erros podem ser citados [10]:

ˆ uso de dados t´ıpicos;

ˆ erro de escala provocado por altera¸c˜oes de capacidade (repo-tencia¸c˜ao);

ˆ uso de parˆametros saturados, em vez de n˜ao-saturados; ˆ valores de in´ercia desconsiderando a contribui¸c˜ao da turbina; ˆ exclus˜ao de componentes como a compensa¸c˜ao de potˆencia

reativa nos sistemas de excita¸c˜ao [13].

Al´em disso, os parˆametros das m´aquinas sofrem desvios substan-ciais ao longo do tempo de sua opera¸c˜ao, aumentando a discrepˆancia entre registros e simula¸c˜oes. Esses desvios s˜ao usualmente causados por:

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ˆ temperatura interna; ˆ envelhecimento;

ˆ efeitos da for¸ca centr´ıfuga nos contatos dos enrolamentos; ˆ e falhas incipientes em elementos internos da m´aquina [14]. A necessidade de valida¸c˜ao peri´odica de modelos favorece o uso de procedimentos e metodologias de identifica¸c˜ao on-line, ou seja, que empregam perturba¸c˜oes que ocorram naturalmente no sistema el´etrico, pois n˜ao requerem a submiss˜ao da m´aquina a ensaios.

As metodologias de identifica¸c˜ao on-line podem ser classificadas em dois grupos: aquelas que usam medidas sincronizadas e aquelas que n˜ao usam.

A identifica¸c˜ao de parˆametros on-line por meio de medidas de MSF ´e um tema ainda em desenvolvimento. A MSF caracteriza-se por uma base de dados sincronizada no tempo, com elevada precis˜ao, de registros fasoriais, que se encontram no mesmo “espa¸co/dimens˜ao” dos programas de simula¸c˜ao. Essas caracter´ısticas propiciam o desenvolvi-mento de novas e mais efetivas estrat´egias para a valida¸c˜ao de modelos usando perturba¸c˜oes naturais do sistema.

O uso da MSF tem se mostrado t˜ao promissor que importantes companhias tˆem apoiado o desenvolvimento da tecnologia e sua uti-liza¸c˜ao na valida¸c˜ao de modelos dinˆamicos. Destaca-se o guia pr´atico para verifica¸c˜ao da qualidade de modelos de m´aquinas com uso na MSF publicado pelo NERC (do inglˆes North American Electric Reliability Corporation) [15].

Al´em da classifica¸c˜ao baseada no uso de medidas sincronizadas, as metodologias on-line podem ser classificadas de acordo com o modelo de m´aquina e o m´etodo matem´atico utilizado na identifica¸c˜ao.

Quanto a classifica¸c˜ao do tipo de m´aquina destaca-se: ˆ a ado¸c˜ao do modelo cl´assico [16];

(29)

ˆ do modelo subtransit´orio [20, 21, 22];

ˆ e de modelos em condi¸c˜oes saturadas [14, 23, 24, 25].

Trabalhos recentes tˆem focado na identifica¸c˜ao da UG, que inclui a identifica¸c˜ao dos parˆametros da m´aquina s´ıncrona, turbina, e sistemas de controle, tais como: regulador de tens˜ao, regulador de velocidade e estabilizador de sistema de potˆencia [22, 26, 27]. Nesses trabalhos a identifica¸c˜ao dos parˆametros ´e realizada em duas etapas. Inicial-mente, uma an´alise de sensibilidade determina os parˆametros sens´ıveis e que podem ser calibrados. Ent˜ao, numa segunda etapa, os parˆametros sens´ıveis s˜ao calibrados.

Contudo, essas abordagens podem ser afetadas por dificuldades associadas a identificabilidade, geradas por parˆametros correlacionados, onde, por exemplo, um parˆametro da m´aquina compensa a calibra¸c˜ao de um parˆametro de um dos controles, como reportado em [22].

Quanto a classifica¸c˜ao do tipo de m´etodo usado na identifica¸c˜ao destaca-se o uso de:

ˆ m´etodos recursivos baseados no Filtro de Kalman [19, 26, 27]; ˆ m´etodos de batelada baseados em M´ınimos Quadrados N˜ao-linear, onde utiliza-se a otimiza¸c˜ao de um ´ındice quadr´atico usando sensibilidade da trajet´oria, que ´e uma abordagem mais direta e confi´avel para a identifica¸c˜ao de parˆametros [17, 18, 20];

ˆ m´etodos baseados em heur´ıstica, [22];

ˆ e m´etodos baseados em inteligˆencia artificial [28, 29, 30, 31]. Independente do m´etodo utilizado, observa-se uma grande evolu¸c˜ao do tema com o desenvolvimento da MSF, por meio da qual pode-se utilizar a Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida para avaliar a qualidade dos parˆametros identificados. Esses e outros aspectos atuais sobre o tema identifica¸c˜ao de parˆametros de modelos de m´aquinas s´ıncronas repre-sentam a base do escopo do presente trabalho, cujos objetivos e contri-bui¸c˜oes s˜ao apresentados na sequˆencia.

(30)

1.2 OBJETIVOS E CONTRIBUIC¸ ˜OES DA TESE

O objetivo deste trabalho ´e o desenvolvimento de uma nova me-todologia para a identifica¸c˜ao de parˆametros de modelos dinˆamicos de simula¸c˜ao de m´aquinas s´ıncronas por meio da identifica¸c˜ao de parˆametros em ambiente on-line usando:

ˆ perturba¸c˜oes naturais do sistema el´etrico; ˆ dados de medi¸c˜ao sincronizada de fasores; ˆ simula¸c˜ao dinˆamica h´ıbrida;

ˆ m´etodos de identifica¸c˜ao de parˆametros.

As principais contribui¸c˜oes deste trabalho s˜ao associados ao de-senvolvimento de novas abordagens de identifica¸c˜ao de parˆametros de modelos dinˆamicos de m´aquina s´ıncronas, permitindo a valida¸c˜ao de tais modelos em perturba¸c˜oes naturais do sistema [32, 33, 34]. Como resultados desse processo para o desempenho dos sistemas el´etricos, pode-se citar:

ˆ melhoria na representa¸c˜ao de modelos dinˆamicos;

ˆ maior confiabilidade das ferramentas de avalia¸c˜ao da segu-ran¸ca dinˆamica on-line dos sistemas;

ˆ dispensa infraestrutura tradicional de instrumenta¸c˜ao para en-saios;

ˆ permite ao operador, independente do sistema a possibilidade de verificar de forma r´apida e isoladamente a qualidade dos modelos de simula¸c˜ao em uso.

Por fim, destaca-se que a metodologia desenvolvida nesta tese oferece as seguintes contribui¸c˜oes espec´ıficas, que s˜ao detalhadas no texto:

(31)

ˆ uso de Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida com a inje¸c˜ao de medidas sincronizadas fasoriais e n˜ao fasoriais;

ˆ as condi¸c˜oes iniciais dos estados diferenciais da simula¸c˜ao dinˆa-mica h´ıbrida s˜ao consideradas como parˆametros a serem iden-tificados conjuntamente com os parˆametros do gerador; ˆ as fun¸c˜oes de sensibilidade da trajet´oria s˜ao calculadas

direta-mente, usando a derivada das fun¸c˜oes diferenciais e alg´ebricas do modelo. Essa abordagem usa o sinal associado `a inje¸c˜ao de vari´aveis medidas e simuladas (h´ıbridas) na sua solu¸c˜ao, de modo que as fun¸c˜oes s˜ao denominadas Fun¸c˜oes de Sensibili-dade da Trajet´oria H´ıbridas.

