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O ofício de ilustrar moda em terras alencarinas sob o olhar do ilustrador

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ INSTITUTO DE CULTURA E ARTE

CURSO DE DESIGN DE MODA

NAIRA DA SILVA NEVES

O OFÍCIO DE ILUSTRAR MODA EM TERRAS ALENCARINAS SOB O

OLHAR DO ILUSTRADOR

FORTALEZA 2013

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NAIRA DA SILVA NEVES

O OFÍCIO DE ILUSTRAR MODA EM TERRAS ALENCARINAS SOB O

OLHAR DO ILUSTRADOR

Trabalho de Conclusão de Curso submetida à Coordenação do Curso de Graduação em Design de Moda, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Design de Moda. Área de Concentração: Moda.

Orientador: Profa. Ms. Adriana Leria Barreto Matos.

FORTALEZA 2013

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências e Tecnologia N426d Neves, Naira da Silva.

O ofício de ilustrar moda em terras alencarinas sob o olhar do ilustrador. / Naira da Silva Neves. – 2013.

28 f. : il. color., enc. ; 30 cm.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Instituto de Cultura e Arte, Curso de Design de Moda, Fortaleza, 2013.

Orientação: Profa. Me. Adriana Leria Barreto Matos. 1. Ilustrador. 2. Moda. 3. Mercado de moda. I. Título.

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NAIRA DA SILVA NEVES

O OFÍCIO DE ILUSTRAR MODA EM TERRAS ALENCARINAS SOB O

OLHAR DO ILUSTRADOR

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Graduação em Design de Moda, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Design de moda. Área de Concentração: Moda.

Aprovada em: ____/____/_______

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________ Profa. Ma. Adriana Leria Barreto Matos (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará – UFC

__________________________________________________________ Profa. Ma. Walkíria Guedes de Souza

Universidade Federal do Ceará – UFC

__________________________________________________________

Profa. Esp. Joelma Damasceno de Matos Universidade Federal do Ceará – UFC

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Aos meus pais, Suely e Deromir Aos meus irmãos, Sherida, Soraya e Deromir jr.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que me dá forças, saúde e me sustenta em todos os momentos.

Agradeço aos meus pais, por confiarem em mim, me apoiarem e acreditarem em meu potencial e aos meus irmãos por todo o apoio em momentos difíceis durante minha caminhada na universidade e em outros momentos da vida.

Agradeço à minha orientadora, professora Adriana, por ter disponibilizado seu tempo para me ensinar e orientar sempre que me foi necessário.

A todos os amigos que conheci no Movimento Estudantil Alfa e Ômega, que em muito contribuíram para meu crescimento durante os anos que cursei a universidade.

Aos colaboradores desse artigo, principalmente aos profissionais da área que responderam ao questionário e possibilitaram a realização deste estudo.

Aos meus amigos do curso que sempre estivem do meu lado em todos os trabalhos, concursos, e em muitos os momentos especiais da minha vida.

A todos que participaram direta ou indiretamente dessa minha trajetória durante todo o curso, muito obrigada!

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 8

2 Objetivos... 8

2.1 Objetivos gerais... 8

2.2 Objetivos específicos... 8

3 ILUSTRAÇÃO DE MODA CONTEXTUALIZADA... 9

3.1 Ilustração, ilustrador, moda: ilustração de moda... 9

3.2 Breve histórico da Ilustração de moda... 10

3.3 Ilustração de moda contemporânea... 12

3.4 O ilustrador de moda... 15

4 METODOLOGIA... 18

4.1 Revisão bibliográfica... 19

4.2 Coleta de dados... 19

5 RESULTADOS E ANÁLISE DA PESQUISA... 19

6 CONCLUSÃO... 23

REFERÊNCIAS... 24

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O Ofício de Ilustrar moda em terras alencarinas sob o Olhar do

Ilustrador

The office of illustrating fashion in alencarian soil under the illustrator’s perception

NEVES, Naira da Silva; graduanda; Universidade Federal do Ceará naira.s.neves@gmail.com

MATOS, Adriana Leiria Barreto; mestre; Universidade Federal do Ceará

Resumo

O estudo busca, diante da notoriedade em que se encontra a ilustração de moda, trazer a percepção de ilustradores atuantes na cidade de Fortaleza acerca desta valorização e as consequências para o mercado de trabalho. Através de um estudo de revisão bibliográfica, ilustração de moda é definida e o ilustrador de moda é apresentado historicamente como um importante divulgador de tendências e estilos. A opinião de ilustradores coletadas através da de um questionário demonstram as dificuldades impostas pelo mercado para a assimilação de ilustrações, o desejo de realizar ilustrações como satisfação pessoal e a percepção do público geral.

Palavras-chave: Ilustrador; Moda; Mercado.

Abstract

This study aims, before the current notoriety in which lies fashion illustration, to bring the perception of this appreciation and its consequences for the labor market as seen by the illustrators working in Fortaleza. Through a study based on bibliographical review, fashion illustration is defined and the illustrator is presented historically as an important propagator of trends and styles. Their opinion, gathered from a survey, show the difficulties imposed by the market to taking illustrations in, the desire to illustrate as self-fulfillment and the perception of the general public.

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1 INTRODUÇÃO

A ilustração de moda é um importante recurso utilizado em publicidade, desenvolvimento de produtos e desperta o interesse do público geral para sua contemplação. Essas imagens podem estar disponibilizadas em portfólios virtuais, em

blogs de ilustradores ou de admiradores, além de revistas disponíveis on-line ou impressas,

jornal e livros especializados. As ilustrações variam de trabalhos encomendados a de realização livre e as técnicas incluem tecnologias de desenho e manipulação de imagens com o auxílio de programas computadorizados.

O interesse por ilustrações pode deixar de ser uma simples busca por contemplação ou consumo para se tornar o desejo de seguir uma carreira. A percepção sobre esse caminho profissional é direcionada para as áreas artísticas, de criatividade, técnicas de desenho aplicadas em livros e trabalhos acadêmicos, mas pouco pensada em termos práticos cotidianos. Durante o estudo a profissão do ilustrador de moda é analisada sob o ponto de vista da atuação no mercado de trabalho e os setores envolvidos nesse mercado. O olhar do profissional demonstra a natureza deste ofício em que muitos seguem como autônomos, enfrentando suas dificuldades, alcançando resultados que encantam o público e atraem admiradores.

O tema proposto busca compilar aspectos relativos à profissão de ilustrador de moda, já que o produto de seu trabalho, no contexto atual, é cada vez mais valorizado em publicidades, revistas de moda e tende a permanecer em destaque na medida em que incorpora técnicas inovadoras e produz resultados que surpreendem ao público e aos clientes (MORRIS, 2007, p. 6), apesar da recorrente utilização da fotografia.

Realizar um estudo sobre o mercado de ilustração de moda na cidade de Fortaleza possibilita a compreensão sobre o panorama local contemporâneo relacionado à importância das ilustrações de moda no mercado mundial, de modo a valorizar a profissão do ilustrador e possibilitar a compreensão de motivos pelos quais ilustrações são utilizadas, se esta aplicação ocorre de forma ampla ou tímida do ponto de vista do ilustrador.

