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Relatório de estágio curricular obrigatório:clínica e cirúrgia de pequenos animais

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

OBRIGATÓRIO: CLÍNICA E CIRÚRGIA DE

PEQUENOS ANIMAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS CURITIBANOS

VICTÓRIA MOTTA ZORTÉA

2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO CLÍNICA E CIRÚRGIA DE PEQUENOS ANIMAIS

Victória Motta Zortéa

Este relatório foi apresentado ao Curso de Graduação em Medicina Veterinária, do Centro de Ciências Rurais, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a obtenção do título de Médico Veterinário e julgado _________ (aprovado/reprovado) em defesa pública realizada em 27/06/2019.

Banca Examinadora:

________________________ Profª. Drª. Sandra Arenhart – orientadora

CCR/UFSC

________________________

Profª. Drª. Marcy Lancia Pereira - CCR/UFSC

________________________ Prof. Dr. Álvaro Menin – CCR/UFSC

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Este trabalho é dedicado à minha mãe, meu noivo Ricardo e nosso gato Eddie. Meus maiores companheiros na graduação.

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AGRADECIMENTOS

A minha mãe, que foi quem mais me apoiou e incentivou antes e durante a graduação e independente das circunstâncias não me deixou desistir dos meus sonhos, alegrando-se com todas as conquistas, sendo sempre meu maior exemplo de força e determinação. Ao meu Pai, por ter sido um pai incrível, mesmo que por pouco tempo, pelos valores que inspiram a minha vida e pelo amor que sempre dedicou a mim, você nunca deixou de estar comigo, em meus pensamentos todos os dias. Ambos não estão mais presentes fisicamente, mas estarão para sempre presentes em meu coração. Não tenho palavras para expressão a gratidão e o amor por vocês.

Ao Ricardo, meu noivo, melhor amigo e companheiro de vida, pelos cuidados, compreensão e amor que você tem dedicado a mim durante esses 8 anos, principalmente nos últimos tempos.

Ao meu irmão Luiz, por me dar motivação para seguir em frente e tentar ser uma pessoa melhor.

A minha tia Fabiane, madrinha, segunda mãe e melhor amiga. Meu tio Fabiano, padrinho, segundo pai, conselheiro, sempre com a maior boa vontade para me ajudar. Aos meus tios Henrique, também meu assistente para assuntos aleatórios e Eleide, sempre confidente e companheira. Vocês são os melhores tios do universo.

A Dona Rosana, por cuidar tão bem da minha família durante a minha ausência, sem você com certeza não conseguiria me ausentar para terminar o curso.

A minha amiga- irmã Marcela, por estar presente nos melhores e piores momentos, sempre ao meu lado.

Aos meus amigos Ana Paula, Fernanda, Wanessa e Yago, que mesmo distantes se fizeram perto.

As minhas amigas Marcella, Amábilli e amiguinho Bernardo por esses anos de convivência e pareceria morando juntos.

As minhas amigas Nathália e Maria Eduarda, por me acolherem tão bem nesse último semestre e fazer dele o melhor e mais leve de toda a faculdade. Foi maravilhoso morar com vocês, parece que as conheço de toda a vida.

A minha orientadora Sandra Arenhart, pela paciência e exemplo de profissional. A todos os demais professores da graduação por serem sempre profissionais, dedicados, atenciosos e dispostos a ajudar.

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A minha companheira de estágio Gabriela Rodrigues, por fazer meus dias mais leves e felizes.

A Amanda, que conheci há pouco tempo, mas colaborou imensamente nesta etapa.

A toda equipe do HVD, pelo acolhimento, paciência e compreensão, além de todo o conhecimento repassado.

Aos animais da minha vida, em especial meu companheiro felino Eddie, que esteve comigo durante toda a graduação, sendo minha família e porto seguro, aquecendo meu coração nos dias mais frios. Te amo meu eterno filhotinho.

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RESUMO

O estágio curricular supervisionado do curso de graduação em Medicina Veterinária teve a duração de 520 horas e foi realizado no Hospital Veterinário Darabas, localizado no município de Palhoça, na grande Florianópolis e é considerado o maior hospital veterinário da região, contando com ampla estrutura de atendimento e diagnóstico. As atividades desenvolvidas durante o período de estágio final no HVD foram divididas nas diversas áreas abrangidas no hospital. No período de permanência no local, foram atendidos um total de 127 animais e realizadas 117 cirurgias, nas mais variadas áreas da medicina veterinária de cães e gatos. O foco do estágio foi clínica e cirurgia de pequenos animais.

Palavras-chave: Estágio curricular. Clínica e Cirurgia Veterinária. Pequenos animais.

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ABSTRACT

The supervised curricular course of Veterinary Medicine undergraduate course lasted 520 hours and was carried out at the Darabas Veterinary Hospital, located in the municipality of Palhoça, in the greater Florianópolis and is considered the largest veterinary hospital in the region, with a wide service structure and diagnosis. Activities developed during the final stage of HVD were divided into the various areas covered in the hospital. During the period of on-site stay, a total of 127 animals were treated and 117 surgeries were performed in the most varied areas of veterinary medicine in dogs and cats. The focus of the stage was clinical and small animal surgery.

