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Centro Intergeracional: Convivência e Aprendizado no Centro de Palhoça

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Academic year: 2021

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Centro Intergeracional

Convivencia e Aprendizado no Centro de Palhoça

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Trabalho de Conclusão de Curso elaborado ao Curso de Arquitetura e

Urbanis-mo da Universidade Federal de Santa Catarina coUrbanis-mo requisito parcial para a

obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Profª. Drª. Maristela Moraes de Almeida

Foto capa - Fonte: arquivo pessoal

Foto contracapa - Fonte: arquivo pessoal

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Sumário

1 - Apresentação

1.1 - Tema

1.2 - Motivação

1.3 - Objetivos

1.4 - Metodologia

2 - Etapa 1 - Discurssão Teórica

2.1 - Ciclo de vida e o Convivio Intergeracional

2.2 - Idosos e Crianças suas particularidades

2.3 - Conclusão

3 - Etapa 2 - Estudo de Referências

3.1 - Lugares de referencia para o projeto

3.2 - Atividades Escolhidas para ser desenvolvidas no Centro Intergeracional

4 - Etapa 3 - Estudo do Lugar

4.1 - Escolha do terreno

4.2 - Equipamentos e percepções do ambiente

4.3 - Aspectos Legais

5 - Etapa 4 - Usuários

5.1 - Histórico e População da Palhoça em Geral

5.2 - O usuários do Centro Intergeracional

6 - Etapa 5 - Proposta Arquitetônica

6.1 - Porte e Programa do Centro Intergeracional

6.2 - Esboços e primeiras decisões no terreno e praça

6.3 - Implantação

6.4 - Arquitetônico

6.4 - Sistema Construtivo

6.5 - Vegtação

6.6 - Cortes

6.7 - Fachadas

6.8 - Perspectivas

6.9 - Aberturas

6.10 - Informações Gerais

7 - Referências Bibiográficas

8 - Lista de Figuras

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1. Apresentação

Esse capitulo do trabalho fará uma breve apresentação sobre o tema escolhido para o trabalho de

conclusão de curso. Metodologia utilizada, motivação e os objetivos a serem alcançados.

1.1 Tema: Convívio intergeracional

O assunto que será abordado no presente trabalho de conclusão de curso refere-se ao ciclo da vida e como

pode funcionar a troca de experiências entre pessoas que estão em fases diferentes da vida, focando

principal-mente em crianças com idosos e o aprendizado entre estas duas partes. De fato podemos agregar crescimento

pessoal de ambos, como por exemplo as crianças conhecem mais sobre o envelhecimento, quebram certos

preconceitos e os idosos se contagiam com o movimento das crianças. Assim os dois lados resgatam

memó-rias, criam laços afetivos e constroem histórias. Toda a parcela da população envolvida progride diretamente

com esse envolvimento e consequentemente eleva os benefícios na sociedade.

1.2 Motivação

Quando eu tinha 6 anos a minha avó paterna começou a desenvolver os primeiros sinais de Alzheimer, trocava

nomes, perdia a noção da época e da rotina. Ela acreditava ainda ser a provedora do lar, acordar cedo, limpar

a casa e fazer comida, não eram tarefas que ela conseguia fazer e apesar de ela não saber muito bem quem

eram aquelas duas crianças – eu e a minha irmã – sentíamos o amor e o quanto éramos especiais para ela. A

doença dela durou 9 anos e durante esse tempo, nós nos dividíamos nos cuidados e companhia dela.

Aquelas tardes que passamos acompanhando a minha avó e as responsabilidades de cuidar de um idoso me

fizeram amadurecer muito cedo e me tornar responsável. Assim como eu, porém não da mesma forma, desejo

que outras crianças possam conviver com idosos, aprender com eles e desenvolver respeito e empatia com

essa geração. Da minha vivencia nasceu um sonho: poder ver idosos e crianças compartilhando o mesmo

es-paço, aprendendo com as diferenças e sendo os principais atores do projeto.

1.3 Objetivos

- Desenvolver uma pesquisa que embase um projeto arquitetônico focado no convívio intergeracional.

- Buscar referencias ambientais para idosos e crianças.

- Projetar um local em que os idosos e as crianças se sintam independentes e tenham vontade para sair de

suas casas.

- Propor atividades que sejam pertinentes para as duas fases da vida em questão.

- Considerar que o projeto deve ser maior que o terreno.

- Buscar romper avaliações pré estabelecidas do que é a outra geração, através da interação, compreensão e

educação, quebrar julgamentos do que é normal ou certo.

-

Entender que espaços públicos devem ser usados pela maior parte do tempo possível e para as mais diversas

atividades.

1.4 Metodologia

Etapa 1 – Discurssão Teórica

A discurssão teórica será dividida em duas partes: a primeira busca responder perguntas

pertinentes sobre o ciclo da vida e o convívio intergeracional, na segunda uma pesquisa

focada nas crianças e nos idosos e suas particularidades.

Etapa 2 – Estudos de Referências

Buscou-se referencias que fossem pertinentes ao trabalho como espaços inclusivos e

pro-grama destinados para esses atores. De forma a entender melhor do assunto e obter um

referencial para o trabalho.

Etapa 3 – Estudo do Lugar

Essa etapa envolve desde a escolha do local para o projeto, partindo de um corte macro de

toda região, até o estudo das redondezas para compreender o local no qual será o projeto.

Etapa 4 – Usuários

Nesta etapa o foco é conhecer as pessoas para as quais é destinado o projeto e entender

o que é mais pertinente e será utilizado por elas. Além disso é questionado o porte da

edificação e os usos que ela terá.

Etapa 5 – Proposta Arquitetônica

A última etapa refere-se a proposta arquitetônica em si, exposto desde o início do projeto

até a etapa de soluções arquitetônicas como plantas baixas e cortes.

Figura 01: Amélia e a sua neta Camila Fonte: arquivo pessoal

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Discurssão Teórica

A discurssão teórica será dividida em duas partes: a primeira busca responder perguntas

pertinentes sobre o ciclo da vida e o convívio intergeracional, na segunda uma pesquisa

fo-cada nas crianças e nos idosos e suas particularidades.

2.1 - Ciclo de vida e o Convivio Intergeracional

O assunto a ser abordado no presente trabalho de conclusão de curso refere-se ao ciclo da

vida e como pode ser positivo a troca de experiências entre pessoas que estão em fases diferentes

da vida, focando principalmente em crianças com idosos e como o convívio intergeracional pode ser

uma maneira de troca de experiências e aprendizado entre as duas partes, visto que podem agregar

para o crescimento pessoal de ambos, como por exemplo as crianças conhecem mais sobre o

enve-lhecimento, quebrando certos preconceitos e os idosos se contagiam com o movimento das crianças.

Assim os dois lados resgatam memórias, criam laços afetivos e constroem histórias. Toda a parcela

da população envolvida progride diretamente com esse envolvimento e consequentemente eleva os

benefícios na sociedade.

Primeiro, a velhice faz parte do ciclo natural na vida. Sendo assim, a não ser em casos de morte

prematura, estamos todos fadados a envelhecer, sujeitos a todas as modificações que possam

ocor-rer. Segundo, a modificação no perfil das famílias tem provocado o aumento na demanda por lugares

de lazer para todos os públicos.

Considerando os locais que dispomos hoje, é para eles que queremos ir quando nós formos os

ido-sos? Ou é para eles que as crianças gostariam de ir quando não estão nas escolas?

Aprendemos na escola que todos os seres vivos, nascem, crescem, reproduzem, envelhecem

e morrem, todo ser vivo passa por fases na vida e a duração de cada uma delas varia muito de acordo

com cada espécie, o ambiente e o indivíduo. Falando sobre o ciclo de vida humano, trabalhar é uma

fase da vida em que nos dedicamos a uma empresa, instituição, ao lar, aos filhos, a um ideal,

produ-zimos e recebemos algo em troca. O trabalho é símbolo de realização pessoal e status social. Quase

todas as pessoas estão nessa fase da vida, estão se preparando para ela, já passaram por ela, ou não

querem passar. O trabalho faz parte da nossa vida desde muito novos, vimos nossos pais trabalhar, as

pessoas precisam do trabalho para sobreviver, para se ocupar, quando não trabalhamos somos

rotu-lados de preguiçosos, encostados ou sem sentido na vida. O Centro Intergeracional tem a finalidade

de unir duas faixas da população que têm disponibilidade de tempo justamente por não estar no

mer-cado de trabalho e que demandam atenção da sociedade e do governo. As pessoas trabalham a maior

parte das suas vidas, o tempo mínimo de contribuição para o INSS é de 30 anos para as mulheres e 35

para os homens, além disso trabalhar demanda maior parte do dia – levando em conta deslocamento,

almoço e preocupações. Para cada fase da vida a sociedade espera um resultado, afinal de contas os

seres humanos nascem, crescem, reproduzem e trabalham, envelhecem e trabalham, morrem. O que

toma o lugar do trabalho quando o indivíduo se aposenta?

