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Capítulo 4
Aplicações da
Derivação
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4.9
Primitivas
Nesta seção aprenderemos sobre as Primitivas e como elas são úteis na solução de
determinados problemas científicos. APLICAÇÕES DA DERIVAÇÃO
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Um físico que conhece a velocidade de uma partícula pode desejar saber sua posição em um dado instante.
Um engenheiro que pode medir a taxa de variação segundo a qual a água está escoando de um tanque quer saber a quantidade escoada durante um certo período.
Um biólogo que conhece a taxa segundo a qual uma população de bactérias está crescendo pode querer deduzir qual o tamanho da população em um certo momento futuro.
INTRODUÇÃO
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Em cada caso, o problema é encontrar uma função F cuja derivada é uma função conhecida ƒ.
Se a função F existir, ela é chamada primitiva de ƒ.
PRIMITIVAS
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. DEFINIÇÃO
Uma função F é denominada uma primitiva de ƒ no intervalo I se F’(x) = f(x) para todo x em I.
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Por exemplo, seja f(x) = x2.
• Não é difícil descobrir uma primitiva de ƒ se tivermos a em mente a Regra da Potência.
• De fato, se F(x) = x3, então F’(x) = x2 = f(x).
Mas a função G(x) = x3+ 100 também
satisfaz G’(x) = x2.
• Consequentemente, F e G são primitivas de ƒ.
PRIMITIVAS
Na verdade, qualquer função da forma
H(x)= x3 + C, em que C é uma constante,
é uma primitiva de ƒ.
• A questão que se levanta é: existem outras?
PRIMITIVAS
Para responder a essa questão, lembre-se de que na Seção 4.2 usamos o Teorema do Valor Médio para demonstrar que se duas funções têm derivadas idênticas em um intervalo, então elas devem diferir por uma constante (Corolário 4.2.7).
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Assim, se F e G são duas primitivas quaisquer de ƒ, então F’(x) = f(x) = G(x)
Logo, G(x) – F(x) = C, em que C é uma constante.
• Podemos escrever isso como G(x) = F(x) + C.
• Temos então o seguinte resultado.
PRIMITIVAS
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Se F for uma primitiva de ƒ em um intervalo I, então a primitiva mais geral de ƒ em I é F(x) + C em que C é uma constante arbitrária.
Teorema 1 PRIMITIVAS
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Voltando à função
f(x) = x
2,
vemos que aprimitiva geral de f é
x
3+ C.
PRIMITIVAS
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. FAMÍLIA DE FUNÇÕES Atribuindo valores
específicos para a constante C obtemos uma família de funções cujos gráficos são translações verticais uns dos outros.
• Isto faz sentido, pois cada curva deve ter a mesma inclinação em qualquer valor dado de x.
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Encontre a primitiva mais geral de cada uma das seguintes funções.
a. f(x) = sen x b. f(x) = 1/x c. f(x) = xn, n -1
Exemplo 1 PRIMITIVAS
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Se f(x) = - cos x, então F’(x) = sen x. • Logo uma primitiva de sen x é cos x.
• Pelo Teorema 1, a primitiva mais geral é:
G(x) = - cos x + C
Exemplo 1 a PRIMITIVAS
Lembre-se da Seção 3.6 que
• Logo, no intervalo (0, ), a primitiva geral de 1/x é ln x + C.
1
(ln )
d
x
dx
x
Exemplo 1 b PRIMITIVAS Também sabemos que
para todo x 0.
• O Teorema 1 então nos diz que a primitiva geral de
f(x) = 1/x isln |x| + C em qualquer intervalo que não
contenha 0.
1
(ln | |)
d
x
dx
x
Exemplo 1 b PRIMITIVAS© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. PRIMITIVAS
Em particular, isso é verdadeiro em cada um dos intervalos(-, 0) e (0, ).
• Logo a primitiva geral de ƒ é:
• se • se 0 0 x x ! Exemplo 1 b 1 2 ln ( ) ln( ) x C F x x C ® ¯
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Usamos a Regra da Potência para descobrir uma primitiva de xn.
De fato, se n -1, então 1
(
1)
1
1
n n nd
x
n
x
x
dx n
n
§
·
¨
¸
©
¹
Exemplo 1 c PRIMITIVAS© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Assim, a primitiva geral de f(x) = xn é:
• Isso é válido para todo n 0 uma vez que f(x) = xn está
definida em um intervalo.
• Se n for negativo (mas n -1), é válido em qualquer intervalo que não contenha 0.
1 ( ) 1 n x F x C n Exemplo 1 c PRIMITIVAS
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Como no Exemplo 1, toda fórmula de derivação, quando lida da direita para a esquerda, dá origem a uma fórmula de primitivação.