Keywords: Curricular internship. Clinic and Veterinary Surgery. Small Animals.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Procedimentos clínicos acompanhados no HVD... 28 Tabela 2 – Procedimentos cirúrgicos acompanhados no HVD... 29 Tabela 3 – Exames de diagnóstico por imagem acompanhados no HVD... 29 Tabela 4 – Atendimentos clínicos e diagnósticos das enfermidades caninas

acompanhadas no HVD... 31

Tabela 5 – Atendimentos clínicos e diagnósticos das enfermidades felinas acompanhadas no HVD... 32

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fachada do Hospital Veterinário Darabas (2019)... 14

Figura 2 – Recepção do Hospital Veterinário Darabas... 15

Figura 3 – Consultório... 16

Figura 4 – Sala de vacinação... 17

Figura 5 – Centro cirúrgico 1... 18

Figura 6 – Centro cirúrgico 2... 19

Figura 7 – Sala de laudo... 20

Figura 8 – Internação convencional... 21

Figura 9 – Internação para animais com doenças infecto contagiosas (DOIC)... 21

Figura 10 – Sala de análises laboratoriais... 22

Figura 11 – Sala de ultrassom... 23

Figura 12 – Sala de tomografia computadorizada... 24

Figura 13 – Baias do Centro de Estética... 25

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Exames de diagnóstico por imagem... 33 Gráfico 2 – Procedimentos cirúrgicos realizados no HVD... 34 Gráfico 3 – Principais enfermidades caninas acompanhadas durante o período de estágio no HVD... 35

Gráfico 4 – Principais enfermidades felinas acompanhadas durante o período de estágio no HVD... 35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CRF Complexo Respiratório Felino DCF

Displasia Coxofemoral

DDIV Doença do Disco Intervertebral DOIC Doenças Infecto Contagiosas DRC

Doença Renal Crônica

FeLV Vírus da Leucemia Felina

FIV Vírus da Imunodeficiência Felina HVD Hospital Veterinário Darabas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 HOSPITAL VETERINÁRIO DARABAS (HVD) ... 12

2.1 ESTRUTURA ... 13 2.1.1 Recepção ... 15 2.1.2 Salas de atendimento... 16 2.1.3 Bloco Cirúrgico ... 18 2.1.4 Enfermagem ... 20 2.1.5 Laboratório ... 23 2.1.6 Sala de ultrassom... 24

2.1.7 Sala de Tomografia Computadorizada ... 25

2.1.8 Centro de estética ... 26

2.2 EQUIPE ... 27

2.3 FUNCIONAMENTO... 27

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO ... 28

4 PROCEDIMENTOS ACOMPANHADOS E CASUÍSTICA ... 29

4.1 ATENDIMENTO CLÍNICO ... 29

4.2 CIRURGIAS ... 31

4.3 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ... 33

5 DISCUSSÃO ... 35

5.1.1 Fraturas de membros ... 38

5.1.2 Gastroenterites ... 38

5.1.3 Piometra ... 39

5.1.4 Ceratite ulcerativa ... 40

5.1.5 Complexo Respiratório Felino ... 40

5.1.6 Pancreatite ... 41

5.1.7 Lipidose Hepática ... 42

5.2 PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS... 42

5.2.1 Cirurgias Reprodutivas ... 42 5.2.2 Cirurgias Ortopédicas ... 43 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 44 REFERÊNCIAS... 45

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1 INTRODUÇÃO

O décimo semestre do curso de graduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Catarina consiste no estágio final, contando uma carga horária de 540 hora/aula na área de predileção do estudante. A disciplina visa que o aluno consiga aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso e adquira experiência prática.

Neste caso, o estágio foi realizado integralmente no Hospital Veterinário Darabas, sob a supervisão do médico veterinário Charleston Vieira Ferreira e com a orientação da médica veterinária e professora da universidade Sandra Arenhart.

O HVD é um dos maiores e mais equipados estabelecimentos na área de clínica e cirurgia de pequenos animais da região da grande Florianópolis, visto que conta com equipamentos de: Tomografia Computadorizada, Raios-X Digital, Eletrocardiograma, Ultrassom, Vídeo Endoscopia, além de uma estrutura com: duas salas cirúrgicas e internação.

O local conta com uma intensa rotina de atendimentos clínicos e cirúrgicos além de emergências, possibilitando assim uma boa vivencia na área. Além de contar com grande variedade de equipamentos, como ultrassom e tomografia, realizados e laudados por veterinários especializados em diagnóstico por imagem.

2 HOSPITAL VETERINÁRIO DARABAS (HVD)

O HVD foi fundado pelo proprietário e médico veterinário Roberto Darabas, que trabalha há 23 anos no ramo, hoje é responsável técnico do local. Antigamente era conhecida como clínica veterinária ‘’amigo fiel’’, a partir do ano de 2014 passou a ser ‘’Hospital Veterinário Darabas’’, localizado na Av. Barão do Rio Branco, 515, no centro de Palhoça.

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13

2.1 ESTRUTURA

O Hospital localiza-se em um edifício e abrange os primeiros 2 andares do mesmo (Figura 1), contando com duas salas de internação e enfermagem, uma internação para pacientes portadores de doenças infectocontagiosas (DOIC), isolada das demais áreas.

Possui duas salas de atendimentos bem equipadas e uma sala específica para vacinas. Também conta com farmácia própria. Uma sala de laudo, com mesa para emergência e leitos para pacientes mais debilitados que necessitem de observação em tempo integral.

