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ANÁLISE DE REDES SOCIAIS EM PERIÓDICO CIENTÍFICO SOCIAL NETWORKS ANALYSIS IN A SCIENTIFIC JOURNAL

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EIXO TEMÁTICO: Compartilhamento da Informação e do Conhecimento

ANÁLISE DE REDES SOCIAIS EM PERIÓDICO CIENTÍFICO SOCIAL NETWORKS ANALYSIS IN A SCIENTIFIC JOURNAL

Dalila Gimenes da Cruz (UEL) - dalilagimenes@gmail.com Sueli Alves da Silva (UEL) - sueli_alves05@hotmail.com Zineide Pereira dos Santos (UEL) - zineide.pereira@hotmail.com

Maria Inês Tomaél (UEL) -maritomael@gmail.com Resumo: Este artigo tem como proposta analisar e comparar os estudos sobre redes sociais, publicados no periódico “Perspectivas em Ciência da Informação” da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais, nos últimos dez anos. Buscou-se avaliar os enfoques para os quais a metodologia de análise de redes sociais foi utilizada nos artigos publicados e as áreas do conhecimento que mais concentram pesquisas e que buscam resultados através da utilização deste método. Foi possível concluir que a Análise de Redes Sociais – ARS – contribui com uma diversidade de áreas do conhecimento, que permeiam e respondem questionamentos desde a área da Saúde até as de Ciências Humanas.

Palavras-chave: Análise de Redes Sociais. Redes. Periódico Científico.

Abstract: This article aims to analyze and compare studies on social networks published in the journal "Perspectives in Information Science from the School of Information Science at the Federal University of Minas Gerais in the last ten years. The study is an attempt to evaluate the approaches given to the methodology of analysis of the social networking in the articles published and the knowledge areas with a higher concentration of researches that seek for results through the use of this method. It was concluded that the SNA contributes with a diversity of areas of knowledge that permeate and answer questions since area of Health until Human Sciences.

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1 INTRODUÇÃO

São inúmeras as motivações e finalidades empregadas nos estudos de Análise de Redes Sociais (ARS), com aplicações nas mais diversas áreas do conhecimento humano como as áreas da Saúde, Educação, Economia, Psicologia, entre outras. Suas raízes estão na Sociologia e Antropologia, porém sua aplicabilidade se estende a quase totalidade dos estudos sobre interação social.

A teoria da ARS compreende o comportamento coletivo de um grupo que se estrutura no espaço social formado pelo próprio grupo e suas relações. Nesse sentido, as relações formadas por tais atores podem ser entendidas, analisadas e determinadas através da ARS.

Os estudos de redes sociais permitiram a construção de uma compreensão inovadora da sociedade, que ultrapassa os princípios tradicionais, nos quais o elo social é visto como algo que se estabelece em função dos papéis instituídos e das funções que lhes correspondem (MARTELETO, 2010, p.28).

Através do crescente uso das redes sociais online, proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação, a ARS ganha uma dimensão ainda maior. Os fenômenos que há algum tempo somente podiam ser pesquisados e analisados pela observação do comportamento da sociedade ganham novas formas que possibilitam a interação entre atores, intensificando o compartilhamento da informação. Notadamente, esse é um método essencial na busca de resultados práticos na troca de informações, independentemente do período em que o fenômeno é analisado.

Em vista disto, a proposta deste artigo foi mapear os campos e áreas de aplicação dos estudos da ARS pela Ciência da Informação, analisando os artigos publicados entre os anos de 2006 e 2015 no periódico “Perspectivas em Ciência da Informação1”,especificamente os artigos que tratam de redes a partir das abordagens desenvolvidas por seus autores. Para o levantamento dos artigos analisados, a estratégia de busca empregada foi pelos termos: “redes”, “análise de redes” e “ARS” no título e/ou nas palavras-chave dos artigos.

Dos 39 fascículos publicados nesse período (35 fascículos e quatro números especiais) foram selecionados dez artigos que atenderam aos critérios, porém dois deles foram descartados por não focarem a ARSde forma conceitual ou

1 Periódico científico da Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais -

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metodológica, conforme adotado neste estudo. Como parte dos resultados obtidos verificou-se que a partir do ano de 2009 a aplicação da ARS foi utilizada com maior frequência nas publicações científicas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A ARS é um método oriundo da Sociologia, Antropologia e Psicologia Social e devido a sua dinâmica pode ser utilizada e adaptada em praticamente todas as áreas do conhecimento humano, como as Ciências Sociais, Ciências da Saúde, Humanas, Exatas e Biológicas. Seu caráter polissêmico nos permite uma diversidade de usos e uma difícil delimitação conceitual. Nas ciências humanas sua aplicação mais comum consiste nos estudos de redes sociais buscando entender as interações das relações humanas.