Muitas vezes é o constrangimento que toma o lugar do trabalho e o indivíduo passa a se sentir

excluído da sociedade, por ser diferente e não estar “produzindo” formalmente no mercado de

traba-lho. Levando em conta que vivemos em uma sociedade capitalista em que tudo gira em torno de

pro-dutividade e mercado, aqueles que não estão introduzidos no mercado de trabalho são excluídos. O

aposentado pode sentir também que é o tempo de descansar de utilizar aquelas horas para se dedicar

a outros hobbies. Quando o sentimento que preenche é de satisfação por já ter feito muito durante

sua vida ele deve ser destacado, afinal de contas as pessoas realmente merecem viver para coisas

além do trabalho. O ciclo de vida de cada pessoa varia conforme a sua saúde mental e física. Temos

escolhas sobre o caminho que vamos fazer em nossas vidas, cada escolha nos faz seguir um percurso,

mais saudável ou menos, porem uma certeza é que todos nascem vão morrer um dia. Atualmente nós

valorizamos a longevidade, as pessoas querem viver mais tempo e melhor, porém ainda negamos os

idosos e sua importância social. Um exemplo é o uso da tecnologia, que se modifica diversas vezes e

as pessoas não querem se sentir ultrapassadas, desqualificadas, menos jovens e bem-sucedidas.

O envelhecimento ativo, segundo a OMS, (2005, P.13) o envelhecimento ativo permite que as

pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo da vida, e que

essas pessoas participem da sociedade. Em outras palavras, o conceito envelhecimento ativos traz a

visão do processo, a trajetória que o indivíduo para chegar na velhice. Conclui-se que o

envelhecimen-to depende de experiências individuais, logo, cada pessoa tem um processo, envelhecimen-tornando o grupo idosos

muito heterogêneo e há uma necessidade de preparação para a velhice ao longo da vida,

consideran-do os desejos pessoais e a integração entre gerações. Além consideran-do bem-estar que o envelhecimento ativo

promove, também podemos notar benefícios coletivos, idosos saudáveis podem continuar

contribuin-do social e economicamente para as suas comunidade, por exemplo através: de trabalho voluntário,

passagem de valores, conhecimento e participação em movimentos políticos e sociais.

O que é uma geração de pessoas?

O termo geração possui vários significados, o sentido que vamos abordar nesse trabalho é

que; uma geração são pessoas que nasceram na mesma época, passaram pelos mesmo fatos

histó-ricos, viveram as mesmas tendências, logo essas pessoas se sentem pertencentes de um grupo, o

grupo daquela geração.

Na contemporaneidade, desde novos somos separados por idade e atualmente vivemos um

conflito entre gerações, além da normatização do comportamento esperado para cada geração, os

valores da sociedade de consumo parecem colaborar para o distanciamento social. Tecnologicamente

falando a última geração oferece sempre uma inovação, melhoramento que a outra não tinha, por

exemplo as empresas de celulares sempre estão lançando um modelo novo, uma nova geração

me-lhor que a antiga, com outras funções.

Unir gerações diferentes, com linguagens e sentimentos distintos já se provou ser benéfico,

no Estados Unidos em Seattle uma casa de repouso funciona integrada a um centro intergeracional

conhecido como The Mount*. Segundo o site, os benefícios para as crianças são diversos, entre eles:

possuir uma imagem positiva e real do envelhecimento; perder o medo de idosos; ver o processo de

envelhecimento como algo natural; perder o medo de deficiências; ter uma variedade de exemplos

de vida; ganhar conhecimento sobre os mais velhos; ampliar a perspectiva da vida em família; ter a

oportunidade de doar-se e sentir-se necessário; ter amigos adultos e ajudar a eliminar estereótipos.

Para os idosos não é diferente, sendo apontados os benefícios como o de serem apontados como

exemplos de vida para os mais novos; serem reintegrados à vida familiar; ganhar novo propósito de

vida; relembrar o tempo em que os filhos e netos eram pequenos; sentir-se necessário; reacender o

senso de humor e melhorar a integração. Esses fatos indicam que crianças e idosos, gerações tão

distantes, podem conviver no mesmo espaço e aprender muito com isso.

Um dos exercícios propostos com o trabalho foi listar características, palavras que eu

conside-rava as mais marcantes a respeito de cada faixa etária. Antes de começar procurei definir como somos

chamados em cada fase da vida, são muitos os termos associados a cada fase da vida, por achar a

mais simples, resolvi adotar as que os estatutos citavam.

Criança

Adolescente

Jovem

Adulto

Idoso

Nascer

Crescer

Reproduzir

Envelhecer

Morrer

Trabalhar

Fases da vida

Criança

Jovem

Idoso

Pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (fonte: estatuto do idoso)

Adolescente

Adulto

Pessoas com idade até 12 anos (fonte: estatuto da criança e adolescente)

Pessoas com idade entre 12 anos e 18 anos

(fonte: estatuto da criança e adolescente)

Pessoas com idade entre 15 anos e 29 anos

(fonte: Estatuto da Juventude)

Pessoas com idade entre 29 anos e 60 anos Vitalidade Inocência crescimento Agitação Aprender Brincar improdutividade

Descobrir

Aceitação

Vivacidade

Energia

Bulling

Fragilidade

Morte

Tempo

Descanso

Reaprender

Teimosia

Trabalho

Reproduzir

Multitarefas

Responsabilidade

Estresse

Conquistas

Beleza

Produzir

Energia

Social

Reproduzir

Imagem que ilustra como é socialmente classificado cada fase da vida, em que lugar o trabalhar se encaixa? Fonte: elaboração propria

Execicio de palavras para cada fase da vida, como associamos cada uma delas? Fonte: elaboração própria

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Através das palavras do ultimo quadro notamos o quanto a criança é associada a adjetivos positivos, que lembram crescimento, aprendizado. Já o idoso na outra ponta do quadro fica com palavras mais negativas, que lembram o final da vida. Assim como essas palavras ilustram sentimentos sobre cada fase da vida, elas também foram colocadas para exemplificar o que a sociedade lembra de cada fase da vida.

É na família, com os pais, avós, tios, primos, que a criança cria os primeiros parâmetros de como se conporta cada geração, a convivência intergeracional entre familiares é muito enriquecedora, porem esse conví-vio fica restrito a poucas pessoas, quando os personagens não moram próximos, ou por alguma limitação não conseguem manter contato o convívio fica raso ou comprometido. Na vida urbana, quando o responsável pela criança não pode ficar com ela, por que precisa trabalhar ou tem outras tarefas, as alternativas para o cuidado do menor são os avós, creches, babás ou levar para o trabalho, nessas ultimas não vemos o desenvolvimento de integração entre gerações.

Para o idoso considera-se a família o lugar ideal para que ele permaneça, a convivência entre familiares é muito enriquecedora. Possibilita conhecer a história, um pouco mais sobre a cidade onde vivem, além de estabe-lecer uma relação de amizade e ciência do outro. Porem a família vem sofrendo profundas modificações, exigindo uma nova abordagem para o convívio entre gerações.

A politica nacional do Idoso (1996) fala sobre a interação entre gerações propondo locais de convivência não asilares, que podem ser centros em que o idoso permaneça o período do dia, com atividades diversas, locais de integração.

Programas intergeracionais nas comunidades, escolas e organizações podem beneficiar mutuamente os jovens e os idosos, independente dos laços familiares. Representam uma oportunidade para discutir os precon-ceitos existentes entre as faixas etárias, bem como os problemas nacionais e locais nas escolas e nos centros comunitários, de forma que as pessoas possam vislumbrar alternativas para bem-estar coletivo. Além dos bene-fícios mencionados anteriormente o entrosamento, afetividade e reciprocidade são vantagens para as gerações envolvidas.