ˆ restri¸c˜oes nos parˆametros s˜ao consideradas no problema de oti-miza¸c˜ao. O m´etodo Primal-Dual de Pontos Interiores ´e usado para resolver o problema restrito. Ao m´etodo ´e incorporado o uso de um fator de amortecimento (damping), similar ao algoritmo de Levenberg-Marquardt. Os resultados s˜ao com-parados com o problema irrestrito.

ˆ a metodologia desenvolvida ´e aplicada em casos sint´eticos e em um caso real de uma perturba¸c˜ao observada na UHE Itaipu.

1.3 ESTRUTURA DO DOCUMENTO

Os cap´ıtulos seguintes est˜ao organizados da seguinte forma: ˆ no Cap´ıtulo 2, denominado Fundamentos, abordam-se os

prin-cipais conceitos relacionados ao trabalho, tais como a identi-fica¸c˜ao de parˆametros, a simula¸c˜ao dinˆamica de SEE, a Si-mula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida e as caracter´ısticas de desempenho da Medi¸c˜ao Sincronizada de Fasores.

ˆ no Cap´ıtulo 3, ´e apresentada a Metodologia Desenvolvida, onde descreve-se a abordagem matem´atica, detalham-se os modelos

(32)

de identifica¸c˜ao, o processo de Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida adotado, a forma de obten¸c˜ao de Fun¸c˜oes de Sensibilidade da Trajet´oria e as estrat´egias no uso de otimiza¸c˜ao restrita. ˆ no Cap´ıtulo 4, s˜ao apresentados os Resultados com Dados

Sint´eticos, onde diversos casos s˜ao utilizados para comprovar a efetividade da metodologia desenvolvida.

ˆ no Cap´ıtulo 5, apresentam-se os Resultados com Dados Reais, que s˜ao baseados em uma perturba¸c˜ao real na UHE Itaipu. ˆ por fim, no Cap´ıtulo 6, s˜ao apresentadas as principais

Con-clus˜oes obtidas. Al´em disso, listam-se sugest˜oes para o desen-volvimento de novos trabalhos na mesma linha de investiga¸c˜ao.

(33)

2 FUNDAMENTOS

O objetivo deste cap´ıtulo ´e apresentar os principais conceitos relacionados ao trabalho desenvolvido. Os conceitos s˜ao associados `a identifica¸c˜ao de parˆametros, `a simula¸c˜ao dinˆamica de SEE, `a simula¸c˜ao dinˆamica h´ıbrida e `as caracter´ısticas de desempenho da medi¸c˜ao sin-cronizada de fasores.

Inicialmente, a identifica¸c˜ao de parˆametros ´e tratada de forma gen´erica. Na sequˆencia aborda-se a identifica¸c˜ao de parˆametros de m´ a-quinas s´ıncronas, considerando-se as metodologias off-line e on-line. Essas ´ultimas comp˜oem um t´opico de pesquisa amplamente explorado atualmente e podem ser classificadas quanto ao m´etodo matem´atico, modelos de m´aquina, uso de sincrofasores e outras caracter´ısticas es-pec´ıficas.

Na sequˆencia do cap´ıtulo, apresentam-se os modelos da m´aquina s´ıncrona utilizados e o procedimento cl´assico de simula¸c˜ao dinˆamica. Posteriormente, descreve-se a Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida, que tem sido empregada na valida¸c˜ao de modelos de componentes usando a MSF.

Por fim, s˜ao descritas as principais caracter´ısticas de desempe-nho da MSF, que ´e o ambiente de obten¸c˜ao de medidas injetadas na Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida, e cujas caracter´ısticas devem ser consi-deradas na identifica¸c˜ao de parˆametros.

2.1 IDENTIFICAC¸ ˜AO DE PAR ˆAMETROS

A identifica¸c˜ao de parˆametros ´e um problema antigo, complexo e estudado em diversas ´areas da ciˆencia. Esse problema compreende desde o desenvolvimento de experimentos utilizados na identifica¸c˜ao, at´e a investiga¸c˜ao de m´etodos matem´aticos capazes de melhorar o pro-cesso de identifica¸c˜ao.

(34)

parˆametros b´asicos, tamb´em conhecidos por cin´eticos; e os parˆametros observacionais, que s˜ao constitu´ıdos de fun¸c˜oes dos parˆametros b´asicos. Os parˆametros observacionais s˜ao identificados por meio de experimen-tos, e os parˆametros b´asicos s˜ao identificados por meio das fun¸c˜oes que regem as rela¸c˜oes entre os parˆametros b´asicos e observacionais [35].

Em [35] o problema da identificabilidade de parˆametros ´e desen-volvido em dois n´ıveis. O primeiro n´ıvel, definido como identificabili-dade a priori, est´a associada `a identifica¸c˜ao dos parˆametros b´asicos por meio de uma determinada fun¸c˜ao observacional (sa´ıda) de um experi-mento. O segundo n´ıvel, definido como identificabilidade a posteriori, ou tamb´em denominada estimabilidade, est´a associada `a amostragem ´

otima do problema e ao processo de identifica¸c˜ao dos parˆametros ob-servacionais.

Al´em disso, [35] classifica os parˆametros b´asicos em insens´ıveis, ou seja, que n˜ao influenciam as observa¸c˜oes, e em sens´ıveis, que in-fluenciam as observa¸c˜oes. Os parˆametros sens´ıveis s˜ao classificados em identific´aveis e n˜ao-identific´aveis. A identificabilidade a priori ´e classifi-cada em local, global, estrutural, de modelo, condicional e de intervalo, ambas definidas abaixo.

Em [36], o problema da identificabilidade de parˆametros ´e tra-tada em diferentes n´ıveis. Neste caso, focada na identificabilidade de modelos de sistemas h´ıbridos, define-se que um sistema ´e localmente identific´avel se existe a possibilidade de estima¸c˜ao. Al´em disso, ´e defi-nida a identificabilidade em rela¸c˜ao `as medidas.

Em [37], associa-se a identificabilidade ao modelo e ´e introdu-zido o conceito de informatividade das medidas. Nesse caso, para que seja poss´ıvel identificar os parˆametros de um modelo, ´e necess´ario que o modelo seja identific´avel em todo o conjunto de parˆametros e que as medidas sejam suficientemente informativas. Ou seja, o dist´urbio utili-zado no experimento deve ser capaz de sensibilizar todos os parˆametros, de modo que isso se reflita nas trajet´orias das observa¸c˜oes do sistema.

(35)

2.2 MODELO DE UNIDADE GERADORA

Modelos s˜ao representa¸c˜oes que aproximam apenas algumas ca-racter´ısticas particulares de um sistema f´ısico. Ou seja, s˜ao repre-senta¸c˜oes aproximadas, algumas delas considera¸c˜oes, realizadas a fim de modelar sistemas, como: linearidade, invariˆancia no tempo e parˆametros concentrados. Os modelos s˜ao classificados em: est´aticos e dinˆamicos; discretos e cont´ınuos; autˆonomos e n˜ao-autˆonomos; monovari´aveis e multivari´aveis; determin´ısticos e estoc´asticos; e se forem representados no dom´ınio da frequˆencia, como param´etricos; e por gr´aficos, como n˜ao-param´etricos [38].

