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TÍTULO: ÍNDICE INFLAMATÓRIO DAS DIETAS DE ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: Nutrição

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): FERNANDA VINHAL NEPOMCENO

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ANA LÚCIA RIBEIRO SALOMON

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UNIVERSIDADE PAULISTA

VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

ÍNDICE INFLAMATÓRIO DAS DIETAS DE

ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO

Fernanda Vinhal Nepomuceno Prof.ª Dr.ª Ana Lúcia Ribeiro Salomon

2018 Brasília – DF

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ÍNDICE INFLAMATÓRIO DAS DIETAS DE ADOLESCENTES DO

SEXO FEMININO

Fernanda Vinhal Nepomuceno

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

_______________________________________________________________ Resumo

O atual cenário de saúde da população é o sedentarismo, somado aos maus hábitos alimentares, que desempenham papel importante na etiologia de doenças crônicas não transmissíveis em fases precoces da vida.

Este problema de saúde pública mundial, assume proporções epidêmicas, acometendo indivíduos de vários níveis educacionais e socioeconômicos, gerando maior número de incapacidades e mortes prematuras. Além do grande impacto econômico à saúde, uma vez que nos registros do Sistema Único de Saúde representam cerca de 69% dos gastos hospitalares.

Estudos costumam dividir os fatores de risco em não modificáveis (hereditariedade, raça e sexo) e modificáveis (tabagismo, estresse, obesidade, sedentarismo e presença de outras doenças, tais como as dislipidemias, a hipertensão arterial e o diabetes mellitus).

Assim, o presente estudo investigou o padrão dietético, das adolescentes, do sexo feminino, no Centro de Ensino Fundamental Doutora Zilda Arns, no Paranoá – DF, em termos de consumo de componentes anti-inflamatórios e pró-inflamatórios e sua influência nas doenças crônicas.

O padrão alimentar hiperlipídico, atualmente consumido, induz ao estado pró-inflamatório e exacerbação do estresse, de maneira que o consumo excessivo de alimentos com alto índice glicêmico, pobre em fibras, rico em ácidos graxos saturados e gorduras trans, tem a capacidade de promover a ativação do sistema imune inato e a produção de mediadores pró-inflamatórios,

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podendo influenciar as condições metabólicas desde a adolescência. Avaliar o perfil metabólico, sua relação com o consumo alimentar e aptidão física pode revelar aspectos precoces da condição metabólica e o risco de desenvolvimento de comorbidades associadas à obesidade.

Desta forma, verifica-se o importante papel dos componentes dietéticos, no desenvolvimento da prevenção das doenças crônicas, bem como a recomendação de alteração do estilo de vida (alimentação e atividade física).

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Abstract:

Currently, individuals are leading increasingly more sedentary lifestyles, coupled with poor eating habits. This plays an important role in the etiology of non-communicable chronic diseases in the early stages of life.

This global public health problem is assuming epidemic proportions, affecting individuals from various educational and socioeconomic levels, and generating greater numbers of disabilities and premature deaths. In addition, this crisis produces a great economic impact and according to SUS (Brazilian public healthcare system), it represents about 69% of hospital expenses.

Studies usually divide the risk factors into non-modifiable (heredity, race and sex) and modifiable (smoking, stress, obesity, sedentary lifestyle and presence of other diseases, such as dyslipidemias, hypertension and diabetes mellitus).

Thus, the present study investigates the dietary pattern of female adolescents at the PhD Zilda Arns Elementary School in Paranoá, DF, in terms of consumption of anti-inflammatory and pro-inflammatory components and their influence on chronic diseases.

The currently consumed hyperlipid eating pattern induces the pro-inflammatory state and stress exacerbation. An excessive consumption of foods with a high glycemic index, low in fiber, rich in saturated fatty acids and trans fats, has the capacity to promote the activation of the innate immune system and the production of pro-inflammatory mediators. In addition, it may also influence the metabolic conditions since adolescence. Assessing the metabolic profile, its relationship with food consumption and physical fitness may reveal early aspects of the metabolic condition and the risk of developing comorbidities associated with obesity.

In this way, the important role of dietary components in the development of the prevention of chronic diseases, as well as the recommendation of lifestyle changes (food and physical activity) are tested.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 6 MÉTODOS ... 8 RESULTADOS ... 10 DISCUSSÃO ... 13 CONCLUSÃO ... 15 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ... 16 APÊNDICES ... 19 ANEXOS ... 29

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INTRODUÇÃO

Em razão da globalização, a população tem gasto seu tempo de lazer em atividades sedentárias, como o uso de mídia eletrônica, videogame e televisão, bem como adotado maus hábitos alimentares, desempenhando um papel importante na etiologia de doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares (DCV), no excesso de adiposidade corporal, na aptidão cardiorrespiratória inadequada, no excesso de peso, síndrome metabólica (SM) e hipertensão, em fases precoces da vida (LEITE et al., 2009a, MOSER, 2010).