“as práticas intergeracionais vêm demonstrando que é possível efetuar uma mudança

na mentalidade da comunidade em relação à imagem do idoso e o resgate da memó

ria de um povo através de seu patrimônio vivo” (França e col. 2010).

Segundo Medeiros (2017) no Brasil a ideia de Centro Intergeracional ainda não é muito recente e pouco propagandeada, sendo conhecido alguns programas desenvolvidos pelo Serviço Social do Comércio – SESC, que desenvolvem as relações entre gerações, mais o programa não é continuo, em outros países existem experi-ências há bastante tempo. Logo há uma carência de espaços projetados exclusivamente para essa função, os poucos programas interacionais encontrados acontecem em centros culturais ou parques.

Dentro das novas modalidades de atendimento ao idosos e a criança que existem, os centros de convi-vência interacionais se destacam por apresentar uma proposta de serviço não muito explorada: o trabalho com idosos não institucionalizados, os centros possuem o foco na integração social e no fortalecimento de vínculos sociais, com benefícios para a saúde física, cognitiva e emocional de seus usuários.

O centro de convivência está incluído na modalidade não-asilar de atendimento, sendo um “local destina-do à permanência diurna destina-do idestina-doso, onde são desenvolvidas atividades físicas, laborativas, recreativas, culturais, associativas e de educação para a cidadania” (BRASIL, 1996, art. 4). O centro de convivência é um local de perma-nência temporária e diurna fora do domicilio, que engloba atividades que incentivam o envelhecimento ativo e não acompanha medico ao longo do dia. Por não oferecer acompanhamento individual, os centros de convivência recebem idosos que têm autonomia e um nível de dependência leve, entendendo dependência como uma con-dição do indivíduo de requerer auxilio de pessoas ou de equipamentos especiais para a realização de atividades diárias.

2.2 - Idosos e Crianças suas particularidades

Quando falamos das crianças, estão na parte do ciclo da vida denominada crescer, logo imaginamos um livro em branco pronto para desenvolvimento e aprendizado. Na verdade eu acredito que esses pequenos já nas-cem com personalidade e desde muito cedo o ambiente molda as suas reações, preconas-cemente sabem os limites e julgam o que é certo e errado de muitas situações.

Passam por diversas fases e necessitam de tutores que os estimulem a aprender a falar, andar, descobrir o mundo e interagir com ele. Aprendemos dentro de casa as nossas primeiras relações humanas, são os pais os primeiros referenciais de conversa, carinho e afeto. Nos relacionar de forma saudável deve começar desde cedo e com o maior número de pessoas, a criança não nasce com medos e inseguranças, o tempo, os adultos que inserem isso na vida dela.

As relações afetivas e a autonomia são essenciais para o desenvolvimento da criança. Ampliando essas habilidades a criança explorara a sua autoconfiança, autoconhecimento e novas formas de aprendizagem.

“O convívio intergeracional é um dos mais valiosos instrumentos para a quebra de precon

ceitos, para a passagem de conhecimentos, ajuda mútua, solidariedade e amizade”

(França e col., 2010).

Acima de tudo quando falamos de interação, precisamos que os dois lados estejam interessados no assunto. Seria ideal que as primeiras experiências dessa criança sejam em sua maioria positivas, continuas, di-nâmicas e com uma diversidade de pessoas em idade, tamanhos, cores, crenças. A infância é uma fase da vida muito importante, assim como todas as outras, não é a mais longa, mas tem reflexos básicos para a pessoa. As autoras Mena e Eyer (2014) afirmam que o relacionamento baseado no respeito, de forma próxima e continua, são os elementos principais no desenvolvimento da criança. Quando a interação acontece dessa forma, vem a reciprocidade, ou seja, a criança se desenvolve de forma adequada e respeitosa.

Lembro que na minha infância não era necessária muita coisa para ter dias preenchidos de alegria, facil-mente se criava uma narrativa cheia de poderes e mundos encantados. Inocência, comidas imaginárias e era na escola que esgotávamos a nossa bateria, o mundo parecia enorme e nem por isso intimidava e principalmente sentia em minha mãe e professores um porto seguro. Fico feliz de lembrar da minha infância e ter memórias boas, todas as crianças tem direito de crescerem em um local adequado, com carinho e atenção. O Estatuto da Criança e do Adolescente (2005) confirma isso abordando que a criança tem direito a educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando para o exercício da cidadania.

A criança deve estar inserida em um lugar que estimule a sua imaginação, proporcionando novas sensações e experiências, ela é a exploradora que está em constante desenvolvimento. Requer espaços amplos e de fácil movimentação, onde o espaço esteja em constante mutação, estimulando a curiosidade e conforme a intencio-nalidade.

Quando privadas desse espaço que as crianças merecem elas estão sujeitas a marcas no seu desenvolvi-mento. Segundo relato de pesquisa feita na comunidade Chico Mendes de Kuhrnen e Silveira (2008):

Existem inúmeras maneiras de organizar a cidade para que seja adequada às crianças, porem pensando no objetivo do trabalho o espaço educacional pode ser desenvolvido desde areas amplas e abertas para a natu-reza até lugares que lembram estruturas de hospital. As crianças precisam de um lugar que seja facilmente lido, no qual seja fácil obter informações ambientais com seu sistema perceptivo. É primordial que os espaços sejam adequadamente planejados para se tornarem atrativos e estimulantes, considerando as individualidades e limita-ções da faixa etária. Já como elemento curricular, o espaço e seus elementos condicionantes devem ser tratados como cenário de aprendizagem no processo educativo, encorajando a criança, despertando a sua imaginação, curiosidade, interação, articulando conteúdos, brincadeiras e materiais.

O presente trabalho não tem como função criar, impor ou escolher uma pedagogia, dentre as diversas abordagens pedagógicas que divergem do modo “tradicional” de ensino, pelo contrário visa criar espaços de en-sino que englobem um tutor que proponha atividades lúdicas, sem métodos rígidos e inadequados, respeitando a individualidade, sem buscar um resultado de fato, um produto. Acredito que um contra turno escolar deve contemplar primordialmente a prática de cidadania da criança, desenvolver a autonomia, criatividade e praticar atividades que a escola não consegue fazer, por falta de tempo ou por não se enquadrar nas atividades propostas pela Base Nacional Comum Curricular e pelo Ministério da Educação - MEC. Além disso, nesse ambiente o profes-sor será agente ativo no desenvolvimento da criança, com propostas que propiciem movimentação e interação com os espaços.

Através de pesquisas, descobri que Florianópolis possui diversas escolas de ensino não “tradicional”, que usam de psicologias como a Logosofia, Montessoriana, entre outras. Tive a oportunidade de visitar o colégio Waldorf Anabá, que fica no Itacorubi, a escola segue a pedagogia Waldorf, baseada na filosofia de educação do filósofo Rudolf Steiner, que tem como busca integrar o desenvolvimento físico, espiritual, intelectual e artístico dos alunos. Uma das salas de aula me chamou muita atenção, as cadeiras estavam viradas, bancos ligados e vários obstáculos, em uma completa “desordem”. Sem explicação aquela sala ficaria sem sentido para mim, a pe-dagoga falou que as crianças caminhavam pela sala passando pelas barreiras e depois organizavam o ambiente de forma que fosse possível sentar e assistir a aula, e todos os dias a sala estava configurada de uma forma dife-rente. Desta forma o aluno sempre tem uma forma de relacionar com o espaço diferente uma pequena surpresa, tornando a sala de aula intrigante e dinâmica.

A idade cronológica serve para agrupar ou separar o ser humano na sociedade, é o número percorrido desde o dia do seu nascimento, não quer dizer que a pessoa aparente a idade que tem ou se desenvolva da forma que a sociedade espera para a fase da vida em que está. As pessoas são muito mais do que a quantidade de anos que viveram e cada pessoa caminha conforme seu percurso.

Normalmente as pessoas se denominam envelhecendo quando notam quedas na concentração e lapsos de memória, comparando com as suas capacidades anteriores. Durante o processo de envelhecimento é normal que a velocidade de aprendizado e o potencial de concentração diminua, porem as pessoas podem compensar com aumento de sabedoria e experiência. Com o passar do tempo as pessoas começam a perder massa magra e diminuir a altura, além de perda de neurônios, esses processos ocorrem até o final da vida

Apesar da queda neurológica durante o envelhecimento, agimos adaptando o cérebro às novas exigên-cias físicas, sociais, psicológicas e ambientais, buscando compensar as dificuldades e os novos desafios do indi-víduo (Cardoso, Japiassú, Cardoso & Levandoski, 2007).