O objeto de estudo deste trabalho s˜ao modelos de sistemas el´ etri-cos utilizados em an´alise de estabilidade transit´oria, cuja representa¸c˜ao ´

e dada, em geral, por modelos n˜ao-lineares, invariantes no tempo com parˆametros concentrados. Esses modelos s˜ao classificados como: di-nˆamicos por relacionarem vari´aveis dependentes do tempo; cont´ınuos, por serem descritos por equa¸c˜oes diferenciais; n˜ao-autˆonomos, por con-terem entradas; multivari´aveis, por possu´ırem mais de uma vari´avel de entrada e sa´ıda; e determin´ısticos, por considerarem que as vari´aveis do problema n˜ao s˜ao aleat´orias.

A cl´assica ilustra¸c˜ao da Figura 1 apresenta os tipos de fenˆomenos envolvidos e tipos de an´alise realizadas em sistema de energia el´etrica. Na mesma figura, ´e ilustrada a ´area na qual medi¸c˜ao sincronizada de fasores ´e capaz de proporcionar informa¸c˜oes mais precisas, neste caso, baseada em uma taxa de envio de 60 Frames Per Second (FPS).

As principais fontes de energia el´etrica dos SEE s˜ao provenientes de m´aquinas s´ıncronas [39], o que torna a representa¸c˜ao dos fenˆomenos dinˆamicos associados a elas um tema de extrema importˆancia, pois os ajustes de controladores e esquemas de prote¸c˜ao est˜ao diretamente ligados aos modelos e parˆametros que representam esses fenˆomenos.

A representa¸c˜ao esquem´atica do modelo de unidade geradora ´e apresentada na Figura 2. Na representa¸c˜ao, diferenciam-se os efeitos dinˆamicos, representados pelas equa¸c˜oes diferenciais dos modelos da

(36)

Figura 1 – Fenˆomenos em SEE - Adaptado de [1]

m´aquina s´ıncrona, da turbina e de seus controladores, da representa¸c˜ao est´atica, representada pelas equa¸c˜oes alg´ebricas do estator e da rede.

2.2.1 Modelos de M´aquinas S´ıncronas

As m´aquinas s´ıncronas s˜ao equipamentos cuja modelagem ´e estu-dada desde o in´ıcio do s´eculo XX. Ao longo desse s´eculo, as ferramentas de an´alise mudaram e a pr´opria modelagem evoluiu.

O modelo de representa¸c˜ao b´asica da m´aquina s´ıncrona ´e dado em raz˜ao de suas caracter´ısticas construtivas. Essa modelagem deve representar fielmente os fenˆomenos associados `a m´aquina s´ıncrona. En-tretanto as equa¸c˜oes que descrevem seu comportamento possuem vari´aveis dependentes da posi¸c˜ao do rotor em rela¸c˜ao ao estator, o que torna complexa a an´alise de problemas relacionados `a dinˆamica.

Esse modelo evoluiu com a introdu¸c˜ao do conceito de duplo-eixo (eixos direto e em quadratura) proposto inicialmente para m´aquinas de polos salientes por [40]. Essa modelagem foi estendida por [41] e consolidada por [42], onde foi expandida para m´aquinas s´ıncronas, ass´ıncronas, e diferentes tipos de constru¸c˜ao em [43, 44]. Esta

(37)

trans-Figura 2 – Esquema das equa¸c˜oes envolvidas no modelo matem´atico para estudos de estabilidade transit´oria – Adaptado de [2] e [3]

forma¸c˜ao do modelo de componentes de fase para modelo de duplo-eixo ficou conhecida como Transforma¸c˜ao de Park ou Transforma¸c˜ao dq0.

O trabalho de [42] classifica as reatˆancias da m´aquina de acordo com os principais fenˆomenos observados em estudos de estabilidade, classificando as reatˆancias em:

ˆ sequˆencia positiva, negativa ou zero, de acordo com [45]; ˆ de regime permanente, transit´orio ou subtransit´orio; ˆ e, de eixo direto ou em quadratura.

O modelo que emprega somente duplo-eixo ´e conhecido como mo-delo de Parˆametros Fundamentais ou B´asicos, pois ´e realizado em ter-mos de indutˆancias e resistˆencias dos eixos direto e em quadratura dos enrolamentos do estator, de campo e amortecedores. Esses parˆametros n˜ao podem ser determinados diretamente por meio de medidas do com-portamento de m´aquinas s´ıncronas [39]. Os parˆametros fundamentais da m´aquina s´ıncrona s˜ao dados em termos de indutˆancias:

Ll: de dispers˜ao do estator;

(38)

Lq: pr´opria de regime permanente de eixo em quadratura do estator;

Lad: m´utua da armadura-campo de eixo direto;

Laq: m´utua da armadura-campo de eixo em quadratura;

Lf f d: pr´opria do enrolamento do campo;

L11d: pr´opria dos enrolamentos amortecedores do eixo direto;

L11q: pr´opria dos enrolamentos amortecedores do eixo em quadratura;

e de resistˆencias:

ra: do enrolamento de armadura;

rf d: do enrolamento de campo;

r1d: do enrolamento amortecedor do eixo direto;

r1q: do enrolamento amortecedor do eixo em quadratura.

A abordagem que emprega a representa¸c˜ao de duplo-eixo e a re-presenta¸c˜ao de regimes permanente, transit´orio e subtransit´orio, conhe-cida como de parˆametro padr˜ao (parˆametros observacionais), permite que esses parˆametros sejam obtidos por meio de medidas da m´aquina, embora existam rela¸c˜oes matem´aticas entre os parˆametros fundamen-tais e parˆametro padr˜ao [39]. Um parˆametro padr˜ao ou observacional da m´aquina s´ıncrona ´e dado em indutˆancia ou em reatˆancia indutiva de regime. Estes parˆametros compreendem reatˆancia:

xd: permanente de sequˆencia positiva de eixo direto;

xq: permanente de sequˆencia positiva de eixo em quadratura;

x0d: transit´oria de sequˆencia positiva de eixo direto;

x0q: transit´oria de sequˆencia positiva de eixo em quadratura; x00d: subtransit´oria de sequˆencia positiva de eixo direto;

x00q: subtransit´oria de sequˆencia positiva de eixo em quadratura;

x2: de sequˆencia negativa;

x0: de sequˆencia zero;

e, em constantes de tempo, que s˜ao:

Tdo0 : transit´oria de circuito aberto de eixo direto (s);

Tqo0 : transit´oria de circuito aberto de eixo em quadratura (s);

Tdo00: subtransit´oria de circuito aberto de eixo direto (s);

(39)

Em estudos de estabilidade transit´oria a m´aquina s´ıncrona ´e mo-delada por um conjunto de equa¸c˜oes diferenciais e alg´ebricas, que po-dem assumir diversas abordagens, tendo em vista o tipo de rotor das m´aquina (liso ou saliente) e os fenˆomenos que se pretende representar [46]. Nessas abordagens, diferentes hip´oteses s˜ao consideradas, e assim diferentes conjuntos de equa¸c˜oes e parˆametros s˜ao utilizados.

