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O Preparo do Atleta

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Academic year: 2021

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O PREPARO DO ATLETA

. Athaide Ribeiro da Silva Quando deve ser iniciado o preparo psicológico?

Tão logo seja iniciado o preparo físico. Deve ser simultâneo e com a mesma intensidade. Rigorosamente, o preparo psicológico começa no primeiro contato do atleta com qualqueri entidade, clube ou pessoa, enfim,

com tudo aquilo que representa ou personifica o campo de atuação do desportista. '

O primeiro trabalho do psicólogo deve ser a Entrevista Psicológica; nela, além da investigação normal que o psicólogo sempre faz a respeito dos núcleos de problemática, deve ser indagado todo o histórico esportivo do atleta, a fim de entender sua motivação; vitórias e derrotas precisam ser examinadas; a vivência do esportista em face do êxito e do insucesso constitui informação importante a respeito de sua dinâmica psicológica; sua atitude geral, bem como seu comportamento em relação ao treino e à competição, deve ser investigada, pois é necessário conhecer-se sua capaci-dade de "insight" e de auto-análise. Como a família recebe a ativicapaci-dade esportiva de um de seus elementos? Todo o sistema de valores que o es-porte comporta na estrutura social deve ser avaliado; até que ponto o trabalho do amador colide ou coalesce com sua atividade esportiva. Enfim, o trabalho do psicólogo no preparo do atleta exige que aquêle conheça a vida dêste como se seu guia fora, pois é o papel de pai-substituto o que êle tem a desempenhar, se quer uma integração e aceitação inequívocas por parte do esportista, em relação a sua figura e a seu trabalho.

Após fazer a entrevista, o psicólogo decidirá que testes deve aplicar. Naturalmente que é aconselhável o emprego de testes rápidos, não sendo, obviamente, de desprezar os mais profundos e mais demorados. Uma vez realizado e interpretado os testes, o psicólogo marcará nova entrevista com o atleta, a fim de transmitir-lhe o resultado, ficando a seu critério o que deverá dizer de uma só vez, ou em mais de uma.

A essa altura, é de esperar-se um bom, "rapport", um bom relacio-namento já deve ter sido estabelecido entre o psicólogo e o atleta. Começa, então, a fase de assistência permanente, o preparo psicológico propriamente dito, que tem como um dos elementos de fôrça, imprescindível e necessá-rio, esse convívio permanente entre psicólogo e atleta.

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Êsse preparo só poderá atingir a fase ideal se o psicólogo se mantiver sempre a par do rendimento atlético propriamente dito e preparo físico por parte do esportista. Por isso mesmo, as relações do psicólogo com o treinador devem ser da máxima freqüência e transcorrer numa atmosfera de cordialidade e entendimento; êste último ponto é fundamental, pois cada um, em sua respectiva esfera, é guia (sucedâneo paterno) do atleta.

Em resumo, a preparação psicológica do atleta compreende as se-guintes fases:

a) Entrevista psicológica.

b) Aplicação e interpretação dos testes.

c) O preparo propriamente dito, isto é, a busca de identificação e de empatia com o atleta,' através da orientação, do apoio, do counselling, o que constitui o verdadeiro e significativo trabalho do psicólogo no esporte.

A propósito, convém lembrar que o aconselhamento, ou o counselling, dentro de uma estrutura normal de situação, pode ser feito em grupo, seja numa técnica de Grupo T ou de "Sensitive Traíning", qualquer nome que tenha ou que venha ter, mas cuja finalidade é uma só: a integração do grupo nos centros de decisão,

d) Tratamento médico (psicoterapêutico) quando fôr o caso, e sobre o qual discorreremos mais ao tratarmos dos aspectos patológicos no esporte.

Os sistemas de tratamento devem ser de caráter relaxador; como já dissemos, abordaremos o assunto mais adiante.

Todavia, no que diz respeito à mera assistência psicológica, o preparo do atleta repousa, obviamente, na palavra, no entretenimento verbal e pode ser realizado individualmente, ou em grupo.

O rapport com o atleta deve ser iniciado, obviamente, por ocasião da entrevista; deve ser continuado na oportunidade em que o psicólogo trans-mitir ao esportista o resultado dos testes.

É freqüente já na entrevista o atleta apresentar pequeno problema, para cuja solução peça o apoio do psicólogo; em nossa experiência, temos notado um índice de confiança, de identificação por parte dos atletas, que só tem servido para estimular, cada vez mais, nossa dedicação em servir ao esporte.