É possível verificar que estes novos hábitos inadequados trazem consigo as alterações metabólicas e as consequentes enfermidades crônicas não transmissíveis, que se tornam um grande problema atual de saúde pública, assumindo proporções epidêmicas (GERALDO, et al, 2008).

As doenças crônicas não-transmissíveis englobam uma série de enfermidades comumente vislumbradas entre a população, com destaque para as enfermidades cardiovasculares, o diabetes e alguns cânceres, convertendo-se na principal causa de mortalidade nas Américas, convertendo-sendo que para todas essas doenças há um fator de risco comum, que é a obesidade (FERREIRA, et. al, 2007).

A obesidade é encarada como uma situação problemática ao organismo, uma vez que por si só já é uma enfermidade, além de ser um fator de risco para várias outras doenças. Contudo, são as doenças cardiovasculares as mais preocupantes dentre as comorbidades associadas à obesidade, já que são responsáveis por uma crescente prevalência de mortalidade. Desde 1980, no Brasil, as doenças cardiovasculares figuram como a principal causa da morte da população, representando cerca de 31,9% das mortes ocorridas no país (FERREIRA, et. al, 2007).

Este elevado número de óbitos atribuídos às doenças cardiovasculares é uma consequência do surgimento dos fatores de risco desde a infância e pelo acréscimo de outros no decorrer da vida, além de passarem a sofrer a ação de doenças relacionadas a esse novo contexto, como a hipertensão, as dislipidemias e o diabetes mellitus (FERREIRA, et. al, 2007).

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Desta forma, verifica-se o importante papel que os componentes dietéticos têm desenvolvido na prevenção das doenças crônicas, bem como a recomendação de alteração do estilo de vida, tanto em modificações do padrão alimentar, como na prática de atividade física (TORRES, et al., 2014).

Assim, nos termos da American Diabetes Association, 2012, verifica-se que a melhor estratégia nutricional para a promoção da saúde e a redução do risco de doença crônica é a obtenção de nutrientes adequados por meio de alimentação variada, moderada e equilibrada, fundamentada nos pilares da pirâmide de alimentos.

O padrão alimentar hiperlipídico, atualmente ingerido pela população, induz ao estado pró-inflamatório e exacerbação do estresse oxidativo (LANG et al., 2012), de maneira que o consumo excessivo de alimentos com alto índice glicêmico, pobre em fibras, rico em ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans possuem a capacidade de promover a ativação do sistema imune inato e a produção de mediadores pró-inflamatórios (GERALDO et al., 2008).

Este consumo pode influenciar as condições metabólicas desde a adolescência, de maneira que avaliar o perfil metabólico e sua relação com o consumo alimentar e aptidão física da população pode revelar aspectos precoces da condição metabólica e o risco de desenvolvimento de comorbidades associadas à obesidade na vida adulta (TORRES, et al., 2014).

Desta forma, o presente trabalho visou investigar o consumo de componentes anti-inflamatórios e pró-inflamatórios da dieta, do ponto de vista de macronutrientes, sobre o perfil metabólico em adolescentes, entre 12 e 16 anos, do sexo feminino no Centro de Ensino Fundamental Doutora Zilda Arns, no Paranoá – DF.

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MÉTODOS

Trata-se de um estudo com delineamento transversal analítico, realizado entre os dias 27 de junho a 06 de julho de 2018, no Centro de Ensino Fundamental Doutora Zilda Arns, localizada no Paranoá/Itapoã, na cidade de Brasília-DF, com a devida aprovação do Comitê de Ética, CAAE: 77493417.9.0000.5512.

O banco de dados foi constituído por 30 adolescentes do sexo feminino devidamente matriculadas no Centro de Ensino. As escolares foram convidadas a participar da pesquisa, durante as aulas de educação física, momento em que fora exposto a forma como seria desenvolvida.

A amostra foi selecionada por conveniência, de forma que as escolares foram avaliadas conforme aceitação e autorização dos pais ou responsáveis por meio do Termos de Consentimento Livre e Esclarecimento (Anexo 1). Foram contempladas apenas estudantes do sexo feminino entre 12 e 16 anos, com a finalidade de minimizar as diferenças fisiológicas entre os gêneros e diferentes idades.