Na área de cirurgia existe um bloco cirúrgico composto por duas salas, uma destinada a cirurgias com contaminação (castrações, cesarianas, piometras) e a sala cirúrgica principal. Entre ambas existe a sala de paramentação. Há também uma sala com equipamentos para a esterilização de materiais cirúrgicos.

A equipe conta com uma gama de equipamentos de diagnóstico por imagem como ultrassom, aparelho de raio X e tomografia, cada um em sua respectiva sala. Para demais diagnósticos também se encontram aparelho de eletrocardiograma e endoscópio.

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14

Figura 1 – Fachada do Hospital Veterinário Darabas (2019)

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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2.1.1 Recepção

O estabelecimento conta com uma recepção onde os proprietários realizam os registros dos pacientes, fazem pagamentos e retiram medicamentos mediante a receita médica (Figura 2); além de comercializar outros produtos veterinários como roupas e acessórios para pequenos animais.

Figura 2 – Recepção do Hospital Veterinário Darabas

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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16

2.1.2 Salas de atendimento

A estrutura conta com duas salas de atendimentos(consultórios) equipadas com mesa e computadores, onde constam os registros dos pacientes, mesa para procedimentos, cadeiras para proprietários, lavatório para higienização de mãos com sistema de pedal. Possui também equipamento para exames básicos, como otoscópio e kits ortopédicos. (Figura 3).

Figura 3 – Consultório

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

Além de salas de atendimentos há também uma sala própria para vacinação, com mesa e equipamentos e onde as vacinas ficam refrigeradas em geladeira com temperatura controlada a 2°C (Figura 4).

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Figura 4 – Sala de vacinação

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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2.1.3 Bloco Cirúrgico

O bloco cirúrgico é composto uma área de paramentação e duas salas cirúrgicas. A principal sala cirúrgica é composta por uma mesa cirúrgica, um monitor cardíaco, armário de instrumentos e medicamentos, um monitor e aparelho de manutenção anestésica (Figura 5).

A segunda sala é utilizada para cirurgias que possuem contaminação, como piometras e tartarectomias. Ela é composta por uma mesa cirúrgica, uma incubadora, um aparelho para realizar profilaxia dentária, um endoscópio e um armário de medicamentos e instrumentos (Figura 6). Ambos ambientes são isolados e com ventilação adequada.

Figura 5 – Centro Cirúrgico 1

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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Figura 6 – Centro Cirúrgico 2

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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20 2.1.4 Enfermagem

O centro de enfermagem compreende a internação convencionais (figura 8)l, possuindo 8 baias, todas com iluminação e bomba de infusão, uma internação separada para doenças infecto contagiosas (Figura 9), com sete baias, também iluminadas e portando bombas de infusão, além de utensílios próprio para evitar a formação de fômites.

Junto ao centro de enfermagem existe a sala de laudo (Figura 7), separadas por uma porta de vidro. Nesta sala existem computadores, utilizados pelos veterinários para preencher dados de animais e elaborar laudos, o aparelho de revelação de radiografias, uma mesa central para receber emergências e dois leitos emergenciais, para pacientes que necessitam de cuidados especiais, portando oxigênio. Também conta com armários onde estão armazenadas medicamentos, agulhas, seringas, traqueotubos e outros equipamentos utilizados na rotina.

Figura 7 – Sala de laudo

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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Figura 8 – Internação convencional

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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Figura 9 – Internação para animais com doenças infectocontagiosas (DOIC)

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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2.1.5 Laboratório

Na sala de análises laboratoriais. são realizados exames de ureia, creatinina, FA, ALT, AST, triglicerídeos, colesterol, bilirrubina, albumina, hemogasometria e eletrólitos. Além de testes rápidos de 4DX (Dirofilária, Anaplasma, Ehrllchiose e doença de Lyme), FIV e FeLV, parvovirose, giárdia, lipase felina e canina.

Figura 10 – Sala de Análises laboratoriais

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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2.1.6 Sala de ultrassom

O ultrassom se localiza em sala própria, contendo o aparelho, uma bancada especificamente para acomodar os animais, um computador para laudo e o aparelho de eletrocardiograma.

Os exames de eletrocardiograma não são laudados no local, são enviados para uma central de veterinários cardiologistas que emitem rapidamente o laudo.

Figura 11 – Sala de ultrassom

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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2.1.7 Sala de Tomografia Computadorizada

A sala de tomografia computadorizada é dividida em duas partes. Uma com o aparelho de tomografia e outra onde se encontram os profissionais que ativam o aparelho e realizam os laudos, contendo dois computadores.

Figura 12 – Sala de tomografia computadorizada

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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2.1.8 Centro de estética

O centro de estética realiza banhos e tosa de animais associados e internados no hospital. É composto de uma sala de limpeza, com quatro mesas contendo secadores e dois lavatórios.

Figura 13 – Baias do centro de estética

Fonte: Arquivo pessoal, 2019.

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2.2 EQUIPE

O corpo profissional do hospital é composto por cinco médicos veterinários regulares (sendo um deles anestesista), dois médicos plantonistas, quatro auxiliares de veterinária regulares, dois auxiliares plantonistas, cinco recepcionistas, três auxiliares de limpeza, um laboratorista, um gerente, um responsável técnico e três tosadores. Contando com um total de 27 funcionários fixos.