Culturalmente o que é velho se enquadra em antiquado, sem uso, desatualizado, quando deriamos as-sociar as pessoas velhas como mais sabias, que já passaram por várias situações na vida, que aprenderam antes

“Num processo contínuo e inacabado, vê-se que essas crianças, estando privadas de estar e

convi-ver na cidade, estão também privadas como sujeitos em desenvolvimento, já que não se beneficiam de elementos que a cidade apresenta, desde suas variadas construções, expressões dos modos de vida urbana. A renovação do ambiente urbano deve ser visada para que possa atender os preceitos do desenvolvimento humano saudável. Um desses cuidados é pensar que a cidade deve atender às necessidades das crianças e jovens, ampliando relações sociais, lógicas de contratualidade, identi-ficação e pertencimento social.”

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Segundo Schneider e Irrigaray (2008) a aparência externa e interna de cada ser humano é a soma de todas as idades. Ele considera que as pessoas tem 4 tipos de idade: a cronológica – anos percorridos desde o nascimento, a psi-cologia – idade cronológica somada ao potencial de adaptação do indivíduo, a biológica – mudanças corporais e mentais, a social – se define pelos papeis que a pessoa cumpre durante a sua vida, por exemplo idosos são pessoas que se con-sideram não mais mantenedoras do lar.

O envelhecimento é um processo complexo e que depende de muitos fatores, vai muito além da soma dos anos que a pessoa viveu, depende de fatores ambientais, sociais, genéticos. Por isso usar a idade cronológica para determinar a classificação social de cada pessoa acaba limitando e por vezes pode entristecer quando usado, rotulando de velho aquele que passou dos 65 anos ou determinando que a criança tem que se tornar adolescente.

No decorrer do trabalho algumas questões foram levantadas:

Muitas vezes o idoso se isola, se mantem trancado em casa, com medo. Como inserir essas pessoas na cidade? Como fazer o idoso envelhecer de uma maneira mais agradável?

Quem são os idosos de hoje? O que fazem no seu tempo livre?

Existem lugares com atividades compatíveis aos desejos e necessidades dos idosos?

Em junho de 2017 o DETRAN-RS divulgou pesquisa que aponta que os idosos são as maiores vítimas de atrope-lamento no transito somando 30% das mortes. Segundo Pérez, uma pessoa caminha a uma velocidade de 1,0m/s; muitos idosos caminham a 0,4m/s e as normas vigentes indicam 1,2m/s como a velocidade de marcha utilizada para regular o funcionamento dos semáforos nas cidades.

Os fatos citados acima demonstram que as cidades não seguem o princípio de ser para todos, são muitos os percursos na cidade que possuem obstáculos, não são acessíveis, além disso os transportes não admitem o tempo mais lento que o idoso geralmente se locomove na cidade. Portanto antes de julgar por que os idosos se mantem em casa, devemos nos questionar se a cidade está em condições de receber essas pessoas.

Em uma cidade que a mobilidade e informação é limitada, a casa se tornando um refúgio e idoso se prende nos seus limites. Pérez Nanclare (2001):

A casa deve ser para todos um templo no qual ficam guardadas as melhores lembranças, na qual se libertamos, descansamos. Apesar disso dentro de casa moram muitos perigos e o idoso acima de tudo deve ter uma rotina clara, para que não se perca no tempo e espaço.

O alzheimer é uma doença sem cura que afeta muito idosos, há muitos casos de uma síndrome denominada do entardecer, comum em pessoas com alzheimer, os efeitos são o quando o sol se põe, a pessoa fica desorientada, ques-tionando e tentando voltar para a sua verdadeira casa, a casos em que o indivíduo arruma as malas e sai, outros casos em que o idoso fica irritado e brigando com o cuidador. Apesar de estar em casa é comum a confusão, para trazer esse idoso de volta a realidade e acalma-lo é aconselhado aos tutores mostrar que as coisas com que o ele é apegado estão próximo dele, para que ele se sinta novamente em casa.

Quando o idoso é independente a casa é o lugar mais ideal para permanecer, mesmo que seus filhos não morem mais nela, o espaço é seguro (quando adaptado para as necessidades dele), e é íntimo. Para evitar isolamento da socie-dade, são recomendadas atividades físicas e psicológicas. Nunca é tarde para aprender algo novo ou reaprender.

Segundo a constituição de 1988, são garantidos direitos a qualidade de vida e garantia de direitos aos idosos, como consta no artigo:

O idoso deve ser agente pertencente da sua vida, podendo opinar sobre qual rumo vai tomar, quais ações são melhores e que ele gostaria para ele. Grupos de idosos são populares, as atividades comunitárias de integração trazem muitos benefícios, viagens, aulas, atividades físicas, recreativas diversas são atividades que esses lugares propõem.

Lugares que possibilitam interação social e a própria casa podem se apresentar aos idosos como lugares favori-tos, com capacidade restauradora, pois favorecem mudanças fisiológicas gerando alterações de humor no sentido posi-tivo, equilíbrio da capacidade de atenção, relaxamento e contemplação dos próprios sentimentos (Macedo e col., 2008) A faixa etária idosa limita pessoas com 65 anos ou mais, considerando que atualmente as pessoas vivem mais de 100 anos, enquadramos idosos pessoas com idades muito diferentes, um idoso de 65 anos, não é o mesmo idoso de 90 anos. As suas limitações e vontades são muito distintas. Pais e filhos se encontram nesta mesma fase da vida o que é muito interessante.

2.4 Conclusão

A sociedade muda, as pessoas se modificam, novas gerações tomam a frente, porem não devemos esquecer daqueles que fizeram história e estão vivos para nos contar detalhes dela, da mesma forma aqueles que ainda estão longe do mercado de trabalho, merecem atenção para criar valores e comportamentos positivos e humanos. O convívio intergeracional também está em constante mudança, precisamos trazer a tona o quanto é importante valorizar essa troca. Assim como alguns programas já veem fazendo, no próximo capitulo serão apresentados alguns detalhes sobre programas intergeracionais. O idoso e a criança devem ser tratados como os atores principais do projeto, respeitando as suas particularidades.

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Estudo de Referencia

O presente capitulo desse trabalho buscou pesquisar referências arquitetônicas e de

ambiên-cias que fossem pertinentes para esse trabalho. O estudo de referênambiên-cias é importantíssimo

para traduzir ambientes confortáveis e acessíveis para o público da edificação. Por fim as

re-ferências são compactadas e usadas como base para as atividades do centro intergeracional.

3.1 - Lugares de Referêcia para o Projeto

Muitos são os textos e pesquisas que falam sobre o lugar ideal para idosos e para crianças, há muita teoria para pôr em prática. O objetivo no momento desse trabalho é encontrar referencias simples que retratem características ambientais dignas. Podemos encontrar as tais referências a todo instante, além de sites e livros, as referências podem estar na nossa vida cotidiana e na observação do outro e percepção de como ele se sente no espaço. O desafio do arquiteto é trabalhar de modo que a qualidade de vida desse usuário seja melhor e o objetivo é projetar um ambiente saudável e adequado para realizar as interações entre gerações.

Ao passo que tratamos de uma instituição pública, prédio que é custeado por todos, o tema relação emocional, cuidado e apego com o lugar é importante. De modo que o usuário se identifica com o local, ele zela por ele, além de se satisfazer física e socialmente. O ambiente físico no qual o idoso está inserido pode auxiliar na independência ou dependência, na restauração mental/psicológica/física e na inserção social do indivíduo (Pereira e col., 2006).

Acredito que os indivíduos tendem a prefiram lugares relacionados ao ambiente natural, com corpos de água e vegetação. As pessoas tendem a buscas sensações prazerosas, relaxamento, independência, interações sociais e reflexão.

A arquitetura deve ser pensada para todas as pessoas, tendo como base a melhoria da qualidade de vida da população. A concepção de cidades e edifícios preparados para atender essas necessidades é um dos desafios apresentados aos arquitetos.

O desenho universal é uma maneira de reconhecer que as pessoas são na maioria indivíduos diferentes entre si. Os componentes da acessibilidade espacial nos sinalizam que todos os espaços devem ser adequados de forma que obtemos informações sobre orientação espacial, comunicação, deslocamento e uso. Os espaços devem ser próprios as pessoas, de maneira que por exemplo possamos obter informações por meio de sistemas perceptivos além da visão, pisos possuam texturas para evitar escorregamento, percursos tenham descanso para pessoas idosas e os equipamentos sejam de acesso a todos.