Conclusões deste estudo podem repercutir na metodologia de ensino e sobre como trazer essa realidade mercadológica para o ambiente universitário e preparar melhor os alunos para a carreira de ilustrador.

2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral

O estudo concentra-se em trazer ao conhecimento informações que compõem o mercado profissional de ilustração de moda, propondo um olhar acadêmico sobre as perspectivas desta carreira como possibilidade do estudante de Design de Moda.

2.2 Objetivos específicos

A pesquisa a ser realizada tem como objetivos específicos: - Entender a importância da ilustração de moda contemporânea;

- Compreender a visão do ilustrador sobre seu campo de atuação e o mercado de acordo com os parâmetros: vantagens da utilização de ilustrações de moda em campanhas publicitárias entre outros trabalhos; meios e mídias que utilizam ilustração; aceitação do mercado para a ilustração; se é possível obter sustento apenas com a profissão de ilustrador de moda a nível local; formação dos profissionais; a valorização dada ao trabalho destes profissionais no mercado;

- De acordo com os parâmetros citados anteriormente, compreendê-los comparativamente à atual valorização da ilustração de moda no mercado mundial.

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3 ILUSTRAÇÃO DE MODA CONTEXTUALIZADA 3.1 Ilustração, ilustrador, moda: ilustrador de moda

A Ilustração é definida segundo Silveira1 (1968, p. 1854), como educação intelectual, erudição; explicação, explanação de um texto, problema ou doutrina. A função de uma ilustração de modo geral é de esclarecer um texto ou uma mensagem, este é o motivo de estar presente na maioria dos livros, revistas ou dicionários. Estas podem ser utilizadas para descrever espécies de plantas antes da utilização da fotografia, descrição de cenas históricas e o registro científico. Muitas das utilizações deste recurso se justificam por promover explicações, com função elucidativa.

Buscando-se referências do termo em latim, percebe-se a associação direta com outras palavras como: claritas, nobilitas, nomen, inis, decus, oris, laus, dis, splendor,

gloria e celebritas (TORRINHA, 1939, p. 641). Todas estas palavras remetem a ser ilustre,

nobre e honrado.

Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (MACHADO, 1967), ilustração vem do latim ilustratione, que, traduzido refere-se ao ato de tornar brilhante, iluminar e talvez do francês illustration, que remete às honrarias e glórias. Refere-se à ilustração como uma possibilidade de tornar as informações mais claras, iluminadas e importantes.

De acordo com Pedrini e Cadeal (2007, p. 3), ilustração é uma imagem, que pode ser uma figura ou não, que explica ou acrescenta informações através do que retrata, estando presente em quadrinhos, livros, revistas, desde que tenha uma determinada função. De modo compatível, Looms (1947, p. 178 apud PAIVA, 2010, p. 76) considera importante, para que essa função seja exercida, que a ilustração esteja inserida no contexto específico para o qual foi desenvolvida. Uma ilustração pode ter um sentido completo, sem mensagem escrita para explanar; fortalecer uma mensagem escrita curta, como ocorre em cartazes ou gerar curiosidade em torno do texto.

A ilustração nem sempre está associada a uma função, se reporta ao conteúdo de um texto ou a um significado direto, esta pode ser executada como expressão artística, que não necessariamente tem funcionalidade. Segundo Steven Heller, jornalista de design e diretor de arte, ―a ilustração é a arte do povo‖. Essa ideia também partilhada na declaração do National Museun of American Illustration (NMAI): ―A ilustração serve como um repositório de nossa história social e cultural constituindo-se em uma forma de arte significativa e duradoura‖ (ZEEGEN; CRUSH, 2009, p. 12).

Cerca de 1450 d.C., as figuras ilustradas que ornaram os primeiros impressos, as iluminuras, estavam presentes em livros denominados ―manuscritos iluminados‖. Os autores destas imagens eram conhecidos por iluminadores (PINHEIRO; MATOS, 2010, p. 244, grifo do autor). O termo iluminador refere-se àquele que produz luz, autor de iluminuras de livros e inspirador (SILVEIRA, 1968, p. 1853), demonstrando a capacidade do criador de imagens trazer à luz não somente o conteúdo de um texto, imagens bonitas, mas, elementos mais profundos e inspiradores, lançando bases para a construção de ideias inovadoras (ZEEGEN; CRUSH, 2009, p. 20).

O termo ilustrador, surgido posteriormente, alude ao sujeito esclarecedor, que explica um texto ou um problema (SILVEIRA, 1968, p. 1854) e transmite uma mensagem através de imagens (PAIVA, 2010, p. 68). Entre os conteúdos que as ilustrações transmitem, destaca-se a moda, originada do latim modus, significando maneira de ver ou

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portar-se próprio de alguém, assemelhando-se ao estilo pessoal; próprio de um país, como valor compartilhado socialmente; uso passageiro, oscilante segundo o gosto do público, destacando a efemeridade que a caracteriza (SILVEIRA, 1968, p. 2488).

A ilustração de moda, que retrata estilo e consenso de uma sociedade durante um intervalo de tempo, desprende-se do texto e não necessita deste para ser considerada ilustração, pois elucida o abstrato, as ideias, as tendências de moda, um tipo de mulher socialmente ideal ou alternativo. Segundo Morris (2007, p. 6), ilustrações são imagens artísticas feitas por estilistas, ilustradores que visam retratar moda em suas criações.

Segundo Dawber, a ilustração de moda ―não retrata moda isoladamente, mas integra-se ao estilo de vida do nosso tempo‖ (2007, p. 6, tradução nossa), constituindo-se de uma imagem artística que expressa identidades de marcas, conceitos de produtos ou de estilos (SANTOS, 2011, p. 11), representa roupas, mas não se restringe a isso. A ilustração de moda contemporânea captura a postura e a ambiência da figura, que pode estar sozinha ou em um meio que também comunique moda (BORRELLI, 2000, p. 8, tradução nossa).

Ilustrações de moda divulgam informações e buscam induzir ao consumo de uma marca e dos produtos de um designer; mostram muito mais que roupas, ao envolver o cliente com a identidade de uma marca, tornando-se uma exaltação de estilos, sentimentos, expectativas, do universo do consumidor a que se destina visando a gerar identificação. O conceito de ilustração de moda na atualidade se assemelha ao termo francês illustration ou aos diversos termos em latim já citados, evidencia, ilustra a identidade da marca e o próprio consumidor ali representado através do estilo.

O iluminador transforma-se no ilustrador contemporâneo de estilos ou de moda que continua com a característica de iluminar, enobrecer, mas especificamente a moda e características do público de uma marca. Estes contribuem para a propagação de padrões de consumo de vestuário e estilos, mostrando ideal de beleza ou estilos de grupos alternativos, a fim de tornar a moda e suas particularidades em cada estação mais desejáveis pelo público, que se encanta com ilustrações e se permite envolver por elas. 3.2 Breve histórico da ilustração de moda

A partir do século XVI, as ilustrações passaram a ser utilizadas em livros de divulgação de roupas, inicialmente com a técnica da xilogravura e descreviam trajes de povos pertencentes a culturas distintas da europeia com o foco na representação realista, mostravam como as vestimentas deveriam ser utilizadas ressaltando seu exotismo (DUARTE, 2010, p. 3).