Em [47] ´e apresentada uma an´alise dos diferentes modelos de m´aquinas s´ıncronas. Nessa an´alise, s˜ao abordados 17 modelos com diferentes n´ıveis de aproxima¸c˜ao e, consequentemente, mais vari´aveis de estado, variando de 2ª ordem at´e 8ª. Os modelos apresentados tem como base os propostos em Sauer-Pai [1], Marconato [48] e Anderson-Fouad [49].

Neste trabalho, s˜ao utilizados modelos baseados em aqueles pro-postos em Anderson-Fouad, utilizado na maior parte dos livros de sis-temas el´etricos de potˆencia, como em [46, 50]. O modelo de 6ª ordem considerado pode ser obtido como uma simplifica¸c˜ao tanto do modelo de 6ª ordem de Sauer-Pai como do modelo Marconato [47].

Os modelos citados possuem dois conjuntos de equa¸c˜oes. Um conjunto com duas equa¸c˜oes definidas como equa¸c˜oes mecˆanicas, por tratarem de vari´aveis de estado mecˆanicas. Estas equa¸c˜oes se mantˆem inalteradas em todos os modelos. E um conjunto de equa¸c˜oes defi-nidas como equa¸c˜oes el´etricas. Por tratarem de vari´aveis de estados el´etricas, estas equa¸c˜oes que apresentam as principais diferen¸cas nas representa¸c˜oes dos modelos.

Essencialmente, as equa¸c˜oes mecˆanicas n˜ao mudam em rela¸c˜ao ao modelo utilizado. O que muda ´e a equa¸c˜ao da potˆencia el´etrica (Pe), na qual s˜ao representadas as caracter´ısticas de cada modelo. As

equa¸c˜oes mecˆanicas s˜ao:

˙

ω = ¨δ = ω0

2H(Pm− Pe− D(ω − ω0)) (2.1)

(40)

onde:

ω: ´e a velocidade angular (rad/s); δ: ´e o ˆangulo do rotor da m´aquina (rad) H: ´e a constante de in´ercia (s)

ω0: ´e a velocidade angular base (nominal) do sistema (rad/s)

Pm: ´e a potˆencia mecˆanica do eixo da m´aquina (pu)

D: ´e o coeficiente de amortecimento (pu de potˆencia.s/rad), utilizado para simbolizar o efeito de enrolamentos amortecedores do rotor e ou-tros efeitos.

As equa¸c˜oes el´etricas buscam representar o comportamento da m´aquina sob ponto de vista de seus parˆametros el´etricos, constitu´ıdos basicamente pelas reatˆancias e constantes de tempo relativas aos eixos direto (d) e em quadratura (q) e aos regimes permanente, transit´orio e subtransit´orio. As equa¸c˜oes diferenciais el´etricas podem representar um variado n´umero de circuitos equivalentes dos eixos d e q. Neste trabalho, s˜ao empregados cinco modelos, cujas equa¸c˜oes s˜ao descritas no ANEXO A.

2.2.2 Outros Equipamentos

O modelo de unidade geradora ´e composto por outros equipa-mentos como:

ˆ Turbina: que representa a dinˆamica da convers˜ao da energia proveniente da fonte prim´aria em energia mecˆanica;

ˆ Regulador de velocidade: tamb´em denominado como governa-dor, ou simplesmente pela sigla GOV, representa a dinˆamica do controle da velocidade que, em geral, ´e realizada por meio de servomotor, v´alvulas e malha de controle;

ˆ Regulador de tens˜ao: conhecido pela sigla AVR (do inglˆes Au-tomatic Voltage Regulator ), representa o sistema de excita¸c˜ao da m´aquina e sua malha de controle.

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ˆ Estabilizador de Sistema de Potˆencia: conhecido pela sigla PSS (do inglˆes Power System Stabilizer ), representa o sistema de controle suplementar ao AVR.

Atualmente, existem diversas varia¸c˜oes de modelos, principal-mente no que se refere aos reguladores de velocidade e de tens˜ao e aos estabilizadores de sistema de potˆencia. A evolu¸c˜ao de normas do IEEE tem demonstrado o crescimento no n´umero de modelos de controla-dores. Simuladores dinˆamicos possuem padr˜oes das estruturas mais utilizadas. A Tabela 1, por exemplo, apresenta o n´umero de modelos utilizados nos principais programas de simula¸c˜ao dinˆamica utilizados no Brasil.

Tabela 1 – N´umero de modelos padronizados em simuladores dinˆamicos M´aquinas GOV e AVR PSS

S´ıncronas Turbina

ANATEM [51] 3 7 24 12

Organon [52] 5 23 44 9

Devido `as eventuais varia¸c˜oes de estruturas e as caracter´ısticas espec´ıficas de determinados controladores, alguns simuladores dinˆamicos permitem que o usu´ario possa implementar o modelo espec´ıfico do con-trolador por meio de diagramas de blocos.

Portanto, assume-se que a topologia, assim como os valores de seus parˆametros sejam conhecidos.

2.2.3 Representa¸c˜ao Matem´atica

O modelo de unidade geradora pode ser representado sintetica-mente pelo seguinte conjunto de equa¸c˜oes alg´ebrico-diferenciais:

˙x = f (x, z, p, t) (2.3)

0 = g(x, z, p, t) (2.4)

(42)

onde:

x: vetor de vari´aveis de estados diferenciais z: vetor de vari´aveis de estados alg´ebricos p: vetor de parˆametros

y: vetor de sa´ıdas

f : vetor de fun¸c˜oes de estados diferenciais g: vetor de fun¸c˜oes de estados alg´ebricos h: vetor de fun¸c˜oes de sa´ıdas

f , g e h s˜ao fun¸c˜oes que satisfazem as condi¸c˜oes de Lipschitz.

Estudos de estabilidade transit´oria de SEE empregam simula¸c˜oes dinˆamicas com a representa¸c˜ao de centenas de unidades geradoras e milhares de barras resultando em um problema com dezenas de milhares de equa¸c˜oes diferenciais e alg´ebricas. A solu¸c˜ao anal´ıtica para esse tipo de problema ´e invi´avel. Desse modo, a solu¸c˜ao ´e dada por meio da evolu¸c˜ao de trajet´orias no tempo usando m´etodos de integra¸c˜ao nu-m´erica, t´ecnica denominada neste trabalho como Simula¸c˜ao Dinˆamica Tradicional (SDT).

2.2.4 Simula¸c˜ao Dinˆamica Tradicional

Com a impossibilidade de representar a resposta desse sistema de forma anal´ıtica, seu comportamento ´e avaliado no dom´ınio do tempo por meio de aproxima¸c˜oes num´ericas. Esse problema requer a solu¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais satisfazendo uma dada condi¸c˜ao inicial. Por isso, o problema ´e conhecido como Problema de Valor Inicial (PVI).