Segundo Dischinger e col (2012) muito mais do que atingir o lugar desejado, acessibilidade espacial significa que o usuário compreenda a função, organização, relação espacial e atividades que ali ocorrem. Essas ações devem ser realizadas com segurança, conforto e independência.

Um exemplo é usar o uso da cor como elemento de diferenciação, para convenção e contraste para reco-nhecimento visual, facilita muito a localização da pessoa no prédio ou espaço público.

Figura 02: Guias que auxiliam na interpretação e orientação dos usuários no espaço Fonte: somenteacessibilidade

Figura 03: O lugares devem permitir o acesso de todas as pes-soas, atraves de rampas, elevadores. Foto: Carlos Rennó

Figura 04: Aberturas que possibilitem a visão de todos os usuários, alem disso as portas devem ter dimensões

satisifató-rias.

Na velhice, observa-se uma constrição maior ou menor do espaço social que fica restrito, muitas vezes, ao domicílio. [....] Para muitos idosos, o espaço social acaba sendo tudo o que possuem, sendo importan-te destacar os laços estabelecidos com os objetos, as pessoas e o ambienimportan-te para a manuimportan-tenção de seu equilíbrio e de sua própria identidade.

Art. 230: A família, a sociedade e o estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, asseguando sua participação na comunidade defendendo sua dignidade bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

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Nessa parte do trabalho optei por trazer uma referencia de uma escola sensível aos seus usuários, o projeto é uma fonte inspiração para o Centro Intergeracional.

A Escola hazelwood projetada pelo escritório Gordon Murray + Alan Dunlop Architects, é uma escola que fica localizada em Glasgow uma das maiores cidades da Escócia, o público destinado a frequentar a esco-la são crianças e jovens com mobilidade reduzida, cegos, surdos e com algum grau de deficiência cognitiva.

O programa de necessidades é muito complexo e especifico, os autores do projeto coletaram dados com pais, professores, médicos, especialistas e alunos, essa interação possibilitou a compreensão das neces-sidades e um projeto inovador, que estimula a imaginação dos usuários e tem excelente qualidade arquite-tônica. Alem disso um dos desafios era transpor independência aos usuários.

As árvores existentes no sitio foram preservadas e o edifício foi criado de forma que se desenvolves-se ao longo de um eixo, com espaços que desenvolves-se abrem para o externo e permitem interação e aprendizado. A artéria central foi feita para localizar os usuarios, as paredes servem de guia sensorial para os cegos encon-trarem suas salas.

O edifício é baixo e curvilio, se mesclando com a paisagem nos permitindo ver as árvores. Os mate-riais de revestimento são madeira, cortiça e pedras, a escolha desses matérias foi proposital para provocar uma experiência sensorial para os usuarios. Alem dos matérias os pisos tem marcações táteis, teto de dife-rentes alturas, iluminação natural, portas de vidro foram usados para aumentar as sensações no projeto.

As crianças se adaptaram bem ao espaço, os ambientes são desafiadores e proporciona uma apren-dizagem independente e autônoma.

Providence Mount St. Vicent funciona como casa de repouso e possui no seu interior um centro de aprendizagem intergeracional, desde 1924 em Seattle nos Estados Unidos. O local oferece atividades para ajudar a manter os residentes sempre física e mentalmente ativos. Além dos benefícios diretos as pessoas que participam do programa, o site relata que a comunidade notou que os laços de amizade foram estreita-dos, o programa promove a cultura e tradições locais, através de parcerias entre diferentes grupos e organi-zações.

As atividades realizadas e as vantagens na escola são as mais diversas, como contação de histórias, momentos de música e dança, aulas de pintura, preparação de lanches para moradores de rua, visitas nas alas dos residentes, oportunidades profissionais, entre outras. O foco é o desenvolvimento social e emocial das crianças e idosos.

Os residentes tem em média 92 anos e as crianças que são atendidas tem de 6 semanas a 5 anos conforme PDF disponibilizado pelo programa é um exemplo prático de experiência bem sucedida, o edifício tem um porte grande com mais de 90.000m² e com aproximadamente 500 profissionais.

um exemplo prático de experiência intergeracional bem-sucedida. Nas reportagens e materiais pesquisados online, foram apontadas diversas atividades realizadas na instituição, retratando o dia-a-dia daqueles que moram e frequentam o centro, sendo possível visualizar como a convivência intergeracional acontece e como ela é vista pelos participantes que foram entrevistados nas reportagens

Falando sobre as características do projeto dos ambientes do centro, as janelas amplas que possibi-litam a visualização do ambiente, as corres e os corrimão para facilitar o deslocamento das pessoas, foram os itens que mais chamaram atenção e que são importantes para o conforto dos usuários.

Figura 05 e 06: Referências de espaços da Escola Hazelwood - na primeira imagem o refeitório na segunda o caminho com guias para facilitr a orientação dos estudantes. Fonte: architizer

SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

O Sesc é mantido por empresários do comércio de bens, turismo e serviços. Desde 1960 realiza atividades para promover a qualidade de vida dos idosos, além do trabalho voltado para pessoas da mesma idade existe a inte-gração entre gerações. Atualmente o Sesc possui unidades em todo o Brasil, possuindo atendimento fixo e móvel. O trabalho com a terceira idade tem o objetivo de estimular o desenvolvimento individual e coletivo, promover a autonomia e elevar a autoestima.

O projeto era uma vez...

Esse projeto é feito a partir da leitura de livros infanto-juvenis, que tratem do envelhecimento de forma lúdica, um exemplo é o livro ‘Uma vovó especial’ de Peter Harling, lido no projeto em Lages, a professora afirma que as crianças esperam ansiosamente chegar o dia de integração com os idosos, no qual se encontram no espaço da biblioteca, acolhidos por um clima de respeito e cooperação, para a troca de experiências.

As leituras podem acontecer na biblioteca, espaços do Sesc, museus, auditórios.

O sesc admite como resultado do projeto, incentivo à comunicação intergeracional, resgate e preservação da memória, estimulo à participação em atividades culturais, pedagógicas e criativas, integração e desenvolvimento de ações de cooperação mútua e solidariedade.

Projeto Xodó

O projeto foi desenvolvido em Florianópolis através da parceria Sesc e Instituto Estadual de Educação, teve com objetivo fortalecer laços entra crianças e idosos e envolveu 47 participantes com idades de 8 a 78 anos.

Crianças e idosos plantaram mudas e sementes, compartilharam histórias, aprenderam brincadeiras e criaram juntos enquetes teatrais para serem encenadas no final do ano.

Centro de convivência do idoso da Palhoça é a referencia mais proxima geograficamente do projeto.

O centro de convivência do idoso, acontece por meio da Secretaria de Assistência Social, o projeto

conta com atividades físicas, atendimento naturológico, grupo de canto, atendimento social, tardes

dançantes, cafés, jogos, intercâmbio cultural, palestras.

O objetivo é proporcionar atividades que auxiliem no envelhecimento ativo e saudável, melhorando a

qualidade de vida, autonomia e longevidade. Atualmente o programa atende aproximadamente 2 mil

pessoas de diversos bairros da Palhoça, para participar é preciso ter 60 anos ou mais.

Figura 07 e 08: Imagens da casa de repouso Providence Mount St. Vicent, interações entre idosos e crianças atraves de brincadeiras como na primeira imagem ou na montagem de lanches como na segunda imagem. Fonte: Providence Mount St. Vincent

Figura 10: Imagens de atividades promovidas pelos projetos do SESC, na qual crianças e idosos exibem seus trabalhos. Fonte: SESC-SC

Figura 09: Slogan projeto

SESC Fonte: SESC-RO

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22/02/2019 Google Maps

https://www.google.com.br/maps/@-27.6421402,-48.6637917,166m/data=!3m1!1e3 1/1 Imagens ©2019 DigitalGlobe, Dados do mapa ©2019 Google20 m

3.2 - Atividades Escolhidas para ser desenvolvidas no Centro Intergeracional

A proposta de Centro Intergeracional prevê algumas atividades para ser realizadas, com base nas

re-ferências tratadas anteriormente nesse caderno. No esquema 01 foram listados os principais pontos

de interesse das referências, tanto no quesito de escolhas de projeto como no que diz respeito as

atividades.