PRIMITIVAS - FÓRMULA
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Na Tabela listamos algumas primitivas particulares.
Tabela 2 PRIMITIVAS - FÓRMULA
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Cada fórmula na tabela é verdadeira, pois a derivada da função na coluna direita aparece na coluna esquerda.
Em particular, a primeira fórmula diz que a primitiva de uma constante vezes uma função é a constante vezes a primitiva da função. A segunda fórmula afirma que a primitiva de
uma soma é a soma das primitivas.
• Usamos a notação F’ = f, G’ = g.
PRIMITIVAS - FÓRMULA
Encontre todas as funções g de tais que: Exemplo 2 PRIMITIVAS - FÓRMULA
Queremos achar uma primitiva de:
Assim, queremos descobrir a primitiva de: Exemplo 2 PRIMITIVAS - FÓRMULA
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Usando as fórmulas da Tabela 2 junto com o Teorema 1 obtemos: 5 1 2 1 2 5 2 5
( ) 4( cos ) 2
5
4cos
2
x
x
g x
x
C
x
x
x
C
Exemplo 2 PRIMITIVAS - FÓRMULA
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Nas aplicações do cálculo são muito comuns situações como a do Exemplo 2, em que é pedido para encontrar uma função sendo fornecidos dados sobre suas derivadas.
PRIMITIVAS - FÓRMULA
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. EQUAÇÃO DIFERENCIAL
Uma equação que envolva as derivadas de uma função é chamada equação
diferencial.
• As equações diferenciais serão estudadas com mais detalhes no Capítulo 9, no Volume II.
• Mas no momento podemos resolver algumas equações diferenciais elementares.
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A solução geral de uma equação diferencial envolve uma constante arbitrária (ou
constantes), como no Exemplo 2.
• Contudo, podem ser dadas condições extras que vão determinar as constantes e assim especificar univocamente a solução.
EQUAÇÃO DIFERENCIAL
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Encontre f se f’(x) = ex+ 20(1 + x2)-1 e f(0) = – 2 • A primitiva geral de é Exemplo 3 EQUAÇÃO DIFERENCIAL
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Para determinar C, usamos o fato de que f(0) = – 2 :
f(0) = e0+ 20 tg-10 + C = – 2
• Assim, temos: C = – 2 – 1 = – 3
• Logo, a solução particular é: f(x) = ex+ 20 tg-1x – 3
Exemplo 3 EQUAÇÃO DIFERENCIAL Encontre f se f’’(x) = 12x2+ 6x – 4, f(0) = 4, e f(1) = 1. Exemplo 4 EQUAÇÃO DIFERENCIAL A primitiva geral de f’’(x) = 12x2+ 6x – 4 é: 3 2 3 2
'( ) 12
6
4
3
2
4
3
4
x
x
f x
x C
x
x
x C
Exemplo 4 EQUAÇÃO DIFERENCIAL© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Usando as regras de primitivação mais uma vez, encontramos que:
4 3 2 4 3 2
( ) 4
3
4
4
3
2
2
x
x
x
f x
Cx
D
x
x
x
Cx
D
Exemplo 4 EQUAÇÃO DIFERENCIAL© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados.
Para determinar C e D usamos as condições dadas que f(0) = 4 e f(1) = 1.
• Visto que f(0) = 0 + D = 4, temos: D = 4
• Uma vez que f (1) = 1 + 1 – 2 + C + 4 = 1, temos: C = –3
Exemplo 4 EQUAÇÃO DIFERENCIAL
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Consequentemente, a função pedida é: f(x) = x4+ x3– 2x2– 3x + 4
Exemplo 4 EQUAÇÃO DIFERENCIAL
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. GRÁFICO
Se nos for dado o gráfico de uma função ƒ, parece razoável que possamos esboçar o gráfico de uma primitiva F.
Suponha, por exemplo, que nos seja dado que F(0) 1.
• Então temos um ponto de partida (0, 1).
• E a direção segundo a qual movemos nosso lápis é dada em cada estágio pela derivada F’(x) = f(x).
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No próximo exemplo usamos os princípios deste capítulo para mostrar como fazer o gráfico de F mesmo quando não temos uma fórmula para ƒ.
• Esse seria o caso, por exemplo, quando ƒ(x) é determinada por dados experimentais.
GRÁFICO
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Gráfico de uma função ƒ é dado na Figura. Faça um esboço de uma primitiva F, dado
que F(0) = 2.