Historicamente, uma s´erie de m´etodos num´ericos foram investi-gados e testados em sistemas dinˆamicos, cujas caracter´ısticas s˜ao dadas pelo tipo de passo e pela forma que o passo atual ´e apresentado na equa¸c˜ao de recorrˆencia, podendo ser de:

Passo simples: necessita de informa¸c˜oes sobre a solu¸c˜ao em um ´

unico ponto, sendo auto-inici´aveis. Exemplo: Euler e Runge-Kutta. Passo m´ultiplo: necessita de informa¸c˜oes sobre a solu¸c˜ao ou de

(43)

suas derivadas em mais de um ponto. Exemplo: Adams-Bashforth. Express˜oes Expl´ıcitas: onde a solu¸c˜ao aparece explicitamente em fun¸c˜ao de grandeza calculadas anteriormente, tamb´em denominados de express˜oes do tipo aberta. Exemplo: M´etodo de Euler Expl´ıcito, cuja a equa¸c˜ao de recorrˆencia ´e dada por:

x(k + ∆t) = x(k) + ∆tf (k) (2.6) Express˜oes Impl´ıcitas: onde a solu¸c˜ao aparece tamb´em no argu-mento do segundo membro, tamb´em denominado como express˜oes do tipo fechada. Exemplo: M´etodo Trapezoidal Impl´ıcito, cuja equa¸c˜ao de recorrˆencia ´e dada por:

x(k + ∆t) = x(k) +∆t

2 [f (k) + f (k + ∆t)] (2.7) De acordo com [53], a escolha do m´etodo de integra¸c˜ao a ser uti-lizado deve levar em conta fatores diversos, tais como: erros de trunca-mento nas f´ormulas de integra¸c˜ao, estabilidade num´erica e o desempe-nho do m´etodo na presen¸ca de descontinuidades.

Segundo [2], os m´etodos impl´ıcitos s˜ao mais eficiente computa-cionalmente do que os m´etodos expl´ıcitos e permitem a utiliza¸c˜ao de passos de integra¸c˜ao maiores do que os m´etodos expl´ıcitos. Em diversos trabalhos como [2, 3] o m´etodo recomendado ´e o M´etodo Trapezoidal Impl´ıcito (MTI) por suas caracter´ısticas de estabilidade e precis˜ao. Deste modo, neste trabalho utiliza-se o MTI para a solu¸c˜ao das si-mula¸c˜oes.

Entretanto, al´em do m´etodo de integra¸c˜ao, existem diferentes es-quemas de solu¸c˜ao associados `as equa¸c˜oes alg´ebricas do problema. Os dois esquemas b´asicos de solu¸c˜ao s˜ao, o Esquema Alternado, que resolve separadamente, em cada passo de integra¸c˜ao, os sistemas diferencial e alg´ebrico e o Esquema Simultˆaneo onde as equa¸c˜oes diferenciais s˜ao transformadas em equa¸c˜oes alg´ebricas a diferen¸cas e s˜ao resolvidas si-multaneamente com as equa¸c˜oes alg´ebricas, como um ´unico sistema de equa¸c˜oes.

(44)

As defini¸c˜oes de m´etodo de integra¸c˜ao e esquemas de solu¸c˜ao s˜ao objetos de estudo de ferramentas de simula¸c˜ao, e podem influenciar no resultado obtido. Entretanto, as grandes dificuldades de reprodu¸c˜ao de eventos reais com base em modelos de simula¸c˜ao s˜ao associadas a fatores como:

ˆ defini¸c˜ao da condi¸c˜ao inicial do sistema; ˆ determina¸c˜ao de tipos de eventos do sistema;

ˆ defini¸c˜ao de instantes e sequˆencia de ocorrˆencia dos eventos. Tais fatores constituem dificuldades para reproduzir fielmente perturba¸c˜oes em SEE atrav´es de simula¸c˜oes.

2.3 IDENTIFICAC¸ ˜AO DE PAR ˆAMETROS DA M ´AQUINA S´INCRONA

O problema de identifica¸c˜ao de parˆametro de m´aquinas s´ıncronas pode ser classificado de acordo com a metodologia, m´etodo matem´atico e caracter´ısticas do modelo utilizado. No que tange `as metodologias, o problema pode ser classificado em metodologias off-line e on-line.

2.3.1 Metodologias Off-line

As metodologias off-line s˜ao baseadas em ensaios e procedimen-tos bem definidos que limitam a opera¸c˜ao da m´aquina. Tais ensaios fo-ram criados concomitantemente com o desenvolvimento das m´aquinas de corrente alternada, o que trouxe a necessidade de representa¸c˜ao ma-tem´atica desses equipamentos.

A consolida¸c˜ao dos modelos matem´aticos das m´aquinas s´ıncronas levou ao desenvolvimento de ensaios para determina¸c˜ao de parˆametros. Em [54] s˜ao compilados os testes abordados pelos autores que desen-volveram os modelos, e em 1945 foi aprovada a primeira norma de procedimentos para ensaios em m´aquinas s´ıncronas.

A lista a seguir apresenta a sequˆencia de normas desenvolvidas pelo IEEE referentes a procedimentos para obten¸c˜ao de parˆametros de

(45)

m´aquinas s´ıncronas. Esses procedimentos s˜ao baseados em ensaios que restringem a opera¸c˜ao da m´aquina, e assim, s˜ao denominados como metodologias off-line:

ˆ 1945: AIEE nº503- Test Code for Synchronous Machines [55]; ˆ 1965: IEEE Std.115- Test Procedures for Synchronous

Machi-nes [56];

ˆ 1983: IEEE Std.115- Test Procedures for Synchronous Machi-nes [57]

ˆ 1987: IEEE Std.115A- Procedures for Obtaining Synchronous Machine Parameters by Standstill Frequency Response Tes-ting: era um suplemento da norma IEEE Std.115 [58]. ˆ 1995: IEEE Std.115- Test Procedures for Synchronous

Machi-nes: agregou a norma IEEE Std.115 e o suplemento IEEE Std.115A, foi dividida em duas partes, a primeira relata testes de desempenho da m´aquina e a segunda os procedimento para determinar os parˆametros de an´alise dinˆamica [59].

ˆ 2009: IEEE Std.115- Test Procedures for Synchronous Machi-nes: revis˜ao da norma de 1995 [12].

Al´em das normatiza¸c˜oes supracitadas, o IEEE possui um guia que define a modelagem de geradores s´ıncronos utilizada em an´alise de estabilidade [60]. Por sua vez, o IEC, a ABNT [61] e outros ´org˜aos de normatiza¸c˜ao desenvolvem normas semelhantes, que s˜ao aprimoradas ao longo do desenvolvimento de instrumentos e m´etodos mais adequa-dos.

Entretanto, em [39], relata-se que essas metodologias, definidas em normas, n˜ao permitem estimar os parˆametros transit´orios e sub-transit´orios de eixo em quadratura. Neste sentido, outras metodolo-gias off-line tˆem sido propostas, classificadas no dom´ınio do tempo e da frequˆencia.

(46)

Nas metodologias no dom´ınio do tempo, s˜ao realizados ensaios que requerem o uso de perturba¸c˜oes na m´aquina, como por exemplo rejei¸c˜ao de carga e curto-circuito, semelhantes aos ensaios tradicionais. Nesses testes, algumas condi¸c˜oes de opera¸c˜ao pr´e-perturba¸c˜ao devem ser atendidas. Em [62] ´e proposta uma metodologia que permite a identifica¸c˜ao de parˆametros da m´aquina s´ıncrona usando ensaios de rejei¸c˜ao de carga.