No século seguinte, surgem o jornalismo de moda e os almanaques, inicialmente voltados para o público masculino e posteriormente, para o feminino. No século XVIII, as ilustrações começaram a ser veiculadas em revistas de alta qualidade com tiragem quinzenal (DUARTE, 2010, p. 4-5).

A partir do século XIX, a França voltou a ser o centro divulgador de modas e estabelece a ilustração como um padrão em publicações de moda influenciando outros países (BLACKMAN, 2010, p. 7, tradução nossa). As ilustrações francesas chegaram ao Brasil como o primeiro meio difusor de moda e tendências. Somente a partir de 1890, em São Paulo, começa-se a realizar publicidade em revistas com anúncios ilustrados de forma original, sem reproduzir ilustrações francesas (TESSER, 2005, p. 2).

No século XX, as revistas especializadas trazem informações de moda importantes para as clientes

A comunicação sofreu fortes alterações. Fundada em 1890, a revista Vogue tornou-se um veículo representativo da consumidora do século XX. A revista feminina torna-se uma importante mídia a tratar do universo valorativo e

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comportamental das mulheres. Por este motivo, apresenta-se como principal suporte a ilustração de moda, por esta se definir aqui como expositora do universo feminino (SILVA JÚNIOR, 2007, p. 26).

Assim como a Vogue (FIGURA 1), outras revistas importantes retrataram moda como La Gazette du bom ton (1912), que foi uma das revistas de moda mais influentes de todos os tempos, Styl (1922), Le Journal des dames et des modes (1912), La Guirlande de

mois (1917) (BLACKMAN, 2010, p. 10, tradução nossa). A partir deste século, no Brasil,

as revistas repassavam informações de moda a suas leitoras através de ilustrações representando roupas como na revista O Cruzeiro, surgida em 1928, que, em sua seção de moda, propunha-se apresentar novos modelos para que donas de casa pudessem copiá-los e instruir sobre a utilização das peças de roupa em ocasiões e climas diversos (BONADIO, 2013, p. 12-13). Em 1938, Alceu Penna começou a ilustrar a coluna de moda da revista na seção Garotas, retratando a mulher carioca de forma lúdica com informações da última moda em ambientes do Rio de Janeiro (BONADIO, 2013, p. 2), o que influenciou na construção de uma identidade de moda brasileira.

Figura 1—Em outubro de 1932, capa da revista Vogue ilustrada por Carl Oscar August Erickson

Fonte:Vogue (2012).

As décadas de 1920 e 1930 são a ―idade de ouro‖ da ilustração de moda. A partir de 1910, a revista Vogue passa a ter capas ilustradas, situação que perdura ao fim da Primeira Grande Guerra. Após esse período, um novo nível de realismo foi exigido dos ilustradores nesta revista a fim de mostrar mais claramente as peças, e outros ilustradores como René Bouët-Willaumez atenderam a esse critério. Em 1932, a revista inova ao publicar sua

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primeira capa com fotografia, a qual foi bem recebida pelo público, já que análises de vendas das publicações mostraram que revistas com fotografias em suas capas vendiam mais (BLACKMAN, 2010, p. 72-73, tradução nossa).

A constatação da Vogue conduziu à decisão de destacar a fotografia e relegar as ilustrações ao passado. Pode-se perceber por esta situação o quanto a tecnologia influencia o modo como as ilustrações de moda são recebidas ao longo do tempo: em alguns momentos a prejudica, como no caso da popularidade da fotografia; ou a renova para um novo período de ascensão, como ocorreu no desenvolvimento de programas computadorizados de desenho e manipulação de imagens. A ilustração de moda permaneceu presente apenas em publicações especializadas, como W.W.D. (Womens Wear

Daily), no contexto da alta-costura e em trabalhos de ilustradores como Antônio López e

Stephen Stipelman (TALLON, 2008, p. 7, tradução nossa).

A preferência da fotografia em relação à ilustração tornou-se mais evidente a partir dos anos de 1950. Segundo a jornalista Sônia Rachline (apud BORRELLI, 2000, p. 6, tradução nossa), a ilustração passou a ser desinteressante para a moda devido a mudanças radicais que ocorreram no mercado em que o foco começa a se deslocar da alta-costura para a tecnologia e velocidade do prêt-à-porter. Aos poucos os diretores de arte que sempre utilizaram ilustrações de moda passaram a reservar pouco ou nenhum espaço para estas.

Entre os anos de 1960 a 1980 as ilustrações de moda declinaram progressivamente (BORRELLI, 2000, p. 6, tradução nossa). A partir do fim dos anos de 1980 e começo da década de 1990, a situação começou a mudar e a ilustração passou a ser mais requisitada, dando-se início ao período de ―boom time‖ para a ilustração. Várias revistas passaram a mostrar ilustrações como a italiana Vanity, a francesa La mode em peinture, as norte-americanas Interview e Details. Anúncios ilustrados reapareceram exemplificando-se o caso da Barneys New York em campanha de 1993, realizado pelo ilustrador Jean-Philippe Delhomme, que mostra a ilustração como um elemento inovador, divertido, diferente do padrão de modelos aprumadas e perfeitas da alta-costura, resultando em um sucesso de vendas. Depois desta iniciativa outras empresas começaram a realizar campanhas ilustradas e aquilo que antes parecia antiquado havia se adaptado à nova realidade da cultura pop e da moda das ruas (BORRELLI, 2000, p. 6-7, tradução nossa).

A proliferação de revistas, sites e novas mídias aumentou muito a concorrência entre as publicações o que tornava cada vez mais difícil para que estas se sobressaíssem. A fotografia era amplamente utilizada por todos esses tipos de edições caracterizando-se por ser um meio difícil de surgir como inovador, consequentemente, a ilustração foi utilizada como recurso para promover diferenciação no mercado (BORRELLI, 2000, p. 7, tradução nossa).

A ilustração digital destacou-se na década de 1990, a partir da maior acessibilidade de tecnologias computadorizadas aos ilustradores (TALLON, 2008, p.7, tradução nossa), o que trouxe uma renovação para a técnica e para o resultado dos trabalhos. O processo de reposicionamento da ilustração de moda conduziu-a a um novo período de notoriedade, com novas roupagens e uma grande capacidade de inovação, atraindo a atenção do público que a contempla, de empresas contratantes e de novos profissionais que buscam atuar na área, seguindo em crescente importância no século XXI.

3.3 Ilustração de moda contemporânea

Desde o fim do século XX a ilustração tem sido reconhecida pelo público e se mantido presente em meios publicitários e de moda, vivenciando um período de destaque, que tende a continuar, pois apesar da automatização da produção e a uniformização de

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bens de consumo serem necessárias para a indústria, o consumidor aspira à individualidade transmitida por criadores de imagens que valorizam estilos (FIGURA 2). O consumidor deseja observar a ilustração como algo pessoal, humano, com características específicas que sempre estarão presentes naquela imagem, seja no traço ou no estilo demarcado (BORRELLI, 2000, p. 9, tradução nossa).