O estado nutricional das adolescentes foi avaliado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), indicado para avaliar a proporção entre o peso, em quilos, e a estatura ao quadrado, em metros, conforme Orientações para coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde, preconizado pelo SISVAN, em 2011. Em seguida, foi devidamente classificado junto às tabelas de referência da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007) para crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos.

Foram coletadas as medidas da circunferência abdominal (CA), mensuradas por fita antropométrica flexível e inextensível (resolução de 0,1 cm), seguindo as recomendações do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, 2002). E, os resultados categorizados segundo critérios propostos por Fernándes et al., (2004), considerando-se os valores acima ou iguais ao 75º percentil como limítrofes, de acordo com a idade e o gênero, para todas as etnias.

No questionário desenvolvido havia a coleta de dados de composição da História Familiar para as Doenças Crônicas não transmissíveis – DCNT (obesidade, diabetes mellitus tipo 2, HAS, doenças cardíacas, câncer e outras),

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contudo, muitas adolescentes não sabiam ao certo a incidência em seus familiares, motivo pelo qual não foi possível investiga-las.

Por fim, a avaliação nutricional foi realizada por meio do Recordatório de 24 horas (R24), um inquérito nutricional amplamente utilizado em pesquisas e na prática clínica, inclusive na população infanto-juvenil para estimar a média de consumo de macronutrientes e o total de nutrientes ingeridos diariamente (LOWN et al.; 2007, FERNANDES et al., 2009, MILLTMAN et al., 2009, DEL PINO et al., 2009; ELIIOT et al., 2011; JARISETA et al., 2012).

Com a finalidade de investigar o perfil inflamatório da dieta, foi realizada a análise do consumo de macronutrientes com esse potencial, como alimentos com alto índice glicêmico, ricos em açúcar, pobres em fibra e altamente processados.

Estava prevista a utilização do Questionário de Frequência Alimentar (QFA), contudo, os sujeitos da pesquisa se mostraram reticentes em responde-los, motivo pelo qual houve a escolha metodológica em analisar somente o Recordatório de 24 horas, considerando que todas responderam.

Todas as análises foram realizadas utilizando o Pacote Estatístico para Ciências Sociais (IBM SPSS, IBM Corporation, Armonk, NY, EUA, 25.0). A análise descritiva foi utilizada para calcular a média e o desvio padrão de todas as variáveis. Teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para verificar a distribuição de normalidade dos dados e a estatística paramétrica foi utilizada. Coeficiente de Correlação de Pearson foi utilizado para verificar as correlações entre IMC e CA, IMC e VET, e IMC com os componentes da DRI (CHO, PTN e LIP). Através da mediana do VET da amostra foram divididos dois grupos, abaixo da mediana (<VETm) e acima ou igual a mediana (≥VETm). Para comparação entre os grupos foi utilizada teste t para amostras independentes. Adotou-se (p ≤ 0,05) como nível de significância.

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RESULTADOS

Participaram do presente estudo 30 meninas (14,00 ± 0,99 anos). As características antropométricas da amostra estão demonstradas na Tabela 1 com média e desvio padrão.

Tabela 1. Características antropométricas da amostra – Brasília 2018.

Média ± Desvio padrão

Massa Corporal (Kg) 52,50 9,15

Estatura (m) 1,58 0,04

IMC (kg/m²) 21,01 3,92

C. Abdominal (cm) 72,33 7,82

IMC= índice de massa corporal. C.Abdominal= circunferência abdominal.

As voluntárias, apresentaram um VET de (1544,50 ± 550,19 Kcal). Os valores percentuais observados para os macronutrientes através do VET da amostra para CHO, PTN e LIP estão apresentados na Tabela 2, assim como os valores diários recomendados pela DRI/2004.

Tabela 2. Percentual dos macronutrientes na dieta da amostra – Brasília 2018.

Macronutriente % dietético - amostra Recomendações DRI

CHO (%) 57,07 ± 10,27 55 a 60 %

PTN (%) 16,15 ± 4,29 12 a 15 %

LIP (%) 26,78 ± 8,35 30 %

CHO= carboidratos. PTN= proteínas. LIP= lipídeos. Dietary Reference Intakes – DRI/2004

Nota-se que o consumo de carboidratos está dentro das recomendações diárias, contudo no R24 é possível verificar alto consumo de alimentos industrializados, ricos em açúcar, com alto índice glicêmico, bem como o baixo consumo, ou até a inexistência, de frutas, hortaliças – ricas em micronutrientes com potencial anti-inflamatório - e fibras alimentares.