As atividades do Centro Intergeracional ficaram divididas em 4 frentes que chamamos de: movimento, alimen-tação, artes e informação. Todas as atividades iram levar em conta as referências que temos nesse trabalho. A parte destinada a frente MOVIMENTO, acontecerá futuramente na sala que chamamos de Dança, a ideia é que um espaço aberto e livre possa abrigar corpos em movimento para varias atividades que tem como funçao o corpo.

ALIMENTAÇÃO, funcionará em uma sala que terá como nome refeitório, esse local precisa de equipamentos para cozinhar e tambem limpar os objetos, o Centro Intergeracional fornecerá pequenos lanches que podem ser feitos juntamente com os alunos, que tambem terão aulas na horta.

ARTES, trabalhos manuais, brincadeiras lúdicas, a ideia é que uma sala coletiva na qual possa ocorrer diversos tipos de atividades.

Para a frente INFORMAÇÃO a intenção é que possamos trabalhar quando necessário juntamento com o Centro do Idoso da Palhoça, estimulando nossos usuários a frequentar e se informar sobre as palestras e aulas que acontecem naquele espaço, que já atendem tantos idosos. Porem o projeto tambem garantirá um espaço para receber pequenos grupos intergeracionais para palestras ou aulas que falem temas interessantes para esse público.

Figura 11: Esquema que resume pontos que vão ser levados em conta o Centro Intergeracional Fonte: elaboração própria

Figura 12: Esquema que ilustra o como as referências estaram presentes no Centro Intergeracional Fonte: elaboração própria

A a1 a2 a3 a4 B b1 b2 b3 b4 C c1 c2 c3 c4 D d1 d2

sala dança refeitório sala coletiva

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Estudo do Lugar

Escolher um local adequado para receber a proposta de um centro de convivência

intergera-cional e conhecer o local onde será proposto o projeto para adequar melhor o programa de

usos e para mesclar o máximo possível com o entorno.

4.1 - Escolha do Terreno

Primeiramente vou pontuar algumas intenções de projeto importantes: ser um prédio totalmente térreo, pensando na acessibilidade, ter espaços que se abrem para o exterior sujerindo que as pessoas usem o jardim para descançar, conversar ou outras atividades do Centro Intergeracional, preferir a luz natural sempre que pos-sivel, graças a aberturas, caminhos bem marcardos por estimulos sensoriais no chão ou paredes, para facilitar a orientação dos usuários.

Antes de decidir em qual lugar a intervenção senti a necessidade de saber onde estão as escolas e asilos da Grande Florianópolis. Atravez de mapeamentos verificamos que a maior concentração de escolas estão no centro e parte continental de Florianópolis, conseguentemente os locais mais movimentados da região.

Devo escolher um local em que possui muitos equipamentos ou utilizar um local com pouca oferta?

Um local com vários asilos e creches, merece que esses sejam melhorados, reformados e remodelados. Será que um local que já possui muita atração de pessoas precisa de mais um equipamento que concentre pes-soas?

Após análise, optou-se por eleger um terreno descoupado em uma área com menos concentração de escolas e asilos, porem que tenha movimentação de pessoas e residentes que justifiquem o equipamento. Bus-cou-se o equilibrio, um municipio com crescimento elevado, Palhoça com o slogan afirma é a cidade que mais cresce em Santa Catarina.

Para determinar qual terreno que será usado para o projeto foram seguidos alguns critérios:

Terreno desocupado, atualmente a construção civil gera muitos impactos com a demolição de constru-ções antigas, não me imagino destruindo uma edificação para dar lugar a outra, porque eu necessito de espaço, ou porque não gostei da estética.

Próximo ao centro do município, o centro das cidades é o inicio de tudo, um projeto que evidencia prin-cipalmente o ciclo da vida seria importante localiza-lo próximo de memórias dos moradores ou da cidade.

Próximo a comercio e serviços, os atores são pessoas que geralmente se deslocam a pé, na companhia de alguém, é necessário ter serviços próximo para atender suas necessidades, farmácia, supermercado, igreja, papelaria.

Terreno plano ou parcialmente plano, para ajudar quanto a acessibilidade e evitar as rampas muito

ex-Figura 13: Palhoça - Bairro Centro Fonte: google maps

R. João Born

R . T

en. Francisco Lehmkhul

R. Caetano Silveira de Matos

Figura 14: Terreno e Praça Quinze de Novembro - Locais que serão trabalhados o projeto e a intervenção Fonte: Google maps

22/02/2019 Centro - Google Maps

https://www.google.com.br/maps/place/Centro,+Palho%C3%A7a+-+SC/@-27.6519402,-48.6829751,5554m/data=!3m2!1e3!4b1!4m5!3m4!1s0x9527344ccb9bdad9:0xfa66cbaf19a0ff61!8m2!3d-27.6545791!4d-48.6664623 1/1 Imagens ©2019 DigitalGlobe, Dados do mapa ©2019 Google500 m Centro Palhoça - SC Fotos Fotos Centro

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4.2 - Equipamentos e Percepções do Ambiente

Por meio desta pesquisa foram produzidos mapas de levantamento e reflexão, um instrumento necessário para a compreensão do funcionamneto nos aredores do terreno escolhido, observamos nitidamente que o centro da Palhoça é um local que passou por muitas transforamações e podemos estabelecer uma conexão entre o desenho da cidade com o processo de gênese da Palhoça.

Atravez de visitas exploratórias, tento compreender a área escolhida para a intervenção, para futuramente lançar levando em consideração os usuários e os objetivos projetuais.

Alem disso, as visitas proporcionaram verificar as interações sociais que ocorrem na área de estudo, de que for-ma e quais atividades são executadas; como são estruturadas as edificações e as vias, bem como serviços, equipamentos públicos, moradias e história interagem.

Condições Climáticas - Estudar as condições climáticas é essencial, para adequar as soluções conforme o programa ar-quitetônico. Utilizamos como bases dados de Florianópolis pois é a cidade que possui dados mais precisos de condições climáticas. Para exemplificar os ventos frequentes foi produzida a figura 16, com base na carta climática de Florianópo-lis, sendo o ventos mais intensos e frequentes o nordeste e o norte, com médias de 6m/s durante todo ano – segundo rosas dos ventos de Florianopolis gerada pelo programa Analysis-SOL-AR.

Juntamente podemos usar a NBR 15220-3 estabelece o zoneamento bioclimático brasileiro, definindo as características principais e dando diretrizes construtivas para cada zona. Florianópolis está contida na Zona 3 (conforme imagem), para essa zona são recomendados aberturas para ventilação, possibilitando a ventilação cruzada, sombreamento das abertu-ras no verão e permitir sol durante o inverno. Alem disso a NBR 15220-3 fala sobre utilizar vedações externas refletoabertu-ras, cobertura leve isolada e paredes internas pesadas (inercia térmica)

Legenda

Templos Religiosos

Clínicas e laboratórios

Escolas

Supermercados

Farmácias

Ponto de Onibus

Bancos

Zonas climáticas

O terreno escolhido na Rua João Borhn, não possui nenhuma edificação, apenas alguns outdores, como mostra a figura 19. Quanto a vegetação presente foram identificadas algumas arvores de porte grande principalmente nos fundos do terreno, em quase sua totalidade o terreno é composto por vegetação rasteira.

Há um contraste aparente entre a principal rua do centro, Barão do Rio Branco, que possui prédios de poucos pavimentos, porem ocupando os terrenos quase completamente, com muitos térreos comerciais para a Avenida Elza Lucchi, que é uma via importante da região e próxima, na qual vemos surgir prédios de 12 andares, galpões grandes e parcelamento maior do solo. Atual-mente o zoneamento do Município permite prédio de até 25 andares nas ruas principais do centro, descrita como área mista central - 8 e de 12 andares na Avenida Elza Lucchi denominada área mista central - 7. Uma densificação assustadora para uma área da cidade que não tem atualmente estrutura suficiente.

O centro da Palhoça é um lugar árido, faltam arvores, passeios adequados, até mesmo a Praça da Independência em frente a Catedral parece diminuída pelas ruas ao seu redor, caminhan-do em direção ao terreno a visual se abre em um senticaminhan-do muito agradável, parece um cantinho protegido de toda movimentação que o centro possui.

