CENTRO de TRABALHADORES
santo dias
BOLETIM INFORMATIVO
SETEMBRO
82
CENTRO DE TRABALHADORES SANTO DIAS
OLÂ PESSOAL
SçmQS do Centro de Trabalhadores Santo Dias.
No Centro participam vários traba- lhadores que atuam em movimentos ' de vila e sindical.
Ternos aomo objetivo integrar os ' trabalhos existentes na região de Caohoeirinha3 Gravataí, Alvorada e Zona Norte de Porto Alegre.
Todos sabemos das dificuldades que encontramos para a tro- ca de experiências e'j principalmente, desenvolver discus - soes sobre problemas que nos atingem diretamente, como co- munitários e trabalhistas.
Para atender a essa necessidade de ampliar os trabalhos na área e desenvolver a formação política das pessoas envolvi das na luta diária, e que se formou o CENTRO DE TRABALHADO RES SANTO DIAS.
Além disso, o Centro tem condições de oferecer algumas ati vidades de interesse para os trabalhadores: Cursos sobre ' CLT, cursos de movimentos de vila, sindical, etc. Dispomos de material adequado para isso: quadro negro, slides, ca - demos populares, etc.
Hoje já participam no Centro a Ojposição Sindical Metalúrgi ca e algumas lideranças comunitárias.
No -Centro, o pessoal vai encontrar: -Uma biblioteca popular
- Um arquivo de movimentos urbano e sindical - Um mimeógrafo à tinta
- Espaço físico para reuniões
Este é o nosso 19 boletim. A função dele e atin gir os trabalhadores da grande Porto Alegre, informando so lutas que ocorrem na região e trazendo dados sobre assuntos que dizem respeito ao dia-a dia dos trabalhadores, e por enquan- to será publicado bimestralmente, no futuro se tornará mensal.
TODOS OS TRABALHADORES QUE SE INTERE SAREM PODERÃO ENTRAR EM CONTATO COM\ 0 CENTRO PARA RECEBER SEU BOLETIM PARTICIPAR DE SUAS ATIVIDADES. ESPE- RAMOS ESTAR COM ISSO,COLABORANDO COM
■ SUA LUTA POR UMA SOCIEDADE MAIS JUS-
SANTO DIAS DA SILVA
Em 1962, Santo Dias veio para São Paulo tentar a vida, depois de ter vivido no interior e participado tam- bém no Sindicato Rural. Se empregou noa Metalúrgica Metal Leve. Naquela ocasião os trabalhadores faziam greves, mo- bilizações, e Santo participou delas. Logo, no golpe de 1964, a repressão caiu pesada sobre os trabalhadores. Sem pre que percebiam sua militância, Santo era despedido,pas sando assim, por muitas fábricas, tòrnòu-se conhecido e respeitado por um trabalho junto aos seus companheiros , saindo como candidato a vice-presidente pela Oposição Sin' dical Metalúrgica, chapa 3, em 1978.
No local de moradia. Santo sempre participou das lutas comunitárias por água, contra o alto custo de vida, esgoto, posto de saúde, etc.
Santo também gostava de teatro, em suas peças tea trais procurava mostrar sempre o mundo dividido entre ex^ piorados e exploradores, incentivando o trabalhador.
Em 19 79, enquanto operários conversavam com seus companheiros na porta da metalúrgica Sylvânia, chegaram ' dois carros da polícia. Os policiais saltaram de armas na- mão, como se estivessem enfrentando perigosos bandidos "'. fortemente armados. Quando os operario:s tentaram fu,rar o
cerco dos policiais, houve o ataque / ouviram os tirosVSaQ,; to foi atingido no abdômen do lado esquerdo. Outros òpéra rios identificaram o PM que atirou,.tratava-se do soldado Herculano Leonel, da Polícia Militar.
Seu enterro contou com mais de 40 mil pessoas, ' que gritavam: "Companheiro Santo, você esta presente."