O mesmo raciocínio deve ser aplicado ao consumo de proteínas, pois tem sido superior ao recomendado pela DRI/2004. A amostra demonstrou consumir

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fonte de baixa biodisponibilidade devido a sua associação com elevado processamento e frituras.

Quanto ao consumo lipídico, este também está dentro das recomendações, mas também recaímos na qualidade do macronutriente consumido. Uma vez que os alimentos eram preparados com óleo de girassol, de soja e de canola, submetidos a altas temperaturas. Óleos estáveis, com duplas-ligações nas moléculas de ácidos graxos e gorduras trans, com capacidade de promover a ativação do sistema imune inato e a produção de mediadores pró-inflamatórios, podendo influenciar as condições metabólicas desde a adolescência.

Na Tabela 3 estão os valores de correlação do IMC com CA, com VET e com os valores dos macronutrientes na dieta. O IMC demonstrou correlação positiva forte com CA (r = 0,894; p = 0,001) e correlação negativa moderada com VET (r = -0,395; p = 0,031).

Tabela 3. Correlações do IMC com as demais variáveis – Brasília 2018.

R P CA 0,894 0,001* VET -0,395 0,031* CHO -0,005 0,980 PTN 0,269 0,268 LIP -0,101 0,594

CA= circunferência abdominal. CHO= carboidratos. PTN= proteínas. LIP= lipídeos. * Correlação significativa (p ≤ 0,05).

Através da mediana do VET (mediana= 1527,50 kcal) a amostra foi dividida em dois grupos (n=15) em cada grupo, apresentando (1124,10 ± 258,63 Kcal) para o grupo <VETm e (1964,93 ± 425,87 Kcal) para ≥VETm. Na Tabela 4 estão as características antropométricas e dietéticas da amostra de acordo com o grupo estabelecido, bem como a comparação entre eles.

O grupo ≥VETm apresentou menor percentual de ingestão de proteínas em relação ao grupo <VETm (p = 0,004). Para as demais variáveis não houveram diferenças estatisticamente significativas (p > 0,05).

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Tabela 4. Comparação das características da amostra de acordo com a mediana do VET – Brasília 2018. <VETm (n=15) ≥VETm (n=15) p Massa Corporal (Kg) 53,83 ± 9,30 51,17 ± 9,13 0,437 Estatura (m) 1,58 ± 0,05 1,59 ± 0,02 0,573 IMC (kg/m²) 21,69 ± 4,18 20,33 ± 3,66 0,350 C. Abdominal (cm) 72,97 ± 7,70 71,80 ± 8,19 0,716 CHO (%) 54,24 ± 11,63 59,89 ± 7,98 0,133 PTN (%) 18,32 ± 3,94 13,98 ± 3,54* 0,004 LIP (%) 27,44 ± 9,78 26,13 ± 6,93 0,675

<VETm= grupo abaixo da mediana do VET. ≥VETm= grupo acima da mediana do VET. CA= circunferência abdominal. CHO= carboidratos. PTN= proteínas. LIP= lipídeos. * Diferença significativa em relação ao grupo <VETm.

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DISCUSSÃO

A alimentação saudável é importante em qualquer etapa da vida, sendo necessário uma atenção especial na infância e adolescência em razão das necessidades nutricionais específicas. Contudo, estudos recentes têm demonstrado hábitos alimentares pouco saudáveis entre os jovens, com alto consumo de gorduras, açúcares e sódio, além de baixa ingestão de frutas e hortaliças (FERNANDES, et. al., 2017; DE ASSIS, et. al., 2014).

A obesidade é considerada uma epidemia mundial, sendo tema de inúmeras pesquisas, evidenciando as determinantes precoces e suas consequências. E, que o excesso de peso em idade adulta associa-se, a longo prazo, com as DCNT. Motivo pelo qual as intervenções precisam ser feitas em idade precoce, intervindo em prol de alimentação saudável e a fim de garantir melhor qualidade de vida (GERALDO, et al, 2008; TORRES, et al., 2014; FERNANDES, et. al., 2017; DE ASSIS, et. al., 2014).

No presente estudo, a mediana do valor energético total da dieta foi de 1.544,55 kcal diárias, resultado inferior ao encontrado no estudo de Torres, 2014, que descreveu uma média de 2.354,32 kcal diária, bem como o resultado de Toral, 2007. Torres, 2014, em um estudo realizado com adolescentes do sexo feminino de Curitiba afirma que no padrão alimentar há alto consumo de alimentos industrializados, baixa ingestão de fibras, vitaminas e minerais e alta concentração de sódio e gordura nas refeições, conforme achados da presente pesquisa.

