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Apostila 1 CienciaPolitica - Conceito

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Academic year: 2021

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CURSO DIREITO 1º Semestre

Disciplina: CIÊNCIAS POLÍTICAS E TEORIA GERAL DO ESTADO Professor: FLAVIO ERVINO SCHMIDT

Apostila 01

CIÊNCIAS POLÍTICAS

Sumário:

a) Ciência Política - Especificidade da Política: a.1) Origem da Disciplina

a.2) A Ciência Política - Conceitos fundamentais, problemas e temas relevantes. b) Ciência Política e Teoria Geral do Estado

b.1) Questão Terminológica

a) Ciência Política - Especificidade da Política: a.1) Origem da Disciplina

Foi o período entre guerras que surgiu a necessidade vital de se estudar o fenômeno estatal, que a todos envolve, eis que cada ser humano está sempre vinculado a um determinado Estado. Trataremos do enfoque que recebeu a Teoria do Estado em função dos pressupostos filosóficos predominantes em cada época.

Na Antigüidade, o Estado foi estudado por Aristóteles, que analisando de maneira empírica as cidades-estados gregas sob o ponto de vista político elaborou uma classificação de todas as formas de governo da época. O filósofo grego é considerado por muitos como sendo o criador da Ciência do Estado, pois ele se utilizava tanto da colheita dos fatos como da comparação de dados históricos para lidar com o seu objeto de estudo. Utilizava-se em seu estudo da observação direta ou seja, da pesquisa de campo, através do emprego de técnicas tiradas da sociologia, como a investigação por sondagem. Já Platão, mestre de Aristóteles, em sua obra “A República”, ao contrário do método utilizado por seu discípulo que estudou o estado sob seus aspectos concretos e reais, buscou a criação de um Estado ideal, superior, é dizer, como o Estado deveria ser e não realmente como ele era no mundo real. Foi buscar no mundo das essências (idéias) o conceito ideal de Estado. Nesse sentido cumpre acrescentar que para Platão a política era a primeira das ciências, e isso se dessume de suas obras de caráter eminentemente especulativo.

Na Idade Média, o Estado se encontrava extremamente ligado com à Igreja, chegando mesmo às vezes a se confundir com ela. Vale lembrar que foi nesse período que o cristianismo se firmou como religião. Portanto teremos como expoentes da Teoria do Estado nessa época, São Tomás de Aquino e sua obra “Suma Teológica” e Santo Agostinho e sua obra “A cidade de Deus” que trataram da delicada relação entre o poder espiritual (Igreja) e o poder social (Estado). A principal preocupação de ambos residia na função ética e teleológica do Estado, e qual o modelo de Estado que mais se adaptaria a essas funções. Na realidade, procuraram justificar a existência do Estado a partir de considerações teleológicas. Na Idade Média, assim como na Idade Antiga, o poder se encontrava descentralizado, é dizer, disperso em cidades-estados e nos feudos.

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Maquiável, com o seu livro “O Príncipe”, cumpriu um papel importante no desenvolvimento da idéia de Estado. Foi a partir dele que passou-se a estudá-lo sob um ponto de vista mais político, analisando-se precipuamente sua organização e sua atuação. Ele alterou essa relação entre poder espiritual e poder social, desvinculando um do outro, pois ele colocou o Estado como senhor supremo do indivíduo. A idéia central da obra de Maquiável reside na busca das condições necessárias para a conquista do poder e principalmente para sua permanência nele. Portanto, a principal preocupação de Maquiável foi o estudo do poder. Acredita-se que esse interesse nasceu por influência do contexto histórico da época, pois era um momento de transição entre o fim da Idade Média e início da Idade Moderna, onde as cidades-estados eram lideradas pelos seus príncipes. Maquiável, de certa forma, dedicou especial atenção em sua obra ao fornecimento dos principais elementos que levam à obtenção e desempenho do poder, tendo ficado famoso pela liberdade de métodos que admitia, pois deixou de lado qualquer preocupação ética ou moral. Tanto isso é verdade que no dicionário o termo maquiavélico e maquiavelismo significam, respectivamente: “que tem, ou em que há perfídia, dolo, má-fé, astuto, velhaco, ardiloso” e “sistema político exposto por Niccolò Machiaveili, dito Maquiavel (1469-1527), escritor e estadista florentino, em sua obra O Príncipe, e caracterizado pelo princípio amoralista de que os fins justificam os meios; política desprovida de boa-fé; procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro (...)”.