O hospital fornece atendimento especializado nas seguintes áreas: ortopedia, consultas oncológicas, cardiologia, dermatologia, oftalmologia, neurologia, dermatologia, acupuntura, fisioterapia e clínica de animais não convencionais. Algumas dessas áreas são supridas com atendimentos de médicos veterinários terceirizados (como acupuntura e fisioterapia), sendo necessário o agendamento prévio.

2.3 FUNCIONAMENTO

O HVD funciona 24 horas, em horário comercial de segunda a sexta das 8h às 18h e sábado das 8h às 14h, a partir deste horário passa a ser plantão, contando com um médico veterinário e um auxiliar plantonistas. Os outros funcionários permanecem ‘’sob aviso’’ em caso de emergências cirúrgicas ou exames de imagem de emergência.

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28

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO

As atividades desenvolvidas durante o período de estágio final no HVD foram divididas nas diversas áreas abrangidas no hospital, os demais estagiários eram revezados para acompanhar as atividades realizadas pelos médicos veterinários responsáveis.

Logo nos primeiros dias foi criada pelos supervisores uma tabela dividindo os estagiários, em uma semana o aluno estaria presente atendimentos clínicos e cirurgias, na outra semana no o atendimento interno e as atividades de diagnóstico por imagem (raio X, ultrassom e tomografia). Dessa maneira todos os estudantes tiveram a oportunidade de serem contemplados com o conhecimento nessas diversas áreas.

No atendimento clínico cirúrgico houve a oportunidade de ter contato com o paciente desde a consulta, internação, exames complementares, anestesia, cirurgia e pós-operatório. Assim compreendendo todo o processo das enfermidades e cuidados.

Nas atividades desenvolvidas na internação pode-se observar a rotina de pacientes de um hospital veterinário, desde suas alimentações a medicamentos utilizados, exames comuns dos mesmos e suas finalidades. No diagnóstico por imagem foram acompanhados diversos exames de ultrassom, em que o médico veterinário que os realizava sinalizava as alterações aos estudantes, que também acompanhavam a elaboração de laudos. Nas imagens radiográficas, eram acompanhadas desde a realização das radiografias, revelação e laudos.

A tomografia computadorizada ocorre com grande frequência no hospital, tanto em pacientes como animais encaminhados de outras clínicas. É realizada com o animal sedado e, muitas vezes, é necessário o uso de contraste.

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29

4 PROCEDIMENTOS ACOMPANHADOS E CASUÍSTICA

4.1 ATENDIMENTO CLÍNICO

Durante o estágio foram acompanhadas consultas em diversas áreas da medicina veterinária, como ortopedia, dermatologia, oftalmologia, fisioterapia e clínica geral. Além do atendimento e diagnóstico de diversas enfermidades, muito diferentes entre as espécies (Tabelas 1 e 2).

Dentre os procedimentos e atendimentos acompanhados no HVD, pode-se concluir que a porcentagem de pacientes caninos é muito maior que a de felinos, 69% dos pacientes foram cães (164), 31% (69) foram gatos, isso pode ocorrer pelo fato de que as especialidades do hospital abranjam mais enfermidades recorrentes a cães, pela clientela de tutores de cães ser maior que a de felinos ou pelo fato de gatos demonstrarem menos sinais clínicos ao estarem debilitados.

Tabela 1 - Atendimentos clínicos e diagnósticos das enfermidades caninas

acompanhadas no HDV.

EFERMIDADE ATENDIMENTO

Abcesso 2

Cálculo Urinário 6

Protusão da glândula da terceira pálpebra 3

Cinomose 1

Cisto de aracnoide 1

Ingestão de corpos estranhos 3

Dermatopatias 7 Deslocamento Gastroesplenico 2 Diabetes Mellitus 4 Displasia coxofemoral 4 Fraturas de membros 12 Gastroenterite 8 Hénia de disco 7 Hérnia perineal 2 Luxação de patela 2 Pancreatite 5 Piometra 8 Pneumonia 3 Ceratite Ulcerativa 8

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30

TOTAL 84

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Tabela 2- Atendimentos clínicos e diagnósticos das enfermidades felinas

acompanhadas no HVD.

EFERMIDADE ATENDIMENTO

Cálculo urinário(vesical) 1 Complexo respiratório felino 9

Doença renal crônica 2

Efusão pleural 2

Hérnia diafragmática 3

Hipertireoidismo 1

Intoxicação 2

Leucemia viral felina 2

Linfoma 2

Lipidose hepática 7

Obstrução Uretral 4

Pancreatite 5

Tríade viral felina 3

TOTAL 43

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Durante a rotina de atendimentos clínicos também foram assistidos alguns procedimentos clínicos comuns na rotina hospitalar (Tabela 3).

Tabela 3- Procedimentos clínicos acompanhados no HVD. PROCEDIMENTOS CLÍNICOS

CANINO FELINO

Sondagem esofágica 4 5

Limpeza de conduto auditivo 3 -

Remoção de Dermatobioses 5 -

Teste de Schimmer 7 -

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

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31

4.2 CIRURGIAS

Foi acompanhado grande número de cirurgias eletivas, terapêuticas e emergenciais. As eletivas incluem tartarectomias, extrações dentárias e castrações. Porém as cirurgias de cunho terapêutico possuíram mais destaque do ponto de vista acadêmico, visto que não haviam sido acompanhadas de maneira recorrente durante a graduação. As cirurgias terapêuticas que mais ocorrem no HVD são as ortopédicas, sendo que a correção da doença do disco intervertebral foi a mais acompanhada.