Na missa de um ano de morte de Santo Dias, no Sermão, Dom Evaristo Arns disse: "Não está certo que o não violento seja morto pela violência. Que a violência arme a mão de outro pobre, que deveria beneficiar-se pe- la mesma luta e, apesar disto, por ser da polícia, tire a vida de um irmão e de um possível amigo. Não está cer- to quando milhões que constróem a riqueza de uma cidade, apanham porque querem dar pão aos seus filhos. Quase na- da esta certo, enquanto houver medidas: uma para o pa- trão e outra para o operário."
Santo Dias morreu por duas vezes: a primeira era a morte lenta, a morte em vida; a segunda, o assassinato . Hoje, milhões de operários morrem em vida, pelo salário de fome, pelas mas condições de moradia, por ver seus filhos sem acesso a educação, por não ter vez nem voz na socieda- de de exploradores.
Por tudo isso, e mais, que talvez nos tenha esca pado, achamos justo e merecido a colocação de seu nome nes
OPOSIÇÃO SINDICAL
No mes de dezembro, ocorrerão eleições para a Dire- toria do Sindicato Metalúrgico de Porto Alegre com base em Viamão, Cachoeirinha, gravata!, Alvorada, Guaíba e Porto A legre .
0 trabalho da Diretoria Atual do Sindicato, pouca ' gente conhece. Já estão lã há mais de nove anos e nada rea lizaram. Muitos trabalhadores nem acreditam mais no Sindi- cato por causa da Diretoria,
- Depo-is de tantos anos surge uma opção: CHAPA 2
Por um sindicato combativo Jã fazem mais de 13 anos que não
havia uma chapa de Oposição no Sindicato. Sempre tem sido Chapa Onica. Nao porque o trabalho da Diretoria fosse bom. Pelo contra , rio. 0 que faltava era um grupo-* de Metalúrgicos dispostos Já en - tj
frentar os patrões e a Diretoria.^ pelega. ^ ''
E a CHAPA DE OPOSIÇÃO
surgiu com muita força. Os 22 metalúrgicos que fazem par- te da chapa foram todos escolhidos primeiro pelos compa - nheiros na fábrica e depois em uma grande assembléia que' reuniu mais de 40 fábricas.
- 0 trabalho ã partir da fábrica.
O que mais dá força ã Oposição e seu modo de ver a luta sindical. 0 Sindicato para nos nao é um prédio ou pa- trimônio. 0 Sindicato sao os trabalhadores organizados na fábrica. Na luta diária por melhores condições de trabalho e salário digno dentro da fábrica e que se unem os traba - lhadores de uma fábrica com outra. E o Sindicato une toda' a categoria com uma força bem maior para enfrentar os Pa - trões , o Ministério do Trabalho e as leis que impedem as lutas de nossa classe.
- Criar grupos de apoio.
Na chapa de Oposição nao tem nenhum figurão, os re- cursos sao escassos. A organização da Campanha tem sido ' muito suada, cada um contribuindo com um pouco, fazendo ri fas , festas e tantas outras coisas para conseguir uns tro- cados .
0 Centro de Trabalhadores tem cedido sua sala para' reuniões da Oposição Sindical Metalúrgica/CHAPA 2, todas ' as sextas-feiras.
REUNIÕES
CHAPA 8
6A
FEIRA
Av. ASSIS BRASIL. 3851
SALA309
CENTRO DE TRABALHADORES SANTO DIAS
Todos os companheiros que quizerem ajudar nas elei ç5es estão convidados a participar. O grupo de apoio JÍ con ta com algumas AssociaçSes de Moradores, Entidades Assisten ciais e grupos sindicais de outras categorias.
OSM/CHAPA 2
PARTICIPE
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Si
MORAISe ve
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CENTRO DE TRABALHADORES SANTO DIAS Av. ASSIS BRASIL, 3851 sala 309