O interesse por esse tema tem atingido, além do público, profissionais que decidem seguir essa carreira, editoras, empresas da área de moda que despertaram para a ilustração também pela facilidade de acesso a softwares de desenho vetorial e de manipulação de imagens como Adobe Illustrator e Adobe Photoshop. Ilustrações têm estado presentes em plataformas na web através de sites e blogs com portfólios digitais (TALLON, 2008, p. 8, tradução nossa).

Em meio ao interesse demonstrado por segmentos profissionais para a ilustração, destacam-se ilustrações que se adequam a padrões mais valorizados, que transmitem inovação e atendem aos requisitos dos contratantes do serviço. A ilustração de moda deve ter como características seguir um estilo específico e comunicar-se de forma direta com seu público, que normalmente é muito bem delimitado como no caso de propagandas e campanhas promocionais (DONOVAN, 2010, p. 9).

A ilustração pode ter características que agreguem ainda mais valor nesse mercado segundo ilustradores entrevistados por Morris (2007, p. 94-158), em Fashion illustration:

manual do ilustrador de moda, são: ser atraente, conseguindo trazer para a imagem aquilo

que a roupa transmite essencialmente; contar uma história e ter valor visual de obra de arte. Alguns ilustradores discordam quanto à importância do estilo próprio em relação à adaptação ao desejo do cliente. Essas opiniões diversas destacam a multiplicidade da ilustração, suas constituições de acordo com o ilustrador que deve saber equilibrar seu estilo pessoal com o briefing2 do cliente, que pode tê-lo contratado exatamente por considerar seu estilo parecido com o que deseja para o trabalho ou almejar a versatilidade e a habilidade técnica de um ilustrador que pode atender a suas necessidades mesmo que não tenha nenhum trabalho com o estilo específico buscado.

Particularidades importantes entre ilustrações de moda contemporâneas indicam sua classificação visual de acordo com Fernandéz e Roig (2007, p. 130-131), que delimitaram quatro estilos, os quais devem ser utilizados de acordo com a necessidade do cliente e do perfil do produto apresentado para se obter a melhor solução para o trabalho. O estilo

naturalista demonstra a representação da figura humana seguindo proporções coerentes

com a realidade. O estilo psicológico estiliza a figura ao máximo e pouco se percebe da realidade da roupa podendo seguir o caminho da abstração, da simplificação ou de caricaturas. O estilo sintético caracteriza-se por desenhos reduzidos a traços, formas simplificadas evitando detalhes como volumetria e sombras. O estilo decorativo valoriza e desenvolve a melhor solução para a imagem em si relegando a roupa representada para segundo plano.

Os estilos estão presentes nos trabalhos atuais e convivem sem sobrepor-se, sendo utilizados como soluções apropriadas para cada proposta de trabalho e público a que se destina, não se limitando a métodos ou materiais específicos. Para o ilustrador filipino

2Briefing é um termo inglês que significa literalmente a ação de informar ou instruir alguém (OXFORD

DICTIONARIE, 2013, tradução nossa) e é utilizado por vários profissionais inclusive de áreas de Design e Ilustração para delimitar a ―série de referências fornecidas contendo informações sobre o produto ou objeto a ser trabalhado, seu mercado e objetivos. O briefing sintetiza os objetivos a serem levados em conta para o desenvolvimento do trabalho‖ (ASSOCIAÇÃO DOS DESIGNERS GRÁFICOS, 1998).

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Jason Jaring, os trabalhos não são limitados a técnicas ou estilos, apenas adaptam-se de acordo com a necessidade. Mesmo para técnicas digitais, existem limites de execução, mas todas as técnicas, tecnológicas ou analógicas podem ser ilimitadas se movidas pela criatividade (DAWBER, 2007, p. 9, tradução nossa). Apesar da liberdade de procedimentos a que um ilustrador pode apropriar-se mesmo sem a utilização de meios digitais em seus desenhos, a influência positiva do computador e da internet é inegável, tornando-se ferramentas essenciais a este profissional (DONOVAN, 2010, p. 150).

As demandas de mercado relacionadas à ilustração exigem trabalhos com estilos novos e originais, mesmo empresas de grande porte incorporaram em suas linhas peças com ilustrações contemporâneas, ou as veicularam em suas campanhas de publicidade e de marketing (FIGURA 3) (ZEEGEN; CRUSH, 2009, p. 96). Esse fenômeno pode ser justificado já que suas assinaturas proporcionam aumento no valor percebido dos produtos. A assinatura de coleções próprias compostas por objetos produzidos industrialmente valorizam e aumentam o potencial de vendas dos produtos, principalmente para o público que já conhece e aprecia o estilo do ilustrador (SANTOS, 2011, p. 55). Figura 3—Ilustrações de moda presentes em exposição (Gary Fernandéz), publicidades (Philippe Delhomme, Jason Brooks), vitrine (David Downton) e livros

Fonte: Compilação do autor.

Além da moda, os ilustradores podem agregar características de inovação estética em publicações que desejam incorporar a ideia de moda, de novidade a seus anúncios. Segundo a ilustradora Stina Persson, seus trabalhos começaram a se voltar para moda devido à solicitação de clientes, que produzem produtos de moda ou de outros segmentos, porém desejavam trabalhos com essa característica para aumentar suas vendas (ZEEGEN; CRUSH, 2009, p. 99).

A ilustração de moda contemporânea abrange uma diversidade de métodos, técnicas e estilos segundo cada ilustrador e seu posicionamento no mercado, sendo

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específico, mas versátil. O público se interessa ainda mais por ilustrações por sua aparência pessoal, humana, refletindo identidades, especificidades do público a quem se destina. Assim, como em muitas mídias em que as ilustrações têm sido veiculadas, as características de moda em ilustrações atraem um público atento a estas mudanças periódicas, tanto no vestuário como em muitos produtos pensados visualmente além de sua funcionalidade.

3.4 O ilustrador de moda

A profissão de ilustrador de moda, desde seu início, desenvolveu-se em meio a convenções e aplicações comerciais das ilustrações produzidas. A envolvente história desta profissão sempre esteve associada à divulgação de roupas e costumes, mas no fim do século XIX passa a retratar moda no âmbito da alta-costura parisiense. A influência da moda lançada ‗nas ruas‘ reavivou o desejo por ilustrações e conduziu-as a uma liberdade expressiva, formal e de estilos que caracterizam a ilustração contemporânea. Assim como um artista plástico, segundo o ilustrador Tobie Giddio, as possibilidades do ilustrador de moda são vastas, pode-se criar um amplo leque de palavras dos desenhos mais elegantes aos mais abstratos e desconstruídos (BORRELLI, 2000, p. 8, grifo do autor, tradução nossa).

A importância que a ilustração de moda adquire na atualidade se dá também devido a utilização dos meios informatizados para a exposição de trabalhos. Além da divulgação, a tecnologia computadorizada permitiu um aprimoramento na execução do desenho, permitindo ainda a associação entre meios digitais e analógicos no desenvolvimento de soluções imagéticas criativas:

Os avanços tecnológicos sempre significaram desenvolvimentos nos trabalhos de ilustração de moda, mas a volta aos métodos tradicionais e seguros resultou em uma nova forma de trabalho. Os ilustradores de hoje, usam técnicas artesanais consagradas, como o desenho, bordado e colagem combinados com suas contrapartidas digitais para criar um meio de comunicação moderno (MORRIS, 2007, p. 93).