Outro destaque foram as cirurgias de sistema reprodutivo e obstétricas. Além de OSH eletivas, também ocorreram muitas terapêuticas devido à ocorrência de piometras. Algumas fêmeas tanto de cães quanto de gatos deram entrada com tumores mamários, realizando mastectomias. No local também ocorrem muitas cesarianas, algumas eletivas e outras emergenciais, todas em cães e a maioria dos animais são originado de canis de reprodução.

Mesmo que o médico veterinário oftalmologista seja terceirizado, algumas cirurgias desta área foram acompanhadas. Duas das enucleações ocorreram devido a traumas e uma delas foi decorrente a protusões da terceira pálpebra com várias recidivas e dermatobioses. O sepultamento da terceira pálpebra foi realizado devido à protusões sem agravantes, como a também exposição o da glândula.

No local, por ser referência em diagnóstico por imagem na região, são encaminhados diversos animais com distúrbios renais, em sua maioria cálculos renais e vesicais e hidro nefrose, realizando em seguida a cirurgia.

Durante o período, foram acompanhadas duas cirurgias oncológicas do sistema respiratório, que consistiam em remoção de massas no hemotórax. Relacionado ao sistema respiratório, ocorreu uma cirurgia experimental de prótese de traqueia, em que o animal apresentava grave colapso de traqueia.

Em animais com distúrbios relacionados ao sistema digestório foi realizado uma hepatectomia parcial devido à ocorrência de tumor e duas laparotomias exploratórias devido à suspeitas de presença de corpos estranhos.

Procedimentos odontológicos também são realizados em grande escala na rotina do hospital, visto que são simples, eletivos e costumam não gerar complicações,

(33)

32

todos os procedimentos acompanhados nesse teor foram tartarectomia (limpeza periodontal) e extrações dentárias.

De cunho oncológico, foram realizadas importantes esplenectomias, todos ocasionaram a retirada de todo o Baço devido a desenvolvimento neoplásico no mesmo. Essa cirurgia ocorreu em dois cães e um gato.

Procedimentos cirúrgicos e quantidades exemplificados na tabela 4.

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33

Tabela 4- Procedimentos cirúrgicos acompanhados no HDV. PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

CANINO FELINO

Cistotomia 4 1

Esplenectomia 2 1

Osteossíntese de rádio e ulna 5 1

Osteossíntese de tíbia 7 1 Uretrostomia 1 1 Mastectomia bilateral - 2 Ovariosalpigohisterectomia terapêutica 6 2 Limpeza periodontal 10 3 Ovariosalpigohisterectomia Eletiva 10 8 Orquiectomia eletiva 9 11

Amputação de membro torácico 2 -

Caudectomia 2 - Cesariana 5 - Hemilaminectomia 8 - Enucleação 3 - Extração dentária 2 - Hepatectomia parcial 1 - Laparotomia exploratória 2 - Mastectomia unilateral 3 - Nefrotomia 2 - Osteosintese de fêmur 3 -

Sepultamento de terceira pálpebra 2 -

Prótese de traqueia 1 -

Remoção de massa em hemotórax 2 -

Herniorrafia diafragmática 1 1

Herniorrafia perineal 1 -

TOTAL 86 32

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

4.3 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Os exames de diagnóstico por imagem acompanhados durante o período de estágio foram: radiografia, ultrassom e tomografias. Todos ocorrem com grande

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34

frequência, porém a tomografia computadorizada por ser mais onerosa e exigir sedação do animal para isso, acaba não sendo tão realizadas (Tabela 5).

Tabela 5- Exames de diagnóstico por imagem acompanhados no HVD. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

CANINO FELINO

Raio X 24 15

Tomografia 10 7

Ultrassom 20 17

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

(36)

35

5 DISCUSSÃO

No caso de diagnóstico por imagem, dos exames acompanhados a maior parte dele compreende radiografias, em segundo lugar exames de ultrassom e por último tomografia. O exame de raio X é o mais realizado, isso pode ocorrer pelo fato de ser o mais simples de ser realizado possuir um menor custo. Já a tomografia computadorizada é a menos realizada, apesar de também ser bastante requisitada, isso pode ocorrer pelo fato de seu custo ser muito mais alto e exigir maiores cuidados pelo animal necessitar sob sedação (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Exames de diagnóstico por imagem realizados no HVD.

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Em procedimentos cirúrgicos, o tipo de cirurgia mais prevalente foram cirurgias com o alvo no sistema reprodutivo, mas deve-se levar em conta que a maioria desses procedimentos são castrações eletivas (Gráfico 2). Já as cirurgias ortopédicas foram as segundas cirurgias que mais ocorreram, porém elas são cirurgias mais terapêuticas ou emergências, além de serem mais elaboradas.

Gráfico 2 – Procedimentos cirúrgicos realizados no HVD

39

17

37

Raio X Tomografia Ultrassom

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

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36

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Dentre as enfermidades dos pacientes no Hospital Veterinário Darabas, assim como as outras classificações, atendimentos pacientes caninos foram consideravelmente prevalentes, 84 cães e 43 gatos. Ambos apresentaram casos de cálculos urinários e pancreatite, porém, os outros diagnósticos foram bastante distintos entre as espécies.