Nas metodologias de dom´ınio da frequˆencia, s˜ao realizados testes que usam sinais injetados com magnitude e frequˆencia vari´avel no rotor e estator da m´aquina (SSFR-Standstill Frequency Response), ou no sistema de excita¸c˜ao (OLFR-On-Line Frequency Response) [39].

2.3.2 Metodologias On-line

As metodologias on-line, ou seja, que n˜ao empregam ensaios, mas dados de opera¸c˜ao normal ou de perturba¸c˜oes naturais do SEE, s˜ao temas de pesquisa ainda em aberto. Atualmente, diversas abordagens, m´etodos matem´aticos e modelos de m´aquinas s˜ao explorados.

No que se refere aos m´etodos matem´aticos, destacam-se os m´ e-todos iterativos, tamb´em denominados como m´etodos de batelada, e os m´etodos recursivos. Devido a dificuldade na identifica¸c˜ao de parˆametros, ambos utilizam diferentes abordagens, t´ecnicas e modelos na busca por melhores processos de identifica¸c˜ao.

2.3.2.1 M´etodos Recursivos

Os m´etodos recursivos realizam a identifica¸c˜ao de parˆametros a cada passo de integra¸c˜ao. Em geral, s˜ao baseados no Filtro de Kalman. Permitem a estima¸c˜ao de estados e parˆametros com a presen¸ca de ru´ıdo no modelo e nas medidas. Entretanto, para melhor entendimento, uma s´erie de defini¸c˜oes devem ser realizadas previamente com rela¸c˜ao `a essa t´ecnica.

(47)

de Kalman Estendido (EKF), Unscented (UKF) e Ensemble (EnKF), que s˜ao abordagens utilizadas em sistemas n˜ao-lineares. As abordagens empregadas em [63, 64, 65, 66] empregam o processo de estima¸c˜ao no modelo cl´assico do gerador s´ıncrono.

Em [67], os autores dividem o processo em “Valida¸c˜ao de mo-delo”, onde utilizam SDH, e “Identifica¸c˜ao de parˆametros”, onde em-pregam o EKF na identifica¸c˜ao de parˆametros, que s˜ao considerados estados adicionais a serem estimados pelo EKF. No mesmo trabalho, os parˆametros que causam discrepˆancias nas trajet´orias s˜ao denomi-nados “problem´aticos”. No trabalho ´e reportado que o m´etodo n˜ao consegue estimar parˆametros com pequena sensibilidade da trajet´oria, denominados como parˆametros mal-condicionados. A abordagem de [67] foi abordada em outros trabalhos como [26, 27].

2.3.2.2 M´etodos Iterativos

Os m´etodos iterativos utilizam todo o conjunto de dados para realizar a identifica¸c˜ao de parˆametros, ou seja, eles empregam todo o vetor de dados de medidas de um determinado experimento.

O processo de identifica¸c˜ao visa minimizar as discrepˆancias entre os registros e simula¸c˜oes. Dentre as metodologias de minimiza¸c˜ao de discrepˆancias destacam-se os m´etodos heur´ısticos, meta-heur´ısticos e m´ınimos quadrados n˜ao-linear.

2.3.2.2.1 M´etodos Heur´ısticos

Consistem de metodologias baseadas em testes de tentativa e erro, fortemente associadas `a experiˆencia do projetista. Essa abor-dagem tem sido realizada em processos de valida¸c˜ao sistˆemica, onde tenta-se reproduzir uma grande perturba¸c˜ao [68]. Como depende for-temente do conhecimento do operador, n˜ao se pode garantir que os parˆametros foram estimados corretamente.

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medidas para desenvolver ferramentas capazes de realizar a calibra¸c˜ao de parˆametros. Em alguns trabalhos, s˜ao utilizados indicadores de desempenho para avaliar a estima¸c˜ao dos parˆametros [69, 70].

2.3.2.2.2 M´etodos Meta-heur´ısticos

Os m´etodos baseados em meta-heur´ısticas s˜ao m´etodos utilizados para solu¸c˜ao de problemas complexos, n˜ao-lineares e que combinam a itera¸c˜ao de procedimentos de melhoria local como estrat´egia para escapar de ´otimos locais e realizar uma busca robusta da solu¸c˜ao ´otima dentro do espa¸co de solu¸c˜ao do problema [71]. Diversos m´etodos tem sido desenvolvidos desde a d´ecada de 40, tais como:

Redes neurais: desenvolvidas em 1943 e exploradas [28], onde s˜ao estimados os parˆametros da m´aquina por meio de um modelo de s´etima ordem, e s˜ao consideradas medidas de δ e o fluxo de eixo direto da m´aquina s´ıncrona. Em [29], s˜ao estimadas as curvas de satura¸c˜ao de m´aquinas. Para esta finalidade, consideram-se medidas de P,Q,V,If de

δ.

Algoritmos gen´eticos: foram desenvolvidos inicialmente em 1975. S˜ao abordados na estima¸c˜ao de parˆametros de m´aquinas em [30] e [31]. Na primeira referˆencia, utilizam-se testes no dom´ınio da frequˆencia; na segunda, ´e apresentado um estudo comparativo entre algoritmos gen´eticos e uma abordagem modificada da t´ecnica denominada enxame de part´ıculas.

2.3.2.2.3 M´ınimos Quadrados N˜ao-Linear

O m´etodo de M´ınimos Quadrados N˜ao-Linear (MQNL) ´e base-ado na minimiza¸c˜ao da soma dos res´ıduos quadr´aticos existentes entre as trajet´orias registradas e simula¸c˜oes. Para isso, ´e necess´ario o c´alculo de derivadas das trajet´orias em rela¸c˜ao aos parˆametros, tamb´em conhe-cidas como fun¸c˜oes de sensibilidade da trajet´orias. Muitas abordagens visando a estima¸c˜ao de parˆametros de m´aquinas s˜ao encontradas na

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li-teratura, podendo utilizar otimiza¸c˜ao irrestrita [22, 72] ou restrita [18]. Al´em dos m´etodos citados, outros m´etodos denominados M´etodos Estat´ısticos s˜ao empregados usando o princ´ıpio da m´axima verossimi-lhan¸ca de dados registrados e as medidas obtidas. Tal abordagem ´e utilizada em conjunto com outros m´etodos, como o Filtro de Kalman e MQNL [73, 74, 75].

2.3.3 An´alise das Metodologias

As referˆencias citadas ilustram o qu˜ao explorada ´e a identifica¸c˜ao de parˆametros de m´aquinas s´ıncronas. Tanto nas metodologias off-line quanto nas metodologias on-line.

Metodologias tradicionais, descritas em normas, s˜ao basicamente testes que empregam diferentes ensaios sob liga¸c˜oes e condi¸c˜oes de opera¸c˜ao bem definidas, como posi¸c˜ao do rotor, velocidade, etc.

Mesmo com metodologias consolidadas em normas, existem tra-balhos focados na melhoria dos processos de identifica¸c˜ao de parˆ ame-tros, onde outros ensaios e m´etodos matem´aticos tˆem sido propostos. Essas metodologias s˜ao classificadas de acordo com seu dom´ınio de aplica¸c˜ao, no dom´ınio do tempo ou da frequˆencia.