Algumas confidências e pedidos de conselho surgem logo no primeiro contato; destarte, não demanda muito esforço do psicólogo o trabalho de preparar o caminho para a transferência.

Também deve o psicólogo saber escolher as oportunidades para as sessões de aconselhamento e de busca de empatia em relação ao atleta, pois, em geral, êle não gosta de conversas longas e tem um senso de oportunidade muito agudo.

Sobretudo, é bom estar o psicólogo ciente de que, ao contrário do que comumente se pensa, não se deve conversar com atletas em dia ou véspera de competição, a menos que a iniciativa parta do esportista. Que o psicólogo procure meios e empatia com o atleta está certo, mas nesses momentos de ansiedade, a conversa formal é desaconselhável.

Ao atleta repugna o excesso de palestras, mormente ao aproximarem--se os grandes embates; poderá parecer-lhe mèdo de derrota, de parte dos dirigentes, ou então, por inferência, falta de confiança nêle, esportista;

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e não há coisa mais danosa ao moral do atleta do que o sentimento de que a confiança nêle foi perdida; pior que isso, ou tão destruidor e deletério para suas condições psicológicas, só mesmo a existência de dirigentes que não assumem a responsabilidade dos fracassos ou derrotas.

As palestras em grupo produzem efeito muito positivo quando se quer trazer os atletas, como foi dito atrás, para o centro das decisões e dar-lhes a certeza de que a opinião de cada um é acatada e respeitada; gostam de sentir que são reconhecidos .não apenas como instrumento de execução, mas que têm cabeça para pensar; o atleta brasileiro tem repulsa de ser considerado autômato.

Mas, esta ligação psicológica com o grupo deve ser realizada na devida oportunidade; pode ser desastroso só lembrar-se dos atletas quando se esta sentindo tudo perdido.

Tudo o que dissemos reforça a idéia de que a assistência, o intercâmbio de idéias com atletas, constitui uma arte cuja execução requer corpo unido de direção, de técnicos de tôdas as categorias, enfim, de uma cúpula agindo orquestradamente, planejadamente, e, sobretudo, harmoniosamente.

Sobre o preparo do esportista há a assinalar a importância que os dirigentes representam na constelação de forças que influem na manu-tenção de condições psicológicas elevadas.

O ideal seria que os dirigentes também fossem submetidos ao exame psicológico. Certamente trata-se de procedimento delicado e, como tal, exige alta compreensão dos próprios condutores; bom seria que tal acon-tecesse por iniciativa dêles mesmos. O certo é que dos dirigentes, de sua conduta, de seus atos e de suas atitudes, é que nascem e se mantêm as condições do moral do grupo. .

O que se busca no preparo psicológico é conseguir, através de uma tranqüilidade emocional, as condições necessárias a uma produtividade, a um rendimento esportivo conducente à vitória.

Para a obtenção dessa conquista moral é que todo um trabalho de preparação se desenvolve.

Um outro modo de dizer tudo isso é estabelecer que o preparo psico-lógico do atleta eqüivale a conseguir que êle se identifique com uma lide-rança; o esportista tem que sentir necessidade, como dissemos a propósito da agressividade magnificada, de transmitir lealdade e sacrifício a uma entidade, seja pessoa, clube, equipe, uma mística, a pátria etc.

Se o atleta tem condições esportivas, se gosta do jôgo e do movimento, o terceiro elemento, a agonística; o afã de combater e de vencer está inti-mamente ligado com condições psicológicas, e a fonte primeira dessas condições está nos dirigentes, que são a personificação do clube, equipe ou entidade; apenas secundariamente elas se ligam à estrutura da própria equipe, embora a composição desta em si e sua dinâmica serem também fator de alta importância.

Ao situarmos, assim, os dirigentes, não estamos, evidentemente, redu-zindo a êles, ou concentrando neles, a hipótese exclusiva da vitória ou da derrota; apenas estamos ressaltando o fato de que um bom guia, uma liderança competente, um comandante capaz, é vital na estrutura e dinâ-mica de uma entidade esportiva.

Evidentemente, o primeiro requisito do sucesso é a existência de bons atletas,' argumento tão óbvio quanto banal. Todavia, para que os

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espor-tistas tenham condições psicológicas criadoras é necessário tranqüilidade, confiança, clima de harmonia e coesão na cúpula; sobretudo devem os atletas ser dirigidos com os recursos da persuasão e sugestão; nunca os da coação, que, fatalmente, provocam manifestações de revolta, resistên-cia passiva, enfim, qualquer forma de comportamento não-construtivo.