Há concentração de pessoas, carros que notamos ao caminhar pela rua, o congestionamen-to constante em direção a Capital de Florianópolis pela BR-101 é uma comprovação de que muitas pessoas residem na Palhoça e trabalham no Município. Além da ligação da Palhoça com São josé pela BR-101, a rua Joao Born continua em direção ao bairro de Enseada do Brito. Essa rua também é bastante movimentada e por onde passam a quase todos os ônibus com destino a São José.

Figura 20: praça na frente do terreno Figura 21: Banco e Ruas do entorno Fonte: Google maps

Buscou-se identificar a interferência de outras edificações quanto a insolação no terreno, para isso usamos com ferramenta o sketchup, através das simulações de solstí-cio de inverno e verão, 21 de Junho e 21 de Dezembro, e equinócio de primavera, 21 de Março, em três horários distintos: 9 horas, 12 horas e 15 horas. Desse modo não há sombra de nenhuma edificação no terreno, a constru-ção que fica na face nordeste do terreno é baixa o que gera pouca sombra no terreno. O mesmo pode ser visto na Praça Quinze de Novembro, as edificações tem pouca interfe-rência no terreno. Durante o verão torna-se necessária a proteção principalmente da face sudoeste do terreno, devido a iluminação que recebe nesse período.

Figura 15: equipamentos proximos do terreno Fonte:

elaboração própria

Figura 16: Ventos predominantes Fonte:

Elabora-ção própria

Figura 16: Tragetória solar Fonte: Elaboração

pró-pria

Figura 18: Zona climática e suas caracteristicas Fonte: NBR 15220-3

Figura 19: Visuais do entorno do terreno Fonte: Google maps

Figura 22: Sombras no terreno Fonte: Elaboração própria

“Deve-se explorar o máximo possível da ventilação nos períodos de calor, proporcionando aberturas amplas e sombreadas e incluindo soluções de projeto como a possibilidade de ventilação cruzada e outras alternativas...” (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014)

Florianópolis enquadra-se no clima Subtropical, no qual “as temperaturas médias se situam, normalmente, abaixo dos 20°C e a amplitude anual varia de 9° a 13°C. As chuvas são fartas e bem distribuídas.” (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014, p.82)

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4.3 - Aspectos legais

Sendo localizado o terreno na área zoneada com o uso definido como AMC 8 denomida (Área Mista Central) de caráter heterogêneo, destinados à serviços, comércios, moradia, lazer e recreação. As Áreas Mistas Centrais devem apresentar até vinte e cinco pavimentos com taxa de ocupação de até 60%, e índice de aproveitamento de 8. Algumas dessas características podem ser alteradas através da Transferência do Direito de Construir e da Outorga Onerosa do Direito de Construir.

Dos afastamentos obrigatórios e das vedações dos terrenos, os afastamentos frontais devem respeitar um mínimo de 4 metros contados a partir do alinhamento do imóvel. Os afasta-mentos mínimos laterais e fundos são de 3 metros, conforme o plano Direto da Palhoça.

Figura 23: fragmento do mapa de zoaneamento Fonte: Prefeitura de Palhoça

Seguindo os critérios de afastamentos minimos, produziu-se a figura 24. Não é a intenção desse trabalho ocupar totalmente o terreno. Considera-se que se todos os proprietarios explorarem todo o limite de ocupação, o bairro ficará com mais problemas de ventilação, insolação e vegetação, visto que, o numero de pavimentos altera muito a visual do bairro e afastamentos designados para esta área são minimos.

Usuários

Para tornar o trabalha mais próximo do local em que será feito, essa parte do trabalho foi

des-tinada para conhecer as pessoas que utilizaram o local, expondo questões como as atividades

relacionadas e o porte da edificação.

5.1 - Histórico e população da Palhoça em Geral

Palhoça faz parte da região metropolitana da Grande Florianópolis, limita-se com São José, ao norte, Santo Amaro da Imperatriz a oeste e Paulo Lopes ao sul, ao leste é banhada pelo Oceano Atlânti-co.

Faz parte da região conurbada de São José e é um dos municípios mais populosos do Estado de Santa Catarina. Segundo o IBGE a população estimada em 2017 é de 164.926 habitantes.

O distrito de palhoças foi criado em 1793 para armazenar farinha na estrada que ligava Lages e Desterro. No inicio as tropas de gado que abasteciam a Ilha vinham margeando a praia, pois tinham di-ficuldades para atravessar um trecho de mangue e pântano e não queriam pagar o pedágio cobrado por São José. Com o aumento da atividade por esse caminho, construí-se uma estrada, hoje uma das ruas de Palhoça, algumas famílias se estabeleceram na margem dessa via que futuramente se desloucou-se mais para o sul, definindo o centro de Palhoça.

A Paroquia Bom Jesus de Nazaré foi construída em 1921 e confiada a padres Franciscanos, ficou em funcionamento até maio de 1988, quando foi demolida para dar lugar a um novo templo. Projeto do arquiteto Wolfgang Ludwig Rau, inaugurada em 1989 e é o prédio que conhecemos hoje.

Atualmente a prefeitura está localizada no Pagani, a antiga sede da prefeitura, que fica ao lado da Paroquia Bom Jesus de Nazaré abriga a Secretária Municipal de Assistencia Social.

Apesar da degradação, ocupação, palhoça possui um dos maiores mangues da America do Sul. O território do Municipio é quase todo de Mata Atlantica.

O mercado imobiliário cresce rápido com a construção de muitos condomínios fechados. Se-gundo matéria do Diario Catarinense (2012), a primeira vantagem em construir no município é que a prefeitura aumentou o gabarito de 12 andares para 25 andares. O loteamento Pagani é uma das prefe-rencias das construtoras, local da sede da prefeitura.

O nome Palhoça originou-se de casas construídas no atual bairro Ponte do Imaruim de pau-a-pi-que, com cobertura de palha, denominada palhoça.

De acordo com os dados apontados pelo censo IBGE, a população de Palhoça divide-se de forma equilibrada quanto ao gênero, 50,1% da população pertencem ao sexo feminino enquanto 49,9% ao masculino.

A pirâmide etária comprova que a maioria da população que reside na Palhoça é de jovens, porem comparando os dois levantamentos do IBGE 2000 e 2010, o fenômeno acontece assim como no Brasil em geral, o grupo dos idosos está crescendo, justificando a destinação de um equipamento para essa faixa etária da população.

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Figura 24: Delimitação do terreno e afastamentos Fonte: Elaboração própria

Figura 25: mapa Palhoça em 1938 Fonte: Wikipedia Figura 26: Igreja matriz Palhoça Fonte: ibge

Figura 27 e 28: Pirâmide etária segundo o IBGE nos anos de 2000 e 2010 Fonte: IBGE

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Das sete modalidades de atendimento ao idoso definidas pela Política Nacional do Idoso (BRASIL, 1996, art. 3 e 4), na Palhoça é possível encontrar as seguintes:

a) Instituições asilares: o município conta com ILPI’s, algumas de caracter filantrópico, e as demais, particulares. b) Centros de convivência: há uma unidade pública de inciativa do governo do estadual e prefeitura do município no Bairro Caminho Novo. Em 2011, segundo Arlene Marli da Silva, secretaria de assistência social da Palhoça, aproxima-damente 33 grupos de idosos e 2000 idosos participam de ações nesse centro de convivência.

c) Atendimento domiciliar: serviço a domicilio prestado por profissionais de saúde ou por membros da comunida-de a idosos que vivem sozinhos e são comunida-depencomunida-dentes.

d) Outras formas de atendimento: iniciativas surgidas na própria comunidade, para integração da pessoa idosa na sociedade. Grupos de idosos associados a centros comunitários de bairro, ou a igreja por exemplo.

e) Além dessas modalidades previstas na Política Nacional do Idoso, há opções de outros tipos de serviço na cida-de, embora não coordenadas como atividades culturais e de lazer para idosos.

5.2 - O Úsuario do Centro Intergeracional

Não foi encontrado pesquisas sobre crianças que residem na palhoça, para especificar essa faixa

etá-ria que se diferencia muito dependendo de cada idade, resolvi limitar a idade das cetá-rianças que iram participar

do centro intergeracional. Serão admitidas crianças de 7 a 11 anos, porque? Segundo a revista eletrônica Pais

e Filhos, generalizando com essa idade que as crianças já tem atividades motoras desenvolvidas, sabem se

movimentar e realizar atividades sem ajuda. Conseguem entender seus colegas, realizar atividades em

gru-po, provavelmente já sabem ler e escrever e tem domínio sobre o corpo. Também tira pequenas conclusões,

diferencia o certo do errado e é a etapa em que questionar tudo, a idade dos porquês. Além de tudo isso essa

faixa etária é utilizada no projeto Xodó do SESC, com resultados positivos.