A multiplicidade da ilustração de moda possibilita sua utilização em publicidade, divulgando comportamentos culturais e o estilo de uma marca, a fim de promover identificação entre o público consumidor e o produto com seu valor simbólico, em meios de comunicação impressa, como jornais e revistas (FREITAS, 2009, p. 11), além de meios de comunicação e plataformas disponíveis através da internet.

A conexão existente entre o consumidor, leitor ou observador e a ilustração é estabelecida não apenas pelo aspecto visual atraente, mas também pela mensagem transmitida pela imagem. O ilustrador tem como papel dar vida e forma a uma mensagem, obtendo sucesso ao unir o pensamento analítico a um padrão alto na execução de trabalhos que ―tem algo a dizer e meios para dizê-lo‖ (ZEEGEN; CRUSH, 2009, p. 17). Além dos fatores citados anteriormente, o ilustrador analisa o perfil do consumidor a que se destina seu trabalho, mantendo uma comunicação eficaz com seu cliente, pois a colaboração das partes envolvidas é essencial para a boa execução do serviço (PEDRINI; CADEAL, 2007, p. 4).

Ilustradores em geral tem acesso a ferramentas semelhantes e materiais para a realização das ilustrações, por isso se manter com um estilo original é desafiador. Diferenciar-se em um mercado vasto e exposto em plataformas virtuais de modo que seus trabalhos podem ser vistos próximos aos de muitos outros profissionais é essencial para ser

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reconhecido e constitui-se em um dos maiores obstáculos da carreira do ilustrador de estilo (PINHEIRO; MATOS, 2010, p. 259).

O desafio de divulgar as ilustrações produzidas e revelar a qualidade do trabalho desde o estilo próprio à capacidade de execução das ilustrações pode ser superado ao expô-las em um portfólio seja impresso, analógico ou disponível virtualmente para que o público e possíveis clientes possam consultar e perceber se os trabalhos se adequam ao que se busca. A opção de um portfólio on-line é vantajosa para o ilustrador devido à acessibilidade e a página desenvolvida pelo ilustrador para a exposição de ilustrações pode agregar informações importantes sobre estilo e qualidade do trabalho (BANKS; CAPLIN, 2012, p. 174) incluindo-se as redes sociais que são meios de divulgação gratuitos e atingem a um grande público. Outra forma ainda mais eficaz de divulgar as produções consiste em estar presente em publicações renomadas resultando em uma mais provável contratação pelos próximos editores de arte que também procurem ilustradores (BANKS; CAPLIN, 2012, p. 174-175).

Após a exposição de trabalhos, a vivência da profissão segundo o agente de ilustradores Stephanie Pesakoff, pode ser autônoma, em que ilustradores são contratados para trabalhos específicos e tem a opção de recorrer a agentes para aumentar as possibilidades de contratação, o que é vantajoso já que o agente é responsável por cuidar dos pedidos, envios de portfólios e organização de eventos promocionais (MORRIS, 2007, p. 15). Trabalhar com um agenciador reduz a atuação do ilustrador em atividades além do desenho, e deixa a tarefa de prospectar novos clientes para o profissional que com sua influência e conhecimento de mercado pode realizar.

Alguns ilustradores decidem ser também empreendedores de suas próprias marcas como Jeffrey Fulvimari, americano e Jordi Labanda, espanhol. Ambos assinam coleções próprias de objetos em que as ilustrações tornam-se um diferencial, agradando a um público que já conhece seus trabalhos ao consumir revistas para as quais trabalham como

Vogue ou que se identificam com o estilo de seus desenhos aplicados a produtos e decidem

consumi-los (SILVA JÚNIOR, 2007, p. 72).

O trabalho do ilustrador pode ser aplicado em diversos produtos industrializados, destacando-se a assinatura do profissional, e em diversas outras áreas, é um mercado aberto na opinião do ilustrador de moda David Downton, há muitos ilustradores no mercado, mas há muitos trabalhos também que podem ser executados por eles, como por exemplo: editoriais para jornais, revistas, outras publicações; associar-se a estilistas e grifes ou em trabalhos mais artísticos da moda desenhando para edições limitadas de produtos de moda (MORRIS, 2007, p. 189), como mostra a figura 4.

Quanto à comercialização de ilustrações, algumas reconhecidas em seu valor artístico, muitas vezes são expostas em museus e vendidas em galerias. Em 2007 foi fundada a Fashion Illustration Galery (FIG) com o objetivo de promover e vender obras de arte originais e cópias feitas por artistas que trabalham como ilustradores de moda inclusive virtualmente desde 2011, ano em que a loja on-line foi criada para a venda de cópias, livros e revistas ilustrados. Associados a FIG, destacam-se ilustradores como: François Berthoud, Jean-Philippe Delhomne, David Downton3, Richard Gray, Ling Tanya e Jason Brooks. Esses artistas fazem trabalhos para as principais publicações de moda 3 David Downton destaca-se mundialmente como ilustrador de moda e tem sido atuante para a valorização da

ilustração como arte e de seu conhecimento tendo atuado como professor visitante na London College of

Fashion , autor de livros como Masters of Fashion Illustration. Entre seus principais clientes encontram-se

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internacionais bem como empresas de moda, por exemplo: Barneys; Selfridges; Louis Vuitton; Viktor & Rolf; Alexander Mcqueen, Chanel e Burberry (FIG, 2013).

Figura 4— Produtos com ilustrações de moda agregadas de ilustradores: Jeffrey Fulvimari (bolsas), Jorge Labanda (celular e copo), Gary Fernandez (cigarro), Nice Lopes (bottons), Filipe Jardim (tênis), Michael Roberts (camisas e caricaturas) e Fabia Bercsek (camisa)

Fonte: Compilação do autor.

Ilustrações históricas e contemporâneas podem ser contempladas pelo público geral, também, em um jornal, criado por iniciativa de David Downton, voltado para ilustrações de moda: Pourquoi pas? A journal of Fashion Illustration. Em edições limitadas, o jornal tem como finalidade também promover trabalhos marcantes para o segmento e ser uma fonte constante de inspiração para exaltar a influência do desenho ilustrado sobre a vida de quem as observa (POURQUOI PAS?, 2013).

Ilustrações são inspiradoras e sua existência depende de profissionais que se dediquem a estas. A moda traz influências fortes para compor imagens marcantes e inovadoras. Os meios de divulgação destes trabalhos variam de portfólios, exposições, que podem ocorrer em um espaço físico como ocorre em museus ou mesmo virtualmente em páginas como Pinterest, Tumblr e Instagram, livros especializados que contém portfólios de ilustradores e associação com trabalhos de estilistas. O mercado mundial segue uma tendência de crescimento e inovação, além da variedade de estilos podem estar presentes em campanhas publicitárias na área de moda ou de outras áreas que buscam o retrato de um estilo para atrair a atenção de seus clientes.