No Renascimento, Bodin (1566), em seus estudos, afirma que a diferença existente entre os diversos Estados são determinadas por diversos fatores como: o clima, o relevo, a economia, a alimentação e os costumes. Bodin, em suas obras, também construiu para os monarcas uma espécie de justificação jurídica do poder absoluto. Nesse sentido, possível dizer que ele sistematizou a doutrina da soberania do rei, que, segundo a sua concepção, detém o poder absoluto e perpétuo e está sujeito apenas à Lei Natural. Explica Jean Bodin: “O Príncipe soberano

só presta juramento a Deus. Entretanto, a soberania não tinha limites, nem em poder, nem em encargos, e nem por certo tempo. Não havia restrições quanto a matéria sobre a qual incidia o ato real”.’

No positivismo, Augusto Comte (1798-1857), procurou analisar os fenômenos sociais e descobrir as leis que lhe deram origem, encontrando assim as relações de sucessão e de semelhança. Outros autores como Locke, Hobbes, Montesquieu e Rousseau, sob a égide do Direito natural, estudaram o Estado sob o ponto de vista da natureza humana e da vida social. Faz-se necessário acrescentar aqui que três deles eram contratualistas (Hobbes, RousFaz-seau e Locke). Os contratualistas (séc. XVI e XVIII) acreditam que a sociedade e o Estado surgiram através da celebração de um pacto “o contrato social”, ou seja, foi criada a partir de um ato de vontade humana. E dizer, o homem que vivia sem a regência de um poder central e de uma organização decide passar parte de suas liberdades individuais para um poder comum objetivando a realização do bem comum, a proteção de seus direitos e bens e o estabelecimento de regras de convívio social.

Para Hobbes (séc. XVII), na sua obra “O Leviatã”, este ente político era soberano, e essa soberania advinha de um ato de transferência de direitos e de submissão de súditos ao soberano. Essa concepção do Estado provinha da influência dos antagonismos existentes na época, entre a Coroa (a dinastia dos Stuarts que defendiam o absolutismo) e o Parlamento inglês (a burguesia que representava o liberalismo). Nesse período, a Inglaterra se encontrava em plena guerra civil, de caráter tanto político como religioso, de revoluções e, conseqüentemente, abalada por uma grave instabilidade política. Para Hobbes, o Estado absoluto era a única solução para se vencer o caos político que existia na Inglaterra do início do séc. XVII.

Já para Rousseau, (1712-1778), totalmente avesso ao absolutismo, a solução dos problemas estatais residia na conferência de toda legitimidade da ação política à vontade geral

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(povo). Daí se extrai que para Rousseau a soberania se encontrava no povo e não no Estado, portanto o povo poderia se rebelar contra ele. Tal pensamento se encontra presente em sua obra “O contrato social”, na qual cada cidadão tornou-se absolutamente independente dos outros e exageradamente dependente do Estado, que ao mesmo tempo que garante, também reprime a liberdade de todos os componentes da sociedade. Em suma, para Rousseau o Estado é a personificação da democracia totalitária.

Já Montesquieu, em sua obra “O Espírito das leis”, se ateve ao estudo das formas de governo e não do Estado em si mesmo. Ele comparou entre si o maior número possível de regimes de governo em todas as partes do mundo, para deste modo chegar a concepção do Estado ideal e sua respectiva forma de governo. Montesquieu também concebeu a tríplice divisão dos poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Para Wilhem Friederich Hegel (1770-1831), o Estado estava incluído na evolução dialética, como personificação da razão. O homem estava a serviço do Estado, que além de totalitário era também divinizado. Nesse sentido, verifica-se que o Estado foi hipostasiado, englobando o todo social. Mas foi na Alemanha do séc. XIX que apareceu a Teoria do Estado como ciência autônoma, que tem por objeto o Estado.