As metodologias off-line, tanto no dom´ınio do tempo quanto no dom´ınio da frequˆencia, restringem a utiliza¸c˜ao operacional da unidade geradora, o que acarreta a redu¸c˜ao da produ¸c˜ao de energia el´etrica ou at´e mesmo impossibilita temporariamente a sua utiliza¸c˜ao.

Nas metodologias on-line, que comp˜oem um t´opico atual de pes-quisa que ´e amplamente explorado, verifica-se um vasto n´umero de trabalhos que empregam diferentes m´etodos matem´aticos e modelos de identifica¸c˜ao.

No que se refere aos m´etodos matem´aticos utilizados, os m´etodos recursivos s˜ao apontados como uma alternativa de sucesso. Entretanto, verifica-se que tais m´etodos apresentam dificuldade na identifica¸c˜ao de parˆametros subtransit´orios, inclusive em estudos de casos realizados com simula¸c˜oes.

(50)

Por outro lado, o MQNL tem sido utilizado em muitas pesqui-sas, incluindo em associa¸c˜ao com outras metodologias. Dessa forma, escolheu-se este m´etodo matem´atico para estudo neste trabalho.

Embora sejam explorados diversos m´etodos matem´aticos e mo-delos, observa-se uma grande evolu¸c˜ao no tema com a introdu¸c˜ao da MSF, associado `a Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida (SDH).

A SDH permite contornar as principais dificuldades na repre-senta¸c˜ao de perturba¸c˜oes em SEE, pois as informa¸c˜oes sobre a condi¸c˜ao inicial, os tipos e instantes dos eventos, est˜ao contidos nas medidas in-jetadas na SDH, que ´e abordada em detalhes na se¸c˜ao seguinte.

2.4 SIMULAC¸ ˜AO DIN ˆAMICA H´IBRIDA

O conceito de Simula¸c˜ao Dinˆamica H´ıbrida (SDH) consiste da inje¸c˜ao de medidas de vari´aveis dinˆamicas do sistema real no ambiente de simula¸c˜ao, conforme ilustrado na Figura 3. Ela pode ser interpretada como uma interface entre sistemas reais e simula¸c˜oes convencionais, onde dados reais de eventos em sistemas f´ısicos (Playback ) s˜ao levados para o ambiente de simula¸c˜ao.

Figura 3 – Representa¸c˜ao da SDH - Adaptado de [4]

Dentre as aplica¸c˜oes da SDH destacam-se o aux´ılio no entendi-mento do desempenho de sistemas de potˆencia, a identifica¸c˜ao de faltas, a compara¸c˜ao de diferentes programas de simula¸c˜ao, a simula¸c˜ao de

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re-gistros de medidas n˜ao dispon´ıveis e que possam interessar na an´alise do sistema, e a valida¸c˜ao e o aperfei¸coamento dos modelos de simula¸c˜ao, pois permite a compara¸c˜ao entre grandezas medidas e simuladas [63].

Em [72, 76] esse conceito ´e denominado como sincroniza¸c˜ao, cuja ideia ´e considerar como entrada do modelo matem´atico algumas das sa´ıdas do sistema real, obtidas por meio de medi¸c˜ao.

2.4.1 Representa¸c˜ao Matem´atica

Considerando que algumas vari´aveis s˜ao obtidas via medi¸c˜ao, e, portanto, s˜ao consideradas conhecidas, o conjunto de equa¸c˜oes alg´ebricas e diferenciais (2.3) a (2.5) pode ser reescrito por:

˙x = f (x0, x∗, z0, z∗, p, t) (2.8) 0 = g(x0, x∗, z0, z∗, p, t) (2.9) y = h(x0, x∗, z0, z∗, p, t) (2.10) onde:

x0- vetor de vari´aveis de estados diferenciais sem vari´aveis conhecidas x∗- vetor de vari´aveis de estados diferenciais conhecidas

z0- vetor de vari´aveis de estados alg´ebricos sem vari´aveis conhecidas z∗- vetor de vari´aveis de estados alg´ebricos conhecidas

p- vetor de parˆametros y- vetor de sa´ıdas

A cada passo de integra¸c˜ao novos valores das vari´aveis conheci-das s˜ao inseridos nas equa¸c˜oes, e as demais vari´aveis s˜ao resolvidas no tempo. Entretanto, existem quest˜oes intr´ınsecas `a implementa¸c˜ao e ao uso de medidas na SDH, que ser˜ao tratadas na sequˆencia.

2.4.2 Alternativas para Implementa¸c˜ao da SDH

Existem duas formas de execu¸c˜ao da SDH, os m´etodos indiretos, que empregam elementos externos para emular as medidas injetadas,

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e a forma direta, que interv´em diretamente no esquema de solu¸c˜ao da simula¸c˜ao dinˆamica.

A principal raz˜ao para o uso de m´etodos indiretos ´e a facilidade de implementa¸c˜ao usando softwares comerciais, sem a necessidade de alterar o c´odigo fonte da solu¸c˜ao do problema de valor inicial. Os m´etodos descritos na literatura s˜ao: transformador defasador gerador de resposta r´apida, impedˆancia vari´avel, e potˆencias injetadas. Os quais utilizam diferentes arranjos para a implementa¸c˜ao da inje¸c˜ao das medi-das (playback) no modelo que se quer validar, como ilustrado na Figura 4 .

Transformador Defasador: proposto por [77] utiliza um gerador modelado pelo modelo cl´assico com valor elevado de in´ercia, conec-tado a um transformador defasador, ambos com valores m´ınimos de impedˆancia. O transformador defasador ajusta os valores de m´odulo e ˆangulo da tens˜ao da barra de fronteira a cada passo de integra¸c˜ao, como ilustrado na Figura 4a.

Gerador de Resposta R´apida: proposto em [78], consiste de um gerador com elevado valor de in´ercia, com resposta r´apida dos sistemas de excita¸c˜ao e controle de velocidade. A tens˜ao e frequˆencia provenien-tes da PMU s˜ao injetadas no sistema de excita¸c˜ao (EXC) e no controle de velocidade (GOV) respectivamente. Como ilustrado na Figura 4b.

Impedˆancia Vari´avel: introduzido por [79], prop˜oe a modelagem da barra de fronteira do subsistema por meio de uma impedˆancia equi-valente, que ´e calculada a cada passo de integra¸c˜ao, como ilustrado na Figura 4c o m´etodo necessita das medidas de tens˜ao e potˆencias ativa e reativa para o c´alculo da impedˆancia.

Potˆencias Injetadas: o m´etodo de potˆencias injetadas, ilustrado na Figura 4d, prop˜oe que sejam injetadas as medidas das potˆencias ativa e reativa, por meio de uma carga atualizada a cada passo de integra¸c˜ao, e que as demais vari´aveis sejam calculadas, sendo elas o m´odulo e ˆangulo da tens˜ao e a frequˆencia [80].