'Reproduzimos em seguida as qualificações básicas de um dirigente, de um chefe, de um líder; elas representam fatores fundamentais da HUMAN ENGINEERING, de tanta expressão nas relações de trabalho nos nossos dias, mormente depois da histórica contribuição de KURT SEWIN, a propósito da Psicologia de grupos humanos.

Destacamos:

a) Integridade de caráter. b) Coragem moral. Lealdade.

c) Capacidade de influenciar os subordinados. d) Inteligência.

e) Imaginação. f) Senso de humor.

g) Espírito de organização.

h) - Senso de determinação e direção. i) Entusiasmo.

j) Cordialidade. Afeição. : k) Urbanidade.

1) Eqüidade no tratamento dos subordinados.

m) Não utilizar o cargo para galgar posições políticas ou outras vantagens extra-esportivas.

n) Controle (saber se as ordens são executadas).

Nunca é demais repetir: a relação entre dirigentes e atletas obedece às mesmas regras da dinâmica do lar, isto é, a existente entre pais e filhos. Uma constelação familiar onde reine harmonia e ajustamento produz filhos sem problemas. Uma direção competente, sensível aos problemas huma-nos, capaz de sintonizar com o grupo ou com o. atleta individualmente, segura, condiciona comportamentos satisfatórios dos subordinados, no caso personificados pelos atletas.

Ainda dentro do estudo da preparação psicológica do atleta, cumpre ressaltar um papel muito importante do psicólogo: a ligação que deve manter entre os aletas e a direção. Ninguém em melhor posição que êle para desempenhar tal papel. Conhecendo os atletas através dos testes e da entrevista, o psicólogo é a pessoa capaz de entender todos os pro-blemas, todas as necessidades materiais ou psicológicas, o temperamento e o caráter, até as reivindicações dos esportistas.

Os testes psicológicos e a psicologia aplicada em geral têm ampla finalidade, e, como tal, nenhum outro profissional deve tratar a fundo dos problemas dos atletas.

O psicólogo é o ponto neutro entre diretores e atletas. Valendo-se de seus instrumentos científicos, de seu tato e da arte de aconselhar e orientar, poderá o psicólogo, se souber colocar-se em seu lugar exato, ja-mais ultrapassando os limites de suas funções, exercer ação altamente construtiva no esporte.

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Falamos atrás da necessidade de entendimento entre o psicólogo e o treinador. ,

A propósito, convém dizer alguma coisa sobre o técnico (ou treina-dor), êsse profissional dé magna importância na vida esportiva, mor-mente no futebol. Basta atentar-se, neste último esporte, sobre a projeção dos nomes dos técnicos, sua fama, seu salário, e a importância que público e imprensa lhe consagram. Durante as férias esportivas, as maiores man-chetes das seções especializadas em esportes, em todos os jornais, são dedicadas às possíveis transferências de técnicos de futebol; o assunto merece mais espaço e comentários que a venda, troca ou empréstimos de jogadores. (Curioso como só êle recebeu êsse nome, que por si só eleva o status do profissional, e o coloca na condição de homem especializado, de estrategista e tático, de conhecedor da técnica de uma ciência, de uma arte.) ' •*

No mundo inteiro, o técnico de futebol é um astro, uma vedeta, uma figura mística. Chamam-no de Feiticeiro, de Raposa, de Grande Tático, e a um ou mais dêles se atribui a evolução de nosso futebol. (Insistimos em nos concentrar no futebol, porque nenhum outro esporte oferece igual oportunidade para. nos permitir a caracterização do treinador.) Nosso es-porte máximo tem uma fase até KRUSCHNER e outra depois dêle. Cada grande técnico que veio'depois criou sistemas diferentes: a diagonal do Sr. Flávio Costa, o sistema defensivo do Sr. Zezé Moreira nos dariam o primeiro título no exterior (Pan-Americano de 1952, no Chile). A pater-nidade do 4-2-4, que surpreendeu e embeveceu o mundo em 1958, é dis-cutida: ora atribuem-na a Martim Francisco, ora a Freitas Solich, ora a Ondino Vieira (o certo parece mesmo Martim Francisco,'que instituciona-lizou o sistema).

Os fatos justificam essa glorificação dos técnicos, porque os grandes jogadores que auxiliam a ganhar os títulos mundiais são outros tantos técnicos quando jogam; não se trata de meros craques, mas de pessoas que pensam o futebol, que engendram planos, tramas e deslocamentos, para que se possa penetrar no adversário.