Exemplo 5 GRÁFICO
Estamos orientados pelo fato de que a inclinação de y = F(x) é f(x). Exemplo 5 GRÁFICO Vamos começar no ponto (0, 2), traçando F como uma função inicialmente decrescente, uma vez que ƒ(x) é negativa quando Exemplo 5 GRÁFICO
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Observe que f(1) = f(3) = 0. Logo F tem tangentes horizontais quando x = 1 e x = 3. • Para 1 < x < 3, f(x) é positiva. • É positiva e F é crescente. Exemplo 5 GRÁFICO
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Vemos que F tem
mínimo local quando x = 1 e máximo local quando x = 3. • Para x > 3, f(x) é negativa. • E F é decrescente em (3, ). Example 5 GRAPH Exemplo 5 GRÁFICO
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Uma vez que
f (x) 0 quando x , o gráfico de F torna-se mais achatado quando x . Exemplo 5 GRÁFICO
© 2010 Cengage Learning. Todos os direitos reservados. Observe também que F’’(x) = f’(x) muda de positivo para negativo em x = 2 e de negativo para positivo em x = 4.
• Logo F tem pontos de inflexão quando x = 2 e x = 4.
GRÁFICO
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A primitivação é particularmente útil na análise do movimento de um objeto que se move em uma reta.
Lembre-se de que se o objeto tem função posiçãos = f(t), então a função velocidade év(t) = s’(t).
• Isso significa que a função posição é uma primitiva da função velocidade.
MOVIMENTO RETILÍNEO
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Da mesma maneira, a função aceleração é a(t) = v’(t).
• Logo, a função velocidade é uma primitiva da aceleração.
Se a aceleração e os valores iniciais s(0) e v(0) forem conhecidos, então a função posição pode ser encontrada encontrando a primitiva duas vezes.
MOVIMENTO RETILÍNEO
Uma partícula move-se em uma reta e tem aceleração dada por a(t) = 6t + 4.
Sua velocidade inicial é v(0) = -6 cm/s e seu deslocamento inicial é s(0) = 9 cm.
• Encontre sua função posição s(t).
Exemplo 6 MOVIMENTO RETILÍNEO
Como v’(t) = a(t) = 6t + 4, a primitivação dá:
2 2
( ) 6
4
2
3
4
t
v t
t
C
t
t
C
Exemplo 6 MOVIMENTO RETILÍNEO
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Observe que v(0) = C.
Mas temos v(0) = – 6, logo C = – 6 e
v(t) = 3t2+ 4t – 6
Exemplo 6 MOVIMENTO RETILÍNEO
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Uma vez que v(t) = s’(t), s é a primitiva de v:
• Isso dá s(0) = D.
• Temos s(0) = 9, então D = 9.
E a função posição pedida é s(t) = t3+ 2t 2– 6t + 9 3 2 3 2 ( ) 3 4 6 3 2 2 6 t t s t t D t t t D Exemplo 6 MOVIMENTO RETILÍNEO
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Um objeto próximo da superfície da Terra está sujeito a uma força gravitacional que produz uma aceleração para baixo
denotada por g.
Para um movimento próximo à Terra podemos supor que g é constante,
• Sendo seu valor cerca de 9,8 m/s2 (ou 32 pés/s2).
MOVIMENTO RETILÍNEO
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Uma bola é arremessada para cima com uma velocidade de 15 m/s da borda de um penhasco 140 m acima do solo.
• Encontre sua altura acima do solo t segundos mais tarde.
• Quando ela atinge sua altura máxima?
• Quando atinge o solo?
Exemplo 7 MOVIMENTO RETILÍNEO
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O movimento é vertical, e escolhemos o sentido positivo para cima.
No instante t, a distância acima do solo é s(t) e a velocidade v(t) está decrescendo. Portanto, a aceleração deve ser negativa, e
temos:
Exemplo 7 MOVIMENTO RETILÍNEO
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Procurando a primitiva, temos:v(t) = – 9,8t + C
Para determinar C, usamos a informação dada que v(0) = 15.
• Isso dá: 15 = 0 + C
• Então, v(t) = – 9,8t + 15
Exemplo 7 MOVIMENTO RETILÍNEO
A altura máxima é atingida quando v(t) = 0, isto é, depois de
Exemplo 7 MOVIMENTO RETILÍNEO
Uma vez que s’(t) = v(t), determinamos a primitiva outra vez e obtemos:
s(t) = – 4,9t2+ 15t + D
Usando o fato de que s(0) = 140, temos 140 = 0 + D.
Exemplo 7 MOVIMENTO RETILÍNEO
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A expressão para s(t) é válida até que a bola atinja o solo.
Isso acontece quando s(t) = 0, isto é, quando – 4,9t2+ 15t + 140 = 0
Exemplo 7 MOVIMENTO RETILÍNEO
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Usando a fórmula quadrática para resolver essa equação obtemos:
• Rejeitamos a solução com o sinal de menos, uma vez que ela fornece um valor negativo para t.
Portanto, a bola atinge o solo após Exemplo 7 MOVIMENTO RETILÍNEO