O marco desse período foi a obra de Georg Jellinek “Teoria Geral do Estado”. A partir disso se intensificaram de maneira surpreendente os estudos sobre o Estado, principalmente em países como a Itália, França, Portugal e Espanha. No Brasil, a Teoria do Estado só passou a fazer parte do currículo universitário a partir de 1941, pois antes ela fazia parte da cadeira de Direito Público Constitucional. Essa mudança está diretamente relacionada com o Estado Novo e com o surgimento de governos fortes que desejando a obtenção de um maior poder político, acabaram por intensificar os estudos do Estado.

O estudo da Teoria do Estado faz-se cada vez mais necessário e diríamos até imprescindível, na medida em que o Estado tem sido objeto de inúmeras transformações. Só no século XX tivemos o Estado totalitário (nazismo e fascismo), o estado comunista, o socialista e o estado liberal. E, agora, neste início de século o Estado vem sofrendo o esvaziamento de sua soberania, ao passo que o fenômeno da globalização vai ganhando corpo, e dando origem aos blocos econômicos. Exemplo deste fenômeno são os diversos mercados comuns, como a Alca, o Mercosul, o Nafta.

A União Européia já é uma etapa mais avançada deste processo na qual se busca, não só uma integração de mercados entre os países europeus, mas também uma unificação monetária que já se efetivou pela instituição do “euro”, a mais nova moeda em circulação no mundo. A ciência política é a teoria e prática da política e a descrição e análise dos sistemas políticos e do comportamento político.

a.2) A Ciência Política

Conceito fundamental

A ciência política abrange diversos campos, como a teoria e a filosofia políticas, os sistemas políticos, ideologia, economia política, geopolítica, geografia política, análise de políticas públicas, política comparada, relações internacionais, análise de relações exteriores,

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política e direito internacionais, estudos de administração pública e governo, processo legislativo, direito público (como o direito constitucional) e outros.

A ciência política emprega diversos tipos de metodologia. As abordagens da disciplina incluem a filosofia política clássica, interpretacionismo, estruturalismo, racionalismo, realismo, pluralismo e institucionalismo. Na qualidade de uma das ciências sociais, a ciência política usa métodos e técnicas que podem envolver tanto fontes primárias (documentos históricos, registros oficiais) quanto secundárias (artigos acadêmicos, pesquisas, análise estatística, estudos de caso e construção de modelos).

Um conceito operacional, é difícil de definir, porque existem várias acepções para ela. A onipresença virtual da política nos fatos ou a sua politização pode depender, da correlação entre as forças políticas e ainda de acontecimentos que tenham maior ou menor impacto na opinião pública. Também o contexto internacional pode contribuir para a politização de um determinado fato.

Problemas e temas relevantes:

A Ciência Política é disciplina social e autônoma que engloba atividades de observação, de análise, de descrição, comparação, de sistematização e de explicação dos fenômenos políticos.

Vejamos algumas teses sobre o objeto de estudo da Ciência Política: • Ciência Política é a ciência do Estado:

Já desde a Antiga Grécia que a ação política desenvolvida na Polis (cidade) se encontrava estreitamente ligada ao Estado. Mais tarde, também Prélot veio reafirmar esta idéia clássica de que a ciência política estava ligada e que se centrava no Estado. Esta posição assumida por Prélot foi criticada pelos seus colegas por considerarem o Estado uma parcela redutora de tudo aquilo que a ciência política estuda. No entanto, e em sua defesa, Prélot defende que o Estado tem de ser visto de uma forma mais profunda, daí que chamasse a atenção para os fenômenos que dele decorriam (inter-estatais; supra-estatais; infra-estatais; e para-estatais). A crítica, no entanto, manteve-se, por considerarem que era uma idéia desatualizada, uma vez que apenas considera o Estado enquanto Soberano.

• Ciência Política é a ciência do Poder:

As modalidades de exercício do poder, a concentração de poder, interessam à ciência política desde que sejam fonte de poder. A manifestação de poder define-se pela capacidade de obrigar outros a aceitar ou adotar um determinado comportamento.

• Ciência Política é a ciência do Poder Político:

Estuda o poder gerado numa sociedade politicamente organizada e estruturada, quando exercido como coação.

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Estuda o conjunto de interações através da qual se processa a distribuição autoritária de valores numa determinada sociedade. Ciência Política: Surge, então, como o estudo das maneiras complexas e variáveis como os diversos sistemas procedem ao estabelecimento imperativo dos valores Objeto de estudo da Ciência Política: A ciência política estuda o Estado e as suas relações com os grupos humanos, estuda, ainda, os agentes políticos internos que lutam pela conquista, aquisição e pelo exercício do poder, ou pelo menos de influencia-lo, visando a satisfação dos seus interesses.