Em consonância ao exposto por Geraldo, 2008, dietas com baixa frequência de frutas e hortaliças, somada a alimentos de alto índice glicêmico, pobres em fibra e ricos em gordura trans, levam à produção excessiva de mediadores pró-inflamatórios, concomitante redução dos antiinflamatórios.

Neste mesmo sentido, as diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2017-2018, afirma que dentre as causas do aumento do número de crianças obesas está a grande disponibilidade de alimentos com alto teor calórico e o sedentarismo. De forma que as complicações associadas têm se tornado mais comuns, levando ao aparecimento de doenças como diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia, que conferem aumento do risco de eventos cardiovasculares, componentes da Síndrome Metabólica.

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A amostra foi dividida em dois grupos (n=15), sendo um com consumo de VET superior a mediana (mediana= 1527,50 kcal) e outro com VET inferior. De forma que foi possível verificar que o grupo ≥VETm apresentou menor percentual de ingestão de proteínas em relação ao grupo <VETm. Embora se tenha obtido um valor proteico dentro das faixas recomendáveis, questiona-se a qualidade, uma vez que vinha acompanhada de alto teor de frituras. Os dados encontrados no trabalho de Torres, 2014, demonstraram que o grupo de obesos apresentou percentual de ingestão de proteína superior do que o de eutróficos, porém não fica clara a forma de preparação das fontes proteicas. Ainda nesse sentido, os obesos apresentaram um consumo energético menor do que os eutróficos.

Ao correlacionar os valores do IMC com CA, com VET e com os valores dos macronutrientes na dieta. O IMC demonstrou correlação positiva forte com CA (r = 0,894; p = 0,001) e correlação negativa moderada com VET (r = -0,395; p = 0,031). Isso significa que quanto mais restrito o valor energético consumido, maior a CA, conforme já exporto nos estudos de Neves, 2007 e Riva, et. al, 2016. Pois há desequilíbrios funcionais responsáveis pelo acúmulo de tecido adiposo, visceral e/ou subcutâneo, e alteração da microbiota, para um padrão predominante em firmicutes, que são extremamente extrativos de energia alimentar, gerando uma elevada absorção desses nutrientes.

Sabe-se da limitação do estudo tanto no tamanho pequeno da amostra, quanto ao fato dos hábitos alimentares serem autorreferido, permitindo a omissão de informações importantes. Contudo, o presente estudo traz dados representativos quanto ao padrão dietético das adolescentes da região, podendo identificar a inadequação alimentar, de forma a ficar demonstrado a necessidade de Políticas Públicas de Saúde com a finalidade de melhorar a qualidade de vida e o estado inflamatório subclínico, além de promover um adequado acesso a alimentos saudáveis.

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CONCLUSÃO

No presente estudo verificou-se que apesar do consumo de carboidratos estar dentro das recomendações diárias da DRI/2004, não são de boa qualidade, com alto consumo de alimentos processados, ricos em açúcar, com alto índice glicêmico e pobre em fibras. Além do baixo consumo, ou até inexistência, de frutas e hortaliças, ricas em micronutrientes com potencial anti-inflamatório.

Quanto ao consumo proteico, este fora superior ao preconizado, contudo a fonte de baixa biodisponibilidade devido à associação ao elevado consumo de frituras e industrializados.

Portanto, a educação alimentar deve ser oferecida a todas as adolescentes da faixa etária, independentemente do estado clínico apresentado, uma vez que a inadequação alimentar está presente no cenário alimentar.

Assim, fica demonstrado a importância ao incentivo à adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividades físicas, por parte tanto dos profissionais de saúde, como pela escola e Poder Público, alinhando as Políticas Públicas de Saúde, visando melhor qualidade de vida e melhora do estado inflamatório subclínico.

Destaca-se a importância de um profissional nutricionista, não somente na assistência do preparo e avaliação da qualidade das refeições, mas no papel ativo da educação alimentar e nutricional, com acompanhamento do estado nutricional das crianças e adolescentes, de forma a propor ações preventivas ou corretivas.

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APÊNDICES

APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO APLICADO

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ANEXOS

ANEXO 1 - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM SERES HUMANOS DA UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

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ANEXO 1 - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM SERES HUMANOS DA UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

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ANEXO 2 – CLASSIFICAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL

Referências

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