No caso de cães, observa-se que os casos de fraturas de membros (14%), gastroenterites, piometras e ceratite ulcerativa (todos 9%), foram os mais prevalentes (Gráfico 3).

Já em gatos, complexo respiratório felinos (21%), lipidose hepática (16%) e pancreatite foram os que mais ocorreram (Gráfico 4).

As doenças citadas são apenas as que ocorreram durante o período do estágio e foram acompanhados pela acadêmica de acordo com o cronograma de atividades seguido.

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Gráfico 3 – Principais enfermidades caninas acompanhadas durante o período de

estágio no HVD

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Gráfico 4 – Principais enfermidades felinas acompanhadas durante o período de

estágio no HVD

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

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PRINCIPAIS ENFERMIDADES ATENDIDAS

Observa-se que a casuística tanto em cirurgias como em atendimentos é bastante distinta entre as espécies. Os cães foram acometidos principalmente por fraturas de membros, gastroenterites, piometra e úlcera de córnea. Já os gatos apresentaram em grande escala complexo respiratório Felino, pancreatite e lipidose hepática.

5.1.1 Fraturas de membros

Na maioria das vezes as fraturas de membros ocorrem devido a processos traumáticos, como acidentes automobilísticos, brigas, quedas, projéteis balísticos (JHONSON, 2014).

É grande a prevalência de traumas em animais domésticos atendidos em clínicas veterinária, desses casos as fraturas costumam ser o principal problema ortopédico na clínica de pequenos animais (VIDANE et al., 2014).

Grande parte das fraturas de membros foram ocasionadas por acidentes automobilístico e acometeram principalmente o membro pélvico.

5.1.2 Gastroenterites

Muitos cães nesse período apresentaram gastroenterites, que ocorreram por diversas causas, alguns consumiram alimentos impróprios como chocolates, já outros foram acometidos por parasitas (como a giárdia) ou viroses (como parvo virose).

As gastroenterites podem ser causadas pela dieta, parasitas e doenças infectocontagiosas. Quando ligadas a dieta, podem facilmente ser identificadas pelo exame clínico e histórico, para detectar parasitoses devem ser feitos exames coproparasitológicos, no caso de agentes infecciosos pode ser feito o teste de ELISA das fezes do animal para o antígeno da parvo virose, principal causa de gastroenterites infecciosas, para descartá-la” (WILLARD, 2008).

O paro vírus canino é uma das causas frequentes de gastroenterites e é altamente contagioso, gerando uma doença gastrointestinal aguda. Costuma ocorrer

(40)

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grande parte das gastroenterites o tratamento possui objetivo de restabelecer anormalidades hídricas, eletrolíticas e metabólicas, além de prevenir outras infecções bacterianas (MERCK, 2014).

A giardíase é uma causa de gastroenterites cosmopolita, causa uma infecção intestinal crônica. Sendo provocada por protozoários transmissíveis para a maior parte de mamíferos domésticos e silvestres, além de aves. Também é zoonótica.

Existem no comércio os testes rápidos para a o diagnóstico a partir de ELISA. (MERCK,2014)

5.1.3 Piometra

A piometra é uma doença de diestro, sendo mediada por hormônio e caracterizada por hiperplasia endometrial cística, com infecções bacterianas secundárias, geralmente ocorrendo em cadelas acima de 5 anos de idade. Fatores que contribuem a ocorrência da mesma são a administração de progestágenos de longa duração para retardar o cio ou administração de estrogênio no caso de cópulas indesejadas (MERCK, 2014).

Após o desenvolvimento da hiperplasia endometrial cística, ocorre o acúmulo da secreção uterina, gerando um ambiente propício ao crescimento bacteriano. A progesterona também irá inibir a resposta leucocitária no caso de infecção bacteriana. A Escherichia coli é a bactéria mais comumente encontrada na piometra, mas Staphylococcus, Streptococcus, Pseudomonas e Proteus spp. também costumam ser isoladas (MERCK, 2014).

A piometra é mais comum em cadelas em relação a gatas, visto que felinas necessitam de estimulação copulatória para ovular e ocorrer a produção da progesterona pelo corpo lúteo. A administração de estrogênio para evitar a prenhez aumenta de forma importante o risco da ocorrência da mesma (MERCK, 2014). A maior parte dos casos diagnosticados nesse período ocorreram em cadelas.

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5.1.4 Ceratite ulcerativa

As úlceras de córnea podem acontecer em casos de trauma na córnea associado a lacerações, sutura exposta e cirurgia periocular. A coloração de fluoresceína é o principal teste diagnóstico utilizado na clínica. São tipicamente tratadas com antibióticos tópicos para tratar ou prevenir possíveis infecções.

(CAPLAN, 2014)

Caso a cicatrização da úlcera não ocorra com o tratamento tópico até o final do período de avaliação por complicações ou insucesso do tratamento, pode ser realizado o procedimento de ceratotomia com recobrimento com terceira pálpebra, aliado ao tratamento clínico com antibiótico, lubrificante ocular e soro autólogo (FERREIRA et al., 2013).

Não foi observado nenhum caso de úlcera de córnea cirúrgica, todos se resolveram com o tratamento tópico, pois não eram profudas. Todos os animais acometidos fora cães de raças braquicefálicas com pêlo longos (em especial Shihtzu e Lhasa Apso)

5.1.5 Complexo Respiratório Felino

A doença obteve grande prevalência na casuística por ser uma doença infecto contagiosa e grande parte dos animais acompanhados eram domiciliados na mesma residência.