Estuda, também, os agentes políticos internacionais que influenciam ou tentam influenciar o comportamento dos órgãos que no quadro de uma sociedade nacional exercem o poder político máximo. Utilidade da Ciência Política: A utilidade da ciência política, baseia-se na existência de uma disciplina que consiga sistematizar os processos, movimentos e instituições políticas, isto é, os fenômenos políticos. Ajuda através dos seus instrumentos analíticos e teorias a uma melhor compreensão dos sistemas políticos, o que vai proporcionar um melhor conhecimento e aperfeiçoamento dos sistemas políticos, e que vai permitir aos cidadãos mais esclarecidos intervir na legitimação do poder e participar de forma ativa na vida política dos Estados.

b) Ciência Política e Teoria Geral do Estado

Afirmação da Ciência Política como disciplina indispensável nas Universidades:

b.1) Questão Terminológica

É de bom alvitre ressaltar que a Teoria do Estado recebe outras denominações como a de “Ciência do Estado” ou “Ciência Política”. A denominação Ciência Política é empregada em vários países como os Estados Unidos (Political Science), a Espanha (Scienza Política) e a França (Science Politique). Já a Alemanha utiliza-se da denominação “Teoria Geral do Estado” e a Itália emprega a denominação “Doutrina do Estado”. Alguns autores, dentre eles, destaca-se Alessandro Groppali, no entanto, são contrários ao emprego do adjetivo geral por acreditarem que uma doutrina pelo simples fato de ser doutrina só pode ser geral. Em contrapartida Jellinek fundamenta que a Teoria do Estado bipartese, em princípio, em Teoria Geral do Estado (Aligeineine Staatslehre) e em Teoria Particular do Estado (Besondere Staatslehre), uma complementando a outra. Nesse sentido, afirma Jellinek que a primeira se propõe ao estudo de vários Estados, suas formas de governo, seus fenômenos gerais e suas determinações básicas. Já a segunda tem como finalidade precípua comparar as instituições particulares do Estado, em uma determinada época, para que desta maneira possa se alcançar as formas dessas instituições.

Todavia, faz-se necessário advertir que há uma diferença entre Teoria do Estado e Ciência Política, pois esta última além de ter um campo de atuação mais abrangente, ela trata o Estado de uma maneira mais concreta. Já a Teoria do Estado trata o Estado de uma forma mais abstrata, objetivando buscar uma visão mais geral desse ente político para melhor poder estudá-lo. Cumpre dizer também que a Ciência política serve de suporte para a Teoria do Estado, pois ela estuda de maneira empírica alguns aspectos que são extremamente úteis para a Teoria do Estado, quais sejam, os fenômenos políticos.

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A Teoria do Estado é uma ciência, e toda disciplina que pretenda ser científica tem que ter em mira um determinado objeto. Assim, um ponto importante a ser enfrentado no início do nosso estudo é saber qual é o seu objeto. E para isto é necessário dar-se uma noção do que seja o próprio Estado, vale dizer, o que vem a ser o ente estatal.

O Estado nada mais é do que o resultado de uma longa evolução no modo de organização do poder. Ele é uma decorrência das transformações pela qual passou a sociedade política no início dos tempos modernos. E a denominação que se deu as organizações políticas que surgiram a partir do século XVII. Em 1648, houve o Tratado de Westfalia que foi um acerto de contas entre a França e a Inglaterra na qual se pôs fim a Guerra dos Cem anos. A partir daí o poder centralizou- se em um único órgão, e é este o traço caracterizador do Estado Moderno, elemento este ainda encontrável nos dias de hoje.

Esta é a mais complexa das organizações criadas pelo homem, simultaneamente é um fato social e um fenômeno normativo, O Estado têm mais de uma dimensão. E uma realidade que é construída a partir de normas jurídicas e dos fatos sociais. Assim, o Estado é uma entidade que não apenas elabora o direito, vale dizer, que por ser dotado de um poder soberano tem o privilégio de editar leis aplicáveis no seu território. Esta função é uma dentre as múltiplas possíveis a que o Estado pode exercer. Daí porque chegar-se a sua definição constitui em tarefa das mais árduas.