De forma a caracterizar o idoso residente na Palhoça, utilizei a tese de conclusão de curso de Carlos Eduardo Souza Machado - Perfil do estilo de vida dos idosos no municipio da palhoça (2013) que teve como objetivo geral analisar o perfil do estilo de vida de idosos residentes no município de Palhoça, por meio de uma pesquisa quantitativa, pela aná-lise e a classificação dos dados obtidos através de entrevistas. Quanto aos procedimentos técnicos, o estudo enquadra-se como uma pesquisa empírica e exploratória. Participaram da pesquisa 30 indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, participantes do programa Palhoça Ativa nas unidades Jardim Aquários, Madri, Carangueijão e AERPI.

Para avaliar o perfil do idoso palhocense, foi utilizado o Pentáculo do Bem-Estar, um instrumento de base conceitual que abrange 5 pontos: nutrição, stress, atividade física, relacionamentos e comportamento preventivo. Para esse trabalho serão analisados apenas os componentes, nutrição, atividade física e relacionamento.

Participaram da pesquisa 22 mulheres e 8 homens e a média de idade foi de 63,5 anos. Esses dados demonstram que a maioria dos participantes de grupos de convivência são mulheres e a idade é relativamente próxima do início da fase em que são consideradas idosas.

A alimentação tem um papel importante no envelhecimento, doenças como o diabetes, gastrite e hipertançao, podem ser evitadas ou amenizadas através da alimentação, temos que manter uma alimentação variada e saudável. Os idosos em sua maioria confirmam o consumo de alimentos gordurosos e doces. O ponto positivo é que eles afirmam majoritariamente consumir frutas e verduras e variar as refeições.

Componente atividade física, as respostas colocam os participantes como praticantes de atividades físicas regularmente, a maioria ainda se coloca como praticante de atividade física sempre. Determina esse componente satisfatório, o exercí-cio físico auxilia na melhora do equilíbrio, agilidade e coordenação motora dos idosos, pontos importantíssimos quanto tratamos de um envelhecimento saudável.

A componente relacionamento apresentou todos os itens com parâmetros bons, provando que os participantes buscam cultivar amizades e estão satisfeitos com seus relacionamentos.

Esse estudo ajudou a conhecer melhor o estilo de vida dos idosos atualmente inseridos no Município Palhoça, pensando na qualidade de vida podemos intensificar o planejamento para esse grupo populacional, que é crescente no Município, no sentido de preparar a população para o envelhecimento saudável. Sugere-se uma pesquisa mais detalhada para dire-cionar melhor as atividades que serem desenvolvidas no projeto, além de que uma discussão mais ampliada do assunto: envelhecimento ativo, ajudaria a pontuar os critérios que devem ser desenvolvidos.

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Proposta Arquitetônica

O começo desse capitulo é destinado para entender quais serão os objetivos específicos que desejamos

com a proposta arquitetônica, através das diretrizes de projeto. Depois são feitos ensaios projetuais para o

lançamento da proposta.

6.1 - Porte e Programa do Centro Intergeracional

Segundo Recomendações do Ministério da Previdência e Assistência Social (BRASIL, 2001), o desejável é que um centro dia tenha uma capacidade de atendimento de 200 usuários, frequentando 4 dias por semana, durante 4 horas por dia. No entanto a frequência nas atividades acontece conforme o interesse e as necessidades dos frequentadores em parti-cipar das atividades programadas.

O número de usuário estimado para o projeto são de 90 por período, sendo divididos entre aproximadamente 45 idosos e 45 crianças na parte matutina e 45 idosos com 45 crianças na parte vespertina.

O CCIP funcionara todos os dias da semana e a intenção é que cada prédio funcione separadamente, podendo ou não as atividades começarem ao mesmo tempo, abaixo há um breve cronograma de como podem ser divididas as atividades do CCIP, cada espaço está identificado por um cor.

De forma a tornar a proposta o mais realista possivel estudou--se um quadro necessário de funcionarios para o funcionamen-to do Centro Intergeracional, chegando no numero estipulado de 17 funcionarios que trabalhariam durante a semana no Centro Intergeracional.

Para atividades extra curriculares, finais de semana, e eventos achamos que seria necessario a contratação de funcionarios extras, devido ao numero maior de pessoas no terreno. Figura 30: Quadro de atividades do CCIP e número de alunos Fonte: elaboração própria

Figura 31: Quadro de numero de funcionario extimado Fonte: elaboração própria

Figura 28 e 29: Gráficos produzidos pela pesquisa com os idosos Fonte: Carlos Eduardo Machado

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Figura 32: Terreno localizado na Rua João Bohn Fonte: elaboração própria

Figura 33: Acrescentamos o terreno do lado, que tinha uma edi-ficação pequena que funcionava como café/bar, futuramente vai ficar na Praça Independencia Fonte: elaboração própria

Figura 34: Principais fluxo de pessoas e carros dentro do terreno Fonte: elaboração própria

Figura 35: Sentidos atuais das vias que margeiam o projeto Fonte: elaboração própria

Figura 36: Para cada bloco foi atribuida uma

função e esse foi o primeiro estudo de localização

dentro do terreno

Imaginamos como eles deveriam funcionar

prio-rizando a entrada principal do conjunto

Fonte: elaboração própria

Figura 37: Conexões que cada bloco deve ter com o

exterior

Depois resolvemos acoplar o restaurante, a sala dois

e o café. Pensando por deixar o espaço sempre em

uso.

Fonte: elaboração própria

ADM

DANÇA

SALA SALA 2 CAFÉ HORTA

Esboços e Primeiras Decisões na Praça

Desde o inicio, os primeiros pontos para escolher o terreno, um entorno que pudesse se transformar e fazer parte do Centro Intergeracional era um desejo, por sorte a Praça Quinze de Novembro, fica na frente do terreno e ela fara parte do projeto de maneira que as atividades do Centro Intergeracional se refletem nela e funcionam de um jeito mais livre e aberto a comunidade. O Centro Intergeracional possui limites - muros - pensando que os usuarios podem precisar de acompanhamento para chegar ou sair da aula, já a Praça Quinze de Novembro funcionará aberta para a comunidade e pode ser usada durante todo o tempo, foi pensando em atividades que resgatem um pouco da história das pessoas, como a cancha de bocha e o carteado, alem disso decidimos manter o parquinho, um atrativo para as crianças.

Figura 38: Priorizar - Marcar o Fluxo de pedestres do

terreno do CI

Fonte: elaboração própria

Figura 39: Manter o maior número de arvores

possi-vel - Continuar com o parquinho central e o ponto de

onibus

Fonte: elaboração própria

Figura 40: Construir o café/bar que foi demolido do

terreno do CI

Fonte: elaboração própria

Figura 41: Áreas que possuem atividades do CI

porem não tem ligação estrutural com ele - como

um espaço de horta, local para eventos e espaço de

jogos (bocha e cartas)

Fonte: elaboração própria 6.2 - Esboços e Primeiras Decisões no Terreno

Esse capitulo é deciado as primeiras decisões projetuais no terreno em questão e como começamos a desenvolver a proposta do Centro Intergeracional da Palhoça

(14)

Legenda

Administração

Estar

Sala Coletiva

Sala de Dança

Restaurante

6.3 - Implantação

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I: 2%

A

A

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Planta Baixa

Escala 1/250

B

c

c

c

c

Piso de Entrada Madeira Arbustos - muro principal Vegetação - não pisoteável Muro de Verde Grama

I: 2%

A

A

B

Planta Baixa

Escala 1/250

B

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Piso de Entrada

Madeira

Arbustos - muro principal

Vegetação - não pisoteável

Muro de Verde

Grama

I: 2%

A

A

B

Planta Baixa

Escala 1/250

B

c

c

c

c

Piso de Entrada

Madeira

Arbustos - muro principal

Vegetação - não pisoteável

Muro de Verde

Grama

Legenda

1

2

3

4

5

6

7

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1- Espaço para eventos praça 2- Café/bar 3-Recepção 4-Sala de Dança 5-Estar 6-Administração 7- Refeitório 8-Sala Coletiva

A- Cancha de Bocha B- Parquinho das Crianças C- Horta D-Área de exercicios Fisícos

15

A

B

C

D

Referências

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