Na outra alternativa, denominada direta, ´e necess´aria a mani-pula¸c˜ao das equa¸c˜oes para a inclus˜ao das vari´aveis medidas, e, portanto,

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Figura 4 – Alternativas de implementa¸c˜ao de SDH

´

e uma alternativa que n˜ao pode ser realizada diretamente em programas comerciais, como as alternativas indiretas. A implementa¸c˜ao direta da SDH pode ser realizada de diversas formas, pois esse processo ´e depen-dente da disponibilidade de medidas do sistema.

Neste trabalho, optou-se pela utiliza¸c˜ao da forma direta, onde foi desenvolvido um ambiente de SDH usando o programa MATLAB. Do mesmo modo que na SDT, o modelo de SDH ´e composto por um conjunto de equa¸c˜oes alg´ebrico-diferenciais, onde utiliza-se o M´etodo Trapezoidal Impl´ıcito na transforma¸c˜ao das equa¸c˜oes diferenciais em equa¸c˜oes a diferen¸cas.

O desempenho da SDH depende da qualidade das medidas in-jetadas, ou seja, depende das caracter´ısticas de desempenho da MSF,

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que ´e o tema da se¸c˜ao seguinte.

2.5 CARACTER´ISTICAS DE DESEMPENHO DA MSF

Nesta se¸c˜ao, s˜ao relatadas as principais caracter´ısticas de desem-penho dos sincrofasores. Essas caracter´ısticas s˜ao definidas em normas, que est˜ao em constante atualiza¸c˜ao em virtude da evolu¸c˜ao tecnol´ogica e desenvolvimento de novos m´etodos. Entretanto, devem ser conside-radas no problema de identifica¸c˜ao de parˆametros.

2.5.1 Taxa de Transmiss˜ao

A norma IEEE C37.118.1-2011 [81] define as taxas de trans-miss˜ao de PMUs em sistemas cuja frequˆencia ´e 50 e 60 Hz, que respec-tivamente utilizam taxas de envio de 10/25/50 e 10/12/15/20/30/60 FPS. Quanto menor a taxa, piores s˜ao os dados para a estima¸c˜ao de parˆametros, pois menos detalhes do comportamento dinˆamico s˜ao me-didos.

A taxa de envio de 60 FPS proporciona um fasor a cada 0,01667s. Por´em, em simula¸c˜oes dinˆamicas s˜ao utilizados passos de integra¸c˜ao da ordem de 0,001s at´e 0,00001s, ou at´e menores ainda. Em [4, 78] ´e relatado sobre a necessidade de interpolar medidas fict´ıcias entre os pontos medidos, de modo que a as medidas sejam compat´ıveis com o passo de integra¸c˜ao utilizado. Entretanto, a introdu¸c˜ao dessas medidas fict´ıcias deve ser reduzida gradualmente com a introdu¸c˜ao de PMUs capazes de proporcionar taxas de transmiss˜ao de 120 FPS, 240 FPS ou mais.

2.5.2 C´alculo do Fasor

A metodologia que serve, em geral, como base para o c´alculo, ou estima¸c˜ao do fasor realizada pela PMU, emprega a Transformada Discreta de Fourier (DFT do inglˆes Discrete Fourier Transform) e cada

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fabricante de PMU utiliza formas de c´alculo e ajustes diferentes, que s˜ao mantidos em segredo industrial.

Entretanto, as PMUs devem atender requisitos de normas pre-viamente definidos. No que se refere `a normatiza¸c˜ao acerca da MSF, destacam-se as normas desenvolvidas pelo IEEE, que lan¸cou em 1995 a IEEE 1344-1995. A primeira especifica¸c˜ao exclusiva para sistemas de MSF em subesta¸c˜oes, estabelece formatos de dados e requisitos de sincroniza¸c˜ao para permitir a transmiss˜ao de dados dentre v´arias fontes e diferentes sistemas de medi¸c˜ao [82].

Depois dessa, foram lan¸cadas a norma IEEE C37.118-2005 que procura definir pontos n˜ao definidos na norma de 1995. Tais como, sincrofasores, sincroniza¸c˜ao temporal, etiquetas de tempo, e o conceito de Erro Vetorial Total (TVE do inglˆes Total Vector Error ). Al´em disso, a norma estabelece requisitos de desempenho para PMU em regime permanente, cujo valor deve ser de no m´aximo 1% de TVE, em taxas de transmiss˜ao de at´e 30 FPS, e reformula os padr˜oes de transmiss˜ao de dados, estabelecendo-se novos formatos para o envio de mensagens [83].

Em 2011, foi lan¸cada a revis˜ao da IEEE C37.118, onde a norma foi separada em duas partes. A parte 1 cobre a medi¸c˜ao dos sincrofaso-res, cujas principais diferen¸cas s˜ao a defini¸c˜ao de dois tipos de PMU, a tipo M (requisitos de medi¸c˜ao) e a tipo P (requisitos de prote¸c˜ao e con-trole), e s˜ao definidos testes de conformidade de regime permanente e regime dinˆamico com limites de TVE, erro de frequˆencia (FE do inglˆes Frequency Error ) e erro de varia¸c˜ao de frequˆencia (RFE do inglˆes Rate of change of Frequency Error ), al´em da defini¸c˜ao de tempo de atraso, tempo de resposta e latˆencia [81].

Alguns limites desta norma estavam muito restritivos, tornando invi´avel o desenvolvimento de PMUs capazes de atender todos os requi-sitos da norma [84, 85]. Isso levou a revis˜ao e a cria¸c˜ao de um adendo a norma (IEEE C37.118.1a-2014) [86].

Atualmente, um grupo de trabalho internacional, que envolve as organiza¸c˜oes IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers)

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e a IEC (International Electrotechnical Commission), desenvolve uma norma comum, a IEC/IEEE 60255-118-1. Essa norma dever´a agregar a j´a consolidada IEEE C37.118 com o protocolo IEC 61.850-90-5, que trata da transmiss˜ao digital de sincrofasores no padr˜ao IEEE C37.118 em IEDs [87].

A norma IEEE C37.118.1-2011, juntamente com o adendo de 2014, estabelecem que as PMU devem ser submetidas a testes de confor-midade que garantam que os fasores, a frequˆencia e a taxa de varia¸c˜ao da frequˆencia (ROCOF – do inglˆes Rate Of Change Of Frequency) es-timados atendam aos requisitos impostos. Os testes de regime perma-nente s˜ao:

ˆ varia¸c˜ao em patamares de frequˆencia;

ˆ varia¸c˜ao em patamares de magnitude (tens˜ao e corrente); ˆ varia¸c˜ao em patamares de fase (tens˜ao e corrente);

ˆ distor¸c˜ao harmˆonica e sinais fora de banda (Out-of-band – OOB )

E testes de regime dinˆamico como: ˆ modula¸c˜ao (largura de banda); ˆ rampa de frequˆencia;

ˆ degraus de magnitude e de fase; ˆ latˆencia.

Os testes de regime dinˆamico permitem a presen¸ca de erros ap´os um evento transit´orio, ou seja, comportamentos abruptos de vari´aveis el´etricas tendem a gerar medidas com n´ıvel elevado de erro.

Al´em dos erros do processo de estima¸c˜ao de fasores, existem ou-tras fontes de erros que tamb´em devem ser consideradas, como os erros oriundos dos Canais de Instrumenta¸c˜ao (CIs), ou seja, dos transfor-madores de instrumentos (TC – Transformador de Corrente e TP –

Referências

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