No Brasil, a influência da ilustração de moda chegou com intensidade e está alcançando novos espaços na medida em que mais clientes desejam fazer uso desse tipo de trabalho como a ilustradora de moda Fernanda Guedes, que trabalha para agências de

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publicidade, revistas, ministra cursos sobre desenho e criatividade e publicou um livro em que ilustra e descreve seus personagens ilustrados (EZONE, 2012).

O ilustrador Marcio Alek realiza cursos na área de ilustração de moda, chegou a trabalhar na equipe de John Galliano (ALENCAR, 2012), já o ilustrador Filipe Jardim alcançou repercussão no mercado internacional ao assinar um Carnet de Voyage sobre o Rio de Janeiro para a grife Louis Vuitton, em seguida surgiram trabalhos para empresas como Tiffany & Co. e Hermès (TAVARES, 2012).

Dentre os ilustradores brasileiros destacam-se, além dos anteriormente citados, Nice Lopes, que participou do livro Illustration Now 2, Janaína Magalhães, que realiza caricaturas sob encomenda, Caio Borges, que trabalha no Estúdio Onze em parceria com outros ilustradores, Fabia Bercsek, que também ministra cursos sobre ilustração e estilo.

O mercado brasileiro é formado por profissionais que realizam trabalhos inclusive reconhecidos internacionalmente, mas que, na opinião da docente Luciana Gragnato, não é uma referência para a ilustração de moda no mundo:

O mercado brasileiro já vem a alguns anos se desenvolvendo em termos de moda e design e novos caminhos são abertos constantemente. A moda brasileira consolida-se e os profissionais estão cada vez mais capacitados e interessados em se desenvolver. Assim, a ilustração e o desenho que faz parte desse grande guarda-chuva que é o Design de Moda, acompanham essa evolução, ainda que lentamente. Ainda se vê desenho como estamparia e a ilustração como referência infantil, principalmente. Há espaço sim para quem quer trabalhar, porém é preciso que esse espaço se amplie. Com tantos novos talentos surgindo, não vai demorar a perceber esse movimento (ILUSTRAÇÃO..., 2011).

Menos otimista, a ilustradora Fabia Bercsek afirma em entrevista que não há um mercado de ilustração de moda nacional e a situação atual é de muitas pessoas produzindo e poucas contratando esse tipo de serviço (MIRRONE, 2012).

As dificuldades enfrentadas por ilustradores para mostrar a importância do seu trabalho são comuns também no contexto da cidade de Fortaleza, que é um importante centro para o mercado de moda nacional, o que reflete na quantidade de cursos na área, desde técnicos, tecnólogos e bacharelado. Em se tratando de ilustrações se percebe um incentivo acadêmico, como por exemplo, a Bolsa Arte Moda, projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará, que tem a ilustração de moda como linha de pesquisa. Há ainda disciplinas na área dentro de alguns cursos da cidade. Profissionais formados em Artes Plásticas, Design, Moda tem se voltado para a realização de ilustrações e especificamente na área de moda.

4 METODOLOGIA

O estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas direcionadas ao tema para sua contextualização e obtenção dos resultados posteriormente analisados. Os métodos utilizados para a construção do artigo foram: revisão bibliográfica para uma melhor compreensão da importância do tema e dos aspectos pertinentes ao mesmo e coleta de dados a fim de obter informações relativas à cidade de Fortaleza, especificamente, que tem

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como instrumento o questionário aplicado a ilustradores, a fim de compreender as questões tratadas sob o ponto de vista de profissionais atuantes na área.

4.1 Revisão bibliográfica

A pesquisa iniciou-se através de um levantamento bibliográfico, que ―consiste em identificar, obter e consultar a bibliografia disponível e outros materiais úteis para os objetivos do estudo‖ a fim de extrair e reunir importantes informações sobre o problema (SAMPIERI et al., 2006, p. 54). Os objetivos deste método são de evitar erros desde a formulação do problema; verificar a originalidade do tema; orientar sobre a melhor forma de realizar o estudo e formulação do questionário; construir uma base de verificação e de comparação entre a realidade teórica e os dados obtidos através do questionário servindo como referencial para a análise das respostas (SAMPIERI et al., 2006, p. 53).

A revisão bibliográfica baseou-se em livros, artigos científicos, monografias, dissertações relacionadas direta ou indiretamente ao tema, além de consultas a sites, blogs e redes sociais, a fim de obter informações atualizadas sobre o assunto tratado, informações históricas sobre o tema e ilustradores atuantes em Fortaleza para o envio dos questionários. As informações construíram a fundamentação teórica desde delimitação do tema à definição, informações históricas e atuais do mercado de ilustração de moda no mundo, no Brasil e na cidade de Fortaleza.

O levantamento bibliográfico foi recompilado através da realização de fichamento organizando as informações mais importantes e em seguida a construção da fundamentação teórica da pesquisa.

4.2 Coleta de dados

Trata-se de uma pesquisa qualitativa que não faz uso de dados estatísticos na análise do problema (GONÇALVES, 2005, p. 101) e obtém dados mais aprofundados da opinião dos pesquisados sobre o tema (SAMPIERI et al., 2006, p. 15). A ferramenta de coleta utilizada, o questionário, é composta por questões abertas, a fim de aprofundar o conhecimento sobre o assunto e obter informações mais específicas. A principal desvantagem deste método é a dificuldade de compilar e organizar os resultados para a análise (SAMPIERI et al., 2006, p. 325-330). O tema é pouco abordado a nível local, porém discussões formadas a nível nacional e global facilitam a formulação da ferramenta de coleta.

O questionário é composto por 11 questões abertas (APÊNDICE A), que são aplicadas on-line, preenchidas pelos pesquisados sem a presença do pesquisador de acordo com Gonçalves (2005, p. 74). A pesquisa aplicada a 9 ilustradores atuantes no mercado de ilustração de moda em Fortaleza. Esse método tem a desvantagem de não contar com o pesquisador para dúvidas que possam aparecer durante o preenchimento e por isso as perguntas devem ser muito claras e objetivas (ANDRADE, 2003, p.149 apud. GONÇALVES, 2005, p.74), mas tem a vantagem de ser preenchido de acordo com a disponibilidade de tempo do pesquisado e obtenção de respostas mais próximas da realidade do mesmo sem pressuposições. Os dados obtidos com a aplicação do questionário são analisados com auxílio da revisão bibliográfica realizada.

5 RESULTADOS E ANÁLISE DA PESQUISA

O questionário foi respondido por 9 ilustradores e, dentre eles, existem profissionais com formação acadêmica completa, já com alguns anos de mercado, incluindo um especialista em Design Gráfico; formados por um curto período ou cursando, principalmente em Design de Moda, a exceção de um deles. A maioria teve o primeiro

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contato com essa área profissional na academia e desenvolveu-se durante esse período para melhor executar ilustrações. A maior parte destes executa ilustrações de moda, mas não têm a profissão de ilustrador como principal fonte para obter seu sustento. Trabalham com ilustração de moda na cidade de Fortaleza apesar de também buscarem trabalhos em outras cidades.