O homem enquanto ser social vive em constante interação com diversos elementos: pessoas, grupos, instituições, papéis sociais, entre outros. Este comportamento social do homem tem por base uma perspectiva de rede, na qual, as interações estabelecidas, a partilha e a complementaridade de relações dão vida ao conceito de rede (FIALHO, SILVA, SARAGOÇA, 2012, p.3).

Os estudos iniciais sobre redes remontam a Claude Lévi-Strauss na década de 1940, que buscou entender as relações humanas em seus laços mais próximos, a família. Seguiram-se a este, outros estudiosos que ampliaram as observações das relações individuais e sociais como Radcliffe-Brown, JohnArundel Barnes, Barry Wellmanentre outros. Em anos mais recentes, Colonomos (1995 apud ACIOLI, 2007, p.9) aponta que

as redes nascem num espaço informal de relações sociais, mas seus efeitos são visíveis para além desse espaço através das relações com o Estado, a sociedade e de outras instituições representativas. A partir de interações estratégicas se dariam novas perspectivas de análise, ou um novo individualismo metodológico.

A evolução das tecnologias de informação e comunicação, e mais recentemente o surgimento de diversas Redes Sociais, tem elevado exponencialmente as relações sociais. Em um mesmo patamar tem também aumentado as formas de estudar e pesquisar essas comunidades em suas relações pessoais, profissionais, informacionais e de pesquisa. As tecnologias têm estreitado os laços entre pesquisadores e diminuído distâncias, possibilitando diversos estudos, cada vez mais complexos,que buscam entender as minúcias de relações individuais e grupais através da ARS.Fazendo-se necessário uma conceituação do

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tema para um entendimento mais amplo dessas estruturas relacionais Marteleto e Tomaél (2005) conceituaram a ARS como uma metodologia advinda da Antropologia e Sociologia para entender as relações dos indivíduos, o que garante a compreensão da estrutura relacional da sociedade. O conceito de redes sociais leva a compreensão da sociedade a partir dos vínculos relacionais entre os indivíduos, reforçando suas capacidades de atuação, compartilhamento, aprendizagem, captação de recursos e mobilização.

Mais recentemente Kadushin (2011, p.14, tradução nossa) traz o conceito de que “rede é um conjunto de relações. Mais formalmente, uma rede contém um conjunto de objetos (em termos matemáticos, nós) e um mapeamento ou descrição das relações entre os objetos ou nós”. Por “nós” entendem-se os atores ou indivíduos que pertencem a uma mesma rede e suas relações. Assim, rede é uma estrutura social que conecta indivíduos com algum grau de envolvimento, seja de amizade, parentesco, comercial, institucional, informacional. Dentro dessa estrutura relacional os atores sociais desenvolvem laços através dos quais compartilham informações, crenças, amizades, poder etc..

Pode-se chegar ao entendimento de que os conceitos tanto de Marteleto e Tomael (2005) quanto de Kadushin (2011) convergem para a compreensão dos diferentes relacionamentos entre indivíduos de um mesmo grupo, sendo ele próximo ou não, e que as tecnologias de comunicação contribuem para essa proximidade. Nota-se, porém que na visão de Kadushin (2011) há uma tendência para o mapeamento das relações, o que denota fluxos ou movimentos relacionais.

Nessa esteira, Acioli (2007, p.8) aponta que o uso de tecnologias da informação e comunicação, “como meio de acesso a informações, contato com grupos ou pessoas através de rede de computadores”, potencializou e elevou exponencialmente os laços e as ligações relacionais, principalmente com o advento das redes sociais ou mídias sociais interativas como o Facebook, Twiter, Linkedin, Instagran e mais recentemente o WhatsApp, entre outros.

Ainda de acordo com Kadushin (2011, p.13, tradução nossa) a “teoria das redes sociais é uma das poucas teorias em Ciências Sociais que podem ser aplicadas a uma variedade de níveis de análise de pequenos grupos para sistemas globais inteiros”. Sua aplicação perpassa de estudos de pequenos grupos, organizações nações a sistemas internacionais, abrange desde estudos de horários de trem na china, a detecção de problemas em redes elétricas nos Estados Unidos

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da América ou a estudos sobre a proliferação de epidemias como o HIV (KADUSHIN, 2011, tradução nossa).