O complexo respiratório felino é uma doença do trato respiratório superior e é uma das doenças mais relatadas. Cerca de 30% da população felina que vive em abrigos dos Estados Unidos da América apresentam a infecção (LARA, 2012).

A doença é caracterizada por rinossinusite, conjuntivite, lacrimejamento, salivação e ulcerações bucais. A transmissão vai ocorrer por gotículas em aerossol e fômites, quando em contato com um gato susceptível. O Clicivírus é extremamente disseminado, já o vírus na rinotraqueíte vai ser liberado de maneira intermitente (MERCK, 2014).

Os primeiros sinais clínicos costumam ser febre de mais de 40,5°C, conjuntivite, rinite e frequente salivação. As secreções nasais começam serosas, mas logo

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grave costumam desenvolver estomatite ulcerativa. A depressão e anorexia começam a ficar evidentes (MERCK, 2014).

O diagnóstico pode ser presuntivo, em sinais típicos: espirros, conjuntivite, rinite, lacrimejamento, salivação úlceras orais e dispneias. Mas o diagnóstico definitivo ocorre a partir de isolamento e identificação do agente. O tratamento é sintomático, como uso de colírio, nebulização, uso de vasoconstrictor nasal, para garantir um contorto, porém antibióticos de amplo espectro são empregados contra bactérias que causa infecção secundária (MERCK, 2014).

O complexo respiratório felino compreende os três principais causadores de doenças no trato respiratório felino, o herpes-vírus felino 1, o calicivírus felino, ambos são bastante prevalentes, porém a infeção pelo herpes-vírus é mais grave, associados a Chlamydophila felis, que costuma afetar mais a conjuntiva. (GREENE, 2015)

5.1.6 Pancreatite

É uma doença do pâncreas exócrino, sendo a mais comum em cães e gatos, podendo ser aguda ou crônica, os dois casos podem ser graves se estiverem associadas a necrose pancreática e alterações sistêmicas (MERCK, 2014).

A doença é considerada multifatorial com tendências genéticas e fatores predisponentes como consumo de dieta com alto teor de gordura (NELSON; COUTO, 2010). A pancreatite ocorreu em grande escala nas duas espécies e foi atribuída a mudanças alimentares bruscas ou consumo de alimentos inadequados ou gordurosos

Na maioria dos casos a causa é idiopática. Mas acredita-se que a alimentação inadequada seja um fator de risco bastante comum, além de traumatismo ou gatos com síndrome da elevação. Cirurgias também são consideradas um fator de risco para a ocorrência, mas acredita-se que a maior parte dos casos de pancreatite pós cirúrgicos seja decorrente da hipoperfusão pancreática gerada pela anestesia (MERCK, 2014).

Atividades séricas da lipase e amilase, bem como testes de Imunoreactividade da Lipase pancreática canina e felina são utilizados como diagnóstico para a pancreatite (CARDOSO, 2014). Exames de diagnóstico por imagem também são amplamente utilizados, como o ultrassom, nele é possível que o grau de inflamação do pâncreas é variável, desde alterações leves e edematosas a necrose pancreática grave, sendo difícil a avaliação da extensão da lesão (CARDOSO, 2014). Todos esses

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métodos diagnósticos eram comumente utilizados em animais com suspeitas dessa doença. A maioria das pancreatites em gatos eram crônicas.

5.1.7 Lipidose Hepática

Muitos dos casos estão associados ao estresse oxidativo e podem chegar a induzir a lesão hepatocelular adicional (LITTLE, 2018). Nos gatos que apresentaram lipidose hepática, a maior parte dos casos estavam associados a quadros de estresses agudos ou crônicos. É a consequência do equilíbrio energético negativo, ocorre a mobilização do tecido adiposo periférico e acúmulo de lipídio intra-hepático.

É potencialmente letal e multifatorial, na maioria dos casos existe uma doença primária que causa anorexia e induz a doença. A mobilização de gordura periférica que excede a capacidade hepática. Em alguns animais a inapetência é causada por estresse ambiental, como programas de perda de peso, mudanças na dieta, mudança de moradia ou de proprietários, perda ou introdução de novos animais ou membros da família, transporte e confinamento acidental. Pode não apresentar ação necroinflamatória, mesmo assim a colestase grave. A síndrome está associada a várias deficiências metabólicas (MERCK, 2014)

O tratamento baseia-se no fornecimento de um suporte nutricional adequado, que permita a reversão do estado catabólico existente, associado à administração adequada de fluido terapia e resolução de complicações clínicas, como vómito, (SILVA, 2012). Os gatos apresentando essa síndrome eram tratados com a sondagem esofágica enquanto permanecer com anorexia e os outros sinais sejam tratados.

5.2 PRINCIPAIS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

As principais cirurgias que ocorreram durante o período são de ordem reprodutivas, ortopédica, urológica e odontológicas. Porém os procedimentos odontológicos foram apenas profilaxias dentárias e extrações.

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Grande parte das cirurgias dessa ordem realizadas foram cirurgias eletivas de castração, porém, ocorreram muitos casos de Ovariosalpigohisterectomia terapêutica para a solução de piometras. Os principais casos foram de piometras abertas, bastante sintomáticas que chegaram em estágio emergencial, houve o caso de uma felina com piometra fechada em que a condição foi descoberta ao acaso durante a cirurgia de herniorrafia diafragmática.