Quanto à forma de trabalho, todos executam serviço de ilustração de forma autônoma, podendo buscar o apoio de um agente de ilustradores ou buscar clientes por conta própria. O ensino de princípios do desenho e ilustração foi apontado como fonte de renda de duas entrevistadas.

A formação acadêmica contribuiu acrescentando conhecimentos desde princípios da linguagem visual ao de diferentes técnicas de ilustração, inclusive o primeiro contato de dois entrevistados com softwares de desenho e manipulação de imagens, o que despertou um maior interesse por ilustrações e permitiu um aprimoramento destas mesclando técnicas analógicas e digitais. A execução de ilustrações no decorrer do curso superior aprimorou o estilo pessoal dos ilustradores que, por terem formação em moda, voltaram-se para esse segmento específico.

O contato com projetos voltados para ilustração durante o curso de Design de Moda conduziu a uma percepção mais profunda da ilustração, além de sua execução. A ilustração é vista dentro da graduação, mais que como um simples produto, como algo que pode se encaixar dentro do mercado de moda e seu sistema.

A necessidade de formação acadêmica para a profissão do ilustrador é questionada entre as respostas obtidas, pois os autodidatas ilustram e podem ser reconhecidos pelo seu trabalho, como no caso de um dos ilustradores entrevistados, que ao ter suas ilustrações, principalmente caricaturas, vistas em redes sociais, foi convidado a participar do evento Fashion Rio Verão 2014 e teve a oportunidade de caricaturar 15 importantes jornalistas de moda (RODRIGUES, 2013).

Após perceber o interesse e o talento para a execução de ilustrações de moda e mesmo receber reconhecimento por seu empenho, uma dificuldade inicial apontada por todos os pesquisados é a percepção do valor do trabalho e de que modo se deve cobrar por seu tempo e seu esforço. Dentre as dificuldades apontadas pelos ilustradores estão: perceber o valor da ilustração também pelas horas trabalhadas; diferenciar valores de projetos de acordo com o tipo de trabalho a se executar e perceber a qualidade do próprio trabalho. Essas dificuldades têm relação com a percepção da ilustração como um hobby, o fato de terem começado a desenhar desde cedo, na infância, bem antes de se imaginar quanto poderiam cobrar pela realização do trabalho.

Apesar da importância adquirida pela ilustração de moda no mundo atual, o mercado de ilustração na cidade cria elementos que dificultam os ilustradores de perceberem esse valor ao propor pagar bem menos que os trabalhos realmente valem, por falta de conhecimento, mesmo no contexto nacional, e a baixa demanda de trabalhos. Ilustradores apontam esse mercado como inexistente e desestruturado, sendo uma dificuldade encontrar profissionais que tenham um padrão de preços que se enquadrem como referencial para os ilustradores que buscam retratar moda.

Para o ilustrador profissional é exigido estudo e treino, um desenvolvimento que alcança a maturidade após muito esforço pessoal, o qual muitas vezes é despendido por

hobby, e não tem relação direta com a busca por lucro, o que dificulta tanto o

reconhecimento do contratante como também a compreensão do valor do próprio trabalho por parte dos ilustradores entrevistados.

Apesar da dificuldade inicial, a inserção no mercado de trabalho é possível, não seguindo uma trajetória padronizada, mas diferentes caminhos abriram portas para a

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profissionalização das ilustrações, desde apresentá-las aos amigos e colegas da área de moda, que então passam a ser seus primeiros clientes; contatar um agente de ilustradores para as primeiras prospecções, ou receber ofertas de trabalho durante a formação acadêmica.

Os serviços iniciais são referidos como de baixa remuneração ou amadores, que poderiam propiciar visibilidade no caso de ser para uma empresa renomada. Ilustradores também encontram formas de se inserir no mercado através do desenvolvimento de estampas em tecidos ou camisetas.

Quando indagados sobre focar em ilustrações especificamente de moda, nenhum dos ilustradores afirmou tomar essa atitude apesar da maioria considerar interessante para aprimorar a execução de ilustrações ou para trabalhar com algo de que gostam como croquis de moda; joias e sapatos; moda feminina. Uma opinião contrária apontou que esta seria uma atitude desinteressante, considerando mais importante o desenvolvimento de um traço pessoal e, desta forma, independente dos serviços ―livro, editorial, embalagens, seu trabalho terá uma identidade reconhecível no mercado‖ (PESQUISA DIRETA, 2013).

O reconhecimento difícil do trabalho dos profissionais afeta na realização do sonho de viver como ilustrador e ter esta como a principal fonte de renda, de modo que se possa dedicar mais tempo para o que se gosta de realizar. Sobre este assunto a maioria dos profissionais afirma que considera possível viver da ilustração, mas não o fazem e enfrentam dificuldades para que isso ocorra, como a baixa demanda, a desvalorização dos trabalhos e o desconhecimento geral sobre a profissão. Para prospectar mais clientes e obter renda suficiente apenas da ilustração pode ser interessante agregar-se a um coletivo de ilustradores e procurar serviços no mercado estrangeiro.

Na opinião da maioria dos ilustradores é possível, mas não é uma trajetória simples, é preciso esforço, tempo e experiência, como afirma um dos entrevistados:

Existem profissionais que vivem da sua produção como ilustrador. Sem dúvida é um mercado complexo, não muito reconhecido e pouco valorizado. Mas existem profissionais que possuem um trabalho representativo o suficiente para viverem dele, com uma cartela de clientes formulada e que acabam sempre sendo indicados para trabalhos devido à experiência e constância na área (PESQUISA DIRETA, 2013).

Contrariamente, outros profissionais não consideram possível obter sustento da ilustração na cidade devido à frequência oscilante de trabalhos, resultando que muitos ilustradores considerem como serviços-extras. A partir desse olhar sobre a profissão, apontou-se a importância de se ter um estilo próprio ou de demonstrar versatilidade como melhor estratégia para ser um bom profissional na área. A maior parte dos ilustradores considerou o estilo próprio como uma característica importante assim como a versatilidade, ou seja, o melhor profissional teria a capacidade de aliar essas duas características obtendo as vantagens de cada uma em sua carreira.

Os ilustradores que consideraram estilo próprio como mais importante apontaram como vantagens ser reconhecido pelo seu traço, obter trabalhos mais interessantes em que possam explorar esse estilo. Já a versatilidade oferece mais oportunidades de obter serviços, dependendo se essa escolha propiciar satisfação pessoal para o ilustrador, é um caminho interessante financeiramente.

Os profissionais da área costumam publicar e divulgar seus trabalhos por conta própria, mas trabalhos podem ser contratados por estar presentes em diversas plataformas, entre as digitais: páginas pessoais; redes sociais; portfólios virtuais, em sites e blogs de

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ilustradores; blogs de moda em geral; sites de compartilhamento de imagens como Tumblr,

Pinterest, Behance, Society 6 e Ffffound.

Ilustrações de moda estão presentes em edições especiais de livros, revistas de moda, capas de CDs, books de tendências, envolvendo desde a publicidade a estampas de peças. Além do meio da moda, ilustrações de moda podem estar presentes em restaurantes voltados para um público que se identifique com o estilo ilustrado, lojas e bares voltados para o público feminino.