Dentre as múltiplas possibilidades de aplicação do método de ARS, a revista científica “Perspectivas em Ciência da Informação” - da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)- publicou na última década oito artigos que abordaram o uso da ARS para resolver, analisar ou entender problemas relacionados a sua aplicação. Desta forma, os atores sociais estão ligados por laços relacionais de pesquisas em ambientes formais como as diversas Universidades envolvidas nas publicações desses artigos, cujos resultados serão analisados a seguir.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para atender os objetivos desta pesquisa de mapear os campos e áreas de aplicação dos estudos da ARS foi selecionada a Revista “Perspectivas em Ciência da Informação” para a busca de artigos sobre o tema. Esta escolha se deu pela relevância do periódico para a área da Ciência da Informação, com classificação Qualis A1 pela CAPES.

A Revista Perspectivas em Ciência da Informação veio substituir a então pioneira Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, criada no início da década de 1970. A Revista é inserida num conjunto de amplas mudanças ocorridas na década de 1990, na então Escola de Biblioteconomia da UFMG. Já em seu primeiro número era evidente a vocação da mesma para a definição e construção da Ciência da Informação no Brasil com pluralidade temática dos artigos publicados, além da diversidade de procedência institucional dos autores. Acompanhando a evolução da tecnologia, no ano de 2005 o periódico passou a adotar o Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), apoiando as iniciativas de acesso aberto ao conhecimento científico. Com circulação trimestral sinaliza para a importância da criação de mais espaço para a divulgação e disseminação da produção científica de qualidade da área. (ARAÚJO; NEVES, 2011).

Após a definição do suporte a ser pesquisado para seleção dos artigos a serem analisados neste estudo, realizou-se uma pesquisa pelos termos “redes”, “análise de redes” e “ARS” no título e/ou palavras-chave, através da ferramenta de busca da página da revista na internet. Além dos termos definidos para busca,

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também se determinou como critério de seleção dos artigos, o período de publicação da revista entre os anos de 2006 e 2015.

Respeitando os critérios definidos para a pesquisa, foram encontrados 10 artigos para análise, dos quais dois foram descartados por não focarem a ARS de forma conceitual. A seguir, realizou-se uma análise documental individualizada de cada artigo, considerando a autoria, titulação, formação e profissão exercida pelos autores, os objetivos, métodos, análise de resultados, principais autores citados e as palavras-chave de cada artigo selecionado.

Desta forma, através da realização de busca documental e de análise qualiquantitativa, foi possível realizar um comparativo entre os artigos sobre ARS publicados no período, bem como traçar um panorama atual sobre os estudos nesta área.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Oito artigos publicados no periódico “Perspectivas em Ciência da Informação” na última década (2006 – 2015) foram destacados para que um comparativo pudesse ser feito às pesquisas publicadas que apresentaram abordagens relacionadas à ARS. Verificou-se uma diversidade de áreas do conhecimento que utilizam esta metodologia. Por meio dos artigos analisados, foi possível identificar influências significativas das redes sociais na promoção e compartilhamento de informações em virtude das múltiplas possibilidades de ligações que podem formar uma rede de relacionamento.

Compuseram a autoria dos oito artigos analisados vinte autores distintos. Dentre eles, percebe-se a prevalência de pesquisadores com nível de doutorado (onze) e doutorandos (quatro), além de três mestres e dois mestrandos, fato que demonstra a predominância da autoria de pós-graduados e pós-graduandos. Entre os autores, cinco têm formação em Administração, cinco em Engenharia da Produção, quatro em Ciência da Informação, dois em Tecnologia, um em Agronegócio, um em Bioenergia, um em Biotecnologia e um em Engenharia e Gestão do Conhecimento.

Ao analisar os estudos e pesquisas publicados, percebe-se interesses investigativos em comum entre as áreas da Administração, Engenharia da Produção e Ciência da Informação, através de artigos em coautoria envolvendo pessoas de

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mais de uma área de formação. Desta forma, a informação transita pelas redes sociais e passa a ser objeto de estudo que possibilita, mediante o levantamento de métricas de ARS, diversos tipos de análises envolvendo campos do conhecimento dos mais variados.

Os autores dos artigos analisados mantêm ligações profissionais e acadêmicas com universidades dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e Pernambuco, concentrando a maioria das publicações analisadas nas regiões sul e sudeste em detrimento das outras regiões do país.