Em outros dizeres, é difícil reunir as matérias que sejam próprias desta sociedade política. Esta dificuldade torna-se mais evidente a partir do momento em que se compreende o fenômeno estatal como um processo em constante mutação. O Estado ora avança, ora recua, dependendo das circunstâncias de cada época. Poderíamos até enfatizar, por esta ótica, que o Estado é um conjunto de atividades políticas, que, no mais das vezes, umas não se relacionam necessariamente com as outras. E é justamente isto que torna a sua definição um tanto difícil. Vejamos um caso prático. Há Estados em que pautam a sua atuação pela competência do seu processo legislativo, como também em matéria jurisdicional. Há outros que intervém no domínio econômico, exercendo inclusive o poder de polícia administrativa. E possível encontrar, ainda, Estados fortemente influenciados pela implementação de atividades sociais, tais como educação, saúde, previdência. Portanto, o Estado é um plexo de atividades políticas, podendo interferir em maior ou menor escala nas mesmas.

É preciso, pois, reconhecer, de pronto, esta complexidade do fenômeno estatal para que seja possível atingir o objeto da teoria do Estado. De fato, o Estado tem uma função, que é aquela a qual já nos referimos, de elaborar as leis. Portanto, é uma atividade abarcada pelo Direito. Boa parte da sua atividade é cingida pelo Direito. Isto nos levaria a concluir, neste particular, que o seu estudo seria, em princípio, direcionado pela Ciência normativa, afinal, o Estado tem uma atividade legislativa consistente na elaboração de normas jurídicas. Acontece, entretanto, que o Estado tem em mira outras atividades, que se distanciam do caráter normativo, tais como a de construir estádios, escolas, a de proporcionar o seguro-saúde, a de assegurar um bem-estar social, por exemplo, mantendo as universidades. Enfim, o Estado desempenha uma série de outras atividades que não são normativas. São atividades sociais que demandam uma inserção na sociedade, mediante a captação de recursos para a realização de obras ou serviços. Estas atividades já não podem ser analisadas como dentro do espectro normativista. Elas só podem ser examinadas a partir de um estudo sociológico. Em outras palavras, o que vai ocorrer é que depois de editadas as leis, estas ao passarem a ter vigência na sociedade, elas geram um fenômeno político, fenômeno este estudável e absorvível pela sociologia. Por qual motivo? Porque só a sociologia é capaz de oferecer um exame efetivo do comportamento dos grupos sociais.

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A par da atividade jurídica, o restante das atividades estatais tem de ser examinado num espectro amplo que só é reconhecido pela sociologia do Estado. Ela vai estudar o que se passa na sociedade, considerada enquanto um fato social. Ela penetra, pois, no âmago da sociedade. Assim, uma parte importante do Estado é delimitada também pelo estudo dos sociólogos do Estado.

Portanto, fica claro que o Estado é examinado por diversas teorias, vale dizer, por diversas áreas do conhecimento humano tais como a Sociologia, o Direito etc. O que se busca na Teoria do Estado é esta confluência de aspectos jurídicos e sociológicos. A própria noção de Estado é uma noção jurídica. Nem o sociólogo pode dizer o que é a sociedade política. Quem define é o Direito. Portanto, a Teoria do Estado tem esta conformação bastante ampla. Ela reúne todas as posições destas diversas áreas para então constituir o seu objeto. Na verdade, a Teoria do Estado acaba por “teorizar” sobre os aspectos comuns que todos os Estados oferecem. Este é um ponto, importante, a ser salientado. Então, embora sejam múltiplos os Estados, eles têm no fundo uma área a que a todos é comum. Todos estão submetidos a algum regime de governo, as prerrogativas individuais. Este estuda individualmente um determinado Estado e expõe qual o direito vigente neste país. Não pode haver a Teoria do Estado de um estado determinado. A Teoria do Estado lida, portanto, com aqueles elementos presentes em todo o Estado, o poder, os partidos políticos, os direitos individuais etc.

BIBLIOGRAFIA:

BASTOS, Celso Ribeiro; Curso de Teoria do Estado e Ciência Política,SP Celso Bastos Editora, 6ª Ed.2004.

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