Apesar de a ilustração atualmente estar presente em meios significativos, a fotografia ainda é maciçamente utilizada e frequentemente imagens fotográficas são utilizadas na moda. Ambas, historicamente, disputaram a preferência de publicações especializadas, mas na contemporaneidade, esses recursos convivem entre publicações e outras plataformas.

Alguns ilustradores consideram que são recursos diferentes apesar de muito comparados, mas a maioria apontou vantagens na utilização de ilustrações, principalmente o diferencial, como uma linguagem múltipla pode atingir especificamente e muitos públicos de acordo com o estilo adotado, construindo, por exemplo, campanhas publicitárias exclusivas. É também um recurso menos oneroso financeiramente que a fotografia, não se atendo ao limite do possível, existente, mas alcançando todas as imagens que a criatividade pode construir.

Durante a execução de ilustrações, fatores como o estilo do ilustrador surgem em trabalhos às vezes de modo inconsciente, assim como as tendências de moda, apontadas pela maioria dos entrevistados, fruto do forte laço entre a ilustração e o espírito da época em que foi desenvolvida. Essas tendências também podem estar presentes nos trabalhos como resultado de pesquisas direcionadas para isso.

Influências sobre a realização de trabalhos, na opinião geral, não devem ofuscar o estilo construído pelo ilustrador, pois precisa manter seu diferencial a fim de ser facilmente lembrado. O estilo alinhado ao seu tempo, em que o ilustrador seleciona as tendências de acordo com suas preferências pessoais, adequa-se àquilo que o mercado de moda espera destes.

A valorização da ilustração de moda no contexto mundial tem ocorrido desde o fim do século XX. As ilustrações estão mais próximas do público geral e mais disponíveis a estes. Segundo a maioria dos ilustradores, a razão desta valorização tem forte relação com o desenvolvimento da internet e a propagação desta tecnologia, que tem conduzido o público geral a ter mais contato com ilustrações, conhecer trabalhos interessantes publicados em blogs ou em outras plataformas anteriormente citadas.

O interesse por moda também contribuiu para ilustrações de moda alcançassem destaque e suas características, admiradas por um grande público que gosta de moda e identifica-se com as personagens ilustradas, pois ―a ilustração de moda encanta pela graciosidade das figuras humanas retratadas, deusas femininas vestidas como humanas onde suas vestimentas são possíveis de adquirir‖ (PESQUISA DIRETA, 2013).

A ilustração é mais específica, por ser uma alternativa às campanhas convencionais fotografadas, pode retratar muitos estilos e atingir a muitos públicos que buscam a exclusividade demonstrada pela ilustração. A capacidade de se comunicar com diferentes públicos é também mostrada pela multiplicidade da ilustração, necessária para atrair a atenção do público atual, que tem interesses e gostos múltiplos.

Por fim, ilustração também pode trazer um traço resultante de técnicas analógicas ou que remetam a estes e se adaptar ao desejo dos consumidores pelo retorno ao passado, à delicadeza artesanal, ao vintage, retrô, pois o público está cercado de informações e tecnologias que logo se tornam obsoletas:

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Nos dias de hoje, as pessoas estão cercadas, diria que soterradas por um mundo de imagens, principalmente pela fotografia, então elas buscam o antigo meio de imagens produzido pelo homem (os desenhos, esses que surgiram antes mesmo da escrita) para ter acesso a ―textos‖ produzidos para o mercado de massa (PESQUISA DIRETA, 2013).

As descobertas do desejo pelo antigo e analógico trouxeram para a ilustração uma representação daquilo que é considerado ultrapassado e construído longe da padronização industrial. A novidade que a ilustração retrata ao associar-se à produtos de moda valoriza-os e pode elevá-lvaloriza-os à condição de obra de arte.

Em um período marcado por um espaço aberto a múltiplas formas de expressão, receptividade a novidades e a busca por através da moda demarcar a individualidade, a ilustração tem encontrado seu espaço para desenvolver-se de modo global. A aceitação do público geral e o desejo dos próprios ilustradores de realizar trabalhos com moda é maior que a demanda a nível local.

O conflito está em encontrar um espaço no mercado de forma permanente, o que é considerado uma realidade distante dada a dificuldade de alcançá-la. A existência de profissionais no mercado que alcançam essa condição é reconhecida, embora a amostra pesquisada não se enquadre nesse perfil.

A ilustração de moda traz consigo importantes características que despertam o interesse do público em geral. Trata-se de um recurso ligado a tendências e a aspectos que envolvem a realidade de uma época, a individualidade, pois uma ilustração não é igual a nenhuma outra e uma vez presente em campanha publicitária ou editorial, nenhuma publicação poderá ter semelhante a esta, além de ter um custo mais baixo que a fotografia.

O reconhecimento e a valorização destes profissionais a nível local podem demorar, mas empresas que perceberem a capacidade de envolver clientes e atrair a atenção do público geral através da ilustração, mesmo em segmentos além do mercado de moda, podem ser percebidas de modo diferenciado e transmitir mais sobre seus valores, sua atuação no mercado e características específicas, mostrando o lado humano que envolve o produto ou serviço fornecido.

6 CONCLUSÃO

A ilustração de moda contemporânea conquista admiradores, clientes e cresce em importância no contexto mundial. Considerando este fato, o estudo proporciona uma maior compreensão da ilustração de moda com uma abordagem acadêmica sobre a atuação de ilustradores de moda no mercado a nível local, a fim de servir como subsídio para estudantes que desenvolverem interesse profissional na área. A pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfica e aplicação de questionário on-line.

Através do estudo percebe-se que o ilustrador de moda tem como essência a valorização de moda e estilo para o público geral, retratar e ―vender‖ tendências de consumo do vestuário, como iluminador que destaca e revela seus conteúdos. O período vigente destaca a ilustração e a põe em convivência e mesmo associação com a fotografia, diferentemente do século XX, período em que fotografias e ilustrações disputavam capas de revistas e editoriais de moda.

O mercado atual para ilustradores de moda em Fortaleza foi descrito por ilustradores que atuam nesta cidade. Profissionais relatam a dificuldade de valorizar o trabalho em um meio desinformado em que clientes não estão dispostos a pagar valores equivalentes ao serviço prestado, à possibilidade de obter sustento através desta profissão apesar de não terem ainda realizado este desejo pessoal, pois ainda há pouca demanda para

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esses profissionais, que trabalham na área por autossatisfação, principalmente. A ilustração tem a capacidade de agregar tendências, estilo pessoal do ilustrador e a versatilidade necessária para se obter trabalhos diversificados e aumentar suas oportunidades.

A valorização da ilustração existe a nível local entre admiradores e blogueiras de moda, mas ainda é difícil para ilustradores encontrar clientes dispostos a investir nesse recurso cada dia mais comum e com profissionais dispostos a executá-las e dedicar-se ao mercado desde que haja abertura para isso. A falta de conhecimento predomina, mas a presença de novos profissionais e estudantes para dedicarem-se à área pode trazer mudanças para a situação atual. Cabe aos novos profissionais valorizarem-se e aos diretores de arte, empresários do ramo de moda perceber o diferencial e as potencialidades que as ilustrações podem mostrar.

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Referências

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