Dentre os artigos publicados, três em particular apresentam relação com a área da Administração. Um deles tem como tema central o empreendedorismo e é de autoria de Gláucia Maria Vasconcellos Vale e Liliane de Oliveira Guimarães, ambas doutoras em administração pela Universidade Federal de Lavras no Estado de Minas Gerais. O artigo “Redes sociais, informação, criação e sobrevivência de empresas” traz como objetivo analisar e comparar empreendedores que conseguiram manter seus negócios no mercado com empreendedores que tiveram suas empresas extintas em curto período de tempo. A pesquisa permitiu identificar a importância de relacionamentos prévios provenientes da imersão dos empreendedores em certos tipos de rede como fundamentais para o sucesso de seus empreendimentos. O resultado do estudo demonstrou a diferença que uma rede de relacionamentos bem estabelecida pode fazer no sucesso ou fracasso de um negócio. Para se chegar a esta conclusão, as pesquisadoras realizaram uma pesquisa empírica com aplicação de questionário estruturado.

O artigo “Análise sociométrica da rede de relacionamento das bibliotecas que constituem o Consórcio das Universidades Federais do Sul-Sudeste de Minas Gerais” dos autores Nivaldo Oliveira, Donizete Leandro de Souza e Cleber Carvalho de Castro, apresenta como objetivo identificar a estrutura da rede de relacionamentos das bibliotecas que constituem o consórcio e verificar quais instituições se mostram mais centrais na estrutura de relacionamentos. O estudo também apresentou um viés na área da administração, pois justificou a pesquisa considerando o contexto organizacional, em que em virtude do aumento da competitividade no mercado e a busca pela excelência, o foco das decisões passou de uma posição individual para uma coletiva, na busca de inovações, avanços e aceleração da produtividade, que pode ser gerada por meio de estruturas em redes

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(BRITTO, 2002). A metodologia adotada na pesquisa foi ARS, além da utilização dos softwares Ucinet2 e Netdraw3 para análise dos dados relacionais.

O artigo de José Osvaldo de Sordi, docente pesquisador do Programa de Mestrado em Administração da Universidade Municipal de São Caetano, insere-se no contexto de gestão da qualidade da informação e apresentou uma abrangência bastante ampla. Segundo o autor, a comunidade beneficiada com os resultados da pesquisa se estende a todos os trabalhadores do conhecimento, pois abrangem todos aqueles que geram novos conhecimentos a partir de reflexões exigidas pelo exercício de suas funções. Em seu artigo, “Análise da coesão entre seções de textos de documentos extensos a partir da aplicação conjunta das técnicas de redes sociais e referências internas”, apresenta como objetivo analisar a eficácia da composição de dois recursos técnicos, ou seja, a ARS e referências internas, como instrumento de apoio à análise da coesão entre seções de textos de documentos extensos. Através desta pesquisa, o autor buscou verificar a ligação entre as partes de textos extensos como livros, teses, dissertações e relatórios e justificou-se pelo fato de que parte bastante significativa do conhecimento humano encontra-se disponibilizada por intermédio de textos. Para desenvolvimento da pesquisa, o autor utilizou a metodologia de ARS e os softwares Ucinet e Netdraw para representação gráfica e análise da rede.

Dentro do campo de estudo da Ciência da Informação, ganhou destaque artigos como “Redes sociais de informação: uma história e um estudo de caso”, do mestrando em Ciência da Informação Gonçalo Costa Ferreira. Neste artigo, o autor apresentou um estudo teórico sobre o panorama histórico dos conceitos de redes e redes sociais, após fez uma síntese do método de ARS. Em complemento ao estudo teórico, descreveu no artigo a realização de um estudo de redes sociais de informação no contexto organizacional. Para realização deste estudo, o autor empregou a metodologia de ARS, armazenou as respostas dos questionários em arquivos Excel e utilizou as ferramentas Ucinet e NetDraw, específicas para ARS.

O artigo intitulado “A colaboração científica na pesquisa sobre coautoria: um método baseado na análise de redes”, dos autores Ricardo Barros Sampaio, Helena Célia de Souza Sacerdote, Bruna de Paula Fonseca Fonseca e Jorge Henrique Cabral Fernandes, ligados à Universidade de Brasília e a Fundação Oswaldo Cruz

2 https://sites.google.com/site/ucinetsoftware/home 3 https://sites.google.com/site/netdrawsoftware/home

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de Brasília, investigou as associações profissionais de colaboração científica entre autores que utilizam a coautoria e se esta associação permite entender as problemáticas da colaboração científica, como, por exemplo, a concentração do conhecimento. Para desenvolvimento deste estudo foi utilizada a associação dos métodos de bibliometria e análise de redes, que segundo os autores contribuiu para uma melhor interpretação dos resultados.

Outro artigo com enfoque em redes de coautoria publicado no período analisado foi “Impactos dos nomes nas propriedades de redes sociais: um estudo em rede de coautoria sobre sustentabilidade”, escrito por Rafael Garcia Barbastefano, Cristina Souza da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Juliana de Souza Costa e Patrícia Mattos Teixeira do Centro Federal de Educação Tecnológica. O artigo tem o objetivo de apresentar as diferenças de propriedades entre três redes de coautoria geradas com formas distintas de considerar o nome dos autores. Assim como o artigo anterior, que trata de coautoria, para este estudo também foi utilizado os métodos bibliométrico e de ARS. Para a análise dos dados da rede foi utilizado o software Pajek4.

O artigo “Análise da rede de colaboração científica sobre biogás” de Claudio Marcelo Matos Guimarães e Viviane Galvão, também tratou da temática de coautoria e teve como proposta construir a rede de colaboração científica sobre biogás em um período de 65 anos, de 1945 a 2010. O foco nos estudos do biogás se justifica pela crescente quantidade de pesquisas e publicações sobre o tema na última década, considerando que o biogás é um importante biocombustível obtido a partir de fontes de energia renováveis. A metodologia utilizada para o estudo foi a ARS. A rede de autores foi gerada com o auxílio do software Network Workbench Toll5. As redes de países e de instituições foram organizadas em planilhas e com base nos dados coletados, a análise foi realizada pelos softwares Pajek e Gephi6.

Andréa Sabreda Bordin, Alexandre Leopoldo Gonçalves e José Leomar Todesco no artigo “Análise da colaboração científica departamental através de redes de coautoria”, analisaram a produção bibliográfica do programa de pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina, no período de 2005 a 2012, com o objetivo de identificar o nível de

4 http://mrvar.fdv.uni-lj.si/pajek/ 5 http://nwb.cns.iu.edu

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colaboração científica da comunidade do programa ano a ano, identificar grupos de pesquisadores que publicam conjuntamente e isoladamente e identificar os pesquisadores centrais da rede. Para este estudo também foram utilizados os métodos: bibliometria e ARS. Para análise dos dados relacionais foi empregado o software Gephi.

Para embasamento teórico dos artigos, o autor mais citado pelos pesquisadores foi S. Wasserman, em seis do total dos oito artigos analisados. K. Faust foi citado em quatro artigos e M. E. J. Newman,S. P. Borgatti e R.G. Barbastefano foram citados em três trabalhos. Outros teóricos importantes na abordagem do estudo de ARS também citados pelos autores foram Mark Granovetter, Barry Wellman, A. L. Barabási, S. Goyal,Moraga, Leij e González.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo, pode-se constatar que nos últimos dez anos foram publicados dez artigos com abordagens envolvendo pesquisas sobre redes no periódico “Perspectivas em Ciência da Informação”. Destes dez, oito foram selecionados para análise por se enquadrarem de forma conceitual ou metodológica na proposta desta pesquisa. As principais abordagens identificadas foram nas áreas de Administração e Ciência da Informação e todas as pesquisas desenvolvidas foram empíricas.

Três pesquisas utilizaram como metodologia a ARS em conjunto com o uso dos softwares Ucinet e Netdraw, específicos para este tipo de estudo. Os softwares Gephi e Pajek, foram aplicados em dois estudos. Observou-se a utilização dos métodos bibliometria em conjunto com a ARS em três artigos publicados.

A concentração das publicações deu-se por pesquisadores das regiões sul e sudeste do país, envolvendo instituições em sua maioria públicas e federais. A maior parte dos estudos envolveu pesquisadores com nível de doutorado e mestrado das áreas de Administração, Ciência da Informação e Engenharia da Produção e os principais temas abordaram assuntos ligados à informação, ao conhecimento e coautoria.

Através do desenvolvimento deste artigo, pode-se perceber que as pesquisas realizadas a partir da ARS possibilitam estudos em diversas áreas do conhecimento

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e podem ser amplamente utilizadas a partir das possibilidades de aplicabilidade que apresenta.

REFERÊNCIAS

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