A Ovariosalpigohisterectomia é o tratamento de escolha para piometras, para evitar recidivas e piometras de coto. Associado a isso deve ser realizado a fluido terapia e antibioticoterapia de amplo espectro, a mesma deve permanecer por via oral de 7 a 10 dias após a cirurgia. (MERCK, 2014)

O tratamento de eleição é a opção cirúrgica associada a terapia medicamentosa, sendo avaliada de acordo com a gravidade do quadro clínico. (BALARIN, 2018). Foram realizados o tratamento cirúrgico e antibioticoterapia em todos as femeas que apresentaram essa doença, para evitar futuras complicações.

5.2.2 Cirurgias Ortopédicas

Os problemas ortopédicos foram os que mais ocorrem em cães, isso pode ocorrer devido ao fato de muitas dessas doenças possuírem caráter hereditário em algumas raças de cães e dos casos de acidentes automobilísticos citados anteriormente.

Cerca de dois terços de atendimentos na clínica cirúrgica veterinária são enfermidades ortopédicas. Ossos longos possuem um maior destaque, visto que são 45% de todos os tipos de fraturas (SIQUEIRA et al., 2015)

Além disso, segundo Caplan (2014), para a maioria de procedimentos ortopédicos, é necessário que o profissional tenha desenvolvido habilidades cirúrgicas dessa natureza e estar familiarizado com o instrumental cirúrgico necessário. Na região da grande Florianópolis, não existem muitos locais com médicos veterinários aptos e com equipamentos para realizar cirurgias desse tipo, aumentando assim a prevalência dos animais com essas afecções no HVD.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio final é a parte do curso em que o acadêmico mais consegue ter a experiência de o que é ser um médico veterinário na área em que se deseja trabalhar, especialmente por ser um curso muito amplo, abordando muitas espécies e áreas.

A oportunidade de realizá-lo no Hospital Veterinário Darabas proporcionou conhecimento prático em diversas áreas da clínica e cirurgia de pequenos além de vivenciar diversas situações e dificuldades que ocorrem rotineiramente ao trabalhar neste cambo e muitas vezes, aprendendo a lidar com elas.

Foi muito proveitoso acompanhar a rotina de um grande hospital da região, com uma equipe de profissionais especializada e sempre disposta a esclarecer dúvidas e auxiliar quando necessário.

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45 REFERÊNCIAS

BALARIN, Pedro Henrique Stipp. Relação do uso de contraceptivos com

piometra em cadelas atendidas no Hospital Veterinário da Universidade Federal da Paraíba no período de 2014 a 2018. 2018. 33 f. TCC (Graduação) - Curso de

Medicina Veterinária, Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2018

CAPLAN, Elaine R. Cirurgia do olho: fundamentos de cirurgia ortopédica e tratamento de fraturas. In: FOSSUM, Theresa W. Cirurgia de pequenos animais.

4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p.817-886.

CARDOSO, Catarina Flaspoehler Barreto Gomes. Abordagem da pancreatite

canina e felina: do diagnóstico clínico ao diagnóstico histopatológico. 2014. 125 f.

Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2014.

FERREIRA, Gabriel Thadeu Nogueira Martins et al. Aspectos clínicos do enxerto conjuntival 360º e do implante da membrana amniótica criopreservada no tratamento de úlceras de córnea em cães. Red de Revistas Científicas de América Latina y El

Caribe, España y Portugal, Londrina, v. 34, n. 3, p.1239-1252, maio 2013.

GREENE, Craig E. Doenças infecciosas em cães e gatos. 4.ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan Ltda., 2015.

JHONSON, Ann L. Fundamentos de Cirurgia Ortopédica e Tratamento de Fraturas. In: FOSSUM, Theresa W. Cirurgia de pequenos animais. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p.2913- 3088.

LARA, V. M.. Complexo respiratrio felino: principais agentes infecciosos. Ars

Veterinaria, Jaboticabal, v. 28, n.3, p.169-176, ago. 2012.

LITTLE, Susan. O gato: medicina interna. Rio de Janeiro: Roca, 2018.

MERCK. Manual Merck de Veterinária. 10.ed. São Paulo: Roca, 2014.

NELSON, Richard W.; COUTO, C. Guillermo. Medicina interna de pequenos

animais. 4.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p.579-590.

SILVA, Fábia Capeleiro Henriques Siqueira da. Lipidose hepática felina. 2012. 89f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2012.

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SIQUEIRA, Rafael C. et al. Estudo retrospectivo da ocorrência de fraturas em ossos longos nos cães atendidos durante o período de 2006 a 2013 na universidade de Marília - SP/Brasil. Revista Portuguesa de Medicina Veterinária, Marília, v.1, n.10, p.94-98, jan. 2015.

VIDANE, Atanasio Serafim et al. Incidência de fraturas em cães e gatos da cidade de Maputo (Moçambique) no período de 1998-2008. Ciência Animal Brasileira,

Goiânia, v.4, n.15, p.490-494, out. 2014.

WILLARD, M. D. Manifestações Clínicas dos Distúrbios Gastrointestinais. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de Medicina Interna Veterinária: doenças do cão e do gato. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan LTDA, 2008. p.351-372.

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