Assim, é fenômeno natural o surgimento e consolidação dêsse pro-fissional, no âmbito do futebol; a institucionalização dêsse profissional toincide com a era do profissionalismo, ou seja, entre nós, a partir da década de 30, a partir de KRUSCHNER. No resto do mundo, a situação é a mesma: os treinadores gozam de status elevado, de situação privilegiada; o salário de Helenio Herrera tem nuanças de coisa fantástica. Cada coach de Universidade americana é fi-gurp. lendária na constelação de um Colégio.

Sob o ponto de vista psicológico, o técnico é um substituto paterno, um chefe, um líder, um amigo, um confidente. O ideal para o atleta é encontrar nêle não só o professor, mas também o conselheiro e protetor.

O treinador está para o atleta como o diretor de teatro ou cinema está para o ator; ou como o maestro situa-se em relação aos músicos, numa orquestra.

Mas, o diretor, na arte de representar, não tem o mesmo pêso de res-ponsabilidade que o treinador, perante o público. Se o espetáculo fracassar, a culpa, quase sempre, recai sobre os intérpretes; já o técnico é o per-manente bode expiatório, mormente no futebol.

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Há uma nuança que torna mais ingrato o trabalho do treinador, no que diz respeito ao futebol; êle é sempre o primeiro culpado quando seu esquadrão é derrotado; nem sempre é muito realçado nas vitórias (no futebol ,em geral, os aplausos vão para o autor dos goals) e, o que é pior, se seu elenco está sendo derrotado em campo, êle nada pode fazer senão gritar...

O técnico necessita, pois, ter personalidade muito bem integrada, um ego forte, um bom senso e controle emocional acima do normal. É um condutor de grupos humanos quase sempre de grandes atletas (amadores ou profissionais), de indivíduos idolatrados e endeusados. Destarte, a ne-cessidade de senso de justiça é fator indispensável no treinador.»

Normalmente, o técnico é o líder natural da equipe, perante a qual desempenha uma função catalisadora. Os atletas tendem a se identificar com êle e até a introjetá-lo.

Sendo líder, deve o treinador ser capaz de assumir a responsabili-dade dos feitos, positivos e negativos, mormente os negativos, do grupo. Precisa ter sensibilidade psicológica, precisa ter muita capacidade de es-tabelecer comunicação; deve usar, dosadamente, os métodos persuasivos de influenciar, ter atitude de comando, sem a coação, de encorajar os su-bordinados, enfim, um número tão elevado de qualidades, que se pode dizer, sem exagero: o técnico é uma espécie de super-homem.

H. HAROUX estabeleceu os seguintes requisitos e atribuições para o treinador, de qualquer esporte:

— Inteligência,

— Controlar as reações interpessoais dos membros dentro do grupo. — Conservar posição central no grupo, de onde possa observar todos

os membros.

— Capacidade de estabelecer relações sociais, de modo superior à média do grupo. , —• Representar uma idéia e um modelo, o que se obtém procurando

compreender todas as situações, cultivando a ascendência sobre o grupo e provocando atitude espontânea de emulação.

— Representar o grupo e defender seu interêsse e seu prestígio, nas relações com elementos estranhos.

— Assumir a função executiva.

— Controlar as várias relações entre os vários membros do grupo. — Liberar os atletas da necessidade de tomarem decisão, e dispensar

o grupo do pêso da responsabilidade, com o fim de criar um estado de ânimo mais sereno e favorável para a consecução de determi-nado objetivo.

— Constituir núcleo compacto, em torno do qual o grupo possa uni-ficar-se.

Por tantas qualidades, o técnico deve acautelar-se com o uso e com os azares do poder. Há o perigo de hipertrofia do ego, e conseqüente êrro de avaliação, de esquecimento de que a humildade ainda é a mais nobre e a mais poderosa das características humanas; há o perigo de exibicionis-mo, há o de a inteligência muito brilhante perturbar os comandados etc.

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A atuação do técnico sobre a equipe é uma arte; a combinação de saber respeitar os valores humanos com a necessidade de conservar a au-toridade e disciplina exige variações e habilidade de conduta somente possível em personalidades ricas e bem estruturadas, tanto mais que o ambiente tem a tensão permanente de luta, com o adversário e de com-petição intragrupal, normal e até desejável nos elementos que querem conquistar seu lugar ao